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Antônio Torres nasceu em Junco
- BA, e aos 20 anos mudou-se
para São Paulo, onde foi repórter
e chefe de reportagem do jornal
Última Hora. Estreou na
literatura em 1972, com o
romance Um cão uivando para a
lua. Em 1976, publicou Essa
terra, seu maior
sucesso, traduzido para cerca de
dez idiomas.
Atualmente, dedica-se
exclusivamente à atividade
 Publicação: 1976;
 Escola literária: Literatura
brasileira contemporânea;
 O que retrata?
O impacto da cidade grande
sobre o retirante;
 Classificação: Romance
de ficção autobiográfico.
Conquistando destaque na cultura brasileira, tem mantido sucesso
de público e de crítica desde a 1ª edição.
Nelo deixa sua família, identidade e
terra para trás em destino à São
Paulo, levando consigo o sonho de uma
vida melhor. Ao retornar, encontra-se
doente, abandonado e desiludido.
“ (...) um dia pegou um caminhão e sumiu no mundo
para se transformar, como que por
encantamento, num homem belo e rico, com seus
dentes de ouro, seu terno folgado e diferente de
casimira, seus raybans, seu rádio de pilha -
faladorzinho como um corno - e um relógio que
brilha mais do que a luz do dia. Um monumento, em
carne e osso. O exemplo vivo de que a nossa terra
São Paulo passa a representar, ao
mesmo tempo, o exílio e a perda:
“Dinheiro, dinheiro, dinheiro.
Cresce logo, menino, pra você ir para São
Paulo, dizia a mãe.
Pois então: Aqui vivi e morri um pouco todos os
dias.
No meio da fumaça, no meio do dinheiro.
Não sei se fico ou se volto.
Não sei se estou em São Paulo ou no Junco”.
(TORRES, 1976, p. 63)
Suicídio: Clímax da narrativa (Sentimento de não
ter lugar nesse mundo; perda de valores e
identidade)
Distinguem-se quatro partes no romance:
1. Essa terra me enxota;
2. Essa terra me chama;
3. Essa terra me enlouquece;
4. Essa terra me ama.
Faz-se um panorama do lugarzinho esquecido
pelo tempo e castigado pela natureza do sertão
baiano, terra sofrida que faz seus filhos
sofrerem.
“Os cacos: de telha, de vidro. Sons de martelo
amolando as enxadas, aboio nas
estradas, homens cavando o leite da terra. O
cuspe do fumo mascado da minha mãe, a queixa
muda do meu pai, as rosas vermelhas e brancas
da minha avó. As rosas do bem-querer:
— Hei de te amar até morrer. Essa é a terra que me
pariu.
- Lampião passou por aqui.
— Não, não passou. Mandou recado, dizendo que
vinha, mas não veio.
— Por que Lampião não passou por aqui?
 Ficção precisa, de grande força estética;
 Visão documental da ida à São Paulo;
 Escrita densa, mas alia técnica à ternura do relato;
 Narrador-personagem;
 Não há recorte temporal exato;
 Realidade do Sertão.
 Quanto ao tema, trata-se da migração como
fenômeno universal;
 Destaca-se principalmente a trajetória
sertão/metrópole, denunciando a realidade dos
retirantes da seca;
 Analisa-se SP.
Segundo a crítica, trata-se de um livro que se coloca
na mesma linhagem de ”O quinze” (Rachel de
Queiroz) e “Vidas secas” ( Graciliano
Ramos), naquilo que esses romances têm de
esforço para compreender a saga do nordestino.
“Essa terra é o romance que consagrou Antônio Torres como um dos
mais lidos e queridos escritores brasileiros contemporâneos.”
Italo Moriconi, trecho do prefácio
“Torres, como Graciliano, optou pelo mais honesto: escrever sobre o seu
Nordeste. E assim como Graciliano identificava as personagens de Vidas
secas mostrando que saíram de sua família, Essa terra tem no lastro
biográfico a sua força original.”
Affonso Romano de Sant´Anna, Veja

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  • 1.
  • 2. Antônio Torres nasceu em Junco - BA, e aos 20 anos mudou-se para São Paulo, onde foi repórter e chefe de reportagem do jornal Última Hora. Estreou na literatura em 1972, com o romance Um cão uivando para a lua. Em 1976, publicou Essa terra, seu maior sucesso, traduzido para cerca de dez idiomas. Atualmente, dedica-se exclusivamente à atividade
  • 3.  Publicação: 1976;  Escola literária: Literatura brasileira contemporânea;  O que retrata? O impacto da cidade grande sobre o retirante;  Classificação: Romance de ficção autobiográfico. Conquistando destaque na cultura brasileira, tem mantido sucesso de público e de crítica desde a 1ª edição.
  • 4. Nelo deixa sua família, identidade e terra para trás em destino à São Paulo, levando consigo o sonho de uma vida melhor. Ao retornar, encontra-se doente, abandonado e desiludido. “ (...) um dia pegou um caminhão e sumiu no mundo para se transformar, como que por encantamento, num homem belo e rico, com seus dentes de ouro, seu terno folgado e diferente de casimira, seus raybans, seu rádio de pilha - faladorzinho como um corno - e um relógio que brilha mais do que a luz do dia. Um monumento, em carne e osso. O exemplo vivo de que a nossa terra
  • 5. São Paulo passa a representar, ao mesmo tempo, o exílio e a perda: “Dinheiro, dinheiro, dinheiro. Cresce logo, menino, pra você ir para São Paulo, dizia a mãe. Pois então: Aqui vivi e morri um pouco todos os dias. No meio da fumaça, no meio do dinheiro. Não sei se fico ou se volto. Não sei se estou em São Paulo ou no Junco”. (TORRES, 1976, p. 63)
  • 6. Suicídio: Clímax da narrativa (Sentimento de não ter lugar nesse mundo; perda de valores e identidade) Distinguem-se quatro partes no romance: 1. Essa terra me enxota; 2. Essa terra me chama; 3. Essa terra me enlouquece; 4. Essa terra me ama.
  • 7. Faz-se um panorama do lugarzinho esquecido pelo tempo e castigado pela natureza do sertão baiano, terra sofrida que faz seus filhos sofrerem.
  • 8. “Os cacos: de telha, de vidro. Sons de martelo amolando as enxadas, aboio nas estradas, homens cavando o leite da terra. O cuspe do fumo mascado da minha mãe, a queixa muda do meu pai, as rosas vermelhas e brancas da minha avó. As rosas do bem-querer: — Hei de te amar até morrer. Essa é a terra que me pariu. - Lampião passou por aqui. — Não, não passou. Mandou recado, dizendo que vinha, mas não veio. — Por que Lampião não passou por aqui?
  • 9.  Ficção precisa, de grande força estética;  Visão documental da ida à São Paulo;  Escrita densa, mas alia técnica à ternura do relato;  Narrador-personagem;  Não há recorte temporal exato;  Realidade do Sertão.
  • 10.  Quanto ao tema, trata-se da migração como fenômeno universal;  Destaca-se principalmente a trajetória sertão/metrópole, denunciando a realidade dos retirantes da seca;  Analisa-se SP.
  • 11. Segundo a crítica, trata-se de um livro que se coloca na mesma linhagem de ”O quinze” (Rachel de Queiroz) e “Vidas secas” ( Graciliano Ramos), naquilo que esses romances têm de esforço para compreender a saga do nordestino. “Essa terra é o romance que consagrou Antônio Torres como um dos mais lidos e queridos escritores brasileiros contemporâneos.” Italo Moriconi, trecho do prefácio “Torres, como Graciliano, optou pelo mais honesto: escrever sobre o seu Nordeste. E assim como Graciliano identificava as personagens de Vidas secas mostrando que saíram de sua família, Essa terra tem no lastro biográfico a sua força original.” Affonso Romano de Sant´Anna, Veja