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Índice

Ao Leitor
A reportagem de capa da
revista BOA VONTADE edição
de setembro traz para sua apreciação, caro leitor, os avanços
científicos no que se referem às
pesquisas com células-tronco,
visando à melhoria da qualidade de vida das gerações atuais
e, principalmente, as futuras. A
matéria pautou-se nos ótimos
resultados obtidos no Brasil, os
quais têm projetado nossa nação
no mundo inteiro, graças aos
esforços de instituições a exemplo da Fundação Oswaldo Cruz,
referência na área.
Em destaque na edição nº 205
reportagens sobre os festejos do
7 de Setembro pelo Brasil e, em
especial, nos Estados Unidos da
América, local que sedia, anualmente, o grande Brazilian Day in
New York. Tanto por aqui quanto
na América do Norte, a Legião
da Boa Vontade marcou presença
nas comemorações.
Aliás, o relevante trabalho desenvolvido pelas Instituições da
Boa Vontade rendeu, neste mês
de setembro, homenagens em

diversas partes do Brasil, o que
denota todo o carinho e respeito
que o Povo e seus representantes dedicam a elas.
Os editores

Reflexão

BOA VONTADE
ANO XXIII • Nº 205 • SETEMBRO de 2005

BOA VONTADE é uma publicação mensal das
IBVs, editada pela Editora Elevação.

Diretor e Editor responsável

“A qualquer momento,
a palavra impossível
poderá pedir
aposentadoria e retirarse do vocabulário. Pelo
menos do científico.
A cada hora que
passa, as notícias vão
pasmando o mundo
com o sucesso obtido
pelo laboratório.
Está ocorrendo uma
verdadeira revolução
na Medicina. Cumpre
que beneficie a todos.”

Paiva Netto

Francisco de Assis Periotto
MTE/DRTE/RJ 19.916 JP

Redação
	

Editor Executivo: Gerdeilson Botelho
Subeditora: Débora Verdan

Revisão
Adriane Schirmer
Neuza Alves
Walter Periotto
Wanderly Albieri Baptista

Colaboradores
Alvino Barros, Cida Linares, Daniel
Trevisan, Danielly Arruda, Elias
Paulo, Elisa Rodrigues, Enaildo
Viana, Juliane Nascimento, Leonardo
Mattiuzzo, Maria Aparecida da Silva,
Natália Lombardi, Paulo Azor, Pedro
de Paiva, Profa Nádia Lauriti, Rita
Silvestre, Rosana Serri e William Luz

Arte
Projeto Gráfico: João Periotto
Capa: João Periotto e Alziro Braga

Edição nº 205
6 Literatura
8 Cartas
11 Coluna do Garotinho
13 Destaque
14 Samba e História
16 Acontece no mundo
20 Especial
30 Educação
32 Turismo
34 Reportagem



Revista Boa Vontade

Produção
42 Análise
46 Memória
47 Ação Jovem LBV
48 Soldadinhos de Deus
50 Atualidades
56 Melhor Idade
58 Acontece
61 In memoriam
62 Pedagogia do Cidadão
Ecumênico

Endereço para correspondência:
Av. Rudge, 938 — Bom Retiro
CEP 01134-000 — São Paulo/SP
Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9
— CEP 01216-970
Internet: www.boavontade.com
E-mail: info@boavontade.com
Impressão: PROL Editora Gráfica
A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos
assinados.
10
30

34

Cartas

Reportagem

Educação

13
20

Destaque

15

Especial

61

Samba e
História

Acontece no Mundo

In Memoriam

Revista Boa Vontade



34
Literatura

Quem ama, educa.

Em uma linguagem simples e acessível, o astrônomo,
professor e cientista Ronaldo
Rogério de Freitas Mourão
lançou, em 22 de setembro, a
obra Explicando a Teoria da
Relatividade, na Livraria da
Travessa, em Ipanema, Zona
Sul do Rio de Janeiro. A publicação apresenta a teoria de Albert Einstein em sua totalidade,
a qual mudou a base da Física e Ronaldo Rogério de Freitas Mourão
da LBV. “Para José de Paiva Netto,
da Astronomia.
Na noite de autógrafos, o concei- com um afetuoso abraço de seu adtuado cientista fez questão de dedicar mirador, Ronaldo Rogério de Freitas
um exemplar do seu livro ao dirigente Mourão. Rio, 22/9/2005.” [S.B.]

Numerologia e sucesso profissional
_____________

Beto Junqueyra



Revista Boa Vontade

da LBV. Dr. Arnaldo e a Dra. Daniella
dedicaram-lhe a seguinte mensagem:
“Querido José, obrigado por participar
deste lançamento. Um grande abraço
— Arnaldo Cambiaghi”. [V.L.]

Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Dra. Daniella Spilbor- Dr. Arnaldo Schizzi
ghs Castellotti
Cambiaghi

Diferente
_____________
Isabela Ribeiro

Histórias
reais ocorridas
com personagens ilustres
do universo
literário e político do País.
Essa é a temática de Tempo Murilo Melo Filho
Diferente, novo livro do acadêmico, jornalista político e advogado
Dr. Murilo Melo Filho, lançado no
dia 8 de setembro, no Salão dos
Fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), na capital
fluminense. Dr. Murilo enviou
um exemplar de sua obra com
a seguinte dedicatória: “Para o
professor Paiva Netto, em sincera
homenagem à sua vida digna e correta, com tantos e tão inestimáveis
serviços prestados ao Povo brasileiro, aqui lhe deixo este ‘Tempo
Diferente’, na petulante de que lhe
seja de utilidade e interesse, com
o abração carinhoso. Do Murilo.
Rio, 8/9/05”.

Simone Barreto

Arquivo Pessoal

Aparecida Liberato

também registrou: “Irmão Paiva, desejo
que Você tenha cada vez mais luz! Com
carinho, Beto Junqueyra”.

Fertilidade Natural

O sonho de ser mãe é algo comum
para a maioria das mulheres. Entretanto,
pesquisas recentes indicam que cerca de
20% dos casais enfrentam problemas
para gerar um bebê. Pensando nessa fatia
da sociedade, os médicos Dr. Arnaldo
Schizzi Cambiaghi e Dra. Daniella
Spilborghs Castellotti lançaram o livro
Fertilidade Natural.
Por ocasião do evento, ocorrido em
São Paulo/SP, os representantes da Legião da Boa Vontade saudaram os profissionais da saúde, que fizeram questão de
autografar um exemplar para o dirigente

Tempo

Viviane Lago

Arquivo Pessoal

Aparecida Liberato, numeróloga,
e Beto Junqueyra, escritor, reuniram
nas páginas de O Poder que vem do
seu Nome o segredo que a Numerologia reserva para se alcançar o sucesso
no trabalho. Na noite de autógrafos,
realizada na zona sul de São Paulo/SP,
os autores dedicaram um exemplar da
obra ao dirigente da LBV. A simpática
numeróloga assim se expressou: “Irmão
Paiva, que prazer mandar este livro para
Você, uma pessoa ímpar! Obrigada.
Beijos, Aparecida Liberato”. Junqueyra

Simone Barreto

Explicando a Teoria da Relatividade

Daniel Trevisan

A experiência
clínica desenvolvida por mais de
74 mil atendimentos a adolescentes serviu de base
para o Dr. Içami
Tiba escrever Adolescentes: Quem Içami Tiba
Ama, Educa!, livro
lançado para o público paulista, na noite
de 22 de setembro.
Entrevistado pela equipe da Super
Rede Boa Vontade de Rádio, o escritor
comentou o lançamento e relembrou a
visita que fez à Legião da Boa Vontade,
ocasião em que pôde dar um afetuoso
abraço no dirigente da LBV. Na dedicatória da obra, registrou: “Ao Mestre
Paiva Netto. Superabraço de Içami
Tiba. 22/9/2005”. [R.O.]
Personagens que fizeram história na

Imprensa Brasileira
Divulgação

O

Fotos: Simone Barreto

resgate da nossa história contribui para a
formação intelectual
das gerações atuais e
futuras e o desenvolvimento de
uma cidadania dotada de senso
crítico. Saber como os principais
personagens construíram a história da imprensa brasileira e quais José Marques de Melo
foram as suas principais idéias
são alguns parâmetros apresentados Sinval Itacarambi,
Maurício Azêdo e
no livro Imprensa brasileira — Per- Hubert Alqueres.
sonagens que fizeram história,
do professor e jornalista José
Marques de Melo, editado pela
Imprensa Oficial do Estado de
São Paulo e Universidade Metodista de São Paulo.
A obra é uma coletânea que
reúne 18 biografias de personagens
famosos da imprensa brasileira,
desde o patrono oficial desse órgão
no Brasil, Hipólito José da Costa,
até os mais contemporâneos como
Barbosa Lima Sobrinho, pioneiro
Pereira
da reflexão crítica sobre o jornalisllado e Carmen
Ana Arruda Ca
mo; e Roquette Pinto (1884-1954),
pai do rádio brasileiro.
Presidente da ABI, instituição que
O lançamento da coleção (com ele chama de “segunda casa”.
quatro volumes), que ocorreu na
Ele foi um dos convidados para
Associação Brasileira de Imprensa participar da coleção, escreven(ABI), no dia 14 de setembro, na do um artigo sobre o jornalista
Sala João Mesplé, contou com a e fundador da ABI, Gustavo de
presença de diversos jornalistas, Lacerda. No ensejo, aproveitou os
convidados e associados da insti- microfones para demonstrar sua
tuição. Na oportunidade, alguns co- admiração pela LBV: “Sempre bato
autores cariocas e personalidades palmas a Paiva Netto, com a maior
falaram à Super Rede Boa Vontade franqueza e entusiasmo, é um dos
de Rádio (Super RBV) sobre seus beneméritos deste País, um dos
personagens biografados.
maiores idealistas, realizadores,
“A cultura específica do jorna- que faz, que trabalha (...). Sou fã
lismo está se desenvolvendo. Há da Legião Boa Vontade e também
muitas escolas, e a palavra jorna- de seu dirigente, por estarem preslismo, hoje, já está generalizando tando serviços sérios ao País.”
toda espécie de comunicação”,
Ao tomar conhecimento de que
conta o ilustre professor e jorna- a Super RBV é a primeira cololista Fernando Segismundo, ex- cada em audiência fidelizada, de

Fernando Segi

smundo e sua

esposa,
Gioconda.

acordo com o Ibope, o Dr. Hubert
Alqueres, Presidente da Imprensa
Oficial do Estado de São Paulo e
da Associação Brasileira das Imprensas Oficiais, declarou: “Mando
um grande abraço ao José de Paiva
Netto, uma pessoa que tem dado
contribuição expressiva pela Super
Rede Boa Vontade de Rádio, pelo
Portal da internet (www.boavontade.com)”. E indicou o livro As
Profecias sem Mistério, obra do
Líder da LBV que é um grande sucesso em todo o Brasil, sendo parte
da coleção O Apocalipse de Jesus
para os Simples de Coração, com
mais de um milhão de exemplares
vendidos. “Quero convidar todas
as pessoas para lerem o livro, que
é muito importante.” [S.B.]

Revista Boa Vontade
Cartas
Conteúdo de qualidade

Fiquei muito satisfeito ao ler a
edição de agosto de 2005 da revista
BOA VONTADE. O
conteúdo é de excelente qualidade, atual
e dinâmico. Parabéns pelo trabalho
realizado. (Doutor
Ogando, Deputado
Estadual do Rio de
Janeiro/RJ)
Quero parabenizar a edição de
julho da revista
BOA VONTADE e cumprimentar
Paiva Netto pelo trabalho. Certo
de poder manter aberto este canal
de comunicação entre nós aproveito a oportunidade para enviar
ao Diretor-Presidente da LBV um
forte abraço. (Márcio Bins Ely,
Vereador, Porto Alegre/RS)
Cumprimento todos pela excelente revista que há anos tem
dedicado trabalho à comunidade. É
disso que precisamos: conteúdo de
primeira qualidade. Aproveito para
destacar a matéria “LBV intensifica
Campanha contra as drogas” (edição nº 203). (Gilberto Nahas, jor-

Fotos: João Periotto

nalista e Presidente da Associação
dos ex-Combatentes do Brasil de
Florianópolis/SC)
Um dos principais alicerces que
mantêm a BOA VONTADE na vanguarda é a capacidade de transmitir
conteúdo com base na Espiritualidade
Ecumênica, mas sem deixar em segundo plano o cuidado com o corpo
material, o que faz muito bem em suas
páginas, proporcionando qualidade de
vida. Alerta-nos sobre os problemas do
mundo, mostrando-nos, de maneira
eficiente, as soluções. (Mayla Ferreira, estudante, Curitiba/PR)

Alertamentos que despertam
o Ser Humano

São marcas de Amor as lições
de vida que tenho aprendido com
a LBV e seus Legionários. Minha
gratidão a todos e em especial ao
Diretor-Presidente da Instituição,
José de Paiva Netto, que nos ensina
a ver a vida como um todo e que tem
como principal trabalho o resgate do
Ser Humano por meio do Amor e da
Fé Realizante. (Luy Vieira, sensitiva,
via e-mail)
Todos os dias, Paiva Netto profere
um pensamento ou uma reflexão, que

representam chaves iniciáticas a disparar ações transformadoras na Alma
daqueles que lêem e ouvem suas palavras com espírito de Boa Vontade.
Uma dessas chaves iniciáticas, que
é também uma grande reflexão para
nossa vida, é esta: “Quando a gente
quer realizar alguma coisa, realiza.
Não acredite nessa história de que
é difícil. As coisas só são difíceis
para as pessoas difíceis. As pessoas
simples, estas realizam coisas extraordinárias”. (Rosiel dos Santos,
economista, Salvador/BA)
Estou escrevendo para parabenizar a todos pelo Portal Boa Vontade
(www.boavontade.com), pois nele tem
o que procuro: notícias atualizadas
diariamente das Instituições da Boa
Vontade. (Bruno César, via e-mail)
Meu pai, José do Carmo Borges, 73,
é um leitor entusiasta das obras literárias
de autoria de Paiva Netto. Ele já leu Somos todos Profetas e está lendo a nova
edição de As Profecias sem Mistério.
Sempre quando lê, ele comenta:  “Se
a Humanidade conseguisse enxergar
a riqueza do conhecimento que está
nestes livros, o mundo estaria bem
melhor”. Parabéns, Paiva Netto!
Somos gratos a Jesus por ter acesso

Memorável encontro
Sob o comando
de Paiva Netto,
no dia 15 de
setembro de 2005,
Legionários da Boa
Vontade reuniram-se
na Sede Regional da
LBV, no Rio de Janeiro/RJ.
Em destaque, ladeando
o dirigente da Obra, da
esquerda para a direita: Rosiel
dos Santos, Lorival Soares, Paulo Duarte
Pereira e Jayme Bertolin. Na foto ao lado, o Líder da
LBV cumprimenta veteranos Legionários da Boa Vontade. No detalhe, recebe o afetuoso abraço de sua amiga
Maria da Conceição Sandoval.



Revista Boa Vontade
Carlos Minc

visita e parabeniza o trabalho
“Fiquei
da LBV
_____________
Lícia Curvello
Fotos: Jorge Alexandre

U

m dos mais atuantes ambientalistas do Estado do Rio de
Janeiro, o Deputado Estadual
Carlos Minc, escolheu o 21
de setembro (data em que se comemora
o Dia da Árvore) para visitar as dependências do Centro Educacional, Cultural
e Comunitário José de Paiva Netto, na
capital fluminense.
Após ser homenageado pelo Coral
Ecumênico Infantil LBV, Minc recebeu
presentes feitos com materiais recicláveis, confeccionados pelos próprios
alunos. Ele ainda distribuiu às crianças
adesivos com instruções de preservação
do Meio Ambiente. Em seguida, o
Deputado conheceu o local.
Ao passar por uma das salas, registrou mensagem sobre a Paz e a Natureza
em um mural desenvolvido pela garotada. O ambientalista escreveu: “Todos os
dias devem ser, para nós, Dia da Árvore
e da Paz. Carlos Minc”.

Na oportunidade assistiu a uma
apresentação feita pelos estudantes, na
qual eles estavam caracterizados como
árvores, flores e animais. Ao término da
peça, que tinha como foco a conservação do Meio Ambiente, o político ficou
emocionado quando os atores mirins
ofereceram-lhe uma flor.
Agradecido, ele posou para uma
foto com os alunos e no Livro do
Coração, no qual os visitantes deixam
suas impressões sobre o lugar, escreveu:
“Gostei muito do que vi. Carinho, dedicação, limpeza, consciência ecológica.
Estão de parabéns. ‘Ah, se todos fossem
iguais a vocês. Que maravilha!’ Carlos
Minc”.
O visitante fez questão de relatar
suas impressões: “Fiquei muito bemimpressionado. Encontrei na LBV
dedicação, humanidade no trato com as
crianças, a consciência ecológica. Todo
mundo aqui, as crianças, os professores,

a essas palavras que sempre trazem renovação. (Fátima Alves, Palmas/TO)

Jubileu de Ouro

Dia do Radialista

Toda a Família Legionária de Americana/SP saúda Paiva Netto pelo Dia
do Radialista (21/9). Agradecemos por
nos trazer diariamente o Evangelho
e o Apocalipse de Jesus, semelhantes
ao leite materno, a dar sustância ao
filhinho para que se fortaleça, por
meio da comunicação, principalmente
a Super Rede Boa Vontade de Rádio.
Parabéns e desejamos que continue
sempre assim, salvando vidas e Almas
para Deus, para que com isso sigamos
sempre o seu exemplo! (Izabela Caroline Lobianco, Americana/SP)

Parabéns, Paiva Netto, pelo Jubileu
de Ouro, em breve, pela perseverança e
coragem para levar ao mundo a palavra
de Jesus. Irmão Presidente, não sei viver
sem as pregações maravilhosas que o
senhor nos dá. Termino estas simples
palavras com um forte abraço Legionário. (Yedda Junqueira Domingos, Rio
de Janeiro/RJ)

Ações sociais e espirituais

Parabenizo o Presidente das Instituições de Boa Vontade por mais um
ano da Super Rede Boa Vontade de
Rádio e da Ronda da Caridade. (Lêda
Soares Sampaio e família, São Gonçalo/RJ)

muito bemimpressionado.
Encontrei na LBV dedicação,
humanidade no trato com
as crianças, a consciência
ecológica. Todo mundo aqui,
as crianças, os professores,
adoram a Natureza.”
adoram a Natureza. Fico muito comovido com isso porque sou ambientalista
há anos (...). Muitas vezes, as pessoas
se queixam da violência, da desigualdade e não vêem como é possível
fazer coisas que interfiram nessa
realidade. A LBV dá um exemplo ao
País”, frisou.
Para ele, quando se oferece Amor,
educação e assistência “se dá uma possibilidade para a juventude brilhar longe
da droga, da violência, longe das armas.
Vocês estão de parabéns! (...) Então um
abraço ao Paiva Netto, à sua equipe. Até
a próxima!”.

Um abraço de toda Juventude
da LBV a José de Paiva Netto
pela criação da Super Rede Boa
Vontade de Rádio e a certeza de
que sempre a LBV atua, cada vez
mais, no amparo aos necessitados
e abandonados deste imenso país.
(Carlos Jaime Morandini dos
Santos, Ribeirão Preto/SP)
Eu, Letícia, quero agradecer ao
Irmão Paiva Netto por ter criado o
Instituto de Educação da LBV. Se
não fosse por ele, hoje milhares de
crianças não estariam estudando
em um lugar tão bom! (Letícia
Oliveira Silva Gomes, estudante,
São Paulo/SP)

Revista Boa Vontade
Coluna do Garotinho

O velho hábito

José Carlos Araújo é locutor
esportivo da Rádio Globo do
Rio de Janeiro/RJ

E

ntra ano, sai ano, começa campeonato, termina campeonato e
continua a pleno vapor a velha
prática: se o time vai mal, quem
paga é o treinador, que nem sempre é
o responsável pelas derrotas. Mas, se
perder duas ou três partidas seguidas,
não tem apelação: ele é sumariamente
demitido.
Os clubes são todos assim. Como
não há planejamento, não existe tempo
para que o treinador e sua comissão
técnica implantem um esquema de
jogo, imponham suas táticas ao elenco.
Ou seja, vivemos um falso profissionalismo no futebol brasileiro.
Tudo é feito movido pela emoção e
pela necessidade de dar uma satisfação
ao torcedor. Os dirigentes não assumem qualquer culpa quando o time
vai mal. A saída encontrada é sempre
aquela mais fácil: demitir o treinador e
jogar sobre seus ombros toda a culpa,
embora ele nem sempre seja o responsável pelos maus resultados.
Como atribuir a ele falhas grossei-

ras dos goleiros e dos zagueiros, a falta
de criatividade do meio de campo ou
a inoperância dos atacantes? Como
querer que ele transforme em craques
jogadores de nível duvidoso, contratados aleatoriamente pelos dirigentes?
Dentro dessa lógica ilógica mantida pelos dirigentes, Celso Roth é
demitido do Flamengo em conseqüência dos péssimos resultados do time,
mas imediatamente contratado como
solução pelo Botafogo, que demitiu
Péricles Chamusca após poucos jogos
e aproveitamento medíocre.
Esse panorama se repete em todos
os Estados. O clube perde, o técnico é
despedido por incompetência. E esse
mesmo técnico invariavelmente é contratado por outro clube, sempre como
salvador da pátria. Foi assim com PC
Gusmão, que saiu do Botafogo e foi
parar no Cruzeiro. Aconteceu com
Zetti, com Cuca e muitos outros.
O pior é que sabemos que assim
será por muito tempo ainda. Pois é
mais fácil para os dirigentes. Porque
os treinadores, passivamente, se
sujeitam a esse expediente.
Não é à toa que a maioria dos
treinadores joga para garantir o
emprego. Fora de casa, poucos têm
coragem para mandar seus times ao
ataque. Ficam entrincheirados na
defesa, achando que o 0 x 0 é bom resultado. E quando seus times fazem
1 x 0, tratam de reforçar a defesa,
desistindo de atacar.
Como diz a sabedoria do torcedor, o medo de perder tira a
vontade de ganhar. E o medo de
perder o emprego conduz a atua-

ções sofríveis e, quase sempre, têm
o desfecho esperado: substituição
do técnico.
Os treinadores precisam se valorizar. Primeiro, mostrando aos dirigentes e torcedores as
fragilidades de suas
equipes; não prometendo resultados
que não alcançarão e, por fim, fazendo constar em
seus contratos
cláusulas
que lhes
garantam
condições
de trabalho,
como
planejamento
de médio
ou longo
prazo e elenco
de bom nível.
Além disso,
é necessário que
tenham personalidade para se impor
perante dirigentes,
jogadores e torcedores. É fundamental
desenvolver seus
esquemas sem se
sentirem pressionados, especialmente sem
medo de perder
o emprego.

Revista Boa Vontade

11

Daniel Trevisan

Felipe Freitas

de demitir treinador
Destaque

Cardeal completa 84 anos e recebe
carinhosa homenagem da LBV

O Coral Ecumênico LBV canta em homenagem a Dom Paulo Arns,
na Paróquia São Francisco de Assis, em São Paulo/SP.

Dom Paulo Evaristo Arns

_________________
Leonardo Mattiuzzo
Fotos: Clayton Ferreira

O

com a música Jesus!
Arcebispo
(poema de autoria do
Emérito de
escritor Paiva Netto),
São Pauinterpretada pelo Coral
lo, Cardeal
Ecumênico LBV. Logo
Dom Paulo Evaristo
após, subiu ao altar da
Arns, completou no
igreja e retribuiu com
dia 14 de setembro
grande carinho a ho84 anos de vida. A
menagem, dedicando a
cerimônia religiosa
missa de seu aniversário
ocorreu na Paróquia
ao Brasil, pedindo “Paz
São Francisco de
Dom Paulo Evar
isto Arns
e mais Solidariedade ao
Assis, no centro da capital
bandeirante. Nesse mesmo dia, é Povo brasileiro”.
Na ocasião, o aniversariante foi
também comemorada, na liturgia
presenteado com um belíssimo
católica, a exaltação da Santa Cruz.
Na abertura, Dom Paulo foi re- quadro, lembrança de seu amigo
de longa data, o Presicebido calorosamente
dente das Instituições
da Boa Vontade, José
de Paiva Netto. “Que
coisa bonita! Não
pode ser mais bonito
que isso. Deus lhe
pague! Para a Legião
da Boa Vontade, um
grande abraço”,
disse, admirando a
emocionante imagem representativa
, em nome de
da Pesca Milagrol Paes (D) entrega a a Dom
be
Boa Vontade Isa
Milagros
A Legionária da
tativa da Pesca
sa.
r do
agem represen
cretária particula
Paiva Netto, a im
Angela Borsoi, se
Quem também
da, Maria
Paulo. À esquer
prestigiou o evento foi o padre
Cardeal.
José Enes de Jesus, do Instituto do

Padre José Enes de Jesus

Teólogo Fernando
Altemeyer

Negro Padre Batista, e o teólogo
e ouvidor da PUC/SP, Fernando
Altemeyer Junior. “De fato, Dom
Paulo é uma marca histórica na
cidade de São Paulo e no Brasil.
Parabéns a ele. E parabéns à LBV
que tem feito um trabalho bonito, de
propagar o Ecumenismo de Jesus,
que abraça a todos sem discriminar
absolutamente ninguém”, afirmou
o padre José Enes. E completou
o teólogo Altemeyer Junior: “Foi
uma homenagem sincera de todas
as comunidades e igrejas, também
da Legião da Boa Vontade, que nos
seus cânticos pôde emocionar a
Comunidade Católica no Largo de
São Francisco. E que a Legião da
Boa Vontade continue sendo uma
Legião, quer dizer, unida, com uma
Boa Vontade, imensa Boa Vontade;
porque pequena vontade não vai
mudar o Brasil”.

Revista Boa Vontade

13
Samba e História

O que é que a

baiana tem?
Apesar de não ter nascido no Brasil, Carmen
Miranda mostrou ao mundo as faces do País.
Fotos: Divulgação

Reprodução RMTV

N
O radialista Hilton Abi-Rihan (E), ao lado do
biógrafo Luiz Fernando Vieira, durante gravação
do programa Samba e História, nos estúdios da
Super Rádio Brasil (AM 940 kHz), do Rio de Janeiro.
Na Super RBV, o ouvinte pode acompanhar essas
entrevistas aos domingos, às 13 ou 19 horas. Pela
Rede Mundial de Televisão (RMTV) é exibido aos
sábados, às 23 horas. No domingo, o telespectador
tem suas opções de horário: às 15 ou 23 horas.

14 Revista Boa Vontade

ão é de conhecimento de todos,
mas a artista que mais projetou
o nome do Brasil lá fora veio
de terras lusitanas. Foi na cidade de Marco de Canavezes, em Portugal,
sob o signo de Aquário, que nasceu Maria do Carmo Miranda da Cunha — ou,
simplesmente, Carmen Miranda —,
(1909-1955), que mais tarde embalou o
mundo com sua bela voz. Muito além do
sucesso, a cantora imortalizou-se como
um mito da nossa cultura. E foi a carreira
da Pequena Notável que serviu de base
para uma conversa com o biógrafo Luiz
Fernando Vieira, no programa Samba
e História exibido pela Rede Mundial
de Televisão — A TV da Educação, da
Cultura e da Cidadania Solidária com
Espiritualidade Ecumênica!. Ele contou
detalhes do início da carreira da cantora,
que antes de chegar aos Estados Unidos,
em 1939, teve uma longa trajetória de
sucesso em nosso País.
Carmen desembarcou no Brasil
com um ano e meio de idade e veio
acompanhada pela mãe, Maria Emília
Miranda da Cunha e pela irmã mais velha, Olinda. Seu pai, José Maria
Pinto da Cunha,
era barbeiro e
já morava por
aqui. Na capital fluminense,
Carmen estudou
na escola Santa
Tereza, um colégio
de meninas pobres
que ficava no Largo
da Lapa. “Aos 13
anos, se dedicou à

moda porque foi aluna de algumas chapeleiras famosas no Rio de Janeiro/RJ,
dentre elas a da minha tia Inês Barcella
que tinha um ateliê na avenida Men de
Sá”, relata o biógrafo.
A mãe de Carmen Miranda tinha
uma pensão no Catete, zona sul do Rio,
que era freqüentada por músicos, entre
eles Pixinguinha. Certo dia, um dos cantores que por ali passavam se encantou
com a voz de Carmen e disse: “Essa
menina vai fazer sucesso”. E, de fato,
era a aposta. Luiz Fernando Vieira conta
que naquele tempo “chamaram Josué
de Barros, compositor famoso, que foi
à pensão, gostou do que viu e chamou-a
para fazer um show. Como se saiu muito
bem, resolveu convidá-la para participar
de programas de rádio”.
Josué de Barros a acompanhava no
violão, chegou a ensinar-lhe a tocar,
entretanto aquela não era a vocação de
Carmen. Em parceria com o compositor, ela gravou seu primeiro disco. No
carnaval de 1931, a Pequena Notável
desponta com Se você gostar de mim,
uma música de Joubert de Carvalho,
conhecida popularmente como Taí.
O sucesso foi tão grande que ela
foi convidada a fazer uma peça teatral
intitulada Vai dar o que falar, no Teatro
João Caetano. Mas nesse espetáculo,
Carmen só atuou como cantora. “Em
1931, gravou O carnaval taí que foi
um gancho que Pixinguinha e Josué
de Barros pegaram do sucesso que ela
fez com a música Se você gostar de
mim e Amor, amor, também do Joubert
de Carvalho”, explica Luiz Fernando
Vieira.
Logo após, Carmen Miranda iniciou
sua turnê internacional, viajando para
Buenos Aires, capital argentina, ao lado
de feras da música como Francisco
Alves, Mário Reis, Lupércio Miranda
e seu irmão Tute Miranda. Depois da
rica experiência no país do tango, ela
estreou no cinema, em 1932, gravando
O carnaval cantado no Rio. No ano
seguinte, estrelou A voz do Carnaval,
ambos por Adhemar Gonzaga, na Cinédia (primeiro estúdio cinematográfico
do País). Porém o único filme brasileiro
em que a cantora trabalhou como atriz
foi Estudantes, no qual interpretou a conhecida marcha junina Sonho de papel.
Na época, já era chamada pelo apelido
que o César Ladeira lhe dera: Pequena
Notável, um cognome repetido no Brasil
inteiro e que se referia à baixa estatura e
ao talento da cantora.
Em 1936, Carmen fez uma participação em Alô, alô, carnaval (um
clássico musical dirigido por Adhemar
Gonzaga), cantando Querido Adão
e Cantoras do rádio. “Essa música é
imperdível, porque virou uma marca.
Ela de fraque e cartola dourada ao lado
de Aurora Miranda cantando: ‘Nós
somos as cantoras do rádio’ é lindo!”,
rememora o biógrafo.
A presença dela já era, por si só, um
sucesso. Seu jeito brincalhão — uma
característica bem pessoal — chamava
a atenção das pessoas. Em 1972, ela foi
tema de desfile da Império Serrano, com
o samba-enredo Alô, alô. Taí Carmen
Miranda, de Heitor Achiles, Maneco
e Wilson Dia, em alusão às músicas
que gravou.

Carisma bem brasileiro
Além de cantora, ela arriscava compor músicas. “Não tinha uma regularidade, mas Os Home Implica Comigo é
de autoria dela e do Pixinguinha”. Em
1938, Carmen Miranda afasta-se cerca
de oito meses dos palcos, abalada com a
morte de seu pai. Ao retornar, foi eleita
pelos fãs e leitores da revista Fon-Fon
como a maior cantora do Brasil. Sua
volta às apresentações é acompanhada de uma história interessante. Luiz

Fernando Vieira conta que “foi nessa
mesma época que Carmen começou
a cantar no cassino da Urca. Ela se
apresentava para os grandes nomes da
música mundial”. Àquela altura, não
havia uma pessoa conhecida de sucesso
no Exterior que não se apresentasse
naquele local.

O carisma natural da
cantora, somado às
ótimas oportunidades
que lhe surgiam, graças a
seu esforço e dedicação,
resultou numa carreira
cheia de sucessos. O que
é que a baiana tem?
Vocação para brilhar!
Em um desses espetáculos, o famoso diretor e ator Tyrone Power e
sua namorada, Ana Bella, estavam
assistindo ao show de Carmen Miranda.
Encantada com a bela voz da cantora,
Ana a presenteou com um vestido de
baiana. “Ela achou superinusitada aquela

roupa porque sempre foi ligada à Bahia.
Pegou a fantasia e estilizou”, narra.
A partir daí, passou a vestir-se de
baiana, usar turbantes feitos por ela,
colocando, às vezes, adereços de bananas ou abacaxis. “O curioso é que para
completar a fantasia ela usava saltos
de 15 a 20 centímetros. Ela media 1,50
metro. Isso mostra o gingado perfeito
da artista, porque mesmo sobre um salto
de 15 centímetros ninguém pensa numa
Carmen Miranda estática. E usava cada
parte do seu corpo para transmitir musicalidade”, diz o biógrafo.
Em suas apresentações no Exterior,
mostrou o Brasil das frutas, do ritmo
agitado e das belas praias. Carmen
também ajudou, de certa forma, no
surgimento de alguns artistas. “Dorival
Caymmi, ainda garoto no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira cantando ao
lado dela O que é que a baiana tem?”.
Outra parceria que gerou ótimos resultados ocorreu com Carmen e a Banda
da Lua. O carisma natural da cantora,
somado às ótimas oportunidades que
lhe surgiam, graças a seu esforço e
dedicação, resultou numa carreira cheia
de sucessos. O que é que a baiana tem?
Vocação para brilhar!

Revista Boa Vontade

15
Acontece no Mundo

Eliane Maria

Nações Unidas
e a sociedade

16 Revista Boa Vontade

_________________
Danilo Parmegiani
pela sociedade e pelo setor privado,
no intuito de erradicar a pobreza no
mundo”, explica o chefe da Seção
de ONGs do Departamento, Paul
Hoeffel.
Afiliada ao DPI desde 1994 e
com status consultivo geral no Conselho Econômico e Social da ONU
(Ecosoc), a Legião da Boa Vontade
participou do comitê executivo da
conferência. Além de ajudar na organização, a LBV foi convidada a
integrar a programação oficial, apresentando seu trabalho de divulgação
e implementação dos ODMs. Com
o tema “Sociedade Solidária” (tese
pioneira do educador Paiva Netto),
a Instituição compartilhou, com o
grupo que lotava o salão GA37, sua
experiência de 55 anos em ações
socioeducacionais e seu trabalho
internacional em rede com diversas

Eliane Maria

O

Departamento de Informações Públicas (DPI) da
Organização das Nações
Unidas (ONU) promoveu
de 7 a 9 de setembro, em Nova York,
a 58ª Conferência Anual de ONGs
com o tema “Nosso desafio: Vozes
pela Paz, parcerias e renovação”. O
encontro reuniu 2.700 Organizações
Não-Governamentais, de 125 diferentes países, com a meta de fortalecer o compromisso da sociedade civil
no cumprimento dos Oito Objetivos
de Desenvolvimento do Milênio
(ODMs), a serem alcançados até 2015.
“Foi um momento muito especial,
por ser o quinto ano depois que os
190 países-membros declararam
os Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio. Essa conferência está
avaliando os progressos realizados
e os não atingidos por governos,

LBV participa de Encontro Internacional de ONGs, em Nova York.

A LBV representou a América Latina no painel
que reuniu palestrantes de cinco continentes.
Amado Vieira

Paul Hoeffel, Chefe da Seção de ONGs do DPI/ONU, ladeado
pelos Legionários Danilo Parmegiani (E) e o Dr. Pedro de Paiva.

O workshop da LBV chamou a atenção de inúmeros
representantes de ONGs que prestigiaram a palestra
que enfocou a Sociedade Solidária.
Da esq. p/ a dir., Pedro de Paiva, Bárbara Valacore
e Steve Nation (The Lifebridge Foundation), May
East (Global Ecovillage Network) e Silvia Vitro (LBV).
Ao serem cumprimentados pelos representantes da
Legião da Boa Vontade, Bárbara e Steve lembraram
com satisfação da recente visita que fizeram ao
Templo da Paz, em Brasília/DF.

Reprodução RMTV

Divulgação ONU
Danilo Parmegiani

O Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi
Annan, e sua atuante mulher, Nane Annan.

outras organizações.
mio Nobel da Paz em 2003,
Esta apresentação reShirin Ebadi, não apenas
alizada pela LBV foi
recebeu a revista Sociedade
destaque na Rádio da
Solidária, da LBV, como
ONU com versão em
mandou uma mensagem de
português. A reportagem
Paz por meio da Super Rede
sobre o evento e a entreBoa Vontade de Comunivista com a Instituição
cação. “Espero que o Povo
foram publicadas no site
brasileiro possa sempre viver
oficial das Nações UniShirin Ebadi em Paz, livre do medo e da
das e reproduzidas em
intimidação que os caminhos
dezenas de emissoras nos países de da violência impõem”, disse a iraniaLíngua Portuguesa. No Brasil, foi na, ativista internacional dos Direitos
ao ar pela Radiobrás, Jovem Pan, Humanos.
Bandeirantes e pela Super Rede Boa
Os Objetivos de Desenvolvimento
Vontade de Rádio (www.redeboavon- do Milênio precisam ser cumpridos
tade.com.br).
até 2015. Acabar com a fome, a
No encontro internacional de miséria, as doenças, os desmataONGs, os participantes trocaram mentos e todos os demais desafios
informações e experiências. Perso- só poderão ser superados pelos gonalidades presentes receberam os vernos mundiais se houver também o
cumprimentos fraternos da LBV, engajamento e o apoio da sociedade
a exemplo do Secretário-Geral da civil, conforme defende Paul Hoeffel:
ONU, Kofi Annan, e de sua atuante “Precisamos de toda a colaboração
mulher, Nane Annan; e o Subsecre- possível, e as ONGs estão aí para nos
tário Geral das Nações Unidas para ajudar, elas têm os recursos, as pesComunicação e Informações Públicas, soas e a vontade. Essa Boa Vontade
Shashi Tharoor. A ganhadora do Prê- é a de que precisamos”, afirmou.
Divulgação

Acontece no Mundo

Dia Internacional
da Paz na ONU

Michael Douglas
manda mensagem de Paz para
o Brasil por meio da LBV

Reprodução RMTV

18 Revista Boa Vontade

Pedro de Paiva

Reprodução RMTV

Reprodução RMTV

Reprodução RMTV

Em 21 de setembro, a sociedade civil
O ator e produtor de Hollywood,
organizou um importante encontro na
Michael Douglas, também nomeasede das Nações Unidas, em Nova York,
do pela ONU como mensageiro da
para comemorar o Dia Internacional da
Paz, palestrou no evento e mandou
Paz, uma data que foi primeiramente
uma mensagem especial ao Brasil
estabelecida em 1981, por meio da
pela Rede Boa Vontade de ComuniResolução 26/67 da Assembléia Geral
cação. “Hoje é um dia muito especial para
da ONU e sempre coincidia com a data
todos nós. Espero que essa ambiência de Paz
de abertura de cada sessão nos meses
se propague também para o Brasil. Meu obride setembro.
gado pela LBV estar aqui”, disse. Na ocasião,
Mais tarde, para fortalecer a comeele foi cumprimentado por representantes da
moração anual, em 2001 fixou-se o 21
Instituição e agradeceu por ter recebido a rede setembro como o dia da não-violência
vista Sociedade Solidária, versão em inglês,
e do cessar fogo. O Secretário-Geral das
do escritor Paiva Netto.
Nações Unidas, Kofi Annan, convocou
todos os países a ficarem 24 horas de
vigilância pela Paz, num cessar- fogo
Na primeira foto, Michael Douglas com sua bela esposa, a atriz Catherine Zeta-Jones; na
mundial. O Dia Internacional da Paz
segunda, Douglas recebe do representante da LBV no evento, Danilo Parmegiani, a revista
Sociedade Solidária; no destaque, concedendo entrevista à Rede Mundial de Televisão.
vem seguir a súmula especial dos Chefes
de Estado na sede da ONU,
a conversar sobre os
que ocorreu entre os dias 14
problemas em seus paíe 16 de setembro e tratou de
ses para se ter a Paz. A
diversos temas, entre eles,
maioria delas clama pela
desenvolvimento, segurança
Paz, ora por ela e trabalha
e direitos humanos.
por comunidades mais
Na programação da maunidas. E esse dia virá
nhã, o Prêmio Nobel da Paz,
para o mundo inteiro e
escritor e pensador Elie Wiecom as crianças que irão
sel, trouxe sua mensagem no
Jane Goodall trabalhar pela Paz”.
campo dos direitos humanos.
Sobre a criação do Dia A representante da LBV na ONU, Conceição
“O Brasil, como qualquer
Internacional da Paz, o Malaman, entrega a revista Sociedade
outro país, precisa sempre
Subsecretário Geral das Solidária ao Subsecretário-Geral das Nações
de Paz e agora mais do que
Nações Unidas para Co- Unidas para Comunicação e Informações
nunca”, afirmou Wiesel à
municação e Informações Públicas, Shashi Tharoor.
Super Rede Boa Vontade de
Públicas, Shashi ThaComunicação.
roor, lembrou que “um Legião da Boa Vontade nos Estados
Outra palestrante a se
dia nunca é o suficiente, Unidos e agradeceram por terem
apresentar foi Jane Goomas esperamos que este recebido a revista Sociedade Solidall, nomeada mensageiElie Wiesel seja o início a partir do
dária, versão em inglês, do escritor
ra da Paz em 2002 pela
ONU, conhecida mundialmente pelo qual possamos ter Paz no mundo Paiva Netto.
A Legião da Boa Vontade, que
trabalho que desenvolve com chim- inteiro”.
O ator e produtor de Hollywood, nasceu sob o dístico do coração azul
panzés, na Tanzânia, na descoberta
de doenças. Para Goodall, “estamos Michael Douglas, também nomeado e os dizeres: “Paz na Terra aos Hovivendo em um mundo de guerras pela ONU como mensageiro da paz, mens e Mulheres de Boa Vontade”,
e violência. Mas há muito mais palestrou no evento e mandou uma participou da cerimônia que marca
pessoas usando a voz para com- mensagem especial ao Brasil pela a passagem de tão importante data,
batê-las. Portanto, acho que meios Rede Boa Vontade de Comunicação levando sua mensagem de Paz,
de comunicação como os da LBV (boxe acima). Todos foram cumpri- Fraternidade e de Ecumenismo
são um incentivo para começarem mentados pelos representantes da Irrestrito.
Desfile de

La Hispanidad 2005

A LBV representa o Brasil em Nova York

__________
Elias Paulo
Fotos: Eliana Gonçalves

Os vários momentos do Desfile de La Hispanidad em que a LBV foi destaque

A

inda em setembro, a
Legião da Boa Vontade
representou os brasileiros nas ruas da maior
cidade estadunidense, durante o
Desfile de La Hispanidad 2005,
organizado pela Queens Hispanic
Parade. Há 29 anos, o evento tem
como objetivo mostrar a força da
comunidade hispânica nos Estados
Unidos e ressaltar a cultura latinoamericana.
A tradicional estampa de Jesus
seguiu à frente de um pelotão
formado por voluntários que contribuem, há anos, com as ações
socioeducativas da Instituição nos
EUA. Também compuseram o desfile bandeiras do Brasil, da Legião
da Boa Vontade, dos Estados Unidos, da Organização das Nações

Unidas (ONU) — órgão no qual a
LBV possui status consultivo geral em seu Conselho Econômico e
Social —, além dos estandartes dos
países onde a Obra está presente,
a exemplo do Uruguai, Paraguai,
Bolívia, Argentina e Portugal.
Segunda a desfilar, a Instituição
carregou faixas com mensagens
alusivas à Paz. Uma delas chamou
bastante atenção do público, pois
registrava em espanhol: “Que
Jesus abençoe todos os Povos do
mundo”. Também foi destaque o
recado da Legião da Boa Vontade
em favor da Paz e em agradecimento ao povo hispano, pela ajuda
concedida à Instituição. O evento
foi realizado no Jackson Higths, na
37th Avenue desde a 69 St. até a 89
St., no condado do Queens.

Revista Boa Vontade

19
Especial

Solidariedade

Nova

Durante a 21ª edição do Brazilian Day, o ParlaMundi da LBV

20 Revista Boa Vontade
brasileira em

York

Comenda da Ordem do Mérito
da Fraternidade Ecumênica,
criada pelo Diretor-Presidente
da LBV, Paiva Netto.

premia expoentes do Brasil nos Estados Unidos da América.

Revista Boa Vontade

21
Especial

1

2

3

5

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4

6

22 Revista Boa Vontade

8
________________
Danilo Parmegiani
Fotos: Orlando Norberto, Eliana Gonçalves,
Mariana Malaman e Equipe The BrasilianS.

A

21ª edição do Brazilian 2005 ao primeiro agraciado, o jornaDay pintou Nova York de lista Amauri Soares, Diretor Exeverde-e-amarelo. Um dos cutivo da Globo Internacional. A
maiores festivais de rua cantora Fafá de Belém, considerada
em Manhattan celebrou a Indepen- a intérprete da mais bela versão do
dência do Brasil numa área superior Hino Nacional Brasileiro e grande
a 25 quarteirões. Na 6ª Avenida com símbolo da história democrática
a Rua 46 (conhecida como Little do País, também recebeu a homeBrazil), o palco principal da festa nagem da Legião da Boa Vontade.
reuniu artistas, duplas sertanejas e Outra personalidade a receber a
grupos musicais brasileiros. Pelo premiação foi o dedicado apoiador
segundo ano consecutivo, a Legião da comunidade brasileira em Nova
da Boa Vontade
York, Padre Amarillo Checon,
foi convidada
da Diocese do Brooklin, baira participar da
ro da Big Apple.
programação
Na cerimônia, o dirigente
oficial, exaltanda LBV foi representado pelo
do o espírito de
advogado Pedro de Paiva.
Solidariedade
Convidado ao microfone, ele
daqueles que relembrou à multidão presente
presentam exemos propósitos da Comenda da
plos de trabalho
LBV. “A Ordem do Mérito
e dedicação ao
da Fraternidade Ecumênica,
próximo, qualicriada por Paiva Netto, visa
dade singular do
à construção de uma Sociecom a
a
brasileiro.
dade Solidária. Ressalta a
Thiago Lacerd
ária
A Comenda da revista Sociedade Solid
pureza de coração de tantos
Ordem do Mérito da
que atuam no mundo pelo bem
Fraternidade Ecumênica, criada pelo comum”, resume.
Diretor-Presidente da LBV, José de
A festa brasileira e a entrega da
Paiva Netto, foi entregue no palco Comenda da LBV foram destaque
do festival diante de um milhão de na imprensa pelo mundo. A Globo
pessoas. “A Legião da Boa Vontade Internacional exibiu o evento por
coroa a festa do Brazilian Day com diversas vezes para mais de 46 paíum brilho especial de Solidarieda- ses e ainda destacou a premiação da
de”, comentou Edilberto Mendes, Legião da Boa Vontade no programa
editor-chefe do jornal The Brasi- Planeta Brasil, em duas exibições.
lianS e coordenador do evento.
O assunto virou notícia nos jornais
O empresário João de Matos, um The BrasilianS, Brazilian Voice,
dos responsáveis por organizar o Brazilian Press, Luso-Americano,
acontecimento e homenageado pela no site www.bizado.com, além da
edição da Comenda da LBV no ano Super Rede Boa Vontade de Copassado, fez a entrega da láurea em municação.

O jornalista Amauri
Soares, Diretor Executivo da Globo Internacional, ladeado pelos Legionários da Boa Vontade
Dr. Pedro de Paiva (E) e Danilo Parmegiani.

Padre Amarillo
Checon (E), a
cantora Fafá
de Belém e o
Dr. Pedro de
Paiva.

Da esq. p/ a dir., Eliane Maria, a jornalista
Patrícia Poeta, Conceição e Mariana Malaman e Silvia Vitro.

A Jovem Legionária
Sâmara Malaman e o ator Eri Johnson,
ambos com a revista Sociedade Solidária.

1 - Momento de grande emoção na execução dos hinos: Nacional Brasileiro e Norte-americano.
2 - A cantora Fafá de Belém (E), o empresário João de Matos (C) e o ator André Marques (D), que segura a Comenda do ParlaMundi da LBV, entregue à cantora.
3 - No palco do evento, recebendo a Comenda da LBV, o Pe. Amarillo Checon (C), ao lado do editor-chefe do jornal The BrasilianS, Edilberto Mendes (E) e o Dr. Pedro de Paiva, representante de Paiva Netto no evento.
4 - O empresário João de Matos (C) faz a entrega da Comenda da Ordem do ParlaMundi da LBV ao jornalista Amauri Soares (E),
Diretor Executivo da Globo Internacional, e o Dr. Pedro de Paiva.
5 - A dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó também se apresentou com sucesso no palco do Brazilian Day.
6 - Da esquerda para a direita, os artistas Felipe Dylon, Viviane Victorette, Daniela Escobar, Luigi Baricelli e Thiago Lacerda.
7 - A multidão superlota as ruas nova-iorquinas em homenagem ao Brasil.
8 - No palco, o Grupo Araketu, no instante de sua apresentação.
Revista Boa Vontade

23
Especial

Alerta para o mundo
A opinião dos homenageados
pela Comenda da Legião da Boa
Vontade, na edição de 2005, foi
unânime em valorizar a Solidariedade. Mesmo com o pé quebrado,
lesão causada por um acidente,
Fafá de Belém marcou presença na
festa e expressou a alegria de ser
premiada. “Fico muito feliz com a
iniciativa da LBV. Isso não é para
mim, é para todos nós que acreditamos ser possível servir e que o

“É um prazer muito grande
receber esse troféu (...). A todos
os amigos que fazem essa
grande Legião realmente da Boa
Vontade, o meu melhor carinho,
o meu grande abraço. (...) E
continuem esse trabalho que é
lindíssimo. Se nós tivéssemos
5, 6 ou 10 iguais à LBV, com
certeza, teríamos menos
diferença social no Brasil.”

Fafá de Belém, cantora.

dom que nos dá, não se compra”,
diz Fafá. Para a cantora, “é um
prazer muito grande receber esse
troféu”. Ao término da entrevista,
desejou “a todos os amigos que
fazem essa grande Legião realmente da Boa Vontade, o meu melhor

24 Revista Boa Vontade

carinho, o meu grande abraço. (...)
E continuem esse trabalho que é
lindíssimo. Se nós tivéssemos 5, 6
ou 10 iguais à LBV, com certeza,
teríamos menos diferença social
no Brasil”.
Para Amauri Soares, Diretor
Executivo da Globo Internacional,
esse prêmio soa como um alerta
para o mundo. “A gente fala tanto
em globalização, as pessoas discutem muito o assunto, sempre na ótica
do dinheiro, do lucro. Não vejo as
pessoas discutindo globalização do
ponto de vista humano, que é o que
devia ser o primordial (...). Então
quando eu vejo vocês sempre batendo nessa tecla da Boa Vontade,
da Solidariedade, acho que é um
chamado para isso. A gente não pode
pensar em um mundo sem pessoas,
em globalização sem humanização.
Eu recebo também essa lembrança
da LBV como um chamado para a
gente olhar, militar, e não deixar
nunca esse assunto ficar em segundo
plano.” O jornalista ficou honrado
por receber o prêmio e registrou
mensagem ao criador da Comenda:
“O meu respeito e o meu abraço ao
Paiva Netto”.
O Padre Amarillo Checon dedicou o preito aos brasileiros que
deixaram o País e partiram rumo
às terras norte-americanas. “Esse
prêmio não é meu. É dos imigrantes,
esses brasileiros que deixam o Brasil

“Não vejo as pessoas discutindo
globalização do ponto de vista
humano, que é o que devia ser
o primordial (...). Então quando
eu vejo vocês sempre batendo
nessa tecla da Boa Vontade, da
Solidariedade, acho que é um
chamado para isso.”

Amauri Soares, Diretor Executivo da
Globo Internacional

com muita coragem para encontrar
aqui nos Estados Unidos uma vida
melhor”. O religioso enfatizou a
luta para o bem-estar dos Seres Humanos e, nesse contexto, afirmou
que a Legião da Boa Vontade é um
grande exemplo. “Dou os parabéns
pelo trabalho que a LBV faz. (...) A
Humanidade está numa crise muito
grande. Acredito que nós precisamos
de todos os esforços das pessoas de
Boa Vontade e, por isso, considero
a LBV realmente a linha de frente
dessa batalha”, frisou.
Na história da Comenda do
ParlaMundi da LBV, um prêmio
instituído em 1996 por Paiva Netto,
já foram agraciadas personalidades
internacionais pela sua atuação humanitária. Nomes como Kofi Annan,
Dalai Lama, Mário Soares, Edson
Arantes do Nascimento (Pelé), Oscar
Niemeyer, dentre outros, compõem
a galeria de condecorados.
Estande da LBV

é sucesso no Brazilian Day

A jornalista Patrícia Poeta com seu marido
Amauri Soares

Chitãozinho e Xororó e a Legionária
Eliana Gonçalves

“Dou os parabéns pelo
trabalho que a LBV faz. (...) A
Humanidade está numa crise
muito grande. Acredito que
nós precisamos de todos os
esforços das pessoas de Boa
Vontade e, por isso, considero a
LBV realmente a linha de frente
dessa batalha”.

J

á é tradição a presença da Legião
da Boa Vontade com um estande
na Rua 46, área central da festividade. Voluntários da LBV
nos Estados Unidos apresentaram o
trabalho da Obra, desde sua fundação,
há 55 anos, dos quais 19 deles dedicados à comunidade estadunidense. Os
visitantes puderam conferir também
a ação da LBV em países da América
Latina e Europa. Ao tomarem conhecimento das relevantes iniciativas,
muitos deles contribuíram com donativos à Instituição. Quem passou por
lá pôde comprar, em primeira mão, o
lançamento do escritor Paiva Netto, As
Profecias sem Mistério, edição revista
e ampliada pelo autor.
Nos Estados Unidos, a Organização atua em parceria com as Nações
Unidas desde 1994, no Departamento
de Informações Públicas (sigla em
inglês de DPI) e possui status consul-

tivo geral no Conselho Econômico e
Social da ONU (Ecosoc) — o que lhe
confere o direito de participar das reuniões decisórias desse Órgão. A LBV
dos EUA — Legion of Good Will
— localiza-se na 20 Calumet Street,
1st Floor, Newark/NJ, tel.: (973) 3445338. Para outras informações, basta
acessar o site www.lbv.org.br ou entrar em contato pelo e-mail lgwusa@
hotmail.com.

Padre Amarillo Checon

Revista Boa Vontade

25
Cida Linares

Especial

A exemplo do ocorrido em anos anteriores, o Coral Ecumênico LBV abriu a cerimônia oficial do Desfile de 7 de Setembro, em São Paulo/SP.

“Força Armada e civil,
______________
Rodrigo Oliveira

N

o Brasil, o 7 de Setembro
contou com a mesma animação de todos os anos.
Em São Paulo/SP, o público
lotou o sambódromo do Anhembi e
cantou com o Coral Ecumênico LBV
o Hino Nacional Brasileiro, ato que
deu início à cerimônia oficial da Independência. Muito aplaudido, o Coro
— formado por crianças e jovens que
participam de atividades socioeducacionais da Instituição — foi acompanhado pela Banda do Exército.
Pelas cinco regiões do território nacional, a Legião da Boa Vontade levou
para a avenida uma representação dos
pequeninos atendidos e a tradicional
estampa de Jesus, num pedido pela
Paz Mundial. O Desfile Cívico-Militar
na capital paulista teve a participação

26 Revista Boa Vontade

do contingente do Exército, Marinha,
Aeronáutica e de instituições que
atuam no local, a exemplo da LBV.
Alunos do Instituto de Educação
José de Paiva Netto e voluntários
da Obra levaram faixas com dizeres das Campanhas Educativas da
Instituição.
Cláudio Lembo, vice-Governador
do Estado de São Paulo, assistiu ao
desfile no palanque do evento. Em
entrevista, comentou a personalidade
solidária do Povo brasileiro e, nesse
contexto, parabenizou a Legião da
Boa Vontade. “Sou grande amigo da
LBV. Acho um trabalho lindo, esforçado, solidário, que orienta as pessoas.
Portanto, vocês estão de parabéns e eu
tenho muita alegria, sempre, de visitar
a LBV e ver que cada vez mais as

ações se ampliam, dando maior apoio
à juventude”, disse.
O vice-Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também manifestou-se
quanto às iniciativas da Instituição. Para
ele, “o trabalho da Legião da Boa
Vontade é conhecido por todos os
brasileiros e a participação da LBV
nesse desfile só o tornou mais grandioso e, evidentemente, todos nós,
administradores públicos, queremos
ter a LBV ao nosso lado, ajudando a
governar as nossas cidades, os nossos
Estados e o nosso País”.

Ministro do STJ reconhece
trabalho da LBV
Mesmo debaixo de chuva, as comemorações atraíram muitas pessoas
no Rio de Janeiro/RJ. O evento teve
início com o acendimento do Fogo
Simbólico da Pátria, seguido por
uma salva de 21 tiros. Assistindo
ao desfile, o Ministro do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) e Sereníssimo Grão-Mestre da Grande
Loja Maçônica do Estado do Rio
de Janeiro, Dr. Waldemar Zveiter,
destacou o trabalho promovido pela
Instituição. “Eu recebo a revista
BOA VONTADE com muito carinho, porque tive o privilégio e o
prazer de conhecer o querido Irmão
Alziro Zarur (1914-1979), como tenho o prazer de conhecer e admirar
o nosso Irmão Paiva Netto”, frisou o
Ministro que confessa gostar muito
do Templo da Boa Vontade, localizado em Brasília/DF.

O Dr. Zveiter aproveitou para
dizer que “é graças ao exemplo e
pela atitude de Solidariedade com
os semelhantes que vamos fazer um
grande país, o chamado ‘país do
futuro’, pertencendo a uma mesma
e única Humanidade, sem distinção
de fronteiras, de raça, de cor, sem
nenhum tipo de discriminação. Nós
somos absolutamente a favor da Paz
e do progresso social. A LBV está de
parabéns!”.

Boa Vontade nos desfiles
pelo Brasil
Em Porto Alegre/RS, a Legião da
Boa Vontade foi bastante aplaudida
nas comemorações da Independência. O tema do desfile de 2005 foi

Arquivo pessoal

tudo é Brasil!”
Dr. Waldemar Zveiter, Ministro do STJ.

“É graças ao exemplo e
pela atitude de Solidariedade com os semelhantes
que vamos fazer um grande
país, o chamado ‘país do
futuro’, pertencendo a uma
mesma e única Humanidade, sem distinção de fronteiras, de raça, de cor (...).
A LBV está de parabéns.”

Revista Boa Vontade

27
Luiz Antônio da Silva

Mineiro, em Uberaba,
“Cidadania: Deveres
um pelotão formado
e Direitos”. O escritor
por meninos e meninas
gaúcho Erico Verísassistidos pela LBV
simo (1905-1975) foi
na cidade chamou a
homenageado pelo seu
atenção do público.
centenário de nasciCom bexigas brancas
mento, com o título:
e bandeiras da LBV e
“Educar é ler, conhecer
Paulo Hartung, Governador do
do Brasil, eles pediram
e amar o Brasil”.
Espírito Santo.
pela Paz Mundial.
Na capital capixaba,
Também com o tempo
o evento ocorreu em uma
chuvoso, os presentes asdas paisagens mais lindas de
sistiram de perto à passaVitória, a Orla de Camburi.
gem do pelotão representaO Governador do Estado
tivo da Obra pela Avenida
do Espírito Santo, Paulo
Conde da Boa Vista, local
Hartung, parabenizou a
dos desfiles em Recife/PE.
LBV, todos os componentes
Durante a apresentação, a
do desfile e, em especial,
jornalista Jannaina Lima,
as crianças atendidas pela
do Informativo Cultural de
Obra na cidade. Para o Ten. Ten. Cel. José
Otávio Gonçalves
Pernambuco (ICP), comenCel. José Otávio Gonçalves, Comandante do 38º Batalhão tou: “Quando o comunicador estava
de Infantaria, sediado no Estado do lendo o Histórico da LBV, enfatizou
Espírito Santo, é importante que o bastante os 55 anos. Para mim, ele
Povo brasileiro e as organizações falou com grande entusiasmo soresgatem esse sentido de patriotismo bre a Instituição. Isso demonstra o
que o encontro representa “e a Legião agradecimento do Povo aos serviços
da Boa Vontade faz isso muito bem. prestados pela LBV ao Brasil”.
Pelo 16º ano consecutivo, a
Parabéns à LBV!”.
No Paraná, a Instituição esteve Legião da Boa Vontade marcou
presente na homenagem à Pátria em presença no desfile cívico em SalCuritiba e Londrina. Na capital do vador. Desta vez, o convite partiu
Estado, a passagem dos voluntários da 3ª Sessão do Estado Maior da 6ª
da Obra foi saudada pelo público, Região Militar e a Obra levou para
em especial, no momento em que a avenida as crianças que participam
realizaram uma evolução, segurando das Aulas de caratê, capoeira e Moral
a tradicional estampa de Jesus. Única Ecumênica, além de Vovôs e Vovós
instituição beneficente a participar do do Grupo Maturidade Plena.
acontecimento em Londrina, a LBV
levou para a avenida
os meninos e meninas contemplados
com as ações da
Obra e alunos dos
cursos de Capacitação Profissional.
Na cidade de
Uberlândia/MG, uma
representação de idosos atendidos pelo
Lar Alziro Zarur fez
parte das comemorações do 7 de Setembro.
Salvador/BA
Ainda no Triângulo

“Sou grande amigo da LBV.
Acho um trabalho lindo,
esforçado, solidário, que
orienta as pessoas. Portanto,
vocês estão de parabéns e eu
tenho muita alegria, sempre,
de visitar a LBV e ver que
cada vez mais as ações se
ampliam, dando maior apoio
à juventude.”

Cláudio Lembo, vice-Governador do
Estado de São Paulo.

“O trabalho da Legião da
Boa Vontade é conhecido por
todos os brasileiros e a participação da LBV nesse desfile
só o tornou mais grandioso
e, evidentemente, todos nós,
administradores públicos,
queremos ter a LBV ao nosso
lado, ajudando a governar
as nossas cidades, os nossos
Estados e o nosso País.”
Gilberto Kassab, vice-Prefeito da

cidade de São Paulo.

28 Revista Boa Vontade

Cristiane Ranolfi

Luiz Antônio da Silva

Daniel Trevisan

Especial
Rui Portugal

Elisene Santos

Anápolis/GO

Manaus/AM

Araçatuba/SP

Belém/PA
Vânia Besse

Arquivo BV

Juliana Valim

Enildon Miranda

Wecsley Marcelo

Porto Alegre/RS

Vinicius Ramão

Arquivo BV

Clodoaldo Jacob

Lucian Fagundes

Cristiane Ranolfi

Vitória/ES
Rio de Janeiro/RJ
Glorinha/RS

Salvador/BA
Uberlândia/MG

Uberaba/MG
Belo Horizonte/MG

Araxá/MG

Recife/PE

Revista Boa Vontade

29 Curitiba/PR

Liliane Cardoso

Jorge Alexandre

Luiz Antônio da Silva
Educação

Brincando

e aprendendo

Novos profissionais se destacam para ajudar seu filho na escola

Psicopedagogia
______________
Rodrigo Oliveira

Fotos: Daniel Trevisan

N

“Quando (a criança)
começa a manifestar
cansaço, não quer ir
para a escola, começa a
atrasar muito o ritmo de
fazer lição, é o melhor
momento de interferir.”

Neide Noffs
Doutora em Educação, na área de
Didática, pela USP.

Fac-símile
do livro
Psicopedagogo
na Rede de
Ensino, de Neide
Noffs, lançado
pela Editora
Elevação.

30 Revista Boa Vontade

otas baixas são um indicativo de que alguma coisa não
vai bem na rotina escolar
da criança. E quando isso é
diagnosticado você pode precisar da
ajuda de um especialista. Muitos pais
desconhecem, mas existe uma profissão específica que visa melhorar a
aprendizagem dos seus filhos, conhecida por Psicopedagogia. Implementada
no Brasil há cerca de 30 anos, essa área
da Educação pressupõe que todos têm o
direito e potencial para aprender.
“Crianças que estão na sala de aula
são diferentes uma das outras, possuem
variadas oportunidades sociais. Algumas aprendem com facilidade o que outras não assimilam tão rapidamente. Por
essa razão, estudamos o processo de
aprendizagem na escola”, define Neide
Noffs, vice-diretora da Faculdade de
Educação da PUC/SP e coordenadora
do curso de Psicopedagogia.
Antes de se configurar essa área da
Educação, meninos e meninas que não
tinham bom desempenho escolar eram
encaminhados para o consultório médico. Lá passavam por exames e, segundo
Neide, a maioria deles não apresentava
problemas do ponto de vista físico.
“Então, o Doutor encaminhava para o
serviço social identificar se a criança
tinha alimentação suficiente. Se nada
fosse registrado, a criança seguia para
análise de um psicólogo, ou para o
neurologista”.
Daí surgiu a necessidade de se

criar uma especialidade para atender à
demanda de crianças com dificuldade
na aprendizagem.
Neide Noffs, também Doutora em
Educação pela Universidade de São
Paulo (USP), assevera que a partir dessa época passou a ser observado o êxito
no trabalho de professores particulares,
que davam aula individualmente. “E
por que a criança ia bem ali e não na
classe? Dessa situação de professora
particular, posteriormente chamada de
reeducadora, constatou-se que ela realizava trabalhos específicos. Aí surgiu
uma questão, denominada no Brasil
de Psicopedagogia: ação entre o ato de
ensinar e o ato de aprender”.
No livro Psicopedagogo na Rede
de Ensino, publicado pela Editora
Elevação, a educadora dá um caráter
ainda mais especial a essa nova área.
Ela apresenta um conceito inovador,
que reafirma a necessidade de o docente
não ser apenas um protagonista na vida
do aluno e sim um autor desenvolvendo
conceitos. “O ator tem de seguir exatamente o personagem, do jeito que
alguém o idealizou. (...) Os professores
são atores de uma cena escolar na qual
eles fazem aquilo que a escola quer
que façam. Com o passar do tempo ele
passa para o papel de autor e aí sim tem
uma responsabilidade diferente”.
Neide Noffs alerta para o fato de
que algumas escolas não estão preparadas para atender essa nova geração
de crianças e jovens bem-informados.
Em alguns casos, o ambiente escolar é
o único em que adolescentes podem se
expressar e opinar a respeito de temas
de interesse geral. Na opinião da educadora “muitas instituições de ensino
ainda estão num modelo tradicional
em que a única expressão é a escrita.
Até hoje existe um descompasso entre
a escola e o adolescente. (...) Alguém
agüenta 50 minutos ouvindo coisas que
não são do seu interesse?”, questiona
Neide, reafirmando a necessidade de o
corpo docente conhecer mais o perfil
do adolescente e características que o
cercam.

Alternativas
Um dos caminhos que a educadora
aponta para que as escolas obtenham
êxito no desempenho dos alunos é
a criação de brinquedotecas. “É um
espaço em que a criança tem oportunidade de brincar. (...) Ela brinca,
muitas vezes, sem utilizar brinquedos,
através de objetos imaginários. Na
verdade esse espaço — inclusive obrigatório em todo hospital —, chamado
brinquedoteca, tem locais específicos
onde os brinquedos são classificados
por idade”.
Neide explica que estes espaços ainda podem contar com obras literárias.

“Brincar não é só com brinquedos. Eu
tive a oportunidade de estar na Espanha
e lá o brincar inclui principalmente ler.
Por isso que no hospital se fala em brinquedoteca, não para brincar de futebol,
de jogos muito dinâmicos, mas para ter
a oportunidade de distrair-se”.
Ela toma como exemplo os espaços
lúdicos disponíveis para as crianças
que estudam nas escolas mantidas pela
Legião da Boa Vontade. “Eu tenho a
brinquedoteca da LBV como referência
para os meus estudos. Estive aqui com
outras pessoas, e destaco que nesta brinquedoteca tem espaços variados, inclusive para a música. Então eu gosto muito
porque segue todo o caráter correto da
brinquedoteca”, ressalta a escritora.
A educadora sugere alguns pontos para melhorar o aprendizado da
criança. “O professor precisa de uma
formação continuada por melhor que
seja o curso inicial dele. Ele não vai dar
conta das coisas que estão ocorrendo
na atualidade. (...) Hoje há um número
muito grande de meninos e meninas na
escola. E não só a quantidade, como
a diversidade. As pessoas não são
semelhantes. Não há pessoas iguais
no mesmo bairro. Então eu acho que
a formação, ela só tem sentido se for
continuada”.

“Eu tenho a brinquedoteca
da LBV como referência para
os meus estudos. Estive aqui
com outras pessoas, e destaco
que nesta brinquedoteca tem
espaços variados, inclusive para
a música. Então eu gosto muito
porque segue todo o caráter
correto da brinquedoteca.”
Aos pais, Neide Noffs aconselha
dar mais atenção às crianças. Para ela,
o processo de relação entre pais e filhos
pode ser compreendido em duas etapas.
“Devem dar afeto, moradia, apoio e cobrar
do professor a escolaridade. Na conversa
com o professor eles podem dividir tarefas”, sugere. Na segunda etapa, ela indica
que “os pais possibilitem um espaço para
o brincar ou, simplesmente, não impeçam
que a criança brinque na própria casa”.
Além das notas baixas, os pais devem
ficar atentos a outros pontos. “Quando
(a criança) começa a manifestar cansaço,
não quer ir para a escola, começa a atrasar
muito o ritmo de fazer lição, é o melhor
momento de interferir porque, como diz o
ditado popular, ‘prevenir é muito melhor
do que remediar.’”

Brinquedotecas da
LBV: uma forma de
aprender brincando.
Revista Boa Vontade

31
Turismo

Recife

a capital da alegria
______________
Débora Verdan

Fotos: Assessoria de Comunicação
da Prefeitura de Recife.

32 Revista Boa Vontade
A

cada passo, uma nova descoberta. Em cada esquina um
pouco de história. Assim é
Recife, portal de entrada para
um dos litorais mais bonitos do Nordeste
brasileiro. Ela surgiu em 1537. Logo
após a povoação de Arrecifes, como era
conhecida, foi transformada num ponto
importante de Olinda, sede do governo
da capitania. Quando os holandeses
chegaram a Pernambuco, fizeram de
Recife a capital.
Os rios Capibaribe e Beberibe cortam o centro e os subúrbios, dando à
cidade um panorama de extraordinária
beleza. É igualmente famosa por suas
pontes sobre os rios e canais e por isso
é também chamada de “Veneza brasileira”. Exagero? Não! Só no centro existem
quase 10 pontes.
Um passeio a pé pelo Recife Antigo
é uma viagem ao passado, rememorado

baobás, o Palácio do Governo de 1814,
o Liceu de Artes e Ofícios, o Palácio da
Justiça e o Teatro Santa Isabel, de 1850,
completam o entorno desse complexo
arquitetônico.
Mais afastados do centro, há outros
pontos turísticos significativos. Na
Várzea, está localizado o Museu Oficina
Cerâmica de Francisco Brennand, que
abriga pelo menos 2.000 esculturas.
Outro lugar que merece ser visitado é
o Museu do Homem do Nordeste, cujo
acervo permite conhecer a cultura e a
arte popular.
Os ritmos da cidade são marcantes!
O frevo, o maracatu, o xaxado, as festas,
os Bacamarteiros e as Cavalhadas, o
Reisado, o Bumba-Meu-Boi contagiam
qualquer um, a toda hora! A alegria é tão
presente que até os telefones públicos
têm o formato e as cores das sombrinhas
do frevo!

“A capital pernambucana
tem sol o ano inteiro. As
praias destacam-se por
sua areia branquinha e
pelas inúmeras piscinas
naturais. A principal e
mais badalada é a da
Boa Viagem.”
por construções seculares. A Capela
Dourada e o Forte de Cinco Pontas são
exemplos, além da antiga penitenciária,
hoje transformada num centro cultural
popular, e a Casa da Cultura, onde se
comercializa todo tipo de artesanato.
As antigas celas foram transformadas
em “lojinhas”. É possível ainda almoçar
lá, em um dos restaurantes, e apreciar
a cultura recifense nas exposições e
apresentações folclóricas que ocorrem
regularmente.
No centro, vale a pena uma atenção especial à Praça da República,
antiga Praça da Honra da Província.
As palmeiras imperiais, os centenários

A capital pernambucana tem sol
o ano inteiro. As praias destacam-se
por sua areia branquinha e pelas inúmeras piscinas naturais. A principal
e mais badalada é a da Boa Viagem.
São incontáveis as piscinas naturais
formadas por recifes. Essa barreira natural, distante 100 metros da
praia, segue por quase todo litoral
do Estado. A praia tem cerca de seis
quilômetros de extensão. Suas águas
mornas e calmas apresentam um
tom azul-esverdeado. A temperatura
média é 28 °C.
Para quem prefere uma praia mais
tranqüila, a sugestão é a do Pina. Ela

ficou famosa pelas corridas de jangada. É compensador ir também à Praia
da Candeia e da Piedade. Ambas ficam
bem próximas da capital.
Mas Recife não é só rios, praias,
pontes, arte e cultura. Ela tem uma
boa infra-estrutura turística. Os hotéis ficam próximos das melhores
praias, e nos restaurantes é possível
encontrar desde iguarias típicas até os
mais sofisticados pratos de cozinha
estrangeira. Também pode-se saborear água-de-coco bem gelada.
Recife, terra do sol, das águas, das
praias, dos crustáceos. Lugar maravilhoso para se viver e visitar.

Revista Boa Vontade

33
Reportagem

cura
A célula da
As conquistas da Fundação Oswaldo
Cruz no uso de células-tronco

“É

grave, doutor?”, pergunta, angustiado, o
paciente. Em seus pensamentos, a recorrente
cena do acidente que destruiu a
córnea e parte da estrutura de seu
olho direito e feriu-lhe, com igual
gravidade, o esquerdo.
“Não poderei voltar a enxergar,
não é?”, indaga resignado.
“Na verdade, o incômodo permanecerá por mais algumas semanas”,
afirma o médico, visivelmente feliz
por trazer ao paciente boas notícias.
“Tudo dependerá do tempo da cultura dos tecidos”, acrescenta.
O paciente sorri, agradecido, mas,
ainda tenso, pergunta: “E minhas
pernas, doutor, voltarei a andar?”.
“Não há nada de errado com suas
pernas, estão íntegras. O senhor teve
sorte. O ferimento deu-se na coluna
vertebral, por isso a paralisia. Fique
tranqüilo, ainda hoje, enquanto há
inflamação no local, iniciaremos o
tratamento celular. Como sua diabete
está, há dois anos, totalmente curada,
a cicatrização será rápida e, em breve,
voltará a andar”.
“Graças a Deus, doutor. Voltar a

34 Revista Boa Vontade

___________
Daniel Rocha

andar e a enxergar!”, comemora o
paciente.
“O senhor deve ter mais cuidado
no futuro”, adverte o médico. E sentencia: “Tendo apenas 87 anos, na
meia-idade, o senhor não chegará à
velhice dirigindo assim”.
“Nunca mais, doutor, prometolhe”, afirma contundentemente. “Só
quero agora me recuperar, ir para
casa a pé e, este ano, com olhos novos,
assistir pela janela a mais uma passagem do Halley”, suspira.
Este fictício diálogo entre médico e
paciente, imaginado no Brasil de 2061,
descreve uma realidade fantástica que
começa a ser construída nos dias de
hoje, nos laboratórios de pesquisa
em várias partes do mundo. A pedra
basilar para a revolução médica entrevista no diálogo, capaz de curas
impossíveis para a medicina atual
estender significativamente a vida do
Ser Humano, está sendo conhecida
pelo nome de células-tronco.
Os últimos levantamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS)
mostram que um grande número de
pessoas morrerá, ainda este ano, em
conseqüências de doenças como in-
“Ao observarmos a dinâmica
inicial da vida a partir do
zigoto, podemos concluir
que tal célula traz consigo as
instruções genéticas para a
constituição de todos os tipos
de células que compreendem
o corpo humano.”

Revista Boa Vontade

35
Reportagem

“Ao lado da Alemanha, o
Brasil é uma das referências
internacionais na pesquisa
clínica que usa célulastronco da medula óssea
dos próprios pacientes
para tratar de problemas
cardíacos.”

36 Revista Boa Vontade
suficiência cardíaca, diabete, leucemia,
mal de Parkinson, insuficiência renal,
hepática ou respiratória. Em muitas
de suas configurações, tais enfermidades levam à morte por não haver
tratamento dentro dos limites médicos
atuais ou ainda porque a superação do
mal depende da doação de órgãos que
deverão combinar perfeitamente com as
características do corpo do paciente, o
que é consideravelmente difícil.
Muitos dos tratamentos detêm-se
em seus limites quando a única ação
terapêutica que resta é a reconstituição
orgânica “original” do corpo. O mecanismo de renovação física natural
permanece um mistério ainda não
esclarecido totalmente, mas sabe-se
que um tipo muito peculiar de célula, a
célula-tronco, desempenha papel central
neste sistema.

O laboratório humano
O corpo humano é constituído
por cerca de 200 tipos distintos de
células, que se agrupam de diversas
formas constituindo nossos órgãos.
Com efeito, apresentamos células tão
diferentes como as da retina, capazes
de registrar a luz; células musculares,
com a capacidade de se contraírem e de
realizar trabalhos mecânicos; as células
nervosas, que geram e transmitem os
impulsos elétricos nervosos; as células
do fígado, com importantes funções
metabólicas no organismo; certas
células do pâncreas, que produzem
insulina; e tantas outras.
Cada célula, em sua origem, provém de uma única e primordial partícula criada durante a fecundação. Tal
célula é chamada de ovo ou zigoto e,
durante o desenvolvimento embrionário, divide-se repetidas vezes: da célula
original para duas células, de duas
formam-se quatro que, ao dividir-se,
geram oito e assim por diante. Conforme a multiplicação celular acontece,
as células descendentes geradas (células-filhas) vão tomando diferentes
caminhos, adquirem uma característica
peculiar e se especializam numa função, participando, com essa diversidade, da construção do organismo. Ao

observarmos a dinâmica inicial da vida
a partir do zigoto, podemos concluir
que tal célula traz consigo as instruções
genéticas para a constituição de todos
os tipos de células que compreendem
o corpo humano.
De fato, o zigoto pode ser considerado a célula-tronco universal, isto
é, uma célula totipotente, capaz de
dar origem a todos os tipos celulares
existentes. O termo célula-tronco (stem
cell, em inglês) nasce dessa idéia. Imaginemos uma árvore na qual o tronco
principal, único, se ramifica em vários
galhos, e estes em outros ainda mais
finos, e assim até chegarmos às folhas.
Se o zigoto, como célula original, está

“Boa parte das
pesquisas atuais
para tratamentos
celulares baseiase na utilização
de células-tronco
adultas”
no tronco principal, as células-filhas
dele originadas desenvolvem-se tronco acima, modificando-se, abrindo-se
em novas subdivisões cada vez mais
diversas e especializadas, assumindo,
na forma final, suas funções no organismo.
Embora o zigoto tenha todo este
potencial, ele não é a única fonte de
células-tronco. Aliás, sua utilização
terapêutica esbarra em questões éticas
muito polêmicas, além de complicações médicas ainda não resolvidas na
utilização de células-tronco embrionárias, com sérios riscos para a saúde.
Por tais motivos, boa parte das pesquisas
atuais para tratamentos celulares baseiase na utilização de células-tronco adultas,
ou seja, de indivíduos já desenvolvidos
que apresentam determinado grau de
especialização, mas ainda capazes de
dar origem a certo número de células
específicas e que se encontram em muitas
partes do corpo.

Estudos avançados
No Brasil, os melhores pesquisadores despendem seus esforços neste
campo. Na busca pela evolução dos
tratamentos com base em células-tronco
destacam-se as conquistas das várias
equipes sob a coordenação de um dos
órgãos de pesquisa médica de maior
prestígio no mundo: a Fundação Oswaldo Cruz — Fiocruz.
Com uma trajetória que se confunde
com a própria história da medicina no
País (ver destaque na pág. 41), a Fiocruz empenha-se em diversas linhas de
pesquisa médica para a utilização de células-tronco no tratamento de doenças.
E os resultados já começam a aparecer.
Em 18 de junho de 2004, Bartolomeu dos Santos Reis, baiano de Maragogipe, sofrendo com a doença de
Chagas — enfermidade que provoca
uma inflamação crônica no coração e,
posteriormente, a insuficiência cardíaca,
levando os indivíduos à morte em alguns
anos — tornou-se o primeiro paciente
chagásico do mundo a submeter-se ao
transplante de células-tronco, obtidas a
partir de sua própria medula óssea.
O líquido coletado da medula foi
separado em seus diferentes elementos
constituintes, obtendo-se uma fração
concentrada de células-tronco. Com o
auxílio de um cateter (pequeno cano de
plástico) inserido pela artéria femoral
(na virilha) e conduzido até o coração, os
médicos injetaram um pouco de célulastronco em cada uma das três coronárias
do paciente. Todo o procedimento demorou cerca de quatro horas.
Exames posteriores mostraram que a
atividade cardiovascular havia se estabilizado. Reis recebeu alta dois dias depois
do procedimento. “Pude passar as festas
de São João em casa com a família”,
comemorou. Embora o procedimento
não represente ainda a cura da doença,
a melhoria da qualidade de vida de Reis
é visível: “Antes, eu tinha que subir a
ladeira do hospital devagar, parando
várias vezes. Agora, subo direto, de um
fôlego só”, orgulha-se.
Ao lado da Alemanha, o Brasil é
uma das referências internacionais na
pesquisa clínica que usa células-tronco

Revista Boa Vontade

37
Reportagem

“No campo da
regeneração dos tecidos
neurológicos reside
a grande esperança
daqueles que hoje se
encontram paralisados
ou incapacitados por
lesões no sistema
nervoso.”

da medula óssea dos próprios pacientes
para tratar de problemas cardíacos. Encorajado com os resultados positivos, o
Ministério da Saúde lançou em fevereiro
um projeto de 13 milhões de reais para
pesquisar nos próximos três anos a
eficácia do emprego das células-tronco
contra disfunções cardíacas. Mas, com
o avanço nas pesquisas, as aplicações
da técnica vão além do tratamento do
coração.
No último dia 20 de setembro, realizou-se o primeiro transplante do mundo
com a utilização de células-tronco para
pacientes com problemas no fígado
(cirrose crônica), em Salvador. O transplante realizou-se sob a coordenação,
na parte experimental do estudo, do Dr.
Ricardo Ribeiro dos Santos, médico
imunologista, coordenador do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI) no CPqGM (unidade
da Fiocruz na Bahia) e coordenador do
Instituto do Milênio de Bioengenharia
Tecidual, que reúne trabalhos sobre
terapias com células-tronco realizados
em diferentes Estados brasileiros.
Na lista de doenças em estudo estão
ainda: infarto, derrame, fibrose e epi38 Revista Boa Vontade

lepsia. “No caso de doenças hepáticas
graves que necessitam do transplante
do órgão, ou você recebe um fígado
novo ou morre”, destaca o Dr. Santos.
O objetivo dos pesquisadores é melhorar a qualidade de vida do indivíduo
e aumentar a sobrevida até o paciente
receber um fígado sadio, atualmente
a única solução definitiva para a cura.
“Em relação à epilepsia, à cirrose e à
fibrose, já temos resultados promissores
em modelo animal. Devemos iniciar os
estudos em modelo humano até o fim
do ano que vem”, afirma.
Células-tronco vêm sendo implantadas com sucesso no tratamento da
diabete tipo I, versão severa da doença,
gerada por um distúrbio imunológico do
próprio paciente, que o torna dependente
de dosagens freqüentes de insulina. Outras enfermidades auto-imunes — como
lupus, esclerose múltipla e doenças
reumáticas — vêm igualmente sendo
tratadas experimentalmente com a técnica, que consiste em suprimir o sistema
imunológico do paciente e então aplicar
as células-tronco para sistemas orgânicos que carecem de regeneração. Apesar
dos riscos inerentes à diminuição das

defesas naturais do organismo — alguns
pacientes adoecem gravemente durante
esta fase do tratamento —, os resultados
têm sido bastante animadores.
No campo da regeneração dos
tecidos neurológicos reside a grande
esperança daqueles que hoje se encontram paralisados ou incapacitados
por lesões no sistema nervoso ou distúrbios deste sistema. Notadamente,
uma das mais fortes pressões para a
legalização e incentivo das pesquisas
de células-tronco no mundo provém
de organizações de apoio a pessoas
nestas condições.
O tratamento da epilepsia e derrames já está sendo experimentado. Uma
paciente vítima de acidente vascular
cerebral recebeu com sucesso o transplante de células-tronco no Hospital
Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro/RJ.
Ela havia perdido os movimentos das
pernas e cerca de 30 dias depois ensaiava alguns passos. “O procedimento
deve ser feito entre sete e dez dias após o
derrame. Durante esse período, as células-tronco conseguem entrar no cérebro,
porque as barreiras hematoencefálicas
estão abertas, e têm estímulo para agir,
já que existe inflamação”, explica Dr.
Santos. Mas muitas das potenciais aplicações das células-tronco, antevistas
por alguns entusiastas de sua utilização,
ainda se contêm no campo das hipóteses.
O retardamento da velhice, a reconstituição de tecidos ou órgãos inteiros do
corpo, ou o reparo pleno de funções
neurológicas danificadas dependem do amplo domínio
da manipulação de células-tronco totipotentes,
na programação de
seu desenvolvimento
para a “construção”
do que se deseja obter para o tratamento
orgânico, algo um tanto distante no atual estágio
das pesquisas.
Porém, se tais avanços eram
pura ficção há pouco, hoje se apresentam como possibilidades do porvir
da medicina. O que nos faz sonhar:
Talvez no futuro seremos nós — com
nossos pais, esposas, maridos e filhos
ao lado — a estar na janela vendo um
cometa no céu.

A origem

das células

Zigoto

(...) O termo célula-tronco
(stem cell, em inglês) nasce
dessa idéia. Imaginemos
uma árvore na qual o tronco
principal, único, se ramifica
em vários galhos, e estes
em outros ainda mais finos,
e assim até chegarmos às folhas. Se o zigoto, como célula

original, está no tronco principal, as células-filhas dele
originadas desenvolvem-se
tronco acima, modificandose, abrindo-se em novas
subdivisões cada vez mais
diversas e especializadas,
assumindo, na forma final,
funções no organismo (...).

Revista Boa Vontade

39
Reportagem

40 Revista Boa Vontade
Arquivo COC/Fiocruz

A história da

Fundação Oswaldo Cruz

Nasce o Instituto Oswaldo
Cruz
Em 1908, Manguinhos foi rebatizado Instituto Oswaldo Cruz e seu trabalho
não se restringiu à capital brasileira.
Atendendo às solicitações do governo,
colaborou de forma decisiva na ocupação do interior do País. Lá, os pesquisadores realizaram expedições científicas,
permitindo, assim, o cumprimento de
acordos internacionais e colaborando
com o desenvolvimento nacional. A
pesquisa pioneira sobre as condições de
vida das populações do interior, realizada pelos cientistas de Manguinhos, fundamentou debates acirrados e resultou

Oswaldo Cruz

Arquivo ICAM

na criação do Departamento Nacional
de Saúde Pública, em 1920.
Após a Revolução de 1930, o Instituto foi transferido para o recém-criado
Ministério da Educação e Saúde Pública. Embora beneficiado com maior
aporte de recursos federais, Manguinhos
perdeu autonomia, parte de seu pessoal
e tornou-se mais vulnerável às interferências políticas externas.
Nas décadas de 1950 e 60, o Instituto
defendeu o movimento para a criação do
Ministério da Ciência e a transferência do
setor de pesquisa para o novo órgão. No
entanto, o Ministério da Saúde dava mais
prioridade para a produção de vacinas.
Esta polêmica culminou no Massacre de
Manguinhos, em 1970, com a cassação
dos direitos políticos e aposentadoria
de dez renomados pesquisadores da
Instituição. Em 1985, eles foram reintegrados. Ainda em 1970, foi instituída a
Fundação Oswaldo Cruz, congregando
inicialmente o então Instituto Oswaldo
Cruz, a Fundação de Recursos Humanos
para a Saúde (posteriormente ENSP) e
o Instituto Fernandes Figueira (IFF). As
demais unidades que hoje compõem a
Fiocruz foram incorporadas ao longo
dos anos.
André Az

O

Instituto Soroterápico Federal
foi criado em 25 de maio de
1900 com o objetivo de fabricar soros e vacinas contra a
peste. O local escolhido para construção
do Prédio Central, chamado de Pavilhão
Mourisco, foi a região da antiga Fazenda
de Manguinhos, na zona norte da cidade
do Rio de Janeiro. Logo, o Instituto de
simples produtor passou a se dedicar
também à pesquisa e à medicina experimental, principalmente depois que
Oswaldo Cruz assumiu sua direção, em
1902.
No ano seguinte, ele foi nomeado
Diretor Geral de Saúde Pública. Assim,
Manguinhos tornou-se base para suas
memoráveis campanhas de saneamento,
especialmente na cidade do Rio de Janeiro, que na época foi assolada por surtos
e epidemias de peste bubônica, febre
amarela e varíola. Mesmo enfrentando
uma oposição cerrada, até mesmo um levante popular — a Revolta da Vacina, em
1904 —, o sanitarista obteve tamanho
sucesso que levou a Instituição a receber
a medalha de ouro na Exposição Internacional de Higiene, no IV Congresso
Internacional de Higiene e Demografia,
em Berlim, em setembro de 1907.

___________________________
Fonte: Fundação Oswaldo Cruz

No decorrer da história da Fiocruz,
ilustres figuras brasileiras estiveram à
frente de estudos, os quais projetaram
o nome da Fundação para diversos
países. Um desses expoentes é o
saudoso médico Amilcar Vianna Martins
(1907-1990), que, entre outros cargos
importantes, foi Diretor do Instituto
Oswaldo Cruz. Bem a propósito, sua
filha e grande amiga da LBV, Lucia
Flecha de Lima, relembra o pai em
entrevista exclusiva, publicada na
revista BOA VONTADE Mulher, p. 38.

Pavilhão Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz), em Manguinhos, região norte do Rio de
Janeiro/RJ, Brasil.

Revista Boa Vontade

41
Análise

Guerreiro,
religioso,

revolucionário...
Quem é o jovem que participa da História?

O

João Periotto

mundo
em que
vivemos é
tão veloz,
se transforma
em colapsos
constantes
e de ritmo
tão alucinado, que nos envolve
numa curiosa sensação de imobilidade.
Contradição logo
na primeira frase?
Talvez não. Nossa impressão é a
de que a lógica
materialista — e
até capitalista, para
os mais superficiais —
sempre esteve presente na
dinâmica social humana e
é uma fatalidade evolutiva.
Sinceramente, isso me incomoda. Ignorar o passado como qualquer coisa arcaica e inferior, que não
tem o mínimo significado para nós.
Neste artigo, proponho observarmos com atenção o fato de que se
houve o diferente, o mundo como o
organizamos não é absoluto. Consideremos apenas que mesmo o mais
simples registro de passado que
pudermos encontrar nos revela,
no mínimo, uma distinção do que

42 Revista Boa Vontade

_______________
Paula Sueli Schnor
experimentamos hoje. E se existiu
outro jeito qualquer de entender as
coisas, podemos ainda projetar uma
outra forma de viver em sociedade.
Senti a obrigação de apresentar
assim o tema, já que venho falar de
juventude, da utilidade e do valor
social do jovem. Abandonando, por
enquanto, os vícios de linguagem
do nosso tempo — em que tudo tem
de ser útil e ter valor de produção e
consumo —, proponho uma reflexão
sobre o sentido atual desta fase da
vida, a necessidade de realização
que o jovem contemporâneo tem e a
possibilidade de crescimento social
que surge no seu reconhecimento
como agente transformador. E para
entender por que os que estão sempre
planejando um novo começo para tudo
— pelo menos em tese — não têm
esse significado no nosso jeito de fazer
vida em sociedade, procurei saber,
ainda que minimamente, como outras
civilizações ou um mesmo grupo, em
tempos distintos, percebeu a juventude
e a utilidade social do jovem.

Modelo grego
Os historiadores Giovanni Levi e
Jean Claude Schmitt, em História dos
Jovens (vol. I), apontam que “a sociedade plasma uma imagem dos jovens,
atribui-lhes características e papéis,
Guerra e honra
Compreender essa visão é fundamental, porque ao passo que muitos
imaginaram haver um abismo entre o
fim do Império Romano e o começo
da Idade Média na Europa, sentindo
algumas vezes dificuldade em compreender como se “saltou” de um período para o outro, é preciso levar em
conta outra possibilidade nesse mesmo
tema: a continuidade. Historiadores
como Henri Marrou, que revisou a
idéia tradicional de decadência associada ao período, afirmam que essa
transição foi marcada pela manutenção de diversos traços das instituições
romanas. Assim, convivem a tradição
e as inovações culturais. Essas inovações percebemos na forma como são
tratadas as mulheres, por exemplo:
no mundo antigo, não deviam sair de
casa; já no medieval, por repercussão
dos ensinamentos de Jesus, tinham
mais espaço social, freqüentavam
outros ambientes.
Quanto aos jovens, mais inovações
e muitas tradições. Ainda eram vistos
como bons guerreiros reconhecidos
pelas virtudes morais que deveriam
refletir em suas ações. Para a historiadora Christiane Marchello-Nizia, as
melhores fontes semânticas do período
são os romances corteses. Recorro
aqui a um trecho citado em um de seus
estudos, que narra as características de
um cavaleiro. Elas ultrapassam sua
proveniência social e seu aspecto físico: “cortês sem baixeza (...), generoso
e sempre pronto a socorrer os miseráveis, matar os ladrões e assassinos,
a fazer julgamentos eqüitativos sem
amor e sem ódio” (descrição feita pela
Dama do Lago a Lancelote).
Além dos guerreiros, como eram
vistos pela sociedade medieval os
jovens urbanos, agrícolas, os que
freqüentavam as oficinas, os clérigos?
Quase não se ouve falar deles. Nos
registros historiográficos, na iconografia, por exemplo, segundo estudo
de Michel Pastoreau, são constantes as
imagens dos jovens nobres — geralmente no registro de suas atribuições

Daniel Trevisan

trata de impor-lhes regras e valores e
constata com angústia os elementos de
desagregação associados ao período
de mudança, os elementos de conflito
e as resistências inseridos nos processos de integração e reprodução social”.
Essa afirmação faz muito sentido ao
observarmos as variantes presentes na
forma de entender o que é juventude e
o que ela representa para a sociedade
da qual faz parte, considerando os
registros de diversos povos.
Partindo dos gregos, por exemplo, podemos compreender um dos
motivos importantes de terem sido
escolhidos como nossa raiz cultural:
a juventude era idolatrada como
imagem. “Antes de chegarem à glória
dos heróis, os jovens manifestavam
a graça da juventude”, comenta o
arqueólogo Alain Schnapp. Mas
havia também uma preocupação que
ganhava cada vez mais força no mundo grego: a preparação do jovem para
viver em sociedade. A constante presença do pedagogo — disciplinando
hábitos, atividades e escolhas —, sem
dúvida, influenciou o posicionamento
dos jovens gregos diante do conhecimento, o que se pode constatar na
postura de vários deles, que se interessavam pelos grandes filósofos e até
seguiam seus passos, intrigados por
questionamentos e reflexões.
E se a Grécia Antiga foi consagrada como berço do pensamento
ocidental, o que dizer da fama que
acompanha o Império Romano? Em
linhas gerais, a Roma se atribuiu a
expansão dos hábitos dos gregos,
por ter incorporado grande parte
de sua cultura e agir com notável
eficácia na romanização dos povos
que conquistou. A força, a rebeldia e
a impetuosidade da juventude estão
presentes no mundo romano até no
mito de seu surgimento, como observa o historiador Augusto Fraschetti.
Rômulo e Remo, dois irmãos criados
por uma loba, numa série de conflitos
que envolvem luta e morte — duas
constantes no cenário do mundo
antigo — protagonizam a fundação
de Roma.

Paula Sueli Schnor, militante da Juventude
Ecumênica da Boa Vontade de Deus (JEBV
de Deus) e graduanda em História pela
Universidade de São Paulo (USP).

Voltando às palavras de Paiva
Netto, transcrevo: “O jovem
é o futuro no presente”. No
presente! Isso faz uma diferença
tremenda, porque demonstra a
urgência de se cuidar do futuro.
É no agora que se constrói a
eqüidade, o ser responsável, o
equilíbrio social que satisfaça
não apenas os jovens, mas o
meio onde vive.
como adultos iniciantes, como o casamento —, um pouco mais raras as
dos jovens clérigos — em sua grande
maioria, pertencentes a famílias tradicionais — e muito raras a dos demais
jovens. Que imagem de juventude
interessava imprimir, deixar para o
futuro? Certamente a que cumpre o
propósito de promover a manutenção
do sistema em que viviam. Mas é
importante lembrar que outros jovens
existiram e que o trabalho, naquele
tempo tido como uma atribuição inferior, no meio urbano e nos espaços
de agricultura cabia a eles.
Adiante, no início do Estado
Moderno, muitas vezes os jovens
são apontados como arruaceiros e
boêmios, mas à medida que o Absolutismo se fortalece, aumentam também
as tensões que envolvem a juventude,
especialmente os nobres, dentro de
suas casas. Ao pai cabia a “distribui-

Revista Boa Vontade

43
Análise

ção” de destinos. Ao primeiro filho, o
nome e a herança; à primeira filha, o
convento; aos demais, o matrimônio
arranjado, na maioria das vezes. Um
grande abismo separava pais e filhos,
o que não significa que todos os jovens
aceitassem passivamente as determinações paternas, como observa a
historiadora Renata Ago, ao apontar a
incidência de casamentos clandestinos
no período.
O jovem parece uma continuação
dos pais. Não faz escolhas. Não tem
vocações? Há um esforço evidente
em castrar essas iniciativas, esses impulsos e essas vontades na juventude.
Depois disso, perceberemos que se
agravam as diferenças nas oportunidades, no advento burguês, disparado
pela Revolução Industrial. Há quem

freqüente universidades, há quem só
conheça fábricas. Mas isso é versão
mais divulgada.
Para concluir esse panorama histórico, recorro novamente a observações de Giovanni Levi e Jean Claude
Schimitt: “A investidura do jovem
cavaleiro, a noviça que toma o véu, o
alistamento do futuro soldado, os ritos
goliardescos das universidades são
momentos cruciais, efêmeros, carregados de fragilidade. São momentos
de crise, individual e coletiva, mas
também de compromisso entusiástico
e sem reservas, e, no fundo, não vamos
encontrar sempre os jovens na linha de
frente de revoltas e revoluções?”. Sem
dúvida que sim! O que constatamos
é um espírito de busca, de “início”,
que às vezes se apresenta como luta
e transformação, mas outras vezes é
resistência interior, ou até rebeldia,
mas que faz com que o jovem seja
diferente dos demais integrantes da
sociedade. Não melhor, nem pior, e
não apenas pelas características físicas, mas diferente. Mesmo nas mais
diversas sociedades, que podem
nos ensinar muitas formas de
compreender juventude.

Em outras épocas
Da Revolução Francesa à Russa, ou durante a era dos “populismos”, “nacionalismos” e toda
espécie de ditadura e guerra do
século XX, jovens em barricadas, jovens na platéia, jovens
lutando contra, jovens fazendo
nada. Mas e o hoje? Quais os
espaços dos jovens?
Ser jovem ainda se parece com o “ser preparado”
para alguma coisa. Para o
mercado de trabalho, para
a vida afetiva, para a cidadania, para a estabilidade,
para construir um País forte, para mudar o mundo!
— ainda que neste último
poucos creiam. O comum
é considerar o jovem um
quase-adulto que pode

44 Revista Boa Vontade

cometer excessos. Sem muitas responsabilidades, sem nenhum poder.
Sofre as pressões do consumo, mas
não recebe as oportunidades equivalentes de produção. Prepara-se para ser
um agente desse mecanismo desigual,
encarando o trabalho como um fardo;
a possibilidade de mudança, utópica;
os feriados, um alívio. Muitos jovens
já crescem cansados.
Numa fase da vida em que tudo é
novo e em que cada descoberta coloca
em xeque a anterior, a busca pelo sentido da vida se torna cada vez menos
atraente, por ser resolvida com uma
série de convenções mercadológicas
pouco leais: carência se resolve no
shopping; solidão acaba com beijo na
boca; ser feliz é sair para dançar.
São desleais essas promessas, porque o indivíduo se mata de trabalhar
e nunca tem dinheiro suficiente para
comprar o tanto que precisa para suprir suas carências; beija todo mundo
e ainda se sente sozinho e sem valor;
droga-se para conseguir dançar sem
parar e a felicidade nunca é convincente.
Quanto ao espaço social, a maioria
dos que conseguem emprego recebe
salários baixos, com carga horária
alta. E só serve para isso: alimentar a
máquina do consumo. Não pode fazer
nada para mudar as estruturas que, de
tão pregadas e cultuadas pela sociedade e seus instrumentos de expressão
(escola, mídia, família, os próprios
jovens...), aparentam ser inevitáveis
e eternas.

Não pode mesmo fazer
nada?
Pode, com certeza. E um bom primeiro passo para vencer essa aparente
impossibilidade é questioná-la. Buscar
compreender em que medida a vida da
juventude é uma construção cultural e
mudar o que não nos favorece, dentro
dessa realidade. Em meados de 1980,
escreveu o jornalista José de Paiva
Netto, com larga experiência de ação
social voltada para a juventude, no
trabalho da Legião da Boa Vontade:
João Periotto
João Periotto

Militantes da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus, do Rio de Janeiro, durante
apresentação teatral. “Juventude perdida, nada!” (Paiva Netto)

“Quanto mais bem-informados mental
e intelectualmente os jovens, mais
justos e equilibrados serão seus juízos.
Quanto mais bem-informados moralmente, maiores e mais bem-fundadas
resistências oporão ao apodrecimento do
tecido social como um todo e, por conseqüência, da própria nacionalidade”.
Para construir tanto, o jovem precisa desse amparo social, intelectual e
moral, precisa contar com a lealdade
das gerações anteriores. As pessoas
precisam ser preparadas para viver
em sociedade e não para ocupar uma
prateleira nos mercados, com um currículo bem escrito em mão.
Mas é claro que o jovem também
não pode se esquivar dessa busca. A
construção de um entendimento de
juventude diferente do que existe hoje
é possível. Como vimos anteriormente, a cara do jovem, os costumes, as
relações sociais que o envolvem, se
alteraram inúmeras vezes. E podem
ser sempre diferentes. A pergunta é:
que tipo de reconhecimento e espaço
querem os jovens contemporâneos? Se
isso for estabelecido por eles próprios,
a resposta será muito mais precisa.
Voltando às palavras de Paiva
Netto, transcrevo: “O jovem é o futuro no presente”. No presente! Isso
faz uma diferença tremenda, porque
demonstra a urgência de se cuidar do
futuro. É no agora que se constrói a

eqüidade, o ser responsável, o equilíbrio social que satisfaça não apenas os
jovens, mas o meio onde vive.

Novo jeito de revolucionar
Nessa percepção, muita gente hoje
se articula por meio do Protagonismo
Juvenil (o jovem como ator principal).
A idéia é permitir que ele desempenhe
os principais papéis na execução de
projetos para juventude e outros temas
pouco atendidos no cenário mundial.
Com relação ao termo, registro um
sentido ainda mais amplo de participação da juventude, que tomei conhecimento em conversa recente com a
também militante da JEBV de Deus
Thaís Afonso, em Santos/SP. Ela me
disse que fica muito incomodada com
essa coisa de ser ator. O ator, mesmo
que protagonista, sempre interpreta
um papel que alguém escreveu para
ele. Não pode escrever seu próprio
texto e fazer escolhas. Assim, seria
mais preciso dizer que queremos ser
autores sociais, capazes de escrever
as coisas de um jeito novo, repleto
da esperança de quem não conhece o
impossível.
Autores, atores, percebo que finalmente a nossa geração participa de
uma das respostas mais inteligentes
ao descaso social. Além de concordar
com a idéia, tenho podido constatar

Retrato de Giovanna Tornabuoni.
Obra de Domenico Ghirlandaio
(1449-1494). No livro História dos
Jovens encontramos referência à
placa dourada que aparece na pintura
na qual está escrito um lamento à
impossibilidade de exprimir com a
arte os sentimentos e os costumes
da jovem.

pessoalmente os resultados desse
método de trabalho, nas atividades da
Juventude Ecumênica da Boa Vontade
de Deus, movimento de jovens em que
atuo e, que, por intermédio do qual, conheci muitas outras militâncias, também
formadas por pessoas de Boa Vontade.
Por fim, para garantir a viabilidade
do nosso ideal, um mundo em que
as pessoas vivam com Justiça e Paz,
devemos cuidar para não cometer os
erros que levaram outras sociedades
a práticas desumanas e resultados de
solidão. Entre outros valores importantes, não podemos esquecer que
não somos donos da verdade, portanto, precisamos de todas as gerações
— anteriores e posteriores —, para
vivermos com equilíbrio; devemos
nos lembrar de que nada deve ser mais
importante que a Fraternidade, porque
a justiça sem esse senso de “amor
irmão” é cega; precisamos saber que
lealdade, compromisso e ecumenismo
são mais eficazes que todo sectarismo
e exclusão e não podemos abandonar
a crença na importância da nossa
renovação diária, como indivíduos e
como grupo social, para que os jovens
não sejam mais impedidos de dizer o
que sentem, para que a sociedade não
tenha medo de ouvir, para que todos
se percebam em suas diferenças e
infinitas capacidades de aprendizado
diante do outro.

Revista Boa Vontade

45
Revista Boa Vontade, edição 205
Revista Boa Vontade, edição 205
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Revista Boa Vontade, edição 205

  • 1.
  • 2.
  • 3.
  • 4. Índice Ao Leitor A reportagem de capa da revista BOA VONTADE edição de setembro traz para sua apreciação, caro leitor, os avanços científicos no que se referem às pesquisas com células-tronco, visando à melhoria da qualidade de vida das gerações atuais e, principalmente, as futuras. A matéria pautou-se nos ótimos resultados obtidos no Brasil, os quais têm projetado nossa nação no mundo inteiro, graças aos esforços de instituições a exemplo da Fundação Oswaldo Cruz, referência na área. Em destaque na edição nº 205 reportagens sobre os festejos do 7 de Setembro pelo Brasil e, em especial, nos Estados Unidos da América, local que sedia, anualmente, o grande Brazilian Day in New York. Tanto por aqui quanto na América do Norte, a Legião da Boa Vontade marcou presença nas comemorações. Aliás, o relevante trabalho desenvolvido pelas Instituições da Boa Vontade rendeu, neste mês de setembro, homenagens em diversas partes do Brasil, o que denota todo o carinho e respeito que o Povo e seus representantes dedicam a elas. Os editores Reflexão BOA VONTADE ANO XXIII • Nº 205 • SETEMBRO de 2005 BOA VONTADE é uma publicação mensal das IBVs, editada pela Editora Elevação. Diretor e Editor responsável “A qualquer momento, a palavra impossível poderá pedir aposentadoria e retirarse do vocabulário. Pelo menos do científico. A cada hora que passa, as notícias vão pasmando o mundo com o sucesso obtido pelo laboratório. Está ocorrendo uma verdadeira revolução na Medicina. Cumpre que beneficie a todos.” Paiva Netto Francisco de Assis Periotto MTE/DRTE/RJ 19.916 JP Redação Editor Executivo: Gerdeilson Botelho Subeditora: Débora Verdan Revisão Adriane Schirmer Neuza Alves Walter Periotto Wanderly Albieri Baptista Colaboradores Alvino Barros, Cida Linares, Daniel Trevisan, Danielly Arruda, Elias Paulo, Elisa Rodrigues, Enaildo Viana, Juliane Nascimento, Leonardo Mattiuzzo, Maria Aparecida da Silva, Natália Lombardi, Paulo Azor, Pedro de Paiva, Profa Nádia Lauriti, Rita Silvestre, Rosana Serri e William Luz Arte Projeto Gráfico: João Periotto Capa: João Periotto e Alziro Braga Edição nº 205 6 Literatura 8 Cartas 11 Coluna do Garotinho 13 Destaque 14 Samba e História 16 Acontece no mundo 20 Especial 30 Educação 32 Turismo 34 Reportagem Revista Boa Vontade Produção 42 Análise 46 Memória 47 Ação Jovem LBV 48 Soldadinhos de Deus 50 Atualidades 56 Melhor Idade 58 Acontece 61 In memoriam 62 Pedagogia do Cidadão Ecumênico Endereço para correspondência: Av. Rudge, 938 — Bom Retiro CEP 01134-000 — São Paulo/SP Tel.: (11) 3358-6868 — Caixa Postal 13.833-9 — CEP 01216-970 Internet: www.boavontade.com E-mail: info@boavontade.com Impressão: PROL Editora Gráfica A revista BOA VONTADE não se responsabiliza por conceitos emitidos em seus artigos assinados.
  • 6. Literatura Quem ama, educa. Em uma linguagem simples e acessível, o astrônomo, professor e cientista Ronaldo Rogério de Freitas Mourão lançou, em 22 de setembro, a obra Explicando a Teoria da Relatividade, na Livraria da Travessa, em Ipanema, Zona Sul do Rio de Janeiro. A publicação apresenta a teoria de Albert Einstein em sua totalidade, a qual mudou a base da Física e Ronaldo Rogério de Freitas Mourão da LBV. “Para José de Paiva Netto, da Astronomia. Na noite de autógrafos, o concei- com um afetuoso abraço de seu adtuado cientista fez questão de dedicar mirador, Ronaldo Rogério de Freitas um exemplar do seu livro ao dirigente Mourão. Rio, 22/9/2005.” [S.B.] Numerologia e sucesso profissional _____________ Beto Junqueyra Revista Boa Vontade da LBV. Dr. Arnaldo e a Dra. Daniella dedicaram-lhe a seguinte mensagem: “Querido José, obrigado por participar deste lançamento. Um grande abraço — Arnaldo Cambiaghi”. [V.L.] Arquivo Pessoal Arquivo Pessoal Dra. Daniella Spilbor- Dr. Arnaldo Schizzi ghs Castellotti Cambiaghi Diferente _____________ Isabela Ribeiro Histórias reais ocorridas com personagens ilustres do universo literário e político do País. Essa é a temática de Tempo Murilo Melo Filho Diferente, novo livro do acadêmico, jornalista político e advogado Dr. Murilo Melo Filho, lançado no dia 8 de setembro, no Salão dos Fundadores da Academia Brasileira de Letras (ABL), na capital fluminense. Dr. Murilo enviou um exemplar de sua obra com a seguinte dedicatória: “Para o professor Paiva Netto, em sincera homenagem à sua vida digna e correta, com tantos e tão inestimáveis serviços prestados ao Povo brasileiro, aqui lhe deixo este ‘Tempo Diferente’, na petulante de que lhe seja de utilidade e interesse, com o abração carinhoso. Do Murilo. Rio, 8/9/05”. Simone Barreto Arquivo Pessoal Aparecida Liberato também registrou: “Irmão Paiva, desejo que Você tenha cada vez mais luz! Com carinho, Beto Junqueyra”. Fertilidade Natural O sonho de ser mãe é algo comum para a maioria das mulheres. Entretanto, pesquisas recentes indicam que cerca de 20% dos casais enfrentam problemas para gerar um bebê. Pensando nessa fatia da sociedade, os médicos Dr. Arnaldo Schizzi Cambiaghi e Dra. Daniella Spilborghs Castellotti lançaram o livro Fertilidade Natural. Por ocasião do evento, ocorrido em São Paulo/SP, os representantes da Legião da Boa Vontade saudaram os profissionais da saúde, que fizeram questão de autografar um exemplar para o dirigente Tempo Viviane Lago Arquivo Pessoal Aparecida Liberato, numeróloga, e Beto Junqueyra, escritor, reuniram nas páginas de O Poder que vem do seu Nome o segredo que a Numerologia reserva para se alcançar o sucesso no trabalho. Na noite de autógrafos, realizada na zona sul de São Paulo/SP, os autores dedicaram um exemplar da obra ao dirigente da LBV. A simpática numeróloga assim se expressou: “Irmão Paiva, que prazer mandar este livro para Você, uma pessoa ímpar! Obrigada. Beijos, Aparecida Liberato”. Junqueyra Simone Barreto Explicando a Teoria da Relatividade Daniel Trevisan A experiência clínica desenvolvida por mais de 74 mil atendimentos a adolescentes serviu de base para o Dr. Içami Tiba escrever Adolescentes: Quem Içami Tiba Ama, Educa!, livro lançado para o público paulista, na noite de 22 de setembro. Entrevistado pela equipe da Super Rede Boa Vontade de Rádio, o escritor comentou o lançamento e relembrou a visita que fez à Legião da Boa Vontade, ocasião em que pôde dar um afetuoso abraço no dirigente da LBV. Na dedicatória da obra, registrou: “Ao Mestre Paiva Netto. Superabraço de Içami Tiba. 22/9/2005”. [R.O.]
  • 7. Personagens que fizeram história na Imprensa Brasileira Divulgação O Fotos: Simone Barreto resgate da nossa história contribui para a formação intelectual das gerações atuais e futuras e o desenvolvimento de uma cidadania dotada de senso crítico. Saber como os principais personagens construíram a história da imprensa brasileira e quais José Marques de Melo foram as suas principais idéias são alguns parâmetros apresentados Sinval Itacarambi, Maurício Azêdo e no livro Imprensa brasileira — Per- Hubert Alqueres. sonagens que fizeram história, do professor e jornalista José Marques de Melo, editado pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e Universidade Metodista de São Paulo. A obra é uma coletânea que reúne 18 biografias de personagens famosos da imprensa brasileira, desde o patrono oficial desse órgão no Brasil, Hipólito José da Costa, até os mais contemporâneos como Barbosa Lima Sobrinho, pioneiro Pereira da reflexão crítica sobre o jornalisllado e Carmen Ana Arruda Ca mo; e Roquette Pinto (1884-1954), pai do rádio brasileiro. Presidente da ABI, instituição que O lançamento da coleção (com ele chama de “segunda casa”. quatro volumes), que ocorreu na Ele foi um dos convidados para Associação Brasileira de Imprensa participar da coleção, escreven(ABI), no dia 14 de setembro, na do um artigo sobre o jornalista Sala João Mesplé, contou com a e fundador da ABI, Gustavo de presença de diversos jornalistas, Lacerda. No ensejo, aproveitou os convidados e associados da insti- microfones para demonstrar sua tuição. Na oportunidade, alguns co- admiração pela LBV: “Sempre bato autores cariocas e personalidades palmas a Paiva Netto, com a maior falaram à Super Rede Boa Vontade franqueza e entusiasmo, é um dos de Rádio (Super RBV) sobre seus beneméritos deste País, um dos personagens biografados. maiores idealistas, realizadores, “A cultura específica do jorna- que faz, que trabalha (...). Sou fã lismo está se desenvolvendo. Há da Legião Boa Vontade e também muitas escolas, e a palavra jorna- de seu dirigente, por estarem preslismo, hoje, já está generalizando tando serviços sérios ao País.” toda espécie de comunicação”, Ao tomar conhecimento de que conta o ilustre professor e jorna- a Super RBV é a primeira cololista Fernando Segismundo, ex- cada em audiência fidelizada, de Fernando Segi smundo e sua esposa, Gioconda. acordo com o Ibope, o Dr. Hubert Alqueres, Presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e da Associação Brasileira das Imprensas Oficiais, declarou: “Mando um grande abraço ao José de Paiva Netto, uma pessoa que tem dado contribuição expressiva pela Super Rede Boa Vontade de Rádio, pelo Portal da internet (www.boavontade.com)”. E indicou o livro As Profecias sem Mistério, obra do Líder da LBV que é um grande sucesso em todo o Brasil, sendo parte da coleção O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração, com mais de um milhão de exemplares vendidos. “Quero convidar todas as pessoas para lerem o livro, que é muito importante.” [S.B.] Revista Boa Vontade
  • 8. Cartas Conteúdo de qualidade Fiquei muito satisfeito ao ler a edição de agosto de 2005 da revista BOA VONTADE. O conteúdo é de excelente qualidade, atual e dinâmico. Parabéns pelo trabalho realizado. (Doutor Ogando, Deputado Estadual do Rio de Janeiro/RJ) Quero parabenizar a edição de julho da revista BOA VONTADE e cumprimentar Paiva Netto pelo trabalho. Certo de poder manter aberto este canal de comunicação entre nós aproveito a oportunidade para enviar ao Diretor-Presidente da LBV um forte abraço. (Márcio Bins Ely, Vereador, Porto Alegre/RS) Cumprimento todos pela excelente revista que há anos tem dedicado trabalho à comunidade. É disso que precisamos: conteúdo de primeira qualidade. Aproveito para destacar a matéria “LBV intensifica Campanha contra as drogas” (edição nº 203). (Gilberto Nahas, jor- Fotos: João Periotto nalista e Presidente da Associação dos ex-Combatentes do Brasil de Florianópolis/SC) Um dos principais alicerces que mantêm a BOA VONTADE na vanguarda é a capacidade de transmitir conteúdo com base na Espiritualidade Ecumênica, mas sem deixar em segundo plano o cuidado com o corpo material, o que faz muito bem em suas páginas, proporcionando qualidade de vida. Alerta-nos sobre os problemas do mundo, mostrando-nos, de maneira eficiente, as soluções. (Mayla Ferreira, estudante, Curitiba/PR) Alertamentos que despertam o Ser Humano São marcas de Amor as lições de vida que tenho aprendido com a LBV e seus Legionários. Minha gratidão a todos e em especial ao Diretor-Presidente da Instituição, José de Paiva Netto, que nos ensina a ver a vida como um todo e que tem como principal trabalho o resgate do Ser Humano por meio do Amor e da Fé Realizante. (Luy Vieira, sensitiva, via e-mail) Todos os dias, Paiva Netto profere um pensamento ou uma reflexão, que representam chaves iniciáticas a disparar ações transformadoras na Alma daqueles que lêem e ouvem suas palavras com espírito de Boa Vontade. Uma dessas chaves iniciáticas, que é também uma grande reflexão para nossa vida, é esta: “Quando a gente quer realizar alguma coisa, realiza. Não acredite nessa história de que é difícil. As coisas só são difíceis para as pessoas difíceis. As pessoas simples, estas realizam coisas extraordinárias”. (Rosiel dos Santos, economista, Salvador/BA) Estou escrevendo para parabenizar a todos pelo Portal Boa Vontade (www.boavontade.com), pois nele tem o que procuro: notícias atualizadas diariamente das Instituições da Boa Vontade. (Bruno César, via e-mail) Meu pai, José do Carmo Borges, 73, é um leitor entusiasta das obras literárias de autoria de Paiva Netto. Ele já leu Somos todos Profetas e está lendo a nova edição de As Profecias sem Mistério. Sempre quando lê, ele comenta:  “Se a Humanidade conseguisse enxergar a riqueza do conhecimento que está nestes livros, o mundo estaria bem melhor”. Parabéns, Paiva Netto! Somos gratos a Jesus por ter acesso Memorável encontro Sob o comando de Paiva Netto, no dia 15 de setembro de 2005, Legionários da Boa Vontade reuniram-se na Sede Regional da LBV, no Rio de Janeiro/RJ. Em destaque, ladeando o dirigente da Obra, da esquerda para a direita: Rosiel dos Santos, Lorival Soares, Paulo Duarte Pereira e Jayme Bertolin. Na foto ao lado, o Líder da LBV cumprimenta veteranos Legionários da Boa Vontade. No detalhe, recebe o afetuoso abraço de sua amiga Maria da Conceição Sandoval. Revista Boa Vontade
  • 9. Carlos Minc visita e parabeniza o trabalho “Fiquei da LBV _____________ Lícia Curvello Fotos: Jorge Alexandre U m dos mais atuantes ambientalistas do Estado do Rio de Janeiro, o Deputado Estadual Carlos Minc, escolheu o 21 de setembro (data em que se comemora o Dia da Árvore) para visitar as dependências do Centro Educacional, Cultural e Comunitário José de Paiva Netto, na capital fluminense. Após ser homenageado pelo Coral Ecumênico Infantil LBV, Minc recebeu presentes feitos com materiais recicláveis, confeccionados pelos próprios alunos. Ele ainda distribuiu às crianças adesivos com instruções de preservação do Meio Ambiente. Em seguida, o Deputado conheceu o local. Ao passar por uma das salas, registrou mensagem sobre a Paz e a Natureza em um mural desenvolvido pela garotada. O ambientalista escreveu: “Todos os dias devem ser, para nós, Dia da Árvore e da Paz. Carlos Minc”. Na oportunidade assistiu a uma apresentação feita pelos estudantes, na qual eles estavam caracterizados como árvores, flores e animais. Ao término da peça, que tinha como foco a conservação do Meio Ambiente, o político ficou emocionado quando os atores mirins ofereceram-lhe uma flor. Agradecido, ele posou para uma foto com os alunos e no Livro do Coração, no qual os visitantes deixam suas impressões sobre o lugar, escreveu: “Gostei muito do que vi. Carinho, dedicação, limpeza, consciência ecológica. Estão de parabéns. ‘Ah, se todos fossem iguais a vocês. Que maravilha!’ Carlos Minc”. O visitante fez questão de relatar suas impressões: “Fiquei muito bemimpressionado. Encontrei na LBV dedicação, humanidade no trato com as crianças, a consciência ecológica. Todo mundo aqui, as crianças, os professores, a essas palavras que sempre trazem renovação. (Fátima Alves, Palmas/TO) Jubileu de Ouro Dia do Radialista Toda a Família Legionária de Americana/SP saúda Paiva Netto pelo Dia do Radialista (21/9). Agradecemos por nos trazer diariamente o Evangelho e o Apocalipse de Jesus, semelhantes ao leite materno, a dar sustância ao filhinho para que se fortaleça, por meio da comunicação, principalmente a Super Rede Boa Vontade de Rádio. Parabéns e desejamos que continue sempre assim, salvando vidas e Almas para Deus, para que com isso sigamos sempre o seu exemplo! (Izabela Caroline Lobianco, Americana/SP) Parabéns, Paiva Netto, pelo Jubileu de Ouro, em breve, pela perseverança e coragem para levar ao mundo a palavra de Jesus. Irmão Presidente, não sei viver sem as pregações maravilhosas que o senhor nos dá. Termino estas simples palavras com um forte abraço Legionário. (Yedda Junqueira Domingos, Rio de Janeiro/RJ) Ações sociais e espirituais Parabenizo o Presidente das Instituições de Boa Vontade por mais um ano da Super Rede Boa Vontade de Rádio e da Ronda da Caridade. (Lêda Soares Sampaio e família, São Gonçalo/RJ) muito bemimpressionado. Encontrei na LBV dedicação, humanidade no trato com as crianças, a consciência ecológica. Todo mundo aqui, as crianças, os professores, adoram a Natureza.” adoram a Natureza. Fico muito comovido com isso porque sou ambientalista há anos (...). Muitas vezes, as pessoas se queixam da violência, da desigualdade e não vêem como é possível fazer coisas que interfiram nessa realidade. A LBV dá um exemplo ao País”, frisou. Para ele, quando se oferece Amor, educação e assistência “se dá uma possibilidade para a juventude brilhar longe da droga, da violência, longe das armas. Vocês estão de parabéns! (...) Então um abraço ao Paiva Netto, à sua equipe. Até a próxima!”. Um abraço de toda Juventude da LBV a José de Paiva Netto pela criação da Super Rede Boa Vontade de Rádio e a certeza de que sempre a LBV atua, cada vez mais, no amparo aos necessitados e abandonados deste imenso país. (Carlos Jaime Morandini dos Santos, Ribeirão Preto/SP) Eu, Letícia, quero agradecer ao Irmão Paiva Netto por ter criado o Instituto de Educação da LBV. Se não fosse por ele, hoje milhares de crianças não estariam estudando em um lugar tão bom! (Letícia Oliveira Silva Gomes, estudante, São Paulo/SP) Revista Boa Vontade
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  • 11. Coluna do Garotinho O velho hábito José Carlos Araújo é locutor esportivo da Rádio Globo do Rio de Janeiro/RJ E ntra ano, sai ano, começa campeonato, termina campeonato e continua a pleno vapor a velha prática: se o time vai mal, quem paga é o treinador, que nem sempre é o responsável pelas derrotas. Mas, se perder duas ou três partidas seguidas, não tem apelação: ele é sumariamente demitido. Os clubes são todos assim. Como não há planejamento, não existe tempo para que o treinador e sua comissão técnica implantem um esquema de jogo, imponham suas táticas ao elenco. Ou seja, vivemos um falso profissionalismo no futebol brasileiro. Tudo é feito movido pela emoção e pela necessidade de dar uma satisfação ao torcedor. Os dirigentes não assumem qualquer culpa quando o time vai mal. A saída encontrada é sempre aquela mais fácil: demitir o treinador e jogar sobre seus ombros toda a culpa, embora ele nem sempre seja o responsável pelos maus resultados. Como atribuir a ele falhas grossei- ras dos goleiros e dos zagueiros, a falta de criatividade do meio de campo ou a inoperância dos atacantes? Como querer que ele transforme em craques jogadores de nível duvidoso, contratados aleatoriamente pelos dirigentes? Dentro dessa lógica ilógica mantida pelos dirigentes, Celso Roth é demitido do Flamengo em conseqüência dos péssimos resultados do time, mas imediatamente contratado como solução pelo Botafogo, que demitiu Péricles Chamusca após poucos jogos e aproveitamento medíocre. Esse panorama se repete em todos os Estados. O clube perde, o técnico é despedido por incompetência. E esse mesmo técnico invariavelmente é contratado por outro clube, sempre como salvador da pátria. Foi assim com PC Gusmão, que saiu do Botafogo e foi parar no Cruzeiro. Aconteceu com Zetti, com Cuca e muitos outros. O pior é que sabemos que assim será por muito tempo ainda. Pois é mais fácil para os dirigentes. Porque os treinadores, passivamente, se sujeitam a esse expediente. Não é à toa que a maioria dos treinadores joga para garantir o emprego. Fora de casa, poucos têm coragem para mandar seus times ao ataque. Ficam entrincheirados na defesa, achando que o 0 x 0 é bom resultado. E quando seus times fazem 1 x 0, tratam de reforçar a defesa, desistindo de atacar. Como diz a sabedoria do torcedor, o medo de perder tira a vontade de ganhar. E o medo de perder o emprego conduz a atua- ções sofríveis e, quase sempre, têm o desfecho esperado: substituição do técnico. Os treinadores precisam se valorizar. Primeiro, mostrando aos dirigentes e torcedores as fragilidades de suas equipes; não prometendo resultados que não alcançarão e, por fim, fazendo constar em seus contratos cláusulas que lhes garantam condições de trabalho, como planejamento de médio ou longo prazo e elenco de bom nível. Além disso, é necessário que tenham personalidade para se impor perante dirigentes, jogadores e torcedores. É fundamental desenvolver seus esquemas sem se sentirem pressionados, especialmente sem medo de perder o emprego. Revista Boa Vontade 11 Daniel Trevisan Felipe Freitas de demitir treinador
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  • 13. Destaque Cardeal completa 84 anos e recebe carinhosa homenagem da LBV O Coral Ecumênico LBV canta em homenagem a Dom Paulo Arns, na Paróquia São Francisco de Assis, em São Paulo/SP. Dom Paulo Evaristo Arns _________________ Leonardo Mattiuzzo Fotos: Clayton Ferreira O com a música Jesus! Arcebispo (poema de autoria do Emérito de escritor Paiva Netto), São Pauinterpretada pelo Coral lo, Cardeal Ecumênico LBV. Logo Dom Paulo Evaristo após, subiu ao altar da Arns, completou no igreja e retribuiu com dia 14 de setembro grande carinho a ho84 anos de vida. A menagem, dedicando a cerimônia religiosa missa de seu aniversário ocorreu na Paróquia ao Brasil, pedindo “Paz São Francisco de Dom Paulo Evar isto Arns e mais Solidariedade ao Assis, no centro da capital bandeirante. Nesse mesmo dia, é Povo brasileiro”. Na ocasião, o aniversariante foi também comemorada, na liturgia presenteado com um belíssimo católica, a exaltação da Santa Cruz. Na abertura, Dom Paulo foi re- quadro, lembrança de seu amigo de longa data, o Presicebido calorosamente dente das Instituições da Boa Vontade, José de Paiva Netto. “Que coisa bonita! Não pode ser mais bonito que isso. Deus lhe pague! Para a Legião da Boa Vontade, um grande abraço”, disse, admirando a emocionante imagem representativa , em nome de da Pesca Milagrol Paes (D) entrega a a Dom be Boa Vontade Isa Milagros A Legionária da tativa da Pesca sa. r do agem represen cretária particula Paiva Netto, a im Angela Borsoi, se Quem também da, Maria Paulo. À esquer prestigiou o evento foi o padre Cardeal. José Enes de Jesus, do Instituto do Padre José Enes de Jesus Teólogo Fernando Altemeyer Negro Padre Batista, e o teólogo e ouvidor da PUC/SP, Fernando Altemeyer Junior. “De fato, Dom Paulo é uma marca histórica na cidade de São Paulo e no Brasil. Parabéns a ele. E parabéns à LBV que tem feito um trabalho bonito, de propagar o Ecumenismo de Jesus, que abraça a todos sem discriminar absolutamente ninguém”, afirmou o padre José Enes. E completou o teólogo Altemeyer Junior: “Foi uma homenagem sincera de todas as comunidades e igrejas, também da Legião da Boa Vontade, que nos seus cânticos pôde emocionar a Comunidade Católica no Largo de São Francisco. E que a Legião da Boa Vontade continue sendo uma Legião, quer dizer, unida, com uma Boa Vontade, imensa Boa Vontade; porque pequena vontade não vai mudar o Brasil”. Revista Boa Vontade 13
  • 14. Samba e História O que é que a baiana tem? Apesar de não ter nascido no Brasil, Carmen Miranda mostrou ao mundo as faces do País. Fotos: Divulgação Reprodução RMTV N O radialista Hilton Abi-Rihan (E), ao lado do biógrafo Luiz Fernando Vieira, durante gravação do programa Samba e História, nos estúdios da Super Rádio Brasil (AM 940 kHz), do Rio de Janeiro. Na Super RBV, o ouvinte pode acompanhar essas entrevistas aos domingos, às 13 ou 19 horas. Pela Rede Mundial de Televisão (RMTV) é exibido aos sábados, às 23 horas. No domingo, o telespectador tem suas opções de horário: às 15 ou 23 horas. 14 Revista Boa Vontade ão é de conhecimento de todos, mas a artista que mais projetou o nome do Brasil lá fora veio de terras lusitanas. Foi na cidade de Marco de Canavezes, em Portugal, sob o signo de Aquário, que nasceu Maria do Carmo Miranda da Cunha — ou, simplesmente, Carmen Miranda —, (1909-1955), que mais tarde embalou o mundo com sua bela voz. Muito além do sucesso, a cantora imortalizou-se como um mito da nossa cultura. E foi a carreira da Pequena Notável que serviu de base para uma conversa com o biógrafo Luiz Fernando Vieira, no programa Samba e História exibido pela Rede Mundial de Televisão — A TV da Educação, da Cultura e da Cidadania Solidária com Espiritualidade Ecumênica!. Ele contou detalhes do início da carreira da cantora, que antes de chegar aos Estados Unidos, em 1939, teve uma longa trajetória de sucesso em nosso País. Carmen desembarcou no Brasil com um ano e meio de idade e veio acompanhada pela mãe, Maria Emília Miranda da Cunha e pela irmã mais velha, Olinda. Seu pai, José Maria Pinto da Cunha, era barbeiro e já morava por aqui. Na capital fluminense, Carmen estudou na escola Santa Tereza, um colégio de meninas pobres que ficava no Largo da Lapa. “Aos 13 anos, se dedicou à moda porque foi aluna de algumas chapeleiras famosas no Rio de Janeiro/RJ, dentre elas a da minha tia Inês Barcella que tinha um ateliê na avenida Men de Sá”, relata o biógrafo. A mãe de Carmen Miranda tinha uma pensão no Catete, zona sul do Rio, que era freqüentada por músicos, entre eles Pixinguinha. Certo dia, um dos cantores que por ali passavam se encantou com a voz de Carmen e disse: “Essa menina vai fazer sucesso”. E, de fato, era a aposta. Luiz Fernando Vieira conta que naquele tempo “chamaram Josué de Barros, compositor famoso, que foi à pensão, gostou do que viu e chamou-a para fazer um show. Como se saiu muito bem, resolveu convidá-la para participar de programas de rádio”. Josué de Barros a acompanhava no violão, chegou a ensinar-lhe a tocar, entretanto aquela não era a vocação de Carmen. Em parceria com o compositor, ela gravou seu primeiro disco. No carnaval de 1931, a Pequena Notável desponta com Se você gostar de mim, uma música de Joubert de Carvalho, conhecida popularmente como Taí. O sucesso foi tão grande que ela foi convidada a fazer uma peça teatral intitulada Vai dar o que falar, no Teatro João Caetano. Mas nesse espetáculo, Carmen só atuou como cantora. “Em 1931, gravou O carnaval taí que foi um gancho que Pixinguinha e Josué de Barros pegaram do sucesso que ela fez com a música Se você gostar de mim e Amor, amor, também do Joubert de Carvalho”, explica Luiz Fernando Vieira.
  • 15. Logo após, Carmen Miranda iniciou sua turnê internacional, viajando para Buenos Aires, capital argentina, ao lado de feras da música como Francisco Alves, Mário Reis, Lupércio Miranda e seu irmão Tute Miranda. Depois da rica experiência no país do tango, ela estreou no cinema, em 1932, gravando O carnaval cantado no Rio. No ano seguinte, estrelou A voz do Carnaval, ambos por Adhemar Gonzaga, na Cinédia (primeiro estúdio cinematográfico do País). Porém o único filme brasileiro em que a cantora trabalhou como atriz foi Estudantes, no qual interpretou a conhecida marcha junina Sonho de papel. Na época, já era chamada pelo apelido que o César Ladeira lhe dera: Pequena Notável, um cognome repetido no Brasil inteiro e que se referia à baixa estatura e ao talento da cantora. Em 1936, Carmen fez uma participação em Alô, alô, carnaval (um clássico musical dirigido por Adhemar Gonzaga), cantando Querido Adão e Cantoras do rádio. “Essa música é imperdível, porque virou uma marca. Ela de fraque e cartola dourada ao lado de Aurora Miranda cantando: ‘Nós somos as cantoras do rádio’ é lindo!”, rememora o biógrafo. A presença dela já era, por si só, um sucesso. Seu jeito brincalhão — uma característica bem pessoal — chamava a atenção das pessoas. Em 1972, ela foi tema de desfile da Império Serrano, com o samba-enredo Alô, alô. Taí Carmen Miranda, de Heitor Achiles, Maneco e Wilson Dia, em alusão às músicas que gravou. Carisma bem brasileiro Além de cantora, ela arriscava compor músicas. “Não tinha uma regularidade, mas Os Home Implica Comigo é de autoria dela e do Pixinguinha”. Em 1938, Carmen Miranda afasta-se cerca de oito meses dos palcos, abalada com a morte de seu pai. Ao retornar, foi eleita pelos fãs e leitores da revista Fon-Fon como a maior cantora do Brasil. Sua volta às apresentações é acompanhada de uma história interessante. Luiz Fernando Vieira conta que “foi nessa mesma época que Carmen começou a cantar no cassino da Urca. Ela se apresentava para os grandes nomes da música mundial”. Àquela altura, não havia uma pessoa conhecida de sucesso no Exterior que não se apresentasse naquele local. O carisma natural da cantora, somado às ótimas oportunidades que lhe surgiam, graças a seu esforço e dedicação, resultou numa carreira cheia de sucessos. O que é que a baiana tem? Vocação para brilhar! Em um desses espetáculos, o famoso diretor e ator Tyrone Power e sua namorada, Ana Bella, estavam assistindo ao show de Carmen Miranda. Encantada com a bela voz da cantora, Ana a presenteou com um vestido de baiana. “Ela achou superinusitada aquela roupa porque sempre foi ligada à Bahia. Pegou a fantasia e estilizou”, narra. A partir daí, passou a vestir-se de baiana, usar turbantes feitos por ela, colocando, às vezes, adereços de bananas ou abacaxis. “O curioso é que para completar a fantasia ela usava saltos de 15 a 20 centímetros. Ela media 1,50 metro. Isso mostra o gingado perfeito da artista, porque mesmo sobre um salto de 15 centímetros ninguém pensa numa Carmen Miranda estática. E usava cada parte do seu corpo para transmitir musicalidade”, diz o biógrafo. Em suas apresentações no Exterior, mostrou o Brasil das frutas, do ritmo agitado e das belas praias. Carmen também ajudou, de certa forma, no surgimento de alguns artistas. “Dorival Caymmi, ainda garoto no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira cantando ao lado dela O que é que a baiana tem?”. Outra parceria que gerou ótimos resultados ocorreu com Carmen e a Banda da Lua. O carisma natural da cantora, somado às ótimas oportunidades que lhe surgiam, graças a seu esforço e dedicação, resultou numa carreira cheia de sucessos. O que é que a baiana tem? Vocação para brilhar! Revista Boa Vontade 15
  • 16. Acontece no Mundo Eliane Maria Nações Unidas e a sociedade 16 Revista Boa Vontade _________________ Danilo Parmegiani pela sociedade e pelo setor privado, no intuito de erradicar a pobreza no mundo”, explica o chefe da Seção de ONGs do Departamento, Paul Hoeffel. Afiliada ao DPI desde 1994 e com status consultivo geral no Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc), a Legião da Boa Vontade participou do comitê executivo da conferência. Além de ajudar na organização, a LBV foi convidada a integrar a programação oficial, apresentando seu trabalho de divulgação e implementação dos ODMs. Com o tema “Sociedade Solidária” (tese pioneira do educador Paiva Netto), a Instituição compartilhou, com o grupo que lotava o salão GA37, sua experiência de 55 anos em ações socioeducacionais e seu trabalho internacional em rede com diversas Eliane Maria O Departamento de Informações Públicas (DPI) da Organização das Nações Unidas (ONU) promoveu de 7 a 9 de setembro, em Nova York, a 58ª Conferência Anual de ONGs com o tema “Nosso desafio: Vozes pela Paz, parcerias e renovação”. O encontro reuniu 2.700 Organizações Não-Governamentais, de 125 diferentes países, com a meta de fortalecer o compromisso da sociedade civil no cumprimento dos Oito Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODMs), a serem alcançados até 2015. “Foi um momento muito especial, por ser o quinto ano depois que os 190 países-membros declararam os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio. Essa conferência está avaliando os progressos realizados e os não atingidos por governos, LBV participa de Encontro Internacional de ONGs, em Nova York. A LBV representou a América Latina no painel que reuniu palestrantes de cinco continentes. Amado Vieira Paul Hoeffel, Chefe da Seção de ONGs do DPI/ONU, ladeado pelos Legionários Danilo Parmegiani (E) e o Dr. Pedro de Paiva. O workshop da LBV chamou a atenção de inúmeros representantes de ONGs que prestigiaram a palestra que enfocou a Sociedade Solidária.
  • 17. Da esq. p/ a dir., Pedro de Paiva, Bárbara Valacore e Steve Nation (The Lifebridge Foundation), May East (Global Ecovillage Network) e Silvia Vitro (LBV). Ao serem cumprimentados pelos representantes da Legião da Boa Vontade, Bárbara e Steve lembraram com satisfação da recente visita que fizeram ao Templo da Paz, em Brasília/DF. Reprodução RMTV Divulgação ONU Danilo Parmegiani O Secretário-Geral das Nações Unidas, Kofi Annan, e sua atuante mulher, Nane Annan. outras organizações. mio Nobel da Paz em 2003, Esta apresentação reShirin Ebadi, não apenas alizada pela LBV foi recebeu a revista Sociedade destaque na Rádio da Solidária, da LBV, como ONU com versão em mandou uma mensagem de português. A reportagem Paz por meio da Super Rede sobre o evento e a entreBoa Vontade de Comunivista com a Instituição cação. “Espero que o Povo foram publicadas no site brasileiro possa sempre viver oficial das Nações UniShirin Ebadi em Paz, livre do medo e da das e reproduzidas em intimidação que os caminhos dezenas de emissoras nos países de da violência impõem”, disse a iraniaLíngua Portuguesa. No Brasil, foi na, ativista internacional dos Direitos ao ar pela Radiobrás, Jovem Pan, Humanos. Bandeirantes e pela Super Rede Boa Os Objetivos de Desenvolvimento Vontade de Rádio (www.redeboavon- do Milênio precisam ser cumpridos tade.com.br). até 2015. Acabar com a fome, a No encontro internacional de miséria, as doenças, os desmataONGs, os participantes trocaram mentos e todos os demais desafios informações e experiências. Perso- só poderão ser superados pelos gonalidades presentes receberam os vernos mundiais se houver também o cumprimentos fraternos da LBV, engajamento e o apoio da sociedade a exemplo do Secretário-Geral da civil, conforme defende Paul Hoeffel: ONU, Kofi Annan, e de sua atuante “Precisamos de toda a colaboração mulher, Nane Annan; e o Subsecre- possível, e as ONGs estão aí para nos tário Geral das Nações Unidas para ajudar, elas têm os recursos, as pesComunicação e Informações Públicas, soas e a vontade. Essa Boa Vontade Shashi Tharoor. A ganhadora do Prê- é a de que precisamos”, afirmou.
  • 18. Divulgação Acontece no Mundo Dia Internacional da Paz na ONU Michael Douglas manda mensagem de Paz para o Brasil por meio da LBV Reprodução RMTV 18 Revista Boa Vontade Pedro de Paiva Reprodução RMTV Reprodução RMTV Reprodução RMTV Em 21 de setembro, a sociedade civil O ator e produtor de Hollywood, organizou um importante encontro na Michael Douglas, também nomeasede das Nações Unidas, em Nova York, do pela ONU como mensageiro da para comemorar o Dia Internacional da Paz, palestrou no evento e mandou Paz, uma data que foi primeiramente uma mensagem especial ao Brasil estabelecida em 1981, por meio da pela Rede Boa Vontade de ComuniResolução 26/67 da Assembléia Geral cação. “Hoje é um dia muito especial para da ONU e sempre coincidia com a data todos nós. Espero que essa ambiência de Paz de abertura de cada sessão nos meses se propague também para o Brasil. Meu obride setembro. gado pela LBV estar aqui”, disse. Na ocasião, Mais tarde, para fortalecer a comeele foi cumprimentado por representantes da moração anual, em 2001 fixou-se o 21 Instituição e agradeceu por ter recebido a rede setembro como o dia da não-violência vista Sociedade Solidária, versão em inglês, e do cessar fogo. O Secretário-Geral das do escritor Paiva Netto. Nações Unidas, Kofi Annan, convocou todos os países a ficarem 24 horas de vigilância pela Paz, num cessar- fogo Na primeira foto, Michael Douglas com sua bela esposa, a atriz Catherine Zeta-Jones; na mundial. O Dia Internacional da Paz segunda, Douglas recebe do representante da LBV no evento, Danilo Parmegiani, a revista Sociedade Solidária; no destaque, concedendo entrevista à Rede Mundial de Televisão. vem seguir a súmula especial dos Chefes de Estado na sede da ONU, a conversar sobre os que ocorreu entre os dias 14 problemas em seus paíe 16 de setembro e tratou de ses para se ter a Paz. A diversos temas, entre eles, maioria delas clama pela desenvolvimento, segurança Paz, ora por ela e trabalha e direitos humanos. por comunidades mais Na programação da maunidas. E esse dia virá nhã, o Prêmio Nobel da Paz, para o mundo inteiro e escritor e pensador Elie Wiecom as crianças que irão sel, trouxe sua mensagem no Jane Goodall trabalhar pela Paz”. campo dos direitos humanos. Sobre a criação do Dia A representante da LBV na ONU, Conceição “O Brasil, como qualquer Internacional da Paz, o Malaman, entrega a revista Sociedade outro país, precisa sempre Subsecretário Geral das Solidária ao Subsecretário-Geral das Nações de Paz e agora mais do que Nações Unidas para Co- Unidas para Comunicação e Informações nunca”, afirmou Wiesel à municação e Informações Públicas, Shashi Tharoor. Super Rede Boa Vontade de Públicas, Shashi ThaComunicação. roor, lembrou que “um Legião da Boa Vontade nos Estados Outra palestrante a se dia nunca é o suficiente, Unidos e agradeceram por terem apresentar foi Jane Goomas esperamos que este recebido a revista Sociedade Solidall, nomeada mensageiElie Wiesel seja o início a partir do dária, versão em inglês, do escritor ra da Paz em 2002 pela ONU, conhecida mundialmente pelo qual possamos ter Paz no mundo Paiva Netto. A Legião da Boa Vontade, que trabalho que desenvolve com chim- inteiro”. O ator e produtor de Hollywood, nasceu sob o dístico do coração azul panzés, na Tanzânia, na descoberta de doenças. Para Goodall, “estamos Michael Douglas, também nomeado e os dizeres: “Paz na Terra aos Hovivendo em um mundo de guerras pela ONU como mensageiro da paz, mens e Mulheres de Boa Vontade”, e violência. Mas há muito mais palestrou no evento e mandou uma participou da cerimônia que marca pessoas usando a voz para com- mensagem especial ao Brasil pela a passagem de tão importante data, batê-las. Portanto, acho que meios Rede Boa Vontade de Comunicação levando sua mensagem de Paz, de comunicação como os da LBV (boxe acima). Todos foram cumpri- Fraternidade e de Ecumenismo são um incentivo para começarem mentados pelos representantes da Irrestrito.
  • 19. Desfile de La Hispanidad 2005 A LBV representa o Brasil em Nova York __________ Elias Paulo Fotos: Eliana Gonçalves Os vários momentos do Desfile de La Hispanidad em que a LBV foi destaque A inda em setembro, a Legião da Boa Vontade representou os brasileiros nas ruas da maior cidade estadunidense, durante o Desfile de La Hispanidad 2005, organizado pela Queens Hispanic Parade. Há 29 anos, o evento tem como objetivo mostrar a força da comunidade hispânica nos Estados Unidos e ressaltar a cultura latinoamericana. A tradicional estampa de Jesus seguiu à frente de um pelotão formado por voluntários que contribuem, há anos, com as ações socioeducativas da Instituição nos EUA. Também compuseram o desfile bandeiras do Brasil, da Legião da Boa Vontade, dos Estados Unidos, da Organização das Nações Unidas (ONU) — órgão no qual a LBV possui status consultivo geral em seu Conselho Econômico e Social —, além dos estandartes dos países onde a Obra está presente, a exemplo do Uruguai, Paraguai, Bolívia, Argentina e Portugal. Segunda a desfilar, a Instituição carregou faixas com mensagens alusivas à Paz. Uma delas chamou bastante atenção do público, pois registrava em espanhol: “Que Jesus abençoe todos os Povos do mundo”. Também foi destaque o recado da Legião da Boa Vontade em favor da Paz e em agradecimento ao povo hispano, pela ajuda concedida à Instituição. O evento foi realizado no Jackson Higths, na 37th Avenue desde a 69 St. até a 89 St., no condado do Queens. Revista Boa Vontade 19
  • 20. Especial Solidariedade Nova Durante a 21ª edição do Brazilian Day, o ParlaMundi da LBV 20 Revista Boa Vontade
  • 21. brasileira em York Comenda da Ordem do Mérito da Fraternidade Ecumênica, criada pelo Diretor-Presidente da LBV, Paiva Netto. premia expoentes do Brasil nos Estados Unidos da América. Revista Boa Vontade 21
  • 23. ________________ Danilo Parmegiani Fotos: Orlando Norberto, Eliana Gonçalves, Mariana Malaman e Equipe The BrasilianS. A 21ª edição do Brazilian 2005 ao primeiro agraciado, o jornaDay pintou Nova York de lista Amauri Soares, Diretor Exeverde-e-amarelo. Um dos cutivo da Globo Internacional. A maiores festivais de rua cantora Fafá de Belém, considerada em Manhattan celebrou a Indepen- a intérprete da mais bela versão do dência do Brasil numa área superior Hino Nacional Brasileiro e grande a 25 quarteirões. Na 6ª Avenida com símbolo da história democrática a Rua 46 (conhecida como Little do País, também recebeu a homeBrazil), o palco principal da festa nagem da Legião da Boa Vontade. reuniu artistas, duplas sertanejas e Outra personalidade a receber a grupos musicais brasileiros. Pelo premiação foi o dedicado apoiador segundo ano consecutivo, a Legião da comunidade brasileira em Nova da Boa Vontade York, Padre Amarillo Checon, foi convidada da Diocese do Brooklin, baira participar da ro da Big Apple. programação Na cerimônia, o dirigente oficial, exaltanda LBV foi representado pelo do o espírito de advogado Pedro de Paiva. Solidariedade Convidado ao microfone, ele daqueles que relembrou à multidão presente presentam exemos propósitos da Comenda da plos de trabalho LBV. “A Ordem do Mérito e dedicação ao da Fraternidade Ecumênica, próximo, qualicriada por Paiva Netto, visa dade singular do à construção de uma Sociecom a a brasileiro. dade Solidária. Ressalta a Thiago Lacerd ária A Comenda da revista Sociedade Solid pureza de coração de tantos Ordem do Mérito da que atuam no mundo pelo bem Fraternidade Ecumênica, criada pelo comum”, resume. Diretor-Presidente da LBV, José de A festa brasileira e a entrega da Paiva Netto, foi entregue no palco Comenda da LBV foram destaque do festival diante de um milhão de na imprensa pelo mundo. A Globo pessoas. “A Legião da Boa Vontade Internacional exibiu o evento por coroa a festa do Brazilian Day com diversas vezes para mais de 46 paíum brilho especial de Solidarieda- ses e ainda destacou a premiação da de”, comentou Edilberto Mendes, Legião da Boa Vontade no programa editor-chefe do jornal The Brasi- Planeta Brasil, em duas exibições. lianS e coordenador do evento. O assunto virou notícia nos jornais O empresário João de Matos, um The BrasilianS, Brazilian Voice, dos responsáveis por organizar o Brazilian Press, Luso-Americano, acontecimento e homenageado pela no site www.bizado.com, além da edição da Comenda da LBV no ano Super Rede Boa Vontade de Copassado, fez a entrega da láurea em municação. O jornalista Amauri Soares, Diretor Executivo da Globo Internacional, ladeado pelos Legionários da Boa Vontade Dr. Pedro de Paiva (E) e Danilo Parmegiani. Padre Amarillo Checon (E), a cantora Fafá de Belém e o Dr. Pedro de Paiva. Da esq. p/ a dir., Eliane Maria, a jornalista Patrícia Poeta, Conceição e Mariana Malaman e Silvia Vitro. A Jovem Legionária Sâmara Malaman e o ator Eri Johnson, ambos com a revista Sociedade Solidária. 1 - Momento de grande emoção na execução dos hinos: Nacional Brasileiro e Norte-americano. 2 - A cantora Fafá de Belém (E), o empresário João de Matos (C) e o ator André Marques (D), que segura a Comenda do ParlaMundi da LBV, entregue à cantora. 3 - No palco do evento, recebendo a Comenda da LBV, o Pe. Amarillo Checon (C), ao lado do editor-chefe do jornal The BrasilianS, Edilberto Mendes (E) e o Dr. Pedro de Paiva, representante de Paiva Netto no evento. 4 - O empresário João de Matos (C) faz a entrega da Comenda da Ordem do ParlaMundi da LBV ao jornalista Amauri Soares (E), Diretor Executivo da Globo Internacional, e o Dr. Pedro de Paiva. 5 - A dupla sertaneja Chitãozinho e Xororó também se apresentou com sucesso no palco do Brazilian Day. 6 - Da esquerda para a direita, os artistas Felipe Dylon, Viviane Victorette, Daniela Escobar, Luigi Baricelli e Thiago Lacerda. 7 - A multidão superlota as ruas nova-iorquinas em homenagem ao Brasil. 8 - No palco, o Grupo Araketu, no instante de sua apresentação. Revista Boa Vontade 23
  • 24. Especial Alerta para o mundo A opinião dos homenageados pela Comenda da Legião da Boa Vontade, na edição de 2005, foi unânime em valorizar a Solidariedade. Mesmo com o pé quebrado, lesão causada por um acidente, Fafá de Belém marcou presença na festa e expressou a alegria de ser premiada. “Fico muito feliz com a iniciativa da LBV. Isso não é para mim, é para todos nós que acreditamos ser possível servir e que o “É um prazer muito grande receber esse troféu (...). A todos os amigos que fazem essa grande Legião realmente da Boa Vontade, o meu melhor carinho, o meu grande abraço. (...) E continuem esse trabalho que é lindíssimo. Se nós tivéssemos 5, 6 ou 10 iguais à LBV, com certeza, teríamos menos diferença social no Brasil.” Fafá de Belém, cantora. dom que nos dá, não se compra”, diz Fafá. Para a cantora, “é um prazer muito grande receber esse troféu”. Ao término da entrevista, desejou “a todos os amigos que fazem essa grande Legião realmente da Boa Vontade, o meu melhor 24 Revista Boa Vontade carinho, o meu grande abraço. (...) E continuem esse trabalho que é lindíssimo. Se nós tivéssemos 5, 6 ou 10 iguais à LBV, com certeza, teríamos menos diferença social no Brasil”. Para Amauri Soares, Diretor Executivo da Globo Internacional, esse prêmio soa como um alerta para o mundo. “A gente fala tanto em globalização, as pessoas discutem muito o assunto, sempre na ótica do dinheiro, do lucro. Não vejo as pessoas discutindo globalização do ponto de vista humano, que é o que devia ser o primordial (...). Então quando eu vejo vocês sempre batendo nessa tecla da Boa Vontade, da Solidariedade, acho que é um chamado para isso. A gente não pode pensar em um mundo sem pessoas, em globalização sem humanização. Eu recebo também essa lembrança da LBV como um chamado para a gente olhar, militar, e não deixar nunca esse assunto ficar em segundo plano.” O jornalista ficou honrado por receber o prêmio e registrou mensagem ao criador da Comenda: “O meu respeito e o meu abraço ao Paiva Netto”. O Padre Amarillo Checon dedicou o preito aos brasileiros que deixaram o País e partiram rumo às terras norte-americanas. “Esse prêmio não é meu. É dos imigrantes, esses brasileiros que deixam o Brasil “Não vejo as pessoas discutindo globalização do ponto de vista humano, que é o que devia ser o primordial (...). Então quando eu vejo vocês sempre batendo nessa tecla da Boa Vontade, da Solidariedade, acho que é um chamado para isso.” Amauri Soares, Diretor Executivo da Globo Internacional com muita coragem para encontrar aqui nos Estados Unidos uma vida melhor”. O religioso enfatizou a luta para o bem-estar dos Seres Humanos e, nesse contexto, afirmou que a Legião da Boa Vontade é um grande exemplo. “Dou os parabéns pelo trabalho que a LBV faz. (...) A Humanidade está numa crise muito grande. Acredito que nós precisamos de todos os esforços das pessoas de Boa Vontade e, por isso, considero a LBV realmente a linha de frente dessa batalha”, frisou. Na história da Comenda do ParlaMundi da LBV, um prêmio instituído em 1996 por Paiva Netto, já foram agraciadas personalidades internacionais pela sua atuação humanitária. Nomes como Kofi Annan, Dalai Lama, Mário Soares, Edson Arantes do Nascimento (Pelé), Oscar Niemeyer, dentre outros, compõem a galeria de condecorados.
  • 25. Estande da LBV é sucesso no Brazilian Day A jornalista Patrícia Poeta com seu marido Amauri Soares Chitãozinho e Xororó e a Legionária Eliana Gonçalves “Dou os parabéns pelo trabalho que a LBV faz. (...) A Humanidade está numa crise muito grande. Acredito que nós precisamos de todos os esforços das pessoas de Boa Vontade e, por isso, considero a LBV realmente a linha de frente dessa batalha”. J á é tradição a presença da Legião da Boa Vontade com um estande na Rua 46, área central da festividade. Voluntários da LBV nos Estados Unidos apresentaram o trabalho da Obra, desde sua fundação, há 55 anos, dos quais 19 deles dedicados à comunidade estadunidense. Os visitantes puderam conferir também a ação da LBV em países da América Latina e Europa. Ao tomarem conhecimento das relevantes iniciativas, muitos deles contribuíram com donativos à Instituição. Quem passou por lá pôde comprar, em primeira mão, o lançamento do escritor Paiva Netto, As Profecias sem Mistério, edição revista e ampliada pelo autor. Nos Estados Unidos, a Organização atua em parceria com as Nações Unidas desde 1994, no Departamento de Informações Públicas (sigla em inglês de DPI) e possui status consul- tivo geral no Conselho Econômico e Social da ONU (Ecosoc) — o que lhe confere o direito de participar das reuniões decisórias desse Órgão. A LBV dos EUA — Legion of Good Will — localiza-se na 20 Calumet Street, 1st Floor, Newark/NJ, tel.: (973) 3445338. Para outras informações, basta acessar o site www.lbv.org.br ou entrar em contato pelo e-mail lgwusa@ hotmail.com. Padre Amarillo Checon Revista Boa Vontade 25
  • 26. Cida Linares Especial A exemplo do ocorrido em anos anteriores, o Coral Ecumênico LBV abriu a cerimônia oficial do Desfile de 7 de Setembro, em São Paulo/SP. “Força Armada e civil, ______________ Rodrigo Oliveira N o Brasil, o 7 de Setembro contou com a mesma animação de todos os anos. Em São Paulo/SP, o público lotou o sambódromo do Anhembi e cantou com o Coral Ecumênico LBV o Hino Nacional Brasileiro, ato que deu início à cerimônia oficial da Independência. Muito aplaudido, o Coro — formado por crianças e jovens que participam de atividades socioeducacionais da Instituição — foi acompanhado pela Banda do Exército. Pelas cinco regiões do território nacional, a Legião da Boa Vontade levou para a avenida uma representação dos pequeninos atendidos e a tradicional estampa de Jesus, num pedido pela Paz Mundial. O Desfile Cívico-Militar na capital paulista teve a participação 26 Revista Boa Vontade do contingente do Exército, Marinha, Aeronáutica e de instituições que atuam no local, a exemplo da LBV. Alunos do Instituto de Educação José de Paiva Netto e voluntários da Obra levaram faixas com dizeres das Campanhas Educativas da Instituição. Cláudio Lembo, vice-Governador do Estado de São Paulo, assistiu ao desfile no palanque do evento. Em entrevista, comentou a personalidade solidária do Povo brasileiro e, nesse contexto, parabenizou a Legião da Boa Vontade. “Sou grande amigo da LBV. Acho um trabalho lindo, esforçado, solidário, que orienta as pessoas. Portanto, vocês estão de parabéns e eu tenho muita alegria, sempre, de visitar a LBV e ver que cada vez mais as ações se ampliam, dando maior apoio à juventude”, disse. O vice-Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, também manifestou-se quanto às iniciativas da Instituição. Para ele, “o trabalho da Legião da Boa Vontade é conhecido por todos os brasileiros e a participação da LBV nesse desfile só o tornou mais grandioso e, evidentemente, todos nós, administradores públicos, queremos ter a LBV ao nosso lado, ajudando a governar as nossas cidades, os nossos Estados e o nosso País”. Ministro do STJ reconhece trabalho da LBV Mesmo debaixo de chuva, as comemorações atraíram muitas pessoas
  • 27. no Rio de Janeiro/RJ. O evento teve início com o acendimento do Fogo Simbólico da Pátria, seguido por uma salva de 21 tiros. Assistindo ao desfile, o Ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro, Dr. Waldemar Zveiter, destacou o trabalho promovido pela Instituição. “Eu recebo a revista BOA VONTADE com muito carinho, porque tive o privilégio e o prazer de conhecer o querido Irmão Alziro Zarur (1914-1979), como tenho o prazer de conhecer e admirar o nosso Irmão Paiva Netto”, frisou o Ministro que confessa gostar muito do Templo da Boa Vontade, localizado em Brasília/DF. O Dr. Zveiter aproveitou para dizer que “é graças ao exemplo e pela atitude de Solidariedade com os semelhantes que vamos fazer um grande país, o chamado ‘país do futuro’, pertencendo a uma mesma e única Humanidade, sem distinção de fronteiras, de raça, de cor, sem nenhum tipo de discriminação. Nós somos absolutamente a favor da Paz e do progresso social. A LBV está de parabéns!”. Boa Vontade nos desfiles pelo Brasil Em Porto Alegre/RS, a Legião da Boa Vontade foi bastante aplaudida nas comemorações da Independência. O tema do desfile de 2005 foi Arquivo pessoal tudo é Brasil!” Dr. Waldemar Zveiter, Ministro do STJ. “É graças ao exemplo e pela atitude de Solidariedade com os semelhantes que vamos fazer um grande país, o chamado ‘país do futuro’, pertencendo a uma mesma e única Humanidade, sem distinção de fronteiras, de raça, de cor (...). A LBV está de parabéns.” Revista Boa Vontade 27
  • 28. Luiz Antônio da Silva Mineiro, em Uberaba, “Cidadania: Deveres um pelotão formado e Direitos”. O escritor por meninos e meninas gaúcho Erico Verísassistidos pela LBV simo (1905-1975) foi na cidade chamou a homenageado pelo seu atenção do público. centenário de nasciCom bexigas brancas mento, com o título: e bandeiras da LBV e “Educar é ler, conhecer Paulo Hartung, Governador do do Brasil, eles pediram e amar o Brasil”. Espírito Santo. pela Paz Mundial. Na capital capixaba, Também com o tempo o evento ocorreu em uma chuvoso, os presentes asdas paisagens mais lindas de sistiram de perto à passaVitória, a Orla de Camburi. gem do pelotão representaO Governador do Estado tivo da Obra pela Avenida do Espírito Santo, Paulo Conde da Boa Vista, local Hartung, parabenizou a dos desfiles em Recife/PE. LBV, todos os componentes Durante a apresentação, a do desfile e, em especial, jornalista Jannaina Lima, as crianças atendidas pela do Informativo Cultural de Obra na cidade. Para o Ten. Ten. Cel. José Otávio Gonçalves Pernambuco (ICP), comenCel. José Otávio Gonçalves, Comandante do 38º Batalhão tou: “Quando o comunicador estava de Infantaria, sediado no Estado do lendo o Histórico da LBV, enfatizou Espírito Santo, é importante que o bastante os 55 anos. Para mim, ele Povo brasileiro e as organizações falou com grande entusiasmo soresgatem esse sentido de patriotismo bre a Instituição. Isso demonstra o que o encontro representa “e a Legião agradecimento do Povo aos serviços da Boa Vontade faz isso muito bem. prestados pela LBV ao Brasil”. Pelo 16º ano consecutivo, a Parabéns à LBV!”. No Paraná, a Instituição esteve Legião da Boa Vontade marcou presente na homenagem à Pátria em presença no desfile cívico em SalCuritiba e Londrina. Na capital do vador. Desta vez, o convite partiu Estado, a passagem dos voluntários da 3ª Sessão do Estado Maior da 6ª da Obra foi saudada pelo público, Região Militar e a Obra levou para em especial, no momento em que a avenida as crianças que participam realizaram uma evolução, segurando das Aulas de caratê, capoeira e Moral a tradicional estampa de Jesus. Única Ecumênica, além de Vovôs e Vovós instituição beneficente a participar do do Grupo Maturidade Plena. acontecimento em Londrina, a LBV levou para a avenida os meninos e meninas contemplados com as ações da Obra e alunos dos cursos de Capacitação Profissional. Na cidade de Uberlândia/MG, uma representação de idosos atendidos pelo Lar Alziro Zarur fez parte das comemorações do 7 de Setembro. Salvador/BA Ainda no Triângulo “Sou grande amigo da LBV. Acho um trabalho lindo, esforçado, solidário, que orienta as pessoas. Portanto, vocês estão de parabéns e eu tenho muita alegria, sempre, de visitar a LBV e ver que cada vez mais as ações se ampliam, dando maior apoio à juventude.” Cláudio Lembo, vice-Governador do Estado de São Paulo. “O trabalho da Legião da Boa Vontade é conhecido por todos os brasileiros e a participação da LBV nesse desfile só o tornou mais grandioso e, evidentemente, todos nós, administradores públicos, queremos ter a LBV ao nosso lado, ajudando a governar as nossas cidades, os nossos Estados e o nosso País.” Gilberto Kassab, vice-Prefeito da cidade de São Paulo. 28 Revista Boa Vontade Cristiane Ranolfi Luiz Antônio da Silva Daniel Trevisan Especial
  • 29. Rui Portugal Elisene Santos Anápolis/GO Manaus/AM Araçatuba/SP Belém/PA Vânia Besse Arquivo BV Juliana Valim Enildon Miranda Wecsley Marcelo Porto Alegre/RS Vinicius Ramão Arquivo BV Clodoaldo Jacob Lucian Fagundes Cristiane Ranolfi Vitória/ES Rio de Janeiro/RJ Glorinha/RS Salvador/BA Uberlândia/MG Uberaba/MG Belo Horizonte/MG Araxá/MG Recife/PE Revista Boa Vontade 29 Curitiba/PR Liliane Cardoso Jorge Alexandre Luiz Antônio da Silva
  • 30. Educação Brincando e aprendendo Novos profissionais se destacam para ajudar seu filho na escola Psicopedagogia ______________ Rodrigo Oliveira Fotos: Daniel Trevisan N “Quando (a criança) começa a manifestar cansaço, não quer ir para a escola, começa a atrasar muito o ritmo de fazer lição, é o melhor momento de interferir.” Neide Noffs Doutora em Educação, na área de Didática, pela USP. Fac-símile do livro Psicopedagogo na Rede de Ensino, de Neide Noffs, lançado pela Editora Elevação. 30 Revista Boa Vontade otas baixas são um indicativo de que alguma coisa não vai bem na rotina escolar da criança. E quando isso é diagnosticado você pode precisar da ajuda de um especialista. Muitos pais desconhecem, mas existe uma profissão específica que visa melhorar a aprendizagem dos seus filhos, conhecida por Psicopedagogia. Implementada no Brasil há cerca de 30 anos, essa área da Educação pressupõe que todos têm o direito e potencial para aprender. “Crianças que estão na sala de aula são diferentes uma das outras, possuem variadas oportunidades sociais. Algumas aprendem com facilidade o que outras não assimilam tão rapidamente. Por essa razão, estudamos o processo de aprendizagem na escola”, define Neide Noffs, vice-diretora da Faculdade de Educação da PUC/SP e coordenadora do curso de Psicopedagogia. Antes de se configurar essa área da Educação, meninos e meninas que não tinham bom desempenho escolar eram encaminhados para o consultório médico. Lá passavam por exames e, segundo Neide, a maioria deles não apresentava problemas do ponto de vista físico. “Então, o Doutor encaminhava para o serviço social identificar se a criança tinha alimentação suficiente. Se nada fosse registrado, a criança seguia para análise de um psicólogo, ou para o neurologista”. Daí surgiu a necessidade de se criar uma especialidade para atender à demanda de crianças com dificuldade na aprendizagem. Neide Noffs, também Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo (USP), assevera que a partir dessa época passou a ser observado o êxito no trabalho de professores particulares, que davam aula individualmente. “E por que a criança ia bem ali e não na classe? Dessa situação de professora particular, posteriormente chamada de reeducadora, constatou-se que ela realizava trabalhos específicos. Aí surgiu uma questão, denominada no Brasil de Psicopedagogia: ação entre o ato de ensinar e o ato de aprender”. No livro Psicopedagogo na Rede de Ensino, publicado pela Editora Elevação, a educadora dá um caráter ainda mais especial a essa nova área. Ela apresenta um conceito inovador, que reafirma a necessidade de o docente não ser apenas um protagonista na vida do aluno e sim um autor desenvolvendo conceitos. “O ator tem de seguir exatamente o personagem, do jeito que alguém o idealizou. (...) Os professores são atores de uma cena escolar na qual eles fazem aquilo que a escola quer que façam. Com o passar do tempo ele passa para o papel de autor e aí sim tem uma responsabilidade diferente”. Neide Noffs alerta para o fato de que algumas escolas não estão preparadas para atender essa nova geração de crianças e jovens bem-informados.
  • 31. Em alguns casos, o ambiente escolar é o único em que adolescentes podem se expressar e opinar a respeito de temas de interesse geral. Na opinião da educadora “muitas instituições de ensino ainda estão num modelo tradicional em que a única expressão é a escrita. Até hoje existe um descompasso entre a escola e o adolescente. (...) Alguém agüenta 50 minutos ouvindo coisas que não são do seu interesse?”, questiona Neide, reafirmando a necessidade de o corpo docente conhecer mais o perfil do adolescente e características que o cercam. Alternativas Um dos caminhos que a educadora aponta para que as escolas obtenham êxito no desempenho dos alunos é a criação de brinquedotecas. “É um espaço em que a criança tem oportunidade de brincar. (...) Ela brinca, muitas vezes, sem utilizar brinquedos, através de objetos imaginários. Na verdade esse espaço — inclusive obrigatório em todo hospital —, chamado brinquedoteca, tem locais específicos onde os brinquedos são classificados por idade”. Neide explica que estes espaços ainda podem contar com obras literárias. “Brincar não é só com brinquedos. Eu tive a oportunidade de estar na Espanha e lá o brincar inclui principalmente ler. Por isso que no hospital se fala em brinquedoteca, não para brincar de futebol, de jogos muito dinâmicos, mas para ter a oportunidade de distrair-se”. Ela toma como exemplo os espaços lúdicos disponíveis para as crianças que estudam nas escolas mantidas pela Legião da Boa Vontade. “Eu tenho a brinquedoteca da LBV como referência para os meus estudos. Estive aqui com outras pessoas, e destaco que nesta brinquedoteca tem espaços variados, inclusive para a música. Então eu gosto muito porque segue todo o caráter correto da brinquedoteca”, ressalta a escritora. A educadora sugere alguns pontos para melhorar o aprendizado da criança. “O professor precisa de uma formação continuada por melhor que seja o curso inicial dele. Ele não vai dar conta das coisas que estão ocorrendo na atualidade. (...) Hoje há um número muito grande de meninos e meninas na escola. E não só a quantidade, como a diversidade. As pessoas não são semelhantes. Não há pessoas iguais no mesmo bairro. Então eu acho que a formação, ela só tem sentido se for continuada”. “Eu tenho a brinquedoteca da LBV como referência para os meus estudos. Estive aqui com outras pessoas, e destaco que nesta brinquedoteca tem espaços variados, inclusive para a música. Então eu gosto muito porque segue todo o caráter correto da brinquedoteca.” Aos pais, Neide Noffs aconselha dar mais atenção às crianças. Para ela, o processo de relação entre pais e filhos pode ser compreendido em duas etapas. “Devem dar afeto, moradia, apoio e cobrar do professor a escolaridade. Na conversa com o professor eles podem dividir tarefas”, sugere. Na segunda etapa, ela indica que “os pais possibilitem um espaço para o brincar ou, simplesmente, não impeçam que a criança brinque na própria casa”. Além das notas baixas, os pais devem ficar atentos a outros pontos. “Quando (a criança) começa a manifestar cansaço, não quer ir para a escola, começa a atrasar muito o ritmo de fazer lição, é o melhor momento de interferir porque, como diz o ditado popular, ‘prevenir é muito melhor do que remediar.’” Brinquedotecas da LBV: uma forma de aprender brincando. Revista Boa Vontade 31
  • 32. Turismo Recife a capital da alegria ______________ Débora Verdan Fotos: Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Recife. 32 Revista Boa Vontade
  • 33. A cada passo, uma nova descoberta. Em cada esquina um pouco de história. Assim é Recife, portal de entrada para um dos litorais mais bonitos do Nordeste brasileiro. Ela surgiu em 1537. Logo após a povoação de Arrecifes, como era conhecida, foi transformada num ponto importante de Olinda, sede do governo da capitania. Quando os holandeses chegaram a Pernambuco, fizeram de Recife a capital. Os rios Capibaribe e Beberibe cortam o centro e os subúrbios, dando à cidade um panorama de extraordinária beleza. É igualmente famosa por suas pontes sobre os rios e canais e por isso é também chamada de “Veneza brasileira”. Exagero? Não! Só no centro existem quase 10 pontes. Um passeio a pé pelo Recife Antigo é uma viagem ao passado, rememorado baobás, o Palácio do Governo de 1814, o Liceu de Artes e Ofícios, o Palácio da Justiça e o Teatro Santa Isabel, de 1850, completam o entorno desse complexo arquitetônico. Mais afastados do centro, há outros pontos turísticos significativos. Na Várzea, está localizado o Museu Oficina Cerâmica de Francisco Brennand, que abriga pelo menos 2.000 esculturas. Outro lugar que merece ser visitado é o Museu do Homem do Nordeste, cujo acervo permite conhecer a cultura e a arte popular. Os ritmos da cidade são marcantes! O frevo, o maracatu, o xaxado, as festas, os Bacamarteiros e as Cavalhadas, o Reisado, o Bumba-Meu-Boi contagiam qualquer um, a toda hora! A alegria é tão presente que até os telefones públicos têm o formato e as cores das sombrinhas do frevo! “A capital pernambucana tem sol o ano inteiro. As praias destacam-se por sua areia branquinha e pelas inúmeras piscinas naturais. A principal e mais badalada é a da Boa Viagem.” por construções seculares. A Capela Dourada e o Forte de Cinco Pontas são exemplos, além da antiga penitenciária, hoje transformada num centro cultural popular, e a Casa da Cultura, onde se comercializa todo tipo de artesanato. As antigas celas foram transformadas em “lojinhas”. É possível ainda almoçar lá, em um dos restaurantes, e apreciar a cultura recifense nas exposições e apresentações folclóricas que ocorrem regularmente. No centro, vale a pena uma atenção especial à Praça da República, antiga Praça da Honra da Província. As palmeiras imperiais, os centenários A capital pernambucana tem sol o ano inteiro. As praias destacam-se por sua areia branquinha e pelas inúmeras piscinas naturais. A principal e mais badalada é a da Boa Viagem. São incontáveis as piscinas naturais formadas por recifes. Essa barreira natural, distante 100 metros da praia, segue por quase todo litoral do Estado. A praia tem cerca de seis quilômetros de extensão. Suas águas mornas e calmas apresentam um tom azul-esverdeado. A temperatura média é 28 °C. Para quem prefere uma praia mais tranqüila, a sugestão é a do Pina. Ela ficou famosa pelas corridas de jangada. É compensador ir também à Praia da Candeia e da Piedade. Ambas ficam bem próximas da capital. Mas Recife não é só rios, praias, pontes, arte e cultura. Ela tem uma boa infra-estrutura turística. Os hotéis ficam próximos das melhores praias, e nos restaurantes é possível encontrar desde iguarias típicas até os mais sofisticados pratos de cozinha estrangeira. Também pode-se saborear água-de-coco bem gelada. Recife, terra do sol, das águas, das praias, dos crustáceos. Lugar maravilhoso para se viver e visitar. Revista Boa Vontade 33
  • 34. Reportagem cura A célula da As conquistas da Fundação Oswaldo Cruz no uso de células-tronco “É grave, doutor?”, pergunta, angustiado, o paciente. Em seus pensamentos, a recorrente cena do acidente que destruiu a córnea e parte da estrutura de seu olho direito e feriu-lhe, com igual gravidade, o esquerdo. “Não poderei voltar a enxergar, não é?”, indaga resignado. “Na verdade, o incômodo permanecerá por mais algumas semanas”, afirma o médico, visivelmente feliz por trazer ao paciente boas notícias. “Tudo dependerá do tempo da cultura dos tecidos”, acrescenta. O paciente sorri, agradecido, mas, ainda tenso, pergunta: “E minhas pernas, doutor, voltarei a andar?”. “Não há nada de errado com suas pernas, estão íntegras. O senhor teve sorte. O ferimento deu-se na coluna vertebral, por isso a paralisia. Fique tranqüilo, ainda hoje, enquanto há inflamação no local, iniciaremos o tratamento celular. Como sua diabete está, há dois anos, totalmente curada, a cicatrização será rápida e, em breve, voltará a andar”. “Graças a Deus, doutor. Voltar a 34 Revista Boa Vontade ___________ Daniel Rocha andar e a enxergar!”, comemora o paciente. “O senhor deve ter mais cuidado no futuro”, adverte o médico. E sentencia: “Tendo apenas 87 anos, na meia-idade, o senhor não chegará à velhice dirigindo assim”. “Nunca mais, doutor, prometolhe”, afirma contundentemente. “Só quero agora me recuperar, ir para casa a pé e, este ano, com olhos novos, assistir pela janela a mais uma passagem do Halley”, suspira. Este fictício diálogo entre médico e paciente, imaginado no Brasil de 2061, descreve uma realidade fantástica que começa a ser construída nos dias de hoje, nos laboratórios de pesquisa em várias partes do mundo. A pedra basilar para a revolução médica entrevista no diálogo, capaz de curas impossíveis para a medicina atual estender significativamente a vida do Ser Humano, está sendo conhecida pelo nome de células-tronco. Os últimos levantamentos da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que um grande número de pessoas morrerá, ainda este ano, em conseqüências de doenças como in-
  • 35. “Ao observarmos a dinâmica inicial da vida a partir do zigoto, podemos concluir que tal célula traz consigo as instruções genéticas para a constituição de todos os tipos de células que compreendem o corpo humano.” Revista Boa Vontade 35
  • 36. Reportagem “Ao lado da Alemanha, o Brasil é uma das referências internacionais na pesquisa clínica que usa célulastronco da medula óssea dos próprios pacientes para tratar de problemas cardíacos.” 36 Revista Boa Vontade
  • 37. suficiência cardíaca, diabete, leucemia, mal de Parkinson, insuficiência renal, hepática ou respiratória. Em muitas de suas configurações, tais enfermidades levam à morte por não haver tratamento dentro dos limites médicos atuais ou ainda porque a superação do mal depende da doação de órgãos que deverão combinar perfeitamente com as características do corpo do paciente, o que é consideravelmente difícil. Muitos dos tratamentos detêm-se em seus limites quando a única ação terapêutica que resta é a reconstituição orgânica “original” do corpo. O mecanismo de renovação física natural permanece um mistério ainda não esclarecido totalmente, mas sabe-se que um tipo muito peculiar de célula, a célula-tronco, desempenha papel central neste sistema. O laboratório humano O corpo humano é constituído por cerca de 200 tipos distintos de células, que se agrupam de diversas formas constituindo nossos órgãos. Com efeito, apresentamos células tão diferentes como as da retina, capazes de registrar a luz; células musculares, com a capacidade de se contraírem e de realizar trabalhos mecânicos; as células nervosas, que geram e transmitem os impulsos elétricos nervosos; as células do fígado, com importantes funções metabólicas no organismo; certas células do pâncreas, que produzem insulina; e tantas outras. Cada célula, em sua origem, provém de uma única e primordial partícula criada durante a fecundação. Tal célula é chamada de ovo ou zigoto e, durante o desenvolvimento embrionário, divide-se repetidas vezes: da célula original para duas células, de duas formam-se quatro que, ao dividir-se, geram oito e assim por diante. Conforme a multiplicação celular acontece, as células descendentes geradas (células-filhas) vão tomando diferentes caminhos, adquirem uma característica peculiar e se especializam numa função, participando, com essa diversidade, da construção do organismo. Ao observarmos a dinâmica inicial da vida a partir do zigoto, podemos concluir que tal célula traz consigo as instruções genéticas para a constituição de todos os tipos de células que compreendem o corpo humano. De fato, o zigoto pode ser considerado a célula-tronco universal, isto é, uma célula totipotente, capaz de dar origem a todos os tipos celulares existentes. O termo célula-tronco (stem cell, em inglês) nasce dessa idéia. Imaginemos uma árvore na qual o tronco principal, único, se ramifica em vários galhos, e estes em outros ainda mais finos, e assim até chegarmos às folhas. Se o zigoto, como célula original, está “Boa parte das pesquisas atuais para tratamentos celulares baseiase na utilização de células-tronco adultas” no tronco principal, as células-filhas dele originadas desenvolvem-se tronco acima, modificando-se, abrindo-se em novas subdivisões cada vez mais diversas e especializadas, assumindo, na forma final, suas funções no organismo. Embora o zigoto tenha todo este potencial, ele não é a única fonte de células-tronco. Aliás, sua utilização terapêutica esbarra em questões éticas muito polêmicas, além de complicações médicas ainda não resolvidas na utilização de células-tronco embrionárias, com sérios riscos para a saúde. Por tais motivos, boa parte das pesquisas atuais para tratamentos celulares baseiase na utilização de células-tronco adultas, ou seja, de indivíduos já desenvolvidos que apresentam determinado grau de especialização, mas ainda capazes de dar origem a certo número de células específicas e que se encontram em muitas partes do corpo. Estudos avançados No Brasil, os melhores pesquisadores despendem seus esforços neste campo. Na busca pela evolução dos tratamentos com base em células-tronco destacam-se as conquistas das várias equipes sob a coordenação de um dos órgãos de pesquisa médica de maior prestígio no mundo: a Fundação Oswaldo Cruz — Fiocruz. Com uma trajetória que se confunde com a própria história da medicina no País (ver destaque na pág. 41), a Fiocruz empenha-se em diversas linhas de pesquisa médica para a utilização de células-tronco no tratamento de doenças. E os resultados já começam a aparecer. Em 18 de junho de 2004, Bartolomeu dos Santos Reis, baiano de Maragogipe, sofrendo com a doença de Chagas — enfermidade que provoca uma inflamação crônica no coração e, posteriormente, a insuficiência cardíaca, levando os indivíduos à morte em alguns anos — tornou-se o primeiro paciente chagásico do mundo a submeter-se ao transplante de células-tronco, obtidas a partir de sua própria medula óssea. O líquido coletado da medula foi separado em seus diferentes elementos constituintes, obtendo-se uma fração concentrada de células-tronco. Com o auxílio de um cateter (pequeno cano de plástico) inserido pela artéria femoral (na virilha) e conduzido até o coração, os médicos injetaram um pouco de célulastronco em cada uma das três coronárias do paciente. Todo o procedimento demorou cerca de quatro horas. Exames posteriores mostraram que a atividade cardiovascular havia se estabilizado. Reis recebeu alta dois dias depois do procedimento. “Pude passar as festas de São João em casa com a família”, comemorou. Embora o procedimento não represente ainda a cura da doença, a melhoria da qualidade de vida de Reis é visível: “Antes, eu tinha que subir a ladeira do hospital devagar, parando várias vezes. Agora, subo direto, de um fôlego só”, orgulha-se. Ao lado da Alemanha, o Brasil é uma das referências internacionais na pesquisa clínica que usa células-tronco Revista Boa Vontade 37
  • 38. Reportagem “No campo da regeneração dos tecidos neurológicos reside a grande esperança daqueles que hoje se encontram paralisados ou incapacitados por lesões no sistema nervoso.” da medula óssea dos próprios pacientes para tratar de problemas cardíacos. Encorajado com os resultados positivos, o Ministério da Saúde lançou em fevereiro um projeto de 13 milhões de reais para pesquisar nos próximos três anos a eficácia do emprego das células-tronco contra disfunções cardíacas. Mas, com o avanço nas pesquisas, as aplicações da técnica vão além do tratamento do coração. No último dia 20 de setembro, realizou-se o primeiro transplante do mundo com a utilização de células-tronco para pacientes com problemas no fígado (cirrose crônica), em Salvador. O transplante realizou-se sob a coordenação, na parte experimental do estudo, do Dr. Ricardo Ribeiro dos Santos, médico imunologista, coordenador do Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI) no CPqGM (unidade da Fiocruz na Bahia) e coordenador do Instituto do Milênio de Bioengenharia Tecidual, que reúne trabalhos sobre terapias com células-tronco realizados em diferentes Estados brasileiros. Na lista de doenças em estudo estão ainda: infarto, derrame, fibrose e epi38 Revista Boa Vontade lepsia. “No caso de doenças hepáticas graves que necessitam do transplante do órgão, ou você recebe um fígado novo ou morre”, destaca o Dr. Santos. O objetivo dos pesquisadores é melhorar a qualidade de vida do indivíduo e aumentar a sobrevida até o paciente receber um fígado sadio, atualmente a única solução definitiva para a cura. “Em relação à epilepsia, à cirrose e à fibrose, já temos resultados promissores em modelo animal. Devemos iniciar os estudos em modelo humano até o fim do ano que vem”, afirma. Células-tronco vêm sendo implantadas com sucesso no tratamento da diabete tipo I, versão severa da doença, gerada por um distúrbio imunológico do próprio paciente, que o torna dependente de dosagens freqüentes de insulina. Outras enfermidades auto-imunes — como lupus, esclerose múltipla e doenças reumáticas — vêm igualmente sendo tratadas experimentalmente com a técnica, que consiste em suprimir o sistema imunológico do paciente e então aplicar as células-tronco para sistemas orgânicos que carecem de regeneração. Apesar dos riscos inerentes à diminuição das defesas naturais do organismo — alguns pacientes adoecem gravemente durante esta fase do tratamento —, os resultados têm sido bastante animadores. No campo da regeneração dos tecidos neurológicos reside a grande esperança daqueles que hoje se encontram paralisados ou incapacitados por lesões no sistema nervoso ou distúrbios deste sistema. Notadamente, uma das mais fortes pressões para a legalização e incentivo das pesquisas de células-tronco no mundo provém de organizações de apoio a pessoas nestas condições. O tratamento da epilepsia e derrames já está sendo experimentado. Uma paciente vítima de acidente vascular cerebral recebeu com sucesso o transplante de células-tronco no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio de Janeiro/RJ. Ela havia perdido os movimentos das pernas e cerca de 30 dias depois ensaiava alguns passos. “O procedimento deve ser feito entre sete e dez dias após o derrame. Durante esse período, as células-tronco conseguem entrar no cérebro, porque as barreiras hematoencefálicas estão abertas, e têm estímulo para agir,
  • 39. já que existe inflamação”, explica Dr. Santos. Mas muitas das potenciais aplicações das células-tronco, antevistas por alguns entusiastas de sua utilização, ainda se contêm no campo das hipóteses. O retardamento da velhice, a reconstituição de tecidos ou órgãos inteiros do corpo, ou o reparo pleno de funções neurológicas danificadas dependem do amplo domínio da manipulação de células-tronco totipotentes, na programação de seu desenvolvimento para a “construção” do que se deseja obter para o tratamento orgânico, algo um tanto distante no atual estágio das pesquisas. Porém, se tais avanços eram pura ficção há pouco, hoje se apresentam como possibilidades do porvir da medicina. O que nos faz sonhar: Talvez no futuro seremos nós — com nossos pais, esposas, maridos e filhos ao lado — a estar na janela vendo um cometa no céu. A origem das células Zigoto (...) O termo célula-tronco (stem cell, em inglês) nasce dessa idéia. Imaginemos uma árvore na qual o tronco principal, único, se ramifica em vários galhos, e estes em outros ainda mais finos, e assim até chegarmos às folhas. Se o zigoto, como célula original, está no tronco principal, as células-filhas dele originadas desenvolvem-se tronco acima, modificandose, abrindo-se em novas subdivisões cada vez mais diversas e especializadas, assumindo, na forma final, funções no organismo (...). Revista Boa Vontade 39
  • 41. Arquivo COC/Fiocruz A história da Fundação Oswaldo Cruz Nasce o Instituto Oswaldo Cruz Em 1908, Manguinhos foi rebatizado Instituto Oswaldo Cruz e seu trabalho não se restringiu à capital brasileira. Atendendo às solicitações do governo, colaborou de forma decisiva na ocupação do interior do País. Lá, os pesquisadores realizaram expedições científicas, permitindo, assim, o cumprimento de acordos internacionais e colaborando com o desenvolvimento nacional. A pesquisa pioneira sobre as condições de vida das populações do interior, realizada pelos cientistas de Manguinhos, fundamentou debates acirrados e resultou Oswaldo Cruz Arquivo ICAM na criação do Departamento Nacional de Saúde Pública, em 1920. Após a Revolução de 1930, o Instituto foi transferido para o recém-criado Ministério da Educação e Saúde Pública. Embora beneficiado com maior aporte de recursos federais, Manguinhos perdeu autonomia, parte de seu pessoal e tornou-se mais vulnerável às interferências políticas externas. Nas décadas de 1950 e 60, o Instituto defendeu o movimento para a criação do Ministério da Ciência e a transferência do setor de pesquisa para o novo órgão. No entanto, o Ministério da Saúde dava mais prioridade para a produção de vacinas. Esta polêmica culminou no Massacre de Manguinhos, em 1970, com a cassação dos direitos políticos e aposentadoria de dez renomados pesquisadores da Instituição. Em 1985, eles foram reintegrados. Ainda em 1970, foi instituída a Fundação Oswaldo Cruz, congregando inicialmente o então Instituto Oswaldo Cruz, a Fundação de Recursos Humanos para a Saúde (posteriormente ENSP) e o Instituto Fernandes Figueira (IFF). As demais unidades que hoje compõem a Fiocruz foram incorporadas ao longo dos anos. André Az O Instituto Soroterápico Federal foi criado em 25 de maio de 1900 com o objetivo de fabricar soros e vacinas contra a peste. O local escolhido para construção do Prédio Central, chamado de Pavilhão Mourisco, foi a região da antiga Fazenda de Manguinhos, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Logo, o Instituto de simples produtor passou a se dedicar também à pesquisa e à medicina experimental, principalmente depois que Oswaldo Cruz assumiu sua direção, em 1902. No ano seguinte, ele foi nomeado Diretor Geral de Saúde Pública. Assim, Manguinhos tornou-se base para suas memoráveis campanhas de saneamento, especialmente na cidade do Rio de Janeiro, que na época foi assolada por surtos e epidemias de peste bubônica, febre amarela e varíola. Mesmo enfrentando uma oposição cerrada, até mesmo um levante popular — a Revolta da Vacina, em 1904 —, o sanitarista obteve tamanho sucesso que levou a Instituição a receber a medalha de ouro na Exposição Internacional de Higiene, no IV Congresso Internacional de Higiene e Demografia, em Berlim, em setembro de 1907. ___________________________ Fonte: Fundação Oswaldo Cruz No decorrer da história da Fiocruz, ilustres figuras brasileiras estiveram à frente de estudos, os quais projetaram o nome da Fundação para diversos países. Um desses expoentes é o saudoso médico Amilcar Vianna Martins (1907-1990), que, entre outros cargos importantes, foi Diretor do Instituto Oswaldo Cruz. Bem a propósito, sua filha e grande amiga da LBV, Lucia Flecha de Lima, relembra o pai em entrevista exclusiva, publicada na revista BOA VONTADE Mulher, p. 38. Pavilhão Mourisco, sede da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em Manguinhos, região norte do Rio de Janeiro/RJ, Brasil. Revista Boa Vontade 41
  • 42. Análise Guerreiro, religioso, revolucionário... Quem é o jovem que participa da História? O João Periotto mundo em que vivemos é tão veloz, se transforma em colapsos constantes e de ritmo tão alucinado, que nos envolve numa curiosa sensação de imobilidade. Contradição logo na primeira frase? Talvez não. Nossa impressão é a de que a lógica materialista — e até capitalista, para os mais superficiais — sempre esteve presente na dinâmica social humana e é uma fatalidade evolutiva. Sinceramente, isso me incomoda. Ignorar o passado como qualquer coisa arcaica e inferior, que não tem o mínimo significado para nós. Neste artigo, proponho observarmos com atenção o fato de que se houve o diferente, o mundo como o organizamos não é absoluto. Consideremos apenas que mesmo o mais simples registro de passado que pudermos encontrar nos revela, no mínimo, uma distinção do que 42 Revista Boa Vontade _______________ Paula Sueli Schnor experimentamos hoje. E se existiu outro jeito qualquer de entender as coisas, podemos ainda projetar uma outra forma de viver em sociedade. Senti a obrigação de apresentar assim o tema, já que venho falar de juventude, da utilidade e do valor social do jovem. Abandonando, por enquanto, os vícios de linguagem do nosso tempo — em que tudo tem de ser útil e ter valor de produção e consumo —, proponho uma reflexão sobre o sentido atual desta fase da vida, a necessidade de realização que o jovem contemporâneo tem e a possibilidade de crescimento social que surge no seu reconhecimento como agente transformador. E para entender por que os que estão sempre planejando um novo começo para tudo — pelo menos em tese — não têm esse significado no nosso jeito de fazer vida em sociedade, procurei saber, ainda que minimamente, como outras civilizações ou um mesmo grupo, em tempos distintos, percebeu a juventude e a utilidade social do jovem. Modelo grego Os historiadores Giovanni Levi e Jean Claude Schmitt, em História dos Jovens (vol. I), apontam que “a sociedade plasma uma imagem dos jovens, atribui-lhes características e papéis,
  • 43. Guerra e honra Compreender essa visão é fundamental, porque ao passo que muitos imaginaram haver um abismo entre o fim do Império Romano e o começo da Idade Média na Europa, sentindo algumas vezes dificuldade em compreender como se “saltou” de um período para o outro, é preciso levar em conta outra possibilidade nesse mesmo tema: a continuidade. Historiadores como Henri Marrou, que revisou a idéia tradicional de decadência associada ao período, afirmam que essa transição foi marcada pela manutenção de diversos traços das instituições romanas. Assim, convivem a tradição e as inovações culturais. Essas inovações percebemos na forma como são tratadas as mulheres, por exemplo: no mundo antigo, não deviam sair de casa; já no medieval, por repercussão dos ensinamentos de Jesus, tinham mais espaço social, freqüentavam outros ambientes. Quanto aos jovens, mais inovações e muitas tradições. Ainda eram vistos como bons guerreiros reconhecidos pelas virtudes morais que deveriam refletir em suas ações. Para a historiadora Christiane Marchello-Nizia, as melhores fontes semânticas do período são os romances corteses. Recorro aqui a um trecho citado em um de seus estudos, que narra as características de um cavaleiro. Elas ultrapassam sua proveniência social e seu aspecto físico: “cortês sem baixeza (...), generoso e sempre pronto a socorrer os miseráveis, matar os ladrões e assassinos, a fazer julgamentos eqüitativos sem amor e sem ódio” (descrição feita pela Dama do Lago a Lancelote). Além dos guerreiros, como eram vistos pela sociedade medieval os jovens urbanos, agrícolas, os que freqüentavam as oficinas, os clérigos? Quase não se ouve falar deles. Nos registros historiográficos, na iconografia, por exemplo, segundo estudo de Michel Pastoreau, são constantes as imagens dos jovens nobres — geralmente no registro de suas atribuições Daniel Trevisan trata de impor-lhes regras e valores e constata com angústia os elementos de desagregação associados ao período de mudança, os elementos de conflito e as resistências inseridos nos processos de integração e reprodução social”. Essa afirmação faz muito sentido ao observarmos as variantes presentes na forma de entender o que é juventude e o que ela representa para a sociedade da qual faz parte, considerando os registros de diversos povos. Partindo dos gregos, por exemplo, podemos compreender um dos motivos importantes de terem sido escolhidos como nossa raiz cultural: a juventude era idolatrada como imagem. “Antes de chegarem à glória dos heróis, os jovens manifestavam a graça da juventude”, comenta o arqueólogo Alain Schnapp. Mas havia também uma preocupação que ganhava cada vez mais força no mundo grego: a preparação do jovem para viver em sociedade. A constante presença do pedagogo — disciplinando hábitos, atividades e escolhas —, sem dúvida, influenciou o posicionamento dos jovens gregos diante do conhecimento, o que se pode constatar na postura de vários deles, que se interessavam pelos grandes filósofos e até seguiam seus passos, intrigados por questionamentos e reflexões. E se a Grécia Antiga foi consagrada como berço do pensamento ocidental, o que dizer da fama que acompanha o Império Romano? Em linhas gerais, a Roma se atribuiu a expansão dos hábitos dos gregos, por ter incorporado grande parte de sua cultura e agir com notável eficácia na romanização dos povos que conquistou. A força, a rebeldia e a impetuosidade da juventude estão presentes no mundo romano até no mito de seu surgimento, como observa o historiador Augusto Fraschetti. Rômulo e Remo, dois irmãos criados por uma loba, numa série de conflitos que envolvem luta e morte — duas constantes no cenário do mundo antigo — protagonizam a fundação de Roma. Paula Sueli Schnor, militante da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus (JEBV de Deus) e graduanda em História pela Universidade de São Paulo (USP). Voltando às palavras de Paiva Netto, transcrevo: “O jovem é o futuro no presente”. No presente! Isso faz uma diferença tremenda, porque demonstra a urgência de se cuidar do futuro. É no agora que se constrói a eqüidade, o ser responsável, o equilíbrio social que satisfaça não apenas os jovens, mas o meio onde vive. como adultos iniciantes, como o casamento —, um pouco mais raras as dos jovens clérigos — em sua grande maioria, pertencentes a famílias tradicionais — e muito raras a dos demais jovens. Que imagem de juventude interessava imprimir, deixar para o futuro? Certamente a que cumpre o propósito de promover a manutenção do sistema em que viviam. Mas é importante lembrar que outros jovens existiram e que o trabalho, naquele tempo tido como uma atribuição inferior, no meio urbano e nos espaços de agricultura cabia a eles. Adiante, no início do Estado Moderno, muitas vezes os jovens são apontados como arruaceiros e boêmios, mas à medida que o Absolutismo se fortalece, aumentam também as tensões que envolvem a juventude, especialmente os nobres, dentro de suas casas. Ao pai cabia a “distribui- Revista Boa Vontade 43
  • 44. Análise ção” de destinos. Ao primeiro filho, o nome e a herança; à primeira filha, o convento; aos demais, o matrimônio arranjado, na maioria das vezes. Um grande abismo separava pais e filhos, o que não significa que todos os jovens aceitassem passivamente as determinações paternas, como observa a historiadora Renata Ago, ao apontar a incidência de casamentos clandestinos no período. O jovem parece uma continuação dos pais. Não faz escolhas. Não tem vocações? Há um esforço evidente em castrar essas iniciativas, esses impulsos e essas vontades na juventude. Depois disso, perceberemos que se agravam as diferenças nas oportunidades, no advento burguês, disparado pela Revolução Industrial. Há quem freqüente universidades, há quem só conheça fábricas. Mas isso é versão mais divulgada. Para concluir esse panorama histórico, recorro novamente a observações de Giovanni Levi e Jean Claude Schimitt: “A investidura do jovem cavaleiro, a noviça que toma o véu, o alistamento do futuro soldado, os ritos goliardescos das universidades são momentos cruciais, efêmeros, carregados de fragilidade. São momentos de crise, individual e coletiva, mas também de compromisso entusiástico e sem reservas, e, no fundo, não vamos encontrar sempre os jovens na linha de frente de revoltas e revoluções?”. Sem dúvida que sim! O que constatamos é um espírito de busca, de “início”, que às vezes se apresenta como luta e transformação, mas outras vezes é resistência interior, ou até rebeldia, mas que faz com que o jovem seja diferente dos demais integrantes da sociedade. Não melhor, nem pior, e não apenas pelas características físicas, mas diferente. Mesmo nas mais diversas sociedades, que podem nos ensinar muitas formas de compreender juventude. Em outras épocas Da Revolução Francesa à Russa, ou durante a era dos “populismos”, “nacionalismos” e toda espécie de ditadura e guerra do século XX, jovens em barricadas, jovens na platéia, jovens lutando contra, jovens fazendo nada. Mas e o hoje? Quais os espaços dos jovens? Ser jovem ainda se parece com o “ser preparado” para alguma coisa. Para o mercado de trabalho, para a vida afetiva, para a cidadania, para a estabilidade, para construir um País forte, para mudar o mundo! — ainda que neste último poucos creiam. O comum é considerar o jovem um quase-adulto que pode 44 Revista Boa Vontade cometer excessos. Sem muitas responsabilidades, sem nenhum poder. Sofre as pressões do consumo, mas não recebe as oportunidades equivalentes de produção. Prepara-se para ser um agente desse mecanismo desigual, encarando o trabalho como um fardo; a possibilidade de mudança, utópica; os feriados, um alívio. Muitos jovens já crescem cansados. Numa fase da vida em que tudo é novo e em que cada descoberta coloca em xeque a anterior, a busca pelo sentido da vida se torna cada vez menos atraente, por ser resolvida com uma série de convenções mercadológicas pouco leais: carência se resolve no shopping; solidão acaba com beijo na boca; ser feliz é sair para dançar. São desleais essas promessas, porque o indivíduo se mata de trabalhar e nunca tem dinheiro suficiente para comprar o tanto que precisa para suprir suas carências; beija todo mundo e ainda se sente sozinho e sem valor; droga-se para conseguir dançar sem parar e a felicidade nunca é convincente. Quanto ao espaço social, a maioria dos que conseguem emprego recebe salários baixos, com carga horária alta. E só serve para isso: alimentar a máquina do consumo. Não pode fazer nada para mudar as estruturas que, de tão pregadas e cultuadas pela sociedade e seus instrumentos de expressão (escola, mídia, família, os próprios jovens...), aparentam ser inevitáveis e eternas. Não pode mesmo fazer nada? Pode, com certeza. E um bom primeiro passo para vencer essa aparente impossibilidade é questioná-la. Buscar compreender em que medida a vida da juventude é uma construção cultural e mudar o que não nos favorece, dentro dessa realidade. Em meados de 1980, escreveu o jornalista José de Paiva Netto, com larga experiência de ação social voltada para a juventude, no trabalho da Legião da Boa Vontade:
  • 45. João Periotto João Periotto Militantes da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus, do Rio de Janeiro, durante apresentação teatral. “Juventude perdida, nada!” (Paiva Netto) “Quanto mais bem-informados mental e intelectualmente os jovens, mais justos e equilibrados serão seus juízos. Quanto mais bem-informados moralmente, maiores e mais bem-fundadas resistências oporão ao apodrecimento do tecido social como um todo e, por conseqüência, da própria nacionalidade”. Para construir tanto, o jovem precisa desse amparo social, intelectual e moral, precisa contar com a lealdade das gerações anteriores. As pessoas precisam ser preparadas para viver em sociedade e não para ocupar uma prateleira nos mercados, com um currículo bem escrito em mão. Mas é claro que o jovem também não pode se esquivar dessa busca. A construção de um entendimento de juventude diferente do que existe hoje é possível. Como vimos anteriormente, a cara do jovem, os costumes, as relações sociais que o envolvem, se alteraram inúmeras vezes. E podem ser sempre diferentes. A pergunta é: que tipo de reconhecimento e espaço querem os jovens contemporâneos? Se isso for estabelecido por eles próprios, a resposta será muito mais precisa. Voltando às palavras de Paiva Netto, transcrevo: “O jovem é o futuro no presente”. No presente! Isso faz uma diferença tremenda, porque demonstra a urgência de se cuidar do futuro. É no agora que se constrói a eqüidade, o ser responsável, o equilíbrio social que satisfaça não apenas os jovens, mas o meio onde vive. Novo jeito de revolucionar Nessa percepção, muita gente hoje se articula por meio do Protagonismo Juvenil (o jovem como ator principal). A idéia é permitir que ele desempenhe os principais papéis na execução de projetos para juventude e outros temas pouco atendidos no cenário mundial. Com relação ao termo, registro um sentido ainda mais amplo de participação da juventude, que tomei conhecimento em conversa recente com a também militante da JEBV de Deus Thaís Afonso, em Santos/SP. Ela me disse que fica muito incomodada com essa coisa de ser ator. O ator, mesmo que protagonista, sempre interpreta um papel que alguém escreveu para ele. Não pode escrever seu próprio texto e fazer escolhas. Assim, seria mais preciso dizer que queremos ser autores sociais, capazes de escrever as coisas de um jeito novo, repleto da esperança de quem não conhece o impossível. Autores, atores, percebo que finalmente a nossa geração participa de uma das respostas mais inteligentes ao descaso social. Além de concordar com a idéia, tenho podido constatar Retrato de Giovanna Tornabuoni. Obra de Domenico Ghirlandaio (1449-1494). No livro História dos Jovens encontramos referência à placa dourada que aparece na pintura na qual está escrito um lamento à impossibilidade de exprimir com a arte os sentimentos e os costumes da jovem. pessoalmente os resultados desse método de trabalho, nas atividades da Juventude Ecumênica da Boa Vontade de Deus, movimento de jovens em que atuo e, que, por intermédio do qual, conheci muitas outras militâncias, também formadas por pessoas de Boa Vontade. Por fim, para garantir a viabilidade do nosso ideal, um mundo em que as pessoas vivam com Justiça e Paz, devemos cuidar para não cometer os erros que levaram outras sociedades a práticas desumanas e resultados de solidão. Entre outros valores importantes, não podemos esquecer que não somos donos da verdade, portanto, precisamos de todas as gerações — anteriores e posteriores —, para vivermos com equilíbrio; devemos nos lembrar de que nada deve ser mais importante que a Fraternidade, porque a justiça sem esse senso de “amor irmão” é cega; precisamos saber que lealdade, compromisso e ecumenismo são mais eficazes que todo sectarismo e exclusão e não podemos abandonar a crença na importância da nossa renovação diária, como indivíduos e como grupo social, para que os jovens não sejam mais impedidos de dizer o que sentem, para que a sociedade não tenha medo de ouvir, para que todos se percebam em suas diferenças e infinitas capacidades de aprendizado diante do outro. Revista Boa Vontade 45