2. Era uma vez três ursos
que moravam juntos
numa linda casinha,
no meio da floresta.
3. O primeiro era um
urso pequenino.
O segundo era um
urso médio, e o
terceiro, um urso
muito grande.
O primeiro tinha
uma voz fininha.
O segundo tinha
uma voz média e o
terceiro, uma voz
muito grossa.
4. Cada um deles tinha um prato, um prato para a
sopa.
O urso pequeno tinha um prato pequenino, o urso
médio, um prato médio e o urso grande, um prato
grande.
5. Cada um deles tinha também uma cama e uma cadeira.
A cama e a cadeira do ursinho eram pequeninas, a cama e a
cadeira do urso médio eram médias e a cama e a cadeira do
urso grande eram grandes.
6. Uma bela manhã, os três amigos foram passear pela floresta,
deixando a papa a arrefecer nos três pratos sobre a mesa. E,
enquanto passeavam, uma menina chamada Caracóis de Ouro
apareceu em frente da casita. Era a primeira vez que ela via
uma casa tão engraçada.
8. Não vendo ninguém, Caracóis de Ouro empurrou a
porta e entrou.
Encontrou a papa de mel, muito apetitosa, a arrefecer
sobre a mesa.
9. Caracóis de Ouro estava
cheia de fome e resolveu
comer um pouco daquela
papa apetitosa. Provou
primeiro a papa do urso
grande, mas estava
muito quente. Provou a
papa do urso médio, mas
estava muito fria. Pegou,
então, no prato do urso
pequeno e provou a papa.
A sopa do urso pequeno
estava morninha..
Caracóis de Ouro achou-a
tão boa que comeu a papa
toda sem deixar nada.
10. Em seguida, Caracóis de Ouro sentou-se na cadeira
do urso grande, mas achou-a dura de mais.
12. Finalmente, sentou-se na terceira cadeira, a cadeira do urso
pequenino, e a esta não a achou nem muito dura nem muito
mole, mas exactamente como convinha.
Quis baloiçar-se um pouco nela…
13. Mas o pé da cadeira partiu-se e eis Caracóis de Oiro de costas no
chão e pernas para o ar!
Levantou-se, subiu a escada e entrou no quarto de cima, onde
estavam as camas dos três ursos.
14. Levantou-se e dirigiu-se para o quarto. Começou por se deitar na
cama
do urso grande, mas era muito alta para ela. Deitou-se depois na cama
média, mas era ainda grande demais. Deitou-se, por fim, na cama
pequenina e esta era precisamente à sua medida. Caracóis de Oiro
enfiou-se por baixo da manta e adormeceu profundamente.
15. Entretanto, os três ursos voltaram para casa. Caracóis de Oiro deixara a
colher no prato do urso grande.
- Alguém mexeu na minha papa, disse o urso grande, com a sua voz
grossa.
- Alguém mexeu na minha papa, disse o urso médio, com a sua voz
média.
- Alguém mexeu na minha papa e comeu-a toda, exclamou o urso
Pequenino com a sua voz fininha e com vontade de chorar…
16. Que é que os ursos viram então?
A almofada da cadeira grande não estava no lugar.
- Alguém se sentou na minha cadeira, disse o urso maior, com a sua voz
grossa.
- Alguém se sentou na minha cadeira, disse o urso médio, com a sua voz
média.
- Hi, hi, hi! Alguém se sentou na minha cadeira e partiu-lhe uma perna,
chorou o urso mais pequenino, com a sua voz fininha.
17. Então os ursos subiram para o seu quarto.
A almofada do urso grande estava aos pés da cama.
- Alguém se deitou na minha cama, disse o urso grande, com a sua voz grossa.
- Alguém se deitou na minha cama, disse o urso médio, com a sua voz média.
O urso pequenino olhou, também, para a sua cama: a almofada estava no seu
lugar mas sobre ela qualquer coisa brilhava. Eram… os cabelos de Caracóis de
Ouro.
18. Mesmo a dormir,
Caracóis de Oiro bem
ouviu a voz grossa do
urso grande, mas
pensou que era o
ruído de um trovão.
Bem ouviu, a seguir, a
voz média do urso
médio, mas pensou
que era o barulho do
vento.
Finalmente, a vozita
do urso pequenino era
tão aguda que a
acordou.
Sentou-se a esfregar
os olhos e viu os
ursos mesmo à sua
frente.
19. Cheia de medo, saltou da cama e correu para a janela.
A janela estava totalmente aberta, porque os ursos nunca a
fechavam quando, de manhã, saíam do quarto.
Como não era muito alta, Caracóis de Ouro pode saltá-la.
Escapando-se muito ligeira, voltou para junto da mamã.