SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 51
Downloaden Sie, um offline zu lesen
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

ETE “Cel. Fernando Febeliano da Costa”

TECNOLOGIA
MECÂNICA - I
1o Ciclo de
Técnico Mecânica

Apostila baseada nas anotações de Professores
e do TC – 2000 Técnico – Distribuição gratuita aos Alunos

1
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

PRODUTOS SIDERÚRGICOS

FERRO FUNDIDO
A gusa retirada do alto-forno pode ser solidificada em blocos.
Refundido num forno cubilô, junto com sucatas de ferro fundido e
aço dá origem ao ferro fundido. É um ferro de segunda fusão. É
utilizado para a fabricação de peças fundidas.
A temperatura de fusão é em torno
de 1200° C.

A carga num alto-forno é feita na parte superior e consta
do seguinte: minério de ferro a reduzir (hematita), coque ou carvão
de lenha (para fornecer o calor e o CO necessários à redução), e
fundente (calcário) para fluidificar as impurezas e formar uma
escória mais fusível.
Na parte inferior, logo acima do cadinho é injetado ar
quente para alimentar a combustão do carvão. Das reações que
se dão resultam os seguintes produtos:
1. gusa que goteja dentro do cadinho
2. a escória que flutua sobre a gusa
3. gases

FORNO CUBILÔ⇒

A gusa é recolhida para ulteriores transformações (obtenção de ferro fundido e aço).
A escória é aproveitada para o fabrico de tijolos refratários, cimento, lã mineral e lastro de pavimentação.
Os gases saem pela parte superior e são recolhidos para
sua utilização como combustível.

AÇO
O aço é um produto resultante:
1.) Do refino da gusa bruta no conversor Bessemer ou
Thomas (figura abaixo) a ar ou a oxigênio;
No conversor o oxigênio ou o ar é insuflado entre a massa líquida
deixando-a gorgulhar.
Esses conversores são usados para refino da gusa rica em silício
(Si) e pobre em fósforo (P), também serve para o refino do Chumbo
(Pb), Cobre (Cu) e Níquel (Ni).

2
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

2.) Do refino da gusa bruta com sucatas de aço ou de
ferro fundido em fornos como o Siemens-Martin e elétrico;
FORNO SIEMENS MARTIN

FERRO FUNDIDO
É uma liga de ferro-carbono que contém 2 a 6,7 % de carbono
(industrialmente de 2,5 a 5 % C).
As impurezas do minério de ferro e do carvão, deixam no ferro
fundido, pequenas porcentagens de silício, manganês, enxofre e
fósforo. Os dois primeiros melhoram as qualidades do ferro fundido, o mesmo não acontecendo com os outros dois.

FORNO ELÉTRICO

O silício favorece a formação do ferro fundido cinzento e o manganês, o ferro fundido branco.
Características do ferro fundido cinzento:
1. o carbono se apresenta quase todo em estado livre, sob a
forma de palhetas pretas de grafita;
2. quando quebrado, a parte fraturada é escura devido à grafita;
3. apresenta elevadas porcentagens de carbono, 3,5 a 5 % e
silício 2,5 %;
4. muito resistente à compressão. Não resiste bem à tração;
5. fácil de ser trabalhado pelas ferramentas manuais e de ser
usinado nas máquinas;
6. funde-se a 1200° C, apresentando-se muito líquido, condição
que é a melhor para a boa modelagem de peças.
Características do ferro fundido branco:
1.
2.
3.
4.
3.) Da refusão de sucata de aço em qualquer forno, menos do tipo
conversor. A temperatura de fusão do aço é em torno de 1350 à
1400° C.

quando quebrado, a parte fraturada é brilhante e branca;
tem baixo teor de carbono, 2,5 a 3 % e silício 1 %;
muito duro, quebradiço e difícil de ser usinado;
funde-se a 1160 ° C mas são é bom para a modelagem porque
permanece pouco tempo em estado líquido

AÇO AO CARBONO
É uma liga de ferro-carbono que contém 0 a 2 % de carbono (industrialmente de 0,05 a 1,7 %).
Apresenta também pequenas porcentagens de manganês, silício,
fósforo e enxofre.
Depois do ferro o carbono é o elemento mais importante. É o
elemento determinativo do aço: a quantidade de carbono define o
tipo de aço em doce ou duro. O aumento do carbono resulta no
aumento da dureza e da resistência à tração e diminuição da resistência e da maleabilidade.

No aço doce, o manganês, em pequena porcentagem torna-o dútil
e maleável.
No aço rico em carbono, entretanto, o manganês
endurece o aço e aumenta-lhe a resistência.

3
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

O silício torna o aço mais duro e tenaz, evita a porosidade, remove
os gases, os óxidos, as falhas e vazios na massa do aço. É um
elemento purificador.

Os tubos podem ser:

O fósforo quando em teor elevado torna o aço frágil e quebradiço,
motivo pelo qual se deve reduzi-lo ao mínimo possível, já que não
se pode eliminá-lo integralmente.

•

O enxofre é também um elemento prejudicial ao aço, tornando-o
granuloso e áspero, devido aos gases que produz na massa metálica. O enxofre enfraquece a resistência do aço.

CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS

Característica do aço:

a) Aços ao carbono:

1.
2.
3.
4.
5.
6.

Usa-se o símbolo St (stahl = aço), seguido da resistência mínima à
tração.

7.

8.
9.
10.
11.
12.

•

1 - Classificação da DIN (alemã)

cor acinzentada;
3
peso específico: 7,8g/cm ;
temperatura de fusão: 1350 a 1400º C;
maleável (lamina-se bem);
dúctil (estira-se bem em fios)
tenaz (resiste bem à tração, à compressão e a outros esforços
de deformação lenta);
deixa-se soldar, isto é, uma barra de aço liga-se a outra pela
ação do calor (solda autágena) ou pela ação combinada do calor com os choques, na bigorna ou no martelete (caldeamento);
deixa-se trabalhar bem pelas ferramentas de corte;
apresenta boa resiliência, isto é, resiste bem aos choques;
com determinadas porcentagens de carbono, apresenta condições especiais de dureza (adquire têmpera);
com determinadas porcentagens de carbono, é mais elástico;
oferece grande resistência à ruptura.

Ex.: St 42 ( σtr = 42 Kg/mm )
2

No caso de aços de qualidade emprega-se a letra C seguido do
teor de carbono multiplicado por 100.
Ex.: C 35 (teor médio de C = 0,35 %)
Quando o aço é fino (c/baixo teor de P e S), usa-se o símbolo CK
seguido do teor médio de C multiplicado por 100.
Ex.: CK 15 (aço fino com teor médio de C = 0,15 %)

b) Aços liga

Pelo teor de C costuma-se classificar os aços em:
• aços extra-doces
< 0,15 % C
• aços doce
0,15 - 0,30 % C
• aços meio-doces
0,30 - 0,40 % C
• aços meio-duros
0,40 - 0,60 % C
• aços duros
0,60 - 0,70 % C
• aços extra-duros
0,70 - 1,20 % C

No caso de baixa liga, os aços são representados de acordo com o
seguinte exemplo.

25

Cr Mo

Teor C multiplicado
por 100

AÇOS LIGA OU AÇOS ESPECIAIS
Além do ferro-carbono contém outros elementos, chamados elementos de adição: níquel, cromo, manganês, tungstênio, molibdênio, vanádio, cobalto, silício e alumínio.

4

% final, obtida através do
liga, no caso, o do cromo

símbolos dos elementos liga

Estes elementos são adicionados em quantidades que proporcionam determinadas características ao aço, tais como: resistência à
tração e à corrosão, elasticidade, dureza, etc., bem melhores do
que as dos aços-carbono comuns.

Elementos liga

04

Al, Cu, Mo, Ti, V

10

P, S, N, C

Aço prata é uma denominação comercial dos aços ferramentas (ao
carbono ou especial) de bitola pequena, temperáveis em água ou
em óleo. Apresenta aparência brilhante, prateada.

Multiplicador

Cr, Co, Mn, Ni, Si, W

Dependendo da porcentagem dos elementos obtém-se: aços de
usinagem, aços para cementação, aços para beneficiamento, aços
para molas, aços para ferramentas, aços resistentes à corrosão e
ao calor (inoxidáveis), aços com propriedades físicas especiais,
aços para válvulas de motores de explosão, etc...

100

Ex.: 10 Cr Mo 9 10

FORMAS COMERCIAIS DOS AÇOS

C = 0,10 %
Cr x 4 = 9
Cr = 2,25 %
Mo x 10 = 10

Mo = 1 %

No caso de aços de alta liga (> 5%) a designação é feita antepondo-se a letra X, e dispensando os multiplicadores com exceção do
multiplicador do C.

Os aços de baixo teor de carbono (< 0,30 %) são vendidos na
forma de vergalhões, perfilados (L, T, duplo T, H, U, etc.) chapas,
fios e tubos.

Ex.: X 10 Cr Ni Ti 1892

Os aços com médio e alto teor de carbono (> 0,30 %) são encontrados no comércio na forma de vergalhões (chatos, quadrados,
redondos, sextavados) chapas e fios.

0,1 % C
9 % Ni

18 % Cr
2 % Ti

Aços e ferros fundidos:
GG (grauguss) fe fo cinzento
GT (temperguss) fe fo nodular

As chapas são em geral:
•
•
•

com costura: resultam da curvatura de chapas estreitas, cujas
bordas são encostadas e soldadas por processo automático.
sem costura: produzidos por meio de perfuração, a quente, em
máquinas chamadas prensas de extrusão.

GH (hartguss) fe fo em coquilha
GS (stahlguss) aço fundido

Ex.: GG 18 - fe fo cinzento com σtr = 18Kg/mm
GS 22 Mo 4 - aço fundido com 0,22 C e 0,4 % Mo
2

chapas pretas: tais como saem dos laminadores;
chapas galvanizadas: revestidas de zinco;
chapas estanhadas (folhas de flandres).

4
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

Símbolos complementares:

INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS NOS AÇOS LIGA

M
T
W

aço Siemens-Martin
aço Thomas
aço Bessemer

Y
E

aço L.D.
aço de forno elétrico

Ex.: MSt 60 aço Siemens-Martin com
B
V
E
N
G
K

ALUMINIO (Al) - Tem efeito semelhante ao do silício. É considerado um importante desoxidante na fabricação do aço.
Apresenta também uma grande afinidade pelo nitrogênio e, por
esta razão, é um elemento de liga muito importante para os aços
que serão submetidos à nitretação, pois facilita a penetração do
nitrogênio.

σtr = 60Kg/mm

2

.por usinagem (Bearbeiten)
beneficiado (verguten)
cementado (Einsatzhaerten )
normalizado (Normalgluehen)
recozido (Gluehen)
deformado a frio

BORO (B) - Quando adicionado em quantidade variável de 0,001 a
0,003 % melhora a temperabilidade, a penetração de tempera, a
endurecibilidade, a resistência à fadiga, as características de laminação, forjamento e usinagem.
CHUMBO (Pb) - Ele não se liga ao ferro, quando adicionado a
este, espalha-se uniformemente na sua massa em partículas finíssimas.
Uma adição de 0,2 a 0,25 % Pb melhora grandemente a usinabilidade dos aços sem prejudicar qualquer sua propriedade mecânica.

Ex.: M 16 Mn Cr 5 G
aço Siemens-Martin recozido mole
E 36 Cr Ni Mo 4 V
aço de forno elétrico, beneficiado

2 - Classificação da ABNT
COBALTO (Co) - Sozinho não melhora os aços.
É sempre
utilizado em liga com outros metais, como o Cr, Mo, W, V.
O Co confere aos aços uma granulação finíssima, com grande
capacidade de corte, e resistência ao calor, como nos aços rápidos, influi nas propriedades magnéticas.
Os aços com Co são empregados em ferramentas com altas velocidades de corte.

É a adotada pela SAE. Os dois primeiros algarismo definem o
tipo de aço e os dois últimos (XX) o teor de C divido por 100.
Ex.: SAE 3150 (1,25 Ni, 0,65 Cr, 0,50 % C)

Os aços fundidos são designados por 4 algarismos seguidos por
2
AF. Os dois primeiros indicam a tensão de ruptura em Kg/mm e
os dois últimos a elongação em %.
Ex.: 4524 AF
C = carbono
V = vanádio
Tipos
Aços
C

Aços
Ni

Aços
Ni - Cr

Aços
Mo

Aços
Cromo

Aços
Ni Cr
Mo

Vários

Ni = níquel
Mn = manganês
Denominação

ABNT
10XX
11XX
13XX
T-13XX
20XX
21XX
23XX
25XX
30XX
31XX
32XX
33XX
34XX

Villares
VT-XX
-

40XX
41XX
43XX
46XX
48XX
50XX
50XXX
501XX
51XX
51XXX
511XX
514XX
515XX
52XX
52XXX
521XX
86XX
87XX
93XX
97XX
98XX
61XX
70XX
92XX
94XX

VL-XX
VM-XX
VR-XX
VB-XX
VA-XX
VN-XX
VS-XX
-

COBRE (Cu) - Aumenta o limite de escoamento e a resistência do
aço, mas diminui o alongamento.
O principal efeito é o aumento da resistência `a corrosão atmosférica. A presença de 0,25 % Cu no aço é suficiente para dobrar esta
resistência em relação aos aços carbono comuns.

Mo = molibdênio

CROMO (Cr) - Aumenta a resistência ao desgaste, a dureza e
moderadamente a capacidade de corte.
Aumenta a penetração de tempera.

Características e composição em %
Comuns
Usinagem fácil ou Resulf.
Ao manganês - 1,75 Mn
Com elevado teor de Mn
0,5 Ni
1,5 Ni
3,5 Ni
5,0 Ni
inox e resist. À altas
temperaturas
1,25 Ni - 0,65 Cr
1,75 Ni - 1,0Cr
3,5 Ni - 1,5 Cr
3,0 Ni - 0,8 Cr
0,25 Mo
0,90 Cr - 0,20 Mo
1,75 Ni - 0,80 Cr - 0,25 Mo
1,75 Ni - 0,25 Mo
3,5 Ni - 0,25 Mo
0,3 - 0,6 Cr
0,5 Cr - 1,0 C
0,5 Cr (para rolamentos)
0,8 - 1,05 Cr
1,0 Cr - 1,0 C
1,0 Cr
Resistente ao calor
Resistente ao calor
1,20 Cr
1,45 Cr - 1,0 C
1,45 Cr
0,55 Ni - 0,5 Cr - 0,20 Mo
0,55 Ni - 0,5 CR - 0,25 Mo
3,25 Ni - 1,2 Cr - 1,12 MO
0,55 Ni - 0,17 Cr - 0,20 Mo
1,0 Ni - 0,8 Cr - 0,25 Mo
0,9 Cr - 0,15 V
Aço tungstênio
2,0 Si - 0,55 Mn
1,0 Mn - 0,45 Ni - 0,4 Cr
0,12 Mo

ENXOFRE (S) - Prejudicial ao aço, pois torna-o frágil e quebradiço.
Para fabricação em série de peças pequenas usam-se aços resulfurados. A adição de S proporciona aços de fácil usinagem, pois
os cavacos se destacam em pequenos pedaços.
FÓSFORO (P) - É uma impureza normal existente nos aços. É
prejudicial. Sua única ação benéfica é a de aumentar a usinabilidade dos aços de corte fácil .
MANGANES (Mn) - Depois do carbono, é talvez o elemento mais
importante no aço. Baixa a temperatura de tempera e diminui as
deformações por ela produzidas.
O Mn dá bons aços de tempera em óleo, mas dificulta a usinagem
por ferramentas cortantes. Os aços apresentam boa solda e fácil
forjamento. Aços com 1,5 a 5 % Mn são frágeis mas duros. Com
0,8 a 1,5 % C e 11 a 14 % Mn são dúcteis, resistentes ao desgaste
e aos choques.
Os aços Mn são empregados em ferramentas, machos, cosinetes,
pentes de roscas, etc.
MOLIBDÊNIO (Mo) - Os aços Mo apenas, são poucos tenazes,
por isso o Mo nunca é utilizado sozinho, mais com outros elementos de liga como Cr, W, etc.
Proporciona aços de granulação fina.
Juntamente com o Cr dá aços Cr-Mo, de grande resistência, principalmente aos esforços repetidos.
Proporciona aços rápidos, empregados na construção de estampos, matrizes, laminas de corte submetidas a grandes cargas, etc.

5
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

NÍQUEL (Ni) - É o mais importante dos elementos liga que aumentam a tenacidade, a carga de ruptura e o limite de elasticidade
dos aços.
Dá boa ductilidade e boa resistência `a corrosão.
Teores elevados de Ni produzem aços inoxidáveis.
O Ni permite grande penetração de tempera. Os aços Ni apresentam grande tenacidade e alta resistência mecânica também a altas
temperaturas.
Aços com 1 a 3 % Ni são empregados em ferramentas.

Os metais formam três importantes retículos cristalinos
que são:

I- RETICULADO CÚBICO DE CORPO CENTRADO (CCC)
Contem 9 átomos
Metais: Césio, Rubídio, Potássio, Sódio, Tungstênio, Molibdênio,
Vanádio, e Ferro. (temperatura ambiente)

SILÍCIO (Si) - É praticamente pouco usado sozinho. Torna os
aços de forjamento difícil e praticamente não soldáveis. É usado
em geral em ligas com o Mn, Mo, Cr.
O Si é o único metaloide que pode ser utilizado nos aços sem
prejudicá-los.
Aumenta a temperatura e a penetração de tempera, assim como a
elasticidade e a resistência. Suprime o magnetismo. Acalma os
aços e melhora a resistência à corrosão atmosférica.
TUNGSTÊNIO (W) - Elemento importante na formação de aços
rápidos. Dá aos aços maior capacidade de corte e maior dureza.
Os aços rápidos com liga de W conservam o fio de corte mesmo
quando, pelas condições de trabalho, aquecem ao rubro.
Os aços com 13 a 18 % W apresentam grande resistência mesmo
em elevadas temperaturas. São empregados em ferramentas de
corte de todas as espécies.

II- RETICULADO CÚBICO DE FACE CENTRADA (CFC)
VANADIO (V) - O V é excelente desoxidante. Os aços que contem V são isentos de bolhas de gás e portanto altamente homogêneos, dando a eles maior capacidade de forjagem , estampagem e
usinagem. Em virtude de sua alta resistência, as ferramentas de
aço V podem ter secções bastante reduzidas. O V entra em quase
todas as ligas que compõem os aços rápidos.
Geralmente os aços Cr-V contem 0,13 a 1,1 % C, 0,5 a 1,5 % Cr,
0,15 a 0,3 % V. São empregados na fabricação de talhadeiras
para máquinas rebarbadoras e ferramentas para grandes esforços:
chaxes, alicates, alavancas, etc.

Contem 14 átomos
Metais: Cálcio, Chumbo, Ouro, Prata, Alumínio, Cobre, Cobalto,
Níquel, e Ferro. (temperaturas elevadas)

DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DO
FERRO-CARBONO (Fe-C)
As ligas de ferro – carbono são as mais utilizadas dentre
todas as ligas metálicas. O ferro é um metal abundante na crosta
terrestre e caracteriza-se por ligar-se com outros elementos, metálicos ou não metálicos, dos quais o principal é o carbono. O diagrama ferro - carbono é fundam ental para facilitar a compreensão
sobre o que ocorre com as ligas ferrosas quando submetidas a
operações de tratamento térmico, que modificam suas propriedades mecânicas para aplicações sob as m ais variadas condições de
serviço.

III- RETÍCULO HEXAGONAL COMPACTO (HC) (Disposição compacta)
Contém 17 átomos
Metais: Magnésio, Zinco , Titânio , etc...

Inicialmente, observaremos as transformações do elemento ferro quando submetido ao aquecimento ou resfriamento
lentos.
O ferro, como todos os metais tem uma estrutura cristalina. A disposição própria e regular dos átomos de cada metal, em
forma de cristais, se chama rede cristalina ou reticulado cristalino.

ALOTROPIA DO FERRO PURO
*ALOTROPIA: é um fenômeno químico que consiste em poder um
elemento químico cristalizar-se em mais de um sistema cristalino e
ter por isso diferentes propriedades físicas.
O conjunto de “células unitárias” form a os cristais.
Os cristais
adquirem contornos irregulares, devido aos pontos de contato de
cada conjunto e desse modo passam a receber o nom e de
“GRÃOS CRISTALINOS”.

*FENÔMENO DE CRISTALIZAÇÃO: é o fenômeno em que as
“células unitárias” se reúnem e form a uma rede cristalina ou retículo cristalino.
*CÉLULA UNITÁRIA: é o agrupamento dos átomos metálicos que
procuram ocupar posições definidas e ordenadas que se repetem
em três dimensões formando uma figura geométrica regular.

6
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

O “Graõ Cristalino” é constituídos por milhares de células
unitárias.

Grão Cristalino
Os quadradinhos são as
Células Unitárias.

Os grãos podem ser observados melhor com auxílio de um microscópio metalográfico. A figura, abaixo, ilustra uma peça de aço de
baixo teor de carbono, com a superfície polida e atacada quimicamente ampliada muitas vezes.
As regiões claras e escuras, todas com contornos bem
definidos como se fossem uma colmeia, são os grãos.

No intervalo de 1538ºC e 1394ºC o ferro puro se solidifica em reticulado cúbico de corpo centrado CCC, chamado Fe δ
(ferro delta).
A 1394ºC se realiza a reestruturação do reticulado cúbico de corpo centrado em reticulado cúbico de face centrada,
permanecendo até 912ºC. O reticulado cúbico de face centrada
CFC denomina-se Fe γ (ferro gama) ou austenita.
A 912ºC o ferro puro sofre mudança na estrutura do reticulado novamente para cúbico de corpo centrado CCC, chamado
Fe α ( ferro alfa) ou ferrita. Abaixo dessa temperatura, a estrutura
do reticulado do ferro é cúbica de corpo centrado.
O trecho abaixo de 770ºC não representa mudança de
estrutura do reticulado, mas o surgimento de propriedades magnéticas do ferro; o Feα abaixo de 770ºC é magnético e acima de
770ºC não tem propriedades magnéticas.

O ferro sólido, quando aquecido ou resfriado, apresent a
diferentes estruturas em seu reticulado cristalino; conseqüentemente, suas propriedades também ficam diferentes. Esse fenôm eno se
denomina alotropia e é representado pelas letras do alfabeto grego:
α, β, γ, δ, etc.

A mudança estrutural do reticulado cristalino do ferro traz
consigo a modificação de suas propriedades; assim, o Feα quase
não dissolve o carbono; o Feγ dissolve até 2,11% de carbono e o
Fe δ dissolve até 0,09% de carbono. Essa situação ocorre devido à
estrutura cúbica de face centrada do Feγ apresentar uma distância
maior entre os átomos do que a estrutura cúbica de corpo centrado
do Feα e Feδ, então é mais fácil aceitar átomos estranhos, como
por exemplo, átomos de carbono. A esse fenômeno damos o nome
de solubilidade no estado sólido.

O gráfico a seguir m ostra a curva característica de resfriamento ou aquecimento. do ferro puro e sua correspondente transformação alotrópica.

O ferro puro raramente é usado, comumente está ligado
com o carbono. No gráfico apresentado foi vista a curva de resfriamento ou aquecimento do ferro puro com indicações das formas
alotrópicas e suas respectivas temperaturas de transformação. Nas
ligas de ferro – carbono existem também as formas alotrópicas α e
γ, mas as temperaturas de transform ação oscilam em função do
teor de carbono na liga. O diagrama abaixo de fase ferro – carbono, auxilia na visualização dessas oscilações importantes para o
estudo dos aços e ferros fundidos.

7
o

Tecnologia Mecânica – I

1 Ciclo de Mecânica

O diagrama de fase ferro carbono pode ser dividido em três partes:
•
de 0 a 0,008%C - ferro puro
•
de 0,008 a 2,11%C - aço
•
de 2,11 a 6,69%C - ferro fundido

8
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Componentes da estrutura dos aços

Fases relevantes do diagrama
ferro - carbono

No ponto eutetóide se verifica uma transformação importante no
estudo dos aços, ou seja um aço com 0,77%C acima de 727ºC
encontra-se no estado de austenita. No ponto eutetóide a austenita
se transforma em uma mistura de duas fases – ferrita e cementita que se denomina perlita.

• Ferrita (α) - solução sólida de carbono em ferro CCC , existente
até a temperatura de 912ºC, caracteriza-se pela baixa solubilidade
de carbono no ferro, chegando ao máximo de 0,0218% a 727ºC.
• Austenita (γ) - solução sólida de carbono em ferro CFC, existindo
entre as temperaturas de 912ºC e 1495ºC, e com solubilidade máxima de carbono no ferro de 2,11% a 1148ºC.
• Ferrita (δ) – solução sólida de carbono em ferro CCC, sendo
estável até 1538ºC, quando o ferro se liqüefaz. A solubilidade do
carbono é baixa, atingindo um máximo de 0,09% a 1495ºC. Quando
não houver referência contrária, o termo ferrita, subentenderá a
ferrita α .
• Cementita (Fe3 C) - é um carboneto de ferro de alta dureza com
teor de carbono de 6,69% de carbono.

Linhas relevantes do diagrama ferrocarbono
Linha A1 – indica a ocorrência de uma parada (Arrêt) durante a transformação. Assim ao resfriar um aço com 0,77% C, observa-se uma
“parada” na temperatura de 727ºC, ou seja, enquanto a transformação γ →α+ Fe3 C não se completar a temperatura permanecerá
constante.

A perlita tem uma estrutura finam ente raiada que, semelhante a
madrepérola, está formada de lâminas finíssimas superpostas, alternando-se uma camada de ferrita e outra de cementita, conforme a
figura a seguir.

Linha A2 – indica a temperatura de transformação magnética do ferro
CCC a 770ºC.
Assim os aços com 0,77% C são chamados de eutetóides. Aços
com menos de 0,77%C são chamados hipoeutetóides e com mais de
0,77%C são chamados hipereutetóides.

Linha A3 – indica a temperatura de transformação γ →α. À medida
que o teor de carbono vai aumentando, a temperatura A3 vai diminuindo, até o limite de 727ºC, onde se encontra com A1.

Embora a perlita não seja uma fase, e sim um constituinte, é possível prever quais são as microestruturas presentes nos aços após o
resfriamento lento.

Linha Acm – indica a temperatura de transformação γ → Fe3C. Iniciase a 727ºC com 0,77% C e vai aumentando com a elevação do teor
de carbono, até atingir 1148ºC a 2,11% C.

Os aços hipoeutetóides (até 0,77%C) apresentam em sua microestrutura ferrita e perlita conforme mostra a figura esquemática abaixo.

Linha Solidus – indica que abaixo desta linha todo material estará no
estado sólido.
Linha Liquidus – indica que acima desta linha todo material estará na
forma líquida.

Pontos relevantes do diagrama ferro-carbono
Ponto eutético - indica a presença de uma liga eutética, com 4,3% C
a 1148ºC Ponto eutetóide indica a presença de uma liga eutetóide, com 0,77%C a 727ºC.

9
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço hipoeutetóide com aproximadamente 0,3%C, submetido ao ataque
reativo de nital, ampliado 200 vezes. Os grãos escuros são de
perlita e os grãos brancos são de ferrita.

A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço eutetóide
com 0,77%C, submetido ao ataque reativo de nital, ampliado 1000
vezes.

Os aços eutetóides (0,77%C) apresentam em sua microestrutura
somente perlita, conforme mostra a figura esquemática abaixo.

Nota-se a estrutura lamelar; as linhas escuras representando a cementita e as linhas brancas a ferrita
Os aços hipereutetóides (0,77% a 2,11%C) apresentam em sua
microestrutura perlita e cementita, conform e mostra a figura esquemática a seguir.

10
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço hipereutetóide com aproximadamente 1%C, submetido ao ataque reativo de
picral, ampliado 200 vezes.

Ponto

Temperatura Estado
Fases
aproximada físico presentes

A

1600ºC

líqüido

líqüida

B

1480ºC

líqüido

líqüida

Nota-se que a cementita está disposta em torno dos grãos de perlita,
formando uma rede.

C

1450ºC

mistura

líqüida
+
sólida

Os aços hipoeutetóides apresentarão tanto maior quantidade de
ferrita quanto menos carbono contiverem, e os aços hipereutetóides
tanto maior quantidade de cementita quanto mais se aproximarem do
teor de 2,11% de carbono. A figura a seguir mostra de modo esquemático o teor de carbono e sua microestrutura correspondente.

D

1350ºC

sólido

austenita

E

1000ºC

sólido

austenita

F

780ºC

sólido

austenita

G

750ºC

sólido

austenita
+
ferrita

H

727ºC

sólido

I

<727ºC

sólido

Interpretação final dos diagrama
Os aços hipoeutetóides (0,4%C por exemplo) têm pouco carbono,
portanto há pouca perlita e quase nenhuma cementita livre. A maior
parte de massa constitui-se de ferrita que é Feα , caracterizando-se
pela baixa dureza, porém com alta ductilidade. O diagram a de fase
apresentado a seguir, indica as fases presentes nos pontos determinados e o respectivo estado físico do aço hipoeutetóide com 0,4% C,
quando submetido ao resfriamento lento.

11

perlita
+
ferrita
perlita
+
ferrita

Comentários
Toda a matéria
líqüida. Todo o
carbono dissolvido
Início da solidificação. Forma-se o
primeiro cristal
sólido
Campo bifásico.
O líqüido vai transformando-se continuamente em
austenita
Todo material
solidificado.
O ultimo líqüido
solidificou-se
Apenas sólido
presente – austenita - é Fe CFC com
todo carbono dissolvido
Início da transformação da austenita
em ferrita. O carbono começa a
liberta-se
CFC transforma-se
continuamente em
CCC, libertando
carbono para formar a perlita
Completada a
transformação
Material pronto
para ser utilizado
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Efeito da velocidade de resfriamento nos
aços

Nos aços hipereutetóides ( 0,9%C por exemplo), devido ao alto teor
de carbono, teremos a formação de cementita mais a perlita. O
diagram a de fase apresentado a seguir mostra as fases presentes e
o respectivo estado físico do aço hipereutetóide com 0,9% C ,quando
submetido ao resfriamento lento.

Ponto

Fases
Temperatura Estado
aproximada
físico presentes

A

> 1500ºC

líqüido

líqüida

B

1500ºC

líqüido

líqüida

C

1450ºC

mistura

líqüida
+
sólida

D

1430ºC

sólido

austenita

E

1000ºC

sólido

austenita

F

800ºC

sólido

austenita

G

760ºC

sólido

austenita
+
cementita

H

727ºC

sólido

I

< 727ºC

sólido

perlita
+
cementita
perlita
+
cementita

Um aço resfriado muito lentamente a partir do campo austenítico apresentará, em temperatura ambiente, uma ou mais das
fases ferrita, perlita e cementita, dependendo de seu teor de carbono.

Porém, se o resfriamento do aço a partir da região austenítica for
muito rápido impede-se a formação da perlita. Certamente produz-se
um rearranjo cúbico de face centrada (CFC) para cúbico de corpo
centrado (CCC), porém os átomos de carbono permanecem retidos
em seu núcleo. Como o resfriamento é rápido e a dimensão do
reticulado cristalino α é menor que a dimensão do reticulado cristalino γ, o carbono é forçado a permanecer no reticulado cristalino α,
causando deformação e tensão, a conseqüência disso é uma estrutura dura, quebradiça, acicular denominada martensita, que não é
prevista no diagrama ferro carbono.

Comentários
Toda a matéria
líqüida. Todo o
carbono dissolvido.
Início da solidificação. Forma-se o
primeiro cristal
sólido.
Campo bifásico.
O líqüido vai transformando-se continuamente em
austenita.
Todo m aterial
solidificado.
O último líqüido
solidificou-se.
Apenas sólido
presente - austenita
- é Fe CFC com
todo carbono dissolvido.
Início da transformação da austenita
em cementita. O
carbono começa a
libertar-se.
CFC transforma-se
continuamente em
CCC, libertando
carbono para formar a cementita.
Completada a
transformação.
Material pronto para
ser utilizado.

12
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Metais Não Ferrosos

Normalização

Introdução

Segundo a DIN 1700, para metais puros escreve-se o símbolo do
elemento químico seguido do grau de pureza.

Metais não ferrosos são todos os metais puros ou ligados, com exceção do ferro e suas ligas.

Exemplo:
Para as ligas, adota-se a seguinte forma:

Os metais não ferrosos podem ser classificados em função de densidade em metais leves e metais pesados.

Produção ou
aplicação

A maioria dos metais puros é mole e tem baixa resistência à tração.
Quanto maior for a pureza, mais alto será o ponto de fusão, maior a
condutibilidade elétrica e a resistência à corrosão.

G

Na indicação dos metais não ferrosos puros, deve-se usar a designação química do elemento mais o grau de pureza.

GD = Fundido
a
pressão
GK = Fundido em

Gz

Metais leves
5kg
ρ ≤
dm 3

Metais pesados
5kg
dm 3
Cu
Pb
Zn
Ni
Sn
W
Mo
Cr

Manganês
Vanádio
Cobalto
Cádmio
Alumínio
Magnésio
Titânio

Mn
V
Co
Cd
Al
Mg
Ti

= Fundido por

= Liga
de

F-40

= Resistência
a
tração em
2
Kgf/mm

2.
Símbolo
químico dos
elementos de
liga seguidos
de seu teor
em porcentagem

W

= mole

h

= duro

Wh

= dureza de
laminado

Zh

= dureza de
trefilado
P
= dureza de
prensagem
150Hv = dureza
vickers
bk
= brilhante

prévia

adição
Gl

Propriedades
especiais

1.
Símbolo
químico
do
metal base

centrifugação
V

Cobre
Chumbo
Zinco
Níquel
Estanho
Tungstênio
Molibdênio
Cromo

= Fundido

coquilha

Metais não ferrosos

ρ≥

Composição

= Metl. antifricção
para mancais
= Metal
para
solda

gb
g

Designação dos metais puros

= decapado
= recozido

dek

L

= oxidável
com efeito
decorativo

Ex.:

Zn

99 , 99

Exemplos:

Pureza = 99,99%

Elemento químico

GD-Zn Al 4 Cu1 → Liga de zinco fundido sob pressão com 4% de Al,
1% de Cu.
AlCu Mg1 F40 → Liga de alumínio com ±4% de Cu, ±1% de Mg e
2
2
resistência a tração de 40kgf/mm ≅ 390N/mm .

Obtenção dos metais
Os minérios de onde são retirados os m etais, além do próprio metal,
contêm também impurezas, tais como: oxigênio, hidrogênio e enxofre. A quantidade (porcentagem) de metal varia em função do tipo de
minério.

As propriedades dos metais puros podem ser melhoradas através de
elementos de liga.
Liga é um processo onde se misturam dois ou mais elementos entre
si no estado líquido.

O esquema abaixo mostra o processo de obtenção da maioria dos
metais.

Nos metais ligados, geralm ente a dureza e a resistência aumentam,
enquanto a ductilidade e a condutibilidade elétrica diminuem.

Para se obter um metal quase que totalmente puro (99,99%) usamse normalmente outros processos além do processo normal de alteração do metal siderúrgico, os quais dependem do tipo de metal.

Designação das ligas não ferrosas

Minério

É feita pela indicação (símbolo químico) dos metais que nela estão
contidos, seguidos pelo teor (em porcentagem) de cada um dos
metais.

Calcinação
Redução

Exemplo: Designação
Metal bruto

Cu

Zn

40

Pb2
Chumbo 2%

Afinagem
(eliminação das impurezas)

Zinco 40%
Metal siderúrgico

Liga de cobre
Metal puro

13
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Metais não ferrosos pesados

Precaução

Cobre (Cu)

Partículas de chumbo que aderem às mãos podem penetrar no organismo e provocar uma intoxicação por isso é indispensável lavar bem
as mãos após, seu manuseio.

É um metal de cor avermelhada, bastante resistente à intempérie e à
corrosão. É também um excelente condutor elétrico e de calor (seis
vezes mais que o ferro).

Aplicação
É aplicado, de forma geral, no revestimento de cabos elétricos subterrâneos e de recipientes para ácidos, usados na indústria química.
Como liga chumbo-estanho, é utilizado na solda.

Propriedades do cobre
Densidade (ρ)
Temperatura da liquefação
Resistência à tração

Alongamento

O chumbo fino, especificamente, aplica-se em placas de acumuladores, cristais óticos e proteção contra raios X.

3

8,93kg/dm
1083º
200 ... 360 N

mm 2
2
Transformação fria até 600N/mm
50 ... 35%
Transformação fria 2%

Zinco (Zn)
É um metal branco azulado. Sua superfície de ruptura é formada de
cristais que se distinguem facilmente. Entre os metais, é o que tem o
maior coeficiente de dilatação térmica (0,000029/ºC). Exposto à
umidade do ar, combina-se com o dióxido de carbono (CO2 ) formando uma capa cinzenta de carbonato de zinco (Zn + CO2), que protege
o metal.

Normalização
Exemplo: E-Cu 99,99
Cobre especialmente puro
Obtenção pela eletrólise (E)

É muito sensível aos ácidos, que o atacam e destroem, sendo portanto impossível conservar ácidos em recipientes de zinco.

É fácil de fundir, dobrar, forjar, repuxar, tanto a quente com o a frio. A
deformação a frio deixa o cobre duro e difícil de dobrar. Com o cobre
recozido a uma temperatura de aproximadamente 600ºC, e sem o
resfriam ento rápido, elimina-se a dureza proveniente da deformação
a frio. Nos processos de usinagem com cavacos, devem-se usar
ferramentas com grande ângulo de saída e, como fluido de corte, o
óleo solúvel.

As propriedades do zinco podem ser sensivelmente melhoradas pela
adições de outros metais.

Propriedades do zinco
Densidade (ρ)

7,1 kg

dm 3

Aplicação
É normalmente empregado para confecção de fios e cabos condutores elétricos, sistemas de aquecimento e resfriamento, tubos, chapas, peças fundidas e peças de artesanato.

Ponto de fusão ºC
Resistência à tração

419ºC

N

20...36

mm 2
Alongamento

1%

Chumbo (Pb)
Com liga, o zinco de alumínio se torna mais resistente; com liga de
cobre, mais duro. O magnésio compensa as impurezas existentes e
igualmente o torna mais duro. Também o bismuto, o chumbo e o tálio
melhoram consideravelmente as propriedades do zinco para sua
usinagem.

É um metal com aspecto exterior característico, pois apresenta uma
cor cinza azulada. Sua superfície de ruptura (recente) é de uma cor
branca prateada muito brilhante. É fácil de reconhecê-lo pelo peso: é
um material muito denso e macio.

Designação do zinco

O chumbo é muito dúctil, fácil de dobrar, laminar, martelar (a frio). Os
tubos são curvados com auxílio de uma mola ou enchendo-os de
areia fina e seca, ou com ajuda de um aparelho de curvar.

Norma DIN 1706
Denominação
Zinco fino
Zinco siderúrgico
Zinco fundido

Propriedades do chumbo
11,3 kg

Densidade (ρ)

Norma
Zn 99,995
Zn 99,95
G-Zn.Al6.Cu

Impureza
0,005%
0,05%
1%

dm 3

Ponto de fusão ºC

327ºC
N

Aplicação
Peças de aço que estejam sujeitas à oxidação do tempo, devem
receber uma zincagem (banho de zinco) para sua proteção.

15...20

Resistência à tração

mm 2
50...30%

Alongamento

O zinco é um material muito utilizado na fundição de peças.

Liga-se com dificuldade a outros metais, exceto o estanho, com o
qual se produz a solda de estanho. É bem resistente à corrosão,
pois, quando exposto ao ar, recobre-se de uma camada protetora de
óxido.

Peças complicadas são obtidas através de fundição por injeção, a
qual facilita a fabricação em série e aumenta a precisão das peças.

Designação do chumbo

Estanho (Sn)

Norma DIN 1719 : 1963

É um metal branco azulado e m acio que se funde facilmente e é
resistente à corrosão.

Denominação
Chumbo fino
Chumbo siderúrgico
Chumbo refundido

Norma
Pb 99,99
Pb 99,94
Pb 99,9

Impureza
0,01%
0,06%
0,01%

14
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Propriedades do latão

Propriedades do estanho
Densidade

Latão
3
Massa específica 8,5kg/dm
Classifica-se segundo
Ponto de fusão 980ºC
DIN 1709, 17660, 17661
1. Ligas de fundição (latão fundido)
Denominação Abreviatura Composição
Propriedades Emprego
em %
especiais
Latão fundido G - CuZn 64 até 3
Boa conduti- Instalações
36
Pb
bi-lidade
para gás,
Latão
de G - CuZn 62 até 3
Superfície
água
e
fundição em 38
Pb
brilhante
para indúscoquilha
tria elétrica

7,3 kg

Temperatura de liquefação
Resistência à tração

dm 3
232ºC

N

40...50

mm 2
Ductibilidade

50%

Dobrando uma barra de estanho, ouve-se um ruído como se o metal
estivesse trincado. Esse ruído é produzido em conseqüência do
deslizamento dos cristais, atritando-se entre si (grito do estanho).
Não se altera quando em contato com ácidos orgânicos ou quando
exposto às intempéries. Em temperaturas inferiores a -15ºC, o estanho se decompõe formando um pó de cor cinzenta.

Latão fundido G - CuZn 60 até 2
sob pressão
40
Pb

Designação do estanho

A abreviatura

Denominação
Estanho
Liga fundida

Norma
Sn 99,9
Cu Sn 6

Superfície
brilhante

CuZn = Latão
teor de zinco em % = 36
teor de cobre em % = 64

O latão é um metal de cor amarelo-claro ou amarelo-ouro. As classes
do latão são reconhecidas pela superfície de ruptura ou em sua
superfície polida.

Aplicação
O estanho puro não é empregado em construções de peças devido a
sua pequena resistência à tração.

É fácil de dobrar e repuxar. Tem uma resistência maior do que a do
2
cobre (200 - 800N/mm ).

Graças a sua ductilidade, podem-se laminar folhas delgadas de até
0,008mm de espessura.
É muito utilizado no equipamento e maquinaria da indústria alimentícia, por ser não tóxico.

Aplicação
Devido a sua boa resistência à corrosão causada pelo ar e fluidos, o
emprego do latão fundido é muito grande na fabricação de válvulas,
torneiras e registros.

Liga-se perfeitamente a outros metais: cobre, chumbo e antimônio.

Laminado, o latão é empregado na confecção de chapas, perfis de

A solda de estanho é possível sobre latão, aço e aço fundido.

qualquer forma (

Ligas dos metais pesados não ferrosos

Bronze

Para melhorar as propriedades dos metais com base o cobre, são
adicionadas ligas de outros metais, como o zinco e o estanho. As
ligas de cobre possuem cores diferentes, conforme o metal que
entra na constituição da liga e na proporção em que é adicionado. As
ligas de cobre mais importantes são: latão, bronze e latão vermelho.

O bronze é uma ligas com 60% de cobre e um ou vários elementos
de liga. O bronze pode ser classificado em ligas fundidas e ligas
laminadas. O quadro a seguir mostra os diversos tipos de bronze.

Produção do latão

Zn

Latão
Tomback, Latão especial

Fundição em
coquilha

) e tubos de radiadores.

Bronze
- ao estanho
- fosforoso
- ao alumínio
- ao chumbo
- ao silício
- ao manganês
- ao berílio

É uma liga de cobre e de zinco com um teor mínimo de 50% de
cobre.

Fundição
Fundição em
areia

,

Tipos de bronze

Latão

Cobre

,

Ligas de
Laminação

Laminados
Chapas
Tiras
Barras maciças
Tubos
Arames
Peças de pressão
Barras perfiladas

Ligas de
Fundição

Propriedades e aplicações
As ligas de bronze variam entre macias e duras. Resistem muito bem
à corrosão. Devido a sua fácil fusão, são empregadas na fabricação
de sinos, buchas e peças hidráulicas.
O bronze laminado é empregado na fabricação de molas, partindo de
tiras e de arames estirados a frio.

15
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Normalização conforme DIN

Propriedades do bronze
Densidade (ρ)

G - Cu Sn 10 Zn
G = Fundido
10% de estanho
≅ 3% de zinco
87% de cobre

7,6 - 8,8 kg

dm 3
Ponto de fusão
Resistência à tração

900 - 1000ºC

N

350 - 770

mm 2
Bronze ao estanho
Esta liga tem de 4 a 20% de estanho. É dúctil e elástica, dura e resistente à corrosão.

Torno Mecânico

Exemplo de normalização DIN
Torno mecânico é uma máquina-ferramenta utilizada para executar
operações de usinagem cilíndrica externa ou interna e outras operações
que normalmente são feitas por furadeiras, fresadoras e retificadoras,
com adaptações relativamente simples.

Cu Sn 6
6% de estanho
94% de cobre

A principal característica do torno é o movimento rotativo contínuo
realizado pelo eixo-árvore, conjugado com o movimento de avanço
da ferramenta de corte. As outras características importantes são o
diâmetro do furo do eixo principal, a distância entre pontas e a altura
da ponta, que compreende a distância ao fundo da cava, ao barramento e ao carro principal.

Bronze ao chumbo
Até 25% de chumbo. Boa característica de deslizamento, autolubrificante. Empregada na construção de buchas.
Exemplo de normalização DIN
G - Cu Pb 15 Sn
75% de cobre
15% de chumbo
8% de estanho
2% de zinco

Bronze ao alumínio
Esta liga tem de 4 a 9% de alumínio. Resistente à corrosão e ao
desgaste. Utilizada na construção de buchas, parafusos sem-fim e
rodas-dentadas.
Exemplo de normalização DIN
Cu Al8 Fe F45
89% de cobre
8% de alumínio
≅ 1% de ferro
2
F45 - resistência à tração = 450N/mm

O torno básico é o torno universal; estudando seu funcionamento, é
possível entender todos os outros tipos de torno, por mais sofisticados que sejam.
Partes principais do torno

Latão vermelho (bronze ao zinco)

As partes principais do torno universal são: placa, cabeçote fixo,
recâmbio, caixa de engrenagem, barramento, carro principal e cabeçote móvel.

O latão vermelho é uma liga de cobre, estanho (bronze) e zinco, cujo
componente predominante é o cobre.
É resistente à corrosão e ao desgaste. Além disso, resiste bem à
pressão.
É empregada na fundição de buchas e na fabricação de peças hidráulicas, tubos e engrenagens helicoidais.
Propriedades do latão vermelho
Densidade

8,6 kg

dm 3
Ponto de fusão
Resistência à tração

900 - 1000ºC
240 - 650

N
mm 2

16
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

No avanço automático, a vara com uma rosca sem-fim movimenta um
conjunto de engrenagens ligadas à cremalheira do barramento que, por sua
vez, desloca o carro.

Cabeçote fixo
Cabeçote fixo é um conjunto constituído de carcaça, engrenagens e eixoárvore. O elemento principal do cabeçote é o eixo-árvore, também chamado árvore ou eixo principal, onde está montada a placa, responsável pelo
movimento de rotação da peça; o eixo-árvore é vazado de ponta a ponta,
de modo a permitir a passagem de barras.
Caixa Norton
Também conhecida por caixa de engrenagem, é formada por carcaça,
eixos e engrenagens; serve para transmitir o movimento de avanço do
recâmbio para a ferramenta.

Recâmbio
O recâmbio é a parte responsável pela transmissão do movimento de
rotação do cabeçote fixo para a caixa Norton. É montado em uma
grade e protegido por uma tampa a fim de evitar acidentes. As engrenagens do recâmbio permitem selecionar o avanço para a ferramenta.

O avental transforma os movimentos giratórios do fuso ou da vara em
movimento retilíneo longitudinal ou transversal em relação ao eixoárvore, permitindo o avanço da ferramenta sobre a peça.

Barramento
Barramento é a parte do torno que sustenta os elementos fixos e móveis do
torno. Na parte superior do barramento estão as guias prismáticas, que
devem ter um paralelismo perfeito em relação ao eixo-árvore, a fim de
garantir o alinhamento da máquina.
A mesa, que desliza sobre as guias prismáticas do barramento,
suporta o carro transversal. Nela também estão montados o fuso e o
volante com anel graduado, que determinam o movimento do carro
transversal.

Carro principal
O carro principal é um conjunto formado por avental, mesa, carro
transversal, carro superior e porta-ferramenta.

O avanço do carro principal pode ser manual ou automático. No
avanço manual, o giro do volante movimenta uma roda dentada, que
engrenada a uma cremalheira fixada no barramento, desloca o carro
na direção longitudinal.

O carro transversal é responsável pelo movimento transversal da
ferramenta e desliza sobre a mesa por meio de movimento manual
ou automático.

17
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

No movimento automático, o giro da vara movimenta a rosca sem-fim
existente no avental; o movimento é transmitido até a engrenagem do
parafuso de deslocamento transversal por meio de um conjunto de
engrenagens; esse conjunto de engrenagens faz girar o parafuso,
deslocando a porca fixada no carro.

Cabeçote móvel
O cabeçote móvel é a parte do torno que se desloca sobre o barramento, oposta ao cabeçote fixo; a contraponta e o eixo principal
estão situados na mesma altura e determinam o eixo de rotação da
superfície torneada.

O movimento manual é realizado por meio do manípulo existente no
volante montado na extremidade do parafuso de deslocamento
transversal. O movimento é controlado por meio de um anel graduado, montado no volante.

O cabeçote pode ser fixado ao longo do barramento por meio de
parafusos, porcas, placas e alavanca com excêntrico.

O carro superior possui uma base giratória graduada que permite o
torneamento em ângulo. Nele também estão montados o fuso, o
volante com anel graduado e o porta-ferramentas ou torre.

O porta-ferramentas ou torre é o local onde são fixados os suportes
de ferramentas, presos por meio de parafuso de aperto.

18
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

O cabeçote móvel tem as seguintes funções:
• servir de suporte à contraponta, destinada a apoiar um dos extremos da peça a tornear;

• servir para fixar o mandril de haste cônica para furar com broca
no torno;
Base - desliza sobre o barramento e serve de apoio ao corpo.
Corpo - é onde se encontra todo o mecanismo do cabeçote móvel e
pode ser deslocado lateralmente, a fim de permitir o alinhamento ou
desalinhamento da contraponta.
Mangote - é uma luva cilíndrica com um cone morse num lado e uma
porca no outro; a ponta com o cone morse serve para prender a
contraponta, a broca e o mandril; o outro lado é conjugado a um
parafuso, que ao ser girado pelo volante, realiza o movimento de
avanço e recúo.
Trava do mangote - serve para fixá-lo, impedindo que se movimente
durante o trabalho.
Volante - serve para fazer avançar ou recuar o mangote.
Acessórios do torno

• servir de suporte direto para ferramentas de corte de haste cônica como brocas, alargadores e machos;

O torno tem vários tipos de acessórios que servem para auxiliar na
execução de muitas operações de torneamento.
Denominação

Figura

Função

Placa de 3 castanhas

Placa de 4 castanhas independentes

As partes principais do cabeçote móvel são: base, corpo, mangote,
trava do mangote e volante.

19

fixar peças cilíndricas
para tornear excêntricos
e fixar peças quadradas

Placa lisa

• deslocar a contraponta lateralmente para tornear peças de pequena conicidade.

fixar peças cilíndricas

fixar peças de formas
irregulares
o

Tecnologia Mecânica - I

Denominação

1 Ciclo de Mecânica

Figura

Faceamento

Função

Placa arrastadora

fornecer movimento giratório à peça
fixada entre pontas

Ponta

Faceamento é a operação que permite fazer no material uma superfície plana perpendicular ao eixo do torno, de modo a obter uma face
de referência para as medidas que derivam dessa face. A operação
de facear é realizada do centro para a periferia da peça. Também é
possível facear partindo da periferia para o centro da peça, desde
que se use uma ferramenta adequada.

suportar a peça
por meio dos furos
de centro

Luneta fixa e
móvel

Bucha cônica

servir de mancal
na usinagem de
eixos longos e de
pequeno diâmetro

Furação
A furação permite abrir furos de centro em materiais que precisam
ser trabalhados entre duas pontas ou entre placa e ponta. Também é
um passo prévio para fazer furo com broca comum.

adequar o cone da
haste cônica das
brocas ou mandris
com encaixe cônico do mangote e
eixo-árvore

Operações do torno
O torneamento é um processo de usinagem que se baseia no movimento da peça ao redor de seu próprio eixo, com a retirada progressiva de cavaco. O cavaco é cortado por uma ferramenta de um só
gume cortante, com dureza superior à do material a ser cortado.
O torneamento exige três movimentos relativos entre a peça e a
ferramenta: corte, avanço e penetração. Variando os movimentos, a
posição e o formato da ferramenta, é possível realizar grande variedade de operações, tais como: faceamento, torneamento cilíndrico,
furação, torneamento cônico, interno, externo, sangramento, corte e
recartilhamento.

Usa-se a furação no torno para fazer furo cilíndrico por deslocamento
de uma broca montada no cabeçote. É um furo de preparação do
material para operações posteriores de alargamento, torneamento e
roscamento internos.

Torneamento cilíndrico externo
O torneamento cilíndrico consiste em dar um formato cilíndrico a um
material em rotação submetido à ação de uma ferramenta de corte.
Essa operação é uma das mais executadas no torno e tem a finalidade de produzir eixos e buchas ou preparar material para outras operações.

A furação no torno também serve para fazer uma superfície cilíndrica
interna, passante ou não, pela ação da ferramenta deslocada paralelamente ao torno. Essa operação também é conhecida por broqueamento e permite obter furos cilíndricos com diâmetro exato em buchas, polias, engrenagens e outras peças.

20
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Quando se constrói um cone interior para ser acoplado a um cone
exterior, deve-se fabricar primeiro o cone exterior, usando-o depois
como calibrador para controlar a conicidade da peça com cone interno.
A principal aplicação do torneamento cônico é na produção de pontas
de tornos, buchas de redução, válvulas e pinos cônicos.

Torneamento cônico externo
Operação muito comum, o torneamento cônico externo admite duas
técnicas: com inclinação do carro superior e com desalinhamento da
contraponta.
O torneamento com inclinação do carro superior é usado para tornear
peças cônicas de pequeno comprimento. O torneamento cônico com
deslocamento do carro superior consiste em inclinar o carro superior
de modo a fazer ferramenta avançar manualmente ao longo da linha
que produz o corte no ângulo de inclinação desejado.

Ferramentas de Corte
As ferramentas de corte são empregadas para cortar materiais metálicos e não metálicos por desprendimento de cavaco. São constituídas de materiais com elevada dureza, o que lhes permite cortar
materiais de dureza inferior.
Existem dois fatores de influência nas ferramentas de corte: a dureza
dos materiais de que são feitas e o ângulo da geometria de corte da
ferramenta.

Materiais das ferramentas
Normalmente os materiais das ferramentas de corte são aço carbono, aço rápido, metal duro e cerâmica.
O torneamento com desalinhamento da contraponta é usado para
º
peças de grande comprimento com conicidade de até 10 , aproximadamente. Consiste em delocar transversalmente o cabeçote móvel
por meio de parafuso de regulagem, de modo que a peça forme um
ângulo em relação às guias do barramento. Ao avançar paralelamente às guias, a ferramenta corta um cone com o ângulo escolhido

Aço carbono
O aço carbono utilizado para ferramentas de corte tem teores de
carbono que variam entre 0,7 e 1,5%; é utilizado em ferramentas
para usinagem manual ou em máquinas-ferramenta como, por exemplo, limas, talhadeiras, raspadores e serras. As ferramentas de
aço carbono são utilizadas para pequenas quantidades de peças e
não se prestam a altas produções; são pouco resistentes a temperaturas de corte superiores a 250º C, daí a desvantagem de usar baixas velocidades de corte.

Aço rápido
As ferramentas de aço rápido possuem, além do carbono,
vários elementos de liga, tais como tungstênio (W), cobalto (Co),
cromo (Cr), vanádio (Va), molibdênio (Mo) e boro (B), que são responsáveis pelas propriedades de resistência ao desgaste e aumenº
tam a resistência de corte a quente até 550 C, possibilitando maior
velocidade de corte em relação às ferramentas de aço carbono.

Torneamento cônico interno
Neste tipo de torneamento, o ângulo de deslocamento do carro superior é igual ao ângulo de inclinação do cone que se pretende fabricar.
A ferramenta é a mesma utilizada no broqueamento e o controle
de conicidade é feito com um calibrador cônico.

21
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Cerâmica

Outra vantagem das ferramentas de aço rápido é que são
reafiáveis, além de que um grande número de arestas de corte pode
ser produzido numa mesma ferramenta. As ferramentas de aço
rápido são comercializadas em forma de bastões de perfis quadrados, redondos ou lâminas, conhecidos como bites.

As ferramentas de cerâmica são pastilhas sinterizadas, com uma
quantidade aproximada de 98 a 100% de óxido de alumínio; possuem dureza superior à do metal duro e admitem velocidade de corte
cinco a dez vezes maior. São utilizadas nas operações de acabamento de materiais tais como ferro fundido e ligas de aço; sua aresta
º
de corte resiste ao desgaste sob temperatura de 1 200 C.

Ângulos da ferramenta de corte
O fenômeno de corte é realizado pelo ataque da cunha da ferramenta; o rendimento desse ataque depende dos valores dos ângulos da
cunha, pois é esta que rompe as forças de coesão do material da
peça. Os ângulos e superfícies na geometria de corte das ferramentas são elementos fundamentais para o rendimento e a durabilidade
delas.
A denominação das superfícies da ferramenta, dos ângulos e das
arestas é normalizada pela norma brasileira NBR 6163/90.

Metal duro
Metal duro ou carbeto metálico, conhecido popularmente como carboneto metálico, compõe as ferramentas de corte mais utilizadas na
usinagem dos materiais na mecânica.
O metal duro difere totalmente dos materiais fundidos, como o aço;
apresenta-se em forma de pó metálico de tungstênio (W), tântalo
(Ta), cobalto (Co) e titânio (Ti), misturados e compactados na forma
desejada, recebendo o nome de briquete. O último estágio de fabricação do metal duro é a sinterização, em que os briquetes se tornam
uma peça acabada de metal duro em forma de pastilha, sob uma
º
temperatura entre 1 300 e 1 600 C.
Todo esse processo garante ao metal duro grande resistência ao
desgaste, com as vantagens de alta resistência ao corte a quente,
º
pois até uma temperatura de 800 C a dureza mantém-se inalterada;
possibilidade de velocidades de corte de 50 a 200m/min, até vinte
vezes superior à velocidade do aço rápido.
Devido à alta dureza, os carbetos possuem pouca tenacidade e necessitam de suportes robustos para evitar vibrações. As pastilhas de metal
duro podem ser fixadas por soldagem, sendo afiáveis, ou mecanicamente, por meio de suportes especiais que permitem intercâmbio entre elas e
neste caso não são reafiáveis; são apresentadas em diversas formas e
classes, adequadas a cada operação; a escolha das pastilhas é feita por
meio de consulta a tabelas específicas dos catálogos de fabricantes.

Para a compreensão dos ângulos das ferramentas, é necessário
estabelecer um sistema de referência que facilita consultas mais
rápidas a catálogos técnicos. Esse sistema de referência é constituído por três planos ortogonais, quer dizer, perpendiculares entre si, e
que são:
• plano de referência - PR - é o plano que contém o eixo de rotação da peça e passa pelo ponto de referência sobre a aresta principal
de corte; é um plano perpendicular à direção efetiva de corte.

• plano de corte - PC - é o plano que passa pela aresta de corte e
é perpendicular ao plano de referência.

22
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

• plano de medida - PM - é o plano perpendicular ao plano de
corte e ao plano de referência; passa pelo ponto de referência sobre
a aresta principal de corte.

Ângulo de cunha β
Formado pelas superfícies de folga e de saída; é medido no plano de
medida da cunha cortante. Para tornear materiais moles, β = 40 a
º
º
50 ; materiais tenazes, como aço, β = 55 a 75 ; materiais duros e
º
frágeis, como ferro fundido e bronze,
β = 75 a 85 .

Os ângulos da ferramenta de corte são classificados em: de
folga α (alfa), de cunha β (beta), de saída γ (gama), de ponta ε (epsilon), de posição χ (chi) e de inclinação de aresta cortante λ (lambda).

Ângulo de saída γ
Formado pela superfície de saída da ferramenta e pelo plano de
referência medido no plano de medida; é determinado em função do
material, uma vez que tem influência sobre a formação do cavaco e
º
sobre a força de corte. Para tornear materiais moles, γ = 15 a 40 ;
º
º
materiais tenazes, γ = 14 ; materiais duros, γ = 0 a 8 . Geralmente,
º
nas ferramentas de aço rápido, γ está entre 8 e 18 ; nas ferramentas
º
de metal duro, entre -2 e 8 .

Ângulo de folga α
É o ângulo formado entre a superfície de folga e o plano de corte
medido no plano de medida da cunha cortante; influencia na diminuição do atrito entre a peça e a superfície principal de folga. Para
tornear materiais duros, o ângulo α deve ser pequeno; para materiais moles, α deve ser maior. Geralmente, nas ferramentas de aço
º
rápido α está entre 6 e 12 e em ferramentas de metal duro, α está
º
entre 2 e 8 .

A soma dos ângulos α, β e γ , medidos no plano de medida, é igual a
º
90 .
º
α + β + γ = 90

23
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Ângulo χs - é o ângulo formado entre a projeção da aresta lateral
de corte sobre o plano de referência e a direção de avanço medido
no plano de referência; sua principal função é controlar o acabamento; no entanto, deve-se lembrar que o acabamento superficial também depende do raio da ferramenta.

Ângulo da ponta

ε

É formado pela projeção das arestas lateral e principal de corte sobre
o plano de referência e medido no plano de referência; é determinado
º
conforme o avanço. O campo de variação situa-se entre 55 e 120 e o
º
valor usual é 90 .
A soma dos ângulos χ , ε e χs, medidos no plano de referência, é
º
igual a 180 .
º
χ + ε + χs = 180

Ângulo de posição principal χ
Formado pela projeção da aresta principal de corte sobre o plano de
referência e pela direção do avanço medido no plano de referência.
Direciona a saída do cavaco e influencia na força de corte. A função
do ângulo χ é controlar o choque de entrada da ferramenta. O campo
º
º
de variação deste ângulo está entre 30 e 90 ; o valor usual é 75 .

Ângulo de inclinação da aresta cortante λ
É o ângulo formado entre a aresta principal de corte e sua projeção
sobre o plano de referência medido no plano de corte. Tem por finalidade controlar a direção do escoamento do cavaco e o consumo de
potência, além de proteger a ponta da ferramenta e aumentar seu
º
tempo de vida útil; o ângulo de inclinação pode variar de -10 a + 10
º
; em geral, λ = -5 .

24
o

Tecnologia Mecânica - I

Ângulo

λ

1 Ciclo de Mecânica

Ângulos recomendados em função do material

negativo - é usado nos trabalhos de desbaste e em

cortes interrompidos de peças quadradas, com rasgos ou com ressaltos, em materiais duros, quando a ponta da ferramenta for a parte
mais baixa em relação à aresta de corte. Nesta situação, o cavaco se
apresenta sob forma helicoidal a contínua.

Material

α

2

Ângulos
β

γ

8
8
8
6a 8
8 a 10
8
8

55
62
68
72 a 78
62 a 68
76 a 82
64 a 68

27
20
14
14 a 18
14 a 18
0a6
14 a 18

8
8
8
8
10 a 12
8 a 10

72
55
79 a 82
75
30 a 35
35 a 45

10
27
0a3
7
45 a 48
37 a 45

10
15
10

80 a 90
75
55

5
0
25

10
10
8
12

Aço 1020 até 450N/mm
2
Aço 1045 420 a 700N/mm
2
Aço 1060 acima de 700N/mm
Aço ferramenta 0,9%C
Aço inox
FoFo brinell até 250HB
FoFo maleável ferrítico brinell até 150HB
FoFo maleável perflítico brinell de 160HB a
240HB
Cobre, latão, bronze (macio)
Latão e bronze (quebradiço)
Bronze para bucha
Alumínio
Duralumínio

75
80 a 90
82
75

5
0
0
3

Duroplástico
Celeron, baquelite
Ebonite
Fibra
Termoplástico
PVC
Acrílico
Teflon
Nylon

Ângulo λ positivo - diz-se que λ é positivo quando a ponta da
ferramenta em relação à aresta de corte for a parte mais alta; é usado na usinagem de materiais macios, de baixa dureza. Nesta situação, o cavaco se apresenta sob forma helicoidal contínua.

Além dos ângulos, também as pontas de corte são arredondadas em
função do acabamento superficial da peça; o raio é medido no plano
de referência da ferramenta. Alguns valores, em função do material
da ferramenta, são:

aço rápido: rε = 4x s;

ou rε ≥

p
;
4

metal duro: s < 1,0mm/r ⇒ rε = 1mm
s ≥ 1,0mm/r ⇒ rε = s

onde
rε ⇒ raio da ponta da
ferramenta
s ⇒ avanço
p ⇒ profundidade
mm/r ⇒ unidade de
avanço

Ângulo λ neutro - diz-se que λ é neutro quando a ponta da
ferramenta está na mesma altura da aresta de corte; é usado na
usinagem de materiais duros e exige menor potência do que λ positivo ou negativo. O cavaco se apresenta espiralado e contínuo, situação em que um grande volume pode ocasionar acidentes.
A posição da aresta principal de corte indica a direção do avanço;
segundo a norma ISO 1832/85, a ferramenta pode ser direita, representada pela letra R (do inglês right ), esquerda, representada pela
letra L (do inglês left ), ou neutra, representada pela letra N.

Ângulos em função do material
Experimentalmente, determinaram-se os valores dos ângulos para
cada tipo de material das peças; os valores de ângulo para os materiais mais comuns encontram-se na tabela.

25
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Ferramentas de Corte para Torno
As ferramentas de corte para torno podem ser classificadas em
ferramentas de desbastar, facear, sangrar, tornear interno, alisar,
formar e roscar. São basicamente as mesmas, tanto para torneamento externo como para interno.

1. desbastar
2. alisar
3. sangrar

4. formar
5. roscar
6. tornear com haste

Ferramenta de desbastar
Remove o cavaco mais grosso possível, levando-se em conta a
resistência da ferramenta e a potência da máquina. O desbaste pode
ser feito à direita ou à esquerda, com ferramenta reta ou curva, podendo ser de aço rápido, carboneto metálico soldado ou intercambiável.

Ferramentas para desbastar de aço rápido

Ferramentas para desbastar de carboneto metálico soldado.

1.
2.
3.
4.
5.

cortar
cilindrar à direita
sangrar
alisar
facear à direita

6.
7.
8.
9.
10.

sangrar com grande dimensão
desbastar à direita
cilindrar e facear à esquerda
formar
roscar
Ferramentas para desbastar de carboneto metálico intercambiável.

As ferramentas para tornear internamente podem ser de corpo único,
com pastilhas soldadas ou com insertos. Podem ser utilizadas nas
operações de desbaste ou de acabamento, variando os ângulos de
corte e a forma da ponta.

Ferramenta de facear
Empregada para desbastar e para fazer acabamento, pode ser curva
ou reta; o trabalho pode ser feito do centro para a periferia, da periferia para o centro, à esquerda e à direita.

26
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Uma outra maneira de cortar com bedame é afiá-lo com um grande
raio na aresta de corte, de modo a não aumentar o esforço de corte;
nesta situação, o cavaco se apresenta em forma de arco, o que
facilita sua saída do canal devido a uma compressão lateral; podemse utilizar velocidades de corte maiores porque o cavaco não atrita
com as pa redes laterais da ranhura. A abundância de fluido na
região de corte é fundamental para a refrigeração da peça e da ferramenta, além de facilitar a expulsão do cavaco. Aplica-se esse tipo
de corte em bedame com até 3mm de largura.

Ferramenta de sangrar
A ferramenta para sangrar é o bedame, que corta o material perpendicularmente ao eixo de simetria da peça, no sentido de fora para
dentro, formando canais. É usada na fabricação de arruelas, polias,
eixos roscados e canais para alojar anéis de trava ou de vedação e
saídas de ferramentas.

Para a execução de canais em peças cilíndricas, como por exemplo
na saída de ferramentas, as dimensões e a forma das ranhuras são
padronizadas com a finalidade de aumentar a vida útil da peça e da
ferramenta. As normas que padronizam a forma e as dimensões de
saída para ferramentas e rebolos são a NBR 5870 e DIN 509. As
ferramentas são normalmente afiadas com raios e ângulos em concordância.
Saída de rosca conforme a NBR 5870

O bedame também pode ser usado para separar um material do
corpo da peça; quando utilizado para cortar, o bedame deve ter uma
ligeira inclinação na aresta de corte, para evitar que a rebarba fique
presa à peça.
A relação de medida entre a parte útil b e a aresta de corte a varia
aproximadamente de 4:1 até 5:1; essa relação pode ser exemplificada pelo quadro, que mostra uma aresta do bedame a = 3,8mm para
2
uma peça de aço 400N/mm , com diâmetro de 45mm.
Saída de rebolo conforme a DIN 509

27
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Ferramenta para tornear interno
Utilizada para torneamento interno de superfícies cilíndricas, cônicas,
faceadas ou perfiladas.

Fixação e ajustagem da ferramenta de tornear
O posicionamento e a rigidez da fixação da ferramenta influenciam a
vida útil e, em conseqüência, a produtividade da ferramenta. A posição influi nos ângulos α e γ, que, por sua vez, influem na formação
do cavaco e, conseqüentemente, na força de corte. A posição correta
da porta da ferramenta deve coincidir com o centro geométrica da
peça.

Ferramenta de formar
Empregada para tornear peças de perfil variado; usam-se ferramentas cujas arestas de corte têm a mesma forma do perfil que se deseja
dar à peça.

As ferramentas de corte podem ser presas no torno de duas maneiras: diretamente no porta-ferramentas do carro superior ou por meio
de suporte que, por sua vez, é fixado no porta-ferramentas.

Ferramenta de roscar

Ao fixar a ferramenta, deve-se observar se é necessário colocar um
ou mais calços de aço para obter a altura desejada da ferramenta.

Utilizada para fazer rosca na peça; é preparada de acordo com o tipo
de rosca que se deseja executar.

28
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Os ângulos α, β e γ devem ser conservados quando se fixam ferramentas nos diferentes tipos de porta-ferramentas.

FURADEIRA
Furadeira é uma máquina-ferramenta que permite executar operações como furar, roscar com machos, rebaixar, escarear e alargar
furos. Essas operações são executadas pelo movimento de rotação e
avanço das ferramentas fixadas no eixo principal da máquina.
O movimento de rotação é transmitido por um sistema de engrenagens ou de polias, impulsionados por um motor elétrico. O avanço é
transmitido por um sistema de engrenagem (pinhão e cremalheira)
que pode ser manual ou automático.
Para que uma ferramenta seja fixada rigidamente, é necessário que
sobressaia o menos possível do porta-ferramentas, ou seja, o balanço b deve ser o menor possível, para evitar a flexão da ferramenta
que pode provocar alterações na rugosidade e nas dimensões da
peça.

Tipos de furadeiras
A escolha da furadeira está relacionada ao tipo de trabalho que será
realizado. Assim, temos:
• furadeira portátil;
• furadeira de bases magnética;
• furadeira de coluna;
• furadeira radial;
• furadeira múltipla;
• furadeira de fusos múltiplos.
A furadeira portátil é usada em montagens, na execução de furos de
fixação de pinos, cavilhas e parafusos em peças muito grandes como
turbinas e carrocerias, quando há necessidade de trabalhar no próprio local devido ao difícil acesso de uma furadeira maior.

O valor do ângulo formado pela aresta de corte da ferramenta com a
superfície a cortar é variável, conforme a operação. Assim, em opeº
ração de desbastar, o ângulo χ pode variar de 30º até 90 , conforme
material. Quanto maior a resistência do material, menor será o ângulo. Em operação de facear, o ângulo pode variar de 0 a 5º

Esse tipo de furadeira também é usado em serviços de manutenção
para a extração de elementos de máquinas tais como parafusos e
prisioneiros. Pode ser elétrica e também pneumática.
A furadeira de coluna tem esse nome porque seu suporte principal é
uma coluna na qual estão montados o sistema de transmissão de
movimento, a mesa e a base. A coluna permite deslocar e girar o
sistema de transmissão e a mesa, segundo o tamanho das peças. A
furadeira de coluna pode ser:

29
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

a-) de bancada (também chamada de sensitiva, porque o avanço da
ferramenta é dado pela força do operador) - tem motores de pequena
potência e é empregada para fazer furos de até 15 mm de diâmetro.
A transmissão do movimento é feita por meio de sistema de polias e
correias.

A furadeira múltipla possui vários fusos alinhados para executar
operações sucessivas ou simultâneas em uma única peça ou em
diversas peças ao mesmo tempo. É usada em operações seriadas
nas quais é preciso fazer furos de diversas medidas.
A furadeira de fusos múltiplos é aquela na qual os fusos trabalham
juntos, em feixes. Cada um dos fusos pode ter uma ferramenta diferente de modo que é possível fazer furos diferentes ao mesmo tempo
na mesma peça. Em alguns modelos, a mesa gira sobre seu eixo
central. É usada em usinagem de uma só peça com vários furos,
como blocos de motores, por exemplo, e produzida em grandes
quantidade de peças seriadas.

Furadeira
de coluna
de bancada

Alavanca
de avanço
manual

b) de piso - geralmente usada para a furação de peças grandes com
diâmetros maiores do que os das furadeiras de bancada. Possui uma
mesa giratória que permite maior aproveitamento em peças com
formatos irregulares. Apresenta, também, mecanismo para avanço
automático do eixo árvore. Normalmente a transmissão de movimento é feita por engrenagens.
Furadeira
de coluna
de piso

Partes da furadeira de coluna
As principais partes de uma furadeira de coluna são: motor, cabeçote
motriz, coluna, árvore ou eixo principal, mesa porta-peças e base.

A furadeira radial é empregada para abrir furos em peças pesadas
volumosas e difíceis de alinhar. Possui um potente braço horizontal
que pode ser abaixado e levantado e é capaz de girar em torno da
coluna. Esse braço, por sua vez, contém o eixo porta-ferramenta que
também pode ser deslocado horizontalmente ao longo do braço. Isso
permite furar em várias posições sem mover a peça. O avanço da
ferramenta também é automático.

O motor fornece energia que impulsiona o sistema de engrenagens ou de
polias.

30
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

O cabeçote motriz é a parte da máquina na qual se localiza o sistema
de engrenagens ou polias e a árvore (ou eixo principal). O sistema de
engrenagens ou polias é responsável pela transformação e seleção
de rotações transmitidos à árvore ou eixo principal.
A árvore (ou eixo principal), montada na cabeça motriz, é o elemento
responsável pela fixação da ferramenta diretamente em seu eixo ou
por meio de um acessório chamado de mandril. É essa árvore que
transmite o movimento transformado pelo sistema de engrenagens
ou polias à ferramenta e permite que esta execute a operação desejada.
A coluna é o suporte da cabeça motriz. Dispõe de guias verticais
sobre as quais deslizam a cabeça motriz e a mesa porta-peça.

A broca do tipo helicoidal de aço rápido é a mais usada em mecânica. Por isso, é preciso conhecer suas características de construção
e nomenclatura.

A mesa porta-peça é a parte da máquina onde a peça é fixada. Ela
pode ter movimentos verticais, giratórios e de inclinação.

As brocas são construídas conforme a norma NBR 6176. A nomenclatura de suas partes componentes e seus correspondentes em
termos usuais em mecânica estão apresentados a seguir.

A base é o plano de apoio da máquina para a fixação no piso ou na
bancada. Pode ser utilizada como mesa porta-peça quando a peça é
de grandes dimensões.

Broca helicoidal com haste cilíndrica

O movimento de avanço de uma broca ou de qualquer outra ferramenta fixada no eixo principal da furadeira de coluna pode ser executado manual ou automaticamente.
As furadeiras com avanço manual são as mais comuns. Nessas
furadeiras, o avanço é controlado pelo operador, quando se executa
trabalhos que não exigem grande precisão.
As furadeiras de coluna de piso, radiais, múltiplas e de fusos múltiplos têm avanço automático. Isso permite a execução de furos com
melhor acabamento. Elas são usadas principalmente na fabricação
de motores e máquinas.

Manuseio da furadeira
Broca helicoidal com haste cônica
Para obter um bom resultado nas operações com a furadeira, a
ferramenta deve estar firmemente presa à máquina a fim de que gire
perfeitamente centralizada. A peça, por sua vez, deve estar igualmente presa com firmeza à mesa da máquina.
Se o furo a ser executado for muito grande, deve-se fazer uma pré
furação com brocas menores.
Uma broca de haste cônica não deve jamais ser presa a um mandril
que é indicado para ferramentas de haste cilíndrica paralela.
Para retirar a ferramenta deve-se usar
adequada.

unicamente a ferramenta

BROCAS
σ = ângulo de ponta

A broca é uma ferramenta de corte geralmente de forma cilíndrica,
fabricada com aço rápido, aço carbono, ou com aço carbono com
ponta de metal duro soldada ou fixada mecanicamente, destinada à
execução de furos cilíndricos.
Essa ferramenta pode ser fixada em máquinas como torno, fresadora, furadeira, mandriladora.
Nos tornos, as brocas são estacionárias, ou seja, o movimento de
corte é promovido pela peça em rotação. Já nas fresadoras, furadeiras e nas mandriladoras, o movimento de corte é feito pela broca em
rotação.

31

ψ = ângulo da aresta transversal
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Nomenclatura
Termos
Nomenclatura
Termos
NBR 6176
usuais
NBR 6176
usuais
1
comprimento --12 superfície de --da ponta
comprimento saída
largura do
2
comprimento de corte
13 largura da rebaixo
utilizável
--superfície lateral
3
comprimento --de folga
diâmetro
do canal
comprimento 14 comprimento do rebaixo
4
comprimento do pescoço
da superfície
da haste
--lateral
de
filete
5
comprimento superfície
folga
cilíndrico
do rebaixo
detalonada
15 guia
centro
6
comprimento --16 aresta trans- morto
total
largura
do versal
--7
superfície filete cilíndri- 17 diâmetro da --principal de
co
broca
--folga
--18 quina
alma
na
8 ponta de corte --19 canal
ponta
9
largura l da
20 espessura k
rebaixo
guia
do núcleo
10 aresta lateral
21
superfície
11 aresta princilateral de folga
pal de corte
Fonte: Manual Técnico SKF Ferramentas S/A, 1987, p. 7.

Ângulo da broca

Para fins de fixação e afiação, a broca é dividida em três partes:
haste, corpo e ponta.
A haste é a parte que fica presa à máquina. Ela pode ser cilíndrica
ou cônica, dependendo de seu diâmetro.

Classificação
quanto ao
ângulo de
hélice
Tipo H para
materiais
duros,
tenazes
e/ou que
produzem
cavaco
curto
(descontínuo).

Ângulo da
ponta
(σ)
80°

118°

140°

Tipo N para
materiais
de tenacidade
e
dureza
normais.

A ponta é a extremidade cortante que recebe a afiação. Forma um
ângulo de ponta (σ) que varia de acordo com o material a ser furado.

130°

Tipo W para
materiais
macios
e/ou que
produzem
cavaco
longo.

O corpo é a parte que serve de guia e corresponde ao comprimento
útil da ferramenta. Quando se trata de broca helicoidal, o corpo tem
dois canais em forma de hélice espiralada. No caso de broca canhão,
ele é formado por uma aresta plana.

130°

Aplicação

Materiais
prensados,
ebonite, náilon,
PVC,
mármore,
granito.
Ferro fundido
duro,
latão,
bronze, celeron, baquelite.
Aço de alta
liga.
Aço alto carbono.

118°
Aço
macio,
ferro fundido,
aço-liga.

Alumínio,
zinco, cobre,
madeira,
plástico.

b) ângulo lateral de folga (representado pela letra grega α, lê-se
alfa) tem a função de reduzir o atrito entre a broca e a peça. Isso facilita a penetração da broca no material. Sua medida varia
entre 6 e 27º, de acordo com o diâmetro da broca. Ele também
deve ser determinado de acordo com o material a ser furado:
quanto mais duro é o material, menor é o ângulo de folga.

A broca corta com as suas duas arestas cortantes como um sistema
de duas ferramentas. Isso permite formar dois cavacos simétricos.
Além de permitir a saída do cavaco, os canais helicoidais permitem a
entrada do líquido de refrigeração e lubrificação na zona de corte.
As guias que limitam os canais helicoidais guiam a broca no furo.
Elas são cilíndricas e suficientemente finas para reduzir o atrito nas
paredes do orifício. As bordas das guias constituem as arestas laterais da broca.
A aresta principal de corte é constituída pela superfície de saída da
broca e a superfície de folga.
Características das brocas
A broca é caracterizada pelas dimensões, pelo material com o qual é
fabricada e pelos seguintes ângulos:
a) ângulo de hélice (indicado pela letra grega γ, lê-se gama)
auxilia no desprendimento do cavaco e no controle do acabamento e da profundidade do furo. Deve ser determinado de acordo
com o material a ser furado: para material mais duro, ângulo
mais fechado; para material mais macio, ângulo mais aberto. É
formado pelo eixo de simetriada broca e a linha de inclinação da
hélice. Conforme o ângulo γ a broca e classifica em N, H, W.

32
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

c) ângulo de ponta (representado pela letra grega σ, lê-se sigma)
corresponde ao ângulo formado pelas arestas cortantes da broca.
Também é determinado pela resistência do material a ser furado.

Para a usinagem de chapas finas são freqüentes duas dificuldades: a
primeira é que os furos obtidos não são redondos, às vezes adquirindo a forma triangular; a segunda é que a parte final do furo na chapa
apresenta-se com muitas rebarbas.
A forma de evitar esses problemas é afiar a broca de modo que o
ângulo de ponta fique mais obtuso e reduzir a aresta transversal de
corte.

É muito importante que as arestas cortantes tenham o mesmo comprimento e formem ângulos iguais em relação ao eixo da broca (A =
A').

Para a usinagem de ferro fundido, primeiramente afia-se a broca com
um ângulo normal de 118º. Posteriormente, a parte externa da aresta
principal de corte, medindo 1/3 do comprimento total dessa aresta, é
afiada com 90º.

Existem verificadores específicos para verificar o ângulo ε da broca.

Para a usinagem de cobre e suas ligas, como o latão, o ângulo lateral
de saída (ângulo de hélice) da broca deve ser ligeiramente alterado
para se obter um ângulo de corte de 5 a 10º, que ajuda a quebrar o
cavaco. Essa alteração deve ser feita nas arestas principais de corte
em aproximadamente 70% de seu comprimento.

Modificações para aplicações específicas
Quando uma broca comum não proporciona um rendimento satisfatório
em um trabalho específico e a quantidade de furos não justifica a compra
de uma broca especial, pode-se fazer algumas modificações nas brocas
do tipo N e obter os mesmos resultados.
Pode-se, por exemplo, modificar o ângulo da ponta, tornando-o mais
obtuso. Isso proporciona bons resultados na furação de materiais
duros, como aços de alto carbono.

33
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

A tabela a seguir mostra algumas afiações especiais, conforme norma NBR 6176.
Afiações especiais

Tipo de afiação

Aplicações

Formato A
Para aços até 900
Redução da
2
N/mm
aresta transversal
Formato B
Redução da
aresta transversal
com correção da
aresta principal
de corte

Aço com mais de
2
900 N/mm
Aço para molas
Aço ao manganês
Ferro fundido

Formato C
Afiação em cruz

d) broca com furo para fluido de corte – é usada em produção
contínua e em alta velocidade, principalmente em furos profundos. O fluido de corte é injetado sob alta pressão. No caso de ferro fundido, a refrigeração é feita por meio de injeção de ar comprimido que também ajuda a expelir os cavacos.

Aço com mais de
2
900 N/mm

Formato D
Afiação com cone
Ferro fundido
duplo

Formato E
Ponta para centrar

e) broca com pastilha de metal duro para metais é utilizada na
2
furação de aços com resistência à tração de 750 a 1400 N/mm
2
e aços fundidos com resistência de 700 N/mm . è empregada
também na furação de peças fundidas de ferro, alumínio, latão.

Ligas de alumínio,
cobre e zinco
Chapa fina
Papel

Brocas especiais
Além da broca helicoidal existem outros tipos de brocas para usinagens especiais. Elas são por exemplo:
a) broca de centrar é usada para abrir um furo inicial que servirá
como guia no local do furo que será feito pela broca helicoidal.
Além de furar, esta broca produz simultaneamente chanfros ou
raios. Ela permite a execução de furos de centro nas peças que
vão ser torneadas, fresadas ou retificadas. Esses furos permitem
que a peça seja fixada por dispositivos entre pontas e tenha movimento giratório.

Forma A

Forma B

f)

broca com pastilha de metal duro para concreto tem canais
projetados para facilitar o transporte do pó, evitando o risco de
obstrução ou aquecimento da broca. Diferencia-se da broca com
pastilha de metal duro para metais pela posição e afiação da pastilha, e pelo corpo que não apresenta guias cilíndricas.

g) broca para furação curta é utilizada em máquinas-ferramenta
CNC, na furação curta de profundidade de até 4 vezes o diâmetro
da broca. É provida de pastilhas intercambiáveis de metal duro.
Possui, em seu corpo, furos para a lubrificação forçada. Com ela,
é possível obter furos de até 58 mm sem necessidade de préfuração.

Forma R

b) broca escalonada simples e múltipla
serve para executar
furos e rebaixos em uma única operação. É empregada em grande produção industrial.

c) broca canhão tem uma única aresta cortante. É indicada para
trabalhos especiais como furos profundos, garantindo sua retitude, onde não há possibilidade de usar brocas helicoidais.

34
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

A fresadora é constituída das seguintes partes principais: corpo, eixo
principal, mesa, carro transversal, suporte da mesa, caixa de velocidade do eixo principal, caixa de velocidade de avanço, torpedo.

h) broca trepanadora é uma broca de tubo aberto com pastilhas de
metal duro intercambiáveis. É utilizada na execução de furos
passantes de grande diâmetro. O uso dessa broca diminui a produção do cavaco porque boa parte do núcleo do furo é aproveitada para a confecção de outras peças.

Existe uma variedade muito grande de brocas que se diferenciam
pelo formato e aplicação. Os catálogos de fabricantes são fontes
ideais de informações detalhadas e atualizadas sobre as brocas, ou
quaisquer outras ferramentas.

O corpo é uma espécie de carcaça de ferro fundido, de base reforçada e geralmente de formato retangular na qual a máquina fica apoiada. Ele sustenta os demais órgãos da fresadora.

FRESADORAS

A mesa serve de apoio para as peças que vão ser usinadas e que
podem ser montadas diretamente sobre elas, ou por meio de acessórios de fixação. Assim, a mesa é dotada de ranhuras que permitem
alojar os elementos de fixação.

A fresagem é uma operação de usinagem na qual o material é removido por meio de uma ferramenta giratória chamada de fresa e que
apresenta múltiplas arestas cortantes. Cada aresta remove uma
pequena quantidade de material a cada volta do eixo no qual a ferramenta é fixada.

O carro transversal é uma estrutura de ferro fundido de formato
retangular sobre a qual desliza e gira a mesa em plano horizontal.
Na base inferior, o carro transversal está acoplado ao suporte da
mesa por meio de guias. Com o auxílio de porca e fuso, ele desliza
sobre o suporte e esse movimento pode ser realizado manual ou
automaticamente por meio da caixa de avanços. Ele pode ser imobilizado por meio de um dispositivo adequado.
O suporte da mesa serve de base de apoio para a mesa e seus
mecanismos de acionamento. É uma peça de ferro fundido que
desliza verticalmente no corpo da máquina por meio de guias, e
acionada por um parafuso e uma porca fixa. Quando necessário,
pode ser imobilizado por meio de dispositivos de fixação.
A caixa de velocidade do eixo principal é formada por uma série de
engrenagens que podem ser acopladas com diferentes relações de
transmissão, fornecendo ao eixo principal grande variedade de rotações de trabalho. Está alojada na parte superior do corpo da máquina. Seu acionamento é independente do da caixa de avanços. Isso
permite determinar as melhores condições de corte.
A caixa de velocidade de avanço possui uma série de engrenagens
montadas na parte central do corpo da fresadora. Em geral, recebe o
movimento diretamente do acionamento principal da máquina. As
diversas velocidades de avanço são obtidas por meio do acoplamento de engrenagens que deslizam axialmente. Em algumas fresadoras, a caixa de velocidade de avanço está colocada no suporte da
mesa com um motor especial e independente do acionamento principal da máquina.

A máquina que realiza essa operação chama-se fresadora.
Fresadora
A fresadora é uma máquina-ferramenta de movimento contínuo que
realiza a usinagem de materiais por meio de uma ferramenta de corte
chamada de fresa.
A fresadora permite realizar operações de fresagem de superfícies
planas, côncavas, convexas e combinadas.

O acoplamento com o fuso da mesa ou do suporte da mesa é feito
por meio de um eixo extensível com articulação tipo cardan .
Características da fresadora
Para a usinagem de materiais na fresadora, utiliza-se a fresa, uma
ferramenta de corte de múltiplas arestas que é montada no eixo
porta-fresas.
Isso permite que a fresadora realize uma grande variedade de trabalhos em superfícies situadas em planos paralelos, perpendiculares ou
formando ângulos diversos. Permite também, construir ranhuras
circulares e elípticas, além de fresar formatos esféricos, côncavos e
convexos, com rapidez e exatidão de medidas.

35
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Funcionamento
Na fresadora, distinguem-se dois movimentos essenciais.
1. o movimento de corte (da ferramenta de rotação contínua);
2. o movimento de avanço da peça, que é fixada a uma mesa que
se movimenta segundo três eixos ortogonais, ou é dotada de movimento giratório por meio de fixação em placas giratórias da mesa divisora e divisores.

Se o eixo-árvore é perpendicular à mesa da máquina, a fresadora é
vertical.

O acionamento principal da máquina é produzido por um motor alojado na parte posterior do corpo da máquina. Esse motor transmite o
movimento para o eixo principal por meio do sistema de engrenagens
da caixa de velocidades.
O movimento de avanço automático é produzido pela caixa de avanços, através de um eixo cardan que se articula com um mecanismosistema de coroa e parafuso sem fim.
O deslocamento vertical do suporte da mesa, o transversal do carro e
o longitudinal da mesa podem ser realizados manualmente por meio
de manivelas acopladas a mecanismos de porca e fuso.
O eixo principal é prolongado com o auxílio do eixo porta-fresas no
qual as ferramentas são montadas. Quando o eixo porta-fresas é
longo, fica apoiado em mancais montados no torpedo da máquina.
A Fresadora copiadora trabalha com uma mesa e dois cabeçotes: o
cabeçote apalpador e o de usinagem. Essa fresadora realiza o trabalho de usinagem a partir da cópia de um modelo dado.

Condições de uso
Para que o rendimento do trabalho seja o melhor possível, a fresadora deve ser mantida em bom estado de conservação.
Isso é conseguido observando-se as orientações do manual do fabricante principalmente no que se refere à limpeza, à lubrificação adequada nas superfícies de rotação e deslizamento; não submetendo a
máquina a esforços superiores a sua capacidade, e também tendo
cuidado na montagem dos mecanismos, mantendo-os sempre bem
acoplados.

Tipos de fresadoras
As máquinas fresadoras são geralmente classificadas de acordo com
a posição do eixo-árvore em relação à mesa de trabalho e de acordo
com o tipo de trabalho que realizam. Assim, de acordo com a posição
do eixo-árvore, elas podem ser:
• horizontal;
• vertical;
• mista.
De acordo com o trabalho que realizam, elas podem ser:
• copiadora;
• geradora de engrenagens;
• pantográfica;
• universal.

A fresadora geradora de engrenagens permite a usinagem em alta
produção de engrenagens. Os processos de geração de engrenagens por meio desse tipo de máquina-ferramenta são de três tipos
condicionados ao tipo da máquina. Eles são:
• Processo Renânia, no qual o movimento giratório sincronizado
entre a ferramenta (denominada de caracol ) e a peça possibilita
maior produção com perfil exato da evolvente;
• Processo Fellows e Maag, nos quais o movimento principal de
corte da ferramenta é linear (parecido com o da plaina vertical) e o
movimento da peça é giratório. Nesses processos, a produção é
menor, mas possibilita a usinagem de engrenagens escalonadas e
internas.

A fresadora é horizontal quando seu eixo-árvore é paralelo à mesa
da máquina.

A fresadora pantográfica também permite a usinagem a partir da
cópia de um modelo. A diferença nesse tipo de fresadora está no fato
de que a transmissão do movimento é coordenada manualmente
pelo operador. Isso permite trabalhar detalhes como canais e pequenos raios, mais difíceis de serem obtidos em uma fresadora copiadora.

36
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Esse tipo de fresadora pode ser de dois tipos: bidimensional e tridimensional.

A mesa da fresadora universal é montada sobre uma base que pero
mite girá-la no plano horizontal até um ângulo de inclinação de 45
nos dois sentidos.
A essa mesa pode ser adaptado um aparelho divisor universal que
permite a fresagem de engrenagens cilíndricas ou cônicas de dentes
retos ou helicoidais.

Fresadora Universal
Além das características comuns a todas as fresadoras, a fresadora
universal apresenta dois eixos-árvore: um horizontal e outro vertical.

A fresadora universal apresenta também:
• dispositivo para aplainamento vertical, com movimento retilíneo
alternativo;
• dispositivo para fresar cremalheiras;
o
• mesa divisora (platô giratório) a 360 para fresagens especiais.

FRESAS
Na fresagem, usa-se uma ferramenta multicortante chamada de fresa
que retira cavacos por meio de movimentos circulares enquanto a
peça se desloca com movimentos retilíneos.
O eixo horizontal está localizado no corpo da máquina.
O eixo vertical situa-se no cabeçote localizado na parte superior da
máquina.
Alguns desses cabeçotes têm dupla articulação. Isso permite a inclinação do eixo porta-fresa no ângulo desejado em relação à superfície da mesa.
Desse modo, a fresa pode ocupar qualquer posição no espaço e
trabalhar em qualquer ângulo, produzindo peças de perfis e formatos
variados, mediante o emprego da fresa adequada.

37
o

Tecnologia Mecânica - I

1 Ciclo de Mecânica

Para cortar o material, os dentes da fresa têm forma de cunha que
apresentam os seguintes ângulos:
• ângulo de saída ⇒ γ
• ângulo de cunha ⇒ β
• ângulo de folga ⇒ α

Quanto à disposição dos dentes na ferramenta, estes podem estar
paralelos ao eixo da fresa ou possuir formato helicoidal.

As fresas de dentes retos apresentam um rendimento de corte reduzido devido à dificuldade de liberação do cavaco.
As fresas de dentes helicoidais eliminam os cavacos lateralmente e
trabalham mais suavemente, já que quando um dente está saindo do
material o outro está começando a cortar. Nas fresas helicoidais os
dentes podem cortar à direita ou à esquerda.

O ângulo de cunha (β) é aquele que dá à ferramenta maior ou menor
resistência à quebra. Isso significa que, quanto maior é o ângulo de
cunha mais resistente é a fresa.
De acordo com o ângulo de cunha (β), as fresas são classificadas em
W, N e H.
A escolha do ângulo adequado está relacionada com o material e o
tipo de peça a ser usinada. Assim, para materiais não-ferrosos de
baixa dureza, como o alumínio, o bronze, o plástico, etc., as fresas
do tipo W são empregadas por terem um ângulo de cunha menor (β=
o
57 ).

Tipos de fresas
Existem muitos tipos de fresas classificadas de acordo com critérios
como operações que realizam, formato e disposição dos dentes.
Assim, temos:
Fresas planas: são fresas usadas na usinagem de superfícies
planas, na abertura de rasgos e canais. As ilustrações a seguir mostram fresas planas.
Para a fresagem de materiais de dureza média, como aço até 700
2
N/mm , empregam-se as fresas do tipo N, que têm um ângulo de
o
cunha de valor médio (β=73 ).

•

Fresa cilíndrica tangencial

• Fresa de topo para mandril com chaveta transversal e longitudinal

Finalmente, para fresar materiais duros e quebradiços e aços com
2
mais de 700 N/mm , emprega-se a fresa do tipo H, que têm um
o
ângulo β = 81 .

38
o

Tecnologia Mecânica - I
•

1 Ciclo de Mecânica

Fresas angulares: são fresas usadas na usinagem de perfis
em ângulo, como encaixes do tipo rabo-de-andorinha.

Fresa circular de corte de três lados e dentes retos

•

•

•

Fresa angular para rasgos retos

Fresa de ângulo duplo

Fresa circular de corte de três lados e dentes alternados

Fresas para rasgos: são fresas usadas na abertura de rasgos
de chaveta, ranhuras retas ou em perfil em T, como as das mesas de
máquinas-ferramenta (fresadoras, furadeiras, plainas).
•

Fresas de perfil constante: são fresas usadas para abrir
canais, superfícies côncavas e convexas e gerar dentes de engrenagens.

Fresa de topo de haste reta

Fresa de perfil constante para rasgos e canais
•

•

•

Fresa de perfil constante para rasgos e canais

Fresa de topo de haste cônica

•

Fresa angular com haste cilíndrica

Fresa para ranhura em T ou Woodruff de haste reta

•

Fresa para ranhura em T ou Woodruff de haste cônica

39
o

Tecnologia Mecânica - I
•

1 Ciclo de Mecânica

As pastilhas de metal duro possuem um formato geométrico que
proporciona a troca das arestas de corte numa mesma pastilha. Isso
possibilita o aumento da produtividade devido à diminuição de parada
de máquina para afiações. Os cabeçotes para fresar são dotados de
dispositivos para a fixação rápida da pastilha que pode ser por molas, grampos, parafusos e pinos ou garras. Na primeira montagem
das pastilhas, estas devem ser calibradas para que um bom acabamento seja obtido.

Fresa de perfil constante semi-circular convexa

Trem de fresagem
Para a execução de fresagem de peças com perfis diferentes, podese montar um trem de fresagem, se uma máquina com potência
suficiente está disponível.
•

Fresa de perfil constante semi-circular côncava

•

Fresa módulo
A montagem de um trem de fresagem traz uma grande economia de
tempo, já que várias operações podem ser executadas ao mesmo
tempo.
As fresas que compõem um trem de fresagem devem ser afiadas em
conjunto a fim de manter as relações das dimensões entre os perfis.
Fixação da fresa
A fresa deve trabalhar concentricamente em relação ao eixo-árvore
da máquina-ferramenta. Quando isso não acontece, as navalhas ou
dentes mais salientes da fresa sofrem um desgaste prematuro e um
esforço demasiado que ocasiona ondulações na superfície da peça
e, conseqüentemente, diminuição da produtividade.

•

A fixação da fresa é feita por meio de mandris e porta-fresas adequadas. Os modos de fixação das fresas também determina suas
variadas denominações, ou seja:

Fresa caracol

•

Fresa de topo com haste paralela, fixada por mandril porta-pinça

•

Fresa de topo com haste cônica; fixada diretamente no
eixo árvore com auxílio de mandril cônico com tirante.

•

Fresa de topo tipo Chipmaster, com haste cilíndrica e
rosca externa fixado por mandril Clarkson

Fresas de dentes postiços (ou cabeçote para fresar): possuem dentes postiços de metal duro.

40
o

Tecnologia Mecânica - I
•

1 Ciclo de Mecânica
A velocidade de corte é, geralmente, indicada para uso nas máquinas-ferramenta e se refere à quantidade de metros dentro da unidade
de tempo (minuto ou segundo): 25 m/min (vinte e cinco metros por
minuto) e 40 m/s (quarenta metros por segundo), por exemplo.

Fresa cilíndrica tangencial e fresa circular com chaveta
longitudinal, fixado em eixos porta fresa haste longa.

Em algumas máquinas-ferramenta onde o movimento de corte é
rotativo, por exemplo o torno, a fresadora e a furadeira, a peça ou a
ferramenta é submetida a um movimento circular. Por isso, a velocidade de corte é representada pelo perímetro do material ou da ferramenta (πd), multiplicado pelo número de rotações (n) por minuto
em que o material ou ferramenta está girando.

•

Fresa cilíndrica frontal e cabeçote para fresa com chaveta transversal.

Matematicamente, pode-se dizer que, em uma rotação:

Vc =

Vc =

Em

Velocidade de Corte

πd
t
πdn
t

rotações:

Nessa fórmula, π é igual a 3,14 (valor constante), d é o diâmetro da
peça ou da ferramenta e n é o número de rotações por minuto.

Para que haja corte de um determinado material por meio de uma
ferramenta, é necessário que o material ou a ferramenta se movimente um em relação ao outro.

Como o número de rotações é determinado a cada minuto, a V c pode
ser representada:

O modo para determinar ou comparar a rapidez desse movimento é a
velocidade de corte, representada pelo símbolo Vc.

Vc =

πdn
ou Vc = πdn.
1min

O diâmetro da peça é dado, geralmente, em milímetros. Assim, para
obter a velocidade teórica em metros por minuto, é necessário converter a medida do diâmetro em metros:

Vc =
Observação:

ou

Vc =

πdn
(m / min)
1000

1m = 1000mm

Nas máquinas-ferramentas onde o movimento de corte é linear, por
exemplo, na plaina, brochadeira e serra alternativa a peça ou a
ferramenta são submetidas a um movimento. Nessas máquinas a
velocidade é variável de zero até um valor máximo, porque a peça
ou a ferramenta pára nas extremidades do curso e vai aumentando a
velocidade até chegar ao seu valor máximo.

Velocidade de corte é, pois, o espaço percorrido pela ferramenta ou
peça em uma unidade de tempo.
A Vc pode variar de acordo com o tipo e a dureza da ferramenta e
também com a resistência à tração do material a ser usinado.
Matematicamente a velocidade de corte é representada pela fórmula:

Vc =

πdn
1000

e
t

Nessa fórmula, Vc é a velocidade de corte, e é o espaço percorrido
pela ferramenta e t é o tempo gasto.

41
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção
Tec mecanica1 materias de construção

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Materiais de Lamina de Faca
Materiais de Lamina de FacaMateriais de Lamina de Faca
Materiais de Lamina de FacaFabio Ferrante
 
Aços para a cutelaria
Aços para a cutelariaAços para a cutelaria
Aços para a cutelariaPaulo Assis
 
A%c7 os tipos e aplica%c7%d5es
A%c7 os tipos e aplica%c7%d5esA%c7 os tipos e aplica%c7%d5es
A%c7 os tipos e aplica%c7%d5esJorge Carvalho
 
Soldagem i e ii terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagem
Soldagem i e ii  terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagemSoldagem i e ii  terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagem
Soldagem i e ii terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagemHiroshi Okawati
 
Aula 5 usinagem - material para ferramenta de corte
Aula 5   usinagem - material para ferramenta de corteAula 5   usinagem - material para ferramenta de corte
Aula 5 usinagem - material para ferramenta de corteIFMG
 
Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem ufmg
Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem    ufmgTerminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem    ufmg
Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem ufmgjvando
 
Tecnologia dos Materiais - Aços
Tecnologia dos Materiais - AçosTecnologia dos Materiais - Aços
Tecnologia dos Materiais - AçosRenato Nascimento
 
Classificação dos aços
Classificação dos açosClassificação dos aços
Classificação dos açosiyomasa
 
defeitosemsoldagem
defeitosemsoldagemdefeitosemsoldagem
defeitosemsoldagemLucas Amorim
 

Was ist angesagt? (18)

Materiais de Lamina de Faca
Materiais de Lamina de FacaMateriais de Lamina de Faca
Materiais de Lamina de Faca
 
Ferramentas de corte manuais
Ferramentas de corte manuaisFerramentas de corte manuais
Ferramentas de corte manuais
 
Aços para a cutelaria
Aços para a cutelariaAços para a cutelaria
Aços para a cutelaria
 
Usinagem prof daniel aula 07
Usinagem  prof daniel   aula 07Usinagem  prof daniel   aula 07
Usinagem prof daniel aula 07
 
A%c7 os tipos e aplica%c7%d5es
A%c7 os tipos e aplica%c7%d5esA%c7 os tipos e aplica%c7%d5es
A%c7 os tipos e aplica%c7%d5es
 
Classificação dos aços
Classificação dos açosClassificação dos aços
Classificação dos aços
 
Tipos de aço
Tipos de açoTipos de aço
Tipos de aço
 
Soldagem i e ii terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagem
Soldagem i e ii  terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagemSoldagem i e ii  terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagem
Soldagem i e ii terminologia de soldagem e de descontinuidades de soldagem
 
Têmpera de aço inoxidável AISI 420
Têmpera de aço inoxidável AISI 420Têmpera de aço inoxidável AISI 420
Têmpera de aço inoxidável AISI 420
 
Aula 5 usinagem - material para ferramenta de corte
Aula 5   usinagem - material para ferramenta de corteAula 5   usinagem - material para ferramenta de corte
Aula 5 usinagem - material para ferramenta de corte
 
Defeitos de Soldagem
Defeitos de Soldagem Defeitos de Soldagem
Defeitos de Soldagem
 
Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem ufmg
Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem    ufmgTerminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem    ufmg
Terminologia usual de soldagem e símbolos de soldagem ufmg
 
Serras e Serrotes
Serras e SerrotesSerras e Serrotes
Serras e Serrotes
 
Tecnologia dos Materiais - Aços
Tecnologia dos Materiais - AçosTecnologia dos Materiais - Aços
Tecnologia dos Materiais - Aços
 
Soldagem 1
Soldagem   1Soldagem   1
Soldagem 1
 
8.4 soldagem
8.4   soldagem8.4   soldagem
8.4 soldagem
 
Classificação dos aços
Classificação dos açosClassificação dos aços
Classificação dos aços
 
defeitosemsoldagem
defeitosemsoldagemdefeitosemsoldagem
defeitosemsoldagem
 

Andere mochten auch

Andere mochten auch (18)

Apostila de usinagem
Apostila de usinagemApostila de usinagem
Apostila de usinagem
 
APOSOTILA SENAI 1
APOSOTILA SENAI 1APOSOTILA SENAI 1
APOSOTILA SENAI 1
 
APOSTILA SENAI 3 AJUSTAGEM USINAGEM
APOSTILA SENAI 3 AJUSTAGEM USINAGEMAPOSTILA SENAI 3 AJUSTAGEM USINAGEM
APOSTILA SENAI 3 AJUSTAGEM USINAGEM
 
Poligrafo torno mecanico
Poligrafo torno mecanicoPoligrafo torno mecanico
Poligrafo torno mecanico
 
Torno mecanico-Tecnologia
Torno mecanico-TecnologiaTorno mecanico-Tecnologia
Torno mecanico-Tecnologia
 
Manual de bombas hidráulicas seção 1.4.5 (cont)
Manual de bombas hidráulicas   seção 1.4.5 (cont)Manual de bombas hidráulicas   seção 1.4.5 (cont)
Manual de bombas hidráulicas seção 1.4.5 (cont)
 
Apostila usinagem lmp
Apostila usinagem lmpApostila usinagem lmp
Apostila usinagem lmp
 
Os Tipos De Desgaste
Os Tipos De DesgasteOs Tipos De Desgaste
Os Tipos De Desgaste
 
Apostila usinagem
Apostila usinagemApostila usinagem
Apostila usinagem
 
Fabricação mecânica i furação 1
Fabricação mecânica i   furação 1Fabricação mecânica i   furação 1
Fabricação mecânica i furação 1
 
Afiação de brocas
Afiação de brocasAfiação de brocas
Afiação de brocas
 
06 fresagem-fresadoras
06 fresagem-fresadoras06 fresagem-fresadoras
06 fresagem-fresadoras
 
Alinhamento
AlinhamentoAlinhamento
Alinhamento
 
Alinhamento de-eixos
Alinhamento de-eixosAlinhamento de-eixos
Alinhamento de-eixos
 
Torno
TornoTorno
Torno
 
Tecnologia dos materiais
Tecnologia dos materiaisTecnologia dos materiais
Tecnologia dos materiais
 
Torneamento mecânico
Torneamento mecânicoTorneamento mecânico
Torneamento mecânico
 
Apostila aco inox_estampagem
Apostila aco inox_estampagemApostila aco inox_estampagem
Apostila aco inox_estampagem
 

Ähnlich wie Tec mecanica1 materias de construção

Aula5 materiais
Aula5 materiaisAula5 materiais
Aula5 materiaisTiago Cruz
 
07 materiais ferro fundido
07 materiais ferro fundido07 materiais ferro fundido
07 materiais ferro fundidoDougPabiton
 
Tecnologia dos Materiais 3
Tecnologia dos Materiais 3Tecnologia dos Materiais 3
Tecnologia dos Materiais 3Luciano Santos
 
Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )
Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )
Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )djnunomix
 
Materiais ferrosos
Materiais ferrososMateriais ferrosos
Materiais ferrososKelly Maia
 
Aula Materiais nao ferrosos.pptx
Aula Materiais nao ferrosos.pptxAula Materiais nao ferrosos.pptx
Aula Materiais nao ferrosos.pptxMiguel Jose
 
Aula6 materiais
Aula6 materiaisAula6 materiais
Aula6 materiaisTiago Cruz
 
Desenh estrut apostila03(texto)estrmetalic
Desenh estrut apostila03(texto)estrmetalicDesenh estrut apostila03(texto)estrmetalic
Desenh estrut apostila03(texto)estrmetalicJho05
 
AÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.ppt
AÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.pptAÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.ppt
AÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.pptClayton Lima
 
ApresentaçãO FabricaçãO Do AçO
ApresentaçãO FabricaçãO  Do AçOApresentaçãO FabricaçãO  Do AçO
ApresentaçãO FabricaçãO Do AçOmfpenido
 
Aços Especiais - Arquitetura
Aços Especiais - ArquiteturaAços Especiais - Arquitetura
Aços Especiais - ArquiteturaAngélica Vidal
 
Ciências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicações
Ciências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicaçõesCiências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicações
Ciências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicaçõesFelipe Machado
 
Lista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_açosLista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_açosGlaucoVelosodosSantos
 
Detalhamento - Metais Lya
Detalhamento - Metais LyaDetalhamento - Metais Lya
Detalhamento - Metais Lyadanilosaccomori
 

Ähnlich wie Tec mecanica1 materias de construção (20)

Aula5 materiais
Aula5 materiaisAula5 materiais
Aula5 materiais
 
07 materiais ferro fundido
07 materiais ferro fundido07 materiais ferro fundido
07 materiais ferro fundido
 
Tecnologia dos Materiais 3
Tecnologia dos Materiais 3Tecnologia dos Materiais 3
Tecnologia dos Materiais 3
 
Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )
Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )
Apresentação1 metrologia julho 2013( setembro 2013 )
 
Materiais ferrosos
Materiais ferrososMateriais ferrosos
Materiais ferrosos
 
Aula Materiais nao ferrosos.pptx
Aula Materiais nao ferrosos.pptxAula Materiais nao ferrosos.pptx
Aula Materiais nao ferrosos.pptx
 
Aula6 materiais
Aula6 materiaisAula6 materiais
Aula6 materiais
 
Desenh estrut apostila03(texto)estrmetalic
Desenh estrut apostila03(texto)estrmetalicDesenh estrut apostila03(texto)estrmetalic
Desenh estrut apostila03(texto)estrmetalic
 
AÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.ppt
AÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.pptAÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.ppt
AÇOS E SUAS LIGAS - APRESENTAÇÃO.ppt
 
Todo o processo de Fabricação de Aço e Ferro
Todo o processo de Fabricação de Aço e FerroTodo o processo de Fabricação de Aço e Ferro
Todo o processo de Fabricação de Aço e Ferro
 
ApresentaçãO FabricaçãO Do AçO
ApresentaçãO FabricaçãO  Do AçOApresentaçãO FabricaçãO  Do AçO
ApresentaçãO FabricaçãO Do AçO
 
Aços estruturais
Aços estruturaisAços estruturais
Aços estruturais
 
A c3 a7os_estruturais
A c3 a7os_estruturaisA c3 a7os_estruturais
A c3 a7os_estruturais
 
TT aços ferramenta
TT aços ferramentaTT aços ferramenta
TT aços ferramenta
 
Aços Especiais - Arquitetura
Aços Especiais - ArquiteturaAços Especiais - Arquitetura
Aços Especiais - Arquitetura
 
Metais e ligas
Metais e ligasMetais e ligas
Metais e ligas
 
Ciências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicações
Ciências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicaçõesCiências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicações
Ciências dos Materiais - Aula 9 - Materiais Metálicos e suas aplicações
 
Lista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_açosLista de exercícios_i_classificação_dos_aços
Lista de exercícios_i_classificação_dos_aços
 
Detalhamento - Metais Lya
Detalhamento - Metais LyaDetalhamento - Metais Lya
Detalhamento - Metais Lya
 
Ligas metálicas (trabalho final)
Ligas metálicas (trabalho final)Ligas metálicas (trabalho final)
Ligas metálicas (trabalho final)
 

Kürzlich hochgeladen

Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira partecoletivoddois
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOMarcosViniciusLemesL
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfIedaGoethe
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 anoAdelmaTorres2
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptxpamelacastro71
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveaulasgege
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISVitor Vieira Vasconcelos
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresaulasgege
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfHenrique Pontes
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASEdinardo Aguiar
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosAntnyoAllysson
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPanandatss1
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...Martin M Flynn
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxconcelhovdragons
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESpatriciasofiacunha18
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundonialb
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024Sandra Pratas
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parteDança Contemporânea na arte da dança primeira parte
Dança Contemporânea na arte da dança primeira parte
 
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO5_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANOInvestimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
Investimentos. EDUCAÇÃO FINANCEIRA 8º ANO
 
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdfCurrículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
Currículo escolar na perspectiva da educação inclusiva.pdf
 
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
637743470-Mapa-Mental-Portugue-s-1.pdf 4 ano
 
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptxAula 1, 2  Bacterias Características e Morfologia.pptx
Aula 1, 2 Bacterias Características e Morfologia.pptx
 
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chaveAula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
Aula - 2º Ano - Cultura e Sociedade - Conceitos-chave
 
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppttreinamento brigada incendio 2024 no.ppt
treinamento brigada incendio 2024 no.ppt
 
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGISPrática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
Prática de interpretação de imagens de satélite no QGIS
 
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autoresSociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
Sociologia Contemporânea - Uma Abordagem dos principais autores
 
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdfBRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
BRASIL - DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS - Fund 2.pdf
 
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNASQUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
QUIZ DE MATEMATICA SHOW DO MILHÃO PREPARAÇÃO ÇPARA AVALIAÇÕES EXTERNAS
 
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteirosBingo da potenciação e radiciação de números inteiros
Bingo da potenciação e radiciação de números inteiros
 
Educação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SPEducação São Paulo centro de mídias da SP
Educação São Paulo centro de mídias da SP
 
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
DIGNITAS INFINITA - DIGNIDADE HUMANA -Declaração do Dicastério para a Doutrin...
 
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptxSlide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
Slide de exemplo sobre o Sítio do Pica Pau Amarelo.pptx
 
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕESPRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
PRÉ-MODERNISMO - GUERRA DE CANUDOS E OS SERTÕES
 
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptxSlides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
Slides Lição 2, Central Gospel, A Volta Do Senhor Jesus , 1Tr24.pptx
 
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundogeografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
geografia 7 ano - relevo, altitude, topos do mundo
 
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
HORA DO CONTO4_BECRE D. CARLOS I_2023_2024
 

Tec mecanica1 materias de construção

  • 1. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica ETE “Cel. Fernando Febeliano da Costa” TECNOLOGIA MECÂNICA - I 1o Ciclo de Técnico Mecânica Apostila baseada nas anotações de Professores e do TC – 2000 Técnico – Distribuição gratuita aos Alunos 1
  • 2. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica PRODUTOS SIDERÚRGICOS FERRO FUNDIDO A gusa retirada do alto-forno pode ser solidificada em blocos. Refundido num forno cubilô, junto com sucatas de ferro fundido e aço dá origem ao ferro fundido. É um ferro de segunda fusão. É utilizado para a fabricação de peças fundidas. A temperatura de fusão é em torno de 1200° C. A carga num alto-forno é feita na parte superior e consta do seguinte: minério de ferro a reduzir (hematita), coque ou carvão de lenha (para fornecer o calor e o CO necessários à redução), e fundente (calcário) para fluidificar as impurezas e formar uma escória mais fusível. Na parte inferior, logo acima do cadinho é injetado ar quente para alimentar a combustão do carvão. Das reações que se dão resultam os seguintes produtos: 1. gusa que goteja dentro do cadinho 2. a escória que flutua sobre a gusa 3. gases FORNO CUBILÔ⇒ A gusa é recolhida para ulteriores transformações (obtenção de ferro fundido e aço). A escória é aproveitada para o fabrico de tijolos refratários, cimento, lã mineral e lastro de pavimentação. Os gases saem pela parte superior e são recolhidos para sua utilização como combustível. AÇO O aço é um produto resultante: 1.) Do refino da gusa bruta no conversor Bessemer ou Thomas (figura abaixo) a ar ou a oxigênio; No conversor o oxigênio ou o ar é insuflado entre a massa líquida deixando-a gorgulhar. Esses conversores são usados para refino da gusa rica em silício (Si) e pobre em fósforo (P), também serve para o refino do Chumbo (Pb), Cobre (Cu) e Níquel (Ni). 2
  • 3. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica 2.) Do refino da gusa bruta com sucatas de aço ou de ferro fundido em fornos como o Siemens-Martin e elétrico; FORNO SIEMENS MARTIN FERRO FUNDIDO É uma liga de ferro-carbono que contém 2 a 6,7 % de carbono (industrialmente de 2,5 a 5 % C). As impurezas do minério de ferro e do carvão, deixam no ferro fundido, pequenas porcentagens de silício, manganês, enxofre e fósforo. Os dois primeiros melhoram as qualidades do ferro fundido, o mesmo não acontecendo com os outros dois. FORNO ELÉTRICO O silício favorece a formação do ferro fundido cinzento e o manganês, o ferro fundido branco. Características do ferro fundido cinzento: 1. o carbono se apresenta quase todo em estado livre, sob a forma de palhetas pretas de grafita; 2. quando quebrado, a parte fraturada é escura devido à grafita; 3. apresenta elevadas porcentagens de carbono, 3,5 a 5 % e silício 2,5 %; 4. muito resistente à compressão. Não resiste bem à tração; 5. fácil de ser trabalhado pelas ferramentas manuais e de ser usinado nas máquinas; 6. funde-se a 1200° C, apresentando-se muito líquido, condição que é a melhor para a boa modelagem de peças. Características do ferro fundido branco: 1. 2. 3. 4. 3.) Da refusão de sucata de aço em qualquer forno, menos do tipo conversor. A temperatura de fusão do aço é em torno de 1350 à 1400° C. quando quebrado, a parte fraturada é brilhante e branca; tem baixo teor de carbono, 2,5 a 3 % e silício 1 %; muito duro, quebradiço e difícil de ser usinado; funde-se a 1160 ° C mas são é bom para a modelagem porque permanece pouco tempo em estado líquido AÇO AO CARBONO É uma liga de ferro-carbono que contém 0 a 2 % de carbono (industrialmente de 0,05 a 1,7 %). Apresenta também pequenas porcentagens de manganês, silício, fósforo e enxofre. Depois do ferro o carbono é o elemento mais importante. É o elemento determinativo do aço: a quantidade de carbono define o tipo de aço em doce ou duro. O aumento do carbono resulta no aumento da dureza e da resistência à tração e diminuição da resistência e da maleabilidade. No aço doce, o manganês, em pequena porcentagem torna-o dútil e maleável. No aço rico em carbono, entretanto, o manganês endurece o aço e aumenta-lhe a resistência. 3
  • 4. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica O silício torna o aço mais duro e tenaz, evita a porosidade, remove os gases, os óxidos, as falhas e vazios na massa do aço. É um elemento purificador. Os tubos podem ser: O fósforo quando em teor elevado torna o aço frágil e quebradiço, motivo pelo qual se deve reduzi-lo ao mínimo possível, já que não se pode eliminá-lo integralmente. • O enxofre é também um elemento prejudicial ao aço, tornando-o granuloso e áspero, devido aos gases que produz na massa metálica. O enxofre enfraquece a resistência do aço. CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS Característica do aço: a) Aços ao carbono: 1. 2. 3. 4. 5. 6. Usa-se o símbolo St (stahl = aço), seguido da resistência mínima à tração. 7. 8. 9. 10. 11. 12. • 1 - Classificação da DIN (alemã) cor acinzentada; 3 peso específico: 7,8g/cm ; temperatura de fusão: 1350 a 1400º C; maleável (lamina-se bem); dúctil (estira-se bem em fios) tenaz (resiste bem à tração, à compressão e a outros esforços de deformação lenta); deixa-se soldar, isto é, uma barra de aço liga-se a outra pela ação do calor (solda autágena) ou pela ação combinada do calor com os choques, na bigorna ou no martelete (caldeamento); deixa-se trabalhar bem pelas ferramentas de corte; apresenta boa resiliência, isto é, resiste bem aos choques; com determinadas porcentagens de carbono, apresenta condições especiais de dureza (adquire têmpera); com determinadas porcentagens de carbono, é mais elástico; oferece grande resistência à ruptura. Ex.: St 42 ( σtr = 42 Kg/mm ) 2 No caso de aços de qualidade emprega-se a letra C seguido do teor de carbono multiplicado por 100. Ex.: C 35 (teor médio de C = 0,35 %) Quando o aço é fino (c/baixo teor de P e S), usa-se o símbolo CK seguido do teor médio de C multiplicado por 100. Ex.: CK 15 (aço fino com teor médio de C = 0,15 %) b) Aços liga Pelo teor de C costuma-se classificar os aços em: • aços extra-doces < 0,15 % C • aços doce 0,15 - 0,30 % C • aços meio-doces 0,30 - 0,40 % C • aços meio-duros 0,40 - 0,60 % C • aços duros 0,60 - 0,70 % C • aços extra-duros 0,70 - 1,20 % C No caso de baixa liga, os aços são representados de acordo com o seguinte exemplo. 25 Cr Mo Teor C multiplicado por 100 AÇOS LIGA OU AÇOS ESPECIAIS Além do ferro-carbono contém outros elementos, chamados elementos de adição: níquel, cromo, manganês, tungstênio, molibdênio, vanádio, cobalto, silício e alumínio. 4 % final, obtida através do liga, no caso, o do cromo símbolos dos elementos liga Estes elementos são adicionados em quantidades que proporcionam determinadas características ao aço, tais como: resistência à tração e à corrosão, elasticidade, dureza, etc., bem melhores do que as dos aços-carbono comuns. Elementos liga 04 Al, Cu, Mo, Ti, V 10 P, S, N, C Aço prata é uma denominação comercial dos aços ferramentas (ao carbono ou especial) de bitola pequena, temperáveis em água ou em óleo. Apresenta aparência brilhante, prateada. Multiplicador Cr, Co, Mn, Ni, Si, W Dependendo da porcentagem dos elementos obtém-se: aços de usinagem, aços para cementação, aços para beneficiamento, aços para molas, aços para ferramentas, aços resistentes à corrosão e ao calor (inoxidáveis), aços com propriedades físicas especiais, aços para válvulas de motores de explosão, etc... 100 Ex.: 10 Cr Mo 9 10 FORMAS COMERCIAIS DOS AÇOS C = 0,10 % Cr x 4 = 9 Cr = 2,25 % Mo x 10 = 10 Mo = 1 % No caso de aços de alta liga (> 5%) a designação é feita antepondo-se a letra X, e dispensando os multiplicadores com exceção do multiplicador do C. Os aços de baixo teor de carbono (< 0,30 %) são vendidos na forma de vergalhões, perfilados (L, T, duplo T, H, U, etc.) chapas, fios e tubos. Ex.: X 10 Cr Ni Ti 1892 Os aços com médio e alto teor de carbono (> 0,30 %) são encontrados no comércio na forma de vergalhões (chatos, quadrados, redondos, sextavados) chapas e fios. 0,1 % C 9 % Ni 18 % Cr 2 % Ti Aços e ferros fundidos: GG (grauguss) fe fo cinzento GT (temperguss) fe fo nodular As chapas são em geral: • • • com costura: resultam da curvatura de chapas estreitas, cujas bordas são encostadas e soldadas por processo automático. sem costura: produzidos por meio de perfuração, a quente, em máquinas chamadas prensas de extrusão. GH (hartguss) fe fo em coquilha GS (stahlguss) aço fundido Ex.: GG 18 - fe fo cinzento com σtr = 18Kg/mm GS 22 Mo 4 - aço fundido com 0,22 C e 0,4 % Mo 2 chapas pretas: tais como saem dos laminadores; chapas galvanizadas: revestidas de zinco; chapas estanhadas (folhas de flandres). 4
  • 5. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica Símbolos complementares: INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS NOS AÇOS LIGA M T W aço Siemens-Martin aço Thomas aço Bessemer Y E aço L.D. aço de forno elétrico Ex.: MSt 60 aço Siemens-Martin com B V E N G K ALUMINIO (Al) - Tem efeito semelhante ao do silício. É considerado um importante desoxidante na fabricação do aço. Apresenta também uma grande afinidade pelo nitrogênio e, por esta razão, é um elemento de liga muito importante para os aços que serão submetidos à nitretação, pois facilita a penetração do nitrogênio. σtr = 60Kg/mm 2 .por usinagem (Bearbeiten) beneficiado (verguten) cementado (Einsatzhaerten ) normalizado (Normalgluehen) recozido (Gluehen) deformado a frio BORO (B) - Quando adicionado em quantidade variável de 0,001 a 0,003 % melhora a temperabilidade, a penetração de tempera, a endurecibilidade, a resistência à fadiga, as características de laminação, forjamento e usinagem. CHUMBO (Pb) - Ele não se liga ao ferro, quando adicionado a este, espalha-se uniformemente na sua massa em partículas finíssimas. Uma adição de 0,2 a 0,25 % Pb melhora grandemente a usinabilidade dos aços sem prejudicar qualquer sua propriedade mecânica. Ex.: M 16 Mn Cr 5 G aço Siemens-Martin recozido mole E 36 Cr Ni Mo 4 V aço de forno elétrico, beneficiado 2 - Classificação da ABNT COBALTO (Co) - Sozinho não melhora os aços. É sempre utilizado em liga com outros metais, como o Cr, Mo, W, V. O Co confere aos aços uma granulação finíssima, com grande capacidade de corte, e resistência ao calor, como nos aços rápidos, influi nas propriedades magnéticas. Os aços com Co são empregados em ferramentas com altas velocidades de corte. É a adotada pela SAE. Os dois primeiros algarismo definem o tipo de aço e os dois últimos (XX) o teor de C divido por 100. Ex.: SAE 3150 (1,25 Ni, 0,65 Cr, 0,50 % C) Os aços fundidos são designados por 4 algarismos seguidos por 2 AF. Os dois primeiros indicam a tensão de ruptura em Kg/mm e os dois últimos a elongação em %. Ex.: 4524 AF C = carbono V = vanádio Tipos Aços C Aços Ni Aços Ni - Cr Aços Mo Aços Cromo Aços Ni Cr Mo Vários Ni = níquel Mn = manganês Denominação ABNT 10XX 11XX 13XX T-13XX 20XX 21XX 23XX 25XX 30XX 31XX 32XX 33XX 34XX Villares VT-XX - 40XX 41XX 43XX 46XX 48XX 50XX 50XXX 501XX 51XX 51XXX 511XX 514XX 515XX 52XX 52XXX 521XX 86XX 87XX 93XX 97XX 98XX 61XX 70XX 92XX 94XX VL-XX VM-XX VR-XX VB-XX VA-XX VN-XX VS-XX - COBRE (Cu) - Aumenta o limite de escoamento e a resistência do aço, mas diminui o alongamento. O principal efeito é o aumento da resistência `a corrosão atmosférica. A presença de 0,25 % Cu no aço é suficiente para dobrar esta resistência em relação aos aços carbono comuns. Mo = molibdênio CROMO (Cr) - Aumenta a resistência ao desgaste, a dureza e moderadamente a capacidade de corte. Aumenta a penetração de tempera. Características e composição em % Comuns Usinagem fácil ou Resulf. Ao manganês - 1,75 Mn Com elevado teor de Mn 0,5 Ni 1,5 Ni 3,5 Ni 5,0 Ni inox e resist. À altas temperaturas 1,25 Ni - 0,65 Cr 1,75 Ni - 1,0Cr 3,5 Ni - 1,5 Cr 3,0 Ni - 0,8 Cr 0,25 Mo 0,90 Cr - 0,20 Mo 1,75 Ni - 0,80 Cr - 0,25 Mo 1,75 Ni - 0,25 Mo 3,5 Ni - 0,25 Mo 0,3 - 0,6 Cr 0,5 Cr - 1,0 C 0,5 Cr (para rolamentos) 0,8 - 1,05 Cr 1,0 Cr - 1,0 C 1,0 Cr Resistente ao calor Resistente ao calor 1,20 Cr 1,45 Cr - 1,0 C 1,45 Cr 0,55 Ni - 0,5 Cr - 0,20 Mo 0,55 Ni - 0,5 CR - 0,25 Mo 3,25 Ni - 1,2 Cr - 1,12 MO 0,55 Ni - 0,17 Cr - 0,20 Mo 1,0 Ni - 0,8 Cr - 0,25 Mo 0,9 Cr - 0,15 V Aço tungstênio 2,0 Si - 0,55 Mn 1,0 Mn - 0,45 Ni - 0,4 Cr 0,12 Mo ENXOFRE (S) - Prejudicial ao aço, pois torna-o frágil e quebradiço. Para fabricação em série de peças pequenas usam-se aços resulfurados. A adição de S proporciona aços de fácil usinagem, pois os cavacos se destacam em pequenos pedaços. FÓSFORO (P) - É uma impureza normal existente nos aços. É prejudicial. Sua única ação benéfica é a de aumentar a usinabilidade dos aços de corte fácil . MANGANES (Mn) - Depois do carbono, é talvez o elemento mais importante no aço. Baixa a temperatura de tempera e diminui as deformações por ela produzidas. O Mn dá bons aços de tempera em óleo, mas dificulta a usinagem por ferramentas cortantes. Os aços apresentam boa solda e fácil forjamento. Aços com 1,5 a 5 % Mn são frágeis mas duros. Com 0,8 a 1,5 % C e 11 a 14 % Mn são dúcteis, resistentes ao desgaste e aos choques. Os aços Mn são empregados em ferramentas, machos, cosinetes, pentes de roscas, etc. MOLIBDÊNIO (Mo) - Os aços Mo apenas, são poucos tenazes, por isso o Mo nunca é utilizado sozinho, mais com outros elementos de liga como Cr, W, etc. Proporciona aços de granulação fina. Juntamente com o Cr dá aços Cr-Mo, de grande resistência, principalmente aos esforços repetidos. Proporciona aços rápidos, empregados na construção de estampos, matrizes, laminas de corte submetidas a grandes cargas, etc. 5
  • 6. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica NÍQUEL (Ni) - É o mais importante dos elementos liga que aumentam a tenacidade, a carga de ruptura e o limite de elasticidade dos aços. Dá boa ductilidade e boa resistência `a corrosão. Teores elevados de Ni produzem aços inoxidáveis. O Ni permite grande penetração de tempera. Os aços Ni apresentam grande tenacidade e alta resistência mecânica também a altas temperaturas. Aços com 1 a 3 % Ni são empregados em ferramentas. Os metais formam três importantes retículos cristalinos que são: I- RETICULADO CÚBICO DE CORPO CENTRADO (CCC) Contem 9 átomos Metais: Césio, Rubídio, Potássio, Sódio, Tungstênio, Molibdênio, Vanádio, e Ferro. (temperatura ambiente) SILÍCIO (Si) - É praticamente pouco usado sozinho. Torna os aços de forjamento difícil e praticamente não soldáveis. É usado em geral em ligas com o Mn, Mo, Cr. O Si é o único metaloide que pode ser utilizado nos aços sem prejudicá-los. Aumenta a temperatura e a penetração de tempera, assim como a elasticidade e a resistência. Suprime o magnetismo. Acalma os aços e melhora a resistência à corrosão atmosférica. TUNGSTÊNIO (W) - Elemento importante na formação de aços rápidos. Dá aos aços maior capacidade de corte e maior dureza. Os aços rápidos com liga de W conservam o fio de corte mesmo quando, pelas condições de trabalho, aquecem ao rubro. Os aços com 13 a 18 % W apresentam grande resistência mesmo em elevadas temperaturas. São empregados em ferramentas de corte de todas as espécies. II- RETICULADO CÚBICO DE FACE CENTRADA (CFC) VANADIO (V) - O V é excelente desoxidante. Os aços que contem V são isentos de bolhas de gás e portanto altamente homogêneos, dando a eles maior capacidade de forjagem , estampagem e usinagem. Em virtude de sua alta resistência, as ferramentas de aço V podem ter secções bastante reduzidas. O V entra em quase todas as ligas que compõem os aços rápidos. Geralmente os aços Cr-V contem 0,13 a 1,1 % C, 0,5 a 1,5 % Cr, 0,15 a 0,3 % V. São empregados na fabricação de talhadeiras para máquinas rebarbadoras e ferramentas para grandes esforços: chaxes, alicates, alavancas, etc. Contem 14 átomos Metais: Cálcio, Chumbo, Ouro, Prata, Alumínio, Cobre, Cobalto, Níquel, e Ferro. (temperaturas elevadas) DIAGRAMA DE EQUILÍBRIO DO FERRO-CARBONO (Fe-C) As ligas de ferro – carbono são as mais utilizadas dentre todas as ligas metálicas. O ferro é um metal abundante na crosta terrestre e caracteriza-se por ligar-se com outros elementos, metálicos ou não metálicos, dos quais o principal é o carbono. O diagrama ferro - carbono é fundam ental para facilitar a compreensão sobre o que ocorre com as ligas ferrosas quando submetidas a operações de tratamento térmico, que modificam suas propriedades mecânicas para aplicações sob as m ais variadas condições de serviço. III- RETÍCULO HEXAGONAL COMPACTO (HC) (Disposição compacta) Contém 17 átomos Metais: Magnésio, Zinco , Titânio , etc... Inicialmente, observaremos as transformações do elemento ferro quando submetido ao aquecimento ou resfriamento lentos. O ferro, como todos os metais tem uma estrutura cristalina. A disposição própria e regular dos átomos de cada metal, em forma de cristais, se chama rede cristalina ou reticulado cristalino. ALOTROPIA DO FERRO PURO *ALOTROPIA: é um fenômeno químico que consiste em poder um elemento químico cristalizar-se em mais de um sistema cristalino e ter por isso diferentes propriedades físicas. O conjunto de “células unitárias” form a os cristais. Os cristais adquirem contornos irregulares, devido aos pontos de contato de cada conjunto e desse modo passam a receber o nom e de “GRÃOS CRISTALINOS”. *FENÔMENO DE CRISTALIZAÇÃO: é o fenômeno em que as “células unitárias” se reúnem e form a uma rede cristalina ou retículo cristalino. *CÉLULA UNITÁRIA: é o agrupamento dos átomos metálicos que procuram ocupar posições definidas e ordenadas que se repetem em três dimensões formando uma figura geométrica regular. 6
  • 7. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica O “Graõ Cristalino” é constituídos por milhares de células unitárias. Grão Cristalino Os quadradinhos são as Células Unitárias. Os grãos podem ser observados melhor com auxílio de um microscópio metalográfico. A figura, abaixo, ilustra uma peça de aço de baixo teor de carbono, com a superfície polida e atacada quimicamente ampliada muitas vezes. As regiões claras e escuras, todas com contornos bem definidos como se fossem uma colmeia, são os grãos. No intervalo de 1538ºC e 1394ºC o ferro puro se solidifica em reticulado cúbico de corpo centrado CCC, chamado Fe δ (ferro delta). A 1394ºC se realiza a reestruturação do reticulado cúbico de corpo centrado em reticulado cúbico de face centrada, permanecendo até 912ºC. O reticulado cúbico de face centrada CFC denomina-se Fe γ (ferro gama) ou austenita. A 912ºC o ferro puro sofre mudança na estrutura do reticulado novamente para cúbico de corpo centrado CCC, chamado Fe α ( ferro alfa) ou ferrita. Abaixo dessa temperatura, a estrutura do reticulado do ferro é cúbica de corpo centrado. O trecho abaixo de 770ºC não representa mudança de estrutura do reticulado, mas o surgimento de propriedades magnéticas do ferro; o Feα abaixo de 770ºC é magnético e acima de 770ºC não tem propriedades magnéticas. O ferro sólido, quando aquecido ou resfriado, apresent a diferentes estruturas em seu reticulado cristalino; conseqüentemente, suas propriedades também ficam diferentes. Esse fenôm eno se denomina alotropia e é representado pelas letras do alfabeto grego: α, β, γ, δ, etc. A mudança estrutural do reticulado cristalino do ferro traz consigo a modificação de suas propriedades; assim, o Feα quase não dissolve o carbono; o Feγ dissolve até 2,11% de carbono e o Fe δ dissolve até 0,09% de carbono. Essa situação ocorre devido à estrutura cúbica de face centrada do Feγ apresentar uma distância maior entre os átomos do que a estrutura cúbica de corpo centrado do Feα e Feδ, então é mais fácil aceitar átomos estranhos, como por exemplo, átomos de carbono. A esse fenômeno damos o nome de solubilidade no estado sólido. O gráfico a seguir m ostra a curva característica de resfriamento ou aquecimento. do ferro puro e sua correspondente transformação alotrópica. O ferro puro raramente é usado, comumente está ligado com o carbono. No gráfico apresentado foi vista a curva de resfriamento ou aquecimento do ferro puro com indicações das formas alotrópicas e suas respectivas temperaturas de transformação. Nas ligas de ferro – carbono existem também as formas alotrópicas α e γ, mas as temperaturas de transform ação oscilam em função do teor de carbono na liga. O diagrama abaixo de fase ferro – carbono, auxilia na visualização dessas oscilações importantes para o estudo dos aços e ferros fundidos. 7
  • 8. o Tecnologia Mecânica – I 1 Ciclo de Mecânica O diagrama de fase ferro carbono pode ser dividido em três partes: • de 0 a 0,008%C - ferro puro • de 0,008 a 2,11%C - aço • de 2,11 a 6,69%C - ferro fundido 8
  • 9. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Componentes da estrutura dos aços Fases relevantes do diagrama ferro - carbono No ponto eutetóide se verifica uma transformação importante no estudo dos aços, ou seja um aço com 0,77%C acima de 727ºC encontra-se no estado de austenita. No ponto eutetóide a austenita se transforma em uma mistura de duas fases – ferrita e cementita que se denomina perlita. • Ferrita (α) - solução sólida de carbono em ferro CCC , existente até a temperatura de 912ºC, caracteriza-se pela baixa solubilidade de carbono no ferro, chegando ao máximo de 0,0218% a 727ºC. • Austenita (γ) - solução sólida de carbono em ferro CFC, existindo entre as temperaturas de 912ºC e 1495ºC, e com solubilidade máxima de carbono no ferro de 2,11% a 1148ºC. • Ferrita (δ) – solução sólida de carbono em ferro CCC, sendo estável até 1538ºC, quando o ferro se liqüefaz. A solubilidade do carbono é baixa, atingindo um máximo de 0,09% a 1495ºC. Quando não houver referência contrária, o termo ferrita, subentenderá a ferrita α . • Cementita (Fe3 C) - é um carboneto de ferro de alta dureza com teor de carbono de 6,69% de carbono. Linhas relevantes do diagrama ferrocarbono Linha A1 – indica a ocorrência de uma parada (Arrêt) durante a transformação. Assim ao resfriar um aço com 0,77% C, observa-se uma “parada” na temperatura de 727ºC, ou seja, enquanto a transformação γ →α+ Fe3 C não se completar a temperatura permanecerá constante. A perlita tem uma estrutura finam ente raiada que, semelhante a madrepérola, está formada de lâminas finíssimas superpostas, alternando-se uma camada de ferrita e outra de cementita, conforme a figura a seguir. Linha A2 – indica a temperatura de transformação magnética do ferro CCC a 770ºC. Assim os aços com 0,77% C são chamados de eutetóides. Aços com menos de 0,77%C são chamados hipoeutetóides e com mais de 0,77%C são chamados hipereutetóides. Linha A3 – indica a temperatura de transformação γ →α. À medida que o teor de carbono vai aumentando, a temperatura A3 vai diminuindo, até o limite de 727ºC, onde se encontra com A1. Embora a perlita não seja uma fase, e sim um constituinte, é possível prever quais são as microestruturas presentes nos aços após o resfriamento lento. Linha Acm – indica a temperatura de transformação γ → Fe3C. Iniciase a 727ºC com 0,77% C e vai aumentando com a elevação do teor de carbono, até atingir 1148ºC a 2,11% C. Os aços hipoeutetóides (até 0,77%C) apresentam em sua microestrutura ferrita e perlita conforme mostra a figura esquemática abaixo. Linha Solidus – indica que abaixo desta linha todo material estará no estado sólido. Linha Liquidus – indica que acima desta linha todo material estará na forma líquida. Pontos relevantes do diagrama ferro-carbono Ponto eutético - indica a presença de uma liga eutética, com 4,3% C a 1148ºC Ponto eutetóide indica a presença de uma liga eutetóide, com 0,77%C a 727ºC. 9
  • 10. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço hipoeutetóide com aproximadamente 0,3%C, submetido ao ataque reativo de nital, ampliado 200 vezes. Os grãos escuros são de perlita e os grãos brancos são de ferrita. A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço eutetóide com 0,77%C, submetido ao ataque reativo de nital, ampliado 1000 vezes. Os aços eutetóides (0,77%C) apresentam em sua microestrutura somente perlita, conforme mostra a figura esquemática abaixo. Nota-se a estrutura lamelar; as linhas escuras representando a cementita e as linhas brancas a ferrita Os aços hipereutetóides (0,77% a 2,11%C) apresentam em sua microestrutura perlita e cementita, conform e mostra a figura esquemática a seguir. 10
  • 11. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica A figura a seguir mostra o aspecto micrográfico de um aço hipereutetóide com aproximadamente 1%C, submetido ao ataque reativo de picral, ampliado 200 vezes. Ponto Temperatura Estado Fases aproximada físico presentes A 1600ºC líqüido líqüida B 1480ºC líqüido líqüida Nota-se que a cementita está disposta em torno dos grãos de perlita, formando uma rede. C 1450ºC mistura líqüida + sólida Os aços hipoeutetóides apresentarão tanto maior quantidade de ferrita quanto menos carbono contiverem, e os aços hipereutetóides tanto maior quantidade de cementita quanto mais se aproximarem do teor de 2,11% de carbono. A figura a seguir mostra de modo esquemático o teor de carbono e sua microestrutura correspondente. D 1350ºC sólido austenita E 1000ºC sólido austenita F 780ºC sólido austenita G 750ºC sólido austenita + ferrita H 727ºC sólido I <727ºC sólido Interpretação final dos diagrama Os aços hipoeutetóides (0,4%C por exemplo) têm pouco carbono, portanto há pouca perlita e quase nenhuma cementita livre. A maior parte de massa constitui-se de ferrita que é Feα , caracterizando-se pela baixa dureza, porém com alta ductilidade. O diagram a de fase apresentado a seguir, indica as fases presentes nos pontos determinados e o respectivo estado físico do aço hipoeutetóide com 0,4% C, quando submetido ao resfriamento lento. 11 perlita + ferrita perlita + ferrita Comentários Toda a matéria líqüida. Todo o carbono dissolvido Início da solidificação. Forma-se o primeiro cristal sólido Campo bifásico. O líqüido vai transformando-se continuamente em austenita Todo material solidificado. O ultimo líqüido solidificou-se Apenas sólido presente – austenita - é Fe CFC com todo carbono dissolvido Início da transformação da austenita em ferrita. O carbono começa a liberta-se CFC transforma-se continuamente em CCC, libertando carbono para formar a perlita Completada a transformação Material pronto para ser utilizado
  • 12. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Efeito da velocidade de resfriamento nos aços Nos aços hipereutetóides ( 0,9%C por exemplo), devido ao alto teor de carbono, teremos a formação de cementita mais a perlita. O diagram a de fase apresentado a seguir mostra as fases presentes e o respectivo estado físico do aço hipereutetóide com 0,9% C ,quando submetido ao resfriamento lento. Ponto Fases Temperatura Estado aproximada físico presentes A > 1500ºC líqüido líqüida B 1500ºC líqüido líqüida C 1450ºC mistura líqüida + sólida D 1430ºC sólido austenita E 1000ºC sólido austenita F 800ºC sólido austenita G 760ºC sólido austenita + cementita H 727ºC sólido I < 727ºC sólido perlita + cementita perlita + cementita Um aço resfriado muito lentamente a partir do campo austenítico apresentará, em temperatura ambiente, uma ou mais das fases ferrita, perlita e cementita, dependendo de seu teor de carbono. Porém, se o resfriamento do aço a partir da região austenítica for muito rápido impede-se a formação da perlita. Certamente produz-se um rearranjo cúbico de face centrada (CFC) para cúbico de corpo centrado (CCC), porém os átomos de carbono permanecem retidos em seu núcleo. Como o resfriamento é rápido e a dimensão do reticulado cristalino α é menor que a dimensão do reticulado cristalino γ, o carbono é forçado a permanecer no reticulado cristalino α, causando deformação e tensão, a conseqüência disso é uma estrutura dura, quebradiça, acicular denominada martensita, que não é prevista no diagrama ferro carbono. Comentários Toda a matéria líqüida. Todo o carbono dissolvido. Início da solidificação. Forma-se o primeiro cristal sólido. Campo bifásico. O líqüido vai transformando-se continuamente em austenita. Todo m aterial solidificado. O último líqüido solidificou-se. Apenas sólido presente - austenita - é Fe CFC com todo carbono dissolvido. Início da transformação da austenita em cementita. O carbono começa a libertar-se. CFC transforma-se continuamente em CCC, libertando carbono para formar a cementita. Completada a transformação. Material pronto para ser utilizado. 12
  • 13. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Metais Não Ferrosos Normalização Introdução Segundo a DIN 1700, para metais puros escreve-se o símbolo do elemento químico seguido do grau de pureza. Metais não ferrosos são todos os metais puros ou ligados, com exceção do ferro e suas ligas. Exemplo: Para as ligas, adota-se a seguinte forma: Os metais não ferrosos podem ser classificados em função de densidade em metais leves e metais pesados. Produção ou aplicação A maioria dos metais puros é mole e tem baixa resistência à tração. Quanto maior for a pureza, mais alto será o ponto de fusão, maior a condutibilidade elétrica e a resistência à corrosão. G Na indicação dos metais não ferrosos puros, deve-se usar a designação química do elemento mais o grau de pureza. GD = Fundido a pressão GK = Fundido em Gz Metais leves 5kg ρ ≤ dm 3 Metais pesados 5kg dm 3 Cu Pb Zn Ni Sn W Mo Cr Manganês Vanádio Cobalto Cádmio Alumínio Magnésio Titânio Mn V Co Cd Al Mg Ti = Fundido por = Liga de F-40 = Resistência a tração em 2 Kgf/mm 2. Símbolo químico dos elementos de liga seguidos de seu teor em porcentagem W = mole h = duro Wh = dureza de laminado Zh = dureza de trefilado P = dureza de prensagem 150Hv = dureza vickers bk = brilhante prévia adição Gl Propriedades especiais 1. Símbolo químico do metal base centrifugação V Cobre Chumbo Zinco Níquel Estanho Tungstênio Molibdênio Cromo = Fundido coquilha Metais não ferrosos ρ≥ Composição = Metl. antifricção para mancais = Metal para solda gb g Designação dos metais puros = decapado = recozido dek L = oxidável com efeito decorativo Ex.: Zn 99 , 99 Exemplos: Pureza = 99,99% Elemento químico GD-Zn Al 4 Cu1 → Liga de zinco fundido sob pressão com 4% de Al, 1% de Cu. AlCu Mg1 F40 → Liga de alumínio com ±4% de Cu, ±1% de Mg e 2 2 resistência a tração de 40kgf/mm ≅ 390N/mm . Obtenção dos metais Os minérios de onde são retirados os m etais, além do próprio metal, contêm também impurezas, tais como: oxigênio, hidrogênio e enxofre. A quantidade (porcentagem) de metal varia em função do tipo de minério. As propriedades dos metais puros podem ser melhoradas através de elementos de liga. Liga é um processo onde se misturam dois ou mais elementos entre si no estado líquido. O esquema abaixo mostra o processo de obtenção da maioria dos metais. Nos metais ligados, geralm ente a dureza e a resistência aumentam, enquanto a ductilidade e a condutibilidade elétrica diminuem. Para se obter um metal quase que totalmente puro (99,99%) usamse normalmente outros processos além do processo normal de alteração do metal siderúrgico, os quais dependem do tipo de metal. Designação das ligas não ferrosas Minério É feita pela indicação (símbolo químico) dos metais que nela estão contidos, seguidos pelo teor (em porcentagem) de cada um dos metais. Calcinação Redução Exemplo: Designação Metal bruto Cu Zn 40 Pb2 Chumbo 2% Afinagem (eliminação das impurezas) Zinco 40% Metal siderúrgico Liga de cobre Metal puro 13
  • 14. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Metais não ferrosos pesados Precaução Cobre (Cu) Partículas de chumbo que aderem às mãos podem penetrar no organismo e provocar uma intoxicação por isso é indispensável lavar bem as mãos após, seu manuseio. É um metal de cor avermelhada, bastante resistente à intempérie e à corrosão. É também um excelente condutor elétrico e de calor (seis vezes mais que o ferro). Aplicação É aplicado, de forma geral, no revestimento de cabos elétricos subterrâneos e de recipientes para ácidos, usados na indústria química. Como liga chumbo-estanho, é utilizado na solda. Propriedades do cobre Densidade (ρ) Temperatura da liquefação Resistência à tração Alongamento O chumbo fino, especificamente, aplica-se em placas de acumuladores, cristais óticos e proteção contra raios X. 3 8,93kg/dm 1083º 200 ... 360 N mm 2 2 Transformação fria até 600N/mm 50 ... 35% Transformação fria 2% Zinco (Zn) É um metal branco azulado. Sua superfície de ruptura é formada de cristais que se distinguem facilmente. Entre os metais, é o que tem o maior coeficiente de dilatação térmica (0,000029/ºC). Exposto à umidade do ar, combina-se com o dióxido de carbono (CO2 ) formando uma capa cinzenta de carbonato de zinco (Zn + CO2), que protege o metal. Normalização Exemplo: E-Cu 99,99 Cobre especialmente puro Obtenção pela eletrólise (E) É muito sensível aos ácidos, que o atacam e destroem, sendo portanto impossível conservar ácidos em recipientes de zinco. É fácil de fundir, dobrar, forjar, repuxar, tanto a quente com o a frio. A deformação a frio deixa o cobre duro e difícil de dobrar. Com o cobre recozido a uma temperatura de aproximadamente 600ºC, e sem o resfriam ento rápido, elimina-se a dureza proveniente da deformação a frio. Nos processos de usinagem com cavacos, devem-se usar ferramentas com grande ângulo de saída e, como fluido de corte, o óleo solúvel. As propriedades do zinco podem ser sensivelmente melhoradas pela adições de outros metais. Propriedades do zinco Densidade (ρ) 7,1 kg dm 3 Aplicação É normalmente empregado para confecção de fios e cabos condutores elétricos, sistemas de aquecimento e resfriamento, tubos, chapas, peças fundidas e peças de artesanato. Ponto de fusão ºC Resistência à tração 419ºC N 20...36 mm 2 Alongamento 1% Chumbo (Pb) Com liga, o zinco de alumínio se torna mais resistente; com liga de cobre, mais duro. O magnésio compensa as impurezas existentes e igualmente o torna mais duro. Também o bismuto, o chumbo e o tálio melhoram consideravelmente as propriedades do zinco para sua usinagem. É um metal com aspecto exterior característico, pois apresenta uma cor cinza azulada. Sua superfície de ruptura (recente) é de uma cor branca prateada muito brilhante. É fácil de reconhecê-lo pelo peso: é um material muito denso e macio. Designação do zinco O chumbo é muito dúctil, fácil de dobrar, laminar, martelar (a frio). Os tubos são curvados com auxílio de uma mola ou enchendo-os de areia fina e seca, ou com ajuda de um aparelho de curvar. Norma DIN 1706 Denominação Zinco fino Zinco siderúrgico Zinco fundido Propriedades do chumbo 11,3 kg Densidade (ρ) Norma Zn 99,995 Zn 99,95 G-Zn.Al6.Cu Impureza 0,005% 0,05% 1% dm 3 Ponto de fusão ºC 327ºC N Aplicação Peças de aço que estejam sujeitas à oxidação do tempo, devem receber uma zincagem (banho de zinco) para sua proteção. 15...20 Resistência à tração mm 2 50...30% Alongamento O zinco é um material muito utilizado na fundição de peças. Liga-se com dificuldade a outros metais, exceto o estanho, com o qual se produz a solda de estanho. É bem resistente à corrosão, pois, quando exposto ao ar, recobre-se de uma camada protetora de óxido. Peças complicadas são obtidas através de fundição por injeção, a qual facilita a fabricação em série e aumenta a precisão das peças. Designação do chumbo Estanho (Sn) Norma DIN 1719 : 1963 É um metal branco azulado e m acio que se funde facilmente e é resistente à corrosão. Denominação Chumbo fino Chumbo siderúrgico Chumbo refundido Norma Pb 99,99 Pb 99,94 Pb 99,9 Impureza 0,01% 0,06% 0,01% 14
  • 15. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Propriedades do latão Propriedades do estanho Densidade Latão 3 Massa específica 8,5kg/dm Classifica-se segundo Ponto de fusão 980ºC DIN 1709, 17660, 17661 1. Ligas de fundição (latão fundido) Denominação Abreviatura Composição Propriedades Emprego em % especiais Latão fundido G - CuZn 64 até 3 Boa conduti- Instalações 36 Pb bi-lidade para gás, Latão de G - CuZn 62 até 3 Superfície água e fundição em 38 Pb brilhante para indúscoquilha tria elétrica 7,3 kg Temperatura de liquefação Resistência à tração dm 3 232ºC N 40...50 mm 2 Ductibilidade 50% Dobrando uma barra de estanho, ouve-se um ruído como se o metal estivesse trincado. Esse ruído é produzido em conseqüência do deslizamento dos cristais, atritando-se entre si (grito do estanho). Não se altera quando em contato com ácidos orgânicos ou quando exposto às intempéries. Em temperaturas inferiores a -15ºC, o estanho se decompõe formando um pó de cor cinzenta. Latão fundido G - CuZn 60 até 2 sob pressão 40 Pb Designação do estanho A abreviatura Denominação Estanho Liga fundida Norma Sn 99,9 Cu Sn 6 Superfície brilhante CuZn = Latão teor de zinco em % = 36 teor de cobre em % = 64 O latão é um metal de cor amarelo-claro ou amarelo-ouro. As classes do latão são reconhecidas pela superfície de ruptura ou em sua superfície polida. Aplicação O estanho puro não é empregado em construções de peças devido a sua pequena resistência à tração. É fácil de dobrar e repuxar. Tem uma resistência maior do que a do 2 cobre (200 - 800N/mm ). Graças a sua ductilidade, podem-se laminar folhas delgadas de até 0,008mm de espessura. É muito utilizado no equipamento e maquinaria da indústria alimentícia, por ser não tóxico. Aplicação Devido a sua boa resistência à corrosão causada pelo ar e fluidos, o emprego do latão fundido é muito grande na fabricação de válvulas, torneiras e registros. Liga-se perfeitamente a outros metais: cobre, chumbo e antimônio. Laminado, o latão é empregado na confecção de chapas, perfis de A solda de estanho é possível sobre latão, aço e aço fundido. qualquer forma ( Ligas dos metais pesados não ferrosos Bronze Para melhorar as propriedades dos metais com base o cobre, são adicionadas ligas de outros metais, como o zinco e o estanho. As ligas de cobre possuem cores diferentes, conforme o metal que entra na constituição da liga e na proporção em que é adicionado. As ligas de cobre mais importantes são: latão, bronze e latão vermelho. O bronze é uma ligas com 60% de cobre e um ou vários elementos de liga. O bronze pode ser classificado em ligas fundidas e ligas laminadas. O quadro a seguir mostra os diversos tipos de bronze. Produção do latão Zn Latão Tomback, Latão especial Fundição em coquilha ) e tubos de radiadores. Bronze - ao estanho - fosforoso - ao alumínio - ao chumbo - ao silício - ao manganês - ao berílio É uma liga de cobre e de zinco com um teor mínimo de 50% de cobre. Fundição Fundição em areia , Tipos de bronze Latão Cobre , Ligas de Laminação Laminados Chapas Tiras Barras maciças Tubos Arames Peças de pressão Barras perfiladas Ligas de Fundição Propriedades e aplicações As ligas de bronze variam entre macias e duras. Resistem muito bem à corrosão. Devido a sua fácil fusão, são empregadas na fabricação de sinos, buchas e peças hidráulicas. O bronze laminado é empregado na fabricação de molas, partindo de tiras e de arames estirados a frio. 15
  • 16. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Normalização conforme DIN Propriedades do bronze Densidade (ρ) G - Cu Sn 10 Zn G = Fundido 10% de estanho ≅ 3% de zinco 87% de cobre 7,6 - 8,8 kg dm 3 Ponto de fusão Resistência à tração 900 - 1000ºC N 350 - 770 mm 2 Bronze ao estanho Esta liga tem de 4 a 20% de estanho. É dúctil e elástica, dura e resistente à corrosão. Torno Mecânico Exemplo de normalização DIN Torno mecânico é uma máquina-ferramenta utilizada para executar operações de usinagem cilíndrica externa ou interna e outras operações que normalmente são feitas por furadeiras, fresadoras e retificadoras, com adaptações relativamente simples. Cu Sn 6 6% de estanho 94% de cobre A principal característica do torno é o movimento rotativo contínuo realizado pelo eixo-árvore, conjugado com o movimento de avanço da ferramenta de corte. As outras características importantes são o diâmetro do furo do eixo principal, a distância entre pontas e a altura da ponta, que compreende a distância ao fundo da cava, ao barramento e ao carro principal. Bronze ao chumbo Até 25% de chumbo. Boa característica de deslizamento, autolubrificante. Empregada na construção de buchas. Exemplo de normalização DIN G - Cu Pb 15 Sn 75% de cobre 15% de chumbo 8% de estanho 2% de zinco Bronze ao alumínio Esta liga tem de 4 a 9% de alumínio. Resistente à corrosão e ao desgaste. Utilizada na construção de buchas, parafusos sem-fim e rodas-dentadas. Exemplo de normalização DIN Cu Al8 Fe F45 89% de cobre 8% de alumínio ≅ 1% de ferro 2 F45 - resistência à tração = 450N/mm O torno básico é o torno universal; estudando seu funcionamento, é possível entender todos os outros tipos de torno, por mais sofisticados que sejam. Partes principais do torno Latão vermelho (bronze ao zinco) As partes principais do torno universal são: placa, cabeçote fixo, recâmbio, caixa de engrenagem, barramento, carro principal e cabeçote móvel. O latão vermelho é uma liga de cobre, estanho (bronze) e zinco, cujo componente predominante é o cobre. É resistente à corrosão e ao desgaste. Além disso, resiste bem à pressão. É empregada na fundição de buchas e na fabricação de peças hidráulicas, tubos e engrenagens helicoidais. Propriedades do latão vermelho Densidade 8,6 kg dm 3 Ponto de fusão Resistência à tração 900 - 1000ºC 240 - 650 N mm 2 16
  • 17. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica No avanço automático, a vara com uma rosca sem-fim movimenta um conjunto de engrenagens ligadas à cremalheira do barramento que, por sua vez, desloca o carro. Cabeçote fixo Cabeçote fixo é um conjunto constituído de carcaça, engrenagens e eixoárvore. O elemento principal do cabeçote é o eixo-árvore, também chamado árvore ou eixo principal, onde está montada a placa, responsável pelo movimento de rotação da peça; o eixo-árvore é vazado de ponta a ponta, de modo a permitir a passagem de barras. Caixa Norton Também conhecida por caixa de engrenagem, é formada por carcaça, eixos e engrenagens; serve para transmitir o movimento de avanço do recâmbio para a ferramenta. Recâmbio O recâmbio é a parte responsável pela transmissão do movimento de rotação do cabeçote fixo para a caixa Norton. É montado em uma grade e protegido por uma tampa a fim de evitar acidentes. As engrenagens do recâmbio permitem selecionar o avanço para a ferramenta. O avental transforma os movimentos giratórios do fuso ou da vara em movimento retilíneo longitudinal ou transversal em relação ao eixoárvore, permitindo o avanço da ferramenta sobre a peça. Barramento Barramento é a parte do torno que sustenta os elementos fixos e móveis do torno. Na parte superior do barramento estão as guias prismáticas, que devem ter um paralelismo perfeito em relação ao eixo-árvore, a fim de garantir o alinhamento da máquina. A mesa, que desliza sobre as guias prismáticas do barramento, suporta o carro transversal. Nela também estão montados o fuso e o volante com anel graduado, que determinam o movimento do carro transversal. Carro principal O carro principal é um conjunto formado por avental, mesa, carro transversal, carro superior e porta-ferramenta. O avanço do carro principal pode ser manual ou automático. No avanço manual, o giro do volante movimenta uma roda dentada, que engrenada a uma cremalheira fixada no barramento, desloca o carro na direção longitudinal. O carro transversal é responsável pelo movimento transversal da ferramenta e desliza sobre a mesa por meio de movimento manual ou automático. 17
  • 18. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica No movimento automático, o giro da vara movimenta a rosca sem-fim existente no avental; o movimento é transmitido até a engrenagem do parafuso de deslocamento transversal por meio de um conjunto de engrenagens; esse conjunto de engrenagens faz girar o parafuso, deslocando a porca fixada no carro. Cabeçote móvel O cabeçote móvel é a parte do torno que se desloca sobre o barramento, oposta ao cabeçote fixo; a contraponta e o eixo principal estão situados na mesma altura e determinam o eixo de rotação da superfície torneada. O movimento manual é realizado por meio do manípulo existente no volante montado na extremidade do parafuso de deslocamento transversal. O movimento é controlado por meio de um anel graduado, montado no volante. O cabeçote pode ser fixado ao longo do barramento por meio de parafusos, porcas, placas e alavanca com excêntrico. O carro superior possui uma base giratória graduada que permite o torneamento em ângulo. Nele também estão montados o fuso, o volante com anel graduado e o porta-ferramentas ou torre. O porta-ferramentas ou torre é o local onde são fixados os suportes de ferramentas, presos por meio de parafuso de aperto. 18
  • 19. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica O cabeçote móvel tem as seguintes funções: • servir de suporte à contraponta, destinada a apoiar um dos extremos da peça a tornear; • servir para fixar o mandril de haste cônica para furar com broca no torno; Base - desliza sobre o barramento e serve de apoio ao corpo. Corpo - é onde se encontra todo o mecanismo do cabeçote móvel e pode ser deslocado lateralmente, a fim de permitir o alinhamento ou desalinhamento da contraponta. Mangote - é uma luva cilíndrica com um cone morse num lado e uma porca no outro; a ponta com o cone morse serve para prender a contraponta, a broca e o mandril; o outro lado é conjugado a um parafuso, que ao ser girado pelo volante, realiza o movimento de avanço e recúo. Trava do mangote - serve para fixá-lo, impedindo que se movimente durante o trabalho. Volante - serve para fazer avançar ou recuar o mangote. Acessórios do torno • servir de suporte direto para ferramentas de corte de haste cônica como brocas, alargadores e machos; O torno tem vários tipos de acessórios que servem para auxiliar na execução de muitas operações de torneamento. Denominação Figura Função Placa de 3 castanhas Placa de 4 castanhas independentes As partes principais do cabeçote móvel são: base, corpo, mangote, trava do mangote e volante. 19 fixar peças cilíndricas para tornear excêntricos e fixar peças quadradas Placa lisa • deslocar a contraponta lateralmente para tornear peças de pequena conicidade. fixar peças cilíndricas fixar peças de formas irregulares
  • 20. o Tecnologia Mecânica - I Denominação 1 Ciclo de Mecânica Figura Faceamento Função Placa arrastadora fornecer movimento giratório à peça fixada entre pontas Ponta Faceamento é a operação que permite fazer no material uma superfície plana perpendicular ao eixo do torno, de modo a obter uma face de referência para as medidas que derivam dessa face. A operação de facear é realizada do centro para a periferia da peça. Também é possível facear partindo da periferia para o centro da peça, desde que se use uma ferramenta adequada. suportar a peça por meio dos furos de centro Luneta fixa e móvel Bucha cônica servir de mancal na usinagem de eixos longos e de pequeno diâmetro Furação A furação permite abrir furos de centro em materiais que precisam ser trabalhados entre duas pontas ou entre placa e ponta. Também é um passo prévio para fazer furo com broca comum. adequar o cone da haste cônica das brocas ou mandris com encaixe cônico do mangote e eixo-árvore Operações do torno O torneamento é um processo de usinagem que se baseia no movimento da peça ao redor de seu próprio eixo, com a retirada progressiva de cavaco. O cavaco é cortado por uma ferramenta de um só gume cortante, com dureza superior à do material a ser cortado. O torneamento exige três movimentos relativos entre a peça e a ferramenta: corte, avanço e penetração. Variando os movimentos, a posição e o formato da ferramenta, é possível realizar grande variedade de operações, tais como: faceamento, torneamento cilíndrico, furação, torneamento cônico, interno, externo, sangramento, corte e recartilhamento. Usa-se a furação no torno para fazer furo cilíndrico por deslocamento de uma broca montada no cabeçote. É um furo de preparação do material para operações posteriores de alargamento, torneamento e roscamento internos. Torneamento cilíndrico externo O torneamento cilíndrico consiste em dar um formato cilíndrico a um material em rotação submetido à ação de uma ferramenta de corte. Essa operação é uma das mais executadas no torno e tem a finalidade de produzir eixos e buchas ou preparar material para outras operações. A furação no torno também serve para fazer uma superfície cilíndrica interna, passante ou não, pela ação da ferramenta deslocada paralelamente ao torno. Essa operação também é conhecida por broqueamento e permite obter furos cilíndricos com diâmetro exato em buchas, polias, engrenagens e outras peças. 20
  • 21. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Quando se constrói um cone interior para ser acoplado a um cone exterior, deve-se fabricar primeiro o cone exterior, usando-o depois como calibrador para controlar a conicidade da peça com cone interno. A principal aplicação do torneamento cônico é na produção de pontas de tornos, buchas de redução, válvulas e pinos cônicos. Torneamento cônico externo Operação muito comum, o torneamento cônico externo admite duas técnicas: com inclinação do carro superior e com desalinhamento da contraponta. O torneamento com inclinação do carro superior é usado para tornear peças cônicas de pequeno comprimento. O torneamento cônico com deslocamento do carro superior consiste em inclinar o carro superior de modo a fazer ferramenta avançar manualmente ao longo da linha que produz o corte no ângulo de inclinação desejado. Ferramentas de Corte As ferramentas de corte são empregadas para cortar materiais metálicos e não metálicos por desprendimento de cavaco. São constituídas de materiais com elevada dureza, o que lhes permite cortar materiais de dureza inferior. Existem dois fatores de influência nas ferramentas de corte: a dureza dos materiais de que são feitas e o ângulo da geometria de corte da ferramenta. Materiais das ferramentas Normalmente os materiais das ferramentas de corte são aço carbono, aço rápido, metal duro e cerâmica. O torneamento com desalinhamento da contraponta é usado para º peças de grande comprimento com conicidade de até 10 , aproximadamente. Consiste em delocar transversalmente o cabeçote móvel por meio de parafuso de regulagem, de modo que a peça forme um ângulo em relação às guias do barramento. Ao avançar paralelamente às guias, a ferramenta corta um cone com o ângulo escolhido Aço carbono O aço carbono utilizado para ferramentas de corte tem teores de carbono que variam entre 0,7 e 1,5%; é utilizado em ferramentas para usinagem manual ou em máquinas-ferramenta como, por exemplo, limas, talhadeiras, raspadores e serras. As ferramentas de aço carbono são utilizadas para pequenas quantidades de peças e não se prestam a altas produções; são pouco resistentes a temperaturas de corte superiores a 250º C, daí a desvantagem de usar baixas velocidades de corte. Aço rápido As ferramentas de aço rápido possuem, além do carbono, vários elementos de liga, tais como tungstênio (W), cobalto (Co), cromo (Cr), vanádio (Va), molibdênio (Mo) e boro (B), que são responsáveis pelas propriedades de resistência ao desgaste e aumenº tam a resistência de corte a quente até 550 C, possibilitando maior velocidade de corte em relação às ferramentas de aço carbono. Torneamento cônico interno Neste tipo de torneamento, o ângulo de deslocamento do carro superior é igual ao ângulo de inclinação do cone que se pretende fabricar. A ferramenta é a mesma utilizada no broqueamento e o controle de conicidade é feito com um calibrador cônico. 21
  • 22. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Cerâmica Outra vantagem das ferramentas de aço rápido é que são reafiáveis, além de que um grande número de arestas de corte pode ser produzido numa mesma ferramenta. As ferramentas de aço rápido são comercializadas em forma de bastões de perfis quadrados, redondos ou lâminas, conhecidos como bites. As ferramentas de cerâmica são pastilhas sinterizadas, com uma quantidade aproximada de 98 a 100% de óxido de alumínio; possuem dureza superior à do metal duro e admitem velocidade de corte cinco a dez vezes maior. São utilizadas nas operações de acabamento de materiais tais como ferro fundido e ligas de aço; sua aresta º de corte resiste ao desgaste sob temperatura de 1 200 C. Ângulos da ferramenta de corte O fenômeno de corte é realizado pelo ataque da cunha da ferramenta; o rendimento desse ataque depende dos valores dos ângulos da cunha, pois é esta que rompe as forças de coesão do material da peça. Os ângulos e superfícies na geometria de corte das ferramentas são elementos fundamentais para o rendimento e a durabilidade delas. A denominação das superfícies da ferramenta, dos ângulos e das arestas é normalizada pela norma brasileira NBR 6163/90. Metal duro Metal duro ou carbeto metálico, conhecido popularmente como carboneto metálico, compõe as ferramentas de corte mais utilizadas na usinagem dos materiais na mecânica. O metal duro difere totalmente dos materiais fundidos, como o aço; apresenta-se em forma de pó metálico de tungstênio (W), tântalo (Ta), cobalto (Co) e titânio (Ti), misturados e compactados na forma desejada, recebendo o nome de briquete. O último estágio de fabricação do metal duro é a sinterização, em que os briquetes se tornam uma peça acabada de metal duro em forma de pastilha, sob uma º temperatura entre 1 300 e 1 600 C. Todo esse processo garante ao metal duro grande resistência ao desgaste, com as vantagens de alta resistência ao corte a quente, º pois até uma temperatura de 800 C a dureza mantém-se inalterada; possibilidade de velocidades de corte de 50 a 200m/min, até vinte vezes superior à velocidade do aço rápido. Devido à alta dureza, os carbetos possuem pouca tenacidade e necessitam de suportes robustos para evitar vibrações. As pastilhas de metal duro podem ser fixadas por soldagem, sendo afiáveis, ou mecanicamente, por meio de suportes especiais que permitem intercâmbio entre elas e neste caso não são reafiáveis; são apresentadas em diversas formas e classes, adequadas a cada operação; a escolha das pastilhas é feita por meio de consulta a tabelas específicas dos catálogos de fabricantes. Para a compreensão dos ângulos das ferramentas, é necessário estabelecer um sistema de referência que facilita consultas mais rápidas a catálogos técnicos. Esse sistema de referência é constituído por três planos ortogonais, quer dizer, perpendiculares entre si, e que são: • plano de referência - PR - é o plano que contém o eixo de rotação da peça e passa pelo ponto de referência sobre a aresta principal de corte; é um plano perpendicular à direção efetiva de corte. • plano de corte - PC - é o plano que passa pela aresta de corte e é perpendicular ao plano de referência. 22
  • 23. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica • plano de medida - PM - é o plano perpendicular ao plano de corte e ao plano de referência; passa pelo ponto de referência sobre a aresta principal de corte. Ângulo de cunha β Formado pelas superfícies de folga e de saída; é medido no plano de medida da cunha cortante. Para tornear materiais moles, β = 40 a º º 50 ; materiais tenazes, como aço, β = 55 a 75 ; materiais duros e º frágeis, como ferro fundido e bronze, β = 75 a 85 . Os ângulos da ferramenta de corte são classificados em: de folga α (alfa), de cunha β (beta), de saída γ (gama), de ponta ε (epsilon), de posição χ (chi) e de inclinação de aresta cortante λ (lambda). Ângulo de saída γ Formado pela superfície de saída da ferramenta e pelo plano de referência medido no plano de medida; é determinado em função do material, uma vez que tem influência sobre a formação do cavaco e º sobre a força de corte. Para tornear materiais moles, γ = 15 a 40 ; º º materiais tenazes, γ = 14 ; materiais duros, γ = 0 a 8 . Geralmente, º nas ferramentas de aço rápido, γ está entre 8 e 18 ; nas ferramentas º de metal duro, entre -2 e 8 . Ângulo de folga α É o ângulo formado entre a superfície de folga e o plano de corte medido no plano de medida da cunha cortante; influencia na diminuição do atrito entre a peça e a superfície principal de folga. Para tornear materiais duros, o ângulo α deve ser pequeno; para materiais moles, α deve ser maior. Geralmente, nas ferramentas de aço º rápido α está entre 6 e 12 e em ferramentas de metal duro, α está º entre 2 e 8 . A soma dos ângulos α, β e γ , medidos no plano de medida, é igual a º 90 . º α + β + γ = 90 23
  • 24. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Ângulo χs - é o ângulo formado entre a projeção da aresta lateral de corte sobre o plano de referência e a direção de avanço medido no plano de referência; sua principal função é controlar o acabamento; no entanto, deve-se lembrar que o acabamento superficial também depende do raio da ferramenta. Ângulo da ponta ε É formado pela projeção das arestas lateral e principal de corte sobre o plano de referência e medido no plano de referência; é determinado º conforme o avanço. O campo de variação situa-se entre 55 e 120 e o º valor usual é 90 . A soma dos ângulos χ , ε e χs, medidos no plano de referência, é º igual a 180 . º χ + ε + χs = 180 Ângulo de posição principal χ Formado pela projeção da aresta principal de corte sobre o plano de referência e pela direção do avanço medido no plano de referência. Direciona a saída do cavaco e influencia na força de corte. A função do ângulo χ é controlar o choque de entrada da ferramenta. O campo º º de variação deste ângulo está entre 30 e 90 ; o valor usual é 75 . Ângulo de inclinação da aresta cortante λ É o ângulo formado entre a aresta principal de corte e sua projeção sobre o plano de referência medido no plano de corte. Tem por finalidade controlar a direção do escoamento do cavaco e o consumo de potência, além de proteger a ponta da ferramenta e aumentar seu º tempo de vida útil; o ângulo de inclinação pode variar de -10 a + 10 º ; em geral, λ = -5 . 24
  • 25. o Tecnologia Mecânica - I Ângulo λ 1 Ciclo de Mecânica Ângulos recomendados em função do material negativo - é usado nos trabalhos de desbaste e em cortes interrompidos de peças quadradas, com rasgos ou com ressaltos, em materiais duros, quando a ponta da ferramenta for a parte mais baixa em relação à aresta de corte. Nesta situação, o cavaco se apresenta sob forma helicoidal a contínua. Material α 2 Ângulos β γ 8 8 8 6a 8 8 a 10 8 8 55 62 68 72 a 78 62 a 68 76 a 82 64 a 68 27 20 14 14 a 18 14 a 18 0a6 14 a 18 8 8 8 8 10 a 12 8 a 10 72 55 79 a 82 75 30 a 35 35 a 45 10 27 0a3 7 45 a 48 37 a 45 10 15 10 80 a 90 75 55 5 0 25 10 10 8 12 Aço 1020 até 450N/mm 2 Aço 1045 420 a 700N/mm 2 Aço 1060 acima de 700N/mm Aço ferramenta 0,9%C Aço inox FoFo brinell até 250HB FoFo maleável ferrítico brinell até 150HB FoFo maleável perflítico brinell de 160HB a 240HB Cobre, latão, bronze (macio) Latão e bronze (quebradiço) Bronze para bucha Alumínio Duralumínio 75 80 a 90 82 75 5 0 0 3 Duroplástico Celeron, baquelite Ebonite Fibra Termoplástico PVC Acrílico Teflon Nylon Ângulo λ positivo - diz-se que λ é positivo quando a ponta da ferramenta em relação à aresta de corte for a parte mais alta; é usado na usinagem de materiais macios, de baixa dureza. Nesta situação, o cavaco se apresenta sob forma helicoidal contínua. Além dos ângulos, também as pontas de corte são arredondadas em função do acabamento superficial da peça; o raio é medido no plano de referência da ferramenta. Alguns valores, em função do material da ferramenta, são: aço rápido: rε = 4x s; ou rε ≥ p ; 4 metal duro: s < 1,0mm/r ⇒ rε = 1mm s ≥ 1,0mm/r ⇒ rε = s onde rε ⇒ raio da ponta da ferramenta s ⇒ avanço p ⇒ profundidade mm/r ⇒ unidade de avanço Ângulo λ neutro - diz-se que λ é neutro quando a ponta da ferramenta está na mesma altura da aresta de corte; é usado na usinagem de materiais duros e exige menor potência do que λ positivo ou negativo. O cavaco se apresenta espiralado e contínuo, situação em que um grande volume pode ocasionar acidentes. A posição da aresta principal de corte indica a direção do avanço; segundo a norma ISO 1832/85, a ferramenta pode ser direita, representada pela letra R (do inglês right ), esquerda, representada pela letra L (do inglês left ), ou neutra, representada pela letra N. Ângulos em função do material Experimentalmente, determinaram-se os valores dos ângulos para cada tipo de material das peças; os valores de ângulo para os materiais mais comuns encontram-se na tabela. 25
  • 26. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Ferramentas de Corte para Torno As ferramentas de corte para torno podem ser classificadas em ferramentas de desbastar, facear, sangrar, tornear interno, alisar, formar e roscar. São basicamente as mesmas, tanto para torneamento externo como para interno. 1. desbastar 2. alisar 3. sangrar 4. formar 5. roscar 6. tornear com haste Ferramenta de desbastar Remove o cavaco mais grosso possível, levando-se em conta a resistência da ferramenta e a potência da máquina. O desbaste pode ser feito à direita ou à esquerda, com ferramenta reta ou curva, podendo ser de aço rápido, carboneto metálico soldado ou intercambiável. Ferramentas para desbastar de aço rápido Ferramentas para desbastar de carboneto metálico soldado. 1. 2. 3. 4. 5. cortar cilindrar à direita sangrar alisar facear à direita 6. 7. 8. 9. 10. sangrar com grande dimensão desbastar à direita cilindrar e facear à esquerda formar roscar Ferramentas para desbastar de carboneto metálico intercambiável. As ferramentas para tornear internamente podem ser de corpo único, com pastilhas soldadas ou com insertos. Podem ser utilizadas nas operações de desbaste ou de acabamento, variando os ângulos de corte e a forma da ponta. Ferramenta de facear Empregada para desbastar e para fazer acabamento, pode ser curva ou reta; o trabalho pode ser feito do centro para a periferia, da periferia para o centro, à esquerda e à direita. 26
  • 27. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Uma outra maneira de cortar com bedame é afiá-lo com um grande raio na aresta de corte, de modo a não aumentar o esforço de corte; nesta situação, o cavaco se apresenta em forma de arco, o que facilita sua saída do canal devido a uma compressão lateral; podemse utilizar velocidades de corte maiores porque o cavaco não atrita com as pa redes laterais da ranhura. A abundância de fluido na região de corte é fundamental para a refrigeração da peça e da ferramenta, além de facilitar a expulsão do cavaco. Aplica-se esse tipo de corte em bedame com até 3mm de largura. Ferramenta de sangrar A ferramenta para sangrar é o bedame, que corta o material perpendicularmente ao eixo de simetria da peça, no sentido de fora para dentro, formando canais. É usada na fabricação de arruelas, polias, eixos roscados e canais para alojar anéis de trava ou de vedação e saídas de ferramentas. Para a execução de canais em peças cilíndricas, como por exemplo na saída de ferramentas, as dimensões e a forma das ranhuras são padronizadas com a finalidade de aumentar a vida útil da peça e da ferramenta. As normas que padronizam a forma e as dimensões de saída para ferramentas e rebolos são a NBR 5870 e DIN 509. As ferramentas são normalmente afiadas com raios e ângulos em concordância. Saída de rosca conforme a NBR 5870 O bedame também pode ser usado para separar um material do corpo da peça; quando utilizado para cortar, o bedame deve ter uma ligeira inclinação na aresta de corte, para evitar que a rebarba fique presa à peça. A relação de medida entre a parte útil b e a aresta de corte a varia aproximadamente de 4:1 até 5:1; essa relação pode ser exemplificada pelo quadro, que mostra uma aresta do bedame a = 3,8mm para 2 uma peça de aço 400N/mm , com diâmetro de 45mm. Saída de rebolo conforme a DIN 509 27
  • 28. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Ferramenta para tornear interno Utilizada para torneamento interno de superfícies cilíndricas, cônicas, faceadas ou perfiladas. Fixação e ajustagem da ferramenta de tornear O posicionamento e a rigidez da fixação da ferramenta influenciam a vida útil e, em conseqüência, a produtividade da ferramenta. A posição influi nos ângulos α e γ, que, por sua vez, influem na formação do cavaco e, conseqüentemente, na força de corte. A posição correta da porta da ferramenta deve coincidir com o centro geométrica da peça. Ferramenta de formar Empregada para tornear peças de perfil variado; usam-se ferramentas cujas arestas de corte têm a mesma forma do perfil que se deseja dar à peça. As ferramentas de corte podem ser presas no torno de duas maneiras: diretamente no porta-ferramentas do carro superior ou por meio de suporte que, por sua vez, é fixado no porta-ferramentas. Ferramenta de roscar Ao fixar a ferramenta, deve-se observar se é necessário colocar um ou mais calços de aço para obter a altura desejada da ferramenta. Utilizada para fazer rosca na peça; é preparada de acordo com o tipo de rosca que se deseja executar. 28
  • 29. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Os ângulos α, β e γ devem ser conservados quando se fixam ferramentas nos diferentes tipos de porta-ferramentas. FURADEIRA Furadeira é uma máquina-ferramenta que permite executar operações como furar, roscar com machos, rebaixar, escarear e alargar furos. Essas operações são executadas pelo movimento de rotação e avanço das ferramentas fixadas no eixo principal da máquina. O movimento de rotação é transmitido por um sistema de engrenagens ou de polias, impulsionados por um motor elétrico. O avanço é transmitido por um sistema de engrenagem (pinhão e cremalheira) que pode ser manual ou automático. Para que uma ferramenta seja fixada rigidamente, é necessário que sobressaia o menos possível do porta-ferramentas, ou seja, o balanço b deve ser o menor possível, para evitar a flexão da ferramenta que pode provocar alterações na rugosidade e nas dimensões da peça. Tipos de furadeiras A escolha da furadeira está relacionada ao tipo de trabalho que será realizado. Assim, temos: • furadeira portátil; • furadeira de bases magnética; • furadeira de coluna; • furadeira radial; • furadeira múltipla; • furadeira de fusos múltiplos. A furadeira portátil é usada em montagens, na execução de furos de fixação de pinos, cavilhas e parafusos em peças muito grandes como turbinas e carrocerias, quando há necessidade de trabalhar no próprio local devido ao difícil acesso de uma furadeira maior. O valor do ângulo formado pela aresta de corte da ferramenta com a superfície a cortar é variável, conforme a operação. Assim, em opeº ração de desbastar, o ângulo χ pode variar de 30º até 90 , conforme material. Quanto maior a resistência do material, menor será o ângulo. Em operação de facear, o ângulo pode variar de 0 a 5º Esse tipo de furadeira também é usado em serviços de manutenção para a extração de elementos de máquinas tais como parafusos e prisioneiros. Pode ser elétrica e também pneumática. A furadeira de coluna tem esse nome porque seu suporte principal é uma coluna na qual estão montados o sistema de transmissão de movimento, a mesa e a base. A coluna permite deslocar e girar o sistema de transmissão e a mesa, segundo o tamanho das peças. A furadeira de coluna pode ser: 29
  • 30. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica a-) de bancada (também chamada de sensitiva, porque o avanço da ferramenta é dado pela força do operador) - tem motores de pequena potência e é empregada para fazer furos de até 15 mm de diâmetro. A transmissão do movimento é feita por meio de sistema de polias e correias. A furadeira múltipla possui vários fusos alinhados para executar operações sucessivas ou simultâneas em uma única peça ou em diversas peças ao mesmo tempo. É usada em operações seriadas nas quais é preciso fazer furos de diversas medidas. A furadeira de fusos múltiplos é aquela na qual os fusos trabalham juntos, em feixes. Cada um dos fusos pode ter uma ferramenta diferente de modo que é possível fazer furos diferentes ao mesmo tempo na mesma peça. Em alguns modelos, a mesa gira sobre seu eixo central. É usada em usinagem de uma só peça com vários furos, como blocos de motores, por exemplo, e produzida em grandes quantidade de peças seriadas. Furadeira de coluna de bancada Alavanca de avanço manual b) de piso - geralmente usada para a furação de peças grandes com diâmetros maiores do que os das furadeiras de bancada. Possui uma mesa giratória que permite maior aproveitamento em peças com formatos irregulares. Apresenta, também, mecanismo para avanço automático do eixo árvore. Normalmente a transmissão de movimento é feita por engrenagens. Furadeira de coluna de piso Partes da furadeira de coluna As principais partes de uma furadeira de coluna são: motor, cabeçote motriz, coluna, árvore ou eixo principal, mesa porta-peças e base. A furadeira radial é empregada para abrir furos em peças pesadas volumosas e difíceis de alinhar. Possui um potente braço horizontal que pode ser abaixado e levantado e é capaz de girar em torno da coluna. Esse braço, por sua vez, contém o eixo porta-ferramenta que também pode ser deslocado horizontalmente ao longo do braço. Isso permite furar em várias posições sem mover a peça. O avanço da ferramenta também é automático. O motor fornece energia que impulsiona o sistema de engrenagens ou de polias. 30
  • 31. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica O cabeçote motriz é a parte da máquina na qual se localiza o sistema de engrenagens ou polias e a árvore (ou eixo principal). O sistema de engrenagens ou polias é responsável pela transformação e seleção de rotações transmitidos à árvore ou eixo principal. A árvore (ou eixo principal), montada na cabeça motriz, é o elemento responsável pela fixação da ferramenta diretamente em seu eixo ou por meio de um acessório chamado de mandril. É essa árvore que transmite o movimento transformado pelo sistema de engrenagens ou polias à ferramenta e permite que esta execute a operação desejada. A coluna é o suporte da cabeça motriz. Dispõe de guias verticais sobre as quais deslizam a cabeça motriz e a mesa porta-peça. A broca do tipo helicoidal de aço rápido é a mais usada em mecânica. Por isso, é preciso conhecer suas características de construção e nomenclatura. A mesa porta-peça é a parte da máquina onde a peça é fixada. Ela pode ter movimentos verticais, giratórios e de inclinação. As brocas são construídas conforme a norma NBR 6176. A nomenclatura de suas partes componentes e seus correspondentes em termos usuais em mecânica estão apresentados a seguir. A base é o plano de apoio da máquina para a fixação no piso ou na bancada. Pode ser utilizada como mesa porta-peça quando a peça é de grandes dimensões. Broca helicoidal com haste cilíndrica O movimento de avanço de uma broca ou de qualquer outra ferramenta fixada no eixo principal da furadeira de coluna pode ser executado manual ou automaticamente. As furadeiras com avanço manual são as mais comuns. Nessas furadeiras, o avanço é controlado pelo operador, quando se executa trabalhos que não exigem grande precisão. As furadeiras de coluna de piso, radiais, múltiplas e de fusos múltiplos têm avanço automático. Isso permite a execução de furos com melhor acabamento. Elas são usadas principalmente na fabricação de motores e máquinas. Manuseio da furadeira Broca helicoidal com haste cônica Para obter um bom resultado nas operações com a furadeira, a ferramenta deve estar firmemente presa à máquina a fim de que gire perfeitamente centralizada. A peça, por sua vez, deve estar igualmente presa com firmeza à mesa da máquina. Se o furo a ser executado for muito grande, deve-se fazer uma pré furação com brocas menores. Uma broca de haste cônica não deve jamais ser presa a um mandril que é indicado para ferramentas de haste cilíndrica paralela. Para retirar a ferramenta deve-se usar adequada. unicamente a ferramenta BROCAS σ = ângulo de ponta A broca é uma ferramenta de corte geralmente de forma cilíndrica, fabricada com aço rápido, aço carbono, ou com aço carbono com ponta de metal duro soldada ou fixada mecanicamente, destinada à execução de furos cilíndricos. Essa ferramenta pode ser fixada em máquinas como torno, fresadora, furadeira, mandriladora. Nos tornos, as brocas são estacionárias, ou seja, o movimento de corte é promovido pela peça em rotação. Já nas fresadoras, furadeiras e nas mandriladoras, o movimento de corte é feito pela broca em rotação. 31 ψ = ângulo da aresta transversal
  • 32. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Nomenclatura Termos Nomenclatura Termos NBR 6176 usuais NBR 6176 usuais 1 comprimento --12 superfície de --da ponta comprimento saída largura do 2 comprimento de corte 13 largura da rebaixo utilizável --superfície lateral 3 comprimento --de folga diâmetro do canal comprimento 14 comprimento do rebaixo 4 comprimento do pescoço da superfície da haste --lateral de filete 5 comprimento superfície folga cilíndrico do rebaixo detalonada 15 guia centro 6 comprimento --16 aresta trans- morto total largura do versal --7 superfície filete cilíndri- 17 diâmetro da --principal de co broca --folga --18 quina alma na 8 ponta de corte --19 canal ponta 9 largura l da 20 espessura k rebaixo guia do núcleo 10 aresta lateral 21 superfície 11 aresta princilateral de folga pal de corte Fonte: Manual Técnico SKF Ferramentas S/A, 1987, p. 7. Ângulo da broca Para fins de fixação e afiação, a broca é dividida em três partes: haste, corpo e ponta. A haste é a parte que fica presa à máquina. Ela pode ser cilíndrica ou cônica, dependendo de seu diâmetro. Classificação quanto ao ângulo de hélice Tipo H para materiais duros, tenazes e/ou que produzem cavaco curto (descontínuo). Ângulo da ponta (σ) 80° 118° 140° Tipo N para materiais de tenacidade e dureza normais. A ponta é a extremidade cortante que recebe a afiação. Forma um ângulo de ponta (σ) que varia de acordo com o material a ser furado. 130° Tipo W para materiais macios e/ou que produzem cavaco longo. O corpo é a parte que serve de guia e corresponde ao comprimento útil da ferramenta. Quando se trata de broca helicoidal, o corpo tem dois canais em forma de hélice espiralada. No caso de broca canhão, ele é formado por uma aresta plana. 130° Aplicação Materiais prensados, ebonite, náilon, PVC, mármore, granito. Ferro fundido duro, latão, bronze, celeron, baquelite. Aço de alta liga. Aço alto carbono. 118° Aço macio, ferro fundido, aço-liga. Alumínio, zinco, cobre, madeira, plástico. b) ângulo lateral de folga (representado pela letra grega α, lê-se alfa) tem a função de reduzir o atrito entre a broca e a peça. Isso facilita a penetração da broca no material. Sua medida varia entre 6 e 27º, de acordo com o diâmetro da broca. Ele também deve ser determinado de acordo com o material a ser furado: quanto mais duro é o material, menor é o ângulo de folga. A broca corta com as suas duas arestas cortantes como um sistema de duas ferramentas. Isso permite formar dois cavacos simétricos. Além de permitir a saída do cavaco, os canais helicoidais permitem a entrada do líquido de refrigeração e lubrificação na zona de corte. As guias que limitam os canais helicoidais guiam a broca no furo. Elas são cilíndricas e suficientemente finas para reduzir o atrito nas paredes do orifício. As bordas das guias constituem as arestas laterais da broca. A aresta principal de corte é constituída pela superfície de saída da broca e a superfície de folga. Características das brocas A broca é caracterizada pelas dimensões, pelo material com o qual é fabricada e pelos seguintes ângulos: a) ângulo de hélice (indicado pela letra grega γ, lê-se gama) auxilia no desprendimento do cavaco e no controle do acabamento e da profundidade do furo. Deve ser determinado de acordo com o material a ser furado: para material mais duro, ângulo mais fechado; para material mais macio, ângulo mais aberto. É formado pelo eixo de simetriada broca e a linha de inclinação da hélice. Conforme o ângulo γ a broca e classifica em N, H, W. 32
  • 33. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica c) ângulo de ponta (representado pela letra grega σ, lê-se sigma) corresponde ao ângulo formado pelas arestas cortantes da broca. Também é determinado pela resistência do material a ser furado. Para a usinagem de chapas finas são freqüentes duas dificuldades: a primeira é que os furos obtidos não são redondos, às vezes adquirindo a forma triangular; a segunda é que a parte final do furo na chapa apresenta-se com muitas rebarbas. A forma de evitar esses problemas é afiar a broca de modo que o ângulo de ponta fique mais obtuso e reduzir a aresta transversal de corte. É muito importante que as arestas cortantes tenham o mesmo comprimento e formem ângulos iguais em relação ao eixo da broca (A = A'). Para a usinagem de ferro fundido, primeiramente afia-se a broca com um ângulo normal de 118º. Posteriormente, a parte externa da aresta principal de corte, medindo 1/3 do comprimento total dessa aresta, é afiada com 90º. Existem verificadores específicos para verificar o ângulo ε da broca. Para a usinagem de cobre e suas ligas, como o latão, o ângulo lateral de saída (ângulo de hélice) da broca deve ser ligeiramente alterado para se obter um ângulo de corte de 5 a 10º, que ajuda a quebrar o cavaco. Essa alteração deve ser feita nas arestas principais de corte em aproximadamente 70% de seu comprimento. Modificações para aplicações específicas Quando uma broca comum não proporciona um rendimento satisfatório em um trabalho específico e a quantidade de furos não justifica a compra de uma broca especial, pode-se fazer algumas modificações nas brocas do tipo N e obter os mesmos resultados. Pode-se, por exemplo, modificar o ângulo da ponta, tornando-o mais obtuso. Isso proporciona bons resultados na furação de materiais duros, como aços de alto carbono. 33
  • 34. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica A tabela a seguir mostra algumas afiações especiais, conforme norma NBR 6176. Afiações especiais Tipo de afiação Aplicações Formato A Para aços até 900 Redução da 2 N/mm aresta transversal Formato B Redução da aresta transversal com correção da aresta principal de corte Aço com mais de 2 900 N/mm Aço para molas Aço ao manganês Ferro fundido Formato C Afiação em cruz d) broca com furo para fluido de corte – é usada em produção contínua e em alta velocidade, principalmente em furos profundos. O fluido de corte é injetado sob alta pressão. No caso de ferro fundido, a refrigeração é feita por meio de injeção de ar comprimido que também ajuda a expelir os cavacos. Aço com mais de 2 900 N/mm Formato D Afiação com cone Ferro fundido duplo Formato E Ponta para centrar e) broca com pastilha de metal duro para metais é utilizada na 2 furação de aços com resistência à tração de 750 a 1400 N/mm 2 e aços fundidos com resistência de 700 N/mm . è empregada também na furação de peças fundidas de ferro, alumínio, latão. Ligas de alumínio, cobre e zinco Chapa fina Papel Brocas especiais Além da broca helicoidal existem outros tipos de brocas para usinagens especiais. Elas são por exemplo: a) broca de centrar é usada para abrir um furo inicial que servirá como guia no local do furo que será feito pela broca helicoidal. Além de furar, esta broca produz simultaneamente chanfros ou raios. Ela permite a execução de furos de centro nas peças que vão ser torneadas, fresadas ou retificadas. Esses furos permitem que a peça seja fixada por dispositivos entre pontas e tenha movimento giratório. Forma A Forma B f) broca com pastilha de metal duro para concreto tem canais projetados para facilitar o transporte do pó, evitando o risco de obstrução ou aquecimento da broca. Diferencia-se da broca com pastilha de metal duro para metais pela posição e afiação da pastilha, e pelo corpo que não apresenta guias cilíndricas. g) broca para furação curta é utilizada em máquinas-ferramenta CNC, na furação curta de profundidade de até 4 vezes o diâmetro da broca. É provida de pastilhas intercambiáveis de metal duro. Possui, em seu corpo, furos para a lubrificação forçada. Com ela, é possível obter furos de até 58 mm sem necessidade de préfuração. Forma R b) broca escalonada simples e múltipla serve para executar furos e rebaixos em uma única operação. É empregada em grande produção industrial. c) broca canhão tem uma única aresta cortante. É indicada para trabalhos especiais como furos profundos, garantindo sua retitude, onde não há possibilidade de usar brocas helicoidais. 34
  • 35. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica A fresadora é constituída das seguintes partes principais: corpo, eixo principal, mesa, carro transversal, suporte da mesa, caixa de velocidade do eixo principal, caixa de velocidade de avanço, torpedo. h) broca trepanadora é uma broca de tubo aberto com pastilhas de metal duro intercambiáveis. É utilizada na execução de furos passantes de grande diâmetro. O uso dessa broca diminui a produção do cavaco porque boa parte do núcleo do furo é aproveitada para a confecção de outras peças. Existe uma variedade muito grande de brocas que se diferenciam pelo formato e aplicação. Os catálogos de fabricantes são fontes ideais de informações detalhadas e atualizadas sobre as brocas, ou quaisquer outras ferramentas. O corpo é uma espécie de carcaça de ferro fundido, de base reforçada e geralmente de formato retangular na qual a máquina fica apoiada. Ele sustenta os demais órgãos da fresadora. FRESADORAS A mesa serve de apoio para as peças que vão ser usinadas e que podem ser montadas diretamente sobre elas, ou por meio de acessórios de fixação. Assim, a mesa é dotada de ranhuras que permitem alojar os elementos de fixação. A fresagem é uma operação de usinagem na qual o material é removido por meio de uma ferramenta giratória chamada de fresa e que apresenta múltiplas arestas cortantes. Cada aresta remove uma pequena quantidade de material a cada volta do eixo no qual a ferramenta é fixada. O carro transversal é uma estrutura de ferro fundido de formato retangular sobre a qual desliza e gira a mesa em plano horizontal. Na base inferior, o carro transversal está acoplado ao suporte da mesa por meio de guias. Com o auxílio de porca e fuso, ele desliza sobre o suporte e esse movimento pode ser realizado manual ou automaticamente por meio da caixa de avanços. Ele pode ser imobilizado por meio de um dispositivo adequado. O suporte da mesa serve de base de apoio para a mesa e seus mecanismos de acionamento. É uma peça de ferro fundido que desliza verticalmente no corpo da máquina por meio de guias, e acionada por um parafuso e uma porca fixa. Quando necessário, pode ser imobilizado por meio de dispositivos de fixação. A caixa de velocidade do eixo principal é formada por uma série de engrenagens que podem ser acopladas com diferentes relações de transmissão, fornecendo ao eixo principal grande variedade de rotações de trabalho. Está alojada na parte superior do corpo da máquina. Seu acionamento é independente do da caixa de avanços. Isso permite determinar as melhores condições de corte. A caixa de velocidade de avanço possui uma série de engrenagens montadas na parte central do corpo da fresadora. Em geral, recebe o movimento diretamente do acionamento principal da máquina. As diversas velocidades de avanço são obtidas por meio do acoplamento de engrenagens que deslizam axialmente. Em algumas fresadoras, a caixa de velocidade de avanço está colocada no suporte da mesa com um motor especial e independente do acionamento principal da máquina. A máquina que realiza essa operação chama-se fresadora. Fresadora A fresadora é uma máquina-ferramenta de movimento contínuo que realiza a usinagem de materiais por meio de uma ferramenta de corte chamada de fresa. A fresadora permite realizar operações de fresagem de superfícies planas, côncavas, convexas e combinadas. O acoplamento com o fuso da mesa ou do suporte da mesa é feito por meio de um eixo extensível com articulação tipo cardan . Características da fresadora Para a usinagem de materiais na fresadora, utiliza-se a fresa, uma ferramenta de corte de múltiplas arestas que é montada no eixo porta-fresas. Isso permite que a fresadora realize uma grande variedade de trabalhos em superfícies situadas em planos paralelos, perpendiculares ou formando ângulos diversos. Permite também, construir ranhuras circulares e elípticas, além de fresar formatos esféricos, côncavos e convexos, com rapidez e exatidão de medidas. 35
  • 36. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Funcionamento Na fresadora, distinguem-se dois movimentos essenciais. 1. o movimento de corte (da ferramenta de rotação contínua); 2. o movimento de avanço da peça, que é fixada a uma mesa que se movimenta segundo três eixos ortogonais, ou é dotada de movimento giratório por meio de fixação em placas giratórias da mesa divisora e divisores. Se o eixo-árvore é perpendicular à mesa da máquina, a fresadora é vertical. O acionamento principal da máquina é produzido por um motor alojado na parte posterior do corpo da máquina. Esse motor transmite o movimento para o eixo principal por meio do sistema de engrenagens da caixa de velocidades. O movimento de avanço automático é produzido pela caixa de avanços, através de um eixo cardan que se articula com um mecanismosistema de coroa e parafuso sem fim. O deslocamento vertical do suporte da mesa, o transversal do carro e o longitudinal da mesa podem ser realizados manualmente por meio de manivelas acopladas a mecanismos de porca e fuso. O eixo principal é prolongado com o auxílio do eixo porta-fresas no qual as ferramentas são montadas. Quando o eixo porta-fresas é longo, fica apoiado em mancais montados no torpedo da máquina. A Fresadora copiadora trabalha com uma mesa e dois cabeçotes: o cabeçote apalpador e o de usinagem. Essa fresadora realiza o trabalho de usinagem a partir da cópia de um modelo dado. Condições de uso Para que o rendimento do trabalho seja o melhor possível, a fresadora deve ser mantida em bom estado de conservação. Isso é conseguido observando-se as orientações do manual do fabricante principalmente no que se refere à limpeza, à lubrificação adequada nas superfícies de rotação e deslizamento; não submetendo a máquina a esforços superiores a sua capacidade, e também tendo cuidado na montagem dos mecanismos, mantendo-os sempre bem acoplados. Tipos de fresadoras As máquinas fresadoras são geralmente classificadas de acordo com a posição do eixo-árvore em relação à mesa de trabalho e de acordo com o tipo de trabalho que realizam. Assim, de acordo com a posição do eixo-árvore, elas podem ser: • horizontal; • vertical; • mista. De acordo com o trabalho que realizam, elas podem ser: • copiadora; • geradora de engrenagens; • pantográfica; • universal. A fresadora geradora de engrenagens permite a usinagem em alta produção de engrenagens. Os processos de geração de engrenagens por meio desse tipo de máquina-ferramenta são de três tipos condicionados ao tipo da máquina. Eles são: • Processo Renânia, no qual o movimento giratório sincronizado entre a ferramenta (denominada de caracol ) e a peça possibilita maior produção com perfil exato da evolvente; • Processo Fellows e Maag, nos quais o movimento principal de corte da ferramenta é linear (parecido com o da plaina vertical) e o movimento da peça é giratório. Nesses processos, a produção é menor, mas possibilita a usinagem de engrenagens escalonadas e internas. A fresadora é horizontal quando seu eixo-árvore é paralelo à mesa da máquina. A fresadora pantográfica também permite a usinagem a partir da cópia de um modelo. A diferença nesse tipo de fresadora está no fato de que a transmissão do movimento é coordenada manualmente pelo operador. Isso permite trabalhar detalhes como canais e pequenos raios, mais difíceis de serem obtidos em uma fresadora copiadora. 36
  • 37. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Esse tipo de fresadora pode ser de dois tipos: bidimensional e tridimensional. A mesa da fresadora universal é montada sobre uma base que pero mite girá-la no plano horizontal até um ângulo de inclinação de 45 nos dois sentidos. A essa mesa pode ser adaptado um aparelho divisor universal que permite a fresagem de engrenagens cilíndricas ou cônicas de dentes retos ou helicoidais. Fresadora Universal Além das características comuns a todas as fresadoras, a fresadora universal apresenta dois eixos-árvore: um horizontal e outro vertical. A fresadora universal apresenta também: • dispositivo para aplainamento vertical, com movimento retilíneo alternativo; • dispositivo para fresar cremalheiras; o • mesa divisora (platô giratório) a 360 para fresagens especiais. FRESAS Na fresagem, usa-se uma ferramenta multicortante chamada de fresa que retira cavacos por meio de movimentos circulares enquanto a peça se desloca com movimentos retilíneos. O eixo horizontal está localizado no corpo da máquina. O eixo vertical situa-se no cabeçote localizado na parte superior da máquina. Alguns desses cabeçotes têm dupla articulação. Isso permite a inclinação do eixo porta-fresa no ângulo desejado em relação à superfície da mesa. Desse modo, a fresa pode ocupar qualquer posição no espaço e trabalhar em qualquer ângulo, produzindo peças de perfis e formatos variados, mediante o emprego da fresa adequada. 37
  • 38. o Tecnologia Mecânica - I 1 Ciclo de Mecânica Para cortar o material, os dentes da fresa têm forma de cunha que apresentam os seguintes ângulos: • ângulo de saída ⇒ γ • ângulo de cunha ⇒ β • ângulo de folga ⇒ α Quanto à disposição dos dentes na ferramenta, estes podem estar paralelos ao eixo da fresa ou possuir formato helicoidal. As fresas de dentes retos apresentam um rendimento de corte reduzido devido à dificuldade de liberação do cavaco. As fresas de dentes helicoidais eliminam os cavacos lateralmente e trabalham mais suavemente, já que quando um dente está saindo do material o outro está começando a cortar. Nas fresas helicoidais os dentes podem cortar à direita ou à esquerda. O ângulo de cunha (β) é aquele que dá à ferramenta maior ou menor resistência à quebra. Isso significa que, quanto maior é o ângulo de cunha mais resistente é a fresa. De acordo com o ângulo de cunha (β), as fresas são classificadas em W, N e H. A escolha do ângulo adequado está relacionada com o material e o tipo de peça a ser usinada. Assim, para materiais não-ferrosos de baixa dureza, como o alumínio, o bronze, o plástico, etc., as fresas do tipo W são empregadas por terem um ângulo de cunha menor (β= o 57 ). Tipos de fresas Existem muitos tipos de fresas classificadas de acordo com critérios como operações que realizam, formato e disposição dos dentes. Assim, temos: Fresas planas: são fresas usadas na usinagem de superfícies planas, na abertura de rasgos e canais. As ilustrações a seguir mostram fresas planas. Para a fresagem de materiais de dureza média, como aço até 700 2 N/mm , empregam-se as fresas do tipo N, que têm um ângulo de o cunha de valor médio (β=73 ). • Fresa cilíndrica tangencial • Fresa de topo para mandril com chaveta transversal e longitudinal Finalmente, para fresar materiais duros e quebradiços e aços com 2 mais de 700 N/mm , emprega-se a fresa do tipo H, que têm um o ângulo β = 81 . 38
  • 39. o Tecnologia Mecânica - I • 1 Ciclo de Mecânica Fresas angulares: são fresas usadas na usinagem de perfis em ângulo, como encaixes do tipo rabo-de-andorinha. Fresa circular de corte de três lados e dentes retos • • • Fresa angular para rasgos retos Fresa de ângulo duplo Fresa circular de corte de três lados e dentes alternados Fresas para rasgos: são fresas usadas na abertura de rasgos de chaveta, ranhuras retas ou em perfil em T, como as das mesas de máquinas-ferramenta (fresadoras, furadeiras, plainas). • Fresas de perfil constante: são fresas usadas para abrir canais, superfícies côncavas e convexas e gerar dentes de engrenagens. Fresa de topo de haste reta Fresa de perfil constante para rasgos e canais • • • Fresa de perfil constante para rasgos e canais Fresa de topo de haste cônica • Fresa angular com haste cilíndrica Fresa para ranhura em T ou Woodruff de haste reta • Fresa para ranhura em T ou Woodruff de haste cônica 39
  • 40. o Tecnologia Mecânica - I • 1 Ciclo de Mecânica As pastilhas de metal duro possuem um formato geométrico que proporciona a troca das arestas de corte numa mesma pastilha. Isso possibilita o aumento da produtividade devido à diminuição de parada de máquina para afiações. Os cabeçotes para fresar são dotados de dispositivos para a fixação rápida da pastilha que pode ser por molas, grampos, parafusos e pinos ou garras. Na primeira montagem das pastilhas, estas devem ser calibradas para que um bom acabamento seja obtido. Fresa de perfil constante semi-circular convexa Trem de fresagem Para a execução de fresagem de peças com perfis diferentes, podese montar um trem de fresagem, se uma máquina com potência suficiente está disponível. • Fresa de perfil constante semi-circular côncava • Fresa módulo A montagem de um trem de fresagem traz uma grande economia de tempo, já que várias operações podem ser executadas ao mesmo tempo. As fresas que compõem um trem de fresagem devem ser afiadas em conjunto a fim de manter as relações das dimensões entre os perfis. Fixação da fresa A fresa deve trabalhar concentricamente em relação ao eixo-árvore da máquina-ferramenta. Quando isso não acontece, as navalhas ou dentes mais salientes da fresa sofrem um desgaste prematuro e um esforço demasiado que ocasiona ondulações na superfície da peça e, conseqüentemente, diminuição da produtividade. • A fixação da fresa é feita por meio de mandris e porta-fresas adequadas. Os modos de fixação das fresas também determina suas variadas denominações, ou seja: Fresa caracol • Fresa de topo com haste paralela, fixada por mandril porta-pinça • Fresa de topo com haste cônica; fixada diretamente no eixo árvore com auxílio de mandril cônico com tirante. • Fresa de topo tipo Chipmaster, com haste cilíndrica e rosca externa fixado por mandril Clarkson Fresas de dentes postiços (ou cabeçote para fresar): possuem dentes postiços de metal duro. 40
  • 41. o Tecnologia Mecânica - I • 1 Ciclo de Mecânica A velocidade de corte é, geralmente, indicada para uso nas máquinas-ferramenta e se refere à quantidade de metros dentro da unidade de tempo (minuto ou segundo): 25 m/min (vinte e cinco metros por minuto) e 40 m/s (quarenta metros por segundo), por exemplo. Fresa cilíndrica tangencial e fresa circular com chaveta longitudinal, fixado em eixos porta fresa haste longa. Em algumas máquinas-ferramenta onde o movimento de corte é rotativo, por exemplo o torno, a fresadora e a furadeira, a peça ou a ferramenta é submetida a um movimento circular. Por isso, a velocidade de corte é representada pelo perímetro do material ou da ferramenta (πd), multiplicado pelo número de rotações (n) por minuto em que o material ou ferramenta está girando. • Fresa cilíndrica frontal e cabeçote para fresa com chaveta transversal. Matematicamente, pode-se dizer que, em uma rotação: Vc = Vc = Em Velocidade de Corte πd t πdn t rotações: Nessa fórmula, π é igual a 3,14 (valor constante), d é o diâmetro da peça ou da ferramenta e n é o número de rotações por minuto. Para que haja corte de um determinado material por meio de uma ferramenta, é necessário que o material ou a ferramenta se movimente um em relação ao outro. Como o número de rotações é determinado a cada minuto, a V c pode ser representada: O modo para determinar ou comparar a rapidez desse movimento é a velocidade de corte, representada pelo símbolo Vc. Vc = πdn ou Vc = πdn. 1min O diâmetro da peça é dado, geralmente, em milímetros. Assim, para obter a velocidade teórica em metros por minuto, é necessário converter a medida do diâmetro em metros: Vc = Observação: ou Vc = πdn (m / min) 1000 1m = 1000mm Nas máquinas-ferramentas onde o movimento de corte é linear, por exemplo, na plaina, brochadeira e serra alternativa a peça ou a ferramenta são submetidas a um movimento. Nessas máquinas a velocidade é variável de zero até um valor máximo, porque a peça ou a ferramenta pára nas extremidades do curso e vai aumentando a velocidade até chegar ao seu valor máximo. Velocidade de corte é, pois, o espaço percorrido pela ferramenta ou peça em uma unidade de tempo. A Vc pode variar de acordo com o tipo e a dureza da ferramenta e também com a resistência à tração do material a ser usinado. Matematicamente a velocidade de corte é representada pela fórmula: Vc = πdn 1000 e t Nessa fórmula, Vc é a velocidade de corte, e é o espaço percorrido pela ferramenta e t é o tempo gasto. 41