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A Linguagem               do   Modernismo .
. A boba (1915-6), de Anita Malfatti Cabeça de Cristo (1919-20), de Victor Brecheret       No início do século XX, uma verdadeira revolução começou a ocorrer nas artes em geral. Na literatura não foi diferente: envolvidos por um espírito demolidor, os escritores se voltaram contra o academicismo e romperam com os padrões estéticos vigentes. Avessos às regras, os modernistas propuseram as “palavras em liberdade”.
.    Muitos artistas brasileiros aderiam ao Modernismo e,em fevereiro de 1922,no Teatro Municipal de São Paulo,realizaram a Semana de Arte Moderna, eventoque contou com a participação de: Artistas plásticos: Vítor Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente de Rego Monteiro. Escritores: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho. Músicos: Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernâni Braga, Frutuoso Viana. Arquitetos: Antônio Garcia Moya, Georg Pryzrembel.
   Observe a diferença entre acadêmicos e modernistas: Paisagem acadêmica Paisagem modernista  Gado na Montanha – Lasar Segall Vista do Cavalão – George Grimm
   Observe a diferença entre acadêmicos e modernistas: Moisés e Jocabed – Pedro          Américo     Maternidade – Lasar Segall Figura humana acadêmica Figura humana modernista
 Semana de arte moderna de 1922 A 29 de janeiro de 1922, uma nota no Correio Paulistano anunciava a realização, entre 11 e 18 de fevereiro, de uma Semana de Arte no Teatro Municipal de São Paulo, com a participação de escritores, músicos, artistas e arquitetos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
. De acordo com a notícia, a Semana , organizada por intelectuais das duas cidades, Graça Aranha à frente, tinha por objetivo dar ao público de São Paulo “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual.”(...) Como diversos participantes  da Semana ocupavam cargos de destaque na redação de prestigiosos jornais da época, o evento.Teve desde o início grande divulgação, embora também não faltasse quem se opusesse à sua concretização. Na notícia do Correio Paulistano, Graça Aranha era apontado como autor da iniciativa; é mais provável, porém, que essa prioridade se deva a Di Cavalcanti, acatando uma sugestão de Marinette Prado(...).
. Seja  quem for o autor da ideia, objetivo da Semana era renovar o estagnado ambiente artístico e cultural de São Paulo e do país e descobrir  o Brasil, repensando-o de modo a desvinculá-lo, esteticamente, das  amarras que ainda o prendiam à Europa. É verdade que os jovens participantes da revolução estética de 1922 ainda se sentiam fracos sem a proteção benévola de Graça Aranha – espécie de avalista de sua seriedade, ou de carro-chefe capaz de impor respeito a setores menos abertos à modernidade. É verdade também  que a Semana descambou para um “ tom festivo irreconciliável talvez com o sentido de transformação social que para mim deveria estar no fundo de nossa revolução artística literária”, como escreveu próprio Di Cavalacanti.
. Contudo, não menos verdadeiro é o fato de que tudo somado e medido, a Semana foi um acontecimento cultural da maior significação, e abriu para o país perspectivas que, extrapolando do campo puramente cultural, teriam  repercussões na área política.(José Roberto Teixeira-Arte no Brasil,vol.2.) O Modernismo não parou na Semana de 22. Nas décadas de 30 e 40 surgiram muitos outros artistas mostrando suas novidades. Preocupados em relatar mudanças sócio-políticas e incentivando o nacionalismo ou criando novas tendências, eles serão responsáveis pela nova visão artística brasileira.
    Conheça alguns deles: Tarsila do Amaral (1890-1973):Pintora brasileira de renome internacional, com atuação marcante no panorama artístico brasileiro. Por sua obra ser muito ampla, destacamos  três fases:  Fase Antropofágica: Caracterizada pela deformação  da figura retratadas e coloridos intensos(Abaporu);  Abaporu - Tarsila do Amaral
. Fase Pau-Brasil: na qual Tarsila retrata aspectos da vida brasileira (paisagens, cidade grande, tipos regionais) usando um colorido forte com predominância de tons azuis e rosas. Fase Social: emque a maiorpreocupação é a retratação de temas sociais( operários, o povo e seu cotidiano) e as cores utilizadas são um pouco mais sóbrias.         São Paulo – Tarsila do Amaral
. Em 1926 Tarsila casou-se  com Oswald de Andrade. Um dia, em 1928, surgiu-lhe, sem premeditação, um quadro diferente, início da chamada fase “antropofágica”, na qual se situam seus quadros mais importantes. A própria Tarsila assim descreve o início dessa fase: “Eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald, uma coisa que ele não esperava. Aí é que vamos chegar no Abaporu. O Abaporu era uma figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto, que dava a impressão de um sol, como se fosse também uma flor. Oswald ficou assustadíssimo e perguntou:”Mas o que é isso?”
Mário de Andrade (1893-1945) Um dos organizadores do Modernismo e da SAM, foi o que apresentou projeto mais consistente de renovação. Começou escrevendo críticas de arte e poesia (ainda parnasiana) com o pseudônimo de Mário Sobral. Rompeu com o Parnasianismo e o passado com Paulicéia Desvairada e a Semana, da qual participou ativamente. Injetou em tudo que fez um senso de problemático brasileirismo, daí sua investida no folclore. De jeito simples, sua coloquialidade desarticulou o espírito nacional de uma montanha de preconceitos arcaicos. Lutou sempre por uma literatura brasileira e com temas brasileiros. “O passado é lição para se meditar e não para se reproduzir” - afirmava assim a necessidade de um presente novo, inventivo. Acreditava na arte como instrumento de debate e de combate, comportamento evidenciado em Paulicéia Desvairada. Esta obra oferece uma panorâmica da cidade e de sua vida, ao criticar a mania obsessiva de posse, aqui também satiriza a incompetência dos administradores.
Oswald de Andrade (1890-1853) Foi poeta, romancista, ensaísta e teatrólogo. Figura de muito destaque no Modernismo Brasileiro, ele trouxe de sua viagem a Europa o Futurismo. Formado em Direito, Oswald era um playboy extravagante: usa luvas xadrez e tinha um Cadillac verde apenas porque este tinha cinzeiro, para citar apenas algumas de suas muitas extravagâncias. Amigo de Mário de Andrade, era seu oposto: milionário, extrovertido, mulherengo (casou-se 5 vezes, as mais célebres sendo as duas primeiras esposas: Tarsila do Amaral e Patrícia "Pagu" Galvão).   Foi um dos principais artistas da Semana de Arte Moderna e lançou o Movimento Pau-Brasil e a Antropofagia, corrente que pretendia devorar a cultura européia e brasileira da época e criar uma verdadeira cultura brasileira. Fazendeiro de café, perdeu tudo e foi à falência em 1929 com o crash da Bolsa de Valores. Militante esquerdista, passou a divulgar o Comunismo junto com Pagu em 1931, mas desligou-se do Partido em 1945. Sua obra é marcada por irreverência, coloquialismo, nacionalismo, exercício de demolição e crítica. Incomodar os acomodados, estimular o leitor através de palavras de coragem eram constantes preocupações desse autor.
Manuel Bandeira (1886-1968) É uma das figuras mais importantes da poesia brasileira e um dos iniciadores do Modernismo. Do penumbrismo pós-simbolista de A Cinza das Horas às experiências concretas da década de 60 de Composições e Ponteios, a poesia de Bandeira destaca-se pela consciência técnica com que manipulou o verso livre. Participa indiretamente da SAM, quando Ronald de Carvalho declama seu poema Sapos. Sempre pensando que morreria cedo (tuberculoso), acabou vivendo muito e marcando a literatura brasileira. Morte e infância são as molas propulsoras de sua obra. Ironizava o desânimo provocado pela doença, mas em Cinza das Horas apresenta melancolia e sofrimento por causa da “dama branca”. Além de ser um poeta fabuloso, também foi ensaísta, cronista e tradutor. O próprio autor define sua poesia como a do "gosto humilde da tristeza".
Alcântara Machado (1901-1935) Foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da SAM, integrando o grupo somente em 25. Produziu prosa ficcional, renovando sua estrutura para construir histórias curtas e do cotidiano. Privilegia o imigrante, principalmente o italiano, e sua fusão, ampliando o universo cultural de São Paulo. Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado. Seus personagens do livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura de italiano e português. Retrata uma realidade citadina e realista, num tom divertido, enfatizando a vida difícil dos imigrantes e sua ascensão. Nunca chegou a completar seu romance Mana Maria, que foi publicado um ano depois de sua prematura morte. Pouco antes do fim da vida, rompeu relações com Oswald de Andrade por motivos ideológicos, ao mesmo tempo em que sua amizade com Mário de Andrade se estreitava.
Cassiano Ricardo (1895-1974) Paulista, Cassiano deixou uma obra marcada pelas tendências de seu tempo sem, entretanto, deixar um estilo próprio. Iniciou sua carreira com Dentro da Noite (1915) neo-simbolismta, passou por tendências parnasianas em A Frauta de Pã (1917, para integrar-se ao Verde-amarelismo com Vamos Caçar Papagaios (1926). Com o formalismo de 45, torna-se meditativo e melancólico. Em 1960, entra para a corrida vanguardista com experimentalismo e franca adesão ao Concretismo e à Poesia Praxis.
Guilherme de Almeida (1890-1969) Sempre se ajustou aos padrões e foi disciplinado, com mestria sobre a língua e seus dispositivos técnicos. Exímio poeta que pode ter sua obra dividida em três etapas:  Pré-modernista - Nós (só de sonetos, 1917), A Dança das Horas (1919), Messidor (contendo os dois anteriores mais A Suave Colheita, 1919), Livro de Horas de Sóror Dolorosa (1920) e Era Uma Vez..., (1922) - influência parnasiano-simbolista, habilidoso artista do verso Modernismo - A Frauta que Eu Perdi (subtítulo Canções Gregas, 1924) Meu (1925) e Raça (1925) - versos livres, sonoridade e ressurgir de algumas rimas. Raça (rapsódia da mestiçagem brasileira) pertence ao nacionalismo estético com nomeação metonímica (português = velho cavaleiro, índio reluz em cores e preto = samba), versos grandes, frases nominais e vocábulos mais raros. Pós-Modernismo - Você (1930), Acaso (1938), Poesia Vária (1947), Camoniana (1956) e Pequeno Cancioneiro (1956) - retorno ao ponto de origem: versos metrificados, rimas raras, sonetos e sentimentalismo. Apanágio da técnica, reconstitui a maneira de Camões e dos Cancioneiros
       Manifestos : Pau-Brasil (1924-5) :       - É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado. Idolatria do tupi e a anta são eleitas símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.
. Verde-Amarelismo (1926-1929) : É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti delPicchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado (década de 30). Idolatria do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.
.    Antropofagismo : O que é Antropofagismo? :       - Movimento iniciado no dos anos 20 que afirmava a necessidade de “devorar” tanto manifestações artísticas estrangeiras como a cultura popular brasileira, o que resultaria em arte moderna e genuína, ente nacional. Participaram desse movimento Oswald de Andrade, Tarsila do Amara, di Cavalcanti etc. A Antropofagia propunha a “devoração” de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.

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A linguagem do Modernismo brasileiro

  • 1. A Linguagem do Modernismo .
  • 2. . A boba (1915-6), de Anita Malfatti Cabeça de Cristo (1919-20), de Victor Brecheret No início do século XX, uma verdadeira revolução começou a ocorrer nas artes em geral. Na literatura não foi diferente: envolvidos por um espírito demolidor, os escritores se voltaram contra o academicismo e romperam com os padrões estéticos vigentes. Avessos às regras, os modernistas propuseram as “palavras em liberdade”.
  • 3. . Muitos artistas brasileiros aderiam ao Modernismo e,em fevereiro de 1922,no Teatro Municipal de São Paulo,realizaram a Semana de Arte Moderna, eventoque contou com a participação de: Artistas plásticos: Vítor Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Vicente de Rego Monteiro. Escritores: Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Ronald de Carvalho. Músicos: Villa-Lobos, Guiomar Novaes, Ernâni Braga, Frutuoso Viana. Arquitetos: Antônio Garcia Moya, Georg Pryzrembel.
  • 4. Observe a diferença entre acadêmicos e modernistas: Paisagem acadêmica Paisagem modernista Gado na Montanha – Lasar Segall Vista do Cavalão – George Grimm
  • 5. Observe a diferença entre acadêmicos e modernistas: Moisés e Jocabed – Pedro Américo Maternidade – Lasar Segall Figura humana acadêmica Figura humana modernista
  • 6. Semana de arte moderna de 1922 A 29 de janeiro de 1922, uma nota no Correio Paulistano anunciava a realização, entre 11 e 18 de fevereiro, de uma Semana de Arte no Teatro Municipal de São Paulo, com a participação de escritores, músicos, artistas e arquitetos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
  • 7. . De acordo com a notícia, a Semana , organizada por intelectuais das duas cidades, Graça Aranha à frente, tinha por objetivo dar ao público de São Paulo “a perfeita demonstração do que há em nosso meio em escultura, arquitetura, música e literatura sob o ponto de vista rigorosamente atual.”(...) Como diversos participantes da Semana ocupavam cargos de destaque na redação de prestigiosos jornais da época, o evento.Teve desde o início grande divulgação, embora também não faltasse quem se opusesse à sua concretização. Na notícia do Correio Paulistano, Graça Aranha era apontado como autor da iniciativa; é mais provável, porém, que essa prioridade se deva a Di Cavalcanti, acatando uma sugestão de Marinette Prado(...).
  • 8. . Seja quem for o autor da ideia, objetivo da Semana era renovar o estagnado ambiente artístico e cultural de São Paulo e do país e descobrir o Brasil, repensando-o de modo a desvinculá-lo, esteticamente, das amarras que ainda o prendiam à Europa. É verdade que os jovens participantes da revolução estética de 1922 ainda se sentiam fracos sem a proteção benévola de Graça Aranha – espécie de avalista de sua seriedade, ou de carro-chefe capaz de impor respeito a setores menos abertos à modernidade. É verdade também que a Semana descambou para um “ tom festivo irreconciliável talvez com o sentido de transformação social que para mim deveria estar no fundo de nossa revolução artística literária”, como escreveu próprio Di Cavalacanti.
  • 9. . Contudo, não menos verdadeiro é o fato de que tudo somado e medido, a Semana foi um acontecimento cultural da maior significação, e abriu para o país perspectivas que, extrapolando do campo puramente cultural, teriam repercussões na área política.(José Roberto Teixeira-Arte no Brasil,vol.2.) O Modernismo não parou na Semana de 22. Nas décadas de 30 e 40 surgiram muitos outros artistas mostrando suas novidades. Preocupados em relatar mudanças sócio-políticas e incentivando o nacionalismo ou criando novas tendências, eles serão responsáveis pela nova visão artística brasileira.
  • 10. Conheça alguns deles: Tarsila do Amaral (1890-1973):Pintora brasileira de renome internacional, com atuação marcante no panorama artístico brasileiro. Por sua obra ser muito ampla, destacamos três fases: Fase Antropofágica: Caracterizada pela deformação da figura retratadas e coloridos intensos(Abaporu); Abaporu - Tarsila do Amaral
  • 11. . Fase Pau-Brasil: na qual Tarsila retrata aspectos da vida brasileira (paisagens, cidade grande, tipos regionais) usando um colorido forte com predominância de tons azuis e rosas. Fase Social: emque a maiorpreocupação é a retratação de temas sociais( operários, o povo e seu cotidiano) e as cores utilizadas são um pouco mais sóbrias. São Paulo – Tarsila do Amaral
  • 12. . Em 1926 Tarsila casou-se com Oswald de Andrade. Um dia, em 1928, surgiu-lhe, sem premeditação, um quadro diferente, início da chamada fase “antropofágica”, na qual se situam seus quadros mais importantes. A própria Tarsila assim descreve o início dessa fase: “Eu quis fazer um quadro que assustasse o Oswald, uma coisa que ele não esperava. Aí é que vamos chegar no Abaporu. O Abaporu era uma figura monstruosa, a cabecinha, o bracinho fino, aquelas pernas compridas, enormes, e junto tinha um cacto, que dava a impressão de um sol, como se fosse também uma flor. Oswald ficou assustadíssimo e perguntou:”Mas o que é isso?”
  • 13. Mário de Andrade (1893-1945) Um dos organizadores do Modernismo e da SAM, foi o que apresentou projeto mais consistente de renovação. Começou escrevendo críticas de arte e poesia (ainda parnasiana) com o pseudônimo de Mário Sobral. Rompeu com o Parnasianismo e o passado com Paulicéia Desvairada e a Semana, da qual participou ativamente. Injetou em tudo que fez um senso de problemático brasileirismo, daí sua investida no folclore. De jeito simples, sua coloquialidade desarticulou o espírito nacional de uma montanha de preconceitos arcaicos. Lutou sempre por uma literatura brasileira e com temas brasileiros. “O passado é lição para se meditar e não para se reproduzir” - afirmava assim a necessidade de um presente novo, inventivo. Acreditava na arte como instrumento de debate e de combate, comportamento evidenciado em Paulicéia Desvairada. Esta obra oferece uma panorâmica da cidade e de sua vida, ao criticar a mania obsessiva de posse, aqui também satiriza a incompetência dos administradores.
  • 14. Oswald de Andrade (1890-1853) Foi poeta, romancista, ensaísta e teatrólogo. Figura de muito destaque no Modernismo Brasileiro, ele trouxe de sua viagem a Europa o Futurismo. Formado em Direito, Oswald era um playboy extravagante: usa luvas xadrez e tinha um Cadillac verde apenas porque este tinha cinzeiro, para citar apenas algumas de suas muitas extravagâncias. Amigo de Mário de Andrade, era seu oposto: milionário, extrovertido, mulherengo (casou-se 5 vezes, as mais célebres sendo as duas primeiras esposas: Tarsila do Amaral e Patrícia "Pagu" Galvão).   Foi um dos principais artistas da Semana de Arte Moderna e lançou o Movimento Pau-Brasil e a Antropofagia, corrente que pretendia devorar a cultura européia e brasileira da época e criar uma verdadeira cultura brasileira. Fazendeiro de café, perdeu tudo e foi à falência em 1929 com o crash da Bolsa de Valores. Militante esquerdista, passou a divulgar o Comunismo junto com Pagu em 1931, mas desligou-se do Partido em 1945. Sua obra é marcada por irreverência, coloquialismo, nacionalismo, exercício de demolição e crítica. Incomodar os acomodados, estimular o leitor através de palavras de coragem eram constantes preocupações desse autor.
  • 15. Manuel Bandeira (1886-1968) É uma das figuras mais importantes da poesia brasileira e um dos iniciadores do Modernismo. Do penumbrismo pós-simbolista de A Cinza das Horas às experiências concretas da década de 60 de Composições e Ponteios, a poesia de Bandeira destaca-se pela consciência técnica com que manipulou o verso livre. Participa indiretamente da SAM, quando Ronald de Carvalho declama seu poema Sapos. Sempre pensando que morreria cedo (tuberculoso), acabou vivendo muito e marcando a literatura brasileira. Morte e infância são as molas propulsoras de sua obra. Ironizava o desânimo provocado pela doença, mas em Cinza das Horas apresenta melancolia e sofrimento por causa da “dama branca”. Além de ser um poeta fabuloso, também foi ensaísta, cronista e tradutor. O próprio autor define sua poesia como a do "gosto humilde da tristeza".
  • 16. Alcântara Machado (1901-1935) Foi um importante escritor modernista da primeira fase, apesar de não ter participado da SAM, integrando o grupo somente em 25. Produziu prosa ficcional, renovando sua estrutura para construir histórias curtas e do cotidiano. Privilegia o imigrante, principalmente o italiano, e sua fusão, ampliando o universo cultural de São Paulo. Apesar de não ser tão radical como os outros modernistas contemporâneos seus, usava uma linguagem em seus contos que se aproximava muito do falado. Seus personagens do livro de contos Brás, Bexiga e Barra Funda falavam uma mistura de italiano e português. Retrata uma realidade citadina e realista, num tom divertido, enfatizando a vida difícil dos imigrantes e sua ascensão. Nunca chegou a completar seu romance Mana Maria, que foi publicado um ano depois de sua prematura morte. Pouco antes do fim da vida, rompeu relações com Oswald de Andrade por motivos ideológicos, ao mesmo tempo em que sua amizade com Mário de Andrade se estreitava.
  • 17. Cassiano Ricardo (1895-1974) Paulista, Cassiano deixou uma obra marcada pelas tendências de seu tempo sem, entretanto, deixar um estilo próprio. Iniciou sua carreira com Dentro da Noite (1915) neo-simbolismta, passou por tendências parnasianas em A Frauta de Pã (1917, para integrar-se ao Verde-amarelismo com Vamos Caçar Papagaios (1926). Com o formalismo de 45, torna-se meditativo e melancólico. Em 1960, entra para a corrida vanguardista com experimentalismo e franca adesão ao Concretismo e à Poesia Praxis.
  • 18. Guilherme de Almeida (1890-1969) Sempre se ajustou aos padrões e foi disciplinado, com mestria sobre a língua e seus dispositivos técnicos. Exímio poeta que pode ter sua obra dividida em três etapas: Pré-modernista - Nós (só de sonetos, 1917), A Dança das Horas (1919), Messidor (contendo os dois anteriores mais A Suave Colheita, 1919), Livro de Horas de Sóror Dolorosa (1920) e Era Uma Vez..., (1922) - influência parnasiano-simbolista, habilidoso artista do verso Modernismo - A Frauta que Eu Perdi (subtítulo Canções Gregas, 1924) Meu (1925) e Raça (1925) - versos livres, sonoridade e ressurgir de algumas rimas. Raça (rapsódia da mestiçagem brasileira) pertence ao nacionalismo estético com nomeação metonímica (português = velho cavaleiro, índio reluz em cores e preto = samba), versos grandes, frases nominais e vocábulos mais raros. Pós-Modernismo - Você (1930), Acaso (1938), Poesia Vária (1947), Camoniana (1956) e Pequeno Cancioneiro (1956) - retorno ao ponto de origem: versos metrificados, rimas raras, sonetos e sentimentalismo. Apanágio da técnica, reconstitui a maneira de Camões e dos Cancioneiros
  • 19. Manifestos : Pau-Brasil (1924-5) : - É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado. Idolatria do tupi e a anta são eleitas símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.
  • 20. . Verde-Amarelismo (1926-1929) : É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti delPicchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado (década de 30). Idolatria do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”.
  • 21. . Antropofagismo : O que é Antropofagismo? : - Movimento iniciado no dos anos 20 que afirmava a necessidade de “devorar” tanto manifestações artísticas estrangeiras como a cultura popular brasileira, o que resultaria em arte moderna e genuína, ente nacional. Participaram desse movimento Oswald de Andrade, Tarsila do Amara, di Cavalcanti etc. A Antropofagia propunha a “devoração” de influências estrangeiras, como no ritual canibal (em que se devora o inimigo com a crença de poder-se absorver suas qualidades), para que a arte nacional ganhasse uma feição mais brasileira.