Este documento é um portfólio de uma aluna do mestrado em formação de professores. Ela descreve sua jornada desde quando não queria ser professora até se apaixonar pela profissão. Ela também reflete sobre a importância da formação continuada de professores para acompanhar as mudanças na educação.
2. PORTFÓLIO
Trabalho exigido como avaliação da Disciplina
Modelos e Práticas de Formação de
Professores, sob orientação da Profa. Dra.
Maria Regina Peres, do Programa de Pós
Graduação em Supervisão Pedagógica e
Formação de Formadores com acesso ao
Mestrado Europeu em Ciências da Educação.
Claudia Roberta Monteiro Silva
2011
4. Introdução
O que se pretende com este portfólio é relatar e
sistematizar a minha experiência vivida no curso de
Mestrado, na disciplina Modelos e Práticas de
Formação de Professores, possibilitando uma análise
da realidade e da prática pedagógica no confronto com
a teoria.
5. Desenvolvimento
Durante meu percurso profissional pude perceber que
em qualquer campo de atuação, o conhecimento
profissional representa o conjunto de saberes que
habilita ao exercício da profissão. Sendo
assim, acredito ser de suma importância a formação do
profissional da educação.
6. Se nos dias atuais espera-se do professor, como
articulador de conflito, que desenvolva nos alunos a
capacidade de trabalhar em grupo, formar cidadão
crítico e consciente, além de adquirir liderança e novos
conhecimentos, percebo que diante dessa nova
realidade a formação acadêmica já não dá mais conta
de preparar este profissional.
7. Frente ao avanço das informações e dos desafios nos
dias atuais, o professor se vê repensando sua prática
pedagógica e buscando novos saberes.
8. Através de estudo e leituras propostas nas
aulas, atribui novos significados no processo
ensino/aprendizagem de forma reflexiva e, nesse novo
contexto refleti que é necessário que se identifique o
papel atribuído ao professor na contemporaneidade.
11. Considerações
O professor tem carregado, ao longo dos anos, uma
imagem construída durante toda história educacional.
Para António Nóvoa:
Os professores têm de afirmar sua profissionalidade
num universo complexo de poderes e relações
sociais não abdicando de uma definição ética – e,
num certo sentido, militante – da sua profissão,
mas não alimentando utopias excessivas, que se
viram contra eles, obrigando-os a carregar aos
ombros o peso de grande parte das injustiças
sociais. (NÓVOA, 1998, p. 26 apud KRONBAUER e
SIMIONATO, 2008, p. 106).
12. Alarcão destaca que, o papel do formador não é tanto o
que ensina, mas sobretudo, o que facilita a
aprendizagem ajudando a aprender
(ALARCÂO, 1991, p.59).
Ou seja, o professor deve construir e interagir novos
significados no processo de aprendizagem, de forma
reflexiva, tornando-se mediador da ação.
13. Diante desse contexto, concordo com Nóvoa quando
diz que:
A formação deve estimular uma perspectiva
crítico-reflexiva, que forneça aos
professores os meios de um pensamento
autônomo e que facilite as dinâmicas de
autoformação participada. Estar em
formação implica um investimento pessoal,
um trabalho livre e criativo sobre os
percuros e os projectos próprios, com vista
à construção de um identidade, que é
também uma identidade profissional.
(NÒVOA, 1999, p. 25).
14. Reflexão
Schon distingue dois tipos de reflexões: a reflexão na
ação e a reflexão sobre a ação. Com base nos estudos e
leituras das nossa disciplina, minha reflexão é
que, independente das mudanças que possam ocorrer
no sistema educacional, se a prática docente não for
objeto de constante formação qualificada, não haverá
mudanças no contexto sala de aula.
15. Um pouco sobre mim...
Quando eu era criança, embora brincasse de escolinha
com as minhas amigas, não passava pela minha
cabeça ser professora. Na verdade, naquele tempo, eu
nem pensava muito nisso, o que eu queria mesmo era
brincar.
Já na adolescência, enquanto terminava o ensino
médio, minha vontade era fazer jornalismo. Me
imaginava trabalhando numa grande redação,
escrevendo artigos e matérias.
16. Embora eu adorasse estudar, com o passar dos anos
tudo foi ficando mais difícil, meus pais se
separam, nossas vidas viraram de cabeça para baixo e
diante disso tudo minha vontade de fazer faculdade de
jornalismo ficou cada vez mais distante.
O tempo passou, eu me casei e depois de trabalhar oito
anos em uma empresa como assistente
administrativo, pedi demissão e me mudei de mala e
cuia para a cidade de Vargem Grande Paulista.
17. Nesta época acreditava que, com a experiência que eu
tinha seria muito fácil arrumar um novo emprego, mas
recém chegada na cidade, com uma filha de uma
ano, me vi pela primeira vez dentro de casa.
Essa situação passou a me incomodar e conversando
com uma colega ela me disse que numa escola
próxima tinha o curso de magistério. Aí eu me
empolguei, mais com a possibilidade de voltar a
estudar e fazer algum coisa, do que pelo fato de me
formar professora. E lá fui eu...
18. As coisas estavam difíceis mas eu estuda bastante em
casa e tentava me aperfeiçoar de todas as
formas, lendo ou fazendo cursos que eram oferecidos.
No final do ano terminou meu contrato com a prefeitura
e me vi novamente desempregada e desesperada.
Comecei a enviar curriculum para todas as escolas da
região e para minha surpresa fui chamada. Foi aí que
eu decidi que era isso mesmo que eu queria.
Comecei a faculdade de pedagogia, iniciei meu
trabalho numa escola particular e lá fiquei por cinco
anos. Sai de lá porque fui convidada a vir trabalhar no
Colégio Mario Schenberg.
19. Fiz duas pós graduação, passei para a coordenação e
nisso já se passaram seis anos no Colégio Mario
Schenberg.
Muito envolvida com as questões da educação estou
sempre procurando algo novo. Esse mestrado, mais do
que uma realização profissional e uma necessidade é
um sonho que agora realizo...
20. Referências
ALARCÃO, Isabel. Professores reflexivos em uma
escola reflexiva. 2ª Ed. São Paulo: Cortez, 2003.
NÒVOA, Antonio. Os professores e sua formação.
Lisboa: Dom Quixote, 1995.
SCHON, Donald A. Educando o profissional reflexivo:
um novo design para o ensino e a aprendizagem. Porto
Alegre: Artmed, 2000.