2. CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL
• O último biênio (2014-2015) tem sido marcado pela redução dos totais de
precipitação acumulada, sobretudo na região sudeste do país.
• Diante disso, a repercussão na disponibilidade hídrica superficial e
subterrânea em Minas Gerais também se mostrou negativa.
• Isso se torna crítico porque Minas Gerais tem importante papel na
exportação de água para os demais estados de Sudeste.
3. CONTEXTUALIZAÇÃO GERAL
• A Região Sudeste tem uma disponibilidade hídrica de 334,20 Km³/ano
desses, 58% (193,9 Km³/ano), estão em Minas Gerais.
• O estado recebe 1,57 Km³ ou 1,57 trilhões de litros/ano e doa 160 Km³ ou
160 trilhões de litros/ano.
• A contribuição de Minas para o Rio São Francisco é da ordem de 1089,97
m³/s, ou 73% de toda a sua vazão.
• Dentre seus principais afluentes, destaca-se a bacia do rio Paraopeba, de
importância fundamental para o abastecimento público da RMBH, e que
também fora atingida pela escassez hídrica recente.
4. Anomalia observada na precipitação histórica acumulada nos meses chuvosos de 1979 a 2014. Destaque para a
tendência contínua e rítmica de sucessão de anomalias negativas. Fonte: SIMGE/IGAM (2015).
5. Percentual da precipitação acumulada no último trimestre de 2014 em relação às Normais Climatológicas do Brasil.
Regiões centrais e à sul com maiores déficits. Fonte: Adaptado de SIMGE/IGAM (2015).
6. • No caso da bacia do rio Paraopeba (SF3), choveu nos meses de
outubro, novembro e dezembro de 2014 o equivalente a 40%-50% da
média histórica.
• No mês de janeiro de 2015, o cenário se mostrou ainda mais crítico,
registrando percentual em relação às Normais Climatológicas de 26%.
7. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Na avaliação de precipitação observada, o IGAM contabilizou o montante
das Portarias de Outorga publicadas entre 2003 e 2014, além das
Certidões de Uso Insignificante expedidas na SF3.
• Quadro de evolução das outorgas concedidas e autorizadas no estado.
8. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Verificou-se ainda as finalidades de uso preponderantes dentre as
outorgas vigentes no Estado e na UPGRH SF3 até 2014, sendo a irrigação
(Minas Gerais) e o abastecimento público (Paraopeba) os mais
expressivos, respectivamente.
10. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• O IGAM analisou ainda o nível de comprometimento da vazão outorgável e o
número de ocorrência de episódios de vazão inferiores ao mínimo de
referência (Q7,10), para cada UPGRH de Minas Gerais.
• Na bacia do rio Paraopeba (SF3), a relação demanda outorgada x vazão
outorgável esteve acima de 100%, para uma referência de Q7,10 definida em
30%.
• Também registrou-se total de 6 ocorrências de vazões médias mensais
inferiores à Q7,10, nas estações do CPRM operadas pela ANA na SF3.
COMPROMETIMENTO DA DISPONIBILIDADE HÍDRICA SUPERFICIAL
DE MANEIRA GERAL
11.
12.
13. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Analise de demandas e disponibilidades hídricas superficiais por sub-bacias.
• O detalhamento da escala de análise revelou os trechos com maior/menor
comprometimento de vazão na bacia do rio Paraopeba.
Unidades Territoriais
Estratégicas
Área
(Km²) NºUso
Insignificante
VazãoUso
Insignificante
(m³/s)
NºOutorgas
Vazão
outorgada
(m³/s)
Demanda
Total(m³/s)
Q7,10estudo
(m³/s)
%demandada
daQ7,10
Nascente Paraopeba 636 32 0,0209 2 0,0221 0,0430 1,9000 2%
Rio Maranhão 729 49 0,0295 30 6,2611 6,2906 2,2049 285%
Rio Camapu 1116 20 0,0140 8 0,4384 0,4524 3,4133 13%
Alto Paraopeba 583 20 0,0137 6 0,0913 0,1050 1,6238 6%
Médio Paraopeba 1323 133 0,0745 24 0,3582 0,4327 3,7801 11%
Rio Manso 686 90 0,0605 25 8,7939 8,8544 2,0826 425%
Ribeirão Serra Azul/Lajes 779 146 0,0970 20 3,1456 3,2426 2,2374 145%
Betim 1059 106 0,0681 27 2,7332 2,8013 3,0696 91%
Baixo Paraopeba 1062 83 0,0344 17 0,0975 0,1319 2,9073 5%
Ribeirão São João 859 40 0,0254 38 0,9787 1,0041 2,5990 39%
Ribeirão Cedro/Rio Pardo 1491 50 0,0303 67 2,2220 2,2523 4,2093 54%
Foz Paraopeba 1854 39 0,0293 21 0,5708 0,6001 5,1135 12%
14.
15. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• O IGAM verificou ainda os trechos de maior comprometimento da vazão na
calha principal do rio Paraopeba.
• Somente o trecho mais à montante da bacia, antes do afluente rio Maranhão,
é que registrou percentual demandado da Q7,10 inferior à vazão mínima de
referência.
Pontos de referência
Captação área
montante
(m³/s)
Captação no segmento
do rio Paraopeba (m³/s)
Q 7,10
(m³/s)
%
demandada
da Q 7,10
Antes do afluente do Rio Maranhão 0,0430 0,0711 1,830 6%
Após o afluente do Ribeirão dos Cordeiros 6,9621 1,9643 9,530 94%
Antes do afluente do Rio Manso 9,3591 0,0145 13,651 69%
Após o afluente do Ribeirão Grande 24,2719 1,8654 21,797 120%
Antes do afluente do Rio São João 26,2692 0,9388 25,229 108%
Antes do Córrego Rodrigues 30,4644 1,0617 32,820 96%
Foz na Represa de Três Marias 32,1262 0,2081 38,814 83%
16. DISPONIBILIDADE E DEMANDA HÍDRICA
• Em relação às outorgas subterrâneas vigentes, verifica-se total de 587,
distribuídas por toda a extensão da bacia do rio Paraopeba.
• Há uma concentração das captações em alinhamento representativo das
escarpas da Serra Azul, sob domínio hidrogeológico cristalino (granito/gnaisse).
• Os principais mananciais subterrâneos da bacia, por sua vez, encontram-se
sobre domínios porosos/fissurais e carbonáticos, no alto curso do rio
Paraopeba.
17. CONSIDERAÇÕES FINAIS
• Está planejado pelo IGAM, a contratação de um plano de segurança hídrica para o
Estado de MG, que terá por objetivo realizar um diagnóstico dos pontos críticos de
disponibilidade hídrica no Estado de Minas Gerais, contemplando situações de escassez
por condições naturais ou por excesso de demanda.
• Contendo avaliação das demandas atuais e projeções futuras e análise dos usos setoriais
da água sob a ótica dos conflitos pelo recurso – existentes e potenciais – e dos impactos
na utilização da água em termos de quantidade e qualidade.
• Baseado no diagnóstico, o plano irá propor ações estruturais (infraestrutura hídrica) e
não estruturais (recuperação de cobertura vegetal, projetos de conservação de bacias).
• Esta ação pretende dar solução de médio a longo prazo e não substitui a necessidade de
ações de curto prazo para o próximo período de estiagem do ano de 2015.