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URGÊNCIAS
EPIDEMIOLÓGICAS
DENGUE
Cássia Tiemi Kanaoka
Enfermeira
Gerente Técnica do Serviço de Imunização
Plantonista da URR – Unidade de Resposta Rápida
Conselheira – Coren/MS
URGÊNCIAS
EPIDEMIOLÓGICAS
DENGUE
Virna Liza Pereira Chaves Hildebrand
Enfermeira
Diretora Distrito Sanitário Oeste
Plantonista UPA Vila Almeida
Colaboradora – Coren/MS
DENGUE
 A dengue é uma doença infecciosa causada por
um arbovírus do gênero flavivírus.
 São conhecidos quatro sorotipos: DENV1,
DENV2, DENV3 e DENV4.
 Vetores hospedeiros: No Brasil: Aedes Aegypti
-Aedes Albopictus: importante vetor na Ásia.
 A vida média de uma fêmea adulta é de 45 dias.
É importante lembrar que, uma vez infectada pelo
vírus, a fêmea permanecerá assim até o fim de
sua vida.
PERÍODO DE INCUBAÇÃO E
TRANSMISSIBILIDADE
 Período de Incubação: Varia de 3 a 15 dias, sendo, em
média, de 5 a 6 dias.
Período de transmissibilidade: A transmissão ocorre
enquanto houver presença de vírus no sangue do homem
(período de viremia). Este período começa um dia antes do
aparecimento dos sintomas (febre) e vai até o 5º dia da
doença.
 A infecção gera imunidade homóloga.
 Os sintomas duram em torno de uma semana a dez dias;
 Estima-se que cerca de 30 a 40% dos casos são
assintomáticos;
TRANSMISSIBILIDADE
 A transmissão se faz pela picada da fêmea
do mosquito Ae. aegypti, no ciclo:
homem Ae. aegypti homem.→ →
 Após um repasto de sangue infectado, o
mosquito está apto a transmitir o vírus,
depois de 8 a 12 dias de incubação
extrínseca.
 Não há transmissão por contato direto de
um doente ou de suas secreções com uma
pessoa sadia, nem por fontes de água ou
alimento.
SINTOMAS
• 99% têm febre, que dura cerca de sete
dias. Pode ser branda ou muito alta.
• 50% têm dor retro-orbital.
• 60% têm cefaléia.
• 50% têm prostração, indisposição.
• 25% têm exantemas em todo o corpo.
Definição de Caso Suspeito:
Dengue Clássica:
• Doença febril aguda, de no
máximo 7 dias, acompanhado de
pelo menos dois outros sintomas
(cefaléia, dor retro-orbital, mialgia,
artralgia, prostração, exantema).
Definição de Caso Suspeito:
Febre Hemorrágica da Dengue
 É todo caso suspeito de Dengue
Clássica que também apresente
manifestações hemorrágicas,
variando desde prova do laço
positiva, até fenômenos
hemorrágicos.
 a) Grau I – febre acompanhada de sintomas
inespecíficos, em que a única manifestação hemorrágica
é a prova do laço positiva;
 b) Grau II – além das manifestações do grau I,
hemorragias espontâneas leves (sangramento de pele,
epistaxe, gengivorragia e outros);
 c) Grau III – colapso circulatório com pulso fraco e
rápido, estreitamento da pressão arterial ou hipotensão,
pele pegajosa e fria e inquietação;
 d) Grau IV – Síndrome do Choque da Dengue (SCD), ou
seja, choque profundo com ausência de pressão arterial e
pressão de pulso imperceptível.
 É todo caso grave que não se enquadra nos critérios
da OMS de FHD e quando a classificação de dengue
clássica é insatisfatória.
 Caracteriza o quadro:
 alterações graves do sistema nervoso
 disfunção cardiorrespiratória
 insuficiência hepática
 plaquetopenia = ou < a 50.000/mm3
 hemorragia digestiva
 derrames cavitários
 leucometria global igual ou inferior a 1.000/mm3
 óbito.
delírio, sonolência, coma,
depressão, irritabilidade,
psicose,demência,
amnésia, sinais
meníngeos, paresias,
paralisias, polineuropatias,
síndrome de Reye,
sndrome de Guillain-Barré,
encefalite
DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO
Na rotina, aquele que apresente
sorologia ou isolamento viral
positivo. Em Epidemia também
utiliza-se o critério clínico
epidemiológico.
DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO
Febre Hemorrágica da Dengue:
 Febre
 Plaquetas abaixo de 100.000
 Tendência hemorrágica evidenciada por:
sangramentos ou petéquias ou prova do
laço positiva ou equimoses.
 Valores de hematócrito superiores a 45%
em crianças, 48% em mulheres e 54%
em homens, ou aumento de 20%
referente ao valor basal.
 Confirmação laboratorial
Sinais de alerta
- Dor abdominal
- Vômitos persistentes;
- Hipotensão e hipotensão postural;
- PA convergente (<20 mmHg);
- Hepatomegalia;
- Hematêmese ou melena;
- Extremidade frias ou cianose;
- Pulso filiforme;
- Diminuição da diurese;
- Hipotermia;
- Desconforto respiratório.
- Plaquetas < 20.000
Diagnóstico diferencial
Dengue clássico: Considerando que a dengue tem um
amplo aspecto clínico, as principais doenças a serem
consideradas no diagnóstico diferencial são: gripe,
rubéola, sarampo, e outras infecções virais, bacterianas
e exantemáticas.
Febre hemorrágica da dengue - F.H.D: leptospirose,
febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza,
bem como outras febres hemorrágicas transmitidas por
mosquito ou carrapatos.
IMPORTANTE:
 Atentar para presença de sinais de
complicações e garantir assistência.
 Notificar o caso (preencher a FIE)
 Garantir coleta de amostra laboratorial
(hemograma para avaliação e sorologia),
atentando para data de início de sintomas.
 Orientar o paciente quanto à importância do
aumento de ingesta hídrica e possíveis sinais
de complicações.
 Garantir envio oportuno das informações, pois
delas dependem as ações de controle.
Diagnóstico Laboratorial
 Isolamento Viral: Até o quinto dia do início dos
sintomas, não é o teste de escolha, utilizado
apenas para acompanhamento de sorotipos
circulantes, e monitoramento de introdução de
novos sorotipos. Orienta-se coletar apenas dos
casos mais graves. Depois de coletado, se
armazenado entre 2° e 8°C suporta até 3 dias em
boas condições para processamento do exame.
Diagnóstico Laboratorial
 Sorologia: É o teste de escolha, deve ser
coletado após o sétimo dia do início dos sintomas,
a coleta antes deste prazo pode acarretar um
falso negativo. Depois de coletado, se
armazenado entre 2° e 8°C suporta até 7 dias em
boas condições para processamento do exame.
 Caracterização
 a) Febre por até sete dias, acompanhada de
pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos
(cefaléia, prostração, dor retro-orbitária,
exantema, mialgias e artralgias), e história
epidemiológica compatível; lembrar que, nos
lactentes, alguma irritabilidade e choro
persistente podem ser a expressão de
sintomas como cefaléia e algias;
 b) Prova do laço negativo e ausência de
manifestações hemorrágicas espontâneas;
 c) Ausência de sinais de alarme.
 a) Hidratação oral:
 Crianças: orientar hidratação no domicílio, de
forma precoce e abundante, com SRO (um
terço das necessidades basais), oferecido com
frequência sistemática, independentemente da
vontade da criança;
 completar a hidratação oral com líquidos
caseiros tais como água, sucos de frutas
naturais, chás e água de coco; evitar uso de
refrigerantes;
 Para crianças <2 anos, oferecer 50-100 ml (¼
a ½ copo) de cada vez;
 para crianças >2 anos, 100-200 ml (½ a 1
copo) de cada vez;
 Hidratação oral:
 Adolescentes: calcular o volume de
líquidos em 60 a 80 ml/kg/dia,
sendo um terço contendo sais de
reidratarão oral e os dois terços
restantes formados por líquidos
caseiros, tais como água, sucos de
frutas naturais, chás e água de coco;
evitar uso de refrigerantes.
 Caracterização
 a) Febre por até sete dias, acompanhada de
pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos
(cefaléia, prostração, dor retro-orbitária,
exantema, mialgias e artralgias), e história
epidemiológica compatível;
 b) Prova do laço positiva ou manifestações
hemorrágicas espontâneas, sem repercussão
hemodinâmica;
 c) Ausência de sinais de alarme;
 d) HT aumentado entre 10% e 20% do valor
basal ou maior que 38%, com ou sem
plaquetopenia.
 Hidratação oral: crianças
 Caso ocorra hemoconcentração (Hto
>38%), 50 ml/kg por um período de
quatro a seis horas
 Hidratação venosa: crianças
 Fase de expansão
 Soro fisiológico – 20 ml/kg em duas horas,
podendo ser repetida até três vezes.
 Repetir o hemograma em seguida
 5.3.1 Caracterização
 a) Febre por até sete dias, acompanhada de pelo
menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaléia,
prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias e
artralgias) e história epidemiológica compatível;
 b) Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes;
 c) Disfunção orgânica presente ou ausente;
 d) O Grupo C/D é caracterizado pela síndrome de
extravasamento plasmático;
 e) A presença de algum sinal de alarme e/ou derrame
cavitário caracteriza o Grupo C;
 f) Presença de choque, com ou sem hipotensão,
caracteriza o Grupo D.
 Hidratação do Grupo C - crianças
 • Fase de expansão
 Soro fisiológico ou Ringer Lactato: 20
ml/kg/h, podendo ser repetida até três
vezes;
 Fazer reavaliação clínica horária e
hematócrito após duas horas;
 Hidratação do Grupo D - crianças
 • Iniciar imediatamente a etapa rápida,
com SF a 0,9%, ou Ringer lactato, na base
de 20 ml/kg, em até 20 minutos em bolus,
com reavaliação clínica contínua e
hematócrito após duas horas
 Utilizar expansores plasmáticos (albumina
0,5-1 g/kg; preparar solução de albumina a
5%: para cada 100 ml desta solução, usar
25 ml de albumina a 20% e 75 ml de SF a
0,9%); na falta desta, usar colóides
sintéticos – 10 ml/kg/hora;
 Oferecer O2 em todas as situações de choque (cateter,
máscara, ventilação não-invasiva, ventilação
mecânica);
 o acompanhamento da reposição volêmica é feita pelo
HT, diurese e sinais vitais;
 Evitar procedimentos invasivos desnecessários;
 Acesso venoso profundo e intubação traqueal devem
ser realizados nos pacientes graves e por equipe
capacitada e experiente devido ao risco de
sangramento.
 A via intraóssea pode ser escolha para administração
de líquidos e medicamentos durante a RCP ou
tratamento do choque descompensado
 Monitoração hemodinâmica minimamente invasiva,
como oximetria de pulso.
Conduta terapêutica - adulto
 Orientar 60 a 80 ml/kg/dia sendo
um terço para solução salina (soro
oral) e os dois terços restantes
líquidos caseiros (chá, água de
coco, sucos, etc.);
 Primeiro dia: 80 ml/kg/dia; a partir
do segundo dia 60 ml/kg/dia;
 Roteiro de atendimento
 Histórico de enfermagem (entrevista e
exame físico): Atentar para sinais de
alarme e realizar prova do laço (em todos
os casos suspeitos)
 Histórico de epidemiologia: presença de
casos semelhantes no local de moradia ou
de trabalho e história de deslocamento nos
últimos 15 dias para área de transmissão de
dengue.
 Orientações aos pacientes e familiares:
aparecimento de sinais de alarme,
retornar entre o 2º e 6º dia,“Cartão de
Identificação do Paciente com
Dengue”.
 a) Presença de sinais de alarme.
 b) Recusa na ingesta de alimentos e líquido.
 c) Comprometimento respiratório: dor torácica,
dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio
vesicular ou outros sinais de gravidade.
 d) Plaquetas <20.000/mm3, independentemente de
manifestações hemorrágicas.
 e) Impossibilidade de seguimento ou retorno a
unidade de saúde.
 f) Co-morbidades descompensadas como diabetes
mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca,
uso de dicumarinicos, crise asmática, etc.
 g) Outras situações a critério médico.
 As medidas de controle se restringem ao
vetor Ae. Aegypti.
 O combate ao vetor envolve ações
continuadas de inspeções domiciliares,
eliminação e tratamento de criadouros,
associadas a atividades de educação em saúde
e mobilização social.
 Em situações de epidemias:
 Intensificação das ações de controle,
prioritariamente a eliminação de criadouros e
o tratamento focal.
 aplicação espacial de inseticida a ultra-baixo
volume (UBV).
Tratamento
 Sintomático e de suporte.
Obrigada.
Contatos:
cassiatiemi@corenms.gov.br
virnalizah@hotmail.com
3323-3167 (COREN/MS)

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Emergências Endemicas - Dengue - Enf. Cássia Tiemi

  • 1. URGÊNCIAS EPIDEMIOLÓGICAS DENGUE Cássia Tiemi Kanaoka Enfermeira Gerente Técnica do Serviço de Imunização Plantonista da URR – Unidade de Resposta Rápida Conselheira – Coren/MS
  • 2. URGÊNCIAS EPIDEMIOLÓGICAS DENGUE Virna Liza Pereira Chaves Hildebrand Enfermeira Diretora Distrito Sanitário Oeste Plantonista UPA Vila Almeida Colaboradora – Coren/MS
  • 3. DENGUE  A dengue é uma doença infecciosa causada por um arbovírus do gênero flavivírus.  São conhecidos quatro sorotipos: DENV1, DENV2, DENV3 e DENV4.  Vetores hospedeiros: No Brasil: Aedes Aegypti -Aedes Albopictus: importante vetor na Ásia.  A vida média de uma fêmea adulta é de 45 dias. É importante lembrar que, uma vez infectada pelo vírus, a fêmea permanecerá assim até o fim de sua vida.
  • 4. PERÍODO DE INCUBAÇÃO E TRANSMISSIBILIDADE  Período de Incubação: Varia de 3 a 15 dias, sendo, em média, de 5 a 6 dias. Período de transmissibilidade: A transmissão ocorre enquanto houver presença de vírus no sangue do homem (período de viremia). Este período começa um dia antes do aparecimento dos sintomas (febre) e vai até o 5º dia da doença.  A infecção gera imunidade homóloga.  Os sintomas duram em torno de uma semana a dez dias;  Estima-se que cerca de 30 a 40% dos casos são assintomáticos;
  • 5. TRANSMISSIBILIDADE  A transmissão se faz pela picada da fêmea do mosquito Ae. aegypti, no ciclo: homem Ae. aegypti homem.→ →  Após um repasto de sangue infectado, o mosquito está apto a transmitir o vírus, depois de 8 a 12 dias de incubação extrínseca.  Não há transmissão por contato direto de um doente ou de suas secreções com uma pessoa sadia, nem por fontes de água ou alimento.
  • 6. SINTOMAS • 99% têm febre, que dura cerca de sete dias. Pode ser branda ou muito alta. • 50% têm dor retro-orbital. • 60% têm cefaléia. • 50% têm prostração, indisposição. • 25% têm exantemas em todo o corpo.
  • 7.
  • 8.
  • 9. Definição de Caso Suspeito: Dengue Clássica: • Doença febril aguda, de no máximo 7 dias, acompanhado de pelo menos dois outros sintomas (cefaléia, dor retro-orbital, mialgia, artralgia, prostração, exantema).
  • 10. Definição de Caso Suspeito: Febre Hemorrágica da Dengue  É todo caso suspeito de Dengue Clássica que também apresente manifestações hemorrágicas, variando desde prova do laço positiva, até fenômenos hemorrágicos.
  • 11.  a) Grau I – febre acompanhada de sintomas inespecíficos, em que a única manifestação hemorrágica é a prova do laço positiva;  b) Grau II – além das manifestações do grau I, hemorragias espontâneas leves (sangramento de pele, epistaxe, gengivorragia e outros);  c) Grau III – colapso circulatório com pulso fraco e rápido, estreitamento da pressão arterial ou hipotensão, pele pegajosa e fria e inquietação;  d) Grau IV – Síndrome do Choque da Dengue (SCD), ou seja, choque profundo com ausência de pressão arterial e pressão de pulso imperceptível.
  • 12.  É todo caso grave que não se enquadra nos critérios da OMS de FHD e quando a classificação de dengue clássica é insatisfatória.  Caracteriza o quadro:  alterações graves do sistema nervoso  disfunção cardiorrespiratória  insuficiência hepática  plaquetopenia = ou < a 50.000/mm3  hemorragia digestiva  derrames cavitários  leucometria global igual ou inferior a 1.000/mm3  óbito. delírio, sonolência, coma, depressão, irritabilidade, psicose,demência, amnésia, sinais meníngeos, paresias, paralisias, polineuropatias, síndrome de Reye, sndrome de Guillain-Barré, encefalite
  • 13. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO Na rotina, aquele que apresente sorologia ou isolamento viral positivo. Em Epidemia também utiliza-se o critério clínico epidemiológico.
  • 14. DEFINIÇÃO DE CASO CONFIRMADO Febre Hemorrágica da Dengue:  Febre  Plaquetas abaixo de 100.000  Tendência hemorrágica evidenciada por: sangramentos ou petéquias ou prova do laço positiva ou equimoses.  Valores de hematócrito superiores a 45% em crianças, 48% em mulheres e 54% em homens, ou aumento de 20% referente ao valor basal.  Confirmação laboratorial
  • 15. Sinais de alerta - Dor abdominal - Vômitos persistentes; - Hipotensão e hipotensão postural; - PA convergente (<20 mmHg); - Hepatomegalia; - Hematêmese ou melena; - Extremidade frias ou cianose; - Pulso filiforme; - Diminuição da diurese; - Hipotermia; - Desconforto respiratório. - Plaquetas < 20.000
  • 16. Diagnóstico diferencial Dengue clássico: Considerando que a dengue tem um amplo aspecto clínico, as principais doenças a serem consideradas no diagnóstico diferencial são: gripe, rubéola, sarampo, e outras infecções virais, bacterianas e exantemáticas. Febre hemorrágica da dengue - F.H.D: leptospirose, febre amarela, malária, hepatite infecciosa, influenza, bem como outras febres hemorrágicas transmitidas por mosquito ou carrapatos.
  • 17. IMPORTANTE:  Atentar para presença de sinais de complicações e garantir assistência.  Notificar o caso (preencher a FIE)  Garantir coleta de amostra laboratorial (hemograma para avaliação e sorologia), atentando para data de início de sintomas.  Orientar o paciente quanto à importância do aumento de ingesta hídrica e possíveis sinais de complicações.  Garantir envio oportuno das informações, pois delas dependem as ações de controle.
  • 18. Diagnóstico Laboratorial  Isolamento Viral: Até o quinto dia do início dos sintomas, não é o teste de escolha, utilizado apenas para acompanhamento de sorotipos circulantes, e monitoramento de introdução de novos sorotipos. Orienta-se coletar apenas dos casos mais graves. Depois de coletado, se armazenado entre 2° e 8°C suporta até 3 dias em boas condições para processamento do exame.
  • 19. Diagnóstico Laboratorial  Sorologia: É o teste de escolha, deve ser coletado após o sétimo dia do início dos sintomas, a coleta antes deste prazo pode acarretar um falso negativo. Depois de coletado, se armazenado entre 2° e 8°C suporta até 7 dias em boas condições para processamento do exame.
  • 20.
  • 21.  Caracterização  a) Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaléia, prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias e artralgias), e história epidemiológica compatível; lembrar que, nos lactentes, alguma irritabilidade e choro persistente podem ser a expressão de sintomas como cefaléia e algias;  b) Prova do laço negativo e ausência de manifestações hemorrágicas espontâneas;  c) Ausência de sinais de alarme.
  • 22.  a) Hidratação oral:  Crianças: orientar hidratação no domicílio, de forma precoce e abundante, com SRO (um terço das necessidades basais), oferecido com frequência sistemática, independentemente da vontade da criança;  completar a hidratação oral com líquidos caseiros tais como água, sucos de frutas naturais, chás e água de coco; evitar uso de refrigerantes;  Para crianças <2 anos, oferecer 50-100 ml (¼ a ½ copo) de cada vez;  para crianças >2 anos, 100-200 ml (½ a 1 copo) de cada vez;
  • 23.  Hidratação oral:  Adolescentes: calcular o volume de líquidos em 60 a 80 ml/kg/dia, sendo um terço contendo sais de reidratarão oral e os dois terços restantes formados por líquidos caseiros, tais como água, sucos de frutas naturais, chás e água de coco; evitar uso de refrigerantes.
  • 24.  Caracterização  a) Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaléia, prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias e artralgias), e história epidemiológica compatível;  b) Prova do laço positiva ou manifestações hemorrágicas espontâneas, sem repercussão hemodinâmica;  c) Ausência de sinais de alarme;  d) HT aumentado entre 10% e 20% do valor basal ou maior que 38%, com ou sem plaquetopenia.
  • 25.  Hidratação oral: crianças  Caso ocorra hemoconcentração (Hto >38%), 50 ml/kg por um período de quatro a seis horas  Hidratação venosa: crianças  Fase de expansão  Soro fisiológico – 20 ml/kg em duas horas, podendo ser repetida até três vezes.  Repetir o hemograma em seguida
  • 26.  5.3.1 Caracterização  a) Febre por até sete dias, acompanhada de pelo menos dois sinais e sintomas inespecíficos (cefaléia, prostração, dor retro-orbitária, exantema, mialgias e artralgias) e história epidemiológica compatível;  b) Manifestações hemorrágicas presentes ou ausentes;  c) Disfunção orgânica presente ou ausente;  d) O Grupo C/D é caracterizado pela síndrome de extravasamento plasmático;  e) A presença de algum sinal de alarme e/ou derrame cavitário caracteriza o Grupo C;  f) Presença de choque, com ou sem hipotensão, caracteriza o Grupo D.
  • 27.  Hidratação do Grupo C - crianças  • Fase de expansão  Soro fisiológico ou Ringer Lactato: 20 ml/kg/h, podendo ser repetida até três vezes;  Fazer reavaliação clínica horária e hematócrito após duas horas;
  • 28.  Hidratação do Grupo D - crianças  • Iniciar imediatamente a etapa rápida, com SF a 0,9%, ou Ringer lactato, na base de 20 ml/kg, em até 20 minutos em bolus, com reavaliação clínica contínua e hematócrito após duas horas  Utilizar expansores plasmáticos (albumina 0,5-1 g/kg; preparar solução de albumina a 5%: para cada 100 ml desta solução, usar 25 ml de albumina a 20% e 75 ml de SF a 0,9%); na falta desta, usar colóides sintéticos – 10 ml/kg/hora;
  • 29.  Oferecer O2 em todas as situações de choque (cateter, máscara, ventilação não-invasiva, ventilação mecânica);  o acompanhamento da reposição volêmica é feita pelo HT, diurese e sinais vitais;  Evitar procedimentos invasivos desnecessários;  Acesso venoso profundo e intubação traqueal devem ser realizados nos pacientes graves e por equipe capacitada e experiente devido ao risco de sangramento.  A via intraóssea pode ser escolha para administração de líquidos e medicamentos durante a RCP ou tratamento do choque descompensado  Monitoração hemodinâmica minimamente invasiva, como oximetria de pulso.
  • 30. Conduta terapêutica - adulto  Orientar 60 a 80 ml/kg/dia sendo um terço para solução salina (soro oral) e os dois terços restantes líquidos caseiros (chá, água de coco, sucos, etc.);  Primeiro dia: 80 ml/kg/dia; a partir do segundo dia 60 ml/kg/dia;
  • 31.  Roteiro de atendimento  Histórico de enfermagem (entrevista e exame físico): Atentar para sinais de alarme e realizar prova do laço (em todos os casos suspeitos)
  • 32.  Histórico de epidemiologia: presença de casos semelhantes no local de moradia ou de trabalho e história de deslocamento nos últimos 15 dias para área de transmissão de dengue.  Orientações aos pacientes e familiares: aparecimento de sinais de alarme, retornar entre o 2º e 6º dia,“Cartão de Identificação do Paciente com Dengue”.
  • 33.
  • 34.  a) Presença de sinais de alarme.  b) Recusa na ingesta de alimentos e líquido.  c) Comprometimento respiratório: dor torácica, dificuldade respiratória, diminuição do murmúrio vesicular ou outros sinais de gravidade.  d) Plaquetas <20.000/mm3, independentemente de manifestações hemorrágicas.  e) Impossibilidade de seguimento ou retorno a unidade de saúde.  f) Co-morbidades descompensadas como diabetes mellitus, hipertensão arterial, insuficiência cardíaca, uso de dicumarinicos, crise asmática, etc.  g) Outras situações a critério médico.
  • 35.  As medidas de controle se restringem ao vetor Ae. Aegypti.  O combate ao vetor envolve ações continuadas de inspeções domiciliares, eliminação e tratamento de criadouros, associadas a atividades de educação em saúde e mobilização social.  Em situações de epidemias:  Intensificação das ações de controle, prioritariamente a eliminação de criadouros e o tratamento focal.  aplicação espacial de inseticida a ultra-baixo volume (UBV).