2. Inicialmente povoada por iberos, celtas e ligures, a
península Ibérica sofreu a invasão dos visigodos, no final
do Império Romano, e dos árabes, no século VIII.
3. A formação dos
Estados nacionais
da região está
estreitamente
vinculada à
Guerra de
Reconquista dos
territórios
tomados pelos
muçulmanos, na
Baixa Idade
Média.
4. A religião islâmica foi levada para a península Ibérica,
onde já existia o cristianismo, pela invasão árabe,
iniciada em 711. Devido ao avanço muçulmano, os
cristãos só conseguiram manter reinos independentes
no norte da península, na região montanhosa das
Astúrias. Seria daí que partiria o movimento da
Reconquista, a partir do século XI.
Brasão de Astúrias.
5. Durante esse processo, organizaram-se os
reinos de Leão, Navarra, Castela e Aragão. Os
dois últimos, além de anexarem os demais
reinos, uniram-se em 1479, por meio do
casamento de seus monarcas, Fernando de
Aragão e Isabel de Castela, os chamados “reis
católicos”.
Essa união real deu origem aos Estado
centralizado espanhol, que, no entanto, só se
consolidaria com a reconquista de Granada,
último reduto árabe ao sul na península, e a
consequente expulsão dos mouros, em 1492.
7. Quanto a Portugal, suas origens remontam à doação de
terras feitas pelo rei Afonso VI Leão a Henrique de
Borgonha, nobre francês participante da Guerra de
Reconquista.
8. O feudo foi doado a Henrique de Borgonha juntamente
com seu compromisso matrimonial com a filha ilegítima
do rei, Dona Teresa. As terras doadas correspondiam ao
condado Portucalense. A independência desse feudo
em relação ao reino de Leão seria conseguida, após
muitas disputas familiares, em 1139. Nessa ocasião, o
filho de Teresa e Henrique, D. Afonso Henriques, teria
expulsado sua mãe de Portugal por
defender a sujeição a Leão, para
garantir a independência do território.
9. Assegurada a independência, inicia-se a dinastia de Borgonha, a primeira de
Portugal, dando prosseguimento à guerra contra os muçulmanos e expandindo as
fronteiras do reino para o sul. À medida que se estendia o território, a monarquia
fazia doações de terras à nobreza guerreira, sem, no entanto, lhes dar posse
hereditária. Desse modo, em Portugal, ao contrário do que aconteceu no resto da
Europa, evitou-se a formação de uma nobreza proprietária e autônoma, mantendo-
se a hegemonia da autoridade real.
O setor mercantil da sociedade portuguesa medieval, por sua vez, consolidou-se
com a transformação de Portugal em escala da rota marítima que ligava o
Mediterrâneo ao norte da Europa. Essa rota ganhou maior importância,
principalmente, a partir do século XIV, quando a insegurança gerada pela crise
europeia, em um panorama marcado por guerras e a peste negra, levou à busca de
novos entrepostos comerciais.
10. Em 1833, a morte de Fernando I, último rei da dinastia
de Borgonha sem herdeiros diretos, desencadeou
acirrada disputa sucessória. Parte da nobreza apoiava a
entrega da coroa portuguesa ao genro de D. Fernando,
o rei de Castela, representante de uma política
eminentemente feudal.
Os comerciantes, aliados a setores populares,
entretanto, conseguiram impor o nome de D. João,
mestre de Avis, ao trono. Foi a chamada Revolução de
Avis. Em 1385, na batalha de Aljubarrota, a derrota das
tropas castelhanas garantiu a ascensão de D. João ao
trono, dando origem à dinastia de Avis.
12. A nova dinastia foi marcada pela
aproximação dos interesses da
monarquia com os do setor
mercantil: os comerciantes
buscavam ampliar seus mercados
e o rei desejava se fortalecer por
meio da cobrança de impostos
sobre o florescente comércio. Essa
aliança de interesses terminou por
desencadear processo conhecido
por expansão marítima
portuguesa, a partir do século XV. D. João I, deu início à Dinastia
de Avis.