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       Obviedades nem tão óbvias para
     alguns que trabalham com marcas



                        Por Carlos Alexandre Monteiro
                     about.me/carlosalexandremonteiro
Antes de fazer boa comunicação,
faça um bom produto.
A publicidade nunca salvou a pele de nenhum produto ruim ou serviço capenga. No máximo só criou
consumidores de primeira e única viagem para eles. E por que, ainda assim, alguns ainda insistiam (ou insistem)
em tentar tapear o público?

A prática de maquiar o que se oferece ao consumidor nasceu antes do SAC, e sobreviveu bem quando o Serviço
de Atendimento ao Consumidor chegou - isso porque, no início, se limitava a um 0800 que, depois de horas e
horas de musiquinha de espera, era pilotado por funcionários que nunca te davam garantia alguma de que a
reclamação do consumuidor seria levada em conta. De que o erro diante dele seria, de fato, reparado como
merecia e merece.

Até que enfim não é mais assim. Se o produto é ruim, se o serviço vai mal, existem outros canais
mais eficazes para se reclamar deles - redes sociais, alguém? ;) - e geralmente, estes novos meios são bem
mais eficientes do que o próprio SAC. Se o consumidor não é atendido, o estardalhaço pode ser fatal -
especialmente se sua comunicação diz o contrário do que seu produto ou serviço de fato é. E não há boa
comunicação que salve uma oferta desastrosa.

Por isso, a dica: antes de comunicar, tenha a certeza de que você está oferecendo o que tem a oferecer de
forma competente. Sua
               comunicação de marca começa na boa experiência
que você proporciona ao seu público.
“Ah, mas não tem como ser perfeito todo o tempo”, você pode dizer. Então, aí vai uma informação valiosa: errou?
Vá e corrija. Todos sabem que problemas podem acontecer. Assim, um bom trabalho não diz respeito
a perfeição, e sim a intenção de acertar de verdade. Aja assim e o boca-a-boca positivo vai
acontecer...e você e sua marca não terão nada a temer.
Vá a campo entender seu público!
Empresas, agências e departamentos de marketing vivem envoltos em encomendas, produções e análises de
pesquisas, estudos comportamentais, focus groups... Tudo buscando entender o público-alvo de seus produtos
e serviços. Eu acho que muitos destes métodos deveriam ser trocados pela prática de laboratório teatral.

Nas artes cênicas, "fazer laboratório" significa estudar um papel vivenciando ao máximo a realidade do
personagem e seu universo. Por exemplo, se o ator vai interpretar um mendigo, o "laboratório" é justamente
sair às ruas vestindo trapos, passar a noite dormindo em calçadas etc. Em outras palavras: aprender a
interpretar o personagem na pele.

Isso aplicado às marcas é simples: quer entender seu consumidor? Levante-se da poltrona, deixe seu
confortável escritório e vá até onde ele está. Mas vá à paisana, como se fosse um deles, ao habitat em
que sua marca é consumida, experimentada, vivida. Converse naturalmente com seus consumidores, com os
da concorrência, com os vendedores, com todos. Inteiramente desarmado. Olhando no olho, no
mesmo nível. Queira entender de verdade e preste atenção em tudo: no que seu consumidor veste, como ele
fala, como se comporta. Tudo. Seja
                      como eles. Misture-se a eles, e prepare-se
para conhecer grandes verdades sobre a sua marca.

E se ouvir algo que não te agrada, nunca,     nunca se melindre: tudo faz parte de
um aprendizado que nenhuma estatística
jamais poderá te dar.
Zona de conforto é zona de
perigo. Evoluir é preciso!
Nem é preciso dizer que tudo está mudando o tempo todo, certo? E é ainda mais óbvio de
que tudo e todos estão incluídos nessa história. Então, por que a sua marca e a comunicação que ela estabelece
deveriam ficar estagnadas?

Mesmo que sua comunicação esteja muito bem, pode acreditar: em time que está ganhando se mexe, sim. Mas
qual a melhor forma de uma marca evoluir sua comunicação sem fugir de sua essência?

É preciso que os profissionais que trabalham com marcas entendam seus respectivos públicos e o que se chama
de Zeitgeist, ou “espírito do tempo”: o conjunto que abrange os momentos cultural, comportamental e intelectual
do mundo. Aliás, não só entender: assimilar
                              verdadeiramente, sem medos, percebendo
como, onde e quando sua marca se enquadra no espírito do tempo.
Na contramão disso tudo, alguns profissionais de marca entendem que a mudança é que representa o perigo, e
que permanecer em suas zonas de segurança e conforto é a melhor estratégia a ser adotada. Estão errados:
a estagnação é que é a maior ameaça. O público adere, rejeita, renova seus pontos de contato,
recicla a linguagem, e a forma com que percebem o que está a seu redor e interagem com tudo. Como não
acompanhá-los?


A evolução da comunicação entre uma marca
e seu público é uma necessidade - e este
deve ser um movimento natural e real.
Experimente a concorrência
sem nenhum pudor.
“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”.
Parece incrível, mas a primeira parte da frase clássica de Sun-Tzu, estrategista e autor de “A Arte da
Guerra” não é só esquecida como renegada por muitos profissionais que trabalham com marcas.

Sério: já vi gente se vangloriar por nunca, nunca experimentar o que a concorrência oferece, como se
isso fosse uma grande prova de amor a marca com que trabalha e, mais do que tudo, a sua empresa, e
condenando colegas de trabalho que o fazem, como se fossem grandes traidores. Que grande besteira.

Experimentar a concorrência é descobrir no que ela acerta - porque sim,
ela é capaz disso! - e no que erra. É, ainda, entender se o seu produto ou serviço está repetindo tais
erros e acertos, tropeçando onde os outros se dão bem ou brilhando onde os demais fracassam.

Meu pai dizia: “A vida só tem bons exemplos: de como se deve fazer...e do que não se deve também”.



Ter contato com a concorrência é uma
oportunidade para conhecer bons exemplos.
Nunca se prive disso.

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  • 2. Antes de fazer boa comunicação, faça um bom produto. A publicidade nunca salvou a pele de nenhum produto ruim ou serviço capenga. No máximo só criou consumidores de primeira e única viagem para eles. E por que, ainda assim, alguns ainda insistiam (ou insistem) em tentar tapear o público? A prática de maquiar o que se oferece ao consumidor nasceu antes do SAC, e sobreviveu bem quando o Serviço de Atendimento ao Consumidor chegou - isso porque, no início, se limitava a um 0800 que, depois de horas e horas de musiquinha de espera, era pilotado por funcionários que nunca te davam garantia alguma de que a reclamação do consumuidor seria levada em conta. De que o erro diante dele seria, de fato, reparado como merecia e merece. Até que enfim não é mais assim. Se o produto é ruim, se o serviço vai mal, existem outros canais mais eficazes para se reclamar deles - redes sociais, alguém? ;) - e geralmente, estes novos meios são bem mais eficientes do que o próprio SAC. Se o consumidor não é atendido, o estardalhaço pode ser fatal - especialmente se sua comunicação diz o contrário do que seu produto ou serviço de fato é. E não há boa comunicação que salve uma oferta desastrosa. Por isso, a dica: antes de comunicar, tenha a certeza de que você está oferecendo o que tem a oferecer de forma competente. Sua comunicação de marca começa na boa experiência que você proporciona ao seu público. “Ah, mas não tem como ser perfeito todo o tempo”, você pode dizer. Então, aí vai uma informação valiosa: errou? Vá e corrija. Todos sabem que problemas podem acontecer. Assim, um bom trabalho não diz respeito a perfeição, e sim a intenção de acertar de verdade. Aja assim e o boca-a-boca positivo vai acontecer...e você e sua marca não terão nada a temer.
  • 3. Vá a campo entender seu público! Empresas, agências e departamentos de marketing vivem envoltos em encomendas, produções e análises de pesquisas, estudos comportamentais, focus groups... Tudo buscando entender o público-alvo de seus produtos e serviços. Eu acho que muitos destes métodos deveriam ser trocados pela prática de laboratório teatral. Nas artes cênicas, "fazer laboratório" significa estudar um papel vivenciando ao máximo a realidade do personagem e seu universo. Por exemplo, se o ator vai interpretar um mendigo, o "laboratório" é justamente sair às ruas vestindo trapos, passar a noite dormindo em calçadas etc. Em outras palavras: aprender a interpretar o personagem na pele. Isso aplicado às marcas é simples: quer entender seu consumidor? Levante-se da poltrona, deixe seu confortável escritório e vá até onde ele está. Mas vá à paisana, como se fosse um deles, ao habitat em que sua marca é consumida, experimentada, vivida. Converse naturalmente com seus consumidores, com os da concorrência, com os vendedores, com todos. Inteiramente desarmado. Olhando no olho, no mesmo nível. Queira entender de verdade e preste atenção em tudo: no que seu consumidor veste, como ele fala, como se comporta. Tudo. Seja como eles. Misture-se a eles, e prepare-se para conhecer grandes verdades sobre a sua marca. E se ouvir algo que não te agrada, nunca, nunca se melindre: tudo faz parte de um aprendizado que nenhuma estatística jamais poderá te dar.
  • 4. Zona de conforto é zona de perigo. Evoluir é preciso! Nem é preciso dizer que tudo está mudando o tempo todo, certo? E é ainda mais óbvio de que tudo e todos estão incluídos nessa história. Então, por que a sua marca e a comunicação que ela estabelece deveriam ficar estagnadas? Mesmo que sua comunicação esteja muito bem, pode acreditar: em time que está ganhando se mexe, sim. Mas qual a melhor forma de uma marca evoluir sua comunicação sem fugir de sua essência? É preciso que os profissionais que trabalham com marcas entendam seus respectivos públicos e o que se chama de Zeitgeist, ou “espírito do tempo”: o conjunto que abrange os momentos cultural, comportamental e intelectual do mundo. Aliás, não só entender: assimilar verdadeiramente, sem medos, percebendo como, onde e quando sua marca se enquadra no espírito do tempo. Na contramão disso tudo, alguns profissionais de marca entendem que a mudança é que representa o perigo, e que permanecer em suas zonas de segurança e conforto é a melhor estratégia a ser adotada. Estão errados: a estagnação é que é a maior ameaça. O público adere, rejeita, renova seus pontos de contato, recicla a linguagem, e a forma com que percebem o que está a seu redor e interagem com tudo. Como não acompanhá-los? A evolução da comunicação entre uma marca e seu público é uma necessidade - e este deve ser um movimento natural e real.
  • 5. Experimente a concorrência sem nenhum pudor. “Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas”. Parece incrível, mas a primeira parte da frase clássica de Sun-Tzu, estrategista e autor de “A Arte da Guerra” não é só esquecida como renegada por muitos profissionais que trabalham com marcas. Sério: já vi gente se vangloriar por nunca, nunca experimentar o que a concorrência oferece, como se isso fosse uma grande prova de amor a marca com que trabalha e, mais do que tudo, a sua empresa, e condenando colegas de trabalho que o fazem, como se fossem grandes traidores. Que grande besteira. Experimentar a concorrência é descobrir no que ela acerta - porque sim, ela é capaz disso! - e no que erra. É, ainda, entender se o seu produto ou serviço está repetindo tais erros e acertos, tropeçando onde os outros se dão bem ou brilhando onde os demais fracassam. Meu pai dizia: “A vida só tem bons exemplos: de como se deve fazer...e do que não se deve também”. Ter contato com a concorrência é uma oportunidade para conhecer bons exemplos. Nunca se prive disso.

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