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Azulejos
Adriana Varejão
É uma artista plástica brasileira contemporânea; que se
destaca no Brasil e no exterior. Nascida em 1964, no Rio de
Janeiro, iniciou a sua carreira nos anos 80 e fez a sua
primeira exposição individual em 1988. Na década de 90,
foi incluída em inúmeras mostras importantes e aos poucos
foi revelando o amadurecimento da sua obra.
Em suas obras, que se situam entre a pintura e o relevo,
Adriana emprega frequentemente cortes e suturas em
telas e outros suportes que permitem entrever materiais
internos que imitam o aspecto de carne. A artista explora
temas como a teatralidade, o desejo e os artifícios
presentes no barroco, associando pintura, escultura e
arquitetura em seus trabalhos.
Nos trabalhos recentes, a artista desenvolve
ambientes virtuais geometrizados que
remetem a saunas, piscinas e banheiros, em
que retoma questões intrínsecas à pintura
como profundidade, espaço e cor.
“Partindo do seu interesse pela reprodução de elementos históricos
e culturais da tradição brasileira, Adriana Varejão satisfaz o seu
desejo de reconfigurar o corpo humano, através da representação
da carne corporal como elemento estético. A carne humana é
colocada sobre o símbolo da colonização "Azulejões" para chamar
de novo a atenção sobre a atrocidade desta experiência. Os
colonizadores aparecem como os carniceiros do mundo do final do
século XIX. A artista “desconstrói” o corpo e a sua imagem, dandonos a ver os fragmentos ensanguentados do corpo humano e do
“corpo” social. Esta é uma clara alusão à violência que caracteriza a
História social do Brasil. A violência, expressa na obra da artista,
permite uma profunda reflexão sobre o sofrimento das camadas
sociais no Brasil, durante o período da colonização e da escravatura.
A artista mostra, assim, de uma forma muito singular, os laços
entre o real e o imaginário, através da dilaceração e da exposição
dos corpos dos mártires da História colonial. Através dos sentidos, o
corpo participa da realidade mesmo por meio das suas feridas,
sendo definitivamente penetrado pelo mundo exterior.
A carne “barroca” mostra-se e vem descobrir
sensações do exterior. A pele da pintura está nua
e sem defesa, ela experiência a vida, mas é
também uma superfície passiva, exposta e,
portanto, aberta ao exterior. O laço entre a
interioridade e a exterioridade é conseguido a
partir da ferida. A vitalidade das suas feridas
demonstra uma riqueza e um dinamismo que,
constantemente, evoca a memória de existências
espedaçadas. O corpo mistura-se com a pintura a
fim de revelar a sua própria identidade de carne
ferida e martirizada. O corpo mutilado e
desmembrado faz assim justiça às diferenças de
classes, de gêneros e de etnias, tirando do sério
todos os binarismos.”
Athos Bulcão
Athos Bulcão (Rio de Janeiro, 2 de julho de 1918 - Brasília, 31 de
julho de 2008).
Foi um renomado pintor, escultor, arquiteto, desenhista e
mosaicista brasileiro.
Nascido no bairro carioca do Catete, desistiu do curso
de medicina em 1939 para se dedicar às artes visuais. Sua primeira
exposição individual veio em 1944, na inauguração da sede
do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em sua cidade natal.
Em 1945 trabalhou como assistente de Cândido Portinari no painel
de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo
Horizonte. Em seguida, mudou-se para Paris, onde viveu até 1949.
Foi funcionário do Serviço de Documentação
do Ministério da Educação e Cultura, onde trabalhou
com ilustração de publicações. Também realizou
trabalhos como artista gráfico e desenhista.
Na função de escultor e mosaista, passou a colaborar
com Oscar Niemeyer em 1955, integrando o esforço de
construção de Brasília a partir de 1957. Em 1958,
mudou-se definitivamente para a capital brasileira.
Nos anos 1960, estabeleceu parceria com o
arquiteto João Filgueiras Lima, cujas obras
eventualmente apresentam painéis criados por Athos.
Pelo conjunto da obra, recebeu vários prêmios e
condecorações, como a Ordem do Mérito Cultural,
recebida em 1995 do Ministério da Cultura.
Faleceu aos 90 anos de idade no Hospital Sarah
Kubitschek da Asa Sul em Brasília, devido a
complicações do mal de Parkinson.
Azulejos
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  • 2. Adriana Varejão É uma artista plástica brasileira contemporânea; que se destaca no Brasil e no exterior. Nascida em 1964, no Rio de Janeiro, iniciou a sua carreira nos anos 80 e fez a sua primeira exposição individual em 1988. Na década de 90, foi incluída em inúmeras mostras importantes e aos poucos foi revelando o amadurecimento da sua obra. Em suas obras, que se situam entre a pintura e o relevo, Adriana emprega frequentemente cortes e suturas em telas e outros suportes que permitem entrever materiais internos que imitam o aspecto de carne. A artista explora temas como a teatralidade, o desejo e os artifícios presentes no barroco, associando pintura, escultura e arquitetura em seus trabalhos.
  • 3.
  • 4. Nos trabalhos recentes, a artista desenvolve ambientes virtuais geometrizados que remetem a saunas, piscinas e banheiros, em que retoma questões intrínsecas à pintura como profundidade, espaço e cor.
  • 5. “Partindo do seu interesse pela reprodução de elementos históricos e culturais da tradição brasileira, Adriana Varejão satisfaz o seu desejo de reconfigurar o corpo humano, através da representação da carne corporal como elemento estético. A carne humana é colocada sobre o símbolo da colonização "Azulejões" para chamar de novo a atenção sobre a atrocidade desta experiência. Os colonizadores aparecem como os carniceiros do mundo do final do século XIX. A artista “desconstrói” o corpo e a sua imagem, dandonos a ver os fragmentos ensanguentados do corpo humano e do “corpo” social. Esta é uma clara alusão à violência que caracteriza a História social do Brasil. A violência, expressa na obra da artista, permite uma profunda reflexão sobre o sofrimento das camadas sociais no Brasil, durante o período da colonização e da escravatura. A artista mostra, assim, de uma forma muito singular, os laços entre o real e o imaginário, através da dilaceração e da exposição dos corpos dos mártires da História colonial. Através dos sentidos, o corpo participa da realidade mesmo por meio das suas feridas, sendo definitivamente penetrado pelo mundo exterior.
  • 6. A carne “barroca” mostra-se e vem descobrir sensações do exterior. A pele da pintura está nua e sem defesa, ela experiência a vida, mas é também uma superfície passiva, exposta e, portanto, aberta ao exterior. O laço entre a interioridade e a exterioridade é conseguido a partir da ferida. A vitalidade das suas feridas demonstra uma riqueza e um dinamismo que, constantemente, evoca a memória de existências espedaçadas. O corpo mistura-se com a pintura a fim de revelar a sua própria identidade de carne ferida e martirizada. O corpo mutilado e desmembrado faz assim justiça às diferenças de classes, de gêneros e de etnias, tirando do sério todos os binarismos.”
  • 7.
  • 8.
  • 9.
  • 10.
  • 11.
  • 12.
  • 13.
  • 14.
  • 15.
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  • 28.
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  • 30.
  • 31.
  • 32.
  • 33.
  • 34. Athos Bulcão Athos Bulcão (Rio de Janeiro, 2 de julho de 1918 - Brasília, 31 de julho de 2008). Foi um renomado pintor, escultor, arquiteto, desenhista e mosaicista brasileiro. Nascido no bairro carioca do Catete, desistiu do curso de medicina em 1939 para se dedicar às artes visuais. Sua primeira exposição individual veio em 1944, na inauguração da sede do Instituto dos Arquitetos do Brasil, em sua cidade natal. Em 1945 trabalhou como assistente de Cândido Portinari no painel de São Francisco de Assis da Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte. Em seguida, mudou-se para Paris, onde viveu até 1949.
  • 35. Foi funcionário do Serviço de Documentação do Ministério da Educação e Cultura, onde trabalhou com ilustração de publicações. Também realizou trabalhos como artista gráfico e desenhista. Na função de escultor e mosaista, passou a colaborar com Oscar Niemeyer em 1955, integrando o esforço de construção de Brasília a partir de 1957. Em 1958, mudou-se definitivamente para a capital brasileira. Nos anos 1960, estabeleceu parceria com o arquiteto João Filgueiras Lima, cujas obras eventualmente apresentam painéis criados por Athos. Pelo conjunto da obra, recebeu vários prêmios e condecorações, como a Ordem do Mérito Cultural, recebida em 1995 do Ministério da Cultura. Faleceu aos 90 anos de idade no Hospital Sarah Kubitschek da Asa Sul em Brasília, devido a complicações do mal de Parkinson.