SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 3
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Estudos Epidemiológicos
Propósito, delineamento e classificação

Prof. Francisco Baptista


Os estudos epidemiológicos visam o esclarecimento da situação das doenças e dos seus
determinantes no que diz respeito à sua freqüência e distribuição espacial e temporal, a busca
de relações causa-efeito e a avaliação de procedimentos terapêuticos e preventivos
alternativos.

Os estudos epidemiológicos dizem-se analíticos quando têm como propósito o
estabelecimento de relação entre causas e efeitos ou a avaliação de procedimentos
terapêuticos ou preventivos, testando dessa forma hipóteses. Eles são sempre antecedidos por
estudos descritivos os quais não testam hipóteses, mas são a base para a formulação destas.
Assim, pode-se dizer que a Epidemiologia pode ser classificada como descritiva ou como
analítica.

Os estudos epidemiológicos podem ainda ser classificados quanto à seqüência temporal do
levantamento da exposição e do efeito desta. São transversais quando se faz o levantamento
simultâneo da exposição e do efeito e longitudinais quando exposição e efeito se levantam em
tempos diferentes, de forma retrospectiva, prospectiva ou ambispectiva. Os estudos
transversais são também conhecidos como seccionais ou de prevalência. Nos estudos
longitudinais existem dois tipos de delineamento:

       - O de coorte, que parte da causa para o efeito, exigindo para tal a partição da
população em estudo em dois grupos: o de expostos ao suposto fator de risco e o dos não
expostos a esse fator. Os grupos são então seguidos, de forma retrospectiva, prospectiva ou
ambispectiva para registro do efeito produzido pelo fator de exposição;

        - O de casos-controles, que parte do efeito para a causa, exigindo para isso a formação
de um grupo de indivíduos com determinada doença (efeito) e de um grupo controle
constituído por indivíduos semelhantes, mas sem a doença. As características (possíveis causas
da doença) dos indivíduos de cada grupo são levantadas e verificadas as freqüências delas nos
dois grupos. Este desenho é retrospectivo, pois doença e exposição já aconteceram no
momento do delineamento do estudo.

        Os estudos transversais ou de prevalência, os de coorte e os de casos-controles são
ditos observacionais porque o pesquisador não exerce controle sobre variáveis, limitando-se à
observação e registro de eventos. Pelo contrário, nos chamados estudos clínicos
randomizados, destinados à avaliação de cuidados à saúde, terapêuticos ou preventivos, o
pesquisador controla variáveis. Para tanto, os indivíduos, de forma casualizada ou não, são
submetidos a uma exposição controlada, registrando-se o efeito desta. O seu desenho é
idêntico ao dos estudos de coorte prospectivos, mas com uma exposição perfeitamente
controlada. Por este fato são classificados como estudos experimentais, quando há
casualização na distribuição da exposição pelos participantes. Quando não é feita esta
  casualização estes estudos são chamados de quase experimentais.

  Podem ainda ser incluídos na classificação os chamados estudos ecológicos cujo desenho se
  orienta para a observação de populações de diferentes áreas geográficas para pesquisa de
  associação entre eventos. No Quadro 1 são apresentados os principais tipos de estudos
  epidemiológicos e Na Figura 1 apresenta-se um esquema do delineamento desses estudos.


  Quadro 1 – Classificação dos principais tipos de estudos epidemiológicos

     Tipo de estudo                         Temporalidade                           Controle de variáveis
  Coorte                   Longitudinal - prospectivo, retrospectivo ou                Observacional
                           ambispectivo
  Casos-controle           Longitudinal - retrospectivo                                Observacional
  Prevalência              Seccionais ou transversais                                  Observacional
  Clínico randomizado      Longitudinal                                                Experimental




                    Quadro2 – Delineamento de estudos epidemiológicos
                    Figura 3 – Delineamento de estudos epidemiológicos

                                    Propósito da pesquisa

  Onde? Quando? Quanto?                                           Por quê? Há vantagem?
      Quem? Como?
                                                                              Analítico
         Descritivo
                                                                     Controle de variáveis


                                              Não                                Sim


                Estudo observacional                                  Estudo experimental

Longitudinal                       Transversal - levantamento                Com grupo controle
                                   simultâneo da doença e da
                                             causa
    Coorte - estudo da                                                        Não              Sim
   doença em expostos e
     em não expostos
                                                 Ensaio não controlado               Ensaio controlado
   Casos-controles - estudo da
   causa em doentes e em não              Com casualização                   Sem casualização
            doentes
                                           Estudo clínico                       Estudo quase
                                       Randomizado – Estudo                     experimental
                                           experimental
Bibliografia

    1. CÔRTES, JOSÉ DE ANGELIS. Epidemiologia – Conceitos e princípios fundamentais. São
       Paulo: Livraria Varela, 1993.
    2. FORATTINI, Oswaldo Paulo. Epidemiologia Geral. 2ª Ed. Depto de Epidemiologia:
       Faculdade de Saúde Pública – USP. Editora Artes Médicas, 1996.
    3. JEKEL, James F. et al. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 1ª Ed. Porto
       Alegre: Editora Artmed S.A., 2002
    4. LESER, Walter. et al. Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo – Rio de Janeiro –
       Belo Horizonte: Editora Atheneu, 1997.
    5. PEREIRA, Mauricío Gomes. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Editora
       Guanabara Koogan S.A.,2001.
    6. ROUQUAYROL, Maria Zélia. et al. Epidemiologia e Saúde. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora
       Medsi, 1999.
    7. SAÚDE, Ministério da. Estudos Epidemiológicos. Ed. Única. Fundação Nacional da
       Saúde – Vigilância Epidemiológica. Agosto/2000
    8. Thrusfield, M. V. Epidemiologia Veterinária. 2ª Ed. São Paulo: Roca, 2004

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Was ist angesagt? (20)

IVAS na infância
IVAS na infânciaIVAS na infância
IVAS na infância
 
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem QuantitativaModelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
Modelos de Pesquisa Científica de Abordagem Quantitativa
 
Guia pratico de enfermagem
Guia pratico de enfermagemGuia pratico de enfermagem
Guia pratico de enfermagem
 
Anamnese
AnamneseAnamnese
Anamnese
 
Exame físico do Tórax
Exame físico do TóraxExame físico do Tórax
Exame físico do Tórax
 
TCC: Introdução, Revisão da Literatura e Objetivos - Profa. Rilva Muñoz - UFPB
TCC: Introdução, Revisão da Literatura e Objetivos - Profa. Rilva Muñoz - UFPBTCC: Introdução, Revisão da Literatura e Objetivos - Profa. Rilva Muñoz - UFPB
TCC: Introdução, Revisão da Literatura e Objetivos - Profa. Rilva Muñoz - UFPB
 
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIAEPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
 
Avaliação Cardiovascular
Avaliação CardiovascularAvaliação Cardiovascular
Avaliação Cardiovascular
 
Métodos e tipos de pesquisa
Métodos e tipos de pesquisaMétodos e tipos de pesquisa
Métodos e tipos de pesquisa
 
SARS-CoV-2 e COVID-19
SARS-CoV-2 e COVID-19SARS-CoV-2 e COVID-19
SARS-CoV-2 e COVID-19
 
Aula 01 - O Processo Saúde e Doença
Aula 01 - O Processo Saúde e DoençaAula 01 - O Processo Saúde e Doença
Aula 01 - O Processo Saúde e Doença
 
Resumo farmacologia
Resumo farmacologia   Resumo farmacologia
Resumo farmacologia
 
O que é PICO e Pico?
O que é PICO e Pico?O que é PICO e Pico?
O que é PICO e Pico?
 
Riscos e doencas. epidemiologia
Riscos e doencas. epidemiologiaRiscos e doencas. epidemiologia
Riscos e doencas. epidemiologia
 
Aula 2 estudo transversal
Aula 2   estudo transversalAula 2   estudo transversal
Aula 2 estudo transversal
 
Parasitoses humanas
Parasitoses humanasParasitoses humanas
Parasitoses humanas
 
Aula 1 tipos de epidemiologia
Aula 1 tipos de epidemiologiaAula 1 tipos de epidemiologia
Aula 1 tipos de epidemiologia
 
Projeto terapeutico singular
Projeto terapeutico singularProjeto terapeutico singular
Projeto terapeutico singular
 
SUS - Aula
SUS - AulaSUS - Aula
SUS - Aula
 
Pneumonia
PneumoniaPneumonia
Pneumonia
 

Ähnlich wie Estudos epidemiológicos

Aula 2 planejando e desenhando um estudo epidemiológico
Aula 2   planejando e desenhando um estudo epidemiológicoAula 2   planejando e desenhando um estudo epidemiológico
Aula 2 planejando e desenhando um estudo epidemiológicoRicardo Alexandre
 
Quantitativa Ensinando 2010
Quantitativa   Ensinando   2010Quantitativa   Ensinando   2010
Quantitativa Ensinando 2010jhony
 
Estudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de BioestatísticaEstudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de BioestatísticaFranciscoMendes220914
 
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453Wilson Guedes
 
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...gisa_legal
 
introduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.ppt
introduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.pptintroduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.ppt
introduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.pptDheniseMikaelly
 
Medicina baseada em evidências cmmfc
Medicina baseada em evidências   cmmfcMedicina baseada em evidências   cmmfc
Medicina baseada em evidências cmmfcRicardo Alexandre
 
09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos
09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos
09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicosRaquel Guerra
 
Análise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos Controlados
Análise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos ControladosAnálise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos Controlados
Análise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos ControladosPaulo Sérgio
 
aula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdf
aula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdfaula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdf
aula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdfDouglasVincius11
 
Medicina baseada em evidências 1
Medicina baseada em evidências   1Medicina baseada em evidências   1
Medicina baseada em evidências 1Ricardo Alexandre
 

Ähnlich wie Estudos epidemiológicos (20)

EPIDEMIOLOGIA.ppt
EPIDEMIOLOGIA.pptEPIDEMIOLOGIA.ppt
EPIDEMIOLOGIA.ppt
 
Tipos de estudos
Tipos de estudosTipos de estudos
Tipos de estudos
 
Aula 2 planejando e desenhando um estudo epidemiológico
Aula 2   planejando e desenhando um estudo epidemiológicoAula 2   planejando e desenhando um estudo epidemiológico
Aula 2 planejando e desenhando um estudo epidemiológico
 
Epidemiologia básica 2
Epidemiologia básica 2Epidemiologia básica 2
Epidemiologia básica 2
 
Epidemiologia básica 3
Epidemiologia básica 3Epidemiologia básica 3
Epidemiologia básica 3
 
Aula Saúde Coletiva III - Profa Ana Carla
Aula Saúde Coletiva III - Profa Ana CarlaAula Saúde Coletiva III - Profa Ana Carla
Aula Saúde Coletiva III - Profa Ana Carla
 
Quantitativa Ensinando 2010
Quantitativa   Ensinando   2010Quantitativa   Ensinando   2010
Quantitativa Ensinando 2010
 
Estudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de BioestatísticaEstudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
Estudos Epidemiológicos na área de Bioestatística
 
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
Métodos empregados em epidemiologia 2013 20130302000453
 
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...04   análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
04 análise crítica de artigos científicos - foco nos ensaios clínicos contr...
 
Introdução a-semiologia-i
Introdução a-semiologia-iIntrodução a-semiologia-i
Introdução a-semiologia-i
 
Epidemiologia básica 4
Epidemiologia básica 4Epidemiologia básica 4
Epidemiologia básica 4
 
Metodologia científica
Metodologia científicaMetodologia científica
Metodologia científica
 
introduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.ppt
introduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.pptintroduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.ppt
introduc3a7c3a3o-a-semiologia-i.ppt
 
Medicina baseada em evidências cmmfc
Medicina baseada em evidências   cmmfcMedicina baseada em evidências   cmmfc
Medicina baseada em evidências cmmfc
 
09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos
09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos
09 03 principais delineamentos aplicados em estudos epidemiológicos
 
Análise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos Controlados
Análise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos ControladosAnálise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos Controlados
Análise Estatistica Básica_Ensaios Clínicos Controlados
 
aula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdf
aula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdfaula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdf
aula-1-tipos-metodologicos-de-estudos_2.pdf
 
Desenhos de pesquisa
Desenhos de pesquisaDesenhos de pesquisa
Desenhos de pesquisa
 
Medicina baseada em evidências 1
Medicina baseada em evidências   1Medicina baseada em evidências   1
Medicina baseada em evidências 1
 

Kürzlich hochgeladen

Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxFlviaGomes64
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...andreiavys
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdfmarlene54545
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Centro Jacques Delors
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docPauloHenriqueGarciaM
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedJaquelineBertagliaCe
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...marcelafinkler
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxMarcosLemes28
 
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralQUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralAntonioVieira539017
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxJustinoTeixeira1
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...MariaCristinaSouzaLe1
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfTutor de matemática Ícaro
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...DirceuNascimento5
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRafaelaMartins72608
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeitotatianehilda
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmicolourivalcaburite
 
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptxCópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptxSilvana Silva
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPabloGabrielKdabra
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...PatriciaCaetano18
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptxMonoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
Monoteísmo, Politeísmo, Panteísmo 7 ANO2.pptx
 
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...E a chuva ...  (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
E a chuva ... (Livro pedagógico para ser usado na educação infantil e trabal...
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
Apresentação | Dia da Europa 2024 - Celebremos a União Europeia!
 
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.docGUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
GUIA DE APRENDIZAGEM 2024 9º A - História 1 BI.doc
 
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de LedAula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
Aula 67 e 68 Robótica 8º ano Experimentando variações da matriz de Led
 
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM  POLÍGON...
Polígonos, Diagonais de um Polígono, SOMA DOS ANGULOS INTERNOS DE UM POLÍGON...
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geralQUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
QUIZ ensino fundamental 8º ano revisão geral
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdfCurrículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
Currículo - Ícaro Kleisson - Tutor acadêmico.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDFRenascimento Cultural na Idade Moderna PDF
Renascimento Cultural na Idade Moderna PDF
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmicoPesquisa Ação René Barbier Livro  acadêmico
Pesquisa Ação René Barbier Livro acadêmico
 
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptxCópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
Cópia de AULA 2- ENSINO FUNDAMENTAL ANOS INICIAIS - LÍNGUA PORTUGUESA.pptx
 
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptxPoesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
Poesiamodernismo fase dois. 1930 prosa e poesiapptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
A EDUCAÇÃO FÍSICA NO NOVO ENSINO MÉDIO: IMPLICAÇÕES E TENDÊNCIAS PROMOVIDAS P...
 

Estudos epidemiológicos

  • 1. Estudos Epidemiológicos Propósito, delineamento e classificação Prof. Francisco Baptista Os estudos epidemiológicos visam o esclarecimento da situação das doenças e dos seus determinantes no que diz respeito à sua freqüência e distribuição espacial e temporal, a busca de relações causa-efeito e a avaliação de procedimentos terapêuticos e preventivos alternativos. Os estudos epidemiológicos dizem-se analíticos quando têm como propósito o estabelecimento de relação entre causas e efeitos ou a avaliação de procedimentos terapêuticos ou preventivos, testando dessa forma hipóteses. Eles são sempre antecedidos por estudos descritivos os quais não testam hipóteses, mas são a base para a formulação destas. Assim, pode-se dizer que a Epidemiologia pode ser classificada como descritiva ou como analítica. Os estudos epidemiológicos podem ainda ser classificados quanto à seqüência temporal do levantamento da exposição e do efeito desta. São transversais quando se faz o levantamento simultâneo da exposição e do efeito e longitudinais quando exposição e efeito se levantam em tempos diferentes, de forma retrospectiva, prospectiva ou ambispectiva. Os estudos transversais são também conhecidos como seccionais ou de prevalência. Nos estudos longitudinais existem dois tipos de delineamento: - O de coorte, que parte da causa para o efeito, exigindo para tal a partição da população em estudo em dois grupos: o de expostos ao suposto fator de risco e o dos não expostos a esse fator. Os grupos são então seguidos, de forma retrospectiva, prospectiva ou ambispectiva para registro do efeito produzido pelo fator de exposição; - O de casos-controles, que parte do efeito para a causa, exigindo para isso a formação de um grupo de indivíduos com determinada doença (efeito) e de um grupo controle constituído por indivíduos semelhantes, mas sem a doença. As características (possíveis causas da doença) dos indivíduos de cada grupo são levantadas e verificadas as freqüências delas nos dois grupos. Este desenho é retrospectivo, pois doença e exposição já aconteceram no momento do delineamento do estudo. Os estudos transversais ou de prevalência, os de coorte e os de casos-controles são ditos observacionais porque o pesquisador não exerce controle sobre variáveis, limitando-se à observação e registro de eventos. Pelo contrário, nos chamados estudos clínicos randomizados, destinados à avaliação de cuidados à saúde, terapêuticos ou preventivos, o pesquisador controla variáveis. Para tanto, os indivíduos, de forma casualizada ou não, são submetidos a uma exposição controlada, registrando-se o efeito desta. O seu desenho é idêntico ao dos estudos de coorte prospectivos, mas com uma exposição perfeitamente controlada. Por este fato são classificados como estudos experimentais, quando há
  • 2. casualização na distribuição da exposição pelos participantes. Quando não é feita esta casualização estes estudos são chamados de quase experimentais. Podem ainda ser incluídos na classificação os chamados estudos ecológicos cujo desenho se orienta para a observação de populações de diferentes áreas geográficas para pesquisa de associação entre eventos. No Quadro 1 são apresentados os principais tipos de estudos epidemiológicos e Na Figura 1 apresenta-se um esquema do delineamento desses estudos. Quadro 1 – Classificação dos principais tipos de estudos epidemiológicos Tipo de estudo Temporalidade Controle de variáveis Coorte Longitudinal - prospectivo, retrospectivo ou Observacional ambispectivo Casos-controle Longitudinal - retrospectivo Observacional Prevalência Seccionais ou transversais Observacional Clínico randomizado Longitudinal Experimental Quadro2 – Delineamento de estudos epidemiológicos Figura 3 – Delineamento de estudos epidemiológicos Propósito da pesquisa Onde? Quando? Quanto? Por quê? Há vantagem? Quem? Como? Analítico Descritivo Controle de variáveis Não Sim Estudo observacional Estudo experimental Longitudinal Transversal - levantamento Com grupo controle simultâneo da doença e da causa Coorte - estudo da Não Sim doença em expostos e em não expostos Ensaio não controlado Ensaio controlado Casos-controles - estudo da causa em doentes e em não Com casualização Sem casualização doentes Estudo clínico Estudo quase Randomizado – Estudo experimental experimental
  • 3. Bibliografia 1. CÔRTES, JOSÉ DE ANGELIS. Epidemiologia – Conceitos e princípios fundamentais. São Paulo: Livraria Varela, 1993. 2. FORATTINI, Oswaldo Paulo. Epidemiologia Geral. 2ª Ed. Depto de Epidemiologia: Faculdade de Saúde Pública – USP. Editora Artes Médicas, 1996. 3. JEKEL, James F. et al. Epidemiologia, Bioestatística e Medicina Preventiva. 1ª Ed. Porto Alegre: Editora Artmed S.A., 2002 4. LESER, Walter. et al. Elementos de Epidemiologia Geral. São Paulo – Rio de Janeiro – Belo Horizonte: Editora Atheneu, 1997. 5. PEREIRA, Mauricío Gomes. Epidemiologia: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan S.A.,2001. 6. ROUQUAYROL, Maria Zélia. et al. Epidemiologia e Saúde. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Medsi, 1999. 7. SAÚDE, Ministério da. Estudos Epidemiológicos. Ed. Única. Fundação Nacional da Saúde – Vigilância Epidemiológica. Agosto/2000 8. Thrusfield, M. V. Epidemiologia Veterinária. 2ª Ed. São Paulo: Roca, 2004