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2012




[PROJETO POLÍTICO
PEDAGÓGICO]
SUMÁRIO


1. INTRODUÇÃO                                                             3
       • Coletivos Educadores: a política pública                         3
       • O Projeto Político Pedagógico                                    5
2. O MARCO CONCEITUAL                                                     6
3. O MARCO SITUACIONAL                                                    9
   3.1 O município de Piracicaba                                         11
      3.1.1 Caracterização geral                                         11
      3.1.2 Área urbana                                                  14
      3.1.3 Mapeamento institucional                                     18
      3.1.4 Descrição das bacias hidrográficas do município de Piracicaba 21
   3.2 Municípios vizinhos                                               22
4. O MARCO OPERACIONAL                                                   24
   4.1 Etapas de atuação                                                 24
   4.2 Gestão                                                            24
   4.3 Diretrizes                                                        26
   4.4 Cardápio de Aprendizagem                                          29
  4.5 Avaliação                                                          30
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS                                            31
6. ANEXOS                                                                33




                                                                          1
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO


   1. INTRODUÇÃO


        O Projeto Político Pedagógico do Coletivo Educador (CE) Piracicauá destina-
se a apresentar a intencionalidade, os propósitos e objetivos da ação educadora,
explicitar a forma de organização do trabalho, os meios educacionais, os procedimentos
e a operacionalização que pautam sua atuação.
        Resultado de amplo processo de diálogos entre seus participantes, ele
representa uma forma de apresentação dos objetivos que os unem e um convite aberto
ao envolvimento de novas instituições e pessoas, que desejam construir em Piracicaba e
região, uma educação ambiental permanente, continuada, articulada e com a totalidade
dos seus habitantes. Assim como a educação, o Projeto Político Pedagógico está em
permanente construção por seus participantes, em diálogo com as práticas e reflexões
decorrentes do seu próprio processo de implantação.


Coletivos Educadores: a política pública


        No ano de 2006, a então Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do
Meio Ambiente (DEA/MMA) implantou a política pública dos Coletivos Educadores,
pautada pela compreensão de que “o foco nos coletivos locais deve-se ao seu
reconhecimento como sujeitos protagonistas do contexto e de seu conhecimento
profundo da realidade, dos valores que a permeiam e das práticas sociais correntes”
(BRASIL, 2006, p. 14).
         Assim, coletivo educador constitui-se como um grupo de educadores(as) de
diferentes instituições, que atuam em processos formativos no campo da Educação
Ambiental, educação popular e da mobilização social, compartilhando suas
observações, visões e interpretações, da mesma forma que planejam, implementam e
avaliam processos de formação de educadores ambientais (BRASIL, 2006, p. 14)
        O Coletivo Educador Piracicauá iniciou suas atividades em setembro de 2006
e, inicialmente foi constituído por pessoas e instituições que atuavam na bacia do
Ribeirão Piracicamirim, abrangendo um território com 93.000 habitantes e tendo um




                                                                                    2
grupo articulado há mais de cinco anos, por meio de iniciativas do Projeto
Pisca/ESALQ - USP.
         Em 2007, na retomada de suas atividades, sentiu a necessidade de ampliar seu
território de atuação, devido às sugestões do DEA/MMA e da abrangência das ações de
seus parceiros em outras áreas do município. Com a ampliação do território, a área
passou a abranger 35 sub e micro bacias do município de Piracicaba e cerca de 400.000
habitantes.
         O objetivo principal do Coletivo é ampliar e efetivar ações educadoras
conjuntas, que possibilitem sinergia de recursos e competências pessoais e
institucionais, voltadas para a sustentabilidade socioambiental das bacias do município
de Piracicaba.
         Piracicauá vem de Pirá Sykauá, nome dado pelos primeiros habitantes de
Piracicaba - os índios de raízes paiaguás que viveram às margens do rio, próximo ao
salto do Rio Piracicaba e significa em tupi “lugar que, por acidente natural no leito dos
rios (salto), impede a passagem dos peixes, favorecendo a pesca” (Dicionário Online de
Palavras, 2011) e, consequentemente, o estabelecimento da tribo. Dessa forma, o nome
escolhido deve-se ao fato do rio Piracicaba estar localizado na região central da cidade.
Através dele muitas atividades se formaram e se transformaram e, como o Coletivo
representa educadores que atuam nesta bacia, acredita-se que, assim como a força que o
rio exerce na vida dos piracicabanos, também o Coletivo possa atuar potencializando
seus atores para transformar ideias em ações.
         Algumas de suas instituições participantes são:
   •   Laboratório de Educação e Política Ambiental/OCA – ESALQ/USP;
   •   Imaflora;
   •   Iandé Educação e Sustentabilidade;
   •   USP RECICLA - ESALQ/USP;
   •   Instituto Terra Mater/Ponto de Cultura Educomunicamos;
   •   Núcleo de Educação Ambiental – NEA/Secretaria Municipal de Defesa do Meio
       Ambiente de Piracicaba;
   •   Centro Rural de Educação Ambiental “Dr. Kok” - Secretaria Municipal de
       Educação de Piracicaba.


         Abaixo são listadas algumas iniciativas com as quais o Coletivo Educador
Piracicauá esteve envolvido:

                                                                                       3
•     Apoio na elaboração das cartilhas: Série Meio Ambiente: Cuidando, ele fica
         inteiro (Temas Resíduos, Água e Solos); De olho na Bacia – Projeto
         Pisca/ESALQ-USP e Repensando os processos de EA no Ensino Básico – USP
         Recicla/Projeto Ponte/DE Piracicaba e NEA-SEDEMA;
   •     Apoio na realização dos cursos: Repensando os processos de EA no Ensino
         Básico (2009/10); EA e Resíduos Sólidos – Formação de Professores no Ensino
         Fundamental e Médio (2008);
   •     Apoio na realização do Fórum de Gestão de Resíduos de Piracicaba -
         2010/2011;
   •     Realização da I, II e III Simapira – Semana Integrada de Meio Ambiente de
         Piracicaba, nos anos de 2009, 2010 e 2011.


          Informações mais detalhadas sobre o histórico e sobre a atuação do CE
Piracicauá podem ser encontrados no Anexo 1.


O Projeto Político Pedagógico

          O Projeto Político Pedagógico é um instrumento no qual são explicitados os
objetivos formativos, a forma de organização do trabalho, os procedimentos e meios
educacionais até sua operacionalização que um grupo utiliza. Inseridas dentro dele, duas
dimensões – política e pedagógica são indissociáveis: é político, na medida do
compromisso com a transformação da realidade para a qual foi construído e é
pedagógico, pois possibilita a efetivação da intencionalidade e propósitos da ação
educadora.
          Bem mais do que um documento, este Projeto Político Pedagógico é fruto de
muitos diálogos, instrumento de construção viva, permanente e continuada, que reflete
criticamente a realidade, buscando reforçar, organizar e coordenar o fazer educador do
Coletivo. Essa construção participativa é uma característica fundamental deste processo,
mas, antes de tudo, um princípio político de extrema importância (BRASIL, 2006,
p.27).
          O Projeto Político Pedagógico (PPP) do Coletivo Educador Piracicauá é
constituído de três marcos - Conceitual, Situacional e Operacional -, que abaixo serão
explicitados.



                                                                                      4
2.   O MARCO CONCEITUAL

                         Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo,
                         inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre
                         gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que não
                         mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo
                         me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei
                         que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida.
                         Que o meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja
                         responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História
                         em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de
                         possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na
                         problematização do futuro e recuse a sua inexorabilidade (FREIRE, 1997,
                         p.58).

         Segundo o Programa Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais
(BRASIL, 2006) o marco conceitual do projeto político pedagógico deve conter a
idealização, o sonho de futuro, os princípios e valores, a ética, a concepção de sociedade
e de ser humano partilhada pelo grupo. Ele é o elemento menos dinâmico do PPP, por
isso deve ser construído com a máxima profundidade e reflexão possível e as
proposições feitas devem ser significadas e apropriadas pelo grupo.
         O Coletivo Educador se constrói cotidianamente por meio do diálogo,
buscando formas de atuação e caminhos que contribuam para o enfrentamento das
mudanças socioambientais, locais e globais. Nesse sentido, os valores são os
fundamentos contidos nos princípios conceituais que propiciam a busca de resposta às
angústias em relação à base em que está constituída nossa sociedade e também auxiliam
na construção de sociedades sustentáveis.
         Os princípios conceituais do Coletivo do Coletivo Educador Piracicauá podem
ser consultados no Quadro 1.

Tabela1. Os princípios conceituais do Coletivo Educador Piracicauá

         VALORES                               CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
                              Estabelecer propostas de sociedades baseadas em princípios igualitários,
                              cooperativos e sustentáveis, que almejem o desenvolvimento humano
                              integral. Nessa concepção, a construção do presente e do futuro é
                              baseada no cuidado nas relações entre as pessoas, com a natureza e com
   Sociedades Sustentáveis    o lugar em que se vive, dentro de um clima de liberdade e respeito às
                              diferenças. Nós nos colocamos à frente do debate sobre a crise ambiental
                              global na busca por uma nova forma de ser e estar no mundo. Queremos
                              a re-significação da vida e das relações socioambientais, não meramente
                              a transformação do desenvolvimento para algo mais sustentável.
                              Quando se fala sobre participação estão em pauta distintas concepções
                              de sociedade, de cidadania, de ética e justiça. Não há participação sem
                              subjetividade e o desejo de participar não vem de fora, mas é uma
         Participação
                              necessidade do sujeito, por uma vontade de ser feliz e livre. “Participar
                              para não ser governado, para viver em alegria de não ser comandado e
                              para evitar que o desejo de não ser governado de uns transforme-se em


                                                                                                     5
VALORES                           CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
                   desejo de governar e o poder se personalize” (SAWAIA, 2001). Todos
                   somos educadoras(es) e educandos, tomadoras(es) de decisão e agentes
                   de mudanças socioambientais buscando transcender as relações de
                   dominação da sociedade. A pedagogia de Paulo Freire e o poder do
                   diálogo como forma de transformação social fundamentam uma
                   concepção de participação, na qual a condição primária para o processo
                   democrático ser efetivo, é o respeito aos distintos pontos de vista e
                   peculiaridades locais. A participação popular é o caminho que define as
                   políticas públicas, ou seja, o processo de pactuação coletiva sobre e para
                   o “bem comum” e, para isso, é preciso o envolvimento de todos ao
                   longo do processo.
                   A educação como prática de liberdade, dialógica e transformadora, exige
                   a apropriação do conhecimento e se dá pela ação/reflexão e pelo
                   engajamento individual e coletivo, rumo à mudança desejada. Esse
                   processo de construção crítica do mundo exige a passagem da
                   “consciência     ingênua”,      simplista,   superficial,   massificadora,
                   preconceituosa, à “consciência crítica”, inquieta, democrática,
                   indagadora. Para Paulo Freire é a conscientização que possibilita aos
                   educadores e aos educandos inserirem-se na história, superando o
                   conhecimento imediato da realidade em busca de sua compreensão. O
                   pensar crítico sobre a forma de estar no mundo pensando a própria
                   condição de existir, por meio do qual os sujeitos saem de sua imersão e
                   se descobrem em “situação” possibilita a inserção na realidade
                   desvelada. Para uma ação pautada no aprender fazendo, é necessário um
                   constante olhar crítico sobre ela, compreendendo-a como um processo
Ação, Reflexão e   profundo de transformação social, em que a Educação Ambiental atue
 Complexidade      na raiz dos problemas socioambientais e trabalhe com a complexidade
                   das questões. Criticamos a superficialidade dos processos educadores
                   que abordam apenas o campo cognitivo, o ensino de conteúdos.
                   Buscamos re-conceituar as relações entre as pessoas, seus valores, sua
                   história e seu modo de ser/estar no mundo. Buscamos compreender e
                   trabalhar a realidade de forma complexa, observando todas suas
                   variáveis e não fragmentando o conhecimento. Não é somente a soma
                   das atitudes individuais que transforma a sociedade, mas essa depende
                   de um esforço coletivo e estruturado de todos os atores sociais em
                   comum acordo. Criticamos a forma de “domesticar” os comportamentos,
                   mas enxergamos a necessidade de se trabalhar diversas esferas do ser
                   humano para que o processo educador seja eficiente, duradouro e almeje
                   uma vida melhor para todos.



                   Para Paulo Freire (1987), “(...) para que haja comunicação eficiente
                   entre eles (o educador e o povo), é preciso que o educador e político
                   sejam capazes de conhecer as condições estruturais em que o pensar e
                   a linguagem do povo se constituem”. Para que um processo educador
                   seja condizente com a real necessidade do público trabalhado, é
                   necessário se partir de uma situação contextualizada, aproximando-se ao
                   máximo da realidade cotidiana desse público e tendo em vista a
   Contexto
                   melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida local. Isso demanda
                   envolvimento e comprometimento do educador, que deverá promover
                   uma reflexão crítica da realidade vivenciada e buscar respostas em
                   direção a essa transformação. Dessa forma, é necessária a abertura ao
                   diálogo e a valorização dos conhecimentos prévios dos participantes do
                   processo. Não há um conhecimento absoluto, ninguém sabe mais que
                   ninguém, o conhecimento é construído em comunhão entre as pessoas.
                   O processo educador deve se estruturar para a constituição de uma
  Identidade/
                   identidade local. É essencial para a Educação Ambiental que as pessoas
 Pertencimento
                   observem e interfiram em seu ambiente, sentindo-se parte responsável e


                                                                                           6
VALORES                           CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
                   pertencente a ele. O sentido da vida das pessoas não está separado do
                   sentido do próprio Planeta. Assim, a Educação Ambiental se pauta pela
                   reconstrução das relações das pessoas consigo mesmas, das relações
                   entre as pessoas e das pessoas com seu meio, forjando-se comunidades
                   de aprendizagem, nas quais a convivência seja harmônica e
                   emancipadora. Nesse sentido, a ação coletiva educadora busca a
                   transformação da realidade local comprometida com a construção de
                   uma sociedade igualitária, justa, sustentável, plural e educadora.
                   A comunicação, desde que esteja comprometida com a transformação
                   social e a emancipação do sujeito, é condição primeira para que se
                   instaure um processo educador. O diálogo é formativo, empoderador e
 Comunicação       possibilita o aprendizado em uma via de mão dupla, em que aquele que
                   fala também escuta e aquele que escuta, fala. Não concordamos com um
                   processo que silencie os atores sociais, a quem não é dada voz para
                   questionar o destino da cidade, bairro ou comunidade.
                   Incentivamos a cooperação como forma de trabalho que se pauta no
                   diálogo e na solidariedade. Não concordamos com o paradigma de
                   competição instaurado no atual modelo de desenvolvimento, em que se
                   luta diariamente para se “vencer” o próximo. Buscamos a comunhão de
                   esforços para a construção de sociedades sustentáveis, em que os
                   interesses sejam colocados à mesa para uma construção conjunta, em
  Cooperação       busca de alternativas viáveis a todos os atores envolvidos. Com o
                   comprometimento dos atores sociais em processos de decisão, as ações
                   se tornam mais perenes no tempo, promovendo o aprimoramento de
                   cada pessoa envolvida. Dessa forma, está colocado o processo educador,
                   com suas dificuldades e conflitos que serão solucionados em grupo,
                   possibilitando uma maior interação entre os atores e aprimorando a
                   relação entre eles.
                   A educação é direito de todos. Criticamos aqueles que defendem uma
                   educação para apenas uma faixa etária, para apenas uma classe social,
                   para apenas um público. A transformação da sociedade precisa do
   Igualdade       envolvimento de todos, em processos decisórios horizontais, que
                   contemplem os interesses das pessoas envolvidas. Todos devem ter igual
                   poder de decisão no que tange ao destino da comunidade, não havendo
                   hierarquia de conhecimentos ou poder.
                   A emergência da capacidade de agir em direção à transformação que
                   queremos, está relacionada à potência de ação, “à passagem da
                   passividade à atividade, da heteronomia passiva à autonomia corporal”
                   (SAWAIA, 2001). A fim de que o conceito de potência de ação seja
                   incorporado às práticas educadoras em EA, é necessário que os sujeitos
Potência de Ação
                   envolvidos compartilhem suas experiências, planejando e construindo,
                   juntos, a transformação que desejam ver realizada. Cada ser é dotado de
                   conhecimentos e de capacidade plena de agir para modificar sua
                   realidade. O papel da educação, nesse contexto, é o de fortalecer e
                   ampliar essa potência de agir em torno da realidade socioambiental.
                   Para a continuidade de um processo educador, o envolvimento das
                   pessoas nas situações que exijam tomadas de decisão é essencial.
                   Envolvimento que se faz com base no diálogo e respeito aos
 Emancipação/
                   conhecimentos prévios que cada pessoa carrega dentro de si. Projetos de
  Autonomia
                   Educação Ambiental que seriamente se debruçam sobre a realidade e
                   buscam sua modificação, estimulam a participação da comunidade e
                   garantem autonomia e liberdade de expressão.
                   Uma ação educadora, quando comprometida com a transformação
                   social, deve observar sempre o alinhamento da prática com os ideais do
                   educador. De nada vale uma ação educadora em que não há o real
   Coerência       comprometimento do educador, em que ele discursa sobre algo que não
                   vivencia, que não acredita. Paulo Freire atesta que “Falar em democracia
                   e silenciar o povo é uma farsa. Falar em humanismo e negar os homens
                   é uma mentira”, assim como “Se não amo o mundo, se não amo a vida,

                                                                                         7
VALORES                             CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ
                           se não amo os homens, não me é possível o diálogo”. A coerência entre
                           o discurso e a prática é fundamental para propiciar envolvimento de
                           corpo e alma e dar credibilidade ao processo que se pretende
                           desenvolver.
                           A educação ambiental é um processo de aprendizagem permanente,
        Continuidade       continuado, articulado e que deve envolver a totalidade dos habitantes
                           de um território.
                           O texto coletivo elaborado pela Oca (2010) aponta “três componentes
                           essenciais, mas que são individualmente incapazes de assegurar a
                           felicidade: o prazer (ou emoções positivas), o engajamento e o
                           significado. O prazer, embora presente, é consequência do engajamento
                           e do significado. O engajamento é o envolvimento em qualquer atividade
                           que traz prazer. Já o significado, o sentimento de pertencimento a algo
                           que faça sentido além do material, eleva a felicidade a um outro
         Felicidade        patamar”. Os processos educadores articulados pelo Coletivo buscam o
                           engajamento crítico, produtor de significados existenciais, capazes de
                           proporcionar o mencionado sentimento de pertença e responsabilidade
                           com a construção de um mundo melhor para todos e para cada pessoa,
                           reforçando a solidariedade sincrônica e diacrônica, ou seja, uma
                           cidadania planetária comprometida a partir do pensar e agir cotidiano,
                           com todos os humanos, não humanos e sistemas naturais, próximos e
                           distantes, no tempo e no espaço.




   3.    O MARCO SITUACIONAL

         O Marco Situacional refere-se ao diagnóstico da realidade socioeducacional
local e deve ser pensado como um ponto de partida para a realização de planos de
trabalho que sejam realizados com o sentido de integração de ações, buscando prever e
antecipar acontecimentos e não apenas com o intuito de remediação de situações-limite.
(BRASIL, 2006).
         O local de atuação do Coletivo Educador Piracicauá compreende todas as
bacias hidrográficas de Piracicaba e os municípios por elas abrangidos: Iracemápolis,
Charqueada, São Pedro, Anhembi, Laranjal Paulista, Tietê, Saltinho e Rio das Pedras
(Figuras 1 e 2).
         A ideia de se trabalhar com as bacias hidrográficas deve-se ao fato de que
qualquer todo e qualquer lugar que seja utilizado no trabalho, na escola, no lazer ou em
outra atividade cotidiana, esteja localizado dentro de uma bacia hidrográfica. Desde
1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos indica que a gestão das águas deve ser
feita por meio das bacias hidrográficas, por serem consideradas como unidades de
planejamento e ação. O conceito de Bacia Hidrográfica, segundo a ONG Terra Mater
(2012) “contribui para a aproximação com a realidade local já que requer, por parte dos
educadores, a escolha de uma bacia localizada no entorno para a realização dos


                                                                                                8
aprofundamentos no tema, análises teóricas e exercícios práticos. (...) Esta vivência com
o território facilita trazer à tona os sentimentos (...) de pertencimento e identidade, a
partir do contato direto, passos fundamentais para o desenvolvimento da potência de
ação”.




 Fonte: IRRIGART(2010)

                  Figura 1 – Área de atuação do Coletivo Educador Piracicauá




 Fonte: IPPLAP (2011)
                             Figura 2. Piracicaba e municípios vizinhos.               9
Piracicaba possui a maior área abrangida nesse território. A seguir é
apresentada uma breve caracterização desse município, incluindo alguns dados sobre
suas zonas urbanas e rurais e suas bacias hidrográficas.


         3.1 O Município de Piracicaba

              3.1.1   Caracterização Geral

         Piracicaba localiza-se no interior do Estado de São Paulo, a 152 km da capital
(Figura 2) e a 76 km de Campinas. O município é sede da Macro e Microrregião
Piracicaba. Está a uma altitude de 554 m, com Latitude 22º42’30”S e Longitude
47º38’01”W. Possui uma área territorial de 1.368,40 Km2, sendo o 19° município do
Estado em extensão, com uma área urbana de 211,06 Km2 (IPPLAP, 2011).




                      Fonte: ESALQ (2011)
                             Figura 3. Localização de Piracicaba.


         A sede do Município de Piracicaba faz parte da Unidade de Gerenciamento de
Recursos Hídricos Piracicaba, Capivari e Jundiaí UGRHI – PCJ. Essas bacias têm uma
área de 15.000 km2, abrangendo 75 municípios (71 paulistas e quatro mineiros) e 5,5
milhões de pessoas, sendo uma das regiões economicamente mais importantes do país
(IMAFLORA, 2010). A Figura 4 mostra a Sub Bacia do Rio Piracicaba com seus
principais afluentes e cidades.




                                                                                    10
Fonte: NEVES (2007)

           Figura 4. Localização do Município de Piracicaba na Bacia do Rio Piracicaba.

         A área urbana de Piracicaba possui grande concentração populacional, assim
como outras cidades brasileiras de porte médio. Nesses municípios os centros urbanos, a
agricultura tecnificada e o setor industrial vêm se expandindo fortemente nos últimos
anos (IMAFLORA, 2010).
         Os dados do Censo de 2010 apontam um crescimento da população na ordem
de 10,9% em relação ao de 2000, tendo aproximadamente 365.000 pessoas (Tabela 1).
Desse total, cerca de 98% vive na área urbana, ocupando em torno de 13% do território
do município. A população rural, por sua vez, é composta por aproximadamente oito
mil pessoas (2%), dividindo uma área que abrange perto de 87% do total. Mulheres
perfazem 51% da população e os homens 49%.


Tabela 1 – Dados demográficos de Piracicaba


                        Densidade      População     População
          População                                                Mulheres    Homens
                       demográfica      Urbana         rural


            364.571        264,77        356.743        7.828       186.226     178.345
              hab.        hab/km2          hab.          hab.         hab.        hab.

         Fonte: IBGE (2010).

         Segundo o Perfil Estatístico 2007 de Piracicaba, o município, em 2005, possuía
cerca de 8.000 estabelecimentos, sendo o maior número deles ligados ao setor comercial
e de serviços. Em 2009, de acordo com IPPLAP (2011), os números absolutos indicam
um aumento em torno de 500 estabelecimentos para os setores de comércio e serviços, e
da ordem de 170 para o setor industrial e da construção civil.


                                                                                          11
Quanto ao número de pessoas envolvidas, em 2005, apenas 31% da população
economicamente ativa tinha carteira assinada e destes, apenas 1% eram vínculos
empregatícios existentes na agropecuária.
         Por sua história passada e atual extremamente vinculada à cultura canavieira,
Piracicaba hoje vive dois grandes extremos. Com os atuais incentivos ao biodiesel, a
cidade vem despontando mais uma vez na sua história como um pólo econômico
crescente, atraindo investimento de vários setores. Por outro lado, as condições de
trabalho dos canaviais continuam sendo periodicamente denunciadas pelo Ministério do
Trabalho, por vezes culminando com a inclusão de grandes grupos do setor na 'lista
suja' do trabalho escravo nos canaviais.


         Segundo Galo, Martins e Peres (2005) o
                        “grande número de famílias vivendo miseravelmente na periferia de
                        Piracicaba indica que o desenvolvimento das últimas décadas não foi
                        suficientemente inclusivo ao ponto de gerar oportunidades de trabalho digno
                        para os mais pobres da população. Criou-se, então, um imenso passivo social
                        que pede a elaboração criativa de políticas de inclusão social, possibilitadas
                        por arranjos institucionais que envolvam os poderes constituídos, o meio
                        acadêmico, o setor privado e a comunidade”.

         Piracicaba, além do processo de urbanização e dos problemas sociais citados,
também apresenta diversos problemas de ordem ambiental, relacionados muitas vezes, à
falta de um planejamento municipal voltado à sua sustentabilidade (BARRETTO et al.,
2006). Apesar de ter 100% de atendimento urbano de água e coletar 98% do esgoto,
Piracicaba trata apenas 34% do mesmo. O resultado desses dados pode ser verificado na
degradação dos corpos d’água do município e região. Segundo CBH-PCJ (2011), o
trecho de poluição mais crítico na bacia do rio Piracicaba está entre o início do
município de Piracicaba e a foz do rio Corumbataí, que fica dentro de sua área urbana.
         Segundo IMAFLORA (2011), Piracicaba coletava de forma seletiva, no mês de
julho de 2011, apenas 1,8% de seus resíduos. Além disso, a coleta abrangia apenas 30%
das residências e existiam problemas significativos na regularidade da coleta. A
disposição de resíduos sólidos no município também é considerada inadequada pelo
CBH-PCJ (2011).
         Barreto (2006) complementa com algumas informações:
                        “O passivo ambiental, quando avaliado pela ausência de cobertura florestal
                        em Áreas de Preservação Permanente (APP), que se estendem ao longo de
                        1.200km de rios, e Reserva Legal (RL) potencial (área com cobertura
                        florestal fora de APP) é de no mínimo 11.000ha. Essa área deveria ser

                                                                                                  12
reflorestada ou recuperada para a adequação ambiental do município em
                        relação ao Código Florestal. A distribuição desse passivo não é uniforme,
                        havendo bacias hidrográficas com estágio de conservação excelente lado a
                        lado com áreas bastante degradadas”.

         Apesar desse cenário, IMAFLORA (2010) aponta que é importante ressaltar o
histórico do Município quanto à mobilização e organização da sociedade civil em torno
de temas socioambientais. Um dos destaques, nesse sentido, foram campanhas
relacionadas aos recursos hídricos, que ocorreram desde as décadas de 60 e 70 e
conseguiram diversos frutos, tal como a criação dos Comitês PCJ e a influência na
estruturação do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos no Estado de São Paulo e no
país, tornando-se uma referência internacional. Outra iniciativa de destaque é o
Piracicaba 2010, que fomentou a construção, atualização e implementação da Agenda
21 do município. Em 2011 ocorreu a 1ª Expoambiental com a participação de diversas
entidades e organizações que atuam em questões socioambientais. Nesse contexto, o
município tem a oportunidade de caminhar para um modelo de desenvolvimento que
tenha como eixo central a sustentabilidade, principalmente em seu planejamento
territorial e nas políticas públicas a serem criadas e implementadas.

              3.1.2   Área urbana

         A área urbana de Piracicaba é dividida, pela Prefeitura do Município, em cinco
regiões: Norte, Centro, Sul, Leste e Oeste, cujos limites são apontados em verde na
Figura 5.




               Fonte: IPPLAP (2011)

                                  Figura 5. Regiões de Piracicaba


                                                                                              13
Outra divisão existente é a de Abairramentos, que são conglomerados de
bairros e pequenos loteamentos. A Figura 6 mostra o Abairramento Vila Sonia, que se
localiza na zona norte de Piracicaba. Já a Figura 7 mostra alguns dos loteamentos e
bairros situados em seus limites.




                            Fonte: IPPLAP (2011)

                                   Figura 6. Abairramento Vila Sonia




                 Fonte: IPPLAP (2011)

         Figura 7. Bairros e Loteamentos no interior da Vila Sonia na região Norte de Piracicaba.




         Seguindo essa forma de planejamento, abaixo são apresentados alguns dados
sobre cada uma das regiões urbanas, de acordo com IPPLAP (2011): abairramentos,
área total, área ocupada e área livre em 2009, urbanização, população total e densidade
demográfica em 2000. Analisando esses dados, verifica-se que, com exceção do Centro,
as demais regiões possuem de 40 a 60% de suas áreas ainda rurais (Tabela 2).
                                                                                                    14
Tabela 2 – Informações sobre as regiões da zona urbana do Município de Piracicaba

       REGIÕES                     NORTE                         CENTRO                           SUL                          LESTE                          OESTE
                                                                                                                        CECAP, Conceição, Dois
                             Água Santa, Algodoal,                                                                      Córregos, Jardim Abaeté,
                                                           Cidade Jardim, Clube de     Água Branca, Bairro Verde,                                         Castelinho, Glebas
                           Areião, Balbo, Capim Fino,                                                                 Jardim São Francisco, Monte
                                                         Campo, Centro, Cidade Alta,    Campestre, Higienópolis,                                      Califórnia, Jaraguá, Jardim
                            Mário Dedini, Guamium,                                                                          Alegre, Morumbi,
                                                          Nova Piracicaba, Parque da    Jardim Califórnia Jardim                                     Itapuã, Jardim Jupiá, Jardim
 ABAIRRAMENTOS              Jardim Primavera, Santa                                                                     Piracicamirim, Pompéia,
                                                         Rua do Porto, São Dimas,São     Caxambu, Jardim Elite,                                         Planalto, Morato, Novo
                           Rosa, Santa Terezinha, Vale                                                                  Santa Cecília, Santa Rita,
                                                           Judas, Nhô-Quim, Jardim        Monte Líbano, Nova                                         Horizonte, Ondas, Ondinhas,
                            do Sol, Vila Fátima, Vila                                                                    Taquaral, Unileste, Vila
                                                          Monumento, Vila Rezende      América, Paulista, Paulicéia                                     São Jorge, Vila Cristina
                                    Industrial                                                                             Independência, Vila
                                                                                                                          Monteiro, Agronomia

    ÁREA TOTAL                     5.031,77 há                   1.262,14 ha                   2.443,02 ha                    5.502,82 ha                    2.372,95 ha


  ÁREA OCUPADA
                                   2.734,54 há                   1.249,29 ha                   1.466,88 ha                    3.105,91 ha                    1.036,49 ha
       2009


     ÁREA LIVRE
                                   2.297,34 há                     12,85 ha                     976,14 ha                     2.396.91 ha                    1.336,46 ha
        2009


   URBANIZAÇÃO                       54,40%                        99,00%                        60,00%                         56,40%                         43,70%


    POPULAÇÃO
      TOTAL                        69.276 hab                    63.736 hab                    66.486 hab                     57.796 hab                     50.643 hab
       2000


     DENSIDADE
                                  45,43 hab/há                   51,51 hab/ha                 58,92 hab/ha                   20,02 hab/ha                   55,01 hab/ha
        2000

Fonte: IPPLAP (2011)



                                                                                                                                                                           15
3.1.3    Mapeamento institucional

         A fim de facilitar a busca de informações para o estabelecimento de parcerias
na realização de cursos, projetos, intervenções educadoras e outras iniciativas, elaborou-
se um banco de dados contendo instituições, grupos e entidades existentes em cada uma
das regiões da área urbana de Piracicaba. Esses dados estavam disponíveis na Planta do
Município - Equipamentos Públicos de 2009 (IPPLAP, 2011), da qual foi retirado um
exemplo que pode ser visualizado na Figura 8.




Fonte: IPPLAP (2011)

                Figura 8. Parte da Planta do Município - Equipamentos Públicos (2009)

         O banco de dados foi produzido na forma de planilha, podendo ser
constantemente atualizado com          novas categorias de análise e dados sobre as
instituições e suas atuações. Os tipos de instituições existentes no mapa citado e no
banco de dados podem ser visualizados no Quadro 2.




                                                                                        16
Quadro 2. Tipos de Instituições que constam na Planta do Município - Equipamentos Públicos (2009)
           SIGLA             NOME
           ARVERDE           Área Verde Não Edificada
           CASE              Centro de Atendimento Sócio Educativo
           CCOMU PR          Centro Comunitário em Prédio Privado
           CCOMU PU          Centro Comunitário em Prédio Público Municipal
           CCULT             Centros Culturais
           CEFET             Centro de Formação Técnica
           CLVINC            Classe Vinculada (salas cedidas em outras unidades)
           COOP              Cooperativas
           CRAS              Centro Regional de Assistência Social
           CSOCIAL PU        Centro Social em Prédio Público Municipal
           CSUP              Curso Superior
           EE                Escola Estadual
           EEE               Escola de Educação Especial
           EMEF              Escola Municipal de Ensino Fundamental
           EMEI              Escola Municipal de Ensino Infantil
           EMEIF             Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental
           EPEF              Escolas Particulares Ensino Fundamental
           EPEI              Escolas Particulares Ensino Infantil
           EPEIF             Escolas Particulares Ensino Infantil e Fundamental
           EQAPAMB           Equipamentos de Apoio Ambiental
           EQAPURB           Equipamentos de Apoio Urbanístico
           EQEAPB            Equipamentos de Educação Ambiental - Setor Público
           EQEAPR            Equipamentos de Educação Ambiental - Setor Privado
           EQEATS            Equipamentos de Educação Ambiental - Terceiro Setor
           EQSAU             Equipamentos de Saúde
           EQSOC             Equipamentos Sociais
           ETEC              Escola Técnicas Dr. Paula Souza
           FATEC             Faculdade Tecnológica
           GE                Grupo de Escoteiros
           ONG/ASS           Organizações Não Governamentais
           SEDEMA            Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente
           SEMA              Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento
           SEMAD             Secretaria Municipal de Administração
           SEMUTTRAN         Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes
           SIST-S            Sistema S (SESC / SESI / SENAI / SEST-SENAT / SENAC)
           SLAZAPP           Sistemas de Lazer em APP
           SLAZIMP           Sistema de Lazer Implantado
           SME               Secretaria Municipal de Educação
           SMS               Secretaria Municipal de Saúde
           UNIV              Universidades
           VJAO              Varejões Municipais


          As categorias que hoje existem no Banco de Dados são: Região , Nº no Mapa,
Categoria, Tipo de Instituição, Nome, Abairramento, Bairro, Loteamento, Ponto de
Referência, Microbacia (Córregos) e Sub Bacia (Ribeirões).
          Por exemplo: quando se faz uma pesquisa a partir da categoria Educacional na
Região Norte, tem-se o seguinte resultado: nove Escolas Estaduais, oito Escolas

                                                                                                    17
Municipais de Ensino Fundamental e duas Escolas Municipais de Ensino Infantil
(Tabela 3). A partir do número de registro no Banco de Dados, podemos localizar a
instituição no Mapa citado.


Tabela 3. Exemplo de pesquisa no banco de dados de instituições, por categoria educacional
                Nº
   Região                 Categoria      Tipo               Nome                     Bairro
               Mapa
    Norte       21       Educacional        EE   Hélio Penteado de Castro      Parque Piracicaba
                                                 Maria de Lourdes
    Norte       40       Educacional        EE   Consentino                    Vila Sônia
    Norte       13       Educacional        EE   Catharina Casale Padovani     Santa Terezinha
    Norte       37       Educacional        EE   Luiz Gonzaga                  Vila Industrial
    Norte       54       Educacional        EE   Bairro Mário Dedini           Altos do Piracicaba
                                                 Dom Aniger Francisco M.
    Norte        6       Educacional      EE     Melilo                        Bosques do Lenheiro
    Norte       55       Educacional      EE     Loteamento Jd. Gilda          Jardim Gilda
    Norte       27       Educacional      EE     Dr. João Chiarini             Vila Fátima
    Norte       41       Educacional      EE     Com. Mário Dedini             Algodoal
    Norte       64       Educacional     EMEF    Taufic Dumit                  Vila Sônia
    Norte       62       Educacional     EMEF    José Antonio de Souza         Vila Sônia
    Norte       60       Educacional     EMEF    João Batista Nogueira         Santa Terezinha
    Norte       61       Educacional     EMEF    João Otávio Mello Ferraciú    IAA
    Norte       63       Educacional     EMEF    José de Pousa Toledo          Bosques do Lenheiro
    Norte       78       Educacional     EMEF    Antonia Benedita Eugênio      Jardim Gilda
    Norte       59       Educacional     EMEF    Benedito de Andrade           Mário Dedini
    Norte       58       Educacional     EMEF    Alberto Thomazi               Guamium
    Norte       79       Educacional     EMEI    Antonio Boldrim               Vila Sônia
    Norte       119      Educacional     EMEI    Vila Sônia / Jd. São Luis     Vila Sônia



            Outro exemplo de pesquisa aponta que na Região Norte existe quatro Centros
de Referência em Assistência Social (Tabela 4).


Tabela 4. Exemplo de pesquisa no banco de dados de instituições, por categoria educacional
          Região      Nº Mapa   Categoria    Tipo           Nome                Bairro
          Norte          1       Social      CRAS     Mário Dedini        Mário Dedini
          Norte          3       Social      CRAS     Parque Piracicaba   Parque Piracicaba
          Norte          7       Social      CRAS     Vila Sônia          Vila Sônia
          Norte          8       Social      CRAS     Parque Orlanda      Parque Orlanda II


            Esse tipo de pesquisa auxilia o mapeamento e o contato com as instituições de
interesse em cada região. Vale ressaltar que a complementação de categorias, dados e
atualização dos mesmos deve ser constante.




                                                                                                     18
3.1.4    Descrição das bacias hidrográficas do Município de Piracicaba

         A Figura 9 traz a área urbana do Município de Piracicaba e as bacias
hidrográficas que estão situadas em seus limites de forma parcial ou total. Algumas
delas estão totalmente inseridas no município de Piracicaba. Outras têm seu território
localizado sobre a área de mais de um município.




Fonte: IPPLAP (2011)

    Figura 9. Área Urbana - Mapa da Malha Viária do Município de Piracicaba com as SubBacias



         Segundo o Plano Municipal de Recursos Hídricos do Município de Piracicaba
(SEMAE, 2011), diversas bacias presentes na área urbana são consideradas como as
mais críticas dentro da área do município. As consideradas como menos críticas, com
exceção da Bacia dos Ribeirões Cachoeira e Paramirim, encontram-se localizadas na
área rural, na porção oeste do município (Figura 10).




                                                                                         19
Fonte: SEMAE (2010)

      Figura 10. Localização espacial das bacias hidrográficas mais críticas e das menos críticas do
                                     município de Piracicaba.

           Informações mais detalhadas sobre a caracterização das bacias do município
podem ser encontradas no Anexo 2.


           3.2 Municípios Vizinhos

           No território do CE Piracicauá, municípios do entorno de Piracicaba são
abrangidos pelos territórios de algumas das bacias hidrográficas existentes em seus
limites. Na Tabela 6 são apresentados alguns dados desses municípios quanto à sua
área, população, densidade demográfica, população urbana e rural, bioma e número de
escolas.
           Dados sobre esses mesmos municípios quanto às suas regiões administrativas e
de governo, seguidos de informações sobre Microrregiões Geográficas, Escritórios de
Desenvolvimento Rural – EDR, Diretorias de Ensino – DE, Direções Regionais de
Saúde – DIR e Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos – UGRHI, podem
ser visualizados na Tabela 7. Esses dados são úteis na medida em que se queira
aumentar ou diminuir a abrangência do território de atuação. Informações mais
completas podem ser consultadas no Anexo 3.


                                                                                                       20
Tabela 6. Caracterização dos municípios abrangidos pelas Bacias Hidrográficas do Município de
Piracicaba
                                             Dens.           Pop        Pop.
                     Pop.     Área
 Município                                  Demog.         urbana      rural        Bioma                 Escolas
                    (hab.)    (km²)
                                           (hab/km2)        (hab.)     (hab.)
                                                                                   Cerrado e
                                                                                                      Médio: 3;
  Anhembi           5.653    736,51          7,68          4.271       1.382         Mata
                                                                                                      Fundamental: 4
                                                                                   Atlântica
                                                                                   Cerrado e          Médio: 2;
Charqueada          15.085   175,84          85,79         13.686      1.399         Mata             Fundamental: 6;
                                                                                   Atlântica          Pré-escolar: 1
                                                                                   Cerrado e          Médio: 3;
Iracemapólis        20.029   115,12         173,99         19.616       413          Mata             Fundamental: 8;
                                                                                   Atlântica          Pré-escolar: 8
                                                                                                      Médio: 4;
  Laranjal                                                                          Mata
                    25.251   384,00          65,75         22.612      2.639                          Fundamental: 11;
  Paulista                                                                         Atlântica
                                                                                                      Pré-escolar: 9
                                                                                   Cerrado e          Médio: 4;
   Rio das
                    29.501   226,66         130,16         28.562       939          Mata             Fundamental: 13,
   Pedras
                                                                                   Atlântica          Pré-escolar: 10
                                                                                   Cerrado e          Médio: 1;
  Saltinho          7.059     99,74          70,77         5.891       1.168         Mata             Fundamental: 5;
                                                                                   Atlântica          Pré-escolar: 3
                                                                                                      Médio: 5;
 São Pedro          31.662   611,00          51,82         26.607      5.055        Cerrado           Fundamental: 19;
                                                                                                      Pré_esolcar: 12
                                                                                                      Médio: 8;
                                                                                    Mata
    Tietê           36.835   405,00          91,00         33.489      3.346                          Fundamental: 24;
                                                                                   Atlântica
                                                                                                      Pré-escola: 11
Fonte: IBGE, 2010

Tabela 7. Municípios do entorno segundo suas regiões administrativas e de Governo.
       Regiões
                                             Escritórios de                                              Unidades de Gerenciamento
  Administrativas,   Microrregião                            Diretorias de      Direções Regionais
                                            Desenvolvimento                                               dos Recursos Hídricos –
Regiões de Governo e  Geográfica                            Ensino – DE (1)     de Saúde – DIR (2)
                                            Rural – EDR (3)                                                       UGRHI
     Municípios
RA DE SOROCABA Sede: Sorocaba
RG de Botucatu
                                                                                                        UGRHI 10 - Sorocaba/Médio
1. Anhembi              (023) Botucatu      EDR Botucatu      DE Botucatu       DIR 11 - Botucatu       Tietê
                                                                                                        UGRHI 10 - Sorocaba/Médio
7. Laranjal Paulista    (043) Tatuí         EDR Botucatu      DE Botucatu       DIR 11 - Botucatu       Tietê
RG de Sorocaba
                                                                                                        UGRHI 10 - Sorocaba/Médio
17. Tietê         (028) Piracicaba          EDR Piracicaba    DE Itu            DIR 15 - Piracicaba     Tietê
RA DE CAMPINAS Sede: Campinas
RG de Limeira
                                                                                                        UGRHI 05 - Piracicaba,
4. Iracemápolis         (027) Limeira       EDR Limeira       DE Limeira        DIR 15 - Piracicaba     Capivari e Jundiaí
RG de Piracicaba
                                                                                                        UGRHI 05 - Piracicaba,
3. Charqueada           (028) Piracicaba    EDR Piracicaba    DE Piracicaba     DIR 15 - Piracicaba     Capivari e Jundiaí
                                                                                                        UGRHI 05 - Piracicaba,
6. Piracicaba           (028) Piracicaba    EDR Piracicaba    DE Piracicaba     DIR 15 - Piracicaba     Capivari e Jundiaí
                                                                                                        UGRHI 05 - Piracicaba,
8. Rio das Pedras       (028) Piracicaba    EDR Piracicaba    DE Capivari       DIR 15 - Piracicaba     Capivari e Jundiaí
                                                                                                        UGRHI 05 - Piracicaba,
9. Saltinho             (028) Piracicaba    EDR Piracicaba    DE Piracicaba     DIR 15 - Piracicaba     Capivari e Jundiaí
                                                                                                        UGRHI 05 - Piracicaba,
11. São Pedro           (028) Piracicaba    EDR Piracicaba    DE Piracicaba     DIR 15 - Piracicaba     Capivari e Jundiaí
Fonte: Fundação SEADE, 2003


                                                                                                                       21
4. O MARCO OPERACIONAL


         De acordo com o Profea (2006), “o Marco Operacional deve ser o
planejamento objetivo das estratégias e ações a serem desenvolvidas, decorrendo de
uma análise que contempla o Marco Situacional e o Conceitual ao mesmo tempo”.
Dessa forma, descreve, principalmente, a gestão do Coletivo Educador Piracicauá, ou
seja, como é sua dinâmica de existência, de representação e de trabalho.


         4.1 Etapas de Atuação

         Devido ao tamanho da área e visando viabilizar a atuação na totalidade do
território escolhido, elencamos as seguintes etapas de trabalho:

•   Etapa 1 – Atuação nas bacias hidrográficas localizadas prioritariamente na área
    urbana e que estão totalmente inseridas no município de Piracicaba;
•   Etapa 2 – Atuação nas bacias rurais totalmente inseridas no município;
•   Etapa 3 – Atuação nas bacias urbanas e rurais que tenham parte de sua área em
    municípios vizinhos.

         4.2 Gestão

         Relembrando que o coletivo é formado por pessoas e instituições que atuam no
campo da educação ambiental no território das bacias hidrográficas de Piracicaba e
municípios    abrangidos,   apresentamos    aqui   sua dinâmica de organização      e
funcionamento.
         Os membros do coletivo atuam, interagem e se comunicam através de algumas
instâncias:


    • Grupo de e-mails: O grupo de diálogo por e-mail é uma das formas de interação
      e decisão do Coletivo Piracicauá. Nesse espaço são comunicados eventos,
      chamadas e organizadas reuniões, montados grupos de trabalho para fins
      específicos, repassados atas e relatos de reuniões e trabalhos realizados, entre
      outros. O e-mail do grupo é piracicaua@yahoogrupos.com.br

    • Reuniões: São realizadas periodicamente de acordo com as demandas, em que
      são abordados trabalhos mais específicos como elaboração de projetos, revisão


                                                                                   22
do PPP, organização de eventos e cursos, entre outros. São comunicadas pelo
   grupo e-mails.

• Animador semestral: A cada semestre é escolhido, dentre os membros
  participantes, um ou mais animadores do grupo, responsáveis pelas reuniões,
  suas organização e relato compartilhado.

• Representante legal: É uma figura jurídica solicitada pelo MMA na formação
  dos Coletivos em 2006. O Coletivo Piracicauá já teve por representantes legais
  as instituições: Projeto Bacias Irmãs, Centro Acadêmico Luiz de Queiroz,
  Instituto Ambiente em Foco. Hoje o Coletivo entende que diversos podem ser
  seus representantes legais, dependendo do objetivo. Atualmente pleiteia da ONG
  Terra Mater que seja o seu representante legal perante o MMA. Mas para cada
  projeto enviado, o representante poderá ser alguma instituição membro ou
  alguma outra que queira ser parceira naquela ação específica.

• Representação em nome do Coletivo: Os membros, além de representarem
  suas próprias instituições em eventos ou ações específicas, deverão citar o nome
  do Coletivo, quando cabível. Representantes de instituições devem assinar um
  termo de compromisso que indica e formaliza a participação das pessoas em
  suas horas de trabalho, com a instituição respaldando essa participação e os seus
  desdobramentos.

• Assinaturas de manifestos e participações do Coletivo: Petições, abaixo-
  assinados, campanhas, dentre outros, serão assinadas por pessoas e instituições
  filiadas ao Coletivo e não pelo Coletivo em si, para não comprometer outras
  instituições membros.

• Comunicação: Grupo de e-mail, telefonemas, cartas, visitas, encontros, site,
  espaço de formação, animação com experiências exitosas, conhecimento das
  diferentes instituições (reuniões rotativas), grupos de trabalho.


• Base, núcleos de atuação e pontos de capilaridade: O Coletivo tem uma base
  de referência para guardar os seus materiais históricos e de utilização coletiva.
  Ela é um pequeno espaço cedido por uma das instituições participantes. As suas
  reuniões também são realizadas em salas cedidas pelas instituições participantes
  ou parceiras. Os seus núcleos de atuação funcionam sediados nas instituições
  participantes e são definidos em comum acordo entre os que estão envolvidos na
  construção partilhada de uma determinada ação ou projeto. Os Pontos de
  Capilaridade foram pensados em instituições parceiras que instalam algumas
  estruturas educadoras como espaços demonstrativos. Para a indicação da
  localização desses espaços será necessário ter algumas informações disponíveis
  sobre as instituições interessadas e que estejam localizadas nas bacias
  envolvidas em cada etapa de trabalho.

• Representação em eventos: É importante consultar com antecedência o grupo
  manifestando a intenção de representar o Coletivo em determinado evento. Caso
  seja aceito, deve-se levar o “kit coletivo”: o PPP, a apresentação audiovisual, o
  folder e o caderno conceitual. Essas informações com as ações, histórico do

                                                                                23
grupo e chamado à formação da rede, facilitam a apresentação sobre o trabalho
       realizado. Também é necessário que esse representante, em momento posterior,
       faça o repasse ao grupo da memória do encontro e dos encaminhamentos
       definidos.


           4.3 Diretrizes

           O CE Piracicauá dialoga com os princípios e com as diretrizes e objetivos
previstos na Política e no Programa Nacional de Educação Ambiental e nas Políticas de
EA definidas na legislação do Estado de São Paulo e de Piracicaba. Nesse diálogo
inspira e fundamenta as seguintes diretrizes que se complementam e articulam entre si:


           a) Articulação para a construção de uma agenda comum
           Por meio da atuação com instituições parceiras, dentre as quais se destacam:
           - CBH-PCJ - Câmara Técnica de Educação Ambiental
           - Comdema
           - Piracicaba Sustentável
           - Agenda 21 Municipal (Pira 21)
           - Conselho da Cidade
           - Fóruns de resíduos e de mobilidade
           - Criação de novo espaços


           A ideia é que dessa agenda comum possa ser elaborado o ANIMAPIRA – o
Ano Integrado de Meio Ambiente de Piracicaba, inspirado nas Semanas Ambientais
(SIMAPIRAS) realizadas, mas que tenham sua programação agendada e elaborada de
forma integrada. Outro formato possível para o ANIMAPIRA é o modelo existente da
Cartilha DE OLHO NA BACIA, elaborada pelo Projeto Pisca, que indica alguns temas
para iniciar uma árvore dos sonhos para o território em questão: Economia Local e
Consumo Responsável; Mobilidade Sustentável; Água; Biodiversidade; Política e
governança; Educação para a Sustentabilidade. Para cada tema são relacionados quatro
tópicos:
   • O sonho – que é a enunciação de um sonho dentro do tema para o território em
       análise;
   • O caminho a percorrer – o que deve ser considerado para se alcançar o sonho;



                                                                                          24
• Evidências de que o sonho é possível - exemplos de iniciativas bem sucedidas
       que acontecem no Brasil e no mundo cuja fonte principal é a Plataforma Cidades
       Sustentáveis;
   • Na Bacia – iniciativas e experiências bem sucedidas no território em análise.

         b) Fortalecimento de iniciativas e projetos em andamento no território
         Como já citado no marco situacional, hoje existem diversas pessoas e
instituições nas bacias urbanas de Piracicaba que trabalham com educação ambiental.
Nesse sentido, o Coletivo Educador pretende contribuir com a costura dos nós dessa
rede, por meio principalmente do compartilhamento de conhecimentos e habilidades
(Cardápio de Aprendizagem) e do estímulo ao fortalecimento de espaços e processos
educadores para a sustentabilidade. Incluem-se aí calendário e divulgação unificados,
temas comuns definidos semestralmente, fóruns, mutirões, eventos, recursos,
equipamentos, espaços e estrutura, visitas às instituições para a articulação, reuniões
periódicas do Coletivo e participação em atividades. O CE Piracicauá se propõe a
fortalecer iniciativas no território de duas maneiras:

       - Apoio: Quando a participação é pontual – a partir de um convite dos
       proponentes dos eventos, com a finalidade de fortalecer as atividades por meio
       da participação do CE.

       - Realização/ Parceria: Quando a participação é continuada - a exemplo da
       participação atual na construção e implantação das seguintes frentes de atuação:
       Política Municipal de Educação Ambiental (PMEA), Fórum de Resíduos,
       Câmara Técnica de EA do PCJ, Ponto de Cultura Educomunicamos, Material do
       Pisca “De Olho na Bacia”, AnimaPira e Simapira, Piracicaba Sustentável,
       Condema, pretende-se manter e fortalecer as parcerias existentes e criar novas
       para expandir esses ideais.

         c) Formação de Educadores Ambientais

         Em coerência com as orientações do ProNEA, que estabelece como linha de
ação a formação de educadores ambientais, o Coletivo Educador Piracicauá construiu a
proposta do “Curso de Formação de Educadores Ambientais: construindo caminhos
para a sustentabilidade socioambiental”. Esse Curso objetiva contribuir para uma
Educação Ambiental (EA) permanente, continuada e articulada, junto à totalidade dos
habitantes das bacias hidrográficas do município de Piracicaba, por meio do estímulo e
apoio à construção de conhecimentos teóricos e práticos de EA.


                                                                                     25
A idéia é viabilizar que outros grupos da cidade possam ter acesso às
tecnologias simplificadas, trazendo impactos efetivos em seu cotidiano, estimulando a
reflexão sobre o que essas ações, ideias e iniciativas significam, no que implicam e a
serviço de quem e de que são propostas. Além disso, objetiva-se que o Curso propicie
uma formação permanente e continuada de educadores ambientais, que possam ter
autonomia e apoio para a formação de novos educadores, implicando diretamente na
transformação da realidade dos participantes.
        O Curso é constituído por seis módulos, sendo o primeiro denominado de
“Módulo Básico” e os cinco restantes denominados de “Módulos Temáticos”.               O
Módulo Básico tem 40 h de duração e os Módulos Temáticos 60 h, a serem realizados
nas cinco regiões urbanas do Município de Piracicaba - leste, oeste, norte, sul e centro,
visando introduzir os participantes no campo da EA e incentivá-los a desenvolver
propostas de intervenção local. Os módulos temáticos são constituídos por um rol de
oficinas distribuídas nos seguintes temas: técnicas participativas de trabalho em
grupo/redes; práticas sustentáveis; políticas públicas e planejamento; segurança
alimentar; economia solidária; cultura, saúde e meio ambiente. Cada módulo
disponibilizará de 30 a 40 vagas por região da cidade, contemplando um mínimo de 300
lideranças do município.
        A capilaridade da metodologia será atingida por meio da construção de
intervenção educadora ambiental pelos participantes, em cada um dos módulos, com
estímulo à mobilização de dez pessoas por intervenção, chegando a um número de três
mil pessoas envolvidas indiretamente. A construção de “centros demonstrativos ou
centros de referência” de sustentabilidade, por meio da ação solidária, será estimulada e
apoiada, com vistas à transformação da realidade socioambiental de cada região urbana.
Como subsídio e apoio às intervenções propostas serão distribuídas mochilas contendo
materiais de EA.
        A inter-relação entre a educação e a comunicação, ou seja, a educomunicação,
objetivando o conhecimento do uso, dos meios e dos processos de comunicação e
informação, numa perspectiva de prática da cidadania, será utilizada como ferramenta
no desenvolvimento desta proposta de formação, enfatizando a importância de que o
espectador seja também o produtor e veiculador de informações. As propostas existentes
sobre os Cursos de Formação podem ser visualizadas no Anexo 4.


         d) Políticas públicas

                                                                                      26
Reivindicação, apoio, proposição e fortalecimento das políticas públicas no
município, atuando junto a outros setores e movimentos, a exemplo dos Fóruns de
Resíduos, de Mobilidade, da PMEA.

          e) Educomunicação
         Estimular e apoiar a comunicação com perspectiva educadora, junto às
instituições de comunicação e outras, bem como em cursos e atividades educacionais
promovidas pelo Coletivo ou pelas instituições participantes e parceiras.



         4.4 Cardápio de Aprendizagem
         Para o Coletivo Educador Piracicauá educação é alimento da mente e do
espírito humano, ação e reflexão, práxis, transformação e trabalho, compromisso,
diálogo e exigência existencial, pronunciar o mundo para modificá-lo. Nesse contexto é
que foi pensado o “Cardápio de Aprendizagem”, proposta em permanente construção,
apresentando um leque de opções de atividades e oficinas, que vão desde a orientação,
contendo o passo a passo para realização de diferentes atividades, respeitando as
condições e elementos locais disponíveis, passando pela oferta de instituições,
indivíduos, materiais e elementos que colaborem com o desenvolvimento individual,
institucional e local.
         Por meio de uma analogia com um cardápio de restaurante em que se pode
escolher o que mais lhe dá vontade, apetite e “cai melhor” em determinada situação para
saciar a fome, foram sistematizadas as principais instituições, indivíduos e temas
oferecidos no território ou na região, oferecidos por meio de uma lista que pode ser
acessada, visando o enriquecimento e o fortalecimento da ação de educação ambiental
no território abrangido pelo Coletivo Piracicauá. O Cardápio de Aprendizagem difere-se
do convencional cardápio de restaurante, por buscar a cooperação, permitindo que o(a)
educador(a) ambiental, ao mesmo tempo em que acessa itens, também pode oferecê-los,
e assim na práxis e avaliação coletiva busca-se o constante aprimoramento das
atividades ofertadas.
         O Cardápio de Aprendizagem é a base para a continuidade e a autogestão do
processo educador. Cada curso, cada processo formativo tem o seu currículo centrado
na práxis e sua utilização de forma dialógica é estimulada e esperada.




                                                                                    27
O Cardápio do Coletivo, que pode ser consultado no Anexo 5, está distribuído
em seis grandes temas, podendo a ele serem agregados novos temas conforme as ofertas
forem surgindo:

        Temas de Atuação
        1 - Práticas sustentáveis
        2 - Técnicas participativas de trabalhos em grupo e redes;
        3 - Políticas públicas e planejamento
        4 - Segurança alimentar
        5 - Economia solidária
        6 - Interface cultura, saúde e meio ambiente

        Para detalhamento de cada um dos temas, será enviado um cadastro (Anexo 6)
para as instituições envolvidas, mas será necessária uma revisão do mesmo tornando
mais simples o seu preenchimento e a interlocução com os parceiros. Esse modelo é
fundamental para padronizar o formato e o método pedagógico das oficinas, de forma
que possam contribuir, ao final do curso, com a reflexão almejada sobre a relação das
pessoas entre si e com o seu meio. O Cardápio de Aprendizagem será abrigado no site
do Coletivo, apresentando todas as informações e materiais que vem sendo construídos
e, especialmente, dando mais visibilidade às ações realizadas, funcionando como um
banco de dados e, ao mesmo tempo, um divulgador das instituições parceiras e de suas
experiências.

        4.5 Avaliação
        É de fundamental importância que todo e qualquer processo de construção e
produção de conhecimentos em EA, inclua a questão da avaliação, pensada no sentido
de aprimorá-lo e de possibilitar o amadurecimento dos atores envolvidos na ação. Ela
necessita ser planejada partindo-se do que se tem e analisando aonde se quer chegar,
estabelecendo-se coletivamente objetivos, metas e procedimentos avaliativos. As
atividades e ações propostas pelo Coletivo serão avaliadas de forma permanente e
continuada e se necessário, readequadas visando o futuro do Coletivo.
   5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Balanço de Gestão do Departamento de Educação Ambiental do Ministério
do Meio Ambiente, Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação
Ambiental, 2007.

                                                                                  28
______. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA. Brasília: Ministério
do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação,
Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2005.

______. Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental. Programa
Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais: por um Brasil educado e
educando ambientalmente para a sustentabilidade. Brasília: MMA/MEC. 2006. Série
Documentos Técnicos - 8. 52p.
http://www.cdcc.sc.usp.br/CESCAR/Material_Didatico/ProFEA.pdf Acesso em
05/10/2011.

______. Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras (es) Ambientais e Coletivos
Educadores. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria Executiva. Diretoria de
Educação Ambiental. Brasília, 2005. Volumes 1 e 2.

BARRETTO, Alberto G. O. Pereira; SPAROVEK Gerd; GIANNOTTI, Mariana. Atlas
Rural de Piracicaba. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Piracicaba – SP. 2006
CBH-PCJ. Plano de bacias hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2010-
2020 – relatório síntese. São Paulo: Cobrape: Neoband Soluções Gráficas, 2011, 128
p.)

ESALQ. Mapa de Piracicaba. Disponível em: http://www.esalq.usp.br/pg/images/
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FRACTAIS – Coleciona – SP - Boletim dos Coletivos Educadores de São Paulo. Ano 2
nº 02 Maio/2008.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.

______. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997.

GALLO, Z; MARTINS, L.A.de T.P; PERES, M.T.M. Pobreza, meio ambiente e
economia solidária: o caso de Piracicaba. In: Revista FAE, Curitiba, v.8, n.1, p.39-50,
jan./jun. 2005. Disponível em:
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/rev_fae_v8_n1/rev_fae
_v8_n1_04.pdf. Acesso em: 26 de março de 2011.
IBGE (2010). Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/

IMAFLORA. Projeto Piracicaba Sustentável. 10p. Piracicaba, 2010. Imaflora 2011
Coleta Seletiva: É Preciso Avançar. Disponível em:

www.imaflorapiracicaba.blogspot.com/2011/07/coleta-seletiva-e-preciso-avancar.html

IPPLAP.      Piracicaba     e     municípios      vizinhos.    Disponível             em:
http://www.ipplap.com.br/docs/mun_viz.pdf. Acesso em: 31 de março de 2011.



                                                                                          29
IPPLAP. Localização, relevo e extensão territorial de Piracicaba. Disponível em:
http://www.ipplap.com.br/docs/Localizacao%20Relevo%20Extensao%20Territorial.pdf
. Acesso em: 31 de março de 2011.
IPPLAP. Perfil Estatístico 2007 - Piracicaba. Disponível em:
http://www.ipplap.com.br/docs/Perfil%20Estatistico%202007.pdf. Acesso em: 30 de
março de 2011.
LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO E POLÍTICA AMBIENTAL/OCA. Em busca da
sustentabilidade educadora ambientalista. IN: AmbientalMente sustentable. Revista
Científica Galego-Lusófona de Educación Ambiental. Serviço de Publicações
Universidade da Coruña. Centro de Extensão Universitária e Divulgação Ambiental -
CEIDA. Junta de Galícia. Revista Semestral, Ano V, volume I, nº 9-10. janeiro-
dezembro, 2010.

NEVES, Mirna Aparecida Neves; PEREIRA, Sueli Yoshinaga; FOWLER, Harold
Gordon. Impactos do sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos na bacia
do Rio Jundiaí (SP). In: Ambiente & sociedade. vol.10 nº.2 Campinas July/Dec. 2007.

MORIN, Edgar. A Cabeça Bem- Feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000.

______. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, 2000.

SAWAIA, Bader. Participação Social e Subjetividade. In: SORRENTINO, M. (coord.).
Ambientalismo e Participação na Contemporaneidade. São Paulo: EDUC/FAPESP,
2001.

SÃO PAULO/SMA – Relatório de Qualidade Ambiental – Estado de São Paulo.
Disponível em:
http://homologa.ambiente.sp.gov.br/ea/encontro_agua_1106/paraiba_sul/palestras/Sergi
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TASSARA, Eda T.(Org.). Dicionário socioambiental: ideias, definições e conceitos.
São Paulo: FAARTE Editora, 2008.

TERRA MATER (2012) Cartilha De Olho na Bacia.

SEMAE/IRRIGART. Plano Municipal de Gestão dos Recursos Hídricos do município
de Piracicaba/SP. Relatório Geral 2 - em escala 1:50:000 2. Volume 1: Caracterização
ambiental. Junho de 2010.




                                                                                    30
ANEXOS




         31
ANEXO 1 – Histórico do Coletivo

Segue abaixo um breve relato cronológico contextualizado sobre a história do
surgimento do Coletivo Educador Piracicauá.


2º SEMESTRE de 2006:

    • Animador: ainda não existia. A idéia de animador surgiu em 2007.
    • Responsável Legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ-
    ESALQ/USP.
    • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
    Ciências Florestais / ESALQ/USP - OCA.
    • Eventos realizados/apoiados:
       - V Semana do Pisca / I Workshop da Rede de Iniciativas Socioambientais
       da bacia hidrográfica do Ribeirão Piracicamirim:
             Data/Período: Junho/2006
             Nº de participantes: 20
             Objetivos: apresentar os projetos das instituições que atuavam na
             melhoria da qualidade socioambiental da bacia do Ribeirão
             Piracicamirim, visando a maior integração das ações das instituições
             governamentais e não governamentais com trabalhos nessa bacia.
             Resultados: a apresentação das experiências de cada entidade, seguida
             de um espaço para perguntas e troca de experiências, possibilitou que
             os participantes pudessem conhecer a respeito das instituições e suas
             ações no que se relaciona à atuação na bacia.
    • Materiais produzidos: Apresentação de ações de 12 instituições que atuavam
    de formas diferentes e ligadas a distintas realidades da bacia.
    • Outras informações relevantes:
       - Chamada Pública nº 01/2006: “Quando nos reconhecemos como um
      coletivo educador”: por meio da 2ª chamada Pública (setembro/2006) do DEA
      - Departamento de Educação Ambiental do MMA - Ministério do Meio
      Ambiente, que teve como objetivo o mapeamento dos Coletivos Educadores
      para territórios sustentáveis o grupo das 12 instituições, que vinha se
      articulando na bacia do Piracicamirim, percebeu que a proposta de Coletivos
      Educadores contemplava as ideias de articulação para o planejamento e
      execução de ações socioambientais neste território e poderia se tornar um
      potencial Coletivo Educador. A bacia do Ribeirão Piracicamirim engloba
      partes dos municípios de Piracicaba, Rio das Pedras e Saltinho e possui área
      total de 133 km² e uma população estimada em 93.000 habitantes Essa
      percepção configurou-se como o início da elaboração da proposta de formação
      de um Coletivo Educador. Após algumas reuniões realizadas na OCA -
      Laboratório de Educação e Política Ambiental da ESALQ-USP, uma comissão

                                                                                 32
organizou o documento “PROJETO COLETIVO EDUCADOR DA BACIA
      DO RIBEIRÃO PIRACICAMIRIM”, atendendo às solicitações para
      reconhecimento do Coletivo Educador Piracicamirim pelo DEA-MMA. A
      instituição proponente foi Projeto “Bacias Irmãs - Construindo Capacidade na
      Sociedade Civil para a Gestão de Bacias Hidrográficas” (USP – Agência de
      Inovação Tecnológica, PROCAM e ESALQ; York University – FES; Instituto
      Ecoar para a Cidadania; Agência Canadense de Desenvolvimento
      Internacional). Dessa forma, o objetivo geral do Coletivo Educador da Bacia
      do Ribeirão Piracicamirim era de ampliar e efetivar ações conjuntas que
      possibilitassem a sinergia de recursos e competências pessoais e institucionais
      voltadas para a sustentabilidade da Bacia do Ribeirão Piracicamirim. Para
      atingir esse objetivo maior, o Coletivo buscava incentivar e promover ações de
      restauração florestal e prevenção e combate a incêndio; troca de experiências e
      comunicação; elaboração e efetivação de planos diretores socioambientais
      participativos; formação de formadores em temas socioambientais que
      permitissem o envolvimento da comunidade na sustentabilidade da bacia tais
      como: educação ambiental, bacia hidrográfica, água, organização da sociedade
      civil e restauração florestal.


1º SEMESTRE/2007
  •   Animador: Joyce Brandão e Karine Faleiros
  •   Responsável legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ-
      ESALQ/USP.

  •   Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
      Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.

  •   Eventos realizados/apoiados: nenhum.
  •   Materiais produzidos: tabelas digitalizadas “Quem somos e o que fazemos:
      Presente, Passado e Futuro”, preenchidas pelas instituições participantes; Mapa
      (em papel pardo) da articulação das instituições e problemas enfrentados no
      território da bacia.
  •   Outras informações relevantes:
         - Conhecendo melhor a proposta “Coletivos Educadores”:
             - Estudo aprofundado sobre a proposta “Coletivos Educadores”
             - Discussão e definição do marco conceitual e situacional do Coletivo
             Educador Piracicamirim, utilizando rodas de conversa, métodos de
             visualização, preenchimento de questionários por cada instituição
             parceira (Quem somos e o que fazemos: Presente, Passado e Futuro) e
             maquete viva (mapa), que definia o território da bacia e as articulações
             das instituições parceiras do Coletivo neste território, bem como os
             problemas enfrentados.        Foram discutidos o conceito e as
             particularidades da bacia, os contribuintes parceiros e suas relações em
             comum.



                                                                                    33
- Com o intuito de promover uma melhor articulação entre os
             participantes, facilitando a comunicação e a organização dos encontros,
             foi idealizada a figura do “animador(a)”, que, até hoje, é alterada na
             medida da necessidade do grupo.

2º SEMESTRE/2007:
  •   Animador: Maria Lídia.
  •   Responsável legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ-
      ESALQ/USP.
  •   Local das reuniões: PET - Ecologia / ESALQ-USP.
  •   Eventos realizados/apoiados: nenhum
  •   Materiais produzidos: Artigo no Boletim nº 01 - Fractais Coleciona SP (pág.
      11), apresentando o Coletivo Educador Piracicamirim, que pode ser visualizado
      no site:
  •   http://www.esnips.com/displayimage.php?album=2238631&pid=18193287#top
      _display_media..
  •   Outras informações relevantes:
      - Divulgação do Coletivo: Blog do Coletivo Educador Piracicamirim,
      visualizado no site: http://coletivopisca.blogspot.com/
      - Interações com outros coletivos: participação no III Encontro Estadual de
      Educação Ambiental e II Encontro de Coletivos Educadores, realizados
      simultaneamente em São José do Rio Preto, onde foram fortalecidos vínculos
      com outros coletivos do Estado e realizadas contribuições para a construção da
      proposta de minuta para o projeto de Lei da Política Estadual de Educação
      Ambiental.
      - Momentos difíceis: poucos parceiros participantes nas reuniões presenciais.
      Porém o grupo persistiu e buscou se fortalecer com um novo plano de ações
      visualizando, inclusive, o aumento do território de atuação do Coletivo, por
      sugestão do DEA-MMA. Para cumprir algumas exigências burocráticas junto ao
      DEA-MMA foi necessário estudar também um novo proponente para o Coletivo,
      gerando propostas junto ao Centro Ecológico “Flora Guimarães Guidotti” da
      FEALQ, a qual não foi aceita.


1º SEMESTRE/2008:

  • Animador: Júlia Faro e Elizabeth S. Nunes Salles.
  • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco.

  • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Políticas Ambientais – Depto.
    Ciências Florestais / ESALQ-USP - OCA.

  • Eventos realizados/apoiados:


                                                                                 34
- Curso “Educação Ambiental e Resíduos Sólidos”: realizado na ESALQ-USP,
objetivando a formação de professores do ensino fundamental e médio da rede pública.
Parceria entre USP-Recicla, NEA-Sedema e FEALQ-Centro Ecológico “Flora
Guimarães Guidotti”, NACE-PTECA/ESALQ-USP, Projeto Bacias Irmãs, Projeto Pisca
e Curso de Licenciatura e Ciências Agrárias, com apoio do Coletivo Educador
Piracicauá.
        - II Fórum do PISCA: realizado em Saltinho, com o apoio do Coletivo
Educador na realização de oficinas, no planejamento e encaminhamentos de ações
resultantes do Encontro.


   • Materiais produzidos:
      - Artigo “A metamorfose de um coletivo” sobre o Coletivo Educador
      Piracicauá para o Boletim nº 02 – Fractais Coleciona, que pode ser visualizado
      na pag. 16, no site:

      http://www.esnips.com/displayimage.php?album=2238631&pid=18193288&uid
   =466239#top_display_media.

   • Outras informações relevantes:
       - Aumento do território: por sugestão do DEA-MMA e a abrangência das ações
   dos parceiros em outras sub-bacias, o território do Coletivo foi aumentado para 35
   sub-bacias do município de Piracicaba, sendo que algumas cidades do entorno
   também foram contempladas pelo território, pelo fato de alguns projetos envolverem
   a participação de instituições parceiras.
       - Alteração do nome para “Coletivo Educador Piracicauá”: derivado de pirá
   sykáua, nome de Piracicaba na origem tupi. Segundo o Moderno Dicionário da
   Língua Portuguesa (MICHAELIS,1998, p. 974), significa “Lugar que por acidente
   natural no leito dos rios, como queda d´água, não permite a passagem dos peixes,
   sendo por isso favorável à pesca". Foi o nome dado pelos primeiros habitantes de
   Piracicaba - os índios de raízes tupi-paiaguás que viveram à margem direita do rio,
   próximo ao salto do Rio Piracicaba. O nome foi escolhido pelo fato do rio
   Piracicaba estar localizado na região central da cidade e, através dele, muitas
   atividades se formaram e se transformaram. Como o Coletivo representa educadores
   que atuam nesta bacia, espera-se que, como essa força com que o rio exerce na vida
   dos piracicabanos, também o Coletivo possa transformar idéias em ações.

       - Novos objetivos para um novo território:

        · Incentivar o reconhecimento das bacias, as quais cada participante pertence;

        · Contribuir para a reflexão sobre a realidade socioambiental local;

        · Promover a articulação entre pessoas e instituições locais e regionais a fim
          de criar e potencializar processos de formação de educadores ambientais;

        · Colaborar para a instituição de políticas públicas ambientais no município e
          região;

                                                                                    35
· Ampliar e efetivar ações conjuntas que possibilitem sinergia de recursos e
          competências pessoais e institucionais voltadas para a sustentabilidade das
          bacias do município de Piracicaba.

       - Execução do Plano de Ações:

         · Divulgação: elaboração de um folder do Coletivo, a partir da
         apresentação do Coletivo, a justificativa do nome, o território de atuação, o
         conceito de bacia hidrográfica, os objetivos propostos, a identificação dos
         parceiros atuantes e o convite para participação, disponibilizando sites e
         telefones para contato.

         · Ampliação do PAP2: mapeamento de possíveis novos parceiros, com
         indicação pelos parceiros atuantes de pessoas e instituições envolvidas com
         educação sócio-ambiental nas sub-bacias de Piracicaba e cidades do entorno.

         · Planejamento de um Curso de formação: para educadores ambientais
         referenciado no tema “Bacias Hidrográficas”, para o qual foi definido um
         grupo de trabalho GT- Curso de Bacias.
      - Participação no IV Encontro dos Coletivos Educadores, Salas Verdes e
      Coletivos Jovens - Campinas: Abril/2008, o qual aconteceu em resposta aos
      encaminhamentos do III Encontro de Coletivos Educadores (São Paulo), com o
      objetivo de fortalecer os processos de formação em educação ambiental do
      estado de São Paulo.


2º SEMESTRE/2008:

   • Animador: Camila Pastor

   • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)

   • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
     Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.

   • Eventos realizados/apoiados
       - Encontros para discussão do conceito de EA: diante da percepção do conceito
       de Educação Ambiental dentro do Coletivo estar sendo entendida de formas
       diferentes, foram realizados dois encontros para a formação de parceiros:
             1º Encontro: “Entendimento da proposta Coletivos Educadores”:
      realizado com o apoio da Isabel do CESCAR – Coletivo Educador de São
      Carlos, a qual apresentou experiências e dificuldades enfrentadas no CESCAR.
             2º Encontro: “Conceito de Educação Ambiental”: realizado com a
       mediação do IAF.
       - 08/11- Encontro com novos parceiros: com o objetivo de ampliar as parcerias
foi apresentado o Coletivo Educador Piracicauá para algumas instituições e pessoas
selecionadas a partir do mapeamento de novos parceiros.


                                                                                   36
• Materiais produzidos: TV dialógica, apresentação do Coletivo em Power Point,
    linha do tempo (histórico do Coletivo) em papel pardo.

  • Outras informações relevantes:
     - Mapeamento de novos parceiros: proposta do IAF em trazer o grupo temático
     em EA, da Oscip Piracicaba 2010, como parceira do Coletivo;
     - Oficialização de parcerias: foi solicitado às instituições parceiras que
     apresentassem um documento reconhecendo-se como parceira oficial do
     Coletivo.
     - Elaboração de proposta de projeto: “Curso de Formação de Educadores
     Ambientais Populares em micro-bacias hidrográficas do município de
     Piracicaba”.
     - Planejamento das atividades do 15º Arrastão Ecológico no Rio Piracicaba,
     realizado no mês de janeiro de 2009.


1º SEMESTRE/2009

  • Animador: Camila Pastor

  • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)

  • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
    Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.

  • Eventos realizados/apoiados:
     - Jan/2009: 15º Arrastão Ecológico – participação do Coletivo como co-
     realizador, com a intervenção do “Tambuco Siriri” – personagem mitológico dos
     rios – na abertura do evento; caminhada de percepção nas margens do Rio
     Piracicaba e recolhimento de lixo e materiais recicláveis para a oficina de
     construção da capa do Tambuco Siriri, que aconteceu no dia seguinte as
     atividades do Arrastão, no SESC-Piracicaba, sob a coordenação de Rita Moura –
     da Associação Pró-Cultura de Piracicaba.
     - 2009: Curso “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e
     intervenções no contexto escolar”, direcionado a professores do ensino médio
     da rede estadual de ensino.
     - Construção participativa da Cartilha De Olho na Bacia: Material Didático de
     Educação Ambiental para a Bacia do Ribeirão Piracicamiri, a qual
     contemplou a realização de três módulos de oficinas, reunindo parceiros do
     Coletivo e novas pessoas e instituições que tinham relações com atividades
     socioambientais na bacia do ribeirão Piracicamirim.
     - I SIMAPIRA – Semana Integrada de Meio Ambiente de Piracicaba: com o
     objetivo de reunir pessoas e instituições na realização de atividades na Semana
     do Meio Ambiente, com uma programação integrada, reduzindo custos,


                                                                                 37
materiais, sobreposição de palestras, seminários e fragmentação do público
     interessado nas questões socioambientais de Piracicaba.

     Materiais produzidos:
     - 15º Arrastão Ecológico: Capa do “Tambuco Siriri” com lixo seco e limpo;
     - V Encontro de Coletivos Educadores: painéis (em forma de totem -
     reutilizando garrafas pet) com fotos de atividades do Coletivo, e vídeo
     apresentando a história do Coletivo.

  • Outras informações relevantes:
     - Elaboração do Projeto “Ação Com-vida”, que objetivou a articulação e
     fortalecimento das Comissões de Qualidade de Vida nas Escolas Estaduais
     através de intervenções durante o Programa Escola da Família, realizado nos
     finais de semana, nas escolas estaduais de Piracicaba que participaram dos
     trabalhos propostos pela Conferência Infanto-Juvenil para o Meio Ambiente em
     2008. Por dificuldades de agenda junto às escolas para realização das atividades,
     bem como pelo fato da pessoa responsável pelo Programa Escola da Família ter
     falecido, o projeto não foi desenvolvido.
     - Participação de parceiros no V Encontro de Coletivos Educadores do Estado
     de São Paulo, realizado em São Carlos, o qual resultou nos seguintes
     encaminhamentos:
     - Manifesto pela continuidade do Programa de Formação de Educadores
     Ambientais (ProFEA) e o fortalecimento dos Coletivos Educadores,
     encaminhado ao DEA-MMA.
     - Apresentação dos coletivos presentes e formas de atuação: PPP – Projeto
     Político Pedagógico, Marcos Conceitual e Situacional, Cardápios e demais
     propostas do ProFEA.
             - Discussões sobre a formação e o processo em que se encontram os
     Coletivos Educadores do estado de São Paulo, abordando a dimensão
     pedagógica, a articulação com o Projeto Político Pedagógico, a sustentabilidade
     (principalmente financeira) e a comunicação entre os coletivos.
            - Sugestões de atividades lúdicas e interativas relacionadas a temas
     socioambientais.




2º SEMESTRE/2009

  • Animador: Camila Pastor

  • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)

  • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
    Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.


                                                                                   38
• Eventos realizados/apoiados:
    - Continuidade do curso: “As questões educacionais ambientais: desafios,
perspectivas e intervenções no contexto escolar”;
    - Continuidade na construção da cartilha “De olho na bacia” – oficinas de
construção participativa de material de educação ambiental para a bacia do Pisca,
incluindo a formação da comissão de apoio que se reuniu quinzenalmente.
    - Oficina para articulação de ações/projetos: Ação COM-VIDA, Projeto Tijuco
Preto, Curso para Professores “As questões educacionais ambientais: desafios,
perspectivas e intervenções no contexto escolar”.

   • Materiais produzidos: nenhum

   • Outras informações relevantes:
       - Para encaminhamentos das demandas do coletivo foram organizados alguns
grupos de trabalho com os seguintes objetivos principais:
            - GT Ação COM-VIDA: articular a realização do Projeto, junto ao
      Programa Escola da Família e às escolas estaduais.
            - GT Animapira: diagnosticar e integrar eventos/intervenções ambientais
      numa programação anual em Piracicaba.
             - GT Portfólio: organizar material de divulgação do Coletivo.
   - Participação na construção da PMEA – Política Municipal de Educação
Ambiental: participação no workshop realizado na EEP em 20/10/2009 e na comissão
de acompanhamento da construção da minuta do projeto de lei, durante o período de
novembro e dezembro/2009.
    - Finalização do projeto “Curso de Formação de Educadores Ambientais
Populares em micro-bacias hidrográficas do município de Piracicaba”, objetivando
protocolo para obtenção de financiamento de recursos FEHIDRO – Fundo Estadual de
Recursos Hídricos.


1º SEMESTRE/ 2010

   • Animador: Valéria Freixêdas

   • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF)

   • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto.
     Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA.

   • Eventos realizados/apoiados:
      - Participação na Comissão de Avaliação e Elaboração da cartilha do curso:
      “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e intervenções no
      contexto escolar”.

   • Materiais produzidos:

                                                                                 39
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá
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Projeto Político Pedagógico Coletivo Educador Piracicauá

  • 2. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 3 • Coletivos Educadores: a política pública 3 • O Projeto Político Pedagógico 5 2. O MARCO CONCEITUAL 6 3. O MARCO SITUACIONAL 9 3.1 O município de Piracicaba 11 3.1.1 Caracterização geral 11 3.1.2 Área urbana 14 3.1.3 Mapeamento institucional 18 3.1.4 Descrição das bacias hidrográficas do município de Piracicaba 21 3.2 Municípios vizinhos 22 4. O MARCO OPERACIONAL 24 4.1 Etapas de atuação 24 4.2 Gestão 24 4.3 Diretrizes 26 4.4 Cardápio de Aprendizagem 29 4.5 Avaliação 30 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 31 6. ANEXOS 33 1
  • 3. PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO 1. INTRODUÇÃO O Projeto Político Pedagógico do Coletivo Educador (CE) Piracicauá destina- se a apresentar a intencionalidade, os propósitos e objetivos da ação educadora, explicitar a forma de organização do trabalho, os meios educacionais, os procedimentos e a operacionalização que pautam sua atuação. Resultado de amplo processo de diálogos entre seus participantes, ele representa uma forma de apresentação dos objetivos que os unem e um convite aberto ao envolvimento de novas instituições e pessoas, que desejam construir em Piracicaba e região, uma educação ambiental permanente, continuada, articulada e com a totalidade dos seus habitantes. Assim como a educação, o Projeto Político Pedagógico está em permanente construção por seus participantes, em diálogo com as práticas e reflexões decorrentes do seu próprio processo de implantação. Coletivos Educadores: a política pública No ano de 2006, a então Diretoria de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/MMA) implantou a política pública dos Coletivos Educadores, pautada pela compreensão de que “o foco nos coletivos locais deve-se ao seu reconhecimento como sujeitos protagonistas do contexto e de seu conhecimento profundo da realidade, dos valores que a permeiam e das práticas sociais correntes” (BRASIL, 2006, p. 14). Assim, coletivo educador constitui-se como um grupo de educadores(as) de diferentes instituições, que atuam em processos formativos no campo da Educação Ambiental, educação popular e da mobilização social, compartilhando suas observações, visões e interpretações, da mesma forma que planejam, implementam e avaliam processos de formação de educadores ambientais (BRASIL, 2006, p. 14) O Coletivo Educador Piracicauá iniciou suas atividades em setembro de 2006 e, inicialmente foi constituído por pessoas e instituições que atuavam na bacia do Ribeirão Piracicamirim, abrangendo um território com 93.000 habitantes e tendo um 2
  • 4. grupo articulado há mais de cinco anos, por meio de iniciativas do Projeto Pisca/ESALQ - USP. Em 2007, na retomada de suas atividades, sentiu a necessidade de ampliar seu território de atuação, devido às sugestões do DEA/MMA e da abrangência das ações de seus parceiros em outras áreas do município. Com a ampliação do território, a área passou a abranger 35 sub e micro bacias do município de Piracicaba e cerca de 400.000 habitantes. O objetivo principal do Coletivo é ampliar e efetivar ações educadoras conjuntas, que possibilitem sinergia de recursos e competências pessoais e institucionais, voltadas para a sustentabilidade socioambiental das bacias do município de Piracicaba. Piracicauá vem de Pirá Sykauá, nome dado pelos primeiros habitantes de Piracicaba - os índios de raízes paiaguás que viveram às margens do rio, próximo ao salto do Rio Piracicaba e significa em tupi “lugar que, por acidente natural no leito dos rios (salto), impede a passagem dos peixes, favorecendo a pesca” (Dicionário Online de Palavras, 2011) e, consequentemente, o estabelecimento da tribo. Dessa forma, o nome escolhido deve-se ao fato do rio Piracicaba estar localizado na região central da cidade. Através dele muitas atividades se formaram e se transformaram e, como o Coletivo representa educadores que atuam nesta bacia, acredita-se que, assim como a força que o rio exerce na vida dos piracicabanos, também o Coletivo possa atuar potencializando seus atores para transformar ideias em ações. Algumas de suas instituições participantes são: • Laboratório de Educação e Política Ambiental/OCA – ESALQ/USP; • Imaflora; • Iandé Educação e Sustentabilidade; • USP RECICLA - ESALQ/USP; • Instituto Terra Mater/Ponto de Cultura Educomunicamos; • Núcleo de Educação Ambiental – NEA/Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente de Piracicaba; • Centro Rural de Educação Ambiental “Dr. Kok” - Secretaria Municipal de Educação de Piracicaba. Abaixo são listadas algumas iniciativas com as quais o Coletivo Educador Piracicauá esteve envolvido: 3
  • 5. Apoio na elaboração das cartilhas: Série Meio Ambiente: Cuidando, ele fica inteiro (Temas Resíduos, Água e Solos); De olho na Bacia – Projeto Pisca/ESALQ-USP e Repensando os processos de EA no Ensino Básico – USP Recicla/Projeto Ponte/DE Piracicaba e NEA-SEDEMA; • Apoio na realização dos cursos: Repensando os processos de EA no Ensino Básico (2009/10); EA e Resíduos Sólidos – Formação de Professores no Ensino Fundamental e Médio (2008); • Apoio na realização do Fórum de Gestão de Resíduos de Piracicaba - 2010/2011; • Realização da I, II e III Simapira – Semana Integrada de Meio Ambiente de Piracicaba, nos anos de 2009, 2010 e 2011. Informações mais detalhadas sobre o histórico e sobre a atuação do CE Piracicauá podem ser encontrados no Anexo 1. O Projeto Político Pedagógico O Projeto Político Pedagógico é um instrumento no qual são explicitados os objetivos formativos, a forma de organização do trabalho, os procedimentos e meios educacionais até sua operacionalização que um grupo utiliza. Inseridas dentro dele, duas dimensões – política e pedagógica são indissociáveis: é político, na medida do compromisso com a transformação da realidade para a qual foi construído e é pedagógico, pois possibilita a efetivação da intencionalidade e propósitos da ação educadora. Bem mais do que um documento, este Projeto Político Pedagógico é fruto de muitos diálogos, instrumento de construção viva, permanente e continuada, que reflete criticamente a realidade, buscando reforçar, organizar e coordenar o fazer educador do Coletivo. Essa construção participativa é uma característica fundamental deste processo, mas, antes de tudo, um princípio político de extrema importância (BRASIL, 2006, p.27). O Projeto Político Pedagógico (PPP) do Coletivo Educador Piracicauá é constituído de três marcos - Conceitual, Situacional e Operacional -, que abaixo serão explicitados. 4
  • 6. 2. O MARCO CONCEITUAL Gosto de ser homem, de ser gente, porque não está dado como certo, inequívoco, irrevogável que sou ou serei decente, que testemunharei sempre gestos puros, que sou e que serei justo, que respeitarei os outros, que não mentirei escondendo o seu valor porque a inveja de sua presença no mundo me incomoda e me enraivece. Gosto de ser homem, de ser gente, porque sei que a minha passagem pelo mundo não é predeterminada, preestabelecida. Que o meu “destino” não é um dado, mas algo que precisa ser feito e de cuja responsabilidade não posso me eximir. Gosto de ser gente porque a História em que me faço com os outros e de cuja feitura tomo parte é um tempo de possibilidades e não de determinismo. Daí que insista tanto na problematização do futuro e recuse a sua inexorabilidade (FREIRE, 1997, p.58). Segundo o Programa Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais (BRASIL, 2006) o marco conceitual do projeto político pedagógico deve conter a idealização, o sonho de futuro, os princípios e valores, a ética, a concepção de sociedade e de ser humano partilhada pelo grupo. Ele é o elemento menos dinâmico do PPP, por isso deve ser construído com a máxima profundidade e reflexão possível e as proposições feitas devem ser significadas e apropriadas pelo grupo. O Coletivo Educador se constrói cotidianamente por meio do diálogo, buscando formas de atuação e caminhos que contribuam para o enfrentamento das mudanças socioambientais, locais e globais. Nesse sentido, os valores são os fundamentos contidos nos princípios conceituais que propiciam a busca de resposta às angústias em relação à base em que está constituída nossa sociedade e também auxiliam na construção de sociedades sustentáveis. Os princípios conceituais do Coletivo do Coletivo Educador Piracicauá podem ser consultados no Quadro 1. Tabela1. Os princípios conceituais do Coletivo Educador Piracicauá VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ Estabelecer propostas de sociedades baseadas em princípios igualitários, cooperativos e sustentáveis, que almejem o desenvolvimento humano integral. Nessa concepção, a construção do presente e do futuro é baseada no cuidado nas relações entre as pessoas, com a natureza e com Sociedades Sustentáveis o lugar em que se vive, dentro de um clima de liberdade e respeito às diferenças. Nós nos colocamos à frente do debate sobre a crise ambiental global na busca por uma nova forma de ser e estar no mundo. Queremos a re-significação da vida e das relações socioambientais, não meramente a transformação do desenvolvimento para algo mais sustentável. Quando se fala sobre participação estão em pauta distintas concepções de sociedade, de cidadania, de ética e justiça. Não há participação sem subjetividade e o desejo de participar não vem de fora, mas é uma Participação necessidade do sujeito, por uma vontade de ser feliz e livre. “Participar para não ser governado, para viver em alegria de não ser comandado e para evitar que o desejo de não ser governado de uns transforme-se em 5
  • 7. VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ desejo de governar e o poder se personalize” (SAWAIA, 2001). Todos somos educadoras(es) e educandos, tomadoras(es) de decisão e agentes de mudanças socioambientais buscando transcender as relações de dominação da sociedade. A pedagogia de Paulo Freire e o poder do diálogo como forma de transformação social fundamentam uma concepção de participação, na qual a condição primária para o processo democrático ser efetivo, é o respeito aos distintos pontos de vista e peculiaridades locais. A participação popular é o caminho que define as políticas públicas, ou seja, o processo de pactuação coletiva sobre e para o “bem comum” e, para isso, é preciso o envolvimento de todos ao longo do processo. A educação como prática de liberdade, dialógica e transformadora, exige a apropriação do conhecimento e se dá pela ação/reflexão e pelo engajamento individual e coletivo, rumo à mudança desejada. Esse processo de construção crítica do mundo exige a passagem da “consciência ingênua”, simplista, superficial, massificadora, preconceituosa, à “consciência crítica”, inquieta, democrática, indagadora. Para Paulo Freire é a conscientização que possibilita aos educadores e aos educandos inserirem-se na história, superando o conhecimento imediato da realidade em busca de sua compreensão. O pensar crítico sobre a forma de estar no mundo pensando a própria condição de existir, por meio do qual os sujeitos saem de sua imersão e se descobrem em “situação” possibilita a inserção na realidade desvelada. Para uma ação pautada no aprender fazendo, é necessário um constante olhar crítico sobre ela, compreendendo-a como um processo Ação, Reflexão e profundo de transformação social, em que a Educação Ambiental atue Complexidade na raiz dos problemas socioambientais e trabalhe com a complexidade das questões. Criticamos a superficialidade dos processos educadores que abordam apenas o campo cognitivo, o ensino de conteúdos. Buscamos re-conceituar as relações entre as pessoas, seus valores, sua história e seu modo de ser/estar no mundo. Buscamos compreender e trabalhar a realidade de forma complexa, observando todas suas variáveis e não fragmentando o conhecimento. Não é somente a soma das atitudes individuais que transforma a sociedade, mas essa depende de um esforço coletivo e estruturado de todos os atores sociais em comum acordo. Criticamos a forma de “domesticar” os comportamentos, mas enxergamos a necessidade de se trabalhar diversas esferas do ser humano para que o processo educador seja eficiente, duradouro e almeje uma vida melhor para todos. Para Paulo Freire (1987), “(...) para que haja comunicação eficiente entre eles (o educador e o povo), é preciso que o educador e político sejam capazes de conhecer as condições estruturais em que o pensar e a linguagem do povo se constituem”. Para que um processo educador seja condizente com a real necessidade do público trabalhado, é necessário se partir de uma situação contextualizada, aproximando-se ao máximo da realidade cotidiana desse público e tendo em vista a Contexto melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida local. Isso demanda envolvimento e comprometimento do educador, que deverá promover uma reflexão crítica da realidade vivenciada e buscar respostas em direção a essa transformação. Dessa forma, é necessária a abertura ao diálogo e a valorização dos conhecimentos prévios dos participantes do processo. Não há um conhecimento absoluto, ninguém sabe mais que ninguém, o conhecimento é construído em comunhão entre as pessoas. O processo educador deve se estruturar para a constituição de uma Identidade/ identidade local. É essencial para a Educação Ambiental que as pessoas Pertencimento observem e interfiram em seu ambiente, sentindo-se parte responsável e 6
  • 8. VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ pertencente a ele. O sentido da vida das pessoas não está separado do sentido do próprio Planeta. Assim, a Educação Ambiental se pauta pela reconstrução das relações das pessoas consigo mesmas, das relações entre as pessoas e das pessoas com seu meio, forjando-se comunidades de aprendizagem, nas quais a convivência seja harmônica e emancipadora. Nesse sentido, a ação coletiva educadora busca a transformação da realidade local comprometida com a construção de uma sociedade igualitária, justa, sustentável, plural e educadora. A comunicação, desde que esteja comprometida com a transformação social e a emancipação do sujeito, é condição primeira para que se instaure um processo educador. O diálogo é formativo, empoderador e Comunicação possibilita o aprendizado em uma via de mão dupla, em que aquele que fala também escuta e aquele que escuta, fala. Não concordamos com um processo que silencie os atores sociais, a quem não é dada voz para questionar o destino da cidade, bairro ou comunidade. Incentivamos a cooperação como forma de trabalho que se pauta no diálogo e na solidariedade. Não concordamos com o paradigma de competição instaurado no atual modelo de desenvolvimento, em que se luta diariamente para se “vencer” o próximo. Buscamos a comunhão de esforços para a construção de sociedades sustentáveis, em que os interesses sejam colocados à mesa para uma construção conjunta, em Cooperação busca de alternativas viáveis a todos os atores envolvidos. Com o comprometimento dos atores sociais em processos de decisão, as ações se tornam mais perenes no tempo, promovendo o aprimoramento de cada pessoa envolvida. Dessa forma, está colocado o processo educador, com suas dificuldades e conflitos que serão solucionados em grupo, possibilitando uma maior interação entre os atores e aprimorando a relação entre eles. A educação é direito de todos. Criticamos aqueles que defendem uma educação para apenas uma faixa etária, para apenas uma classe social, para apenas um público. A transformação da sociedade precisa do Igualdade envolvimento de todos, em processos decisórios horizontais, que contemplem os interesses das pessoas envolvidas. Todos devem ter igual poder de decisão no que tange ao destino da comunidade, não havendo hierarquia de conhecimentos ou poder. A emergência da capacidade de agir em direção à transformação que queremos, está relacionada à potência de ação, “à passagem da passividade à atividade, da heteronomia passiva à autonomia corporal” (SAWAIA, 2001). A fim de que o conceito de potência de ação seja incorporado às práticas educadoras em EA, é necessário que os sujeitos Potência de Ação envolvidos compartilhem suas experiências, planejando e construindo, juntos, a transformação que desejam ver realizada. Cada ser é dotado de conhecimentos e de capacidade plena de agir para modificar sua realidade. O papel da educação, nesse contexto, é o de fortalecer e ampliar essa potência de agir em torno da realidade socioambiental. Para a continuidade de um processo educador, o envolvimento das pessoas nas situações que exijam tomadas de decisão é essencial. Envolvimento que se faz com base no diálogo e respeito aos Emancipação/ conhecimentos prévios que cada pessoa carrega dentro de si. Projetos de Autonomia Educação Ambiental que seriamente se debruçam sobre a realidade e buscam sua modificação, estimulam a participação da comunidade e garantem autonomia e liberdade de expressão. Uma ação educadora, quando comprometida com a transformação social, deve observar sempre o alinhamento da prática com os ideais do educador. De nada vale uma ação educadora em que não há o real Coerência comprometimento do educador, em que ele discursa sobre algo que não vivencia, que não acredita. Paulo Freire atesta que “Falar em democracia e silenciar o povo é uma farsa. Falar em humanismo e negar os homens é uma mentira”, assim como “Se não amo o mundo, se não amo a vida, 7
  • 9. VALORES CONCEITOS DO CE PIRACICAUÁ se não amo os homens, não me é possível o diálogo”. A coerência entre o discurso e a prática é fundamental para propiciar envolvimento de corpo e alma e dar credibilidade ao processo que se pretende desenvolver. A educação ambiental é um processo de aprendizagem permanente, Continuidade continuado, articulado e que deve envolver a totalidade dos habitantes de um território. O texto coletivo elaborado pela Oca (2010) aponta “três componentes essenciais, mas que são individualmente incapazes de assegurar a felicidade: o prazer (ou emoções positivas), o engajamento e o significado. O prazer, embora presente, é consequência do engajamento e do significado. O engajamento é o envolvimento em qualquer atividade que traz prazer. Já o significado, o sentimento de pertencimento a algo que faça sentido além do material, eleva a felicidade a um outro Felicidade patamar”. Os processos educadores articulados pelo Coletivo buscam o engajamento crítico, produtor de significados existenciais, capazes de proporcionar o mencionado sentimento de pertença e responsabilidade com a construção de um mundo melhor para todos e para cada pessoa, reforçando a solidariedade sincrônica e diacrônica, ou seja, uma cidadania planetária comprometida a partir do pensar e agir cotidiano, com todos os humanos, não humanos e sistemas naturais, próximos e distantes, no tempo e no espaço. 3. O MARCO SITUACIONAL O Marco Situacional refere-se ao diagnóstico da realidade socioeducacional local e deve ser pensado como um ponto de partida para a realização de planos de trabalho que sejam realizados com o sentido de integração de ações, buscando prever e antecipar acontecimentos e não apenas com o intuito de remediação de situações-limite. (BRASIL, 2006). O local de atuação do Coletivo Educador Piracicauá compreende todas as bacias hidrográficas de Piracicaba e os municípios por elas abrangidos: Iracemápolis, Charqueada, São Pedro, Anhembi, Laranjal Paulista, Tietê, Saltinho e Rio das Pedras (Figuras 1 e 2). A ideia de se trabalhar com as bacias hidrográficas deve-se ao fato de que qualquer todo e qualquer lugar que seja utilizado no trabalho, na escola, no lazer ou em outra atividade cotidiana, esteja localizado dentro de uma bacia hidrográfica. Desde 1997 a Política Nacional de Recursos Hídricos indica que a gestão das águas deve ser feita por meio das bacias hidrográficas, por serem consideradas como unidades de planejamento e ação. O conceito de Bacia Hidrográfica, segundo a ONG Terra Mater (2012) “contribui para a aproximação com a realidade local já que requer, por parte dos educadores, a escolha de uma bacia localizada no entorno para a realização dos 8
  • 10. aprofundamentos no tema, análises teóricas e exercícios práticos. (...) Esta vivência com o território facilita trazer à tona os sentimentos (...) de pertencimento e identidade, a partir do contato direto, passos fundamentais para o desenvolvimento da potência de ação”. Fonte: IRRIGART(2010) Figura 1 – Área de atuação do Coletivo Educador Piracicauá Fonte: IPPLAP (2011) Figura 2. Piracicaba e municípios vizinhos. 9
  • 11. Piracicaba possui a maior área abrangida nesse território. A seguir é apresentada uma breve caracterização desse município, incluindo alguns dados sobre suas zonas urbanas e rurais e suas bacias hidrográficas. 3.1 O Município de Piracicaba 3.1.1 Caracterização Geral Piracicaba localiza-se no interior do Estado de São Paulo, a 152 km da capital (Figura 2) e a 76 km de Campinas. O município é sede da Macro e Microrregião Piracicaba. Está a uma altitude de 554 m, com Latitude 22º42’30”S e Longitude 47º38’01”W. Possui uma área territorial de 1.368,40 Km2, sendo o 19° município do Estado em extensão, com uma área urbana de 211,06 Km2 (IPPLAP, 2011). Fonte: ESALQ (2011) Figura 3. Localização de Piracicaba. A sede do Município de Piracicaba faz parte da Unidade de Gerenciamento de Recursos Hídricos Piracicaba, Capivari e Jundiaí UGRHI – PCJ. Essas bacias têm uma área de 15.000 km2, abrangendo 75 municípios (71 paulistas e quatro mineiros) e 5,5 milhões de pessoas, sendo uma das regiões economicamente mais importantes do país (IMAFLORA, 2010). A Figura 4 mostra a Sub Bacia do Rio Piracicaba com seus principais afluentes e cidades. 10
  • 12. Fonte: NEVES (2007) Figura 4. Localização do Município de Piracicaba na Bacia do Rio Piracicaba. A área urbana de Piracicaba possui grande concentração populacional, assim como outras cidades brasileiras de porte médio. Nesses municípios os centros urbanos, a agricultura tecnificada e o setor industrial vêm se expandindo fortemente nos últimos anos (IMAFLORA, 2010). Os dados do Censo de 2010 apontam um crescimento da população na ordem de 10,9% em relação ao de 2000, tendo aproximadamente 365.000 pessoas (Tabela 1). Desse total, cerca de 98% vive na área urbana, ocupando em torno de 13% do território do município. A população rural, por sua vez, é composta por aproximadamente oito mil pessoas (2%), dividindo uma área que abrange perto de 87% do total. Mulheres perfazem 51% da população e os homens 49%. Tabela 1 – Dados demográficos de Piracicaba Densidade População População População Mulheres Homens demográfica Urbana rural 364.571 264,77 356.743 7.828 186.226 178.345 hab. hab/km2 hab. hab. hab. hab. Fonte: IBGE (2010). Segundo o Perfil Estatístico 2007 de Piracicaba, o município, em 2005, possuía cerca de 8.000 estabelecimentos, sendo o maior número deles ligados ao setor comercial e de serviços. Em 2009, de acordo com IPPLAP (2011), os números absolutos indicam um aumento em torno de 500 estabelecimentos para os setores de comércio e serviços, e da ordem de 170 para o setor industrial e da construção civil. 11
  • 13. Quanto ao número de pessoas envolvidas, em 2005, apenas 31% da população economicamente ativa tinha carteira assinada e destes, apenas 1% eram vínculos empregatícios existentes na agropecuária. Por sua história passada e atual extremamente vinculada à cultura canavieira, Piracicaba hoje vive dois grandes extremos. Com os atuais incentivos ao biodiesel, a cidade vem despontando mais uma vez na sua história como um pólo econômico crescente, atraindo investimento de vários setores. Por outro lado, as condições de trabalho dos canaviais continuam sendo periodicamente denunciadas pelo Ministério do Trabalho, por vezes culminando com a inclusão de grandes grupos do setor na 'lista suja' do trabalho escravo nos canaviais. Segundo Galo, Martins e Peres (2005) o “grande número de famílias vivendo miseravelmente na periferia de Piracicaba indica que o desenvolvimento das últimas décadas não foi suficientemente inclusivo ao ponto de gerar oportunidades de trabalho digno para os mais pobres da população. Criou-se, então, um imenso passivo social que pede a elaboração criativa de políticas de inclusão social, possibilitadas por arranjos institucionais que envolvam os poderes constituídos, o meio acadêmico, o setor privado e a comunidade”. Piracicaba, além do processo de urbanização e dos problemas sociais citados, também apresenta diversos problemas de ordem ambiental, relacionados muitas vezes, à falta de um planejamento municipal voltado à sua sustentabilidade (BARRETTO et al., 2006). Apesar de ter 100% de atendimento urbano de água e coletar 98% do esgoto, Piracicaba trata apenas 34% do mesmo. O resultado desses dados pode ser verificado na degradação dos corpos d’água do município e região. Segundo CBH-PCJ (2011), o trecho de poluição mais crítico na bacia do rio Piracicaba está entre o início do município de Piracicaba e a foz do rio Corumbataí, que fica dentro de sua área urbana. Segundo IMAFLORA (2011), Piracicaba coletava de forma seletiva, no mês de julho de 2011, apenas 1,8% de seus resíduos. Além disso, a coleta abrangia apenas 30% das residências e existiam problemas significativos na regularidade da coleta. A disposição de resíduos sólidos no município também é considerada inadequada pelo CBH-PCJ (2011). Barreto (2006) complementa com algumas informações: “O passivo ambiental, quando avaliado pela ausência de cobertura florestal em Áreas de Preservação Permanente (APP), que se estendem ao longo de 1.200km de rios, e Reserva Legal (RL) potencial (área com cobertura florestal fora de APP) é de no mínimo 11.000ha. Essa área deveria ser 12
  • 14. reflorestada ou recuperada para a adequação ambiental do município em relação ao Código Florestal. A distribuição desse passivo não é uniforme, havendo bacias hidrográficas com estágio de conservação excelente lado a lado com áreas bastante degradadas”. Apesar desse cenário, IMAFLORA (2010) aponta que é importante ressaltar o histórico do Município quanto à mobilização e organização da sociedade civil em torno de temas socioambientais. Um dos destaques, nesse sentido, foram campanhas relacionadas aos recursos hídricos, que ocorreram desde as décadas de 60 e 70 e conseguiram diversos frutos, tal como a criação dos Comitês PCJ e a influência na estruturação do Sistema de Gestão de Recursos Hídricos no Estado de São Paulo e no país, tornando-se uma referência internacional. Outra iniciativa de destaque é o Piracicaba 2010, que fomentou a construção, atualização e implementação da Agenda 21 do município. Em 2011 ocorreu a 1ª Expoambiental com a participação de diversas entidades e organizações que atuam em questões socioambientais. Nesse contexto, o município tem a oportunidade de caminhar para um modelo de desenvolvimento que tenha como eixo central a sustentabilidade, principalmente em seu planejamento territorial e nas políticas públicas a serem criadas e implementadas. 3.1.2 Área urbana A área urbana de Piracicaba é dividida, pela Prefeitura do Município, em cinco regiões: Norte, Centro, Sul, Leste e Oeste, cujos limites são apontados em verde na Figura 5. Fonte: IPPLAP (2011) Figura 5. Regiões de Piracicaba 13
  • 15. Outra divisão existente é a de Abairramentos, que são conglomerados de bairros e pequenos loteamentos. A Figura 6 mostra o Abairramento Vila Sonia, que se localiza na zona norte de Piracicaba. Já a Figura 7 mostra alguns dos loteamentos e bairros situados em seus limites. Fonte: IPPLAP (2011) Figura 6. Abairramento Vila Sonia Fonte: IPPLAP (2011) Figura 7. Bairros e Loteamentos no interior da Vila Sonia na região Norte de Piracicaba. Seguindo essa forma de planejamento, abaixo são apresentados alguns dados sobre cada uma das regiões urbanas, de acordo com IPPLAP (2011): abairramentos, área total, área ocupada e área livre em 2009, urbanização, população total e densidade demográfica em 2000. Analisando esses dados, verifica-se que, com exceção do Centro, as demais regiões possuem de 40 a 60% de suas áreas ainda rurais (Tabela 2). 14
  • 16. Tabela 2 – Informações sobre as regiões da zona urbana do Município de Piracicaba REGIÕES NORTE CENTRO SUL LESTE OESTE CECAP, Conceição, Dois Água Santa, Algodoal, Córregos, Jardim Abaeté, Cidade Jardim, Clube de Água Branca, Bairro Verde, Castelinho, Glebas Areião, Balbo, Capim Fino, Jardim São Francisco, Monte Campo, Centro, Cidade Alta, Campestre, Higienópolis, Califórnia, Jaraguá, Jardim Mário Dedini, Guamium, Alegre, Morumbi, Nova Piracicaba, Parque da Jardim Califórnia Jardim Itapuã, Jardim Jupiá, Jardim ABAIRRAMENTOS Jardim Primavera, Santa Piracicamirim, Pompéia, Rua do Porto, São Dimas,São Caxambu, Jardim Elite, Planalto, Morato, Novo Rosa, Santa Terezinha, Vale Santa Cecília, Santa Rita, Judas, Nhô-Quim, Jardim Monte Líbano, Nova Horizonte, Ondas, Ondinhas, do Sol, Vila Fátima, Vila Taquaral, Unileste, Vila Monumento, Vila Rezende América, Paulista, Paulicéia São Jorge, Vila Cristina Industrial Independência, Vila Monteiro, Agronomia ÁREA TOTAL 5.031,77 há 1.262,14 ha 2.443,02 ha 5.502,82 ha 2.372,95 ha ÁREA OCUPADA 2.734,54 há 1.249,29 ha 1.466,88 ha 3.105,91 ha 1.036,49 ha 2009 ÁREA LIVRE 2.297,34 há 12,85 ha 976,14 ha 2.396.91 ha 1.336,46 ha 2009 URBANIZAÇÃO 54,40% 99,00% 60,00% 56,40% 43,70% POPULAÇÃO TOTAL 69.276 hab 63.736 hab 66.486 hab 57.796 hab 50.643 hab 2000 DENSIDADE 45,43 hab/há 51,51 hab/ha 58,92 hab/ha 20,02 hab/ha 55,01 hab/ha 2000 Fonte: IPPLAP (2011) 15
  • 17. 3.1.3 Mapeamento institucional A fim de facilitar a busca de informações para o estabelecimento de parcerias na realização de cursos, projetos, intervenções educadoras e outras iniciativas, elaborou- se um banco de dados contendo instituições, grupos e entidades existentes em cada uma das regiões da área urbana de Piracicaba. Esses dados estavam disponíveis na Planta do Município - Equipamentos Públicos de 2009 (IPPLAP, 2011), da qual foi retirado um exemplo que pode ser visualizado na Figura 8. Fonte: IPPLAP (2011) Figura 8. Parte da Planta do Município - Equipamentos Públicos (2009) O banco de dados foi produzido na forma de planilha, podendo ser constantemente atualizado com novas categorias de análise e dados sobre as instituições e suas atuações. Os tipos de instituições existentes no mapa citado e no banco de dados podem ser visualizados no Quadro 2. 16
  • 18. Quadro 2. Tipos de Instituições que constam na Planta do Município - Equipamentos Públicos (2009) SIGLA NOME ARVERDE Área Verde Não Edificada CASE Centro de Atendimento Sócio Educativo CCOMU PR Centro Comunitário em Prédio Privado CCOMU PU Centro Comunitário em Prédio Público Municipal CCULT Centros Culturais CEFET Centro de Formação Técnica CLVINC Classe Vinculada (salas cedidas em outras unidades) COOP Cooperativas CRAS Centro Regional de Assistência Social CSOCIAL PU Centro Social em Prédio Público Municipal CSUP Curso Superior EE Escola Estadual EEE Escola de Educação Especial EMEF Escola Municipal de Ensino Fundamental EMEI Escola Municipal de Ensino Infantil EMEIF Escola Municipal de Ensino Infantil e Ensino Fundamental EPEF Escolas Particulares Ensino Fundamental EPEI Escolas Particulares Ensino Infantil EPEIF Escolas Particulares Ensino Infantil e Fundamental EQAPAMB Equipamentos de Apoio Ambiental EQAPURB Equipamentos de Apoio Urbanístico EQEAPB Equipamentos de Educação Ambiental - Setor Público EQEAPR Equipamentos de Educação Ambiental - Setor Privado EQEATS Equipamentos de Educação Ambiental - Terceiro Setor EQSAU Equipamentos de Saúde EQSOC Equipamentos Sociais ETEC Escola Técnicas Dr. Paula Souza FATEC Faculdade Tecnológica GE Grupo de Escoteiros ONG/ASS Organizações Não Governamentais SEDEMA Secretaria Municipal de Defesa do Meio Ambiente SEMA Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento SEMAD Secretaria Municipal de Administração SEMUTTRAN Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes SIST-S Sistema S (SESC / SESI / SENAI / SEST-SENAT / SENAC) SLAZAPP Sistemas de Lazer em APP SLAZIMP Sistema de Lazer Implantado SME Secretaria Municipal de Educação SMS Secretaria Municipal de Saúde UNIV Universidades VJAO Varejões Municipais As categorias que hoje existem no Banco de Dados são: Região , Nº no Mapa, Categoria, Tipo de Instituição, Nome, Abairramento, Bairro, Loteamento, Ponto de Referência, Microbacia (Córregos) e Sub Bacia (Ribeirões). Por exemplo: quando se faz uma pesquisa a partir da categoria Educacional na Região Norte, tem-se o seguinte resultado: nove Escolas Estaduais, oito Escolas 17
  • 19. Municipais de Ensino Fundamental e duas Escolas Municipais de Ensino Infantil (Tabela 3). A partir do número de registro no Banco de Dados, podemos localizar a instituição no Mapa citado. Tabela 3. Exemplo de pesquisa no banco de dados de instituições, por categoria educacional Nº Região Categoria Tipo Nome Bairro Mapa Norte 21 Educacional EE Hélio Penteado de Castro Parque Piracicaba Maria de Lourdes Norte 40 Educacional EE Consentino Vila Sônia Norte 13 Educacional EE Catharina Casale Padovani Santa Terezinha Norte 37 Educacional EE Luiz Gonzaga Vila Industrial Norte 54 Educacional EE Bairro Mário Dedini Altos do Piracicaba Dom Aniger Francisco M. Norte 6 Educacional EE Melilo Bosques do Lenheiro Norte 55 Educacional EE Loteamento Jd. Gilda Jardim Gilda Norte 27 Educacional EE Dr. João Chiarini Vila Fátima Norte 41 Educacional EE Com. Mário Dedini Algodoal Norte 64 Educacional EMEF Taufic Dumit Vila Sônia Norte 62 Educacional EMEF José Antonio de Souza Vila Sônia Norte 60 Educacional EMEF João Batista Nogueira Santa Terezinha Norte 61 Educacional EMEF João Otávio Mello Ferraciú IAA Norte 63 Educacional EMEF José de Pousa Toledo Bosques do Lenheiro Norte 78 Educacional EMEF Antonia Benedita Eugênio Jardim Gilda Norte 59 Educacional EMEF Benedito de Andrade Mário Dedini Norte 58 Educacional EMEF Alberto Thomazi Guamium Norte 79 Educacional EMEI Antonio Boldrim Vila Sônia Norte 119 Educacional EMEI Vila Sônia / Jd. São Luis Vila Sônia Outro exemplo de pesquisa aponta que na Região Norte existe quatro Centros de Referência em Assistência Social (Tabela 4). Tabela 4. Exemplo de pesquisa no banco de dados de instituições, por categoria educacional Região Nº Mapa Categoria Tipo Nome Bairro Norte 1 Social CRAS Mário Dedini Mário Dedini Norte 3 Social CRAS Parque Piracicaba Parque Piracicaba Norte 7 Social CRAS Vila Sônia Vila Sônia Norte 8 Social CRAS Parque Orlanda Parque Orlanda II Esse tipo de pesquisa auxilia o mapeamento e o contato com as instituições de interesse em cada região. Vale ressaltar que a complementação de categorias, dados e atualização dos mesmos deve ser constante. 18
  • 20. 3.1.4 Descrição das bacias hidrográficas do Município de Piracicaba A Figura 9 traz a área urbana do Município de Piracicaba e as bacias hidrográficas que estão situadas em seus limites de forma parcial ou total. Algumas delas estão totalmente inseridas no município de Piracicaba. Outras têm seu território localizado sobre a área de mais de um município. Fonte: IPPLAP (2011) Figura 9. Área Urbana - Mapa da Malha Viária do Município de Piracicaba com as SubBacias Segundo o Plano Municipal de Recursos Hídricos do Município de Piracicaba (SEMAE, 2011), diversas bacias presentes na área urbana são consideradas como as mais críticas dentro da área do município. As consideradas como menos críticas, com exceção da Bacia dos Ribeirões Cachoeira e Paramirim, encontram-se localizadas na área rural, na porção oeste do município (Figura 10). 19
  • 21. Fonte: SEMAE (2010) Figura 10. Localização espacial das bacias hidrográficas mais críticas e das menos críticas do município de Piracicaba. Informações mais detalhadas sobre a caracterização das bacias do município podem ser encontradas no Anexo 2. 3.2 Municípios Vizinhos No território do CE Piracicauá, municípios do entorno de Piracicaba são abrangidos pelos territórios de algumas das bacias hidrográficas existentes em seus limites. Na Tabela 6 são apresentados alguns dados desses municípios quanto à sua área, população, densidade demográfica, população urbana e rural, bioma e número de escolas. Dados sobre esses mesmos municípios quanto às suas regiões administrativas e de governo, seguidos de informações sobre Microrregiões Geográficas, Escritórios de Desenvolvimento Rural – EDR, Diretorias de Ensino – DE, Direções Regionais de Saúde – DIR e Unidades de Gerenciamento dos Recursos Hídricos – UGRHI, podem ser visualizados na Tabela 7. Esses dados são úteis na medida em que se queira aumentar ou diminuir a abrangência do território de atuação. Informações mais completas podem ser consultadas no Anexo 3. 20
  • 22. Tabela 6. Caracterização dos municípios abrangidos pelas Bacias Hidrográficas do Município de Piracicaba Dens. Pop Pop. Pop. Área Município Demog. urbana rural Bioma Escolas (hab.) (km²) (hab/km2) (hab.) (hab.) Cerrado e Médio: 3; Anhembi 5.653 736,51 7,68 4.271 1.382 Mata Fundamental: 4 Atlântica Cerrado e Médio: 2; Charqueada 15.085 175,84 85,79 13.686 1.399 Mata Fundamental: 6; Atlântica Pré-escolar: 1 Cerrado e Médio: 3; Iracemapólis 20.029 115,12 173,99 19.616 413 Mata Fundamental: 8; Atlântica Pré-escolar: 8 Médio: 4; Laranjal Mata 25.251 384,00 65,75 22.612 2.639 Fundamental: 11; Paulista Atlântica Pré-escolar: 9 Cerrado e Médio: 4; Rio das 29.501 226,66 130,16 28.562 939 Mata Fundamental: 13, Pedras Atlântica Pré-escolar: 10 Cerrado e Médio: 1; Saltinho 7.059 99,74 70,77 5.891 1.168 Mata Fundamental: 5; Atlântica Pré-escolar: 3 Médio: 5; São Pedro 31.662 611,00 51,82 26.607 5.055 Cerrado Fundamental: 19; Pré_esolcar: 12 Médio: 8; Mata Tietê 36.835 405,00 91,00 33.489 3.346 Fundamental: 24; Atlântica Pré-escola: 11 Fonte: IBGE, 2010 Tabela 7. Municípios do entorno segundo suas regiões administrativas e de Governo. Regiões Escritórios de Unidades de Gerenciamento Administrativas, Microrregião Diretorias de Direções Regionais Desenvolvimento dos Recursos Hídricos – Regiões de Governo e Geográfica Ensino – DE (1) de Saúde – DIR (2) Rural – EDR (3) UGRHI Municípios RA DE SOROCABA Sede: Sorocaba RG de Botucatu UGRHI 10 - Sorocaba/Médio 1. Anhembi (023) Botucatu EDR Botucatu DE Botucatu DIR 11 - Botucatu Tietê UGRHI 10 - Sorocaba/Médio 7. Laranjal Paulista (043) Tatuí EDR Botucatu DE Botucatu DIR 11 - Botucatu Tietê RG de Sorocaba UGRHI 10 - Sorocaba/Médio 17. Tietê (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Itu DIR 15 - Piracicaba Tietê RA DE CAMPINAS Sede: Campinas RG de Limeira UGRHI 05 - Piracicaba, 4. Iracemápolis (027) Limeira EDR Limeira DE Limeira DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí RG de Piracicaba UGRHI 05 - Piracicaba, 3. Charqueada (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí UGRHI 05 - Piracicaba, 6. Piracicaba (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí UGRHI 05 - Piracicaba, 8. Rio das Pedras (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Capivari DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí UGRHI 05 - Piracicaba, 9. Saltinho (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí UGRHI 05 - Piracicaba, 11. São Pedro (028) Piracicaba EDR Piracicaba DE Piracicaba DIR 15 - Piracicaba Capivari e Jundiaí Fonte: Fundação SEADE, 2003 21
  • 23. 4. O MARCO OPERACIONAL De acordo com o Profea (2006), “o Marco Operacional deve ser o planejamento objetivo das estratégias e ações a serem desenvolvidas, decorrendo de uma análise que contempla o Marco Situacional e o Conceitual ao mesmo tempo”. Dessa forma, descreve, principalmente, a gestão do Coletivo Educador Piracicauá, ou seja, como é sua dinâmica de existência, de representação e de trabalho. 4.1 Etapas de Atuação Devido ao tamanho da área e visando viabilizar a atuação na totalidade do território escolhido, elencamos as seguintes etapas de trabalho: • Etapa 1 – Atuação nas bacias hidrográficas localizadas prioritariamente na área urbana e que estão totalmente inseridas no município de Piracicaba; • Etapa 2 – Atuação nas bacias rurais totalmente inseridas no município; • Etapa 3 – Atuação nas bacias urbanas e rurais que tenham parte de sua área em municípios vizinhos. 4.2 Gestão Relembrando que o coletivo é formado por pessoas e instituições que atuam no campo da educação ambiental no território das bacias hidrográficas de Piracicaba e municípios abrangidos, apresentamos aqui sua dinâmica de organização e funcionamento. Os membros do coletivo atuam, interagem e se comunicam através de algumas instâncias: • Grupo de e-mails: O grupo de diálogo por e-mail é uma das formas de interação e decisão do Coletivo Piracicauá. Nesse espaço são comunicados eventos, chamadas e organizadas reuniões, montados grupos de trabalho para fins específicos, repassados atas e relatos de reuniões e trabalhos realizados, entre outros. O e-mail do grupo é piracicaua@yahoogrupos.com.br • Reuniões: São realizadas periodicamente de acordo com as demandas, em que são abordados trabalhos mais específicos como elaboração de projetos, revisão 22
  • 24. do PPP, organização de eventos e cursos, entre outros. São comunicadas pelo grupo e-mails. • Animador semestral: A cada semestre é escolhido, dentre os membros participantes, um ou mais animadores do grupo, responsáveis pelas reuniões, suas organização e relato compartilhado. • Representante legal: É uma figura jurídica solicitada pelo MMA na formação dos Coletivos em 2006. O Coletivo Piracicauá já teve por representantes legais as instituições: Projeto Bacias Irmãs, Centro Acadêmico Luiz de Queiroz, Instituto Ambiente em Foco. Hoje o Coletivo entende que diversos podem ser seus representantes legais, dependendo do objetivo. Atualmente pleiteia da ONG Terra Mater que seja o seu representante legal perante o MMA. Mas para cada projeto enviado, o representante poderá ser alguma instituição membro ou alguma outra que queira ser parceira naquela ação específica. • Representação em nome do Coletivo: Os membros, além de representarem suas próprias instituições em eventos ou ações específicas, deverão citar o nome do Coletivo, quando cabível. Representantes de instituições devem assinar um termo de compromisso que indica e formaliza a participação das pessoas em suas horas de trabalho, com a instituição respaldando essa participação e os seus desdobramentos. • Assinaturas de manifestos e participações do Coletivo: Petições, abaixo- assinados, campanhas, dentre outros, serão assinadas por pessoas e instituições filiadas ao Coletivo e não pelo Coletivo em si, para não comprometer outras instituições membros. • Comunicação: Grupo de e-mail, telefonemas, cartas, visitas, encontros, site, espaço de formação, animação com experiências exitosas, conhecimento das diferentes instituições (reuniões rotativas), grupos de trabalho. • Base, núcleos de atuação e pontos de capilaridade: O Coletivo tem uma base de referência para guardar os seus materiais históricos e de utilização coletiva. Ela é um pequeno espaço cedido por uma das instituições participantes. As suas reuniões também são realizadas em salas cedidas pelas instituições participantes ou parceiras. Os seus núcleos de atuação funcionam sediados nas instituições participantes e são definidos em comum acordo entre os que estão envolvidos na construção partilhada de uma determinada ação ou projeto. Os Pontos de Capilaridade foram pensados em instituições parceiras que instalam algumas estruturas educadoras como espaços demonstrativos. Para a indicação da localização desses espaços será necessário ter algumas informações disponíveis sobre as instituições interessadas e que estejam localizadas nas bacias envolvidas em cada etapa de trabalho. • Representação em eventos: É importante consultar com antecedência o grupo manifestando a intenção de representar o Coletivo em determinado evento. Caso seja aceito, deve-se levar o “kit coletivo”: o PPP, a apresentação audiovisual, o folder e o caderno conceitual. Essas informações com as ações, histórico do 23
  • 25. grupo e chamado à formação da rede, facilitam a apresentação sobre o trabalho realizado. Também é necessário que esse representante, em momento posterior, faça o repasse ao grupo da memória do encontro e dos encaminhamentos definidos. 4.3 Diretrizes O CE Piracicauá dialoga com os princípios e com as diretrizes e objetivos previstos na Política e no Programa Nacional de Educação Ambiental e nas Políticas de EA definidas na legislação do Estado de São Paulo e de Piracicaba. Nesse diálogo inspira e fundamenta as seguintes diretrizes que se complementam e articulam entre si: a) Articulação para a construção de uma agenda comum Por meio da atuação com instituições parceiras, dentre as quais se destacam: - CBH-PCJ - Câmara Técnica de Educação Ambiental - Comdema - Piracicaba Sustentável - Agenda 21 Municipal (Pira 21) - Conselho da Cidade - Fóruns de resíduos e de mobilidade - Criação de novo espaços A ideia é que dessa agenda comum possa ser elaborado o ANIMAPIRA – o Ano Integrado de Meio Ambiente de Piracicaba, inspirado nas Semanas Ambientais (SIMAPIRAS) realizadas, mas que tenham sua programação agendada e elaborada de forma integrada. Outro formato possível para o ANIMAPIRA é o modelo existente da Cartilha DE OLHO NA BACIA, elaborada pelo Projeto Pisca, que indica alguns temas para iniciar uma árvore dos sonhos para o território em questão: Economia Local e Consumo Responsável; Mobilidade Sustentável; Água; Biodiversidade; Política e governança; Educação para a Sustentabilidade. Para cada tema são relacionados quatro tópicos: • O sonho – que é a enunciação de um sonho dentro do tema para o território em análise; • O caminho a percorrer – o que deve ser considerado para se alcançar o sonho; 24
  • 26. • Evidências de que o sonho é possível - exemplos de iniciativas bem sucedidas que acontecem no Brasil e no mundo cuja fonte principal é a Plataforma Cidades Sustentáveis; • Na Bacia – iniciativas e experiências bem sucedidas no território em análise. b) Fortalecimento de iniciativas e projetos em andamento no território Como já citado no marco situacional, hoje existem diversas pessoas e instituições nas bacias urbanas de Piracicaba que trabalham com educação ambiental. Nesse sentido, o Coletivo Educador pretende contribuir com a costura dos nós dessa rede, por meio principalmente do compartilhamento de conhecimentos e habilidades (Cardápio de Aprendizagem) e do estímulo ao fortalecimento de espaços e processos educadores para a sustentabilidade. Incluem-se aí calendário e divulgação unificados, temas comuns definidos semestralmente, fóruns, mutirões, eventos, recursos, equipamentos, espaços e estrutura, visitas às instituições para a articulação, reuniões periódicas do Coletivo e participação em atividades. O CE Piracicauá se propõe a fortalecer iniciativas no território de duas maneiras: - Apoio: Quando a participação é pontual – a partir de um convite dos proponentes dos eventos, com a finalidade de fortalecer as atividades por meio da participação do CE. - Realização/ Parceria: Quando a participação é continuada - a exemplo da participação atual na construção e implantação das seguintes frentes de atuação: Política Municipal de Educação Ambiental (PMEA), Fórum de Resíduos, Câmara Técnica de EA do PCJ, Ponto de Cultura Educomunicamos, Material do Pisca “De Olho na Bacia”, AnimaPira e Simapira, Piracicaba Sustentável, Condema, pretende-se manter e fortalecer as parcerias existentes e criar novas para expandir esses ideais. c) Formação de Educadores Ambientais Em coerência com as orientações do ProNEA, que estabelece como linha de ação a formação de educadores ambientais, o Coletivo Educador Piracicauá construiu a proposta do “Curso de Formação de Educadores Ambientais: construindo caminhos para a sustentabilidade socioambiental”. Esse Curso objetiva contribuir para uma Educação Ambiental (EA) permanente, continuada e articulada, junto à totalidade dos habitantes das bacias hidrográficas do município de Piracicaba, por meio do estímulo e apoio à construção de conhecimentos teóricos e práticos de EA. 25
  • 27. A idéia é viabilizar que outros grupos da cidade possam ter acesso às tecnologias simplificadas, trazendo impactos efetivos em seu cotidiano, estimulando a reflexão sobre o que essas ações, ideias e iniciativas significam, no que implicam e a serviço de quem e de que são propostas. Além disso, objetiva-se que o Curso propicie uma formação permanente e continuada de educadores ambientais, que possam ter autonomia e apoio para a formação de novos educadores, implicando diretamente na transformação da realidade dos participantes. O Curso é constituído por seis módulos, sendo o primeiro denominado de “Módulo Básico” e os cinco restantes denominados de “Módulos Temáticos”. O Módulo Básico tem 40 h de duração e os Módulos Temáticos 60 h, a serem realizados nas cinco regiões urbanas do Município de Piracicaba - leste, oeste, norte, sul e centro, visando introduzir os participantes no campo da EA e incentivá-los a desenvolver propostas de intervenção local. Os módulos temáticos são constituídos por um rol de oficinas distribuídas nos seguintes temas: técnicas participativas de trabalho em grupo/redes; práticas sustentáveis; políticas públicas e planejamento; segurança alimentar; economia solidária; cultura, saúde e meio ambiente. Cada módulo disponibilizará de 30 a 40 vagas por região da cidade, contemplando um mínimo de 300 lideranças do município. A capilaridade da metodologia será atingida por meio da construção de intervenção educadora ambiental pelos participantes, em cada um dos módulos, com estímulo à mobilização de dez pessoas por intervenção, chegando a um número de três mil pessoas envolvidas indiretamente. A construção de “centros demonstrativos ou centros de referência” de sustentabilidade, por meio da ação solidária, será estimulada e apoiada, com vistas à transformação da realidade socioambiental de cada região urbana. Como subsídio e apoio às intervenções propostas serão distribuídas mochilas contendo materiais de EA. A inter-relação entre a educação e a comunicação, ou seja, a educomunicação, objetivando o conhecimento do uso, dos meios e dos processos de comunicação e informação, numa perspectiva de prática da cidadania, será utilizada como ferramenta no desenvolvimento desta proposta de formação, enfatizando a importância de que o espectador seja também o produtor e veiculador de informações. As propostas existentes sobre os Cursos de Formação podem ser visualizadas no Anexo 4. d) Políticas públicas 26
  • 28. Reivindicação, apoio, proposição e fortalecimento das políticas públicas no município, atuando junto a outros setores e movimentos, a exemplo dos Fóruns de Resíduos, de Mobilidade, da PMEA. e) Educomunicação Estimular e apoiar a comunicação com perspectiva educadora, junto às instituições de comunicação e outras, bem como em cursos e atividades educacionais promovidas pelo Coletivo ou pelas instituições participantes e parceiras. 4.4 Cardápio de Aprendizagem Para o Coletivo Educador Piracicauá educação é alimento da mente e do espírito humano, ação e reflexão, práxis, transformação e trabalho, compromisso, diálogo e exigência existencial, pronunciar o mundo para modificá-lo. Nesse contexto é que foi pensado o “Cardápio de Aprendizagem”, proposta em permanente construção, apresentando um leque de opções de atividades e oficinas, que vão desde a orientação, contendo o passo a passo para realização de diferentes atividades, respeitando as condições e elementos locais disponíveis, passando pela oferta de instituições, indivíduos, materiais e elementos que colaborem com o desenvolvimento individual, institucional e local. Por meio de uma analogia com um cardápio de restaurante em que se pode escolher o que mais lhe dá vontade, apetite e “cai melhor” em determinada situação para saciar a fome, foram sistematizadas as principais instituições, indivíduos e temas oferecidos no território ou na região, oferecidos por meio de uma lista que pode ser acessada, visando o enriquecimento e o fortalecimento da ação de educação ambiental no território abrangido pelo Coletivo Piracicauá. O Cardápio de Aprendizagem difere-se do convencional cardápio de restaurante, por buscar a cooperação, permitindo que o(a) educador(a) ambiental, ao mesmo tempo em que acessa itens, também pode oferecê-los, e assim na práxis e avaliação coletiva busca-se o constante aprimoramento das atividades ofertadas. O Cardápio de Aprendizagem é a base para a continuidade e a autogestão do processo educador. Cada curso, cada processo formativo tem o seu currículo centrado na práxis e sua utilização de forma dialógica é estimulada e esperada. 27
  • 29. O Cardápio do Coletivo, que pode ser consultado no Anexo 5, está distribuído em seis grandes temas, podendo a ele serem agregados novos temas conforme as ofertas forem surgindo: Temas de Atuação 1 - Práticas sustentáveis 2 - Técnicas participativas de trabalhos em grupo e redes; 3 - Políticas públicas e planejamento 4 - Segurança alimentar 5 - Economia solidária 6 - Interface cultura, saúde e meio ambiente Para detalhamento de cada um dos temas, será enviado um cadastro (Anexo 6) para as instituições envolvidas, mas será necessária uma revisão do mesmo tornando mais simples o seu preenchimento e a interlocução com os parceiros. Esse modelo é fundamental para padronizar o formato e o método pedagógico das oficinas, de forma que possam contribuir, ao final do curso, com a reflexão almejada sobre a relação das pessoas entre si e com o seu meio. O Cardápio de Aprendizagem será abrigado no site do Coletivo, apresentando todas as informações e materiais que vem sendo construídos e, especialmente, dando mais visibilidade às ações realizadas, funcionando como um banco de dados e, ao mesmo tempo, um divulgador das instituições parceiras e de suas experiências. 4.5 Avaliação É de fundamental importância que todo e qualquer processo de construção e produção de conhecimentos em EA, inclua a questão da avaliação, pensada no sentido de aprimorá-lo e de possibilitar o amadurecimento dos atores envolvidos na ação. Ela necessita ser planejada partindo-se do que se tem e analisando aonde se quer chegar, estabelecendo-se coletivamente objetivos, metas e procedimentos avaliativos. As atividades e ações propostas pelo Coletivo serão avaliadas de forma permanente e continuada e se necessário, readequadas visando o futuro do Coletivo. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRASIL. Balanço de Gestão do Departamento de Educação Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental, 2007. 28
  • 30. ______. Programa Nacional de Educação Ambiental – ProNEA. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, Diretoria de Educação Ambiental; Ministério da Educação, Coordenação Geral de Educação Ambiental, 2005. ______. Órgão Gestor da Política Nacional de Educação Ambiental. Programa Nacional de Formação de Educadoras(es) Ambientais: por um Brasil educado e educando ambientalmente para a sustentabilidade. Brasília: MMA/MEC. 2006. Série Documentos Técnicos - 8. 52p. http://www.cdcc.sc.usp.br/CESCAR/Material_Didatico/ProFEA.pdf Acesso em 05/10/2011. ______. Encontros e Caminhos: Formação de Educadoras (es) Ambientais e Coletivos Educadores. Ministério do Meio Ambiente. Secretaria Executiva. Diretoria de Educação Ambiental. Brasília, 2005. Volumes 1 e 2. BARRETTO, Alberto G. O. Pereira; SPAROVEK Gerd; GIANNOTTI, Mariana. Atlas Rural de Piracicaba. Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais. Piracicaba – SP. 2006 CBH-PCJ. Plano de bacias hidrográfica dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí 2010- 2020 – relatório síntese. São Paulo: Cobrape: Neoband Soluções Gráficas, 2011, 128 p.) ESALQ. Mapa de Piracicaba. Disponível em: http://www.esalq.usp.br/pg/images/ mapapira.jpg. Acesso em: 30 de março de 2011. FRACTAIS – Coleciona – SP - Boletim dos Coletivos Educadores de São Paulo. Ano 2 nº 02 Maio/2008. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987. ______. Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1997. GALLO, Z; MARTINS, L.A.de T.P; PERES, M.T.M. Pobreza, meio ambiente e economia solidária: o caso de Piracicaba. In: Revista FAE, Curitiba, v.8, n.1, p.39-50, jan./jun. 2005. Disponível em: http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/rev_fae_v8_n1/rev_fae _v8_n1_04.pdf. Acesso em: 26 de março de 2011. IBGE (2010). Disponível em: http://www.censo2010.ibge.gov.br/ IMAFLORA. Projeto Piracicaba Sustentável. 10p. Piracicaba, 2010. Imaflora 2011 Coleta Seletiva: É Preciso Avançar. Disponível em: www.imaflorapiracicaba.blogspot.com/2011/07/coleta-seletiva-e-preciso-avancar.html IPPLAP. Piracicaba e municípios vizinhos. Disponível em: http://www.ipplap.com.br/docs/mun_viz.pdf. Acesso em: 31 de março de 2011. 29
  • 31. IPPLAP. Localização, relevo e extensão territorial de Piracicaba. Disponível em: http://www.ipplap.com.br/docs/Localizacao%20Relevo%20Extensao%20Territorial.pdf . Acesso em: 31 de março de 2011. IPPLAP. Perfil Estatístico 2007 - Piracicaba. Disponível em: http://www.ipplap.com.br/docs/Perfil%20Estatistico%202007.pdf. Acesso em: 30 de março de 2011. LABORATÓRIO DE EDUCAÇÃO E POLÍTICA AMBIENTAL/OCA. Em busca da sustentabilidade educadora ambientalista. IN: AmbientalMente sustentable. Revista Científica Galego-Lusófona de Educación Ambiental. Serviço de Publicações Universidade da Coruña. Centro de Extensão Universitária e Divulgação Ambiental - CEIDA. Junta de Galícia. Revista Semestral, Ano V, volume I, nº 9-10. janeiro- dezembro, 2010. NEVES, Mirna Aparecida Neves; PEREIRA, Sueli Yoshinaga; FOWLER, Harold Gordon. Impactos do sistema estadual de gerenciamento de recursos hídricos na bacia do Rio Jundiaí (SP). In: Ambiente & sociedade. vol.10 nº.2 Campinas July/Dec. 2007. MORIN, Edgar. A Cabeça Bem- Feita. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2000. ______. Os Sete Saberes Necessários à Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, 2000. SAWAIA, Bader. Participação Social e Subjetividade. In: SORRENTINO, M. (coord.). Ambientalismo e Participação na Contemporaneidade. São Paulo: EDUC/FAPESP, 2001. SÃO PAULO/SMA – Relatório de Qualidade Ambiental – Estado de São Paulo. Disponível em: http://homologa.ambiente.sp.gov.br/ea/encontro_agua_1106/paraiba_sul/palestras/Sergi o_Alex%20Constant_Almeida.pdf TASSARA, Eda T.(Org.). Dicionário socioambiental: ideias, definições e conceitos. São Paulo: FAARTE Editora, 2008. TERRA MATER (2012) Cartilha De Olho na Bacia. SEMAE/IRRIGART. Plano Municipal de Gestão dos Recursos Hídricos do município de Piracicaba/SP. Relatório Geral 2 - em escala 1:50:000 2. Volume 1: Caracterização ambiental. Junho de 2010. 30
  • 32. ANEXOS 31
  • 33. ANEXO 1 – Histórico do Coletivo Segue abaixo um breve relato cronológico contextualizado sobre a história do surgimento do Coletivo Educador Piracicauá. 2º SEMESTRE de 2006: • Animador: ainda não existia. A idéia de animador surgiu em 2007. • Responsável Legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ- ESALQ/USP. • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto. Ciências Florestais / ESALQ/USP - OCA. • Eventos realizados/apoiados: - V Semana do Pisca / I Workshop da Rede de Iniciativas Socioambientais da bacia hidrográfica do Ribeirão Piracicamirim: Data/Período: Junho/2006 Nº de participantes: 20 Objetivos: apresentar os projetos das instituições que atuavam na melhoria da qualidade socioambiental da bacia do Ribeirão Piracicamirim, visando a maior integração das ações das instituições governamentais e não governamentais com trabalhos nessa bacia. Resultados: a apresentação das experiências de cada entidade, seguida de um espaço para perguntas e troca de experiências, possibilitou que os participantes pudessem conhecer a respeito das instituições e suas ações no que se relaciona à atuação na bacia. • Materiais produzidos: Apresentação de ações de 12 instituições que atuavam de formas diferentes e ligadas a distintas realidades da bacia. • Outras informações relevantes: - Chamada Pública nº 01/2006: “Quando nos reconhecemos como um coletivo educador”: por meio da 2ª chamada Pública (setembro/2006) do DEA - Departamento de Educação Ambiental do MMA - Ministério do Meio Ambiente, que teve como objetivo o mapeamento dos Coletivos Educadores para territórios sustentáveis o grupo das 12 instituições, que vinha se articulando na bacia do Piracicamirim, percebeu que a proposta de Coletivos Educadores contemplava as ideias de articulação para o planejamento e execução de ações socioambientais neste território e poderia se tornar um potencial Coletivo Educador. A bacia do Ribeirão Piracicamirim engloba partes dos municípios de Piracicaba, Rio das Pedras e Saltinho e possui área total de 133 km² e uma população estimada em 93.000 habitantes Essa percepção configurou-se como o início da elaboração da proposta de formação de um Coletivo Educador. Após algumas reuniões realizadas na OCA - Laboratório de Educação e Política Ambiental da ESALQ-USP, uma comissão 32
  • 34. organizou o documento “PROJETO COLETIVO EDUCADOR DA BACIA DO RIBEIRÃO PIRACICAMIRIM”, atendendo às solicitações para reconhecimento do Coletivo Educador Piracicamirim pelo DEA-MMA. A instituição proponente foi Projeto “Bacias Irmãs - Construindo Capacidade na Sociedade Civil para a Gestão de Bacias Hidrográficas” (USP – Agência de Inovação Tecnológica, PROCAM e ESALQ; York University – FES; Instituto Ecoar para a Cidadania; Agência Canadense de Desenvolvimento Internacional). Dessa forma, o objetivo geral do Coletivo Educador da Bacia do Ribeirão Piracicamirim era de ampliar e efetivar ações conjuntas que possibilitassem a sinergia de recursos e competências pessoais e institucionais voltadas para a sustentabilidade da Bacia do Ribeirão Piracicamirim. Para atingir esse objetivo maior, o Coletivo buscava incentivar e promover ações de restauração florestal e prevenção e combate a incêndio; troca de experiências e comunicação; elaboração e efetivação de planos diretores socioambientais participativos; formação de formadores em temas socioambientais que permitissem o envolvimento da comunidade na sustentabilidade da bacia tais como: educação ambiental, bacia hidrográfica, água, organização da sociedade civil e restauração florestal. 1º SEMESTRE/2007 • Animador: Joyce Brandão e Karine Faleiros • Responsável legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ- ESALQ/USP. • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto. Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA. • Eventos realizados/apoiados: nenhum. • Materiais produzidos: tabelas digitalizadas “Quem somos e o que fazemos: Presente, Passado e Futuro”, preenchidas pelas instituições participantes; Mapa (em papel pardo) da articulação das instituições e problemas enfrentados no território da bacia. • Outras informações relevantes: - Conhecendo melhor a proposta “Coletivos Educadores”: - Estudo aprofundado sobre a proposta “Coletivos Educadores” - Discussão e definição do marco conceitual e situacional do Coletivo Educador Piracicamirim, utilizando rodas de conversa, métodos de visualização, preenchimento de questionários por cada instituição parceira (Quem somos e o que fazemos: Presente, Passado e Futuro) e maquete viva (mapa), que definia o território da bacia e as articulações das instituições parceiras do Coletivo neste território, bem como os problemas enfrentados. Foram discutidos o conceito e as particularidades da bacia, os contribuintes parceiros e suas relações em comum. 33
  • 35. - Com o intuito de promover uma melhor articulação entre os participantes, facilitando a comunicação e a organização dos encontros, foi idealizada a figura do “animador(a)”, que, até hoje, é alterada na medida da necessidade do grupo. 2º SEMESTRE/2007: • Animador: Maria Lídia. • Responsável legal: Centro Acadêmico “Luiz de Queiroz” – CALQ- ESALQ/USP. • Local das reuniões: PET - Ecologia / ESALQ-USP. • Eventos realizados/apoiados: nenhum • Materiais produzidos: Artigo no Boletim nº 01 - Fractais Coleciona SP (pág. 11), apresentando o Coletivo Educador Piracicamirim, que pode ser visualizado no site: • http://www.esnips.com/displayimage.php?album=2238631&pid=18193287#top _display_media.. • Outras informações relevantes: - Divulgação do Coletivo: Blog do Coletivo Educador Piracicamirim, visualizado no site: http://coletivopisca.blogspot.com/ - Interações com outros coletivos: participação no III Encontro Estadual de Educação Ambiental e II Encontro de Coletivos Educadores, realizados simultaneamente em São José do Rio Preto, onde foram fortalecidos vínculos com outros coletivos do Estado e realizadas contribuições para a construção da proposta de minuta para o projeto de Lei da Política Estadual de Educação Ambiental. - Momentos difíceis: poucos parceiros participantes nas reuniões presenciais. Porém o grupo persistiu e buscou se fortalecer com um novo plano de ações visualizando, inclusive, o aumento do território de atuação do Coletivo, por sugestão do DEA-MMA. Para cumprir algumas exigências burocráticas junto ao DEA-MMA foi necessário estudar também um novo proponente para o Coletivo, gerando propostas junto ao Centro Ecológico “Flora Guimarães Guidotti” da FEALQ, a qual não foi aceita. 1º SEMESTRE/2008: • Animador: Júlia Faro e Elizabeth S. Nunes Salles. • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco. • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Políticas Ambientais – Depto. Ciências Florestais / ESALQ-USP - OCA. • Eventos realizados/apoiados: 34
  • 36. - Curso “Educação Ambiental e Resíduos Sólidos”: realizado na ESALQ-USP, objetivando a formação de professores do ensino fundamental e médio da rede pública. Parceria entre USP-Recicla, NEA-Sedema e FEALQ-Centro Ecológico “Flora Guimarães Guidotti”, NACE-PTECA/ESALQ-USP, Projeto Bacias Irmãs, Projeto Pisca e Curso de Licenciatura e Ciências Agrárias, com apoio do Coletivo Educador Piracicauá. - II Fórum do PISCA: realizado em Saltinho, com o apoio do Coletivo Educador na realização de oficinas, no planejamento e encaminhamentos de ações resultantes do Encontro. • Materiais produzidos: - Artigo “A metamorfose de um coletivo” sobre o Coletivo Educador Piracicauá para o Boletim nº 02 – Fractais Coleciona, que pode ser visualizado na pag. 16, no site: http://www.esnips.com/displayimage.php?album=2238631&pid=18193288&uid =466239#top_display_media. • Outras informações relevantes: - Aumento do território: por sugestão do DEA-MMA e a abrangência das ações dos parceiros em outras sub-bacias, o território do Coletivo foi aumentado para 35 sub-bacias do município de Piracicaba, sendo que algumas cidades do entorno também foram contempladas pelo território, pelo fato de alguns projetos envolverem a participação de instituições parceiras. - Alteração do nome para “Coletivo Educador Piracicauá”: derivado de pirá sykáua, nome de Piracicaba na origem tupi. Segundo o Moderno Dicionário da Língua Portuguesa (MICHAELIS,1998, p. 974), significa “Lugar que por acidente natural no leito dos rios, como queda d´água, não permite a passagem dos peixes, sendo por isso favorável à pesca". Foi o nome dado pelos primeiros habitantes de Piracicaba - os índios de raízes tupi-paiaguás que viveram à margem direita do rio, próximo ao salto do Rio Piracicaba. O nome foi escolhido pelo fato do rio Piracicaba estar localizado na região central da cidade e, através dele, muitas atividades se formaram e se transformaram. Como o Coletivo representa educadores que atuam nesta bacia, espera-se que, como essa força com que o rio exerce na vida dos piracicabanos, também o Coletivo possa transformar idéias em ações. - Novos objetivos para um novo território: · Incentivar o reconhecimento das bacias, as quais cada participante pertence; · Contribuir para a reflexão sobre a realidade socioambiental local; · Promover a articulação entre pessoas e instituições locais e regionais a fim de criar e potencializar processos de formação de educadores ambientais; · Colaborar para a instituição de políticas públicas ambientais no município e região; 35
  • 37. · Ampliar e efetivar ações conjuntas que possibilitem sinergia de recursos e competências pessoais e institucionais voltadas para a sustentabilidade das bacias do município de Piracicaba. - Execução do Plano de Ações: · Divulgação: elaboração de um folder do Coletivo, a partir da apresentação do Coletivo, a justificativa do nome, o território de atuação, o conceito de bacia hidrográfica, os objetivos propostos, a identificação dos parceiros atuantes e o convite para participação, disponibilizando sites e telefones para contato. · Ampliação do PAP2: mapeamento de possíveis novos parceiros, com indicação pelos parceiros atuantes de pessoas e instituições envolvidas com educação sócio-ambiental nas sub-bacias de Piracicaba e cidades do entorno. · Planejamento de um Curso de formação: para educadores ambientais referenciado no tema “Bacias Hidrográficas”, para o qual foi definido um grupo de trabalho GT- Curso de Bacias. - Participação no IV Encontro dos Coletivos Educadores, Salas Verdes e Coletivos Jovens - Campinas: Abril/2008, o qual aconteceu em resposta aos encaminhamentos do III Encontro de Coletivos Educadores (São Paulo), com o objetivo de fortalecer os processos de formação em educação ambiental do estado de São Paulo. 2º SEMESTRE/2008: • Animador: Camila Pastor • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF) • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto. Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA. • Eventos realizados/apoiados - Encontros para discussão do conceito de EA: diante da percepção do conceito de Educação Ambiental dentro do Coletivo estar sendo entendida de formas diferentes, foram realizados dois encontros para a formação de parceiros: 1º Encontro: “Entendimento da proposta Coletivos Educadores”: realizado com o apoio da Isabel do CESCAR – Coletivo Educador de São Carlos, a qual apresentou experiências e dificuldades enfrentadas no CESCAR. 2º Encontro: “Conceito de Educação Ambiental”: realizado com a mediação do IAF. - 08/11- Encontro com novos parceiros: com o objetivo de ampliar as parcerias foi apresentado o Coletivo Educador Piracicauá para algumas instituições e pessoas selecionadas a partir do mapeamento de novos parceiros. 36
  • 38. • Materiais produzidos: TV dialógica, apresentação do Coletivo em Power Point, linha do tempo (histórico do Coletivo) em papel pardo. • Outras informações relevantes: - Mapeamento de novos parceiros: proposta do IAF em trazer o grupo temático em EA, da Oscip Piracicaba 2010, como parceira do Coletivo; - Oficialização de parcerias: foi solicitado às instituições parceiras que apresentassem um documento reconhecendo-se como parceira oficial do Coletivo. - Elaboração de proposta de projeto: “Curso de Formação de Educadores Ambientais Populares em micro-bacias hidrográficas do município de Piracicaba”. - Planejamento das atividades do 15º Arrastão Ecológico no Rio Piracicaba, realizado no mês de janeiro de 2009. 1º SEMESTRE/2009 • Animador: Camila Pastor • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF) • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto. Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA. • Eventos realizados/apoiados: - Jan/2009: 15º Arrastão Ecológico – participação do Coletivo como co- realizador, com a intervenção do “Tambuco Siriri” – personagem mitológico dos rios – na abertura do evento; caminhada de percepção nas margens do Rio Piracicaba e recolhimento de lixo e materiais recicláveis para a oficina de construção da capa do Tambuco Siriri, que aconteceu no dia seguinte as atividades do Arrastão, no SESC-Piracicaba, sob a coordenação de Rita Moura – da Associação Pró-Cultura de Piracicaba. - 2009: Curso “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e intervenções no contexto escolar”, direcionado a professores do ensino médio da rede estadual de ensino. - Construção participativa da Cartilha De Olho na Bacia: Material Didático de Educação Ambiental para a Bacia do Ribeirão Piracicamiri, a qual contemplou a realização de três módulos de oficinas, reunindo parceiros do Coletivo e novas pessoas e instituições que tinham relações com atividades socioambientais na bacia do ribeirão Piracicamirim. - I SIMAPIRA – Semana Integrada de Meio Ambiente de Piracicaba: com o objetivo de reunir pessoas e instituições na realização de atividades na Semana do Meio Ambiente, com uma programação integrada, reduzindo custos, 37
  • 39. materiais, sobreposição de palestras, seminários e fragmentação do público interessado nas questões socioambientais de Piracicaba. Materiais produzidos: - 15º Arrastão Ecológico: Capa do “Tambuco Siriri” com lixo seco e limpo; - V Encontro de Coletivos Educadores: painéis (em forma de totem - reutilizando garrafas pet) com fotos de atividades do Coletivo, e vídeo apresentando a história do Coletivo. • Outras informações relevantes: - Elaboração do Projeto “Ação Com-vida”, que objetivou a articulação e fortalecimento das Comissões de Qualidade de Vida nas Escolas Estaduais através de intervenções durante o Programa Escola da Família, realizado nos finais de semana, nas escolas estaduais de Piracicaba que participaram dos trabalhos propostos pela Conferência Infanto-Juvenil para o Meio Ambiente em 2008. Por dificuldades de agenda junto às escolas para realização das atividades, bem como pelo fato da pessoa responsável pelo Programa Escola da Família ter falecido, o projeto não foi desenvolvido. - Participação de parceiros no V Encontro de Coletivos Educadores do Estado de São Paulo, realizado em São Carlos, o qual resultou nos seguintes encaminhamentos: - Manifesto pela continuidade do Programa de Formação de Educadores Ambientais (ProFEA) e o fortalecimento dos Coletivos Educadores, encaminhado ao DEA-MMA. - Apresentação dos coletivos presentes e formas de atuação: PPP – Projeto Político Pedagógico, Marcos Conceitual e Situacional, Cardápios e demais propostas do ProFEA. - Discussões sobre a formação e o processo em que se encontram os Coletivos Educadores do estado de São Paulo, abordando a dimensão pedagógica, a articulação com o Projeto Político Pedagógico, a sustentabilidade (principalmente financeira) e a comunicação entre os coletivos. - Sugestões de atividades lúdicas e interativas relacionadas a temas socioambientais. 2º SEMESTRE/2009 • Animador: Camila Pastor • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF) • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto. Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA. 38
  • 40. • Eventos realizados/apoiados: - Continuidade do curso: “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e intervenções no contexto escolar”; - Continuidade na construção da cartilha “De olho na bacia” – oficinas de construção participativa de material de educação ambiental para a bacia do Pisca, incluindo a formação da comissão de apoio que se reuniu quinzenalmente. - Oficina para articulação de ações/projetos: Ação COM-VIDA, Projeto Tijuco Preto, Curso para Professores “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e intervenções no contexto escolar”. • Materiais produzidos: nenhum • Outras informações relevantes: - Para encaminhamentos das demandas do coletivo foram organizados alguns grupos de trabalho com os seguintes objetivos principais: - GT Ação COM-VIDA: articular a realização do Projeto, junto ao Programa Escola da Família e às escolas estaduais. - GT Animapira: diagnosticar e integrar eventos/intervenções ambientais numa programação anual em Piracicaba. - GT Portfólio: organizar material de divulgação do Coletivo. - Participação na construção da PMEA – Política Municipal de Educação Ambiental: participação no workshop realizado na EEP em 20/10/2009 e na comissão de acompanhamento da construção da minuta do projeto de lei, durante o período de novembro e dezembro/2009. - Finalização do projeto “Curso de Formação de Educadores Ambientais Populares em micro-bacias hidrográficas do município de Piracicaba”, objetivando protocolo para obtenção de financiamento de recursos FEHIDRO – Fundo Estadual de Recursos Hídricos. 1º SEMESTRE/ 2010 • Animador: Valéria Freixêdas • Responsável legal: Instituto Ambiente em Foco (IAF) • Local das reuniões: Laboratório de Educação e Política Ambiental – Depto. Ciências Florestais / ESALQ-USP – OCA. • Eventos realizados/apoiados: - Participação na Comissão de Avaliação e Elaboração da cartilha do curso: “As questões educacionais ambientais: desafios, perspectivas e intervenções no contexto escolar”. • Materiais produzidos: 39