2. “ A mulher grávida, enfim, tem qualquer coisa nela, que a completa como uma parte de si mesma. Mas esta parte, ela a perderá. Antes de tê-la, ela estava em errância, como uma alma penada, procurando. Após o parto, acabou: ela não tem mais. Depois de toda poderosa, a aniquilação. O recém-nascido, a criança, é irremediavelmente ‘outro’.” Eugénie Lamoine (Partage des Femmes) Chirlei A Ferreira
4. INTRODUÇÃO A assistência ao parto tem seu objetivo primordial – recém-nascido e parturiente sem problemas relacionados ao parto – exige da equipe obstétrica responsabilidade e critérios. Considera-se recém-nascido normal aquele em que se registra índice de APGAR igual ou superior a 7 no quinto minuto, pH no sangue de artéria umbilical em torno de 7,2, sem bossa serossanguínea ou qualquer outro tipo de tocotraumatismo. Com relação a parturiente, o que se espera é que, após o parto, não apresente qualquer alteração anatômica ou funcional dos órgãos que participaram da gravidez e do parto: útero, canal cervical, genitais internos e externos. Chirlei A Ferreira
5. PERGUNTAS BÁSICAS ASEREM RESPONDIDAS NA ADMISSÃO DO TRABALHO DE PARTO A gestante está em trabalho de parto? Qual a idade gestacional? Qual a estática fetal? Quais as condições maternas? Quais as condições fetais? Como evolui o trabalho de parto? Como conduzir o trabalho de parto? Chirlei A Ferreira
6. CONCEITOS BÁSICOS TRABALHO DE PARTO: Duas ou mais contrações em dez minutos, com duração igual ou superior a 25 segundos (2/10’/25’’), colo dilatado 2 ou mais centímetros, centralizado e apagado. IDADE GESTACIONAL: É considerado feto a termo aquele com 37 semanas completas à 42 semanas. ESTÁTICA FETAL: A maneira que o feto se posiciona na cavidade uterina, se avalia a: situação, apresentação, variedade de apresentação. Chirlei A Ferreira
7. RECOMENDAÇÕES PARA ASSISTÊNCIA AO PARTO Qualidade e Humanização: Recursos humanos, físicos e materiais, garantia de atendimento Organização de rotina Procedimentos comprovadamente benéficos Relações éticas, garantia de privacidade e autonomia (Ministério da Saúde, 2005) Recomendações essenciais: Assistência com intervenções mínimas e essenciais (MBE) Reduzir medicalização e tecnologia Assistência integral, multidisciplinar, centrada na família (Lei 11.108, de abril de 2005) Garantia de privacidade, dignidade e confidencialidade (OMS 2005) Chirlei A Ferreira
8. PARTO VAGINAL X CESARIANA Epidemia cesarianas: 850.000 cesarianas desnecessárias são realizadas anualmente na América Latina (Belizan JM, 1999) Vantagens: relaciona-se a menor morbidade e mortalidade em relação à cesariana (Betrán AP et al., 2007) Chirlei A Ferreira
9. INCIDÊNCIA: PARTO CESARIANA X PARTO VAGINAL Taxa global de cesariana no mundo 15% (2002) América Latina e caribe 29.2%, África 3.5% (2002) Brasil 39,7% (2002) Brasil 40% últimos 5 anos (MS 2008) Recomendação OMS 15% Chirlei A Ferreira MS/ANS 2004
33. INSINUAÇÃO Duração: 90% do trabalho de parto: Eventos: contrações uterinas dilatação do colo Cuidados materno-fetais em relação Critérios claros para o diagnóstico de fase ativa de TP reduz o uso de ocitocina, OR=0,45 (IC 0,25 a 0,8) e analgesia, OR= 0,36 (IC 0,16 a 0,78) (A). Intervenções inadequadas: tricotomia, enema de rotina Intervenções clínicas são desnecessárias quando o trabalho de parto progride normalmente e o feto está bem Chirlei A Ferreira
34. DETERMINANTES DA DURAÇÃO DAS FASES CLÍNICAS DO TRABALHO DE PARTO Admissão: (dor, contração) + (apagamento, dilatação). 1 a 3 contrações/5min, colo 3cm* ou amniorrexe Duração primípara: 6 a 8 horas Duração multípara: 4 a 6 horas Trabalho de parto prolongado: > 12h Chirlei A Ferreira O’Driscoll et al., 1991 Management of labor * Manual FEBRASGO 2002, Diretrizes CFM 2001
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36. Critérios claros para o diagnóstico de fase ativa de TP reduz o uso de ocitocina, OR=0,45 (IC 0,25 a 0,8) e analgesia, OR= 0,36 (IC 0,16 a 0,78) (A).
51. Realizar MFEOutras indicações para MFE: LA meconial espesso, febre materna, sangramento no trabalho de parto (baixo risco). Condições de risco para asfixia fetal (alto risco) Chirlei A Ferreira
76. Desproporção feto-pélvico em trabalho de parto (1,2)Chirlei A Ferreira 1- Manual FEBRASGO, Diretrizes CFM, 2002 2 -Guideline / National Institute for Health and Clinical Excellence (NICE), NHS abril 2004
77. CUIDADOS NO PROCEDIMENTO ANESTESICO Alívio da dor é mais efetivo que opióides Está associado a 2º.o estágio do parto mais longo e parto instrumental Não está associado a 1º. estágio do parto mais longo ou maior chance de cesariana Não está associada a cefaléia a longo prazo Chirlei A Ferreira
78. ASSISTÊNCIA A DESCIDA Evento principal: descida do pólo cefálico Ponto de referência Espinha ciáticas Planos de De Lee Cuidados: Checar posição fetal, variedade de apresentação e altura da apresentação Avaliar amniotomia Contrações eficazes Alívio da dor Ausculta fetal Chirlei A Ferreira
81. Administrar 10 UI ocitocina após clampagem e tração controlada do cordão reduz risco de hemorragia (A)Chirlei A Ferreira
82. CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO Clampagem do cordão do cordão Evitar perda de calor Posicionamento adequado Liberação de vias aéreas Contato direto com a mãe Chirlei A Ferreira Portaria 031/SAS-MS 1993
84. COMPLICAÇÕES PUERPERAIS Revisão sistemática do canal de parto (colo, vagina e genitais externos) Sutura de episiotomia e reparação de traumas Observar saúde geral da mãe Monitorar perda vaginal Chirlei A Ferreira Antibioticoterapia profilática no parto vaginal: colonização EBH (Pen G)
109. MEDIDAS PARA REDUÇÃO DOS ÍNDICES DE CESARIANA Uso do partograma com linha de ação em 4h - A Envolver um segundo obstetra (consultor) na indicação - C Oferecer indução do parto com 41 semanas - A MFE eletrônica aumenta a probabilidade de cesariana - B Suporte contínuo no trabalho de parto - A Oferecer versão externa para apresentação pélvica (36sem) Oferecer prova de parto em gestantes com cesariana prévia Chirlei A Ferreira