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CONTENÇÃO DO FLUXO
    GÊNICO DE PLANTAS
     GENETICAMENTE
       MODIFICADAS
                                  Caetana Ap. Coevas
                                           Hamilton
                                       Tâmara Saba

Disciplina:Biotecnologia Vegetal- Nível V- Tarde
Introdução
• O fluxo gênico de plantas cultivadas com seus
  parentes silvestres ocorre desde o início da
  agricultura, tornou-se uma preocupação com
  o advento das plantas geneticamente
  modificadas.
• Plantas geneticamente modificadas ou plantas
  transgênicas são aquelas produzidas a partir da
  introdução de uma sequência de DNA, através de
  transferencia horizontal, ou seja, sem que haja
  fecundação ou cruzamento(BESPALHOK-FILHO,
  1999).
• O escape gênico ou fluxo gênico é definido como
  a troca de alelos entre indivíduos de uma
  variedade/espécie para outra.
• O fluxo gênico de plantas geneticamente
  modificada foi reconhecido como um risco.

• Tal preocupação é bastante clara com relação
  ao movimento de transgenes de plantas
  modificadas geneticamente para populações
  de parentes silvestres via fluxo de pólen,
  principalmente porque o escape gênico via
  pólen apresenta grande dificuldade de
  controle em plantas sexualmente compatíveis.
• O fluxo de transgenes para espécies selvagens
  pode causar impactos sobre a biodiversidade.

• Genes de resistência a doenças ou insetos
  poderiam causar uma liberação ecológica de
  espécies que tenham a sua dinâmica
  controlada por doenças ou herbivoria desta
  forma alterar a estrutura de uma comunidade
  natural.
• Existe também a possibilidade de ocorrerem
  efeitos pleiotrópicos ou epistáticos de um
  transgene sobre genomas de plantas invasoras
  ou espécies selvagens (RAYBOULD, 1999).
• Consequentemente teme-se que transgenes
  transferidos a parentes silvestres possam
  gerar plantas competidoras mais nocivas,
  devido à vantagem seletiva de determinadas
  características adaptativas conferidas pela
  introgressão       e       subsequentemente
  evolução(KEELER, 1998;RISSLER &MELLON,
  1993 apud HANCOCK et al.,1996)
• Outro fator a ser considerado é que a
  expressão gênica pode ser alterada pelas
  condições ambientais(AL KAFF et al.,
  2000),dificultando a previsão dos seus efeitos.

• Porém, devido ao enorme potencial que a
  transformação genética representa para o
  melhoramento genético, o mais indicado não
  é banir esta tecnologia, mas encontrar
  soluções para prevenir o fluxo gênico
  (KUVSHINOV et al., 2001)
Zoneamento ou Restrição Geográfica
• A poluição genética é o fluxo de genes
  exóticos em direção às populações selvagens,
  a partir de espécies domesticadas, exóticas ou
  geneticamente modificadas (LINACRE & ADES,
  2004).
• Uma das preocupações desta poluição é por
  não haver uma forma de predizer com
  precisão todos os efeitos resultantes desse
  processo ao longo dos anos.

• Um dos maiores risco é com relação à
  localização geográfica onde estas plantas
  geneticamente modificadas são cultivadas.
• O cultivo de plantas geneticamente
  modificadas deve estar localizado em lugares
  que não possuam parente silvestres
  sexualmente compatíveis.
Controle Molecular
• A construção de plantas geneticamente
  modificadas com macho esterilidade foi sugerida
  como forma de contenção do fluxo gênico.
• Porém, tal metodologia não resolve o problema
  da transferencia de transgenes para as
  populações naturais, pois as plantas transgênicas
  com macho esterilidade podem ser polinizadas
  por plantas selvagens, o que pode resultar numa
  ampla dispersão de sementes em populações
  naturais.
• Outra questão decorrente do uso desta
  metodologia é que estas plantas trangênicas
  com macho esterilidade precisam ser
  polinizadas em tempo integral com linhagens
  transgênicas ou não transgênicas para
  produzir sementes.
• Outra abordagem é a introgressão do
  transgene no genoma de mitocôndrias ou
  cloroplastos, pois essas organelas constituem
  em herança materna, não sendo transmitidas
  via pólen (DANIELL et al., 1998)
• Porém nada impede de que a planta seja
  polinizada por algum parente silvestre, e
  possa produzir sementes.

• Entretanto, a dispersão via semente é muito
  mais restrita do que a dispersão via pólen, o
  que ajuda a limitar o escape gênico.
• A tecnologia terminator ou GURT permite aos
  desenvolvedores de plantas ou animais
  geneticamente modificados proteger suas
  variedades ou cultivares do uso não
  autorizado(VISSER et al., 2001).
• O principal inconveniente da utilização das
  metodologias tais como as tecnologias
  terminator, é que o bloqueio do
  desenvolvimento da planta é irreversível.
• Sendo assim, a reprodução da planta só é
  possível in vitro ou vegetativamente, mas
  mesmo assim, tais tecnologias não impedem o
  fluxo gênico, em função de que, se o gene
  inibidor não ativado as sementes transgenicas
  podem germinar no campo e permitir que
  estas plantas possam livremente se hibridizar
  com seus parentes silvestres (KUVSHINOV et
  al., 2001).
• O RBF (Recoverable block of function),
  denominada de Bloco Recuperável de Funcão,
  consiste de uma sequencia bloqueadora ligada
  ao gene de interesse e uma sequencia de
  recuperação, todas contidas num único
  inserto.
• A sequência bloqueadora bloqueia uma
  determinada molécula ou função fisiológica
  da planta hospedeira. A ação da sequência
  bloqueadora leva a planta hospedeira à morte
  ou uma alteração em seu fenótipo, cujo
  resultado é a esterilidade em ambiente
  natural.
• A sequência de recuperação retorna a função
  bloqueada na planta hospedeira. A sequência
  de recuperação é regulada externamente pela
  aplicação de substâncias químicas específicas
  ou tratamentos físicos na planta, porém não é
  regulada      em      condições       naturais,
  consequentemente os híbridos de plantas
  geneticamente modificadas com seus
  parentes silvestres que possuírem o RBF irão
  morrer ou serão incapazes de se reproduzirem
  em função da sequência bloqueadora
Monitoramento de Fluxo Gênico em
            Tempo Real
• O monitoramento da presença e expressão de
  transgenes em tempo real e em condições de campo
  foi possível através da união da biotecnologia e da
  nanotecnologia.
• Uma destas tecnologias é baseada na marcação do
  transgene com a proteína de fluorescência verde (GFP),
  a qual é visualizada com o uso de equipamentos
  desenvolvidos para a detecção de sinais fluorescentes
  na planta, o que possibilita o monitoramento do
  movimento e expressão do transgene em uma ampla
  região geográfica (HUDSON et al., 2001;
  STEWART,2005).
• Sinalizadores moleculares:
• Os sinalizadores moleculares são sondas de
  ácidos nucléicos que contém um fluorófo
  (molécula que absorve a emissão de
  fluorescência quando está próxima a uma
  molécula emissora de fluorescência).
• O mais interessante desta tecnologia é o uso
  para o monitoramento in vivo.
Conclusão
• O risco do escape gênico de plantas
  geneticamente modificadas para parentes
  selvagens sexualmente compatíveis é uma
  realidade, porém pode ser diminuído ou
  evitado pelo tipo de estratégia usada para a
  sua contenção.
• No isolamento geográfico, devem ser
  considerados estudos de caracterização
  reprodutiva e fitogeografica.
• As metodologias moleculares, tais como
  introgressão de transgenes em mitocôndrias
  ou cloroplastos, além da construção de
  plantas transgênicas com macho esterilidade,
  restringem a dispersão gênica devido ao fato
  de promover a dispersão via semente e não
  via pólén.
• O bloco recuperável de função parece ser a
  melhor metodologia, pois pode evitar
  completamente o fluxo gênico.
• A tecnologia para o monitoramento do fluxo
  gênico em tempo real baseada na GFP é a
  única atualmente desenvolvida para o uso,
  porém outras bionanotecnologias estão ainda
  em desenvolvimento.
Bibliografia
• Disponível em:
• <http://leonamsouza.blogspot.com.br/2011/05/ali
  mentos-transgenicos.html>
• <http://transgeniaemvegetais.blogspot.com.br/201
  0/08/cultivos-testes-e-repercussao-no-
  mundo.html>
• <http://joserodrigo.wordpress.com/plantas-
  transgenicas/>
• <http://pratoslimpos.org.br/?p=3868>
• <http://www.agrolink.com.br/biotecnologia/artigo/
  avaliacao-de-riscos-ambientais-de-plantas-
  transgenicas_101771.html>

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Contenção do fluxo gênico de plantas geneticamente modificadas

  • 1. CONTENÇÃO DO FLUXO GÊNICO DE PLANTAS GENETICAMENTE MODIFICADAS Caetana Ap. Coevas Hamilton Tâmara Saba Disciplina:Biotecnologia Vegetal- Nível V- Tarde
  • 2. Introdução • O fluxo gênico de plantas cultivadas com seus parentes silvestres ocorre desde o início da agricultura, tornou-se uma preocupação com o advento das plantas geneticamente modificadas.
  • 3. • Plantas geneticamente modificadas ou plantas transgênicas são aquelas produzidas a partir da introdução de uma sequência de DNA, através de transferencia horizontal, ou seja, sem que haja fecundação ou cruzamento(BESPALHOK-FILHO, 1999).
  • 4. • O escape gênico ou fluxo gênico é definido como a troca de alelos entre indivíduos de uma variedade/espécie para outra.
  • 5. • O fluxo gênico de plantas geneticamente modificada foi reconhecido como um risco. • Tal preocupação é bastante clara com relação ao movimento de transgenes de plantas modificadas geneticamente para populações de parentes silvestres via fluxo de pólen, principalmente porque o escape gênico via pólen apresenta grande dificuldade de controle em plantas sexualmente compatíveis.
  • 6. • O fluxo de transgenes para espécies selvagens pode causar impactos sobre a biodiversidade. • Genes de resistência a doenças ou insetos poderiam causar uma liberação ecológica de espécies que tenham a sua dinâmica controlada por doenças ou herbivoria desta forma alterar a estrutura de uma comunidade natural.
  • 7. • Existe também a possibilidade de ocorrerem efeitos pleiotrópicos ou epistáticos de um transgene sobre genomas de plantas invasoras ou espécies selvagens (RAYBOULD, 1999). • Consequentemente teme-se que transgenes transferidos a parentes silvestres possam gerar plantas competidoras mais nocivas, devido à vantagem seletiva de determinadas características adaptativas conferidas pela introgressão e subsequentemente evolução(KEELER, 1998;RISSLER &MELLON, 1993 apud HANCOCK et al.,1996)
  • 8. • Outro fator a ser considerado é que a expressão gênica pode ser alterada pelas condições ambientais(AL KAFF et al., 2000),dificultando a previsão dos seus efeitos. • Porém, devido ao enorme potencial que a transformação genética representa para o melhoramento genético, o mais indicado não é banir esta tecnologia, mas encontrar soluções para prevenir o fluxo gênico (KUVSHINOV et al., 2001)
  • 9. Zoneamento ou Restrição Geográfica • A poluição genética é o fluxo de genes exóticos em direção às populações selvagens, a partir de espécies domesticadas, exóticas ou geneticamente modificadas (LINACRE & ADES, 2004).
  • 10. • Uma das preocupações desta poluição é por não haver uma forma de predizer com precisão todos os efeitos resultantes desse processo ao longo dos anos. • Um dos maiores risco é com relação à localização geográfica onde estas plantas geneticamente modificadas são cultivadas.
  • 11. • O cultivo de plantas geneticamente modificadas deve estar localizado em lugares que não possuam parente silvestres sexualmente compatíveis.
  • 12. Controle Molecular • A construção de plantas geneticamente modificadas com macho esterilidade foi sugerida como forma de contenção do fluxo gênico. • Porém, tal metodologia não resolve o problema da transferencia de transgenes para as populações naturais, pois as plantas transgênicas com macho esterilidade podem ser polinizadas por plantas selvagens, o que pode resultar numa ampla dispersão de sementes em populações naturais.
  • 13. • Outra questão decorrente do uso desta metodologia é que estas plantas trangênicas com macho esterilidade precisam ser polinizadas em tempo integral com linhagens transgênicas ou não transgênicas para produzir sementes. • Outra abordagem é a introgressão do transgene no genoma de mitocôndrias ou cloroplastos, pois essas organelas constituem em herança materna, não sendo transmitidas via pólen (DANIELL et al., 1998)
  • 14. • Porém nada impede de que a planta seja polinizada por algum parente silvestre, e possa produzir sementes. • Entretanto, a dispersão via semente é muito mais restrita do que a dispersão via pólen, o que ajuda a limitar o escape gênico. • A tecnologia terminator ou GURT permite aos desenvolvedores de plantas ou animais geneticamente modificados proteger suas variedades ou cultivares do uso não autorizado(VISSER et al., 2001).
  • 15. • O principal inconveniente da utilização das metodologias tais como as tecnologias terminator, é que o bloqueio do desenvolvimento da planta é irreversível. • Sendo assim, a reprodução da planta só é possível in vitro ou vegetativamente, mas mesmo assim, tais tecnologias não impedem o fluxo gênico, em função de que, se o gene inibidor não ativado as sementes transgenicas podem germinar no campo e permitir que estas plantas possam livremente se hibridizar com seus parentes silvestres (KUVSHINOV et al., 2001).
  • 16. • O RBF (Recoverable block of function), denominada de Bloco Recuperável de Funcão, consiste de uma sequencia bloqueadora ligada ao gene de interesse e uma sequencia de recuperação, todas contidas num único inserto. • A sequência bloqueadora bloqueia uma determinada molécula ou função fisiológica da planta hospedeira. A ação da sequência bloqueadora leva a planta hospedeira à morte ou uma alteração em seu fenótipo, cujo resultado é a esterilidade em ambiente natural.
  • 17. • A sequência de recuperação retorna a função bloqueada na planta hospedeira. A sequência de recuperação é regulada externamente pela aplicação de substâncias químicas específicas ou tratamentos físicos na planta, porém não é regulada em condições naturais, consequentemente os híbridos de plantas geneticamente modificadas com seus parentes silvestres que possuírem o RBF irão morrer ou serão incapazes de se reproduzirem em função da sequência bloqueadora
  • 18. Monitoramento de Fluxo Gênico em Tempo Real • O monitoramento da presença e expressão de transgenes em tempo real e em condições de campo foi possível através da união da biotecnologia e da nanotecnologia. • Uma destas tecnologias é baseada na marcação do transgene com a proteína de fluorescência verde (GFP), a qual é visualizada com o uso de equipamentos desenvolvidos para a detecção de sinais fluorescentes na planta, o que possibilita o monitoramento do movimento e expressão do transgene em uma ampla região geográfica (HUDSON et al., 2001; STEWART,2005).
  • 19. • Sinalizadores moleculares: • Os sinalizadores moleculares são sondas de ácidos nucléicos que contém um fluorófo (molécula que absorve a emissão de fluorescência quando está próxima a uma molécula emissora de fluorescência). • O mais interessante desta tecnologia é o uso para o monitoramento in vivo.
  • 20. Conclusão • O risco do escape gênico de plantas geneticamente modificadas para parentes selvagens sexualmente compatíveis é uma realidade, porém pode ser diminuído ou evitado pelo tipo de estratégia usada para a sua contenção. • No isolamento geográfico, devem ser considerados estudos de caracterização reprodutiva e fitogeografica.
  • 21. • As metodologias moleculares, tais como introgressão de transgenes em mitocôndrias ou cloroplastos, além da construção de plantas transgênicas com macho esterilidade, restringem a dispersão gênica devido ao fato de promover a dispersão via semente e não via pólén. • O bloco recuperável de função parece ser a melhor metodologia, pois pode evitar completamente o fluxo gênico.
  • 22. • A tecnologia para o monitoramento do fluxo gênico em tempo real baseada na GFP é a única atualmente desenvolvida para o uso, porém outras bionanotecnologias estão ainda em desenvolvimento.
  • 23. Bibliografia • Disponível em: • <http://leonamsouza.blogspot.com.br/2011/05/ali mentos-transgenicos.html> • <http://transgeniaemvegetais.blogspot.com.br/201 0/08/cultivos-testes-e-repercussao-no- mundo.html> • <http://joserodrigo.wordpress.com/plantas- transgenicas/> • <http://pratoslimpos.org.br/?p=3868> • <http://www.agrolink.com.br/biotecnologia/artigo/ avaliacao-de-riscos-ambientais-de-plantas- transgenicas_101771.html>