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Trabalho Realizado Por:
-António Almeida
- Bruno Freitas
O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;           http://www.youtube.com/watch?fe
À roda da nau voou três vezes,               ature=player_embedded&v=f0RS
Voou três vezes a chiar,                     m-OfIqk#
E disse: “Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?”
E o homem do leme disse, tremendo:
“El-Rei D. João Segundo!”
“De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?”
Disse o mostrengo, e rodou três vezes,
Três vezes rodou imundo e grosso,
“Quem vem poder o que eu só posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?”
E o homem do leme tremeu e disse:
“El-Rei D. João Segundo!”
Três vezes do leme as mãos ergueu,
Três vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer três vezes:
“Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quer o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
De El-Rei D. João Segundo!”
Este poema é constituído por 3 estrofes, de 9 versos cada, ou seja, são
nonas.

Existe alternância de rimas ricas e rimas pobres;

A rima apresenta também algumas irregularidades.

O esquema rimático é AABAACDCD com rimas emparelhadas em
“A”, cruzadas em “C” e “D”, e em verso solto “B”.
Refrão Hexassilábico: “El-Rei D. João Segundo!” o restante poema é
decassilábico.

Ritmo crescente (cresce à medida que o homem do Leme “cresce” em
coragem).

A fraca adjectivação ( tem apenas três adjectivos: "negros", "imundo" e
"grosso") e a grande quantidade de nomes.
O Mostrengo inserido na segunda parte da Mensagem – “O Mar Português” – poemas
inspirados na expectativa e incerteza do desconhecido e no espaço heróico na luta
contra as dificuldades e as adversidades.

Este poema inspira-se na passagem do Cabo das Tormentas, ou seja, a passagem do
Oceano Atlântico para o Oceano Índico, e simboliza o ultrapassar dos medos.
Este poema apresenta profunda semelhança com o episódio “Adamastor” de
“Os Lusíadas”.

O “Mostrengo” é o retomar da figura presente no “Adamastor” que assusta e
ameaça os navegadores.

No poema de Pessoa, o Homem do Leme, ao serviço de D. João II, representa
a “vontade” de um povo que quer o Mar que o Monstro afirma ser seu.

O poema apresenta uma estrutura narrativa com um diálogo repetido entre
Mostrengo (Golias) e o Homem do Leme (David).
Numero 3: É um número misterioso por excelência, exprime uma
espiritualidade em Deus, resume-se á união entre o Céu e a Terra.

O Mostrengo: Simboliza o desconhecido, as lendas do Mar, os obstáculos e os
medos dos navegadores portugueses.

O homem do leme: Representa o povo português, o patriotismo e a vontade de
Portugal em evoluir e alcançar um objectivo;

O leme: Símbolo de responsabilidade; significa autoridade, cuidado, poder de
decisão.
Contém vários tempos verbais: Verbos “dinâmicos”, de movimento o
Infinitivo: “Voou três vezes a chiar”; o Presente do indicativo: “O mostrengo
que está no fim do mar”; o Pretérito perfeito: “E disse: Quem é que ousou
entrar”; o Gerúndio: “E o homem do leme disse, tremendo:”; o Conjuntivo:
“Que moro onde nunca ninguém me visse”;
Metáfora: “Meus tectos negros do fim do mundo?”

Anástrofe: “Três vezes do leme as mãos ergueu,” – (É a inversão do sentido da frase)

Quiasmo: “Disse o mostrengo, e rodou três vezes / Três vezes rodou imundo e grosso” –
(Dispõe os elementos em ordem inversa)

Anáfora: “De quem são as velas onde me roço? / De quem as quilhas que vejo e ouço?” –
(Repetição da mesma palavra em várias frases)

Interrogações retóricas: “….E escorro os meus medos do mar sem fundo?” –
(Frase interrogativa, dirigida a um destinatário
presente ou ausente, sem que se espere obter resposta)

Hipérbato: "três vezes do leme as mãos ergueu", "três vezes ao leme as reprendeu", "E
mais que o mostrengo, que me a alma teme” – (troca da ordem direta dos termos da oração)
Concluímos que Pessoa com este poema queria exprimir os obstáculos
que os portugueses na era dos descobrimentos tinham pela frente, e
que acima de tudo conseguiam superar os seus medos.

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O Mostrengo no Mar

  • 1. Trabalho Realizado Por: -António Almeida - Bruno Freitas
  • 2. O mostrengo que está no fim do mar Na noite de breu ergueu-se a voar; http://www.youtube.com/watch?fe À roda da nau voou três vezes, ature=player_embedded&v=f0RS Voou três vezes a chiar, m-OfIqk# E disse: “Quem é que ousou entrar Nas minhas cavernas que não desvendo, Meus tectos negros do fim do mundo?” E o homem do leme disse, tremendo: “El-Rei D. João Segundo!” “De quem são as velas onde me roço? De quem as quilhas que vejo e ouço?” Disse o mostrengo, e rodou três vezes, Três vezes rodou imundo e grosso, “Quem vem poder o que eu só posso, Que moro onde nunca ninguém me visse E escorro os medos do mar sem fundo?” E o homem do leme tremeu e disse: “El-Rei D. João Segundo!” Três vezes do leme as mãos ergueu, Três vezes ao leme as reprendeu, E disse no fim de tremer três vezes: “Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um povo que quer o mar que é teu; E mais que o mostrengo, que me a alma teme E roda nas trevas do fim do mundo, Manda a vontade, que me ata ao leme, De El-Rei D. João Segundo!”
  • 3. Este poema é constituído por 3 estrofes, de 9 versos cada, ou seja, são nonas. Existe alternância de rimas ricas e rimas pobres; A rima apresenta também algumas irregularidades. O esquema rimático é AABAACDCD com rimas emparelhadas em “A”, cruzadas em “C” e “D”, e em verso solto “B”.
  • 4. Refrão Hexassilábico: “El-Rei D. João Segundo!” o restante poema é decassilábico. Ritmo crescente (cresce à medida que o homem do Leme “cresce” em coragem). A fraca adjectivação ( tem apenas três adjectivos: "negros", "imundo" e "grosso") e a grande quantidade de nomes.
  • 5. O Mostrengo inserido na segunda parte da Mensagem – “O Mar Português” – poemas inspirados na expectativa e incerteza do desconhecido e no espaço heróico na luta contra as dificuldades e as adversidades. Este poema inspira-se na passagem do Cabo das Tormentas, ou seja, a passagem do Oceano Atlântico para o Oceano Índico, e simboliza o ultrapassar dos medos.
  • 6. Este poema apresenta profunda semelhança com o episódio “Adamastor” de “Os Lusíadas”. O “Mostrengo” é o retomar da figura presente no “Adamastor” que assusta e ameaça os navegadores. No poema de Pessoa, o Homem do Leme, ao serviço de D. João II, representa a “vontade” de um povo que quer o Mar que o Monstro afirma ser seu. O poema apresenta uma estrutura narrativa com um diálogo repetido entre Mostrengo (Golias) e o Homem do Leme (David).
  • 7. Numero 3: É um número misterioso por excelência, exprime uma espiritualidade em Deus, resume-se á união entre o Céu e a Terra. O Mostrengo: Simboliza o desconhecido, as lendas do Mar, os obstáculos e os medos dos navegadores portugueses. O homem do leme: Representa o povo português, o patriotismo e a vontade de Portugal em evoluir e alcançar um objectivo; O leme: Símbolo de responsabilidade; significa autoridade, cuidado, poder de decisão.
  • 8. Contém vários tempos verbais: Verbos “dinâmicos”, de movimento o Infinitivo: “Voou três vezes a chiar”; o Presente do indicativo: “O mostrengo que está no fim do mar”; o Pretérito perfeito: “E disse: Quem é que ousou entrar”; o Gerúndio: “E o homem do leme disse, tremendo:”; o Conjuntivo: “Que moro onde nunca ninguém me visse”;
  • 9. Metáfora: “Meus tectos negros do fim do mundo?” Anástrofe: “Três vezes do leme as mãos ergueu,” – (É a inversão do sentido da frase) Quiasmo: “Disse o mostrengo, e rodou três vezes / Três vezes rodou imundo e grosso” – (Dispõe os elementos em ordem inversa) Anáfora: “De quem são as velas onde me roço? / De quem as quilhas que vejo e ouço?” – (Repetição da mesma palavra em várias frases) Interrogações retóricas: “….E escorro os meus medos do mar sem fundo?” – (Frase interrogativa, dirigida a um destinatário presente ou ausente, sem que se espere obter resposta) Hipérbato: "três vezes do leme as mãos ergueu", "três vezes ao leme as reprendeu", "E mais que o mostrengo, que me a alma teme” – (troca da ordem direta dos termos da oração)
  • 10. Concluímos que Pessoa com este poema queria exprimir os obstáculos que os portugueses na era dos descobrimentos tinham pela frente, e que acima de tudo conseguiam superar os seus medos.