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ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL ESCRITOR LUÍZ
AUGUSTO CRISPIM
TURMA – EJA ALFABETIZAÇÃO (CICLO I)
EMPREGADAS DOMÉSTICAS
Profa. Dafiana do Socorro S. Vicente Carlos1
PROJETO PEDAGÓGICO - TEMA GERAL: CULTURA DE PAZ
SUB – TEMA: TRABALHANDO AS DIFERENÇAS
JOÃO PESSOA – PB
- Junho/Julho de 2012-
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Pedagoga com área de aprofundamento em Educação de Jovens e Adultos. No momento
está fazendo especialização em Educação de Jovens e adultos pela UFPB e Pesquisadora
bolsista do Projeto NUEJA – Núcleo de Referência em Educação de Jovens e Adultos da
Paraíba (História e Memória), coordenado pela Profa. Dra. Emília Prestes. É colaboradora do
Grupo Articulador do Fórum de EJA da Paraíba e da Cátedra Unesco Paulo Freire, coordenado
pelo Prof.Dr. Timothy Ireland.
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Profa. Dafiana do Socorro S. Vicente Carlos
PROJETO PEDAGÓGICO - TEMA GERAL: CULTURA DE PAZ
SUBTEMA: TRABALHANDO AS DIFERENÇAS
Proposta inicial das ações que serão realizadas
no terceiro bimestre (Junho/Julho- 2012) na turma
de EJA Ciclo I, da Escola Municipal Luís Augusto
Crispim, entregue no dia 02 de junho de 2012 a
direção e supervisão da Escola.
JOÃO PESSOA – PB
- Junho/Julho de 2012-
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APRESENTAÇÃO
O presente projeto é continuidade do Projeto Cultura de Paz, inicialmente
desenvolvidos com dois subprojetos, a saber: Projeto ‗Escola Limpa‘ e Projeto
‗A Ética enquanto premissa central na valorização da vida‘. O projeto em tela
terá como tema central ‗Trabalhando com a diferença‘, o qual, objetiva
reconhecer a importância da valorização da diferença existente nas pessoas,
comunidades e etnias. Esta valorização parte do pressuposto que para
vivermos democraticamente é preciso respeitar os diferentes grupos sociais e
culturais.
Assim inicialmente apresentamos nossa justificativa fundamentada na
Constituição de 1988, Declaração universal dos Direitos Humanos e os
Parâmetros Curriculares Nacionais que tem como tema transversal Pluralidade
Cultural. Em torno desta justificativa fundamentamos as ações pedagógicas a
serem realizada com a Turma de EJA Ciclo I. Vale lembrar, que a turma é
composta por trabalhadoras domésticas vinculadas ao Sindicato das
Trabalhadoras Domésticas de João Pessoa e Região.
Posteriormente é apresentado o Objetivo Geral e os Específicos, visando
explicitar com clareza o direcionamento da educadora da turma. Após este
momento, são apresentados os conteúdos ensinados, os quais foram divididos
em: conteúdos da Língua Portuguesa, conteúdos de Matemática e conteúdos
da área de Estudos da Sociedade e da Natureza (História, Geografia e
Ciências).
Após a definição dos objetivos e dos conteúdos, foi definida a
metodologia adotada. A metodologia adotada considerou as especificidades2
da turma de EJA. Deste modo, a perspectiva freireana foi incorporada não
apenas no planejamento das aulas, mas também na sua prática. O diálogo
ocupou um lugar central na explicação, exposição e problematização dos
conteúdos.
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A turma é composta de alunos/as vinculados ao sindicato das empregadas domésticas.
Todos/as tem consciência politica e lutam pelos seus direitos. São trabalhadores e
trabalhadoras, homens e mulheres, pais e mães de família, oriundos das classes populares,
mas portadores de saberes adquiridos ao longo de suas vivências.
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Para finalizar, explicitamos os recursos utilizados, as estratégias de
avaliação e o relatório final das ações, incluindo uma breve identificação da
turma em formato de gráficos e a descrição detalhadamente das aulas.
JUSTIFICATIVA
Na contemporaneidade, cotidianamente nos deparamos com o diferente.
As diferenças entre pessoas, as diferenças de pensamentos, as diferenças
sexuais, as diferenças na religiosidade, as diferenças na política, a diferença no
modo de ensinar e aprender. Este fato demonstra que cada indivíduo ao ter a
sua subjetividade constituída ao longo de sua trajetória de vida, tem uma
identidade individual. Esta identidade não emergiu do nada, mas a partir das
relações sociais que foram estabelecidas ao longo de suas vivências. Tais
identidades são fortalecidas mediante a identificação com determinados grupos
sociais. Daí a expressão, identidade coletiva. Isto se dá pelo fato de vivermos
numa sociedade plural e diversa.
A Constituição Federal de 1988 nos garante a possibilidade de vivermos
em sociedade com liberdade de escolha, liberdade de expressão, conforme
determinado no Artigo 5º.
[...] Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos
termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos
e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será
obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei; III - ninguém será submetido a tortura nem a
tratamento desumano ou degradante; IV - é livre a
manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato; V -
é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,
além da indenização por dano material, moral ou à imagem; VI
- é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo
assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida,
na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas
liturgias; VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de
assistência religiosa nas entidades civis e militares de
internação coletiva; VIII - ninguém será privado de direitos por
motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a
todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa,
fixada em lei; IX - é livre a expressão da atividade intelectual,
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artística, científica e de comunicação, independentemente de
censura ou licença [...]
Nota-se que tal liberdade é garantida pela Carta Magna, expressando o
fato de vivermos numa sociedade multicultural, com uma pluralidade que
precisa ser respeitada por todos. Isto significa que pensar na diferença implica
em compromisso com o outro e este compromisso requer desenvolvermos o
hábito de ouvir, de nos relacionarmos solidariamente com o outro, sabendo que
a valorização da vida daquele que difere de nós é mais importante que a
defesa de certos valores, ideologias, teologias, opções políticas, opções
sexuais etc. Quanto à valorização da pessoa humana, outro documento que
destaca a importância do respeito ao plural e diverso é a Declaração Universal
dos Direitos Humanos, que enfatiza em seu Art. 2º a seguinte declaração:
Todos os seres humanos podem invocar os direitos e as
liberdades proclamados na presente Declaração, sem distinção
alguma, nomeadamente de raça, de cor, de sexo, de língua, de
religião, de opinião política ou outra, de origem nacional ou
social, de fortuna, de nascimento ou de qualquer outra
situação.
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais, o tema transversal Pluralidade
Cultural expressa claramente que o papel da escola é promover um ensino que
contribua com práticas que reconheçam a diversidade em suas multifaces,
como fator importante na construção de relações sociais humanitárias,
solidárias e fraternas. A temática da Pluralidade Cultural diz respeito ao
conhecimento e à valorização de características étnicas e culturais dos
diferentes grupos sociais que convivem no território nacional, às desigualdades
socioeconômicas e à crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes
que permeiam a sociedade brasileira, oferecendo ao aluno a possibilidade de
conhecer o Brasil como um país complexo, multifacetado e algumas vezes
paradoxal. Quanto a valorização da diversidade cultural, o Parâmetro curricular
Pluralidade Cultural (1997, p.23) apresenta:
[...] Ao valorizar as diversas culturas presentes no Brasil,
propicia ao aluno a compreensão de seu próprio valor,
promovendo sua auto-estima como ser humano pleno de
dignidade, cooperando na formação de autodefesas a
expectativas indevidas que lhe poderiam ser prejudiciais. Por
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meio do convívio escolar, possibilita conhecimentos e vivências
que cooperam para que se apure sua percepção de injustiças e
manifestações de preconceito e discriminação que recaiam
sobre si mesmo, ou que venha a testemunhar — e para que
desenvolva atitudes de repúdio a essas práticas.
Para finalizar, nota-se no exposto, que práticas preconceituosas,
excludentes, discriminatórias são combatidas pelos documentos de acordos
mundiais, assim como na legislação brasileira. Portanto, cabe a escola e ao
professor oportunizar aos alunos aprendizagem dos conteúdos curriculares
atrelados a este tema transversal, tão discutido e debatido na
contemporaneidade, tendo em vista promover a Cultura de Paz, tema este
proposto pela Organização das Nações Unidas (ONU)3.
Recentemente, os cantores Gilberto Gil e Preta Gil gravaram a música,
"E daí, que diferença faz?", para a Campanha ‗Ser diferente é normal 2012‘. A
campanha trata de assuntos como o preconceito e o convívio de todas as
diferenças sejam elas físicas, raciais, sociais, ou de qualquer espécie. Esta
másica será um dos recursos utilizados para trabalhar o conceito de ―diferença‖
tão presente em nossa sociedade.
OBJETIVO GERAL
Promover aos alunos a aprendizagem dos conteúdos curriculares, tendo em
vista conscientizá-los sobre a valorização e importância da diversidade e
pluralidade presentes em nossa sociedade.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1. Trabalhar os conteúdos curriculares numa perspectiva interdisciplinar, tendo
como referência a importância da Pluralidade cultural;
2. Incentivar relações saudáveis pautadas na solidariedade, amor ao próximo e
fraternidade, promovendo o diálogo, o respeito ao diferente, ao diverso e plural
3. Primar por relações sociais inclusivas e não excludentes, respeitando a
pluralidade vigente em nossa sociedade.
4. Promover um diálogo reflexivo sobre o cuidado com o próximo, formando a
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Quanto a isto ver: Parâmetros Curriculares Nacionais – Tema transversal Pluralidade Cultural, p. 10
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consciência solidária na busca pela construção e manutenção de relações
saudáveis;
5. Propiciar aos alunos os saberes necessários sobre a temática.
CONTEÚDOS
PORTUGUÊS PARA O BIMESTRE ABRIL/JUNHO 2012.
1. Famílias silábicas - F; G; J; L;
2. Dígrafos - CH, LH, NH, RR, SS.
3. Leituras de imagens – fotografia que retratem a diferença etc.
4. Artigos definidos e indefinidos;
5. Adjetivos;
6. Conhecendo os verbos e suas ações;
7. Pontuação;
8. Acentuação (agudo e circunflexo)
9. Ortografia;
10. Produção textual;
11. Gêneros literários;
MATEMÁTICA PARA O BIMESTRE ABRIL/JUNHO 2012.
1. Multiplicação ( As ideias da multiplicação com dois e três algarismo.
2. Figuras geométricas (Figuras geométricas planas - Minha cidade);
3. Números e medidas (Medidas de tempo; Medindo o tempo; A hora; O dia e a
semana; O mês e o ano);
4. Iniciando com a divisão.
ÁREA DE ESTUDOS DA SOCIEDADE E DA NATUREZA - HISTÓRIA,
CIÊNCIAS E GEOGRAFIA PARA O BIMESTRE ABRIL/JUNHO 2012.
1. O ambiente e o Ser humano (ecologia; transformações no meio ambiente; a os
malefícios da poluição, camada de ozônio e efeito estufa - ciências)
2. A formação das cidades no Brasil, as cidades se transformam (história);
3. Trabalho e transformações das paisagens; passagens rurais e a vida no
campo; O rural e o Urbano – Nesta ocasião será destacado as diferenças e
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pluralidades regionais, sua importância na sociedade (Revisão do conteúdo –
Paraíba, terra da gente)
METODOLOGIA
A metodologia parte dos pressupostos pedagógicos freireanos, onde a
problematização, a dialogicidade possibilite mudanças atitudinais quanto à
valorização e importância de nosso papel (aluno e professor) no cuidado com o
outro e com o patrimônio publico em geral, e com a escola em particular.
Inicialmente será realizada a identificação da turma, objetivando
conhecer suas especificidades, o universo vocabular em que estão inseridos e
o nível que a turma se encontra.
Considerando o Tema geral e o Subtema TRABALHANDO AS
DIFERENÇAS, na exposição dos conteúdos curriculares as palavras
geradoras: DIFERENÇA, DIVERSIDADE, PLURALIDADE, DIREITOS
HUMANOS, SOLIDARIEDADE, JUSTIÇA SOCIAL; LIBERDADE DE
EXPRESSÃO, etc. serão consideradas no planejamento. Portanto, de modo
interdisciplinar os conteúdo curriculares serão ministrados, objetivando
aprofundar o diálogo sobre o respeito a diferença, ou seja, ao que difere de
mim.
RECURSOS
Vídeo e música "E daí, que diferença faz?" (da Campanha ‗Ser diferente
é normal 2012); documento da Organização das Nações Unidas; quadro
branco, folhas brancas, lápis e caneta, cartaz e fichas individuais do SEDUP,
cartolinas, tesoura, cola, lápis de colorir, revistas, mapa do Estado da Paraíba,
literatura de cordel, textos poéticos, encartes ou informações da campanha ‗Ser
diferente é Normal 2012, ida a biblioteca, computadores; aparelho de DVD,
slides (PowerPoint), Data show, caixa de som, filmes, vídeos do You Tube.
Terá o atendimento optometrista com os alunos, com o Dr. José Cláudio. Este
momento é se configura como sequencia do projeto anterior, o qual ocorrerá no
dia 09 de Julho de 2012. Neste bimestre contaremos com a participação do
Prof. Dr. Erenildo Joao Carlos que aplicará o projeto de alfabetização com
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imagem. O projeto contará com duas bolsistas, visando contribuir com o
processo de alfabetização na turma.
AVALIAÇÕES
Considerando a metodologia adotada – pedagogia freireana - onde o
diálogo na EJA é considerado relevante, bem como o educar para o exercício
da cidadania e da democracia, de modo que o aluno supere o papel de sujeito
passivo, passando a ser crítico; ativo e participativo na construção de uma
sociedade melhor. Nesse sentindo, a avaliação do aproveitamento dos alunos
deverá ser processual, sistemática e cumulativa, realizada pela educadora ao
longo do 2 bimestre de acordo com os objetivos previstos, relacionados aos
diversos conteúdos e mediante os diferentes instrumentos, com prevalência
nos aspectos qualitativos sobre os quantitativos.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: pluralidade cultural. Temas
transversais, v. 10. Brasília:MEC/SEF, 1997.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil.
Brasília, DF, Senado, 1998.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. (2003),
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria
Especial dos Direitos Humanos, Ministério da Educação.