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Número 8 - 2010




                                                           aterosclerose
                                                           e insuficiência
                                                                 cardíaca
                                                                 Cardíaca




     Material de distribuição exclusiva à classe médica.




                     O que dizem os estudos sobre os tratamentos da insuficiência cardíaca

11362 PM CardioM8.indd 9                                                                    02/12/10 17:34
Editorial
                                                                                                                    doença arterial coronariana, causada pela aterosclerose,
                                                                                                                      é uma das etiologias mais prevalentes da insuficiência
                                                                                         Número 8 - 2010               cardíaca (IC). “Evento crônico, silencioso, geralmente
                                                                                                                         ignorado e desconhecido pelo paciente, a ateroscle-
                                                                     aterosclerose
                                                                     e insuficiência                       rose, em especial a coronariana, tem como principal complica-
                                                                           cardíaca                        ção o infarto do miocárdio, que invariavelmente leva à disfunção
                                                                                                           ventricular e à insuficiência cardíaca”, afirma o diretor científico
                                                                                                           do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de
                                                                                                           Cardiologia (DA-SBC), Dr. Hermes Toros Xavier. No Brasil,
                                                                                                           dois milhões de indivíduos sofrem de IC. A hipertensão arte-
               Material de distribuição exclusiva à classe Médica.
                                                                                                           rial, o diabetes mellitus, a obesidade e a síndrome metabólica são
                                                                                                           considerados a via comum para a progressão da doença ateros-
                           o que dizem os estudos sobre os tratamentos da insuficiência cardíaca

                                                                                                           clerótica coronária e os eventos isquêmicos que levam à insufi-
                                Editora responsável: Silvia Campolim
                                                                                                           ciência cardíaca. Segundo Dr. Hermes, por ser uma desordem
                                Diretora de arte: Renata Variso Peres                                      multifatorial subestimada, na maioria das vezes, a aterosclerose
                                Designer: Carlos Eduardo Müller
                                Revisora: Renata Del Nero
                                                                                                           persiste, lamentavelmente, acometendo número cada vez maior
                                                                                                           de indivíduos. Como é uma doença que apresenta altas taxas de
                                A revista Pesquisa Médica Especial	
                                Cardiometabolismo é uma publicação
                                                                                                           morbidade e mortalidade, diminui a qualidade de vida dos pa-
                                da Segmento Farma Editores Ltda.                                           cientes e tem alto impacto econômico, os especialistas conside-
                                Diretor-geral: Idelcio D. Patricio
                                                                                                           ram ser necessário definir ações específicas de prevenção da IC.
                                Diretor executivo: Jorge Rangel
                                Gerente comercial: Rodrigo Mourão
                                                                                                           Na entrevista que apresentamos a seguir, o diretor científico do
                                Jornalista: Daniela Barros - MTb 39.311                                    Departamento de Aterosclerose da SBC fala sobre o uso de es-
                                Gerentes de negócios: Claudia Serrano,
                                Eli Proença e Marcela Crespi                                               tatinas na IC, os tratamentos farmacológicos combinados e as
                                Coordenadora editorial: Fabiana de Paula Souza
                                Produtor gráfico: Fabio Rangel                                             medidas de prevenção dos fatores de risco. Confira.
                                Cód. da publicação: 11362.12.10

                                                                                                                                                                    Silvia Campolim
                                Rua Anseriz, 27                                                                                                                              Editora-chefe
                                Campo Belo – São Paulo, SP
                                04618-050 – Tel.: (11) 3093-3300
                                www.segmentofarma.com.br
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               Precisamos de sua opinião para




                                                                                                                           4
               melhorar a Pesquisa Médica. Deixe
               suas observações no site:
               www.revistapesquisamedica.com.br                                                                                    Aterosclerose coronariana
                                                                                                                                   Intervenções para prevenção
                                                                                                                                   da insuficiência cardíaca
                                                                                                                                   A doença arterial coronariana, causada pela aterosclerose,
                                                                                                                                   é uma das etiologias mais prevalentes da insuficiência
                                                                                                                                   cardíaca (IC). A hipertensão arterial, o diabetes mellitus,
                                                                                                                                   a obesidade e a síndrome metabólica são considerados a
                                                                                                                                   via comum para a progressão da doença aterosclerótica
                                                                                                                                   coronária e os eventos isquêmicos que levam à IC.




11362 PM CardioM8.indd 3                                                                                                                                                                     02/12/10 17:34
Cardiometabolismo




                       Aterosclerose coronariana
                   Intervenções para prevenção
                       da insuficiência cardíaca
                                                                                                                                                         Por Cristiana Bravo
                                                                                                                                                                 Da Redação
                                                                                                                                                                     Fonte
                                                                                               Dr. Hermes Toros Xavier, diretor científico do Departamento de Aterosclerose
                                                                                                          da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DA-SBC) (em entrevista).


                                           A doença arterial coronariana, causada pela aterosclerose, é uma das etiologias mais
                                          prevalentes da insuficiência cardíaca (IC). A hipertensão arterial, o diabetes mellitus, a
                                           obesidade e a síndrome metabólica são considerados a via comum para a progressão
                                                   da doença aterosclerótica coronária e os eventos isquêmicos que levam à IC.

                                     Uma enfermidade comum, a insuficiência cardíaca (IC)                  A American Heart Association (AHA) e o American Col-
                                     acomete 2% da população mundial, mas vem apresen-                   lege of Cardiology (ACC) definem a IC como uma “síndro-
                                     tando prevalência crescente devida ao aumento global da             me clínica complexa, decorrente de qualquer transtorno
                                     população de idosos. No Brasil, segundo o DATASUS,                  cardíaco estrutural ou funcional, que diminui a capaci-
                                     existem dois milhões de indivíduos diagnosticados e sur-            dade do ventrículo em preencher ou ejetar o sangue”.
                                     gem por ano no País 240 mil novos casos. Como é uma                 É manifestada por fadiga e dispneia, capacidade redu-
                                     doença que apresenta altas taxas de morbidade e morta-              zida de exercício e está associada à retenção de fluidos.
                                     lidade, diminui a qualidade de vida dos pacientes e tem             Várias enfermidades estão envolvidas em sua etiologia
                                     alto impacto econômico, os especialistas consideram ser             (Tabela 1). No Brasil, essas causas estão associadas à
                                     necessário definir ações específicas de prevenção da IC.            desnutrição e a doenças como Chagas.

                                     Tabela 1. Etiologia da IC no Brasil
                                       Etiologia                                 Situação clínica
                                       Doença isquêmica                          Especialmente na presença de fatores de risco, angina ou disfunção segmentar
                                       Hipertensão arterial                      Frequentemente associada à hipertrofia ventricular e à fração de ejeção preservada
                                       Doença de Chagas                          Especialmente na presença de dados epidemiológicos sugestivos e BRD/BDAS
                                       Cardiomiopatia                            Hipertrófica, dilatada, restritiva e displasia arritmogênica do ventrículo direito
                                       Drogas                                    Bloqueadores de canal de cálcio, agentes citotóxicos
                                       Toxinas                                   Álcool, cocaína, microelementos (mercúrio, cobalto e arsênio)
                                       Doenças endócrinas                        Diabetes, hipo/hipertireoidismo, Cushing, insuficiência adrenal, feocromocitoma, hiper-
                                                                                 secreção do hormônio de crescimento
                                       Nutricional                               Deficiência de selênio, tiamina, carnitina, obesidade, caquexia
                                       Infiltrativa                              Sarcoidose, amiloidose, hemocromatose
                                       Doença extracardíaca                      Fístula arteriovenosa, beribéri, doença de Paget, anemia
                                       Outras                                    Periparto, miocardiopatia do HIV, doença renal crônica
                                     BRD = bloqueio de ramo direito; BDAS = bloqueio divisional anterossuperior.
                                     Fonte: III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica
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A doença arterial coronariana, causada pela ateroscle-     anti-inflamatória, que são muito importantes na síndro-
     rose, é uma das etiologias mais prevalentes da IC, de         me isquêmica aguda. No estudo PRISM (The Platelet
     acordo com Dr. Hermes Toros Xavier, diretor científico        Receptor Inhibition in Ischemic Syndrome Management), a
     do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Bra-            interrupção do tratamento com estatinas predisse pior
     sileira de Cardiologia (DA-SBC). “Evidências recentes         evolução em todos os desfechos clínicos e nos níveis dos
     vêm redefinindo o conceito da aterosclerose como sendo        marcadores de necrose como a troponina”.
     uma desordem sistêmica, resultante da interação de múl-          Na IC instalada, entretanto, o uso das estatinas
     tiplos processos, associados principalmente a estados de      mostra-se controverso, segundo Dr. Hermes Toros
     hiperlipidemia, disfunção endotelial e resposta inflama-      Xavier. “Considerando o sucesso dessa medicação
     tória”, diz o especialista. “Esses processos, associados      na prevenção de eventos cardiovasculares, não nos
     a fatores genéticos e influências hemodinâmicas locais,       surpreende a tentativa de estender seu uso à IC”, ele
     promovem a formação da placa aterosclerótica como             diz. “Porém, os resultados de estudos especialmen-
     uma resposta reparadora da parede arterial”, acrescenta       te desenhados para avaliar tal uso não foram muito
     Dr. Hermes. “Evento crônico, silencioso, geralmente           favoráveis”, acrescenta, fazendo a ressalva de que as
     ignorado e desconhecido pelo paciente, a aterosclerose,       conclusões ainda não devem ser consideradas defi-
     em especial a coronariana, tem como principal compli-         nitivas. “Na verdade, o racional para a indicação das
     cação o infarto do miocárdio, que invariavelmente leva à      estatinas na IC parte da premissa básica de que esta
     disfunção ventricular e à IC. Esta última, considerada o      é caracterizada por inflamação, disfunção endotelial
     estágio final do continuum cardiovascular”.                   e ativação neuro-hormonal, condições que são, clara-
        A hipertensão arterial, o diabetes mellitus, a obesidade   mente, atenuadas pela ação das estatinas”.
     e a síndrome metabólica são considerados a via comum             O estudo CORONA (Controlled Rosuvastatin Multi-
     para a progressão da doença aterosclerótica coronária         national Study in Heart Failure), publicado em 2007 no
     e os eventos isquêmicos que levam à IC. Segundo Dr.           New England Journal of Medicine, que incluiu mais de
     Hermes, por ser uma desordem multifatorial subesti-           5.000 pacientes com idade média de 73 anos, em um se-
     mada, na maioria das vezes, a aterosclerose persiste,         guimento de 33 meses, avaliou o efeito da rosuvastatina
     lamentavelmente, acometendo número cada vez maior             na IC e demonstrou que elas não diminuíram a mortali-
     de indivíduos. “Devemos lembrar que o aumento da ex-          dade dos idosos com IC, mas reduziram o número total
     pectativa de vida tem sido acompanhado de um notável          de hospitalizações desses pacientes. Os participantes fo-
     incremento na mortalidade e na morbidade imposta              ram randomizados em dois grupos, placebo e tratamen-
     pelas complicações da aterosclerose, que se constitui         to com rosuvastatina. Para a equipe de pesquisadores
     no grupo de doenças de maior interesse dentre as en-          do CORONA, o medicamento, provavelmente, evitou o
     fermidades crônicas não transmissíveis”.                      desenvolvimento da doença coronária aguda que con-
                                                                   tribuía para esses episódios.
     Estatinas na IC                                                  Uma explicação alternativa é que a rosuvastatina
     Um dos meios para prevenção da aterosclerose e, con-          reduziu a isquemia miocárdica ao melhorar a função
     sequentemente, da doença aterosclerótica coronariana é        endotelial e microvascular, ou por ter alguma ação em
     o controle da colesterolemia pelas estatinas. Em pacien-      cardiomiócitos, em razão do efeito pleiotrópico desses
     tes com doença arterial coronariana instalada, as esta-       medicamentos. Segundo Dr. Hermes Xavier, “o trata-
     tinas previnem a ocorrência de IC, não só pela redução        mento com estatina não demonstrou benefício signifi-
     do colesterol, mas por outras ações como diminuição da        cativo sobre os desfechos cardiovasculares no estudo
     inflamação e melhora da função endotelial, considerada        CORONA, mas na análise de subgrupos da amostra,
     responsável pela falência múltipla de órgãos na IC.           como a dos pacientes identificados pelos biomarcado-
       O diretor científico do Departamento de Ateroscle-          res NT-ProBNP e PCR, foi constatada redução signi-
     rose da SBC afirma que “estudos, como o MIRACL                ficativa de eventos”.
     (Myocardial Ischemia Reduction with Aggressive Choleste-         Os próprios pesquisadores responsáveis pelo estudo
     rol Lowering) e o PROVE-IT (Pravastatin or Atorvastatin       afirmaram que, em relação aos desfechos cardiovascu-
     Evaluation and Infection Therapy) já demonstraram cla-        lares, “existe a possibilidade de que não se tenha feito
     ramente que o uso de estatinas na fase aguda do infarto       o seguimento em prazo suficiente para se ver o efeito
     do miocárdio pode conferir maior proteção, reduzindo          benéfico do tratamento”. “O médico pode impedir que
     os desfechos principais e a mortalidade. As estatinas         o paciente com aterosclerose desenvolva IC”, aconse-
     produzem efeitos independentes da redução do coles-           lha Dr. Hermes, “por meio de orientações sobre uma
     terol, como a restauração da função endotelial e a ação       vida mais saudável e controle global dos fatores de risco

                                                                                                       PESQUISA MÉDICA Especial | CARDIOMETABOLISMO | No 8 | 2010   5




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Cardiometabolismo



                                     cardiovascular. Estas são intervenções que já demons-                                                      O aumento na incidência de IC está relacionado aos
                                     traram melhorar o prognóstico evolutivo dos pacientes,                                                   avanços terapêuticos no tratamento do infarto agudo
                                     com benefícios clínicos inequívocos na redução do risco                                                  do miocárdio, da hipertensão arterial e da própria IC.
                                     de eventos e na mortalidade”.                                                                            Eles aumentaram a sobrevida dos pacientes e, conse-
                                                                                                                                              quentemente, a prevalência da síndrome e o inevitável
                                     Prevenção de riscos                                                                                      crescimento de internações hospitalares. Diante dos
                                     Em razão da variedade de fatores que concorrem, si-                                                      custos que representa para o sistema hospitalar, nos
                                     multaneamente, para o desenvolvimento da IC, é mui-                                                      países cuja população idosa é crescente, a IC é consi-
                                     to difícil determinar sua causa básica. Condições como                                                   derada hoje como um importante problema de saúde
                                     hipertensão arterial, doença aterosclerótica, diabetes                                                   pública. Apesar do reconhecimento atual sobre a im-
                                     mellitus, obesidade e síndrome metabólica são fatores de                                                 portância da IC, em nosso meio faltam dados epidemio-
                                     risco que, se controlados, retardam o desenvolvimento                                                    lógicos, clínicos e terapêuticos sobre a doença, o que
                                     da síndrome (Tabela 2).                                                                                  dificulta a elaboração de estratégias preventivas.


                                     Tabela 2. Manuseio dos fatores de risco para desenvolvimento da IC
                                       Fator de risco                                                       População                                                           Objetivo do tratamento
                                                                                                            Sem diabetes ou doença renal                                        < 140/90 mmHg
                                                                                                            Diabetes                                                            < 130/80 mmHg
                                       Hipertensão
                                                                                                            Insuficiência renal >1 g/dia de proteinúria 125/75 mmHg
                                                                                                            Insuficiência renal <1 g/dia de proteinúria 130/85 mmHg
                                       Diabetes                                                                                                                                 Conforme diretrizes da ADA
                                       Dislipidemia                                                                                                                             Conforme diretrizes da SBC
                                                                                                                                                                                Manter atividade aeróbica por 20 a 30
                                       Sedentarismo                                                         Para todos
                                                                                                                                                                                minutos, três a cinco vezes por semana
                                                                                                            Para todos com índice de massa corporal
                                       Obesidade                                                                                                                                Redução do peso para IMC< 30 kg/m2
                                                                                                            (IMC) > 30 kg/m2
                                                                                                                                                                                Limitar ingestão de álcool para uma ou
                                                                                                            Homens
                                                                                                                                                                                duas doses/dia
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                                       Dieta hiperssódica
                                                                                                            Para todos                                                          Dieta rica em potássio/cálcio
                                     Fonte: III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica




                                     Referências
                                     Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Ayub-Ferreira SM, Rohde LE, Oliveira WA, Almeida DR, et                   Rosuvastatin Multinational Trial in Heart Failure (CORONA): a retrospective analysis. Circulation.
                                     al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica.      2009 Dec 1;120(22):2188-96.
                                     Arq Bras Cardiol. 2009;92(6 supl.1):1-71.
                                                                                                                                              Nogueira PR, Rassi S, Corrêa KS. Perfil epidemiológico, clínico e terapêutico da insuficiência cardíaca
                                     Cannon CP, Braunwald E, McCabe CH, Rader DJ, Rouleau JL, Belder R, et al. Comparison of Intensive        em hospital terciário. Arq Bras Cardiol. 2010;95(3).
                                     and Moderate Lipid Lowering with Statins after Acute Coronary Syndromes (PROVE-IT-TIMI 22).
                                     N Engl J Med. 2004 Apr 8;350(15):1495-504. Epub 2004 Mar 8.                                              Schwartz GG, Olsson AG, Ezekowitz MD, Ganz P, Oliver MF, Waters D, et al. Effects of atorvastatin
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                                     with systolic heart failure (CORONA). N Engl J Med. 2007 Nov 29;357(22):2248-61.                         controlled trial. JAMA. 2001 Apr 4;285(13):1711-8.

                                     McMurray JJ, Kjekshus J, Gullestad L, Dunselman P, Hjalmarson A, Wedel H, et al. Effects of statin       Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras
                                     therapy according to plasma high-sensitivity C-reactive protein concentration in the Controlled          Cardiol. 2009;92(6 supl.1):1-71.




                                                           Este material estará disponível em nosso portal científico www.torrentonline.com.br a partir de 4/3/2011.

          6   PESQUISA MÉDICA Especial | CARDIOMETABOLISMO | No 8 | 2010




11362 PM CardioM8.indd 6                                                                                                                                                                                                                    02/12/10 17:34

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Aterosclerose e IC

  • 1. Número 8 - 2010 aterosclerose e insuficiência cardíaca Cardíaca Material de distribuição exclusiva à classe médica. O que dizem os estudos sobre os tratamentos da insuficiência cardíaca 11362 PM CardioM8.indd 9 02/12/10 17:34
  • 2. Editorial doença arterial coronariana, causada pela aterosclerose, é uma das etiologias mais prevalentes da insuficiência Número 8 - 2010 cardíaca (IC). “Evento crônico, silencioso, geralmente ignorado e desconhecido pelo paciente, a ateroscle- aterosclerose e insuficiência rose, em especial a coronariana, tem como principal complica- cardíaca ção o infarto do miocárdio, que invariavelmente leva à disfunção ventricular e à insuficiência cardíaca”, afirma o diretor científico do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DA-SBC), Dr. Hermes Toros Xavier. No Brasil, dois milhões de indivíduos sofrem de IC. A hipertensão arte- Material de distribuição exclusiva à classe Médica. rial, o diabetes mellitus, a obesidade e a síndrome metabólica são considerados a via comum para a progressão da doença ateros- o que dizem os estudos sobre os tratamentos da insuficiência cardíaca clerótica coronária e os eventos isquêmicos que levam à insufi- Editora responsável: Silvia Campolim ciência cardíaca. Segundo Dr. Hermes, por ser uma desordem Diretora de arte: Renata Variso Peres multifatorial subestimada, na maioria das vezes, a aterosclerose Designer: Carlos Eduardo Müller Revisora: Renata Del Nero persiste, lamentavelmente, acometendo número cada vez maior de indivíduos. Como é uma doença que apresenta altas taxas de A revista Pesquisa Médica Especial Cardiometabolismo é uma publicação morbidade e mortalidade, diminui a qualidade de vida dos pa- da Segmento Farma Editores Ltda. cientes e tem alto impacto econômico, os especialistas conside- Diretor-geral: Idelcio D. Patricio ram ser necessário definir ações específicas de prevenção da IC. Diretor executivo: Jorge Rangel Gerente comercial: Rodrigo Mourão Na entrevista que apresentamos a seguir, o diretor científico do Jornalista: Daniela Barros - MTb 39.311 Departamento de Aterosclerose da SBC fala sobre o uso de es- Gerentes de negócios: Claudia Serrano, Eli Proença e Marcela Crespi tatinas na IC, os tratamentos farmacológicos combinados e as Coordenadora editorial: Fabiana de Paula Souza Produtor gráfico: Fabio Rangel medidas de prevenção dos fatores de risco. Confira. Cód. da publicação: 11362.12.10 Silvia Campolim Rua Anseriz, 27 Editora-chefe Campo Belo – São Paulo, SP 04618-050 – Tel.: (11) 3093-3300 www.segmentofarma.com.br segmentofarma@segmentofarma.com.br O conteúdo publicado na revista Pesquisa Médica é responsabilidade exclusiva da Segmento Farma Editores. Precisamos de sua opinião para 4 melhorar a Pesquisa Médica. Deixe suas observações no site: www.revistapesquisamedica.com.br Aterosclerose coronariana Intervenções para prevenção da insuficiência cardíaca A doença arterial coronariana, causada pela aterosclerose, é uma das etiologias mais prevalentes da insuficiência cardíaca (IC). A hipertensão arterial, o diabetes mellitus, a obesidade e a síndrome metabólica são considerados a via comum para a progressão da doença aterosclerótica coronária e os eventos isquêmicos que levam à IC. 11362 PM CardioM8.indd 3 02/12/10 17:34
  • 3. Cardiometabolismo Aterosclerose coronariana Intervenções para prevenção da insuficiência cardíaca Por Cristiana Bravo Da Redação Fonte Dr. Hermes Toros Xavier, diretor científico do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DA-SBC) (em entrevista). A doença arterial coronariana, causada pela aterosclerose, é uma das etiologias mais prevalentes da insuficiência cardíaca (IC). A hipertensão arterial, o diabetes mellitus, a obesidade e a síndrome metabólica são considerados a via comum para a progressão da doença aterosclerótica coronária e os eventos isquêmicos que levam à IC. Uma enfermidade comum, a insuficiência cardíaca (IC) A American Heart Association (AHA) e o American Col- acomete 2% da população mundial, mas vem apresen- lege of Cardiology (ACC) definem a IC como uma “síndro- tando prevalência crescente devida ao aumento global da me clínica complexa, decorrente de qualquer transtorno população de idosos. No Brasil, segundo o DATASUS, cardíaco estrutural ou funcional, que diminui a capaci- existem dois milhões de indivíduos diagnosticados e sur- dade do ventrículo em preencher ou ejetar o sangue”. gem por ano no País 240 mil novos casos. Como é uma É manifestada por fadiga e dispneia, capacidade redu- doença que apresenta altas taxas de morbidade e morta- zida de exercício e está associada à retenção de fluidos. lidade, diminui a qualidade de vida dos pacientes e tem Várias enfermidades estão envolvidas em sua etiologia alto impacto econômico, os especialistas consideram ser (Tabela 1). No Brasil, essas causas estão associadas à necessário definir ações específicas de prevenção da IC. desnutrição e a doenças como Chagas. Tabela 1. Etiologia da IC no Brasil Etiologia Situação clínica Doença isquêmica Especialmente na presença de fatores de risco, angina ou disfunção segmentar Hipertensão arterial Frequentemente associada à hipertrofia ventricular e à fração de ejeção preservada Doença de Chagas Especialmente na presença de dados epidemiológicos sugestivos e BRD/BDAS Cardiomiopatia Hipertrófica, dilatada, restritiva e displasia arritmogênica do ventrículo direito Drogas Bloqueadores de canal de cálcio, agentes citotóxicos Toxinas Álcool, cocaína, microelementos (mercúrio, cobalto e arsênio) Doenças endócrinas Diabetes, hipo/hipertireoidismo, Cushing, insuficiência adrenal, feocromocitoma, hiper- secreção do hormônio de crescimento Nutricional Deficiência de selênio, tiamina, carnitina, obesidade, caquexia Infiltrativa Sarcoidose, amiloidose, hemocromatose Doença extracardíaca Fístula arteriovenosa, beribéri, doença de Paget, anemia Outras Periparto, miocardiopatia do HIV, doença renal crônica BRD = bloqueio de ramo direito; BDAS = bloqueio divisional anterossuperior. Fonte: III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 4 PESQUISA MÉDICA Especial | CARDIOMETABOLISMO | No 8 | 2010 11362 PM CardioM8.indd 4 02/12/10 17:34
  • 4. A doença arterial coronariana, causada pela ateroscle- anti-inflamatória, que são muito importantes na síndro- rose, é uma das etiologias mais prevalentes da IC, de me isquêmica aguda. No estudo PRISM (The Platelet acordo com Dr. Hermes Toros Xavier, diretor científico Receptor Inhibition in Ischemic Syndrome Management), a do Departamento de Aterosclerose da Sociedade Bra- interrupção do tratamento com estatinas predisse pior sileira de Cardiologia (DA-SBC). “Evidências recentes evolução em todos os desfechos clínicos e nos níveis dos vêm redefinindo o conceito da aterosclerose como sendo marcadores de necrose como a troponina”. uma desordem sistêmica, resultante da interação de múl- Na IC instalada, entretanto, o uso das estatinas tiplos processos, associados principalmente a estados de mostra-se controverso, segundo Dr. Hermes Toros hiperlipidemia, disfunção endotelial e resposta inflama- Xavier. “Considerando o sucesso dessa medicação tória”, diz o especialista. “Esses processos, associados na prevenção de eventos cardiovasculares, não nos a fatores genéticos e influências hemodinâmicas locais, surpreende a tentativa de estender seu uso à IC”, ele promovem a formação da placa aterosclerótica como diz. “Porém, os resultados de estudos especialmen- uma resposta reparadora da parede arterial”, acrescenta te desenhados para avaliar tal uso não foram muito Dr. Hermes. “Evento crônico, silencioso, geralmente favoráveis”, acrescenta, fazendo a ressalva de que as ignorado e desconhecido pelo paciente, a aterosclerose, conclusões ainda não devem ser consideradas defi- em especial a coronariana, tem como principal compli- nitivas. “Na verdade, o racional para a indicação das cação o infarto do miocárdio, que invariavelmente leva à estatinas na IC parte da premissa básica de que esta disfunção ventricular e à IC. Esta última, considerada o é caracterizada por inflamação, disfunção endotelial estágio final do continuum cardiovascular”. e ativação neuro-hormonal, condições que são, clara- A hipertensão arterial, o diabetes mellitus, a obesidade mente, atenuadas pela ação das estatinas”. e a síndrome metabólica são considerados a via comum O estudo CORONA (Controlled Rosuvastatin Multi- para a progressão da doença aterosclerótica coronária national Study in Heart Failure), publicado em 2007 no e os eventos isquêmicos que levam à IC. Segundo Dr. New England Journal of Medicine, que incluiu mais de Hermes, por ser uma desordem multifatorial subesti- 5.000 pacientes com idade média de 73 anos, em um se- mada, na maioria das vezes, a aterosclerose persiste, guimento de 33 meses, avaliou o efeito da rosuvastatina lamentavelmente, acometendo número cada vez maior na IC e demonstrou que elas não diminuíram a mortali- de indivíduos. “Devemos lembrar que o aumento da ex- dade dos idosos com IC, mas reduziram o número total pectativa de vida tem sido acompanhado de um notável de hospitalizações desses pacientes. Os participantes fo- incremento na mortalidade e na morbidade imposta ram randomizados em dois grupos, placebo e tratamen- pelas complicações da aterosclerose, que se constitui to com rosuvastatina. Para a equipe de pesquisadores no grupo de doenças de maior interesse dentre as en- do CORONA, o medicamento, provavelmente, evitou o fermidades crônicas não transmissíveis”. desenvolvimento da doença coronária aguda que con- tribuía para esses episódios. Estatinas na IC Uma explicação alternativa é que a rosuvastatina Um dos meios para prevenção da aterosclerose e, con- reduziu a isquemia miocárdica ao melhorar a função sequentemente, da doença aterosclerótica coronariana é endotelial e microvascular, ou por ter alguma ação em o controle da colesterolemia pelas estatinas. Em pacien- cardiomiócitos, em razão do efeito pleiotrópico desses tes com doença arterial coronariana instalada, as esta- medicamentos. Segundo Dr. Hermes Xavier, “o trata- tinas previnem a ocorrência de IC, não só pela redução mento com estatina não demonstrou benefício signifi- do colesterol, mas por outras ações como diminuição da cativo sobre os desfechos cardiovasculares no estudo inflamação e melhora da função endotelial, considerada CORONA, mas na análise de subgrupos da amostra, responsável pela falência múltipla de órgãos na IC. como a dos pacientes identificados pelos biomarcado- O diretor científico do Departamento de Ateroscle- res NT-ProBNP e PCR, foi constatada redução signi- rose da SBC afirma que “estudos, como o MIRACL ficativa de eventos”. (Myocardial Ischemia Reduction with Aggressive Choleste- Os próprios pesquisadores responsáveis pelo estudo rol Lowering) e o PROVE-IT (Pravastatin or Atorvastatin afirmaram que, em relação aos desfechos cardiovascu- Evaluation and Infection Therapy) já demonstraram cla- lares, “existe a possibilidade de que não se tenha feito ramente que o uso de estatinas na fase aguda do infarto o seguimento em prazo suficiente para se ver o efeito do miocárdio pode conferir maior proteção, reduzindo benéfico do tratamento”. “O médico pode impedir que os desfechos principais e a mortalidade. As estatinas o paciente com aterosclerose desenvolva IC”, aconse- produzem efeitos independentes da redução do coles- lha Dr. Hermes, “por meio de orientações sobre uma terol, como a restauração da função endotelial e a ação vida mais saudável e controle global dos fatores de risco PESQUISA MÉDICA Especial | CARDIOMETABOLISMO | No 8 | 2010 5 11362 PM CardioM8.indd 5 02/12/10 17:34
  • 5. Cardiometabolismo cardiovascular. Estas são intervenções que já demons- O aumento na incidência de IC está relacionado aos traram melhorar o prognóstico evolutivo dos pacientes, avanços terapêuticos no tratamento do infarto agudo com benefícios clínicos inequívocos na redução do risco do miocárdio, da hipertensão arterial e da própria IC. de eventos e na mortalidade”. Eles aumentaram a sobrevida dos pacientes e, conse- quentemente, a prevalência da síndrome e o inevitável Prevenção de riscos crescimento de internações hospitalares. Diante dos Em razão da variedade de fatores que concorrem, si- custos que representa para o sistema hospitalar, nos multaneamente, para o desenvolvimento da IC, é mui- países cuja população idosa é crescente, a IC é consi- to difícil determinar sua causa básica. Condições como derada hoje como um importante problema de saúde hipertensão arterial, doença aterosclerótica, diabetes pública. Apesar do reconhecimento atual sobre a im- mellitus, obesidade e síndrome metabólica são fatores de portância da IC, em nosso meio faltam dados epidemio- risco que, se controlados, retardam o desenvolvimento lógicos, clínicos e terapêuticos sobre a doença, o que da síndrome (Tabela 2). dificulta a elaboração de estratégias preventivas. Tabela 2. Manuseio dos fatores de risco para desenvolvimento da IC Fator de risco População Objetivo do tratamento Sem diabetes ou doença renal < 140/90 mmHg Diabetes < 130/80 mmHg Hipertensão Insuficiência renal >1 g/dia de proteinúria 125/75 mmHg Insuficiência renal <1 g/dia de proteinúria 130/85 mmHg Diabetes Conforme diretrizes da ADA Dislipidemia Conforme diretrizes da SBC Manter atividade aeróbica por 20 a 30 Sedentarismo Para todos minutos, três a cinco vezes por semana Para todos com índice de massa corporal Obesidade Redução do peso para IMC< 30 kg/m2 (IMC) > 30 kg/m2 Limitar ingestão de álcool para uma ou Homens duas doses/dia Mulheres 1 dose/dia Ingestão excessiva de álcool Para todos com tendência ao abuso da ingesta de álcool ou com cardiomiopatia Abstenção alcóolica Tabagismo Para todos Abolir Para todos Máximo 2 g a 3 g de sódio/dia Dieta hiperssódica Para todos Dieta rica em potássio/cálcio Fonte: III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica Referências Bocchi EA, Marcondes-Braga FG, Ayub-Ferreira SM, Rohde LE, Oliveira WA, Almeida DR, et Rosuvastatin Multinational Trial in Heart Failure (CORONA): a retrospective analysis. Circulation. al. Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. 2009 Dec 1;120(22):2188-96. Arq Bras Cardiol. 2009;92(6 supl.1):1-71. Nogueira PR, Rassi S, Corrêa KS. Perfil epidemiológico, clínico e terapêutico da insuficiência cardíaca Cannon CP, Braunwald E, McCabe CH, Rader DJ, Rouleau JL, Belder R, et al. Comparison of Intensive em hospital terciário. Arq Bras Cardiol. 2010;95(3). and Moderate Lipid Lowering with Statins after Acute Coronary Syndromes (PROVE-IT-TIMI 22). N Engl J Med. 2004 Apr 8;350(15):1495-504. Epub 2004 Mar 8. Schwartz GG, Olsson AG, Ezekowitz MD, Ganz P, Oliver MF, Waters D, et al. Effects of atorvastatin on early recurrent ischemic events in acute coronary syndromes: the MIRACL study: a randomized Kjekshus J, Apetrei E, Barrios V, Böhm M, Cleland JG, Cornel JH, et al. Rosuvastatin in older patients with systolic heart failure (CORONA). N Engl J Med. 2007 Nov 29;357(22):2248-61. controlled trial. JAMA. 2001 Apr 4;285(13):1711-8. McMurray JJ, Kjekshus J, Gullestad L, Dunselman P, Hjalmarson A, Wedel H, et al. Effects of statin Sociedade Brasileira de Cardiologia. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras therapy according to plasma high-sensitivity C-reactive protein concentration in the Controlled Cardiol. 2009;92(6 supl.1):1-71. Este material estará disponível em nosso portal científico www.torrentonline.com.br a partir de 4/3/2011. 6 PESQUISA MÉDICA Especial | CARDIOMETABOLISMO | No 8 | 2010 11362 PM CardioM8.indd 6 02/12/10 17:34