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Queridos amigos, vocês foram a melhor decisão
que fiz na vida. A cada minuto do dia agradeço por
vocês fazerem parte da minha história. Eu amo vocês,
até mais do que deveria.
“E Nos momentos de decisão que seu destino é
traçado.”
-Anthony Robbins
I – Minha história
Meu nome na teoria é Tara Tufte Chevalier, nasci em 1860. Meu pai Jackes era um
imortal muito sucedido na vida. Em sua cultura ele era imortal, mas, caso ele viesse tomar
a decisão de se apaixonar ele passaria por um processo de mortalização. Ele teve a sorte
por se apaixonar pela minha mãe e não morrer logo em seguida. Acabou que ele teve três
filhos. Thur, o mais velho dos filhos imortais. Eu, Tara, a mais nova dos imortais, e a
Chloe, a única que nasceu mortal. Minha mãe Lily, pegou uma doença, que nos dias de
hoje pode ser comparada com um câncer, e morreu em 1870. No começo as coisas
pareceram difíceis, mas elas pioraram, acabou que meu pai começou a ficar doente.
Primeiro ficou sem a visão, depois perdeu a fome e a capacidade de andar. A audição, a
fala e por ultimo a consciência. Ele teve o azar, a conseqüência de sua paixão: Sua morte.
Mas antes que sua consciência fosse realmente embora. Tivemos uma Conversa,
eu só lembro que aos sussurros ele me chamou. Atendi ao meu seu chamado e me
ajoelhei ao seu lado quando ele começou a desabafar comigo: "Filha, eu cometi um erro
muito Grande: apaixonei-me por sua mãe, não cometa o mesmo erro que eu, seja imortal,
e não se apaixone por ninguém, pelo menos, espere até sua irmã Chloe morrer.".
Anos depois Chloe morreu de varíola. Mas aquelas palavras que meu pai me dera
nunca se ousaram a sair. Eu temi aquilo por um tempo bom. Eu realmente não gostaria
de cometer o mesmo erro que meu pai.
Depois que meu pai morreu, nossa família foi de mal a pior. Chloe morreu. Thur
foi para uma batalha. E mesmo sabendo que ele voltaria. Ele não mandou um retorno de
que estivesse voltando, ou pelo menos que estivesse bem. Tive que me virar. Mas depois
resolvi abandonar tudo e viver como outra pessoa. Mudei meu nome para Elisabeth kalun
e viajei a Europa toda procurando por um motivo que fizesse eu me manter na linha. Não
foi fácil. Trabalhei como uma escrava durante a revolução industrial. E quando tive
dinheiro o suficiente para sumir daquele lugar. Eu sumi. E nunca mais voltei.
Testemunhei a revolução Russa, vi de perto a segunda guerra mundial aos olhos dos
húngaros. Vivi a ditadura do Brasil, o movimento punk na Rússia. A Evolução do Japão...
Mas isso não é viver, é presencia testemunhar.
Se eu fosse colocar em um papel tudo que vivi. Infelizmente só contaria a história
que tive como Elisabeth na Alemanha com um garoto incrível chamado Bartolomeu, mas
que formos apenas grandes amigos. Eu não teria coragem de morrer aquelas alturas.
Depois que peguei o vôo errado, que iria para o México, mas, foi para os EUA. No
começo eu fiz uma grande confusão no aeroporto. Mas aos poucos me convenci a ficar.
Em 2009 resolvi me aventurar como uma menina americana de dezesseis anos,
que por sinal fisicamente eu parecia como uma. E me dei o nome de Amanda Chevalier.
Nunca mânti meu sobrenome, mas sempre existe uma exceção.
Meu cabelo nunca foi alterado. Sempre fui ruiva. Eu era uma pessoa com algumas
gorduras a mais. Meus olhos eram castanhos meio esverdeados. Meu rosto era de um
branco pálido.
Fui colocada em um programa de adoção, e uma mulher me adotou
instantaneamente.
Peguei um avião e sai de Washington rumo ao interior. Em uma cidade que acho
que, era quase que invisível aos mapas. No avião fiquei em um processo de pensamentos
incoerentes. Quando finamente me dei conta de que eu teria uma família, tentei não me
imaginar muito próximos a eles. Estava eu na sala de desembarque. Acabara de pegar
minhas bagagens. Quando eles se aproximaram e eu mudei de idéia.
-Meu nome é Mary. - disse uma mulher de estatura baixa, com o cabelo loiro
esticado.
-Meu nome é Jonh. - Disse um homem alto e careca.
-Seremos uma família a partir de agora.
-Ah, prazer - falei gaguejando - Sou Amanda.
-Você é literalmente mais bonita pessoalmente do que nas fotos que me
mandaram por e-mail. - falou Mary.
Eu não era muito acostumada com elogios, então a única coisa que consegui
gaguejar foi:
-O-obrigada Mary.
Jonh educadamente se ofereceu para levar as malas e eu dei de ombros. O
caminho até a nova casa me pareceu longo. E olhe que eu não sou referência
quando se trata de tempo.
No silêncio tenso do carro, Mary conseguiu me convencer a falar um pouco.
-Fico feliz por estar literalmente segura com vocês. Eu estou muito... Grata.
-Bem Amanda, sentimos que você foi uma ótima escolha que fizemos. Nunca
ficamos tão empolgados com alguma coisa. Em especial com sua chegada. Nós nos
divertimos muito construindo seu quarto e sua suíte. Mas isso é só o começo.
-Fui até sua nova escola hoje de manhã e você não precisa ir esta semana se
quiser. - falou Jonh
Eu nunca frequentei uma escola por muito tempo. Eu fazia um semestre, e fugia.
A ideia de viver como um jovem com vida escolar não me animava muito. Mas eu prometi
que iria viver como uma pessoa comum. Então eu iria sim ir à escola.
-A escola fica muito... Longe? - não que a distância me incomode - nada em
relação ao tempo me incomodava - mas para as pessoas normais escola longe é sem
dúvida um grande problema.
-Não muito. Acho que fica a umas cinco quadras. - interrompeu Jonh com uma voz
suave.
-Amanda, você é vegetariana? Ou algo assim? Carnívora talvez? - ela riu e se
virou bruscamente para mim.
-Não, como de tudo.
-É que hoje em dia as meninas são vegetarianas para manter a forma... Isso é
muito comum por aqui. - explicou.
-Bem Hoje vamos pedir uma pizza. Quer escolher o sabor? - Perguntou Jonh.
-Gosto de Calabresa-surgeri-mas me falem os seus sabores preferido.
-Gosto de quatro queijos. - Falou Mary.
-Frango com catupiry. - Falou Jonh.
-Que tal frango?
-Me parece uma boa opção. - falou Mary.
-Concordo - confirmou Jonh.
Ao chegarmos a minha nova casa. Percebi que a simples casa era na verdade
quase que uma mansão. A casa era grande e branca. Cada cômodo tinha uma varanda
virada para o jardim da frente. A garagem se abriu à medida que nos aproximávamos. A
garagem parecia um porão abandonado de um artista medieval. Quando desci do carro
um vento absurdamente gelado entrou sobre minhas narinas e me deixou arrepiada.
-Vou lhe mostrar seu novo quarto. - disse Mary.
Entramos por uma porta onde ela nos levou para a cozinha. A cozinha era grande,
o piso xadrez preto com branco dava a sensação de tontura. O resto da cozinha, fora a
geladeira, o microondas eram vermelhos. Subimos uma escada que nos levou a um
corredor imenso cor de marfim. No final tinha uma porta branca. Ela me levou até lá e
falou:
-Este é o seu quarto. Se você quiser personalizar ele. Pode pegar as tintas no
porão... A porta também é toda sua. Mas... Só pedimos que não use tinta preta por
que... Bem, queremos cores alegres por aqui.
-Tudo bem... Vou ver o que faço por aqui. Mas de qualquer forma muito obrigado
por tudo.
Entrei no quarto todo branco. E percebi que no teto havia uma pintura retratando
uma galáxia. Era muito lindo.
-Você que pintou isso? - perguntei.
-Sim, eu achei que você iria gostar... Então passei alguns dias trabalhando nisso.
-Eu amei isso é incrível. Você é muito... - a palavra não saia da minha garganta, eu
nunca elogiei verdadeiramente alguma pessoa. - talentosa.
-Fico feliz por você ter gostado. Mas, antes de lhe deixar a sós quero que você
saiba que eu estarei aqui para tudo que você precisar. E se possível quero ter uma relação
de mãe e filha com você. Eu realmente gostaria de participar da sua vida.
-Tudo bem eu... Realmente preciso de uma relação assim. - falei.
-Vamos pedir a pizza. Quando chegar eu lhe chamo.
Ela fechou a porta e eu me sentei no chão e fiquei olhando para o teto.
A cama ficava a minha esquerda, ela era de metal, o edredom era roxo, "Meu
deus é tão esquisito ser normal".
Com cuidado retirei todas as coisas das minhas malas. Em geral roupas para calor
era o que mais tinha nelas. Preciso de casacos. Sussurrei para fora enquanto olhava
friamente para o aquecedor, que fazia um barulho chato.
"Se isso parar de funcionar durante a noite estou literalmente ferrada". Fui em
direção aos armários, o armário era embutido e branco. Nas prateleiras havia portas
retratos vazios que deveria ser pela lógica, meus.
Fiquei em pânico por um tempo. Então Quando a porta abriu minha cara
involuntariamente voltou ao normal.
-Precisa de ajuda? - Perguntou ela com uma voz doce.
-Sim eu não sei como começar a organizar o armário.
Ela entrou e pegou uma de minhas blusas sem mangas, e exclamou:
-Poxa! Você vai precisar de roupas mais quentes.
-realmente - concordei. - onde podemos comprar roupas... quentes?
-Depois da janta, podemos ir ao shopping comprar roupas e calçados de frio. Por
que esse seu All star esta pedindo ajuda. - falou Mary apontando para meu All Star
vermelho surrado.
-Boa ideia!
Ela se sentou na cama, e olhou pra mim.
-Então - tentando iniciar uma Conversa com uma pausa tensa - Você tinha amigos?
-Não, eu não costumo a ter muitos amigos. Só o Bartolomeu. Mas ele mo... -Não
consegui terminar a frase.
-Eu lamento muito Amanda... Eu sinto muito mesmo.
-Tudo bem, ele mereceu paz... - falei-me atropelamento nas palavras.
-Você tinha algum paquera? Ou algum namorado? - falou ela também atropelando
a palavra "namorado"
-Não, claro que não, e-eu não quero ter um n-namorado. - meu nervosismo me
entregou por completo.
-Eu pensava exatamente como você, quando era mais nova. Mas eu não me
contive quando conheci Jonh.
-Eu não pretendo mudar de ideia por enquanto... Namorar não está nos meus
planos de adolescente
-Ah você tem planos?
-Sim, sim.
Pensei em coisas óbvias para a lista. Algo que não seja "tentar viver pra sempre"
ou "ir procurar os restos mortais de Bartolomeu".
-Pretendo acabar o colegial e ir a faculdade de... Bem, eu vou ver as
possibilidades. , mas, também pretendo fazer um curso, ou um intercâmbio.
-Até que não me parece uma má idéia. - disse Mary.
-Você pretende se casar mais tarde? - continuo ela.
-Acho que sim. Não tenho certeza disso.
-Sabe, a juventude é sem dúvida a melhor fase da vida para se apaixonar, por que
tudo parece tão mais simples do que parece... - falou Mary com a voz um pouco alta
demais.
Fiquei calada refletindo sobre o que ela falou. Então o silêncio se quebrou.
-Chegou a Pizza gente!! - gritou a voz de Jonh.
-Então, vamos? Perguntei.
-Aham.
Formos ate a cozinha, onde a pizza estava sobre a mesa.
-A pizza tamanho família tava em promoção? - indignou Mary.
Enquanto todos encaravam a pizza. Jonh, o cara corajoso que pegou a primeira
fatia e deu uma mordida seguido por um gemido.
-Cara, essa é sem dúvida a melhor pizza do mundo inteiro. - exclamou ele.
Peguei o segundo pedaço e mordi. Balancei a cabeça concordando com o que ele
tinha dito sobre a pizza ser a melhor do mundo inteiro.
-Realmente. - concordou Mary - que pegou tão rápido o terceiro pedaço que sua
opinião foi quase que inesperada.
Eu comi mais uma fatia. Mary e Jonh continuaram até sobrar o último.
-Vou levar Amanda ao shopping... Ela não trouxe roupas de frio. - Falou Mary
saindo da cozinha com o que pareceu ser o último pedaço de pizza.
-Divirtam-se - Falou Jonh.
Sairmos pela porta dos fundos, ela pegou a chave do carro de e deu uma
chacoalhada nelas com o sorriso malicioso.
Entramos no carro. E então ela olhou pra mim com um sorriso torto.
-Você tem o estilo meio gótico? Ou se considera uma patricinha no quesito roupas
para garotas de dezesseis anos? Fale-me uma cor que você acha que combine, para
sermos rápidas.
-Ham, você me pegou de surpresa. O que acha de cores mais quentes, cores
alegres? - sugeri.
-Bem - disse ela dando ré no carro. - Acho que pelas suas características cores frias
cairia muito bem.
-Se você acha. Não sou muito boa com roupas que combine comigo. - dei de
ombros.
-Bem, eu pensei que seria mais difícil me aproximar de você - falou ela.
-Mas para um primeiro dia, até que eu to me divertindo. - Continuou olhando
para mim, terminando por completo a pizza.
-Preciso admitir que eu me sinta bem melhor hoje, do que me sentia ontem. -
afirmei o que era verdade. Acho que ninguém nunca pareceu se importar com minhas
roupas. Ou se as cores estavam certas de acordo com minhas características.
-Eu vi que você trouxe livros em sua mala. Você gosta de ler?
-Ah sim, gostava. Eu no momento gosto mais de escrever. - soltei uma mentira de
leve.
-Você se parece muito comigo. Mas eu gostava de escrever músicas para Jonh.
Depois que percebi que meu maior dom é de pintar, passei a pintar tudo o que tive a
oportunidade.
II – Minha nova família
Chegamos ao shopping mais rápido. Saímos do carro e ficamos olhando para uma
Ferrari vermelha que estava parado à nossa frente.
-Concordo, esse carro é sem dúvida um ótimo carro.
-Concordo, ele é um carro bacana pra ir pra a faculdade.
-A faculdade se não for desfile de moda, é desfile de carro. - riu ela.
-Jonh tinha uma picape azul. - disse ela. - Não era o melhor carro, mas foi o que
durou por três semestres sem nenhum arranhão.
-Na minha antiga escola - menti- os veteranos tinham carros e era sem dúvida uma
competição de quem dava mais carona pra as meninas do segundo ano. Elas era muito...
-Bonitas? - interrompeu Mary.
-Digamos que muito competidas pelos garotos do time de basquete.
-Ao lado da nossa casa mora uma menina chamada Kristen que é uma líder de
torcida muito competida. Quase todos os dias vem jogadores do time de basquete na
casa dela.
-Vou adivinhar: Ela ingeri muita bebida alcoólica, certo? - palpitei. Sem perceber
que já estávamos dentro do shopping.
-Não só bebe, mas também. Ela usa drogas e fuma quase que diariamente.
-Meus planos são de não fumar, beber e usar drogas pelo menos até os vinte e um
anos.
Em 1984, na união soviética. Durante o "colegial" fui convidado a participar de
uma festa, e eu fui. Chegando lá quase todos do colégio estavam lá. Menos claro, os nerd,
que estavam estudando para a prova do próximo semestre. Na festa tinha bebida
alcoólica mais do que próprio copo para beber. Eu confesso que bebi vodka. Mas para
piorar, um cara chegou com um pó. E jogou em todos os copos. O pó era uma droga.
Uma baita de uma droga. Eu fiquei alucinada. E olhe que bebi apenas um gole. Todo
mundo passou mal. No dia seguinte ousaram a ir a escola. Eu também, chegando lá,
algumas pessoas em estado crítico no chão do estaciaonamento. A diretora ficou
sabendo, e então fizeram um teste de embriaguez. Quase noventa por cento do segundo
ano e do terceiro estava visível bêbados. A diretora conseguiu a lista de todos os que
estavam presentes na festa. Inclusive eu, que na época me chamava Raissa. A diretora
fez uma palestra disso, depois sobre overdose, passou uma fita cassete sobre acidentes
automobilístico com álcool no volante e colocou todos de detenção por três meses.
Fui à detenção nos dois primeiros dias, mas, em seguida eu fugi, e nunca mais
voltei para escola. Ouve boatos de que não só eu, como a maioria fugiu da detenção
antes da primeira semana.
-Então esta loja é sem dúvida a melhor do mundo inteiro. - falou Mary me
trazendo de volta à realidade.
Na vitrine vi um casaco vermelho picante que eu literalmente me apaixonei. E sim,
eu sou fanática pela cor vermelha.
-Esse casaco.. - falei no tom de apaixonada, quando fui puxada para dentro da
loja.
-Queria dar uma olhada na nova coleção de inverno, por favor! - interrompeu
Mary. Neste momento meus pensamentos foram bloqueados, e eu me foquei nas roupas
ao meu lado.
-Bem você chegou na hora certa. - disse a vendedora expondo os casacos sobre a
bancada.
-Olhe Amanda esse moletom!!
Eu estava passando o dedo pelas roupas da arara de promoções. Mas me virei
quando vi a empolgação de Mary.
O moletom era azul, com uma aparência de velho e bem cuidado.
-Até que eu gostei Mary. Mas aquele da vitrine - apontei- é mais bonito
-Amanda, como se a gente fosse levar só um. Ah por favor, né filha. Vamos
aproveitar essa oportunidade e renovar seu look do inverno.
A palavra filha me fez lembrar de minha mãe. Ela era minha mãe agora, e eu
estava grata. Mas Lily me deixava com saudades.
- Posso experimentar?
-Claro que sim - disse a vendedora - o provador é á direita.
-Fui até lá. Onde Tinha uma porta verde, com o espelho no fundo da pequena
dispensa.
Tirei a camiseta e coloquei o primeiro moletom, o azul. A ideia de que cores frias
combinaria comigo realmente era verdade. A cor azul destacou meu cabelo laranja.
Minhas pernas são grossas, então o casaco deveria ser um pouco grande, que é o ideal.
Ela me deixou com a sensação de menina que come chocolate escondido por pelo menos
duas horas.
Eu não me importava com meu corpo. Então se a cor ficou legal, eu iria levar.
-Ficou legal - falei saindo do provador - vou levar.
Mary me entregou o moletom vermelho, e um verde cor de musgo.
-Dê uma olhada neles... - só pra garantir que você realmente irá usá-los.
Refiz o caminho até o provador, e experimentei-os. Confesso que o vermelho não
ficou tão bom quanto eu penava. Mas, eu concordei em leva do que morrer de frio. O
verde ficou o melhor de todos.
Literalmente ele foi feito para mim. O que era novidade por que as coisas não
costumavam me agradar por completo.
-O vermelho não combinou comigo.. - falei chateada.
-Tudo bem, então... Vamos Levar os dois. - falou Mary colocando o cartão de
crédito sobre a mesa.
Ela passou o cartão, nos deu duas sacolas com um moletom em cada uma.
Saímos da loja. E Mary me levou a uma loja de sapatos.
Chegando lá fui na fileira do número que eu calçada. Vi uns sapatos lindos.
Apaixonei-me por um roxo com o cadarço preto. E outro cinza com o cadarço verde
escuro.
-Se eu fosse jovem nos dias de hoje eu seria apaixonada por sapatos. - comentou
Mary.
-Eu sou apaixonada pelo meu sapato. - falei resmungando - mas eu topo tentar
gostar de outro.
-Até por que este sapato não vai ter condição de sobreviver até o fim do inverno.
-O comprei a dois anos. Até que ele durou bastante...
-Realmente. Mas esse roxo ficou legal, deu vida a sua... perna.
-Você realmente entende de moda e de combinações.... O que seria de mim sem
você?! - falei empolgada.
-Não é que eu seja expert em moda. Mas é que você tem uma beleza especial que
precisa sobressair em suas roupas.
-Acho que vou levar o cinza. - falei desamarrado ele.
Bem se você quiser procurar alguma calça jeans para ir à escola...
-Adoraria uma que me deixasse mais magra...
-Você não usa a moda pra te deixar como você não é você usa a moda pra expor
quem você realmente é. - explicou Mary.
-Então, você quer que eu compre uma calça jeans que exponha o que eu sou?
-Exatamente, se eu fosse usar o que eu queria ser, eu usaria uma roupa de
adolescente que acha que pode tudo.
-Você é Hilária.
-Nossa.. Ninguém nunca, na verdade nenhuma adolescente me falou isso. - O-
obrigada.
-Então, conhece alguma loja de calças?
-Perguntar se eu conheço loja de roupa. E como pergunta para uma criança se ela
conhece a loja de brinquedos.
Ela pagou o sapato.
E saímos pelo shopping, ela me levou até o último andar. E ao fundo do pátio
tinha uma loja de marca anunciando promoção.
-Minha primeira calça jeans que comprei com meu suor foi nesta loja...
-Poxa que legal! - exclamei.
-Eu não me imagino trabalhando por enquanto.
Em 1880, na Alemanha tive que trabalhar como uma escrava durante a revolução
industrial. Eu trabalhava sem parar, sem hora pra comer, e sem hora fixa de saída. Foi
uma tortura. Na esteira que eu trabalhava, trabalhava o Bartolomeu, o menino em que
passei um bom tempo. O tempo voava quando estávamos juntos. Eu não perdia meu
tempo, mas ele perdia o dele e eu retribuía. Por mais que trabalhar fosse ruim sempre
dávamos um jeito de se divertir. Ele tinha vinte e um anos de idade. Ele tinha o cabelo
preto e liso partido ao meio. Ele não era tão pálido, tinha um bronzeado em suas
bochechas. Um belo dia resolvemos juntar um dinheiro e viver por lá. Juntamos durante
um ano. Na noite em que partimos houve uma tempestade, e nos abrigamos em baixo de
uma árvore. Passamos uma semana vivendo como primatas em um bosque. Confesso que
foi muito divertido. Ele gostava de mim, mas eu ficava com medo. Meu pai tinha morrido
nove anos antes. E as palavras ainda circulavam na minha cabeça livremente.
Mas, ele acabou pegando tifo, por conta da nossa falta de consciência sobre
ratos. E ele acabou ficando com uma febre alta e delirando sobre meus braços. O
hospital mais perto era a três dias. Eu fiz a pior decisão da minha vida, contar meu
segredo para ele, enquanto esperava ele finalmente morrer. As coisas que ele gritava me
partia o coração.
"Elisabeth eu vou viver", "por que você está dançando desse jeito?", "cuide dos
meus filhos como se fosse de minha mãe", "Elisabeth por que você me odeia!?!", "não
entendo por que aquelas pessoas estão me olhando". Coitado, tava tão fora de si que de
imediato senti falta do Bartolomeu engraçado que havia conhecido.
Eu sussurrava nos seus ouvidos quase surdos: "isso já vai passa Bartolomeu, e-eu
sinto muito mesmo". Mas ele não parecia me entender.
Depois de três dias em delírio. Eu já pensando em leva-o ao hospital. Ele se virou
e dormiu por um tempo que ele mais que mereceu.
Eu enterrei perto de nossa árvore. Passamos três meses juntos na floresta. E
muitos anos trabalhando. E foi incrível. Coloquei na árvore uma marca. Eu nunca voltei
para visitá-lo. No começo achei que as única coisa que fiz por ele foram: Tirar-lo do
trabalho. E partir seu coração. Mas eu fui fiel até o fim. Uma coisa que nem sua mãe foi
com ele.
Eu passei exatos dez anos de luto. Todos os dias acordava chorando depois de
sonhar com Bartolomeu vivo ao meu lado. Não era choro de dor, era de saudades e de
amargos arrependimentos.
-Então você pode experimentar esta calça jeans aqui! - falou Mary me trazendo
de volta à realidade novamente.
-Ah, tudo bem... - falei gaguejando enquanto pegava a calça jeans e me dirigia até
o provador, que era óbvio. Já que estava com uma placa luminosa.
Provei e quando vi como ficou lembrei do que Mary falou sobre "ser eu mesma".
Engoli em seco e sai do provador vestindo a calça.
Mary me olhou dos pés à cabeça e colocou a mão no queixo e fez um olhar de
reprovação.
-Este modelo não é ideal para você... - falou ela.
E eu dei de ombros.
-Acho que este serve - falou a vendedora com outra calça jeans na mão.
A calça jeans era quase roxa de um jeans meio escuro. A cor era legal.
Fui de novo experimentar.
A calça deu um trabalho para entrar em mim. Mas admito que a calça marcou
Muito minha realidade.
-Me traga um número maior - gritei com uma voz alta que não parecia ser
realmente minha.
-Maior? - gritou Mary.
-Sim, sim!!
Antes que completasse dez segundos da minha resposta aparece uma vendedora
com uma numeração maior e mais ideal para minhas pernas.
Provei e ela ficou de um perfeito tamanho de largura, mas o comprimento... Nem
precisava de meias melhor falando.
Se você não tiver problemas em cortar em baixo, acho que está bom.
-Ah então vamos provar outras.
Provei muitas calças, desfilei pelo corredor da loja enquanto Mary me julgava. Até
que provei uma que rolou aplausos quando eu apareci.
-É exatamente isso que eu estava pensando desde o início!!
-Mary você realmente deveria ser consultora de moda.
-Obrigada Amanda. Mas é melhor irmos logo. Já é quase dez horas.
-Tudo bem - falei. - meu estômago nessa hora travou. Eu iria ficar nervosa e
ansiosa que poderia ter insônia e um ataque de estômago durante a madrugada.
Vesti as roupas e formos para a carro. O céu estava escuro e o estacionamento do
shopping estava vazio.
-Cara. - falei com Mary enquanto ela apertava o cinto. - Eu nunca gostei tanto de ir
ao shopping para comprar roupas. - Isso foi incrivelmente fantástico...
-Eu também nunca me divertir tanto palpitando! - exclamou ela rindo.
-Posso te chamar de Mãe? - Você realmente parece como uma, pelo menos pra
mim.
-Sim claro! Eu pensei que você não chegaria a esse ponto. Mas, já que você
chegou, posso te chamar de filha? - a olhou pra mim com um sorriso gigante.
-Claro, aliás eu não sou realmente sua filha? - ri.
-Você é literalmente incrível.
-O-obrigada Mãe... - sorri.
-Bem se você quiser ir para a escola amanhã eu peço para a Jennifer ou a Grathi
lhe levar.. Ela será da sua turma...
-Bem eu não sou muito fã de acordar cedo - tentei inventar motivos para só ir
semana que vem.
-Tudo bem. Mas amanhã eu vou trabalhar... Importa-se em ficar sozinha por algumas
horas?
-Não eu até gostaria de um tempo para mim.
-Se quiser conhecer Grathi, vai na casa da frente. É uma laranja com o jardim cheio
de mudas.
-Não me diga que ela tem um jardim!
-Sim, Ela é do tipo vegetariana que ama as plantas. Então não banque a boa amiga
levando uma pizza de frango pra ela.
Rimos por um tempo. Em toda minha vida eu nunca conheci uma mulher bonita e
legal ao mesmo tempo.
- Jonh passou muito tempo imaginando você conosco. -Falou Mary com o tom de
voz de um médio volume. Ele sempre quis uma filha.
-Eu sempre quis um pai - que não morresse teimando que tinha errado em decidir
se casar, pensei então sorri.
-Quando seu vôo apareceu, Jonh não tirou o sorriso da cara.
Imagino que para ele as coisas acontecem bem rápidas, e que as emoções ainda
corria pelo seu corpo. E que devido a isso, e a sua limitações pessoal. Conclui que Mary
era apenas uma fase. E que eu deveria, e também queria, ser mais próximo de Jonh.
-Ele se importaria se eu o chamasse de pai? - pensei, refleti e perguntei.
Mary me respondeu com um aceno com a cabeça e continuou.
-No começo ele vai travar. Mas depois ele vai retribuir. Só é ter paciência...
Chegamos em casa. Fui em direção ao meu quarto. Mas antes avistei Jonh estava
na varanda da casa. Olhando o horizonte. Dei uma batida na porta de vidro ele me olhou
automaticamente e eu acenei.
- Boa noite! Pai. -dei um sorriso de criança feliz.
Pela sua expressão ele congelou mas processou rápido.
-Boa noite filha! Durma com os anjos. - falou orgulhoso, como se
Ele sempre quisesse dar boa noite para alguém que não fosse Mary.
Enquanto tentava dormir os pensamentos rondavam soltos. E a única coisa que
me manteria segura aquelas alturas era que eu estava amando aquela família.
X6y
III –Tentar parecer normal.
Acordei no dia seguinte com o estômago revirando devido ao meu pesadelo ao
lado de Bartolomeu, que era muito frequente.
Ele estava quase morrendo e ainda insistia de que eu Iria esquecê-lo um dia. "Você
vai achar alguém igual a mim, e vai prometer que eu só fui um capítulo da sua história"
falava ele com raiva e meus olhos cheio de lágrimas que tentava provar ao contrário. Se
aquilo realmente tivesse acontecido, e eu pudesse voltar ao passado. Eu mostraria a
Bartolomeu que mesmo 130 anos depois. Eu estava viva e ainda sonhando com sua cara e
acordando com tantas saudades que meu peito doía.
Fui direto até a minha suíte. Ajoelhei-me na privada e fiquei pensando em motivos
para não vomitar.
Primeiro :Se eu fizer isso ele não vai voltar.
Segundo : Mary e Jonh ficariam preocupados.
Terceiro :Mesmo que ele tivesse vivo. Nada teria acontecido com a gente.
Eu me levantei e fui até a pia. Eu acordei perfeitamente descansada. Apesar de
parecer que o sonho tinha atrapalhado minha noite. Eu estava errada.
Avistei o reflexo do espelho. Uma carta em cima da minha cama.
Vi que era de Mary ao me aproximar
"Amanda, tive que trabalhar o dia inteiro. Você dorme igual uma pedra tentei te
acordar e nada. Se você quiser tomar café tem cereal na gaveta de baixo, algumas
frutas, (você pode fazer um suco) , tem ovos, e algumas panquecas prontas. Quero
que você passe o dia bem, sentirei saudades de você, até às 18h"
Dei um sorriso. Eu desci para a cozinha e avistei Jonh sentado no sofá.
-Bom dia Pai!
-Ah, bom dia filha. Preciso ir trabalhar. Só fiquei aqui para garantir que estava
bem. Até às 17h. -disse e me levando uma bolsa e indo até a garagem.
Fritei uns ovos. E comi. Pensei no que eu faria durante o dia.
Acho que vou passear pela vizinhança. Vou tentar agir como uma pessoa normal.
Preparando-me para a escola.
Ser normal não era muito difícil. E agora como Amanda eu tinha que tentar
realmente parecer normal. Pensei em fazer uma amiga. Mesmo que não iremos poder
compartilhar alguns segredos como minha imortalidade ,mas, iria ser legal.
Sai de casa. E na casa da frente avistei uma menina em baixo de uma árvore. Ela
olhava pra mim como se eu fosse uma criança pulando e saltitando em sua direção.
-Oi - Falou ela em uma distância confortável - Você é nova por aqui?
-Sim, sou Amanda prazer - estendi minha mão e ela segurou e se apoiou nela para
se levantar.
-Prazer Amanda, sou Graciele. - Então você tem quantos anos?
-Dezesseis anos. E você? - eu não queria assustada com a verdade :prazer tenho
quase 200 anos.
-Dezessete. - Amanda você é a nova filha da Mary e do John?
-Sim. Sim.
-Meus pais e eles são grandes amigos. Eles falaram da sua chegada desde que
souberam de você. - ela sorriu e então olhou para o meu cabelo com uma pausa. Então
continuou:
-Gostei do cabelo. - disse ela pegando uma mecha. - é seu mesmo?
-Sim, claro - falei com vergonha. Por que sempre me perguntavam se era original?
Só por que ele era laranja liso e com uns cachos delicado nas pontas?
-Também gostei do seu cabelo. - ele era liso e castanho. Até o ombro. Nada de
diferente-
Ela era magra e da minha altura. Ou seja ela era um tamanho bom para ser
adolescente.
-Você vai para a escola hoje?
-Pensei que a aula fosse de manhã. - Gaguejei.
-Não. Começa às 14h. Se você for posso lhe apresentar a escola os professores.
Talvez peguemos à mesma turma.
-Que ano você vai fazer? - Perguntou ela.
-Eu acho que é segundo.
-Eu também sou segundo. Bem, repeti ano passado.
-Lamento - disse.
-Sabe como é não é? Gostar de alguém e repetir só pra passar mais tempo com
ele.
-Sim balancei a cabeça. - mas ao invés de repetir séries, queria repetir turnos de
trabalho quase escravo perto de Bartolomeu.
Ela se sentou de volta a arvore. E eu sentei ao seu lado.
Será que pareço uma louca? Uma antecipada? Minha cabeça era motiva às
perguntas naquele instante.
-Você tem um apelido que goste? - perguntou ela.
-Não.. E você?
-Grathi. Pode me chamar assim se quiser, este não é um apelido só para intimos,
sabe?
-Sim. Sei.
Bartomoleu odiava o Nome dele, então eu o chamada de "Bart" . Ele também
odiava meu nome. Sim ele odiava tudo, menos a mim. Ele me chamava carinhosamente
de Betha, e Se alguém me chamasse assim ele ficava roxo de ciúmes.
-Quer ir lá em casa? -perguntou Grathi.
-Ah tudo bem. - topei na hora.
Passamos pelo jardim. Ela me apresentou algumas flores como rosa, Jasmim...
Entramos na casa dela. A Mãe dela que estava cozinhando ficou de boquiaberta
com a visita:
-Olá fofa- sorriu ela- pelo seu cabelo acho eu que seja filha da Mary, acertei?
-Sim - falei - a Mary deveria ter se empolgado tanto?
-Seja bem vinda - ela admitiu - Espero que goste da minha filha como amiga - disse
ela apontando a colher de pau para a Grathi. Que ficou rosa.
-Sim, ela é legal - falei olhando pra ela e rindo. - ela me fez um sinal para subirmos.
Quando chegamos ao seu quarto. Ela tinha uma biblioteca dentro da casa. Nas
paredes tinha post-it. Com muitas, mas muitas frases de amor.
- V-você ta afim de algum menino? - perguntei assustada. Mas isso era normal.
-Deu pra perceber não é? - falou ela passando os dedos pelos post-it.
-Aham. Nenhuma pessoa normal faria o uso de tantas palavras do que uma pessoa
realmente apaixonada - Ri. E ela me olhou então mordeu os lábios.
-Você tem razão, as pessoas só param para escrever quando estão amando - disse
ela.
-É da nossa classe o garoto? - Perguntei.
-Se você for hoje, vou mostrar. Mas não ria, ele não é tão bonito.
-Qual é, você não pode ter um péssimo gosto. - assenti.
-Mas eu tenho, e este é o problema.
-Ele sabe disso? - perguntei.
-Sim. - disse ela sentando na cama olhando para o chão.
Ta eu vivi 150 anos, e sempre vi pessoas que morreram sem se declarar.. Mas
aqueles post-it me dava a ideia de que ele sabia disso, mas ignorava-a por um motivo
simples: Orgulho.
Eu tinha acabado de abrir alguma ferida nela! E agora o que eu faço? - fiquei
pensando por um tempo.
-Você realmente tem muitos livros - falei passando os dedos nas prateleira - você
já leu todos?
-Eu ganho estes livros da minha mãe. Mas eu não gosto muito de ler. Eu já sou uma
azarenta com amor. E Ler perfeições de romances me deixa pior. Sabe como é... Finais
felizes. - bufou ela.
Eu gostaria de ter um final feliz. Mas eu só poderia ser feliz, por que meu final era
eu me apaixonar e morrer.
-Por que não cria um Romance que acaba mal? Só pra se sentir melhor.
-Até que não é uma má ideia Amanda. Você me ajudaria? - perguntou ela animada
se virando bruscamente para mim de novo.
-Sim, claro.
-Alguma experiência que queira escrever? - riu ela, e eu sabia exatamente do que
se tratava. Eu não tinha nascido ontem.
Sim coloca ai - pensei - eu gostava de um menino Chamado Bart, Mas ele morreu
delirando nos meus braços de tifo. E eu tive que o ver morrendo enquanto ele achava que
estava bem.
Pausei e encarei os livros por um longo tempo.
-Amanda você está bem? - puxou Grathi para sua direção e ela viu minha
expressão.
-Ele morreu. - falei com uma lagrima escorrendo. Virei à cabeça e suspirei.
-Nossa Amanda isso é horrível - lamento.
-Tudo bem ele.. Ta em paz agora.
-Qual o nome dele ? - Perguntou ela.
-Bartomoleu, Bart melhor. - falei enxugando as lagrimas.
Ela pesou imediatamente um post-it e escreveu na mesa.
Entregou-me um papel laranja com a caneta de tinta preta.
"Ele partiu, mas para o seu bem. Ele foi tão importante que deixou seu rosto no seu
coração, e seu sorriso em sua mente para você não esquecer de nada , nem do pequeno
detalhe de sua história"
- Isso é muito lindo - falei segurando o papel.
-Espero que se sinta melhor.. Eu sinto muito, muito mesmo.
-Ah quer saber, é passado - Foi no século XIX , pensei.
-Acho que vou a escola hoje, me empolguei - falei com ela.
-Se importa de uma companhia ? - perguntou ela meia vermelha.
-Não, eu até gostaria- Falei com ela e logo abaixei a cabeça
-Acho que seremos grandes amigas - Falou ela estendendo as mãos.
Eu apertei e falamos juntas
"Grandes amigas"
Ta, no começo pareceu estranho eu ter uma amiga apaixonada. Mas eu até que
não achei uma má ideia. Ela não tinha culpa de escolher se apaixonar, na verdade mesmo
que ela tivesse. Ela não teria uma conseqüência forte. E Ela parecia precisar de uma
amiga. E eu também, Amanda Chevalier. Para a primeira tentativa de fazer uma amiga de
verdade foi até boa. Eu pensei que passaria vergonha ou algo do tipo. Mas, eu, fui tão ...
Normal.
Olhei no relógio e vi que era quase 12h.
Tenho que me arrumar para ir a escola. Vejo-te ás 14h?
-Sim ! - falou ela com um sorriso.- até mais - acenou.
Desci as escadas e falei com a mãe de Grathi.
-Tchau er... - não sabia seu nome, então ela olhou pra mim e respondeu:
-Katy. - com um sorriso.
-Tchau Katy. - continuei.
Sai pela porta e vi o carro da Mary acabando de chegar.
-Amanda - gritou ela quando saia do carro.
-Sim? -gritei respondendo.
-Gostou da Graciele ? - perguntou ela se dirigindo a mim.
-Gostei, ela é minha nova amiga.
-Espero que sim - disse ela.
-Quer ir a escola? - perguntou.
-Quero.
Ta era estranho. Eu não queria ir pra a escola. Agora eu queria. Pareci uma criança.
Mas eu gostava.
-Sua bolsa está no Armário da Sala - explicou ela- compramos uns cadernos e umas
canetas...
Entramos pela porta da frente, e eu fui direto para o Armário.
Quando eu abri tinha uma Bolsa xadrez roxa com preta.
-Mãe esta bolsa é linda. - foi você que comprou? - perguntei já sabendo que sim,
ela tinha comprado.
-Não - falou ela e meu pensamento se estourou - Foi Jonh.
-Cara ele sabe mesmo como agradar uma garota - Falei sem esconder meu sorriso.
-Não discordo - Ela falou, então abriu na geladeira um almoço e esquentou.
-Olhe vê se não se mete em confusão. - como minha filha te peço que não seja
como eu.
-Todo o dia eu arrumava confusão na escola. - Berrou ela.
Eu nunca convivi mesmo com alguma turma, e eu era uma pessoa quieta, então
não arrumava confusão. Mas Mary tinha uma cara de menina que adorava uma Briga.
Então senta aqui e vem almoçar comigo Filha. - Falou ela em uma voz doce.
Sentei ao lado dela, e comi devagar. Enquanto olhava o caderno e preenchi meu
nome e minhas informações.
"Caramba que dia eu nasci?" Eu esqueci completamente. Eu esqueci o dia que eu
haveria dito, só o ano 1993.
-Seu sobrenome é lindo! - exclamou Mary. - ele é francês não é?
-Sim, eu amo esse nome. - exclamei mas Tara Tufte ainda era bem melhor.
-Você tinha outro sobrenome ? - perguntou ela e eu fui sincera.
-Sim - balancei a cabeça - Tufte.
-Você além de linda tem nomes lindos - exclamou ela novamente - esse nome é
tão... Raro?!?
-Raro ? Vai me dizer que já viu alguém com o sobrenome Tufte - um nome que já
não era comum em 1860.
-Nunca vi - admitiu.
-Por que preferiu Chevalier? - Em geral tufte era o meu código de imortal. Hoje em
dia, em pleno século XXI era desconhecido. E Chevalier era um nome. Moderno.
-Por que eu gosto de nomes franceses - ri descontroladamente e nervosa.
-Amanda Chevalier Tufte? - a decifrou.
-Amanda Tufte Chevalier - mentira, era Tara , pensei.
-O meu é Mary Scott, e o de seu pai é John Jackes Scott.
Jackes era o nome do meu pai.
- O que acha do nome Tara? - perguntei com um nó na garganta . Era meu nome
verdadeiro.
-Nome de menina Briguenta, que faz bullying. - Riu ela.
-HAHA - pensei que esta descrição estava fora de cogitação, eu jamais iria brigar
com alguém, mesmo se eu hoje me chamasse Tara.
-Como sua antiga mãe se chamava? - perguntou ela muito curiosa.
-Lily Chevalier - apesar de minha mãe ter morrido há 145 anos. Eu não ligava
muito, ela me deixava com saudades. Mas, ela fez o melhor que pode.
-Lindo nome. Era o nome do meu... - ela parou e olhou para o horizonte
procurando forças para falar. - bebê. - cuspiu ela.
-Você tinha um bebê? - perguntei.
-Tinha, infelizmente ela morreu. A Lily. Mas já faz muito tempo, eu ainda era
adolescente, namorava com Jonh.
-O que aconteceu ? - perguntei curiosa. Mas sabendo que não poderia entrar
muito em detalhe.
-Ela morreu dentro de mim. E Depois eu fiquei estéril.
-Lamento muito mãe eu... Lamento de verdade. - falei com verdade.
-Tudo bem. Superamos tudo. Mas isso foi importante por que, bem, você está aqui
conosco e você realmente nos faz ter certeza de que está tudo bem.
Eu abri um sorriso sem graça, e ela continuou:
- Nossa filha era meia ruiva, igual a você - Falou ela sorrindo em meio das lagrimas.
- Por isso que você é especial, você nós a lembra.
-Mas fique tranqüilo, isso aconteceu em 1993. - sorriu ela.
Cara ela era tão velha assim? - pensei e fiz uma careta.
-Tenho 35 anos Amanda. - ela riu.
-Ah sim. - ri também.
-E John?
-Também. - ela riu então se encostou na cadeira.
-A Conversa está ficando ótima, mas você precisa se arrumar. E Eu preciso voltar
ao trabalho.
Levantei-me e fui em direção a Mary. Ela era um pouco baixa. Da minha altura.
Então eu dei um abraço muito forte e beijei sua testa.
-Até mais tarde - falei subindo as escadas.
-Boa Aula Amanda ! Divirta-se.
-Obrigado e com Trabalho - Gritei já no fim da escada.
Tomei um banho bem relaxante. Vesti o moletom Azul, a calça jeans, o Sapato que
havia comprado ontem. Enchi-me de perfume, e coloquei um pouco de maquiagem.
Parti meu cabelo ao meio no topo da cabeça, e coloquei algumas madeixas atrás
da orelha e na frente do ombro. Sem querer me gabar mas, a cor do meu cabelo era de
chamar a atenção.
Peguei minha identidade na Mala e vi: Nasci no dia 26 de março de 1993.
Eu a olhei, e coloquei no bolso, tentando ignorar minha cara esquisita. Desci as
escadas peguei a bolsa e sai correndo para a garagem. Sai de casa e vi Grathi parada na
mesma árvore de hoje de manhã.
Acenei e ela acenou de volta. Atravessei a rua e parei em sua frente.
IV – De Volta à escola.
-Vamos a pé? - perguntei e ela balançou a cabeça: "Sim"
Começamos a andar e ela se virou para mim e começou a conversa.
- Eu sei que ser novata é ruim, mas por favor não cometa confusão o diretor não
gira muito bem.
-Vou tentar - não seria muito difícil.
Demorou uns quinze minutos para chegarmos. Na hora que vi minhas pernas
ficaram moles. Meu deus eu de novo no ambiente escolar.
Formos na recepção e um grupo de meninos me olhavam. Fiquei morta de
vergonha. Aos poucos a sensação de estudante voltava dentro de mim.
- Sou nova aqui - falei com a recepcionista e ela abriu um sorriso falso.
-Amanda Chevalier? - perguntou ela com o óculos um pouco abaixo dos olhos.
-Sim - sorri e ela me entregou o horário.
-Boa aula - falou ela enquanto eu ouvi uma movimentação no corredor.
-Hoje você tem crédito de chegar atrasada- falou a recepcionista. - mas só hoje.
Fiz que sim com a cabeça, e a Grathi que estava sentada tomou o horário da minha
mão.
-Só Temos duas aulas juntas. -Suspirou ela
- De seis só duas. Você vai passar quatro aulas sozinhas. Começando com essa.
-Que aula é agora? Perguntei.
-Matemática.
-Droga - bufei.
-Vamos eu te levo para a sala - falou ela abrindo a porta de vidro.
Andamos por um longo corredor de armários. No final do turno eu iria descobrir
qual seria o meu.
-Ela me levou para uma sala que de muitos metros de distância se ouvia a
algazarra.
-Então esta é a Sala. O Professor é o Dany.
-Obrigada Grathi. Nós nos abraçamos.
-Boa sorte.E vê se pede ajuda pra alguém depois desta aula te levar até a sala de
Biologia.
Entrei na sala com a maior naturalidade, eu já tinha feito isso a muito tempo. Mas
não por um ano inteiro. Avistei um lugar vazio no meio da sala. E eu sentei.
Na minha frente tinha um menino loiro do cabelo pra cima que estava sentado na
mesa, e não na cadeira. Ele se virou e ficou me encarando. Eu já não era tão veterana
assim. Ele com certeza era aquele menino que era louco por esporte.
Fiquei olhando pra ele mordendo os dentes e arqueando as sobrancelhas. Ele ficou
sem jeito e se sentou. Quando em seguida o professor entrou na sala e fechou a porta.
-Boa tarde classe- falou um professor alto com uma camisa xadrez e uma calça
jeans. Ele era branco, e tinha o cabelo preto curto. A sua voz era um pouco rouca.
-Boa tarde- repetiu metade da turma. - eu fiquei quieta olhando para os lados.
- Vi que temos uma aluna nova por aqui - falou ele com um sorriso, enquanto toda
a sala se virava para mim.
-Venha para cá jovem, e se Apresente. - acenou ele. E eu me levantei e fiquei na
frente da classe inteira. A Classe tinha sem dúvida uns 35 alunos.
-Gente - falei - Meu nome é Amanda Chevalier e eu tenho dezesseis anos. - bufei -
eu acabei de me mudar para cá... Mas eu não vim de muito longe.
-Alguém tem alguma pergunta para fazer a Amanda? - exclamou o professor.
Dez meninos levantaram a mão.
-Que não seja para pergunta se ela é virgem, ou se ela tem namorado. Por favor ! -
ele falou com a voz mais alta. Mas ainda sim aparentemente rouca.
A Sala deu uma gargalhada, e eu também.
Apenas um continuou com a mão levantada, o menino que estava na minha frente.
-Lucca, pergunte. - Ordenou o professor.
-Amanda - falou ele - seu cabelo é realmente assim... - pausou ele - laranja?
Todos me olharam para prestar atenção e questionar a pergunta.
-Sim - respondi tocando nele - é sim.
-Ah, é tão difícil por aqui essa cor, mas seu cabelo é lindo - disse ele com um
sorriso torto pra mim.
A Sala toda ficou "woonwt" e o professor ficou rindo.
-O-obrigada - gaguejei. - Ta a ultima vez que eu recebi um elogio de um garoto foi
quando estava na festa de 1980. “Quando um garoto com o cabelo branco e os olhos
cinza, estava bêbado, e chegou perto de mim “gritando “ você é linda, muito linda, me
beija”.
Eu dei um tapa na cara dele e sai da mesa que ele estava.
Então voltei à realidade.
Sentei-me na cadeira. E o professor olhou meu nome na caderneta e perguntou:
-Amanda você tem um lindo sobrenome. Como você conseguiu? Seus pais são de
outro país?
-Chevalier é um nome francês - continuei - Minha mãe me deu ele. - sorri.
-Lindo nome - se virou Lucca e sussurrou.
-Obrigado - falei e sorri de leve.
E ele continuou a aula.
A Aula passou rápido.
Quando acabou eu juntei meu caderno e olhei a próxima aula: Biologia.
-Que diabos fica a sala de Biologia? Sussurrei para mim mesmo.
-O Garoto da minha frente tomou rudemente meu horário e falou.
-Droga, a Minha é Inglês. - mas, eu lhe levo para a sala. - insistiu ele.
-Eu só não neguei por que eu precisava ir.
No caminho eu estava dura, Meu deus mal começou o dia e eu já tinha arranjado
um problema!
Ele me levou até a sala de biologia e eu olhei para seus olhos verdes.
-Obrigado Lucca. - sorri.
-Por nada Amanda. Chame-me de Luc. E até a próxima aula de matemática. - disse
ele escorando na parede com o cotovelo na parede. Tentando, achando eu, me
impressionar.
Entrei na sala, e a Sala estava praticamente vazia.
Sentei mais ou menos no mesmo lugar que tinha sentado na aula de matemática.
A Sala tinha vários cartazes, e toda decorada.
Aos poucos foram entrando as pessoas. Todas me olhavam, claro. Mas eu não
ligava, minha atenção ficou toda no mural da classe.
Á minha frente sentou uma menina do cabelo preto, junto com outras duas loiras.
Uma com o cabelo bem cacheado, mal humorada, e pelo jeito bem mais velha e
gótica.
A Outra com o cabelo liso, ela usava uma tiara Dourada. Ela parecia ser tímida.
E a da que estava sentada na minha frente era bem morena, tinha o cabelo preto
ondulado. Parecia uma índia.
A Professora entrou na sala em seguida. Todos se calaram e se viraram para frente.
-Lá vem a bruxa - sussurrou a garota que parecia gótica.
-Nancy eu sei que você me odeia - falou a professora olhando para ela friamente.
-Que bom - Falou Nancy- nem preciso fazer comentário posteriores.
-Ela olhou mortalmente para a Nancy e ela continuou mascando o chiclete
debochadamente.
-Jogue este chiclete agora ! - gritou ela desesperadamente.
Nancy continuou olhando para ela sem nenhuma reação.
A Professora baixinha, com o cabelo castanho, e os olhos verdes começou a ficar
roxa de raiva.
-Já chega - gritou ela com o tom mais rude que pode - Nancy saia da sala.
Ela deu um sorriso se levantou e acenou para a turma.
-Boa sorte com essa bruxa - a riu e olhou para a professora que via que tinha
perdido todo o respeito - vocês vão precisar.
Ela bateu a porta e saiu. Um silêncio profundo se estendeu sobre a sala.
-Alguém gostaria de ir com ela? - a professora continuou. Então começou a citar
nomes que provavelmente já fizeram cenas parecidas.
Ninguém falou nada, então ela começou a aula.
Eu vi que ninguém prestava atenção. Não havia ninguém que estava focado no
assunto. Eu mesmo estava focada nos papeis que eram passados banca por banca.
Todos assinavam e davam para a pessoa que estava atrás.
Até que chegou a mim. E Eu vi que era uma lista de presença. Em uma folha
comum.
"Mais uma aula que ela tem ataques, quem está de prova?"
Eu assinei meu nome, e passei para o menino que estava atrás de mim.
-Prazer Amanda - sussurrou o menino. -Sou Matt.
-Oi Matt. - falei - acho que não é uma boa hora para conversarmos.
-Tudo bem o sussurrou - ela deve ter te assustado.
Fiz que sim com a cabeça então a professora bateu loucamente no quadro.
-Que diabos vocês estão fazendo? - gritou a professora com uma cara animal.
Todo mundo gelou. E Então quem estava com a folha fez um movimento brusco e
a escondeu.
Ela passou alguns minutos olhando mortalmente para cada um de nós. Nem
pareceu perceber que eu era novata. Mas também ficaria feliz se ela não soubesse meu
nome. Aliás, muito feliz mesmo.
-Qual o nome dela? - sussurrei o mais baixo que pude enquanto fingia pegar algo
no chão.
-Daisy - sussurrou ele.
Lindo - pensei - minha professora de biologia é um animal.
Ela se virou para escrever no quadro, e o sinal tocou.
Todos em silêncio se levantaram. E Eu vi que a sala que estávamos não tinha nem
vinte e cinco alunos.
Quando sai dei um suspiro de alivio. Então a Nancy, estava no corredor encostada
na parede com uma cara nada feliz.
-O que houve Nancy ? - perguntou a menina do cabelo preto que estava a minha
frente.
-Aquela bruxa, estou de detenção - uma semana. - resmungou alto ela e socou um
armário.
-Porra! - gritou à morena - você quer morrer? Vai se encrencar de novo.
-Caralho Kimberley - gritou Nancy - você não tem ideia de quantas vezes eu já me
ferrei por causa dela esse ano?!? Você não tem ideia mesmo!
-Quatro vezes? - Disse Kimberley.
-Quatro vezes um caralho! A Próxima briga eu vou pegar cadeira, já foram dez.
- Calma - falou baixo a garota loira tímida - fizemos um abaixo assinado.
-Obrigado Cherry - mas mesmo assim eu não agüento mais isso. - ela bufou e então
alguém passou por elas e entregou o papel.
Ela folheou e eu sai procurando alguém decente para perguntar onde ficava a sala
de Português.
-Quem diabos é Amanda Chevalier? - ouvi Nancy questionando.
Na hora meu coração gelou. Mas ela não perguntou por mal, só ficou confusa.
-É a Ruiva. Novata. Ela assinou, Mais uma vitima da loucura Daisy.
-Coitada, deve ter ficado com medo. - Comentou Cherry.
-Todos ficam com medo daquela bruxa - gritou Nancy.
Eu me afastei o bastante para não ouvir mais a conversa.
Encontrei Matt meio perdido, então fui falar com ele normalmente.
Ficar normal era fácil.
-Matt poderia me levar até a Sala de português? - pedi. - por favor.
-Também vou para lá. - ele sussurrou.
-A Professora de português é louca também?
-Não, a Miranda é muito calma.
-Confio em você - ri um pouco.
-Vamos - ela detesta alunos atrasados.
Caminhamos um pouco e ao entrar na sala a professora estava lá sentada no beiro.
Conversando com as garotas que sentam na frente.
Uma menina que sentava na frente na aula de Biologia sentou perto da professora
e exclamou.
-Cara a Daisy está cada dia mais louca - falou ela em tom alto - Miranda ela está
ficando fora do controle, literalmente.
-Mas também a Nancy pede - ela falou como se realmente tivesse o direito de falar
assim.
-Também - falou ela- mas ela grita muito e bate no quadro todas às vezes. - eu
sinceramente tenho medo dela, e não é pouco.
Miranda riu.
-Infelizmente não posso fazer nada, só tentar tirar vocês do trauma da aula
Passada. - falou Miranda com a voz doce.
-Nancy é uma boa aluna comigo - mas - ela ás vezes pega pesado com a Daisy. -
comentou novamente Miranda.
Todos concordaram com a cabeça e em seguida a sala estava cheia.
-Temos uma aluna nova - sorriu a professora olhando para mim.
Fiquei vermelha de novo. E novamente todos me olharam.
-Qual seu nome ruivinha?
-Amanda Chevalier - falei sorrindo.
-Seja bem vinda. - você estava na aula da Daisy?
-Aham. -Falei quase querendo vomitar.
-Coitada - comentou alguma garota.
-Me perdoe por ela. Ela é uma exceção nesta escola.
-Tudo bem. Meu medo vai passar. - falei rindo.
A Sala toda riu e eu senti que gostei da professora.
-Bem Amanda, eu trabalho com esta turma para viver em sociedade. Então como
sempre faço, vou pedir que todos falem seus nomes, e uma qualidade. Para você não ficar
perdida. Somos uma família. Não só aqui mas em toda a escola. Mas a família mesmo,
começa em um espaço pequeno, e esta é a única sala que parece pequena.
Acenei com a cabeça e Miranda apontou para o primeiro da fila da Direita.
Todos falaram seus nomes.
Chegou nas meninas da frente e uma delas me chamou a atenção.
-Meu nome é Judith Houston - falou ela- mais o nome não era o problema. O
Problema mesmo era que ela pareceu minha irmã Chloe.
Ela era loira dos olhos azuis. Magra, cabelo liso, boca fina, olhos finos, sobrancelha
arqueada, bochechas rosadas, e voz de anjo.
Pensei em me levantar e falar " Chloe você é imortal ? Mana se lembra de mim? " .
Mas era impossível.
Ela se sentou e eu sorri.
Miranda começou a dar aula e eu comecei a lembrar de Chloe.
Chloe era mais nova que eu um ano. Ela nasceu e eu me lembro que fiquei
cuidando dela quando ela ficou maior.
Não brincávamos juntas por que... Meu pai tentava nos informar sobre nossa
condição.
Quando meus pais morreram, eu tinha 10 anos, Chloe tinha nove. E ela não passou
nem seis meses comigo. Ela morreu.
Foi tudo muito rápido. Mas ela realmente era muito mais linda do que eu. Ela era
literalmente a filha mais bonita. Eu queria vê-la casar. Com um grande homem. E ela uma
grande mulher. Lembro-me que ela tinha uma boneca chamada "Nicki" que eu fiz questão
de enterrar com ela. Ela até hoje é um dos meus orgulhos, apesar de que, ela ás vezes me
dava inveja por poder gostar de alguém.
A Aula acabou, e eu praticamente pensei em Chloe. Até me lembrei por que eu
deixava de ir a escola. A Escola deixava meu passado mais presente.
Era intervalo.
Sai da sala e fui ao pátio.
Chegando lá vi Nancy, Kimberley, e Cherry sentadas no muro procurando alguém.
Passei por elas e suspirei quando não era eu quem estavam procurando.
Sentei embaixo de uma árvore. E de longe Avistei o Luc.
Tentei ficar invisível, quase consegui. Eu fiquei mas não para ele.
Ele veio em minha direção e falou:
-Amanda você tem... Namorado?
-Não por que se eu me tiver vou morrer - pensei, mas respondi : não.
-Ah... Bom saber.
Olhei em nossa volta e vi uma menina com o cabelo castanho olhar para mim com
o olhar de ódio.
Mal cheguei e já tenho inimigas? Meu deus que dia louco. - Pensei.
Vou ali comprar um suco... Quer alguma coisa? - ele me perguntou educadamente.
-Não obrigado - sorri.
Logo em seguida Grathi apareceu.
-A Daisy é um demônio - Falou ela jogando a bolsa no chão.
-Que diabos ela tem ? - me soltei - falando agora igual adolescente do século XXI.
-Não sei, queria eu saber - ela se sentou e então ficou olhando para o Luc que
estava não tão longe.
-Foi impressão minha ou o Luc estava conversando com você? - Ela perguntou.
-Ele não largou meu pé na Aula de matemática, me elogiou na frente de todos. -
Credo - quase vomitei.
-Ele trata todas as meninas igual um lixo. - ela bufou.
Que diabos está sendo meu dia: Um garoto bonitinho fica afim de mim em menos
de três horas que eu estou aqui? Cara isso é ridículo. - pensei.
-A Próxima aula é de História, depois é Química.
- Estamos juntas nessas aulas?
-Abam - ela sorriu então olhou para mim.
- O que achou da Miranda?
-Ah ela é muito legal, dócil. - mas - me conta como é o professor de história e o de
química.
-A Professora de história de chama Lílian, ela dá aula muito bem, ela é super-
engraçada. - a imaginei.
-O Professor de química é um bobo brincalhão - mas - se ele descobrir alguma
coisa sobre você ter chocolate ! - haha peça ajuda ao teu Deus.
Ela olhou para a cantina e então apontou.
-Ta vendo aquele menino moreninho ali ? Que está cheio de chocolate?
-Sim - falei observando.
-Ele vai para nossa classe de Química. Você vai ver o que ele vai fazer.
O Sinal tocou, eu e ela se levantamos então ela me guiou até a sala de história.
A Professora tinha montado uma cena de uma peça de teatro. O que haveria
acontecido ali? - me sentei atrás de Grathi e fiquei olhando para o mini-teatro na frente
da sala.
A Sala ficou com bastante alunos, superando visivelmente a Daisy, mas, a Miranda
ainda estava na frente.
-Boa tarde Alunos ! - falou Lílian.
-Boa tarde - todos responderam - inclusive eu.
-Hoje vamos aprender sobre a Primeira guerra mundial.
-Mas antes - interrompeu-a mesma.
-Você ruivinha, venha pra cá pra frente.
Disse ela batendo na cadeira vazia em sua frente.
Meu deus eu teria que mudar de lugar? Meu deus ver o teatro de perto. Que
emoção.
Levantei-me e sentei a sua frente.
-Qual seu nome gatinha? - perguntou ela com um sorriso enorme no rosto.
Ela era loira com o cabelo até os ombros, bem liso. A Cara dela era um pouco mais
gordinha do que o corpo, que era magro. Ela tinha os olhos verdes e era muito, mas muito
branca.
- Amanda Chevalier - falei sem medo.
-Amanda pra você o que é história? - ela perguntou e eu engoli seco.
-História é ... Gaguejei . É um tempo da vida de alguém, ou de algo que se torna tão
especial , ou tão singular que ... É inesquecível por toda a eternidade, ou por todo o futuro
não tão distante. - parei de falar quando eu vi que todo mundo olhou para Lílian como se
eu tivesse falado algo de outro mundo.
-Isso mesmo - disse Lílian - você é incrível Amanda.
-Sou Lílian, sua nova professora de História. Seja bem vinda a minha aula, meu
objetivo é fazer o mundo não cometer o mesmo erro do passado, revivendo ele. Até por
que o passado é o futuro de uma maneira diferente concorda Amanda?
-Sim, sim.
Ela olhou pra mim e inclinou a cabeça.
-Lindo cabelo - e então começou sua aula.
-Ta. Foi à aula que eu mais gostei até agora - falava com Grathi enquanto saiamos
da sala.
-Literalmente ela é a melhor professora, em minha opinião. - falou Grathi.
Entramos na sala de química e tinha uma tabela periódica desenhada no quatro. O
professor estava apoiado perto da porta dando Boa tarde para cada aluno que entrava.
-Seja bem vinda - ele falou para mim com um sorriso e uma voz comum, mas,
sincera.
-Quando eu me sentei o garoto do chocolate passou. O professor o viu, deu um
surto e agarrou a mochila dele.
-Seu infeliz eu sei que você está com chocolate! - falou ele enquanto toda a sala
ria.
-Se você não me der um - ameaçou ele no tom de brincadeira - detenção por um
mês. - ele riu e então o garoto deu um chocolate para ele sem nem muito show. E ele o
encarou dos pés a cabeça.
-Deve ta envenenado esse chocolate - ele cheirou o chocolate e ficou olhando para
o menino enquanto ele se sentava no lugar segurando os risos.
-Não vou comer - mas obrigado pela consideração Gabriel. - ele guardou no bolso e
então alguém do outro lado da sala perguntou.
-Sthephanno me dá o chocolate então? - Era uma menina com o cabelo cheio de
cachos pretos e os olhos verdes.
Ah o nome dele era Sthephanno, pensei.
-Venha pegar sua infeliz - se você morrer não venha me culpar. Culpe seu
amiguinho aqui que guarda chocolate até na cueca! - ele apontou para o menino e a sala
toda entrou na gargalhada.
-Gente parou, vamos começar a estudar.
Ele começou a perguntar algumas perguntas, então ele fez uma pergunta bem
difícil e um menino respondeu.
-Até parece que é inteligente - comentou o professor - que diabos você acertou
essa pergunta?.
Ele riu e então ele olhou para mim que estava do seu lado e comentou
"Ah a ruivinha deu a resposta" - disse ele rindo.
Enquanto indignado o garoto tentava mostrar ao contrário.
O Sinal tocou e o professor me chamou.
-Ruivinha venha cá. - e eu fui.
-Seu nome é.. ?
-Amanda Chevalier- completei.
-Amanda, cuidado com a peça do teu lado viu. - ele piscou para mim.
- Tudo bem, eu cuido - ri então percebi que ele só queria saber meu nome.
-Até mais professor.
-Até Amanda!
Quando eu saí Nancy estava parada na porta. Sua próxima aula era de Química.
-Grathi qual aula tenho? E onde é?
-Você tem aula de... Matemática.
A Primeira sala que você foi... Lembra-se?
-Sim.
Despedem-se e então eu andei um longo percurso até a sala do professor de
matemática.
Cherry estava me acompanhando. Literalmente ao meu lado.
Sentei na mesma cadeira que eu sentei na ultima aula e Cherry sentou atrás de
mim.
-Amanda - sussurrou ela - Nancy agradeceu por você ter assinado - sorriu ela e eu
olhei para trás.
-Por que ela "agradeceu" ? Eu só fiz minha parte oi.
-É que você ainda não teve tempo de ser subordinada, nem de ter raiva da Daisy, e
o vice diretor acreditou em você.
-Nossa, fico feliz em ajuda - lá, ela sempre se encrenca assim com a Dai...? -
engasguei. Mas ela entendeu
-Ela toda as aulas arruma confusão, Literalmente, ela é uma garota que arruma
confusão em qualquer parte. Não sei como ela ainda tem coragem de entrar nas aulas
dela. 10 vezes foi só que ela saiu da sala. Mas elas discutem, e brigam quase sempre.
-Nossa, mas Ninguém aprende nada na aula dela? - perguntei meia assustada.
-Nada, Passamos colando. - infelizmente.
-Lamento muito. Mas eu vou me virar pra estudar - menti.
-Tudo bem, nós respeitamos quem não quer participar do rodízio.
-Rodízio? - questionei.
-Rodízio de cola, Alguns alunos estudam e passa as respostas por uma espécie de
rodízio. Mas quem não quer ajudar, não faz diferente, a maioria da sala está no Rodízio.
-Ah, falei. Foi um prazer conversa com você eh... Cherry?
-Cherry. - Odeio esse nome - fungou ela.
-Até que é bonito - ri um pouco.
Então o professor entrou na sala de aula, e perguntou.
-Quem estava na aula anterior com a classe da Daisy : O Diretor estão chamando
vocês.
Cherry riu e sussurrou para mim.
-Está vendo Amanda? Mais confusão.
Ele fechou a porta quando algumas pessoas saíram. Então ele bufou.
-A Daisy dá muita dor de cabeça nesta escola.
-Aham - falou um coral de alunos.
-Mas então - ele começou a escrever no quadro quando o Luc entrou na sala.
E Se sentou na minha frente, lugar marcado?
-Meu deus que confusão na sala do Diretor. - o comentou desviando a atenção de
todos.
-Luc, você poderia fazer um favor de fechar a porta? - pediu educadamente o
professor.
Ele se virou para mim, e Deu um sorrisinho bobo e se levantou.
-Luc você estava de novo no Zack? - perguntou ele.
-Sim Dany, como sempre.
-Cara - falou ele num tom mais alto - tu precisa tomar juízo na vida.
-Eu sei, eu sei Dany. Prometo que não vou mais me encrencar esta semana.
-Claro que não vai - disse ele, e a sala toda suspirou alevino. Até por que hoje é
sexta. - ele continuou.
-É mesmo - ele disse, e então com um jeito de moleque ele se sentou na cadeira.
-Estou curioso o que aconteceu ? - perguntou o Dany.
-Sabe como é! A Iara ... Ela achou que eu tivesse fumando e falou para o Zack...
Mas ele não sabe o que faz. Eu tenho histórico de fumo, e ela de mentira e escândalos.
-É complicado - mas tome juízo que você não fará visitas diárias ao Zack - o
garantiu e continuou a aula.
-Luc não prestava atenção de nenhuma maneira à aula. Eu prestei, apesar de que
já tinha estudado o assunto. Ele passou dever de casa, e então eu sai.
Fui na recepcionista e consegui minha chave do armário.
Era a 454. Eu passei pelo corredor e vi. E não acreditei.
Meu armário ficava ao lado do Luc. Meu deus que perseguição.
-É o destino - riu Grathi - eu não queria morrer agora, meu deus.
Saímos pela porta da frente. Estava frio. E Eu vi Jonh parado na frente de seu carro.
Grathi vem comigo, Jonh veio nos buscar.
Ela riu e falou - Tudo bem!
Demos uma corridinha básica então entramos no carro.
-Como foi a Aula hoje garotas? - Perguntou Jonh olhando para mim pelo retrovisor.
-Foi legal. - gostei.
-É dava pra agüentar - riu Grathi.
-Só a professora de Biologia que - bufei - é uma fera.
-Soube o que ela fez na tua aula. Mas na minha sei que você não soube.
-O Lucca sentou no fundo, a Iara também, eles se odeiam desde o jardim de
infância. Então Daisy ficou louca com um menino que ninguém sabe o porquê, então
quando ela saiu pra se resolver com ele. Lucca fingiu que estava fumando um pedaço de
papel e a Iara saiu correndo para falar com o Zack o que tinha visto, e ele saiu correndo
para se defender. A Sala inteira ficou quieta, e como a professora não tava. Cada um teve
que ir falar com Zack dar seu depoimento sobre o fumo falso do Lucca.
- Esses jovens - intrometeu Jonh - Mas ele estava só fingindo?
-Acho que sim, mas ele fumava ano passado.
-É uma pena, tão jovem - disse meu pai.
-Ele tem Dezenove anos. - ela falou dando de ombros.
-Nossa que horror! - falei.
Quando chegamos eu me despedi de Grathi. Ah minha nova amiga. Entramos em
casa e Mary estava sentada no sofá dormindo.
Coloquei a bolsa na bancada da pia e fiquei observando Mary dormir.
Jonh passou por mim e deu uma piscadela.
Era 18h40min. Hora da Janta.
V – Meu passado
Subi as escadas. E Vi meu quarto todo organizado. Agora sim era meu quarto.
Minha casa, meu lar.
Fui para a varanda e fiquei encostada na parece lembrando de como foi o dia...
Ao passar dos minutos o tempo foi escurecendo até finalmente anoitecer.
Fiquei sentada na varanda Lembrando da Chloe e como a Judith tinha me ferido
tão inocentemente.
-Eu não sabia onde eu vivia quando era pequena. Mas era um lugar na Europa.
Tudo que eu sei era que minha mãe era muito parecida comigo. E que eu era meu irmão
na versão feminina. Só.
Thur não poderia ter morrido, mas ele realmente me abandonou. Talvez ele tenha
se apaixonado e tenha morrido. De qualquer jeito era impossível encontrá-lo a essas
alturas.
Fiquei deitada na varanda olhando para o céu pensando no meu irmãozinho Ruivo,
que era um deus grego, um menino lindo, encantador.
Fiquei sorrindo ao vento ao lembrar que ele era meu irmão preferido, eu só tinha
ele, mas mesmo assim.
Fiquei sorrindo quando fui interrompida por Mary.
-Então como foi à escola? - perguntou ela sorrindo.
-Ah foi legal, muito legal... Eu estou literalmente amando esse lugar.
-Então Amanda você estava pensando em alguém... ? - disse ela com um sorriso
abafado.
-Ah para, era só no meu irmão.
-Poxa você guarda muitos segredos de mim - bufou ela.
-Meu irmão Thur não passa de um irmão que fiz em minha cabeça - eu não tinha
como falar a verdade. Por que eu não tenho irmãos desde minha identidade de 1900.
-Você é imprevisível Amanda. - Disse ela rindo.
-Obrigado - ri abraçando os joelhos.
-Eu tava pensando, você não quer sei lá ... Pintar seu quarto amanhã? Ta tudo tão
vazio e sem cor. - continuou - Você é uma pessoa alegre e contagiante. Não é aquele vazio
que você sente.
-Eu estava pensando nisso Mãe - dei um sorriso e olhei para o horizonte.
-Mas fala... - ela riu, pausou e então prosseguiu- teve algum gatinho? - ela me
cutucou com o cotovelo nos braços.
-Ah mãe fala sério- esse foi meu primeiro dia - Na verdade sim, pensei, o Lucca está
louco por mim, mas eu vou corta as asas dele rapidinho.
-Tudo bem então. - Está gostando da Grathi ? Ela é uma boa menina, fico feliz tê-la
como sua amiga.
-É ela é uma boa pessoa. Antes que eu pudesse me esquecer, eu lembrei que eu
tinha colocado um post-it na minha cama.
-Sabe mãe, pensei em sabe, colocar uma parte da parede só para post-it, igual o da
Grathi. Eu ia amar.
-Tive uma ideia - ela falou em um salto - vamos pintar uma parede de cores néon ,
então em casa quadrado você preenche post-it de cores diferentes.
-Perfeito. - falei sem me dar conta de que estava tão cansada.
-Você não vai jantar? - questionou ela.
-Não mãe, estou morta.
-Tudo bem então. Tome um banho e amanhã não tenha pressa pra acordar.
Ela saiu do quarto e eu me deitei na cama pensando no Thur e na Chloe.
Ai como doía representar a família na história.
Peguei meu caderno de escola e fiz uma pequena frase
" Era o infinito, agora é só meu infinito, meu grande infinito, minhas saudades no
vácuo, vocês me deixara, por amor"
-Lily, Chloe, Jackes, Thur, Tara.
Fiquei deitada por um bom tempo, talvez tempo o suficiente para perceber que
todos já estavam dormindo.
Fiquei na varanda. O frio congelada meus dedos. Mas eu insistia em ficar lá, vendo
o filme da minha mente.
Lily era a que menos fazia falta. Talvez por que nunca tivemos esse afeto de mãe e
filha. Mas Chloe , Thur e Jackes foram tão importantes pra mim que... Eu não tenho
palavras para descrever o quanto seria gratificante se eles pelo menos tivessem a garantia
que eu estou mantendo a imortalidade da nossa família.
Que o orgulho teria de mim. Família Tufte, ainda viva. Superou o mundo, superou
o amor.
Estava chorando no meio da madrugada, o que era muito esquisito. Como imortal
eu deveria viver da eternidade, e não do passado que eu deixei para trás.
Viver como humana é aceitar que não tem mais volta, ser imortal não teria mais
volta, mas teria uma longa história.
Eu estava perfeitamente normal, e feliz hoje de manhã. Mas a noite vazia me pega
e me faz lembrar dos momentos mais amargos da minha história.
Bartomoleu um capitulo pequeno de uma grande história.
Vamos relembrar tudo, quando você pensa em sua família, o primário de tudo,
qual a primeira imagem que vem a sua cabeça? - Imaginei por dez minutos. Então me
auto-respondi.
Lembro-me no dia em que meu pai nos reuniu a mesa e contou que iríamos ser
para sempre uma família. Eu tinha três anos. Thur tinha dez, Chloe tinha dois.
A Mesa tinha banquetes, pão e vinho. Suco de uva, de um modo mais racional.
Ele olhava para a minha mãe como se fosse dar o ultimo oi. Ele já estava
condenado, sabia disso, mas eu e meu irmão tínhamos uma chance.
Era difícil para ele explicar que viveríamos em um mundo sozinhos por um tempo
jamais calculado. E que veríamos nosso tempo parar, e o do mundo correr. Ás vezes ele
recorria aos exemplos mais simples.
-Tara, olhe esta aranha. - falava ele pegando ela por uma pata.
-Se ela morrer agora, você ficaria triste?
-Sim Papai - respondia com uma inocência assustadora.
-Você ficará aqui observando ela certo?
-Sim Papai.
-E Se essa aranha tiver um filhote, você vai vê-lo morrer também.
-Sim papai, vou ver quando eu estiver maior!
-Não filha, você vai ver quando você estiver exatamente igual ao papai, só que
como sua irmã Chloe.
-Não entendi papai - resmungava em cada exemplas diferentes. Formigas,
gafanhotos, aranhas, cobras...
Eu não entendia, mas o exemplo dele era confuso. Então: eu tinha três anos, e via
uma aranha morrer, quando o filhote dela me morresse estaria com a idade do meu pai,
sei lá, cem anos, e com o corpo de uma criança de dois? Que diabos aquilo fazia sentido?
Agora entendi por que ele não saberia como explicar aquilo.
Outro dia ele foi ensinar eu e Thur a ler e a escrever.
Foi frustrante. Concordo, mas ele sabia que se não soubéssemos fazer isso não
seriamos capazes de se camuflar no meio da sociedade, não seriamos capazes de mudar
de nome, e provavelmente ficaríamos mais presos ao nosso passado do que já somos pela
nossa própria mente.
Foram dois anos para finalmente o tempo começar a correr.
Chloe já dava os primeiros sinais de mortalização: Amigos de verdade.
Amigos de verdade nos primeiros anos da infância já é sinal de mortalização.
Imortais pequenos são praticamente insociáveis, e eles não sentem amor por ninguém, é
uma imunidade.
Eu e Thur éramos os mais chatos do vilarejo. Eu não falava com nenhuma menina,
não sabia que isso era por que eu era imortal. Eu simplesmente tinha nojo.
Meu pai vivia dando aula sobre como deveríamos nos comportar quando ele fosse
embora. Eu jurava, até os cinco anos ,que, ele ia para uma guerra ou algo assim.
Meu pai uma vez falou para Thur.
"Filho você pode fugir de seus costumes, de sua terra, de seu povo, de sua família,
mas você não pode fugir da imortalidade, não pode fugir da sua origem vinking"
Ta eu só tinha quatro anos - pensava comigo - como eu tenho a mente tão boa?
Eu não era um gênio, apesar de que os imortais vinking geralmente são prodígios,
eu era aquela menina que simplesmente ficava olhando mortalmente as pessoas, por que
sentia repulsa sobre elas.
Outra coisa que me veio à mente:
Minha mãe sempre nós elogiava "Vocês nunca ficaram doentes, isso é por que
comem bem" . Enquanto isso Chloe pegava gripe quase toda a semana.
Nunca cheguei a perguntar se minha mãe sabia que eu e Thur jamais entraríamos
em um hospital... Mas acho que não sabia por que isso era um orgulho tão grande por
parte de Lily.
Meu pai era um cara muito calmo, mas antes que minha mãe começasse a ficar
doente, eu sempre o ouvia nervoso. Acho que ele sentia sua morte vindo, e doía o
processo de mortalização.
Passei a noite toda vivendo um processo de “lembranças”. Chorei muito e acordei
toda doída como se eu tivesse no conto de fadas em que a princesa dorme em cima de
uma ervilha sobre vinte colchões. Mas eu tinha dormido sobre ervilhas sem nenhum
colchão.
-Ai – Gemi me espreguiçando pela manhã
Que hora são? – me perguntei – olhei no relógio improvisado.
Não é possível que ainda seja cinco horas da manhã bufei.
Levantei e fui em direção à varanda.
Que diabos está acontecendo? Olhei para o céu e estava... Nevando?
Estendi a mão e confirmei. Neve.
Tomei um banho bem quente.Coloquei uma roupa bem quente e fui para a rua.
Mary ainda estava dormindo, Jonh estava na cozinha.
-Bom dia filha – disse ele enquanto tirava a caneca do microondas.
Eu me virei para ele. Minha cara deve ter o assustado por que ele fez uma cara
muito estranha.
Eu estava de bom humor então fiquei olhando pra ele com um sorriso.
-Por que você acordou tão cedo? – ele perguntou.
-Bem eu não tive sono esta noite.
-Hoje eu também não tive uma noite tão boa.
-Então somos pai e filha às cinco horas da manhã na cozinha, com neve na rua,
morto de sono. Sério? – comecei a rir, o sono fazendo efeito.
-Você está com a cara inchada de sono- lembrou-me ele.
Se eu fosse realmente sincera, falaria : - Não era que eu tava chorando a noite
toda por que eu não superei a morte dos meus familiares no século XIX.
Vi meu pai sentar no sofá e então me encostei nos braços e pensei que estivesse
acordada. Mas peguei num sono.
-Amanda acorda! – voz de Mary me chacoalhando.
-Minha cabeça latejava – meu deus quanto tempo eu dormi ? 10 minutos? Não
pode ser.
-Filha você não pode dormir aqui – ela exclamava. Mas a minha cabeça gritava tão
alto que eu não conseguia entender o que ela falava.
-Me levantei e esfreguei os olhos. Abri os olhos e vi que eu estava toda molhada.
Esfreguei as mãos em minha bochecha e vi a desgraça alheira: Eu mordi minha
boca enquanto dormia estava literalmente encharcada de sangue.
Mary olhou para mim e se apavorou
-Filha vai limpar isso, pelo amor de deus ! Ela saiu correndo e me trouxe uma
toalha.
Eu não conseguia raciocinar. A Única coisa que eu lembrava naquele momento era
a junção de Neve e Thur.
Sem entender eu sai da sala,e fui correndo para o banheiro do corredor.
Tranquei-me lá dentro e percebi que eu estava vendo coisas, foi só um pequeno
corte.
Sentei na privada e abracei meus joelhos. Minha mente estava latejando.
Mary bateu na porta.
-Mãe estou bem – foi só uma mordida na língua.
-Tudo bem então. – Mas cuide-se que vamos almoçar fora.
-Eu tomei banho no banheiro de baixo, e me enrolei com a toalha que eles haviam
me dado para limpar o sangue.
Enquanto eu subia as escadas cada gota que estava sob minha pele congelada.
Mas não doía, meu foco tava na dor no meu peito.
Que diabos é isso. Retirei a toalha e me tranquei no banheiro.
Vesti minhas roupas e algo continuava a arder sob meu corpo.
Era minha cicatriz.
Nem lembrava mais dela. Olhei com delicadeza. E abri um sorriso.
A Cicatriz que eu consegui no trabalho na fábrica, em 1880. Ela estava lá. Eu jurei
daquele dia em diante que viveria para sempre, sem ter medo do meu próprio sangue.
Dei um sorriso, e continuei a me arrumar.
Quando olhei para a cama tinha duas coisas em cima dela.
Uma: Uma touca de lã.
E um bilhete: “Esta semana vamos fazer uma brincadeira com você SRT.Amanda.
Sem questionamentos por favor. “Queremos te dar apenas uma surpresa.”
Como se eu fosse negar um presente a essas alturas- ri de mim.
Eu desci e eles estavam prontos.
-Leu o Bilhete? – perguntou Jonh sorrindo.
-Claro pai, não vejo a hora de começar. – falei .
-Já começou – disse Mary parada .
Dei uma leve olhada na sala e percebi que tinha um papel no chão a minha frente.
Abri e tinha uma pista
Seu dia na escola foi um sucesso. Você é incrivelmente linda e sensível *Mary, mas,
em um fim de semana, qual o melhor lugar para se comemorar a união de pessoas que se
amam?
Eu não fazia ideia, então olhei para eles e mordi os lábios:
-Em um restaurante francês?
-Cara você é boa – riu ele e então fez sinal para Mary ir até o carro.
-Vamos, Chevalier. Disse ele e então me conduziu até a garagem com a mão em
volta do meu ombro. Todos estavam bem agasalhados.
Tinha muito espaço no branco de trás. Então eu fiquei sentada do jeito mais
deselegante que existe.
-Você não me contou ainda como foi seu dia ontem – Falou Mary.
-Meu? – confirmei.
-Sim, ué. Vai dizer que seu primeiro dia foi como qualquer outro?
-Ta, eu fui bem recebida pelo professor Dany. E então a aula foi comum. Depois
uma professora louca chamada Daisy surtou com a Nancy.
-Continuei - A Miranda, uma ótima professora nos acolheu muito bem. A de
História é muito gente fina. O de Química é louco por chocolate e o de matemática foi
normal de novo.
-Ela riu e então falou: Gosta de macarrão?
-Amo – me animei.
-Perfeito – ela se virou e eu vi que estávamos em frente a um restaurante de
massas. Ta não era francês, mas era italiano então parcialmente eu acertei.
Estávamos na mesa, eu quando recebi outro papel:
-Me fale paises que você gostaria de visitar. – Eu li.
PS.: Que fale inglês.
Eu só fiquei por enquanto na Inglaterra, e nos EUA
Fiquei rindo silenciosamente. Então quando chegou a comida. Que era
espaguete. Jonh começou a se abrir com Mary.
-Querida você foi à escolha mais certa que fiz – falou ele com a boca cheia.
-Você foi a segunda melhor escolha que eu já fiz na vida – falou ela com um
biquinho.
-A Primeira foi trazer Amanda á nossa pequena família – ela riu.
-Mas não tão menos importante – ele piscou e ambos de beijaram.
Arrepiei-me, e larguei o talher.
Fiquei olhando eles. Eu nunca vi um beijo tão romântico na mesa de um
restaurante italiano.
Fiquei colocando o macarrão no talher e jogando de volta para o prato. Eu tinha
perdido a fome depois daquela cena.
Sempre me acontecia isso, eu estava na mesa de almoço e algo relacionado a
emoções acontecia, a primeira coisa, era que eu perdia a fome. E a Segunda era que, eu
ficava enjoada.
Certa vez, no colegial da Rússia.Estava sentado Bryan e Renata, colegas de classe, á
minha frente. Eles tinham começado a namorar. Eles quase se engoliram, e a platéia? Era
eu. Mesmo que eu estava morrendo de fome. Não consegui engolir um pedaço de batata.
Minha garganta fechou e eu passei alguns dias pensando se era tão bom assim do que
deixar de almoçar.
Isso aconteceu exatamente comigo. Sendo que como adolescente normal ao invés
de admitir a inveja ou a dúvida. Eu tinha que fingir que fiquei emocionada e que coisas
emocionantes me fazem perder a fome. Mas pelo jeito eu não era a única a perder a
fome. Mary e Jonh estavam namorando a dois minutos e sua comida já estava fria.
O Garçom levou vinho para a mesa. Não sei se eles pediram, ou se, o garçom ficou
grato pelo amor do casal e resolveu dar de cortesia.
Ele abriu e despejou em uma taça. Colocou a terceira ao meu lado e o vinho à
direita. Ele não me serviu. Mas me deu a noção que eu poderia me servir se quisesse.
Enquanto eles ainda estavam namorando, eu despejei meia taça de vinho, e fiquei
bebendo finamente enquanto o clima começava a esquentar mais ainda.
Dei dois goles e fui empurrada para o universo do meu passado.
A Cena que me veio à mente foi eu, meu pai, e meu irmão tomando o último
vinho.
Minha mãe morreu, e meu pai estava começando a ficar não tão legal. Thur
conseguiu vinho e levou até a nossa casa. Chloe estava dormindo. Eu estava quase
dormindo, quando ele acendeu uma lamparina e se sentou à mesa. Filhos imortais
venham à mesa, vamos tomar um vinho. Sim ele estava fora de si.
Thur se sentou à mesa ao lado do meu pai e bebeu mal educadamente.
-Tara – rugiu meu irmão – vem logo.
Senti-me na mesa me sentindo pequena perante o meu irmão, que era super-
maior que eu.
Bebi alguns goles enquanto meu pai falava com meu irmão sobre ele ser o novo
homem da família...
Eu encostei-me na cadeira e cochilei. Meu irmão, Elétrico como sempre, estava
acordado no dia seguinte, mas sem muita animação, ele estava ao lado do meu pai com
um balde.
-Tara ele está vomitando sangue – sussurrava ele para mim, assustado.
-Calma ele vai ficar bem – garanti mentindo por que sabia que dali ia de mal à pior.
Apesar de ser sete anos mais nova que Thur .Eu sabia muita coisa a respeito da
nossa família. Ele achava que o vinho tinha feito meu pai passar mal, ou pelo menos fingia,
mas a morte da minha mãe era a razão de tudo.
Trouxe outro balde para Thur e fui até o fundo da nossa casa para lavar ele.
Quando me virei comecei a chorar. Chloe veio atrás de mim sem entender o porquê.
-Ele vai ficar melhor – falava ela me abraçando – você sabe que papai é forte.
Olhar para Chloe era como olhar para uma pessoa que você não veria mais em
breve, Ela era tão inocente dos nossos segredos que ás vezes era melhor ir na onda dela e
fingir que estava tudo bem.
Chegando na sala meu pai parecia ter chegado ao seu limite. Ele em menos de uma
noite parecia ter envelhecido uns dez anos.
-Droga- falei – Thur ele falou algo sobre envelhecer rápido?
-Sim – Thur falava em estado de choque – isso faz parte do processo – falou ele
com um nó na garganta deixando um profundo preencher nossas dúvidas.
Thur estava ajoelhado ao lado do meu pai. Mas ele não queria ficar ali, e ao mesmo
tempo sabia que deveria.
-Você poderia levar Chloe para outro lugar? – perguntava Thur – eu não quero que
ela veja isso.
-Tudo bem – suspirei – abri a porta de madeira e chamei Chloe.
-Dê um abraço e um beijo no Papai – falei em seu ouvido.
Ela obedeceu e saiu com uma lagrima nos olhos.
-Ele vai ficar bem? – ela perguntou – Sim Chloe ele vai ficar bem – mentir para
minha irmã era horrível. Não sei se era pior saber que ele ia morrer, ou se era pior não
saber que ele ia morrer.
Levei Chloe para a casa de uma vizinha. Ela sempre dava-nos cobertura nas piores
horas. Principalmente quando nossa mãe adoeceu. Chloe nunca mais tinha ido até lá. Mas
ela foi e eu me despedi dela.
Voltei para casa com lágrima nos olhos. Chegando lá, Thur estava vermelho de
tanto chorar, Ele se levantou e pela primeira vez em toda a nossa vida ele me abraçou
forte.
-Ele vai morrer Tara – olhe para ele.
Quando eu olhei ele estava revirando os olhos.
-Estou vendo uma luz – falou ele gaguejando – meu deus estão me levando.
-Pai você está aqui conosco- falei arranhando a garganta – Pai por favor fique
conosco.
-Filha, é tarde demais eu estou vendo anjos.
Cheguei perto dele e me ajoelhei, chacoalhei-o e ele ficou imóvel por alguns
segundos depois voltou ao normal.
-Droga, estou ficando cego. – murmurou ele.
-O que você vê pai? – perguntei idiotamente.
-Tudo está preto, eu estou de olhos abertos? – perguntou ele.
-Sim pai, seus olhos estão focados em mim – parei com o choro.
Olhei para trás e vi Thur encostado na parede com a cabeça baixa.
-Pai você não tem muito tempo – respirei fundo – o que você quer fazer como
ultimo dia? – perguntei arrasada.
Ele riu alto e então disse – Quero que você me traga um vinho, e me falasse como
está o dia hoje.
Thur abriu a janela e sussurrou:
-Hoje o dia está frio, está diferente, está vazio.
VI – Sorte
Abri os olhos e Mary estava raspando o prato do almoço.
-Amanda você fica tão engraçada quando sua cabeça está em outro mundo – ela
riu.
Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi : Jonh abraçando ela, e Mary toda
encolhida e arrepiada.
-Abri um sorriso e olhei para o prato, estava cheio.
-E-e-eu perdi a fome. – gaguejei empurrando o prato para a mesa.
-Tudo bem então – deu Jonh de ombros.
-Garçom a conta, por favor. – Gritou Mary.
Rapidamente ele chegou com a conta e eu dei dois suspiros.
Fiquei com os braços cruzados tentando voltar mentalmente para a realidade.
Me levantei e fiz um sinal de que ia para o banheiro.
-Chegando lá o banheiro era do tamanho de uma casa. Tinha uma parede só de
espelho e alguns vasos de flores pelo chão.
Dei um sorrisinho e comecei a desfilar olhando para os espelhos.
Eu era muito parecida com minha mãe. O jeito de andar, os olhos, a boca. O Nariz e
o corpo era do meu pai. Disso eu tinha certeza. Todos os meus irmãos eram mais magros,
eu era mais magra quando era menor. Mas ainda sim não era a esquelética.
Chloe tinha meus jeitos, só que com um toque de mortalidade ela ganhou
meiguice, e Olhos azuis e loiro do meu pai.
Dei um sorriso e fiquei vendo e me imaginando no olhar dos outros.
Sai do banheiro e Mary estava na porta de vidro.
-Pensei que estava presa no banheiro – ela riu- vamos Jonh está esperando.
-Vamos passar em outro lugar? –perguntei.
-Vamos ver, este não é um sábado qualquer.
Entrei no carro com um pouco de nele no casaco.
-Então vocês estão a fim de ir a algum lugar? – perguntou Jonh olhando em
especial para Mary.
-Que tal um cinema? – perguntou Mary.
-Pode ser Amanda? – perguntou Jonh.
-Posso ir assistir ao filme... Sozinha? – perguntei.
-Pode claro. – disse Mary dando de ombros. Ela parecia feliz com minha
independência.
Chegamos em poucos segundos ao shopping. Jonh me deu $50.
-Divirta-se, quero você no carro ás 16h. – falou Mary.
-O.K. – falei.
Entramos no shopping pela mesma porta então eu fui ao lado oposto que eles.
Fiquei sentada em um banco pensando em o que eu faria. E no final do banco
estava uma menina muito familiar...
Ela olhou pra mim e piscou. Ah era a Nancy.
Dei um sorrisinho e então ela sentou do meu lado.
-Cara obrigado mesmo por me salvar – te devo uma – falou ela estendendo a mão.
-Eu bati na mão dela e ela chacoalhou e riu:
-Forte em. – sorri.
-Obrigada – dei uma risada.
-Pela primeira vez eu vou com a cara de alguma novata. Você tem cara de bem
aventurada e destemida – Riu ela e então parou – vai me dizer que você é sempre quieta?
– ficou séria.
-Tenho meus momentos – admiti- mas no fundo sou uma pessoa aventurada.
-Que legal, Bem eu tenho que ir... Vou à casa da Cherry. De qualquer jeito foi legal
te encontrar aqui – disse ela se levantando.
-É... Então tchau? – eu ri e ela acenou.
Ta ela tinha cara de muito revoltada e rebelde, mas ela me tratou tão bem.
Me levantei e segui em frente.
Vi uma papelaria meio cheia e então eu entrei.
Nas primeiras prateleiras tinha alguns cadernos pequenos em promoção
-Vou compra um e escrever o que me perturba. – falei baixo.
Vi um caderno vermelho lindo. Mas eu não ia só comprar cadernos.
Fui em outro corredor e peguei vários post-it. Um roxo fluorescente. Um verde
néon, um amarelo e um laranja e uma caneta.
Vi um mural cheio de frases.
Eu li apenas um.
“Eu amei você todos os dias, mas você me amou em apenas um: quando eu parti.”
-Fiquei parada olhando. Essa pessoa estava muito deprimida.
Olhei para os lados e tinha uma menina olhando para mim.
Coloquei de volta o post-it e fui até o caixa.
Paguei com o dinheiro, e tinha sobrado ainda $40.
Minha barriga estava roncando.
Peguei a escada e fui até a praça de alimentação. Pedi um sanduíche natural e abri
o caderno;
“Pertence à Amanda Chevalier” – escrevi.
Eu já tive vários nomes. Tara foi o que menos gostei de todos. Mas era o que eu
sentia mais falta.
Escrevi com a pior letra do mundo.
Abri a primeira página e a folha era tão branca quanto meu quarto.
O Sanduíche chegou.
Comecei a escrever:
“Eu sou a pessoa mais feliz do mundo, tive tantas histórias, mas nenhuma delas
pude sentir o amor, Sou grata por ainda está aqui”.
“Tive uma sorte, uma sorte muito grande de poder escrever agora. Minha vida é
longa. Sonhar já não é algo tão singular. Fazer aniversário também não. Mas eu estou aos
poucos perdendo o medo, eu quero uma história diferente, vou dá chance á minha
história. Meus irmãos tiveram a chance, por que eu não teria?”
Comecei a comer e senti meu estômago dançando de felicidade.
Comecei a rir sozinha, tive um ataque de risos. Algumas meninas que estavam na
mesa da frente começaram a olhar para mim. Eu não liguei.
Comecei a desenhar coisas aleatórias:
Ta eu não sou uma desenhista, ou um Leonardo da Vinci. Mas eu conseguia emitir
uma mensagem através da linguagem não-verbal;
Fiquei assim até perceber que muita gente tinha saído.
Olhei no relógio gigante da praça de alimentação: 15h50min.
Juntei as coisas, coloquei a bandeja no lixo. E desci pelas escadas.
Chegando ao estacionamento não vi Jonh ou Mary. Dei meia volta e esbarrei nele.
-Que menina pontual – riu Jonh amortecendo minha batida.
-Não vi você no cinema – falou Mary.
-Ah eu fiquei na papelaria e depois fui comer alguma coisa. – falei mostrando as
sacolas.
Ela puxou o caderno e minha garganta congelou.
-Que legal vai ser seu diário? – ela perguntou.
-É quase. – gaguejei.
Ela abriu a primeira página e deu uma risada.
-Sua letra precisa dar uma melhorada - palpitou.
-Eu sei – admiti.
-Seu sobrenome é lindo – alguém já o elogiou? – perguntou Jonh.
-Sim, sim – quase toda vez que o falo – admiti.
-Imagina na faculdade. Srt. Chevalier. – ele riu imaginando a cena.
Imaginei uma diretora bem velha e chata com a voz irritante pronunciando meu
nome: Srt. Chevalier!
Ela não folheou a próxima página, ainda bem por que eu não estava querendo que
ela visse meus desenhos.
-Foi bom o filme? – perguntei.
-Ahaha – como se tivéssemos assistindo o filme – Mary riu.
Dei de ombros.
E formos à direção ao carro.
Chegamos em casa e eu fui correndo para meu quarto.
Mary e Jonh também.
Olhei para a varanda e vi Grathi sentada na calçada.
Desci igual uma maluca com os post-it e duas canetas.
-Comprei isso e lembrei de você – falei.
Sentei ao lado dela e ela deu uma risada triste.
-O que foi que aconteceu? – perguntei
Ela me olhou com os olhos cheio de lagrimas e se atirou para meu colo.
-E-eu – fungou – fui perguntar se ele gostava de mim...
-E o que ele disse? – perguntei desesperada.
-Ele disse que não gostava. – ela quase morria sufocada de lágrimas.
Eu não tinha experiências com foras ou algo assim.
-Mas que diabos você foi fazer lá? – questionei.
-Fui saber a verdade. – falou ela chorando.
-V-você foi tão assim corajosa? – gaguejei.
Corajosa é a palavra ideal, mas em outras palavras, pelo menos no meu cotidiano
de imortal a palavra certa é Cara-de-pau.
-Você vai ficar melhor. Qual é o nome do menino? – perguntei. – Me fale como ele
é. Segunda, me apresente!
-Ele se chama – ela fungou e deu uma boa pausa. – Paul.
-Paul desgraçado. – falei e ela riu.
-Tudo bem eu vou ficar bem.
Não você não vai – pensei – eu perdi bartomoleu há 130 anos e até hoje não
superei.
-Acredito em você – falei a abraçando.
Ser uma adolescente normal me fazia pagar um preço alto: Ver que eu era uma
adolescente normal só que sem paixonites.
Passei um bom tempo acudindo ela, e ela me pediu para que eu dormisse com ela
naquela noite por que ela não estava nada bem.
Suspirei e aceitei. Fui em casa fiz uma pequena mala. Coloquei uma carta embaixo
da porta de Mary e fui.
Levei pipoca e ela sorriu.
-Entre e obrigado pela pipoca.
-De nada. – sorri batendo os pés no tapete.
Formos ao quarto e ela fechou a porta e teve um ataque de choco, se jogou direto
na cama e eu fiquei com os olhos bem abertos em choque.
-Se eu fosse assim não perdia uma festinha do pijama por causa do Paul – falei o
nome Paul debochadamente.
Ela soltou um risinho.
Já volto – falou ela saindo do quarto com a mão na boca.
Fiquei olhando os livros que ela tinha, e ela não voltava. Passou meia hora e então
eu resolvi ir atrás dela.
-Grathi? – falei batendo na porta-você está bem?
-Só um ataque de borboletas- gritou ela – ouvi alguns gemidos e então abri a porta
e coloquei a cabeça.
Ela estava ajoelhada em frente à privada com a mão na barriga.
-Que horror Amanda – você não precisa ver meus ataques.
-No-nossa – falei me recuando. – quer que eu chame sua mãe?
-Minha mãe não está em casa sua boba – ela riu.
-Então estamos sozinhas? – falei – estou sozinha com uma louca vomitando? – falei
de novo.
-Exatamente – ela riu se levantando e dando descarga.
Ela fechou a porta do banheiro e voltamos ao quarto.
-Esquece esse menino só por uma noite. Você esta perdendo tempo ficando assim.
– eu não ligava para tempo, mas eu tinha que fingir que era perda de tempo pensar em
alguém.
-Tudo bem – ela suspirou – vamos assistir um filme?
-Ah, tudo bem. – sentei na cama e ela riu.
-Por que deitou na cama? Ela riu.
-Não vamos assistir filme? Apontei para a TV do quarto dela.
-Vamos para a Sala sua boba – ela riu de novo.
-Ah é mesmo – ri junto.
Descemos com travesseiros na mão e coloquei sob o tapete.
O filme começou e então depois de duas horas o filme acabou e Grathi estava
dormindo.
Ouvi a porta abrir, era a mãe dela... A Katy.
-Ah que boa surpresa – Disse Katy colocando algumas compras em cima da mesa.
-Seja bem vinda – ela riu.
-Ah, Obrigada Katy. A Graciele dorme sempre cedo? – ela riu e olhou para ela.
-Ela esta com cara de choro – exclamou ela- Se ela chorou ela dorme
instantaneamente.
-Deve ter sido do filme – ri nervosa.
O filme que ela passou era um romance, só que um romance cheio de palavrão,
cheio de cenas inapropriadas, cheio de foras e finais tristes. Essa era a realidade dela.
VII – A Confusão
Acabamos dormindo na sala mesmo. Acordei no dia seguinte meio tonta por que
dormi no tapete. Tomamos café da manhã e perto do almoço eu voltei para casa.
Mary estava com a maior cara de que dormiu muito bem.
-Como foi a festa do pijama? – ela riu.
-Ah foi legal – admiti.
-Amanhã sua aula é em tempo integral. -Ela falou
-Droga – murmurei - começa às 8h? –palpitei.
-Das 8h até às 16h.
-Ela deu um sorriso torto e então eu subi.
Meu quarto ainda estava branco, e agora eu percebi que eu já comecei a dar de
cara com minha rotina, e agora tudo voltou ao normal : Eu não era mais novidade.
Passei o dia escrevendo e me preparando psicologicamente para: Encarar Lucca,
Daisy.
Olhei para o calendário e vi que a primeira aula era de Geografia.
Fechei os olhos e acordei ás 7h.
Tomei um banho e quando foi 8h eu sai de casa correndo.
Mary E Jonh foram trabalhar.
Chegando na escola o sinal já tinha tocado a exatos dez minutos.
-Por favor vá até a sala do Vice-diretor – falou um monitor de corredor.
-E onde fica? – perguntei nervosa.
-À direita. – e eu fui.
Bati na porta e uma voz forte me atendeu.
-Entre. – voz séria.
Eu me sentei na cadeira e ele fez uma careta. Ele era meio moreno, usava óculos,
uma blusa azul, calça jeans e cabelo preto.
-Você é nova por aqui? – perguntou.
Balancei a cabeça nervosa – s-sim.
-Prazer – disse ele estendendo a mão – sou o Walf.
-Prazer Walf – gaguejei – sou Amanda.
-Eu iria lhe dar detenção por chegar a este horário no meio do ano letivo. – falou
ele- mas está perdoada por que tu es novata.
-O-obrigado – gaguejei.
-Mas não se anime que cortesia de novato acaba no segundo dia de aula. – Ele riu.
Fiquei quieta.
-Amanda Chevalier?- perguntou ele segurando uma caderneta.
-Exatamente – ri – e imaginei que ele iria elogiar meu sobrenome ou meu cabelo.
-Certo – ele falou riscando algo no meu nome – pode ir – mas agora você só entra
na segunda aula. – falou ele sério.
-O.Ksussurrei quase baixo demais.
Me levantei e abri a porta. Fui até o armário abri coloquei meus livros dentro e sei
um suspiro sentando no chão.
-Olha quem veio hoje – Falou uma voz.
Não acreditei quem era. Olhei para cima: Lucca.
-Por que diabos você está aqui? –perguntei nervosa- ele riu.
-Qual é – meu armário.
-Ah é mesmo – esqueci – sou azarenta por ter um armário vizinho ao seu. – Me
levantei.
-Qual é – ele falou meio nervoso – o sonho de todas as meninas desse colégio é ter
o armário do lado do meu.
-Não sou todas as meninas. – Falei – fechei a porta do armário e sai.
Ele veio atrás de mim e falou – espera ai nervosinha você deixou cair esta caneta –
mostrou ele uma caneta para mim.
-Essa caneta não é minha –falei – ele me entregou e falou.
-Agora é. – sorriu ele – estou te dando. Ela era presente para minha ex-namorada.
Mas ela terminou comigo quinta feira.
Ia falar que lamentava. Mas fiquei olhando para ele o encarando. “Que diabos ele
veio me dar uma caneta?”
-Qual é – aceita vai – é um presente de boas vindas.
Olhei para ele sem falar nenhuma palavra e fiquei o encarando.
-Tudo bem então – falou ele guardando a caneta no bolso.
-Quando você mudar de idéia – continuou – ela é toda sua.
Enquanto ele olhava para mim, eu olhava o horário.
-Perdi a aula de geografia – ele murmurou.
-Eu também.
-Agora tenho aula de Física. – ele falou.
-Eu também. – concordei.
-P-E-R-A-I, eu tenho aula de física? - verifiquei o horário e a resposta era: Sim.
O Sinal tocou e eu fui em direção à aula de Física. Lucca me seguiu.
Ao entrar na sala, a sala era toda feita de quadro branco.
E em cada carteira tinha um piloto.
-Bom dia Alunos – disse um professor alto com o cabelo preto penteado para trás,
branco com a voz grossa.
-Bom dia – falei.
-Seu nome é Amanda? – Perguntou o professor para mim.
-Sim, Sim. –respondi.
-Seja bem vinda Amanda. Sou o Ferb. Professor de física.
Dei um sorrisinho e em pouco tempo a Sala se encheu.
Judith estava na sala. Kimberley também.
Fora Lucca. Só aqueles rostos me pareciam familiar.
-Tudo bem gente. Agora vai começar a aula. – falou o professor tentando fazer
com que toda a sala se calasse.
Foi em vão. Então furioso ele chamou a atenção da sala com um assobiou que
quase matou-me do coração.
Eu nunca gostei de física. Não sabia nada. Nada mesmo.
Então eu fiquei passeando os olhos na sala e procurando algo engraçado.
-Hey, Amanda. – Falou Luc.
Eu o ignorei. E ele se sentou todo torto de modo que a cabeça dele ficava um
pouco mais baixa.
-Amanda – me responde – por favor – insistia ele.
-O que foi? – perguntei sussurrando. Eu não gostava de física mais respeitava o
professor;
-Eu queria te convidar para... Ir ao cinema ta afim? – ele perguntou.
Vida escolar não é o problema, o problema é as conseqüências da vida escolar.
Principalmente quando você tenta não fazer alguma coisa. E Acaba fazendo. Tipo você
promete que não vai dar atenção a nenhum menino por que eles te deixam em risco, Mas
A nova vida de Amanda
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  • 1. Queridos amigos, vocês foram a melhor decisão que fiz na vida. A cada minuto do dia agradeço por vocês fazerem parte da minha história. Eu amo vocês, até mais do que deveria.
  • 2. “E Nos momentos de decisão que seu destino é traçado.” -Anthony Robbins
  • 3. I – Minha história Meu nome na teoria é Tara Tufte Chevalier, nasci em 1860. Meu pai Jackes era um imortal muito sucedido na vida. Em sua cultura ele era imortal, mas, caso ele viesse tomar a decisão de se apaixonar ele passaria por um processo de mortalização. Ele teve a sorte por se apaixonar pela minha mãe e não morrer logo em seguida. Acabou que ele teve três filhos. Thur, o mais velho dos filhos imortais. Eu, Tara, a mais nova dos imortais, e a Chloe, a única que nasceu mortal. Minha mãe Lily, pegou uma doença, que nos dias de hoje pode ser comparada com um câncer, e morreu em 1870. No começo as coisas pareceram difíceis, mas elas pioraram, acabou que meu pai começou a ficar doente. Primeiro ficou sem a visão, depois perdeu a fome e a capacidade de andar. A audição, a fala e por ultimo a consciência. Ele teve o azar, a conseqüência de sua paixão: Sua morte. Mas antes que sua consciência fosse realmente embora. Tivemos uma Conversa, eu só lembro que aos sussurros ele me chamou. Atendi ao meu seu chamado e me ajoelhei ao seu lado quando ele começou a desabafar comigo: "Filha, eu cometi um erro muito Grande: apaixonei-me por sua mãe, não cometa o mesmo erro que eu, seja imortal, e não se apaixone por ninguém, pelo menos, espere até sua irmã Chloe morrer.". Anos depois Chloe morreu de varíola. Mas aquelas palavras que meu pai me dera nunca se ousaram a sair. Eu temi aquilo por um tempo bom. Eu realmente não gostaria de cometer o mesmo erro que meu pai. Depois que meu pai morreu, nossa família foi de mal a pior. Chloe morreu. Thur foi para uma batalha. E mesmo sabendo que ele voltaria. Ele não mandou um retorno de que estivesse voltando, ou pelo menos que estivesse bem. Tive que me virar. Mas depois resolvi abandonar tudo e viver como outra pessoa. Mudei meu nome para Elisabeth kalun e viajei a Europa toda procurando por um motivo que fizesse eu me manter na linha. Não foi fácil. Trabalhei como uma escrava durante a revolução industrial. E quando tive dinheiro o suficiente para sumir daquele lugar. Eu sumi. E nunca mais voltei. Testemunhei a revolução Russa, vi de perto a segunda guerra mundial aos olhos dos
  • 4. húngaros. Vivi a ditadura do Brasil, o movimento punk na Rússia. A Evolução do Japão... Mas isso não é viver, é presencia testemunhar. Se eu fosse colocar em um papel tudo que vivi. Infelizmente só contaria a história que tive como Elisabeth na Alemanha com um garoto incrível chamado Bartolomeu, mas que formos apenas grandes amigos. Eu não teria coragem de morrer aquelas alturas. Depois que peguei o vôo errado, que iria para o México, mas, foi para os EUA. No começo eu fiz uma grande confusão no aeroporto. Mas aos poucos me convenci a ficar. Em 2009 resolvi me aventurar como uma menina americana de dezesseis anos, que por sinal fisicamente eu parecia como uma. E me dei o nome de Amanda Chevalier. Nunca mânti meu sobrenome, mas sempre existe uma exceção. Meu cabelo nunca foi alterado. Sempre fui ruiva. Eu era uma pessoa com algumas gorduras a mais. Meus olhos eram castanhos meio esverdeados. Meu rosto era de um branco pálido. Fui colocada em um programa de adoção, e uma mulher me adotou instantaneamente. Peguei um avião e sai de Washington rumo ao interior. Em uma cidade que acho que, era quase que invisível aos mapas. No avião fiquei em um processo de pensamentos incoerentes. Quando finamente me dei conta de que eu teria uma família, tentei não me imaginar muito próximos a eles. Estava eu na sala de desembarque. Acabara de pegar minhas bagagens. Quando eles se aproximaram e eu mudei de idéia. -Meu nome é Mary. - disse uma mulher de estatura baixa, com o cabelo loiro esticado. -Meu nome é Jonh. - Disse um homem alto e careca. -Seremos uma família a partir de agora. -Ah, prazer - falei gaguejando - Sou Amanda. -Você é literalmente mais bonita pessoalmente do que nas fotos que me mandaram por e-mail. - falou Mary.
  • 5. Eu não era muito acostumada com elogios, então a única coisa que consegui gaguejar foi: -O-obrigada Mary. Jonh educadamente se ofereceu para levar as malas e eu dei de ombros. O caminho até a nova casa me pareceu longo. E olhe que eu não sou referência quando se trata de tempo. No silêncio tenso do carro, Mary conseguiu me convencer a falar um pouco. -Fico feliz por estar literalmente segura com vocês. Eu estou muito... Grata. -Bem Amanda, sentimos que você foi uma ótima escolha que fizemos. Nunca ficamos tão empolgados com alguma coisa. Em especial com sua chegada. Nós nos divertimos muito construindo seu quarto e sua suíte. Mas isso é só o começo. -Fui até sua nova escola hoje de manhã e você não precisa ir esta semana se quiser. - falou Jonh Eu nunca frequentei uma escola por muito tempo. Eu fazia um semestre, e fugia. A ideia de viver como um jovem com vida escolar não me animava muito. Mas eu prometi que iria viver como uma pessoa comum. Então eu iria sim ir à escola. -A escola fica muito... Longe? - não que a distância me incomode - nada em relação ao tempo me incomodava - mas para as pessoas normais escola longe é sem dúvida um grande problema. -Não muito. Acho que fica a umas cinco quadras. - interrompeu Jonh com uma voz suave. -Amanda, você é vegetariana? Ou algo assim? Carnívora talvez? - ela riu e se virou bruscamente para mim. -Não, como de tudo. -É que hoje em dia as meninas são vegetarianas para manter a forma... Isso é muito comum por aqui. - explicou. -Bem Hoje vamos pedir uma pizza. Quer escolher o sabor? - Perguntou Jonh.
  • 6. -Gosto de Calabresa-surgeri-mas me falem os seus sabores preferido. -Gosto de quatro queijos. - Falou Mary. -Frango com catupiry. - Falou Jonh. -Que tal frango? -Me parece uma boa opção. - falou Mary. -Concordo - confirmou Jonh. Ao chegarmos a minha nova casa. Percebi que a simples casa era na verdade quase que uma mansão. A casa era grande e branca. Cada cômodo tinha uma varanda virada para o jardim da frente. A garagem se abriu à medida que nos aproximávamos. A garagem parecia um porão abandonado de um artista medieval. Quando desci do carro um vento absurdamente gelado entrou sobre minhas narinas e me deixou arrepiada. -Vou lhe mostrar seu novo quarto. - disse Mary. Entramos por uma porta onde ela nos levou para a cozinha. A cozinha era grande, o piso xadrez preto com branco dava a sensação de tontura. O resto da cozinha, fora a geladeira, o microondas eram vermelhos. Subimos uma escada que nos levou a um corredor imenso cor de marfim. No final tinha uma porta branca. Ela me levou até lá e falou: -Este é o seu quarto. Se você quiser personalizar ele. Pode pegar as tintas no porão... A porta também é toda sua. Mas... Só pedimos que não use tinta preta por que... Bem, queremos cores alegres por aqui. -Tudo bem... Vou ver o que faço por aqui. Mas de qualquer forma muito obrigado por tudo. Entrei no quarto todo branco. E percebi que no teto havia uma pintura retratando uma galáxia. Era muito lindo. -Você que pintou isso? - perguntei. -Sim, eu achei que você iria gostar... Então passei alguns dias trabalhando nisso.
  • 7. -Eu amei isso é incrível. Você é muito... - a palavra não saia da minha garganta, eu nunca elogiei verdadeiramente alguma pessoa. - talentosa. -Fico feliz por você ter gostado. Mas, antes de lhe deixar a sós quero que você saiba que eu estarei aqui para tudo que você precisar. E se possível quero ter uma relação de mãe e filha com você. Eu realmente gostaria de participar da sua vida. -Tudo bem eu... Realmente preciso de uma relação assim. - falei. -Vamos pedir a pizza. Quando chegar eu lhe chamo. Ela fechou a porta e eu me sentei no chão e fiquei olhando para o teto. A cama ficava a minha esquerda, ela era de metal, o edredom era roxo, "Meu deus é tão esquisito ser normal". Com cuidado retirei todas as coisas das minhas malas. Em geral roupas para calor era o que mais tinha nelas. Preciso de casacos. Sussurrei para fora enquanto olhava friamente para o aquecedor, que fazia um barulho chato. "Se isso parar de funcionar durante a noite estou literalmente ferrada". Fui em direção aos armários, o armário era embutido e branco. Nas prateleiras havia portas retratos vazios que deveria ser pela lógica, meus. Fiquei em pânico por um tempo. Então Quando a porta abriu minha cara involuntariamente voltou ao normal. -Precisa de ajuda? - Perguntou ela com uma voz doce. -Sim eu não sei como começar a organizar o armário. Ela entrou e pegou uma de minhas blusas sem mangas, e exclamou: -Poxa! Você vai precisar de roupas mais quentes. -realmente - concordei. - onde podemos comprar roupas... quentes? -Depois da janta, podemos ir ao shopping comprar roupas e calçados de frio. Por que esse seu All star esta pedindo ajuda. - falou Mary apontando para meu All Star vermelho surrado.
  • 8. -Boa ideia! Ela se sentou na cama, e olhou pra mim. -Então - tentando iniciar uma Conversa com uma pausa tensa - Você tinha amigos? -Não, eu não costumo a ter muitos amigos. Só o Bartolomeu. Mas ele mo... -Não consegui terminar a frase. -Eu lamento muito Amanda... Eu sinto muito mesmo. -Tudo bem, ele mereceu paz... - falei-me atropelamento nas palavras. -Você tinha algum paquera? Ou algum namorado? - falou ela também atropelando a palavra "namorado" -Não, claro que não, e-eu não quero ter um n-namorado. - meu nervosismo me entregou por completo. -Eu pensava exatamente como você, quando era mais nova. Mas eu não me contive quando conheci Jonh. -Eu não pretendo mudar de ideia por enquanto... Namorar não está nos meus planos de adolescente -Ah você tem planos? -Sim, sim. Pensei em coisas óbvias para a lista. Algo que não seja "tentar viver pra sempre" ou "ir procurar os restos mortais de Bartolomeu". -Pretendo acabar o colegial e ir a faculdade de... Bem, eu vou ver as possibilidades. , mas, também pretendo fazer um curso, ou um intercâmbio. -Até que não me parece uma má idéia. - disse Mary. -Você pretende se casar mais tarde? - continuo ela. -Acho que sim. Não tenho certeza disso. -Sabe, a juventude é sem dúvida a melhor fase da vida para se apaixonar, por que tudo parece tão mais simples do que parece... - falou Mary com a voz um pouco alta demais. Fiquei calada refletindo sobre o que ela falou. Então o silêncio se quebrou.
  • 9. -Chegou a Pizza gente!! - gritou a voz de Jonh. -Então, vamos? Perguntei. -Aham. Formos ate a cozinha, onde a pizza estava sobre a mesa. -A pizza tamanho família tava em promoção? - indignou Mary. Enquanto todos encaravam a pizza. Jonh, o cara corajoso que pegou a primeira fatia e deu uma mordida seguido por um gemido. -Cara, essa é sem dúvida a melhor pizza do mundo inteiro. - exclamou ele. Peguei o segundo pedaço e mordi. Balancei a cabeça concordando com o que ele tinha dito sobre a pizza ser a melhor do mundo inteiro. -Realmente. - concordou Mary - que pegou tão rápido o terceiro pedaço que sua opinião foi quase que inesperada. Eu comi mais uma fatia. Mary e Jonh continuaram até sobrar o último. -Vou levar Amanda ao shopping... Ela não trouxe roupas de frio. - Falou Mary saindo da cozinha com o que pareceu ser o último pedaço de pizza. -Divirtam-se - Falou Jonh. Sairmos pela porta dos fundos, ela pegou a chave do carro de e deu uma chacoalhada nelas com o sorriso malicioso. Entramos no carro. E então ela olhou pra mim com um sorriso torto. -Você tem o estilo meio gótico? Ou se considera uma patricinha no quesito roupas para garotas de dezesseis anos? Fale-me uma cor que você acha que combine, para sermos rápidas. -Ham, você me pegou de surpresa. O que acha de cores mais quentes, cores alegres? - sugeri. -Bem - disse ela dando ré no carro. - Acho que pelas suas características cores frias cairia muito bem. -Se você acha. Não sou muito boa com roupas que combine comigo. - dei de ombros.
  • 10. -Bem, eu pensei que seria mais difícil me aproximar de você - falou ela. -Mas para um primeiro dia, até que eu to me divertindo. - Continuou olhando para mim, terminando por completo a pizza. -Preciso admitir que eu me sinta bem melhor hoje, do que me sentia ontem. - afirmei o que era verdade. Acho que ninguém nunca pareceu se importar com minhas roupas. Ou se as cores estavam certas de acordo com minhas características. -Eu vi que você trouxe livros em sua mala. Você gosta de ler? -Ah sim, gostava. Eu no momento gosto mais de escrever. - soltei uma mentira de leve. -Você se parece muito comigo. Mas eu gostava de escrever músicas para Jonh. Depois que percebi que meu maior dom é de pintar, passei a pintar tudo o que tive a oportunidade.
  • 11. II – Minha nova família Chegamos ao shopping mais rápido. Saímos do carro e ficamos olhando para uma Ferrari vermelha que estava parado à nossa frente. -Concordo, esse carro é sem dúvida um ótimo carro. -Concordo, ele é um carro bacana pra ir pra a faculdade. -A faculdade se não for desfile de moda, é desfile de carro. - riu ela. -Jonh tinha uma picape azul. - disse ela. - Não era o melhor carro, mas foi o que durou por três semestres sem nenhum arranhão. -Na minha antiga escola - menti- os veteranos tinham carros e era sem dúvida uma competição de quem dava mais carona pra as meninas do segundo ano. Elas era muito... -Bonitas? - interrompeu Mary. -Digamos que muito competidas pelos garotos do time de basquete. -Ao lado da nossa casa mora uma menina chamada Kristen que é uma líder de torcida muito competida. Quase todos os dias vem jogadores do time de basquete na casa dela. -Vou adivinhar: Ela ingeri muita bebida alcoólica, certo? - palpitei. Sem perceber que já estávamos dentro do shopping. -Não só bebe, mas também. Ela usa drogas e fuma quase que diariamente.
  • 12. -Meus planos são de não fumar, beber e usar drogas pelo menos até os vinte e um anos. Em 1984, na união soviética. Durante o "colegial" fui convidado a participar de uma festa, e eu fui. Chegando lá quase todos do colégio estavam lá. Menos claro, os nerd, que estavam estudando para a prova do próximo semestre. Na festa tinha bebida alcoólica mais do que próprio copo para beber. Eu confesso que bebi vodka. Mas para piorar, um cara chegou com um pó. E jogou em todos os copos. O pó era uma droga. Uma baita de uma droga. Eu fiquei alucinada. E olhe que bebi apenas um gole. Todo mundo passou mal. No dia seguinte ousaram a ir a escola. Eu também, chegando lá, algumas pessoas em estado crítico no chão do estaciaonamento. A diretora ficou sabendo, e então fizeram um teste de embriaguez. Quase noventa por cento do segundo ano e do terceiro estava visível bêbados. A diretora conseguiu a lista de todos os que estavam presentes na festa. Inclusive eu, que na época me chamava Raissa. A diretora fez uma palestra disso, depois sobre overdose, passou uma fita cassete sobre acidentes automobilístico com álcool no volante e colocou todos de detenção por três meses. Fui à detenção nos dois primeiros dias, mas, em seguida eu fugi, e nunca mais voltei para escola. Ouve boatos de que não só eu, como a maioria fugiu da detenção antes da primeira semana. -Então esta loja é sem dúvida a melhor do mundo inteiro. - falou Mary me trazendo de volta à realidade. Na vitrine vi um casaco vermelho picante que eu literalmente me apaixonei. E sim, eu sou fanática pela cor vermelha. -Esse casaco.. - falei no tom de apaixonada, quando fui puxada para dentro da loja. -Queria dar uma olhada na nova coleção de inverno, por favor! - interrompeu Mary. Neste momento meus pensamentos foram bloqueados, e eu me foquei nas roupas ao meu lado. -Bem você chegou na hora certa. - disse a vendedora expondo os casacos sobre a bancada. -Olhe Amanda esse moletom!! Eu estava passando o dedo pelas roupas da arara de promoções. Mas me virei quando vi a empolgação de Mary.
  • 13. O moletom era azul, com uma aparência de velho e bem cuidado. -Até que eu gostei Mary. Mas aquele da vitrine - apontei- é mais bonito -Amanda, como se a gente fosse levar só um. Ah por favor, né filha. Vamos aproveitar essa oportunidade e renovar seu look do inverno. A palavra filha me fez lembrar de minha mãe. Ela era minha mãe agora, e eu estava grata. Mas Lily me deixava com saudades. - Posso experimentar? -Claro que sim - disse a vendedora - o provador é á direita. -Fui até lá. Onde Tinha uma porta verde, com o espelho no fundo da pequena dispensa. Tirei a camiseta e coloquei o primeiro moletom, o azul. A ideia de que cores frias combinaria comigo realmente era verdade. A cor azul destacou meu cabelo laranja. Minhas pernas são grossas, então o casaco deveria ser um pouco grande, que é o ideal. Ela me deixou com a sensação de menina que come chocolate escondido por pelo menos duas horas. Eu não me importava com meu corpo. Então se a cor ficou legal, eu iria levar. -Ficou legal - falei saindo do provador - vou levar. Mary me entregou o moletom vermelho, e um verde cor de musgo. -Dê uma olhada neles... - só pra garantir que você realmente irá usá-los. Refiz o caminho até o provador, e experimentei-os. Confesso que o vermelho não ficou tão bom quanto eu penava. Mas, eu concordei em leva do que morrer de frio. O verde ficou o melhor de todos. Literalmente ele foi feito para mim. O que era novidade por que as coisas não costumavam me agradar por completo. -O vermelho não combinou comigo.. - falei chateada. -Tudo bem, então... Vamos Levar os dois. - falou Mary colocando o cartão de crédito sobre a mesa. Ela passou o cartão, nos deu duas sacolas com um moletom em cada uma.
  • 14. Saímos da loja. E Mary me levou a uma loja de sapatos. Chegando lá fui na fileira do número que eu calçada. Vi uns sapatos lindos. Apaixonei-me por um roxo com o cadarço preto. E outro cinza com o cadarço verde escuro. -Se eu fosse jovem nos dias de hoje eu seria apaixonada por sapatos. - comentou Mary. -Eu sou apaixonada pelo meu sapato. - falei resmungando - mas eu topo tentar gostar de outro. -Até por que este sapato não vai ter condição de sobreviver até o fim do inverno. -O comprei a dois anos. Até que ele durou bastante... -Realmente. Mas esse roxo ficou legal, deu vida a sua... perna. -Você realmente entende de moda e de combinações.... O que seria de mim sem você?! - falei empolgada. -Não é que eu seja expert em moda. Mas é que você tem uma beleza especial que precisa sobressair em suas roupas. -Acho que vou levar o cinza. - falei desamarrado ele. Bem se você quiser procurar alguma calça jeans para ir à escola... -Adoraria uma que me deixasse mais magra... -Você não usa a moda pra te deixar como você não é você usa a moda pra expor quem você realmente é. - explicou Mary. -Então, você quer que eu compre uma calça jeans que exponha o que eu sou? -Exatamente, se eu fosse usar o que eu queria ser, eu usaria uma roupa de adolescente que acha que pode tudo. -Você é Hilária. -Nossa.. Ninguém nunca, na verdade nenhuma adolescente me falou isso. - O- obrigada. -Então, conhece alguma loja de calças?
  • 15. -Perguntar se eu conheço loja de roupa. E como pergunta para uma criança se ela conhece a loja de brinquedos. Ela pagou o sapato. E saímos pelo shopping, ela me levou até o último andar. E ao fundo do pátio tinha uma loja de marca anunciando promoção. -Minha primeira calça jeans que comprei com meu suor foi nesta loja... -Poxa que legal! - exclamei. -Eu não me imagino trabalhando por enquanto. Em 1880, na Alemanha tive que trabalhar como uma escrava durante a revolução industrial. Eu trabalhava sem parar, sem hora pra comer, e sem hora fixa de saída. Foi uma tortura. Na esteira que eu trabalhava, trabalhava o Bartolomeu, o menino em que passei um bom tempo. O tempo voava quando estávamos juntos. Eu não perdia meu tempo, mas ele perdia o dele e eu retribuía. Por mais que trabalhar fosse ruim sempre dávamos um jeito de se divertir. Ele tinha vinte e um anos de idade. Ele tinha o cabelo preto e liso partido ao meio. Ele não era tão pálido, tinha um bronzeado em suas bochechas. Um belo dia resolvemos juntar um dinheiro e viver por lá. Juntamos durante um ano. Na noite em que partimos houve uma tempestade, e nos abrigamos em baixo de uma árvore. Passamos uma semana vivendo como primatas em um bosque. Confesso que foi muito divertido. Ele gostava de mim, mas eu ficava com medo. Meu pai tinha morrido nove anos antes. E as palavras ainda circulavam na minha cabeça livremente. Mas, ele acabou pegando tifo, por conta da nossa falta de consciência sobre ratos. E ele acabou ficando com uma febre alta e delirando sobre meus braços. O hospital mais perto era a três dias. Eu fiz a pior decisão da minha vida, contar meu segredo para ele, enquanto esperava ele finalmente morrer. As coisas que ele gritava me partia o coração. "Elisabeth eu vou viver", "por que você está dançando desse jeito?", "cuide dos meus filhos como se fosse de minha mãe", "Elisabeth por que você me odeia!?!", "não entendo por que aquelas pessoas estão me olhando". Coitado, tava tão fora de si que de imediato senti falta do Bartolomeu engraçado que havia conhecido. Eu sussurrava nos seus ouvidos quase surdos: "isso já vai passa Bartolomeu, e-eu sinto muito mesmo". Mas ele não parecia me entender.
  • 16. Depois de três dias em delírio. Eu já pensando em leva-o ao hospital. Ele se virou e dormiu por um tempo que ele mais que mereceu. Eu enterrei perto de nossa árvore. Passamos três meses juntos na floresta. E muitos anos trabalhando. E foi incrível. Coloquei na árvore uma marca. Eu nunca voltei para visitá-lo. No começo achei que as única coisa que fiz por ele foram: Tirar-lo do trabalho. E partir seu coração. Mas eu fui fiel até o fim. Uma coisa que nem sua mãe foi com ele. Eu passei exatos dez anos de luto. Todos os dias acordava chorando depois de sonhar com Bartolomeu vivo ao meu lado. Não era choro de dor, era de saudades e de amargos arrependimentos. -Então você pode experimentar esta calça jeans aqui! - falou Mary me trazendo de volta à realidade novamente. -Ah, tudo bem... - falei gaguejando enquanto pegava a calça jeans e me dirigia até o provador, que era óbvio. Já que estava com uma placa luminosa. Provei e quando vi como ficou lembrei do que Mary falou sobre "ser eu mesma". Engoli em seco e sai do provador vestindo a calça. Mary me olhou dos pés à cabeça e colocou a mão no queixo e fez um olhar de reprovação. -Este modelo não é ideal para você... - falou ela. E eu dei de ombros. -Acho que este serve - falou a vendedora com outra calça jeans na mão. A calça jeans era quase roxa de um jeans meio escuro. A cor era legal. Fui de novo experimentar. A calça deu um trabalho para entrar em mim. Mas admito que a calça marcou Muito minha realidade. -Me traga um número maior - gritei com uma voz alta que não parecia ser realmente minha. -Maior? - gritou Mary. -Sim, sim!!
  • 17. Antes que completasse dez segundos da minha resposta aparece uma vendedora com uma numeração maior e mais ideal para minhas pernas. Provei e ela ficou de um perfeito tamanho de largura, mas o comprimento... Nem precisava de meias melhor falando. Se você não tiver problemas em cortar em baixo, acho que está bom. -Ah então vamos provar outras. Provei muitas calças, desfilei pelo corredor da loja enquanto Mary me julgava. Até que provei uma que rolou aplausos quando eu apareci. -É exatamente isso que eu estava pensando desde o início!! -Mary você realmente deveria ser consultora de moda. -Obrigada Amanda. Mas é melhor irmos logo. Já é quase dez horas. -Tudo bem - falei. - meu estômago nessa hora travou. Eu iria ficar nervosa e ansiosa que poderia ter insônia e um ataque de estômago durante a madrugada. Vesti as roupas e formos para a carro. O céu estava escuro e o estacionamento do shopping estava vazio. -Cara. - falei com Mary enquanto ela apertava o cinto. - Eu nunca gostei tanto de ir ao shopping para comprar roupas. - Isso foi incrivelmente fantástico... -Eu também nunca me divertir tanto palpitando! - exclamou ela rindo. -Posso te chamar de Mãe? - Você realmente parece como uma, pelo menos pra mim. -Sim claro! Eu pensei que você não chegaria a esse ponto. Mas, já que você chegou, posso te chamar de filha? - a olhou pra mim com um sorriso gigante. -Claro, aliás eu não sou realmente sua filha? - ri. -Você é literalmente incrível. -O-obrigada Mãe... - sorri. -Bem se você quiser ir para a escola amanhã eu peço para a Jennifer ou a Grathi lhe levar.. Ela será da sua turma...
  • 18. -Bem eu não sou muito fã de acordar cedo - tentei inventar motivos para só ir semana que vem. -Tudo bem. Mas amanhã eu vou trabalhar... Importa-se em ficar sozinha por algumas horas? -Não eu até gostaria de um tempo para mim. -Se quiser conhecer Grathi, vai na casa da frente. É uma laranja com o jardim cheio de mudas. -Não me diga que ela tem um jardim! -Sim, Ela é do tipo vegetariana que ama as plantas. Então não banque a boa amiga levando uma pizza de frango pra ela. Rimos por um tempo. Em toda minha vida eu nunca conheci uma mulher bonita e legal ao mesmo tempo. - Jonh passou muito tempo imaginando você conosco. -Falou Mary com o tom de voz de um médio volume. Ele sempre quis uma filha. -Eu sempre quis um pai - que não morresse teimando que tinha errado em decidir se casar, pensei então sorri. -Quando seu vôo apareceu, Jonh não tirou o sorriso da cara. Imagino que para ele as coisas acontecem bem rápidas, e que as emoções ainda corria pelo seu corpo. E que devido a isso, e a sua limitações pessoal. Conclui que Mary era apenas uma fase. E que eu deveria, e também queria, ser mais próximo de Jonh. -Ele se importaria se eu o chamasse de pai? - pensei, refleti e perguntei. Mary me respondeu com um aceno com a cabeça e continuou. -No começo ele vai travar. Mas depois ele vai retribuir. Só é ter paciência... Chegamos em casa. Fui em direção ao meu quarto. Mas antes avistei Jonh estava na varanda da casa. Olhando o horizonte. Dei uma batida na porta de vidro ele me olhou automaticamente e eu acenei. - Boa noite! Pai. -dei um sorriso de criança feliz. Pela sua expressão ele congelou mas processou rápido.
  • 19. -Boa noite filha! Durma com os anjos. - falou orgulhoso, como se Ele sempre quisesse dar boa noite para alguém que não fosse Mary. Enquanto tentava dormir os pensamentos rondavam soltos. E a única coisa que me manteria segura aquelas alturas era que eu estava amando aquela família. X6y
  • 20. III –Tentar parecer normal. Acordei no dia seguinte com o estômago revirando devido ao meu pesadelo ao lado de Bartolomeu, que era muito frequente. Ele estava quase morrendo e ainda insistia de que eu Iria esquecê-lo um dia. "Você vai achar alguém igual a mim, e vai prometer que eu só fui um capítulo da sua história" falava ele com raiva e meus olhos cheio de lágrimas que tentava provar ao contrário. Se aquilo realmente tivesse acontecido, e eu pudesse voltar ao passado. Eu mostraria a Bartolomeu que mesmo 130 anos depois. Eu estava viva e ainda sonhando com sua cara e acordando com tantas saudades que meu peito doía. Fui direto até a minha suíte. Ajoelhei-me na privada e fiquei pensando em motivos para não vomitar. Primeiro :Se eu fizer isso ele não vai voltar. Segundo : Mary e Jonh ficariam preocupados. Terceiro :Mesmo que ele tivesse vivo. Nada teria acontecido com a gente. Eu me levantei e fui até a pia. Eu acordei perfeitamente descansada. Apesar de parecer que o sonho tinha atrapalhado minha noite. Eu estava errada. Avistei o reflexo do espelho. Uma carta em cima da minha cama. Vi que era de Mary ao me aproximar "Amanda, tive que trabalhar o dia inteiro. Você dorme igual uma pedra tentei te acordar e nada. Se você quiser tomar café tem cereal na gaveta de baixo, algumas frutas, (você pode fazer um suco) , tem ovos, e algumas panquecas prontas. Quero que você passe o dia bem, sentirei saudades de você, até às 18h" Dei um sorriso. Eu desci para a cozinha e avistei Jonh sentado no sofá. -Bom dia Pai!
  • 21. -Ah, bom dia filha. Preciso ir trabalhar. Só fiquei aqui para garantir que estava bem. Até às 17h. -disse e me levando uma bolsa e indo até a garagem. Fritei uns ovos. E comi. Pensei no que eu faria durante o dia. Acho que vou passear pela vizinhança. Vou tentar agir como uma pessoa normal. Preparando-me para a escola. Ser normal não era muito difícil. E agora como Amanda eu tinha que tentar realmente parecer normal. Pensei em fazer uma amiga. Mesmo que não iremos poder compartilhar alguns segredos como minha imortalidade ,mas, iria ser legal. Sai de casa. E na casa da frente avistei uma menina em baixo de uma árvore. Ela olhava pra mim como se eu fosse uma criança pulando e saltitando em sua direção. -Oi - Falou ela em uma distância confortável - Você é nova por aqui? -Sim, sou Amanda prazer - estendi minha mão e ela segurou e se apoiou nela para se levantar. -Prazer Amanda, sou Graciele. - Então você tem quantos anos? -Dezesseis anos. E você? - eu não queria assustada com a verdade :prazer tenho quase 200 anos. -Dezessete. - Amanda você é a nova filha da Mary e do John? -Sim. Sim. -Meus pais e eles são grandes amigos. Eles falaram da sua chegada desde que souberam de você. - ela sorriu e então olhou para o meu cabelo com uma pausa. Então continuou: -Gostei do cabelo. - disse ela pegando uma mecha. - é seu mesmo? -Sim, claro - falei com vergonha. Por que sempre me perguntavam se era original? Só por que ele era laranja liso e com uns cachos delicado nas pontas? -Também gostei do seu cabelo. - ele era liso e castanho. Até o ombro. Nada de diferente- Ela era magra e da minha altura. Ou seja ela era um tamanho bom para ser adolescente. -Você vai para a escola hoje?
  • 22. -Pensei que a aula fosse de manhã. - Gaguejei. -Não. Começa às 14h. Se você for posso lhe apresentar a escola os professores. Talvez peguemos à mesma turma. -Que ano você vai fazer? - Perguntou ela. -Eu acho que é segundo. -Eu também sou segundo. Bem, repeti ano passado. -Lamento - disse. -Sabe como é não é? Gostar de alguém e repetir só pra passar mais tempo com ele. -Sim balancei a cabeça. - mas ao invés de repetir séries, queria repetir turnos de trabalho quase escravo perto de Bartolomeu. Ela se sentou de volta a arvore. E eu sentei ao seu lado. Será que pareço uma louca? Uma antecipada? Minha cabeça era motiva às perguntas naquele instante. -Você tem um apelido que goste? - perguntou ela. -Não.. E você? -Grathi. Pode me chamar assim se quiser, este não é um apelido só para intimos, sabe? -Sim. Sei. Bartomoleu odiava o Nome dele, então eu o chamada de "Bart" . Ele também odiava meu nome. Sim ele odiava tudo, menos a mim. Ele me chamava carinhosamente de Betha, e Se alguém me chamasse assim ele ficava roxo de ciúmes. -Quer ir lá em casa? -perguntou Grathi. -Ah tudo bem. - topei na hora. Passamos pelo jardim. Ela me apresentou algumas flores como rosa, Jasmim... Entramos na casa dela. A Mãe dela que estava cozinhando ficou de boquiaberta com a visita:
  • 23. -Olá fofa- sorriu ela- pelo seu cabelo acho eu que seja filha da Mary, acertei? -Sim - falei - a Mary deveria ter se empolgado tanto? -Seja bem vinda - ela admitiu - Espero que goste da minha filha como amiga - disse ela apontando a colher de pau para a Grathi. Que ficou rosa. -Sim, ela é legal - falei olhando pra ela e rindo. - ela me fez um sinal para subirmos. Quando chegamos ao seu quarto. Ela tinha uma biblioteca dentro da casa. Nas paredes tinha post-it. Com muitas, mas muitas frases de amor. - V-você ta afim de algum menino? - perguntei assustada. Mas isso era normal. -Deu pra perceber não é? - falou ela passando os dedos pelos post-it. -Aham. Nenhuma pessoa normal faria o uso de tantas palavras do que uma pessoa realmente apaixonada - Ri. E ela me olhou então mordeu os lábios. -Você tem razão, as pessoas só param para escrever quando estão amando - disse ela. -É da nossa classe o garoto? - Perguntei. -Se você for hoje, vou mostrar. Mas não ria, ele não é tão bonito. -Qual é, você não pode ter um péssimo gosto. - assenti. -Mas eu tenho, e este é o problema. -Ele sabe disso? - perguntei. -Sim. - disse ela sentando na cama olhando para o chão. Ta eu vivi 150 anos, e sempre vi pessoas que morreram sem se declarar.. Mas aqueles post-it me dava a ideia de que ele sabia disso, mas ignorava-a por um motivo simples: Orgulho. Eu tinha acabado de abrir alguma ferida nela! E agora o que eu faço? - fiquei pensando por um tempo. -Você realmente tem muitos livros - falei passando os dedos nas prateleira - você já leu todos?
  • 24. -Eu ganho estes livros da minha mãe. Mas eu não gosto muito de ler. Eu já sou uma azarenta com amor. E Ler perfeições de romances me deixa pior. Sabe como é... Finais felizes. - bufou ela. Eu gostaria de ter um final feliz. Mas eu só poderia ser feliz, por que meu final era eu me apaixonar e morrer. -Por que não cria um Romance que acaba mal? Só pra se sentir melhor. -Até que não é uma má ideia Amanda. Você me ajudaria? - perguntou ela animada se virando bruscamente para mim de novo. -Sim, claro. -Alguma experiência que queira escrever? - riu ela, e eu sabia exatamente do que se tratava. Eu não tinha nascido ontem. Sim coloca ai - pensei - eu gostava de um menino Chamado Bart, Mas ele morreu delirando nos meus braços de tifo. E eu tive que o ver morrendo enquanto ele achava que estava bem. Pausei e encarei os livros por um longo tempo. -Amanda você está bem? - puxou Grathi para sua direção e ela viu minha expressão. -Ele morreu. - falei com uma lagrima escorrendo. Virei à cabeça e suspirei. -Nossa Amanda isso é horrível - lamento. -Tudo bem ele.. Ta em paz agora. -Qual o nome dele ? - Perguntou ela. -Bartomoleu, Bart melhor. - falei enxugando as lagrimas. Ela pesou imediatamente um post-it e escreveu na mesa. Entregou-me um papel laranja com a caneta de tinta preta. "Ele partiu, mas para o seu bem. Ele foi tão importante que deixou seu rosto no seu coração, e seu sorriso em sua mente para você não esquecer de nada , nem do pequeno detalhe de sua história" - Isso é muito lindo - falei segurando o papel.
  • 25. -Espero que se sinta melhor.. Eu sinto muito, muito mesmo. -Ah quer saber, é passado - Foi no século XIX , pensei. -Acho que vou a escola hoje, me empolguei - falei com ela. -Se importa de uma companhia ? - perguntou ela meia vermelha. -Não, eu até gostaria- Falei com ela e logo abaixei a cabeça -Acho que seremos grandes amigas - Falou ela estendendo as mãos. Eu apertei e falamos juntas "Grandes amigas" Ta, no começo pareceu estranho eu ter uma amiga apaixonada. Mas eu até que não achei uma má ideia. Ela não tinha culpa de escolher se apaixonar, na verdade mesmo que ela tivesse. Ela não teria uma conseqüência forte. E Ela parecia precisar de uma amiga. E eu também, Amanda Chevalier. Para a primeira tentativa de fazer uma amiga de verdade foi até boa. Eu pensei que passaria vergonha ou algo do tipo. Mas, eu, fui tão ... Normal. Olhei no relógio e vi que era quase 12h. Tenho que me arrumar para ir a escola. Vejo-te ás 14h? -Sim ! - falou ela com um sorriso.- até mais - acenou. Desci as escadas e falei com a mãe de Grathi. -Tchau er... - não sabia seu nome, então ela olhou pra mim e respondeu: -Katy. - com um sorriso. -Tchau Katy. - continuei. Sai pela porta e vi o carro da Mary acabando de chegar. -Amanda - gritou ela quando saia do carro. -Sim? -gritei respondendo. -Gostou da Graciele ? - perguntou ela se dirigindo a mim. -Gostei, ela é minha nova amiga.
  • 26. -Espero que sim - disse ela. -Quer ir a escola? - perguntou. -Quero. Ta era estranho. Eu não queria ir pra a escola. Agora eu queria. Pareci uma criança. Mas eu gostava. -Sua bolsa está no Armário da Sala - explicou ela- compramos uns cadernos e umas canetas... Entramos pela porta da frente, e eu fui direto para o Armário. Quando eu abri tinha uma Bolsa xadrez roxa com preta. -Mãe esta bolsa é linda. - foi você que comprou? - perguntei já sabendo que sim, ela tinha comprado. -Não - falou ela e meu pensamento se estourou - Foi Jonh. -Cara ele sabe mesmo como agradar uma garota - Falei sem esconder meu sorriso. -Não discordo - Ela falou, então abriu na geladeira um almoço e esquentou. -Olhe vê se não se mete em confusão. - como minha filha te peço que não seja como eu. -Todo o dia eu arrumava confusão na escola. - Berrou ela. Eu nunca convivi mesmo com alguma turma, e eu era uma pessoa quieta, então não arrumava confusão. Mas Mary tinha uma cara de menina que adorava uma Briga. Então senta aqui e vem almoçar comigo Filha. - Falou ela em uma voz doce. Sentei ao lado dela, e comi devagar. Enquanto olhava o caderno e preenchi meu nome e minhas informações. "Caramba que dia eu nasci?" Eu esqueci completamente. Eu esqueci o dia que eu haveria dito, só o ano 1993. -Seu sobrenome é lindo! - exclamou Mary. - ele é francês não é? -Sim, eu amo esse nome. - exclamei mas Tara Tufte ainda era bem melhor. -Você tinha outro sobrenome ? - perguntou ela e eu fui sincera.
  • 27. -Sim - balancei a cabeça - Tufte. -Você além de linda tem nomes lindos - exclamou ela novamente - esse nome é tão... Raro?!? -Raro ? Vai me dizer que já viu alguém com o sobrenome Tufte - um nome que já não era comum em 1860. -Nunca vi - admitiu. -Por que preferiu Chevalier? - Em geral tufte era o meu código de imortal. Hoje em dia, em pleno século XXI era desconhecido. E Chevalier era um nome. Moderno. -Por que eu gosto de nomes franceses - ri descontroladamente e nervosa. -Amanda Chevalier Tufte? - a decifrou. -Amanda Tufte Chevalier - mentira, era Tara , pensei. -O meu é Mary Scott, e o de seu pai é John Jackes Scott. Jackes era o nome do meu pai. - O que acha do nome Tara? - perguntei com um nó na garganta . Era meu nome verdadeiro. -Nome de menina Briguenta, que faz bullying. - Riu ela. -HAHA - pensei que esta descrição estava fora de cogitação, eu jamais iria brigar com alguém, mesmo se eu hoje me chamasse Tara. -Como sua antiga mãe se chamava? - perguntou ela muito curiosa. -Lily Chevalier - apesar de minha mãe ter morrido há 145 anos. Eu não ligava muito, ela me deixava com saudades. Mas, ela fez o melhor que pode. -Lindo nome. Era o nome do meu... - ela parou e olhou para o horizonte procurando forças para falar. - bebê. - cuspiu ela. -Você tinha um bebê? - perguntei. -Tinha, infelizmente ela morreu. A Lily. Mas já faz muito tempo, eu ainda era adolescente, namorava com Jonh. -O que aconteceu ? - perguntei curiosa. Mas sabendo que não poderia entrar muito em detalhe.
  • 28. -Ela morreu dentro de mim. E Depois eu fiquei estéril. -Lamento muito mãe eu... Lamento de verdade. - falei com verdade. -Tudo bem. Superamos tudo. Mas isso foi importante por que, bem, você está aqui conosco e você realmente nos faz ter certeza de que está tudo bem. Eu abri um sorriso sem graça, e ela continuou: - Nossa filha era meia ruiva, igual a você - Falou ela sorrindo em meio das lagrimas. - Por isso que você é especial, você nós a lembra. -Mas fique tranqüilo, isso aconteceu em 1993. - sorriu ela. Cara ela era tão velha assim? - pensei e fiz uma careta. -Tenho 35 anos Amanda. - ela riu. -Ah sim. - ri também. -E John? -Também. - ela riu então se encostou na cadeira. -A Conversa está ficando ótima, mas você precisa se arrumar. E Eu preciso voltar ao trabalho. Levantei-me e fui em direção a Mary. Ela era um pouco baixa. Da minha altura. Então eu dei um abraço muito forte e beijei sua testa. -Até mais tarde - falei subindo as escadas. -Boa Aula Amanda ! Divirta-se. -Obrigado e com Trabalho - Gritei já no fim da escada. Tomei um banho bem relaxante. Vesti o moletom Azul, a calça jeans, o Sapato que havia comprado ontem. Enchi-me de perfume, e coloquei um pouco de maquiagem. Parti meu cabelo ao meio no topo da cabeça, e coloquei algumas madeixas atrás da orelha e na frente do ombro. Sem querer me gabar mas, a cor do meu cabelo era de chamar a atenção. Peguei minha identidade na Mala e vi: Nasci no dia 26 de março de 1993.
  • 29. Eu a olhei, e coloquei no bolso, tentando ignorar minha cara esquisita. Desci as escadas peguei a bolsa e sai correndo para a garagem. Sai de casa e vi Grathi parada na mesma árvore de hoje de manhã. Acenei e ela acenou de volta. Atravessei a rua e parei em sua frente.
  • 30. IV – De Volta à escola. -Vamos a pé? - perguntei e ela balançou a cabeça: "Sim" Começamos a andar e ela se virou para mim e começou a conversa. - Eu sei que ser novata é ruim, mas por favor não cometa confusão o diretor não gira muito bem. -Vou tentar - não seria muito difícil. Demorou uns quinze minutos para chegarmos. Na hora que vi minhas pernas ficaram moles. Meu deus eu de novo no ambiente escolar. Formos na recepção e um grupo de meninos me olhavam. Fiquei morta de vergonha. Aos poucos a sensação de estudante voltava dentro de mim. - Sou nova aqui - falei com a recepcionista e ela abriu um sorriso falso. -Amanda Chevalier? - perguntou ela com o óculos um pouco abaixo dos olhos. -Sim - sorri e ela me entregou o horário. -Boa aula - falou ela enquanto eu ouvi uma movimentação no corredor. -Hoje você tem crédito de chegar atrasada- falou a recepcionista. - mas só hoje. Fiz que sim com a cabeça, e a Grathi que estava sentada tomou o horário da minha mão. -Só Temos duas aulas juntas. -Suspirou ela - De seis só duas. Você vai passar quatro aulas sozinhas. Começando com essa. -Que aula é agora? Perguntei. -Matemática. -Droga - bufei.
  • 31. -Vamos eu te levo para a sala - falou ela abrindo a porta de vidro. Andamos por um longo corredor de armários. No final do turno eu iria descobrir qual seria o meu. -Ela me levou para uma sala que de muitos metros de distância se ouvia a algazarra. -Então esta é a Sala. O Professor é o Dany. -Obrigada Grathi. Nós nos abraçamos. -Boa sorte.E vê se pede ajuda pra alguém depois desta aula te levar até a sala de Biologia. Entrei na sala com a maior naturalidade, eu já tinha feito isso a muito tempo. Mas não por um ano inteiro. Avistei um lugar vazio no meio da sala. E eu sentei. Na minha frente tinha um menino loiro do cabelo pra cima que estava sentado na mesa, e não na cadeira. Ele se virou e ficou me encarando. Eu já não era tão veterana assim. Ele com certeza era aquele menino que era louco por esporte. Fiquei olhando pra ele mordendo os dentes e arqueando as sobrancelhas. Ele ficou sem jeito e se sentou. Quando em seguida o professor entrou na sala e fechou a porta. -Boa tarde classe- falou um professor alto com uma camisa xadrez e uma calça jeans. Ele era branco, e tinha o cabelo preto curto. A sua voz era um pouco rouca. -Boa tarde- repetiu metade da turma. - eu fiquei quieta olhando para os lados. - Vi que temos uma aluna nova por aqui - falou ele com um sorriso, enquanto toda a sala se virava para mim. -Venha para cá jovem, e se Apresente. - acenou ele. E eu me levantei e fiquei na frente da classe inteira. A Classe tinha sem dúvida uns 35 alunos. -Gente - falei - Meu nome é Amanda Chevalier e eu tenho dezesseis anos. - bufei - eu acabei de me mudar para cá... Mas eu não vim de muito longe. -Alguém tem alguma pergunta para fazer a Amanda? - exclamou o professor. Dez meninos levantaram a mão. -Que não seja para pergunta se ela é virgem, ou se ela tem namorado. Por favor ! - ele falou com a voz mais alta. Mas ainda sim aparentemente rouca.
  • 32. A Sala deu uma gargalhada, e eu também. Apenas um continuou com a mão levantada, o menino que estava na minha frente. -Lucca, pergunte. - Ordenou o professor. -Amanda - falou ele - seu cabelo é realmente assim... - pausou ele - laranja? Todos me olharam para prestar atenção e questionar a pergunta. -Sim - respondi tocando nele - é sim. -Ah, é tão difícil por aqui essa cor, mas seu cabelo é lindo - disse ele com um sorriso torto pra mim. A Sala toda ficou "woonwt" e o professor ficou rindo. -O-obrigada - gaguejei. - Ta a ultima vez que eu recebi um elogio de um garoto foi quando estava na festa de 1980. “Quando um garoto com o cabelo branco e os olhos cinza, estava bêbado, e chegou perto de mim “gritando “ você é linda, muito linda, me beija”. Eu dei um tapa na cara dele e sai da mesa que ele estava. Então voltei à realidade. Sentei-me na cadeira. E o professor olhou meu nome na caderneta e perguntou: -Amanda você tem um lindo sobrenome. Como você conseguiu? Seus pais são de outro país? -Chevalier é um nome francês - continuei - Minha mãe me deu ele. - sorri. -Lindo nome - se virou Lucca e sussurrou. -Obrigado - falei e sorri de leve. E ele continuou a aula. A Aula passou rápido. Quando acabou eu juntei meu caderno e olhei a próxima aula: Biologia. -Que diabos fica a sala de Biologia? Sussurrei para mim mesmo. -O Garoto da minha frente tomou rudemente meu horário e falou.
  • 33. -Droga, a Minha é Inglês. - mas, eu lhe levo para a sala. - insistiu ele. -Eu só não neguei por que eu precisava ir. No caminho eu estava dura, Meu deus mal começou o dia e eu já tinha arranjado um problema! Ele me levou até a sala de biologia e eu olhei para seus olhos verdes. -Obrigado Lucca. - sorri. -Por nada Amanda. Chame-me de Luc. E até a próxima aula de matemática. - disse ele escorando na parede com o cotovelo na parede. Tentando, achando eu, me impressionar. Entrei na sala, e a Sala estava praticamente vazia. Sentei mais ou menos no mesmo lugar que tinha sentado na aula de matemática. A Sala tinha vários cartazes, e toda decorada. Aos poucos foram entrando as pessoas. Todas me olhavam, claro. Mas eu não ligava, minha atenção ficou toda no mural da classe. Á minha frente sentou uma menina do cabelo preto, junto com outras duas loiras. Uma com o cabelo bem cacheado, mal humorada, e pelo jeito bem mais velha e gótica. A Outra com o cabelo liso, ela usava uma tiara Dourada. Ela parecia ser tímida. E a da que estava sentada na minha frente era bem morena, tinha o cabelo preto ondulado. Parecia uma índia. A Professora entrou na sala em seguida. Todos se calaram e se viraram para frente. -Lá vem a bruxa - sussurrou a garota que parecia gótica. -Nancy eu sei que você me odeia - falou a professora olhando para ela friamente. -Que bom - Falou Nancy- nem preciso fazer comentário posteriores. -Ela olhou mortalmente para a Nancy e ela continuou mascando o chiclete debochadamente. -Jogue este chiclete agora ! - gritou ela desesperadamente.
  • 34. Nancy continuou olhando para ela sem nenhuma reação. A Professora baixinha, com o cabelo castanho, e os olhos verdes começou a ficar roxa de raiva. -Já chega - gritou ela com o tom mais rude que pode - Nancy saia da sala. Ela deu um sorriso se levantou e acenou para a turma. -Boa sorte com essa bruxa - a riu e olhou para a professora que via que tinha perdido todo o respeito - vocês vão precisar. Ela bateu a porta e saiu. Um silêncio profundo se estendeu sobre a sala. -Alguém gostaria de ir com ela? - a professora continuou. Então começou a citar nomes que provavelmente já fizeram cenas parecidas. Ninguém falou nada, então ela começou a aula. Eu vi que ninguém prestava atenção. Não havia ninguém que estava focado no assunto. Eu mesmo estava focada nos papeis que eram passados banca por banca. Todos assinavam e davam para a pessoa que estava atrás. Até que chegou a mim. E Eu vi que era uma lista de presença. Em uma folha comum. "Mais uma aula que ela tem ataques, quem está de prova?" Eu assinei meu nome, e passei para o menino que estava atrás de mim. -Prazer Amanda - sussurrou o menino. -Sou Matt. -Oi Matt. - falei - acho que não é uma boa hora para conversarmos. -Tudo bem o sussurrou - ela deve ter te assustado. Fiz que sim com a cabeça então a professora bateu loucamente no quadro. -Que diabos vocês estão fazendo? - gritou a professora com uma cara animal. Todo mundo gelou. E Então quem estava com a folha fez um movimento brusco e a escondeu.
  • 35. Ela passou alguns minutos olhando mortalmente para cada um de nós. Nem pareceu perceber que eu era novata. Mas também ficaria feliz se ela não soubesse meu nome. Aliás, muito feliz mesmo. -Qual o nome dela? - sussurrei o mais baixo que pude enquanto fingia pegar algo no chão. -Daisy - sussurrou ele. Lindo - pensei - minha professora de biologia é um animal. Ela se virou para escrever no quadro, e o sinal tocou. Todos em silêncio se levantaram. E Eu vi que a sala que estávamos não tinha nem vinte e cinco alunos. Quando sai dei um suspiro de alivio. Então a Nancy, estava no corredor encostada na parede com uma cara nada feliz. -O que houve Nancy ? - perguntou a menina do cabelo preto que estava a minha frente. -Aquela bruxa, estou de detenção - uma semana. - resmungou alto ela e socou um armário. -Porra! - gritou à morena - você quer morrer? Vai se encrencar de novo. -Caralho Kimberley - gritou Nancy - você não tem ideia de quantas vezes eu já me ferrei por causa dela esse ano?!? Você não tem ideia mesmo! -Quatro vezes? - Disse Kimberley. -Quatro vezes um caralho! A Próxima briga eu vou pegar cadeira, já foram dez. - Calma - falou baixo a garota loira tímida - fizemos um abaixo assinado. -Obrigado Cherry - mas mesmo assim eu não agüento mais isso. - ela bufou e então alguém passou por elas e entregou o papel. Ela folheou e eu sai procurando alguém decente para perguntar onde ficava a sala de Português. -Quem diabos é Amanda Chevalier? - ouvi Nancy questionando. Na hora meu coração gelou. Mas ela não perguntou por mal, só ficou confusa.
  • 36. -É a Ruiva. Novata. Ela assinou, Mais uma vitima da loucura Daisy. -Coitada, deve ter ficado com medo. - Comentou Cherry. -Todos ficam com medo daquela bruxa - gritou Nancy. Eu me afastei o bastante para não ouvir mais a conversa. Encontrei Matt meio perdido, então fui falar com ele normalmente. Ficar normal era fácil. -Matt poderia me levar até a Sala de português? - pedi. - por favor. -Também vou para lá. - ele sussurrou. -A Professora de português é louca também? -Não, a Miranda é muito calma. -Confio em você - ri um pouco. -Vamos - ela detesta alunos atrasados. Caminhamos um pouco e ao entrar na sala a professora estava lá sentada no beiro. Conversando com as garotas que sentam na frente. Uma menina que sentava na frente na aula de Biologia sentou perto da professora e exclamou. -Cara a Daisy está cada dia mais louca - falou ela em tom alto - Miranda ela está ficando fora do controle, literalmente. -Mas também a Nancy pede - ela falou como se realmente tivesse o direito de falar assim. -Também - falou ela- mas ela grita muito e bate no quadro todas às vezes. - eu sinceramente tenho medo dela, e não é pouco. Miranda riu. -Infelizmente não posso fazer nada, só tentar tirar vocês do trauma da aula Passada. - falou Miranda com a voz doce. -Nancy é uma boa aluna comigo - mas - ela ás vezes pega pesado com a Daisy. - comentou novamente Miranda.
  • 37. Todos concordaram com a cabeça e em seguida a sala estava cheia. -Temos uma aluna nova - sorriu a professora olhando para mim. Fiquei vermelha de novo. E novamente todos me olharam. -Qual seu nome ruivinha? -Amanda Chevalier - falei sorrindo. -Seja bem vinda. - você estava na aula da Daisy? -Aham. -Falei quase querendo vomitar. -Coitada - comentou alguma garota. -Me perdoe por ela. Ela é uma exceção nesta escola. -Tudo bem. Meu medo vai passar. - falei rindo. A Sala toda riu e eu senti que gostei da professora. -Bem Amanda, eu trabalho com esta turma para viver em sociedade. Então como sempre faço, vou pedir que todos falem seus nomes, e uma qualidade. Para você não ficar perdida. Somos uma família. Não só aqui mas em toda a escola. Mas a família mesmo, começa em um espaço pequeno, e esta é a única sala que parece pequena. Acenei com a cabeça e Miranda apontou para o primeiro da fila da Direita. Todos falaram seus nomes. Chegou nas meninas da frente e uma delas me chamou a atenção. -Meu nome é Judith Houston - falou ela- mais o nome não era o problema. O Problema mesmo era que ela pareceu minha irmã Chloe. Ela era loira dos olhos azuis. Magra, cabelo liso, boca fina, olhos finos, sobrancelha arqueada, bochechas rosadas, e voz de anjo. Pensei em me levantar e falar " Chloe você é imortal ? Mana se lembra de mim? " . Mas era impossível. Ela se sentou e eu sorri. Miranda começou a dar aula e eu comecei a lembrar de Chloe.
  • 38. Chloe era mais nova que eu um ano. Ela nasceu e eu me lembro que fiquei cuidando dela quando ela ficou maior. Não brincávamos juntas por que... Meu pai tentava nos informar sobre nossa condição. Quando meus pais morreram, eu tinha 10 anos, Chloe tinha nove. E ela não passou nem seis meses comigo. Ela morreu. Foi tudo muito rápido. Mas ela realmente era muito mais linda do que eu. Ela era literalmente a filha mais bonita. Eu queria vê-la casar. Com um grande homem. E ela uma grande mulher. Lembro-me que ela tinha uma boneca chamada "Nicki" que eu fiz questão de enterrar com ela. Ela até hoje é um dos meus orgulhos, apesar de que, ela ás vezes me dava inveja por poder gostar de alguém. A Aula acabou, e eu praticamente pensei em Chloe. Até me lembrei por que eu deixava de ir a escola. A Escola deixava meu passado mais presente. Era intervalo. Sai da sala e fui ao pátio. Chegando lá vi Nancy, Kimberley, e Cherry sentadas no muro procurando alguém. Passei por elas e suspirei quando não era eu quem estavam procurando. Sentei embaixo de uma árvore. E de longe Avistei o Luc. Tentei ficar invisível, quase consegui. Eu fiquei mas não para ele. Ele veio em minha direção e falou: -Amanda você tem... Namorado? -Não por que se eu me tiver vou morrer - pensei, mas respondi : não. -Ah... Bom saber. Olhei em nossa volta e vi uma menina com o cabelo castanho olhar para mim com o olhar de ódio. Mal cheguei e já tenho inimigas? Meu deus que dia louco. - Pensei. Vou ali comprar um suco... Quer alguma coisa? - ele me perguntou educadamente. -Não obrigado - sorri.
  • 39. Logo em seguida Grathi apareceu. -A Daisy é um demônio - Falou ela jogando a bolsa no chão. -Que diabos ela tem ? - me soltei - falando agora igual adolescente do século XXI. -Não sei, queria eu saber - ela se sentou e então ficou olhando para o Luc que estava não tão longe. -Foi impressão minha ou o Luc estava conversando com você? - Ela perguntou. -Ele não largou meu pé na Aula de matemática, me elogiou na frente de todos. - Credo - quase vomitei. -Ele trata todas as meninas igual um lixo. - ela bufou. Que diabos está sendo meu dia: Um garoto bonitinho fica afim de mim em menos de três horas que eu estou aqui? Cara isso é ridículo. - pensei. -A Próxima aula é de História, depois é Química. - Estamos juntas nessas aulas? -Abam - ela sorriu então olhou para mim. - O que achou da Miranda? -Ah ela é muito legal, dócil. - mas - me conta como é o professor de história e o de química. -A Professora de história de chama Lílian, ela dá aula muito bem, ela é super- engraçada. - a imaginei. -O Professor de química é um bobo brincalhão - mas - se ele descobrir alguma coisa sobre você ter chocolate ! - haha peça ajuda ao teu Deus. Ela olhou para a cantina e então apontou. -Ta vendo aquele menino moreninho ali ? Que está cheio de chocolate? -Sim - falei observando. -Ele vai para nossa classe de Química. Você vai ver o que ele vai fazer. O Sinal tocou, eu e ela se levantamos então ela me guiou até a sala de história.
  • 40. A Professora tinha montado uma cena de uma peça de teatro. O que haveria acontecido ali? - me sentei atrás de Grathi e fiquei olhando para o mini-teatro na frente da sala. A Sala ficou com bastante alunos, superando visivelmente a Daisy, mas, a Miranda ainda estava na frente. -Boa tarde Alunos ! - falou Lílian. -Boa tarde - todos responderam - inclusive eu. -Hoje vamos aprender sobre a Primeira guerra mundial. -Mas antes - interrompeu-a mesma. -Você ruivinha, venha pra cá pra frente. Disse ela batendo na cadeira vazia em sua frente. Meu deus eu teria que mudar de lugar? Meu deus ver o teatro de perto. Que emoção. Levantei-me e sentei a sua frente. -Qual seu nome gatinha? - perguntou ela com um sorriso enorme no rosto. Ela era loira com o cabelo até os ombros, bem liso. A Cara dela era um pouco mais gordinha do que o corpo, que era magro. Ela tinha os olhos verdes e era muito, mas muito branca. - Amanda Chevalier - falei sem medo. -Amanda pra você o que é história? - ela perguntou e eu engoli seco. -História é ... Gaguejei . É um tempo da vida de alguém, ou de algo que se torna tão especial , ou tão singular que ... É inesquecível por toda a eternidade, ou por todo o futuro não tão distante. - parei de falar quando eu vi que todo mundo olhou para Lílian como se eu tivesse falado algo de outro mundo. -Isso mesmo - disse Lílian - você é incrível Amanda. -Sou Lílian, sua nova professora de História. Seja bem vinda a minha aula, meu objetivo é fazer o mundo não cometer o mesmo erro do passado, revivendo ele. Até por que o passado é o futuro de uma maneira diferente concorda Amanda?
  • 41. -Sim, sim. Ela olhou pra mim e inclinou a cabeça. -Lindo cabelo - e então começou sua aula. -Ta. Foi à aula que eu mais gostei até agora - falava com Grathi enquanto saiamos da sala. -Literalmente ela é a melhor professora, em minha opinião. - falou Grathi. Entramos na sala de química e tinha uma tabela periódica desenhada no quatro. O professor estava apoiado perto da porta dando Boa tarde para cada aluno que entrava. -Seja bem vinda - ele falou para mim com um sorriso e uma voz comum, mas, sincera. -Quando eu me sentei o garoto do chocolate passou. O professor o viu, deu um surto e agarrou a mochila dele. -Seu infeliz eu sei que você está com chocolate! - falou ele enquanto toda a sala ria. -Se você não me der um - ameaçou ele no tom de brincadeira - detenção por um mês. - ele riu e então o garoto deu um chocolate para ele sem nem muito show. E ele o encarou dos pés a cabeça. -Deve ta envenenado esse chocolate - ele cheirou o chocolate e ficou olhando para o menino enquanto ele se sentava no lugar segurando os risos. -Não vou comer - mas obrigado pela consideração Gabriel. - ele guardou no bolso e então alguém do outro lado da sala perguntou. -Sthephanno me dá o chocolate então? - Era uma menina com o cabelo cheio de cachos pretos e os olhos verdes. Ah o nome dele era Sthephanno, pensei. -Venha pegar sua infeliz - se você morrer não venha me culpar. Culpe seu amiguinho aqui que guarda chocolate até na cueca! - ele apontou para o menino e a sala toda entrou na gargalhada. -Gente parou, vamos começar a estudar.
  • 42. Ele começou a perguntar algumas perguntas, então ele fez uma pergunta bem difícil e um menino respondeu. -Até parece que é inteligente - comentou o professor - que diabos você acertou essa pergunta?. Ele riu e então ele olhou para mim que estava do seu lado e comentou "Ah a ruivinha deu a resposta" - disse ele rindo. Enquanto indignado o garoto tentava mostrar ao contrário. O Sinal tocou e o professor me chamou. -Ruivinha venha cá. - e eu fui. -Seu nome é.. ? -Amanda Chevalier- completei. -Amanda, cuidado com a peça do teu lado viu. - ele piscou para mim. - Tudo bem, eu cuido - ri então percebi que ele só queria saber meu nome. -Até mais professor. -Até Amanda! Quando eu saí Nancy estava parada na porta. Sua próxima aula era de Química. -Grathi qual aula tenho? E onde é? -Você tem aula de... Matemática. A Primeira sala que você foi... Lembra-se? -Sim. Despedem-se e então eu andei um longo percurso até a sala do professor de matemática. Cherry estava me acompanhando. Literalmente ao meu lado. Sentei na mesma cadeira que eu sentei na ultima aula e Cherry sentou atrás de mim.
  • 43. -Amanda - sussurrou ela - Nancy agradeceu por você ter assinado - sorriu ela e eu olhei para trás. -Por que ela "agradeceu" ? Eu só fiz minha parte oi. -É que você ainda não teve tempo de ser subordinada, nem de ter raiva da Daisy, e o vice diretor acreditou em você. -Nossa, fico feliz em ajuda - lá, ela sempre se encrenca assim com a Dai...? - engasguei. Mas ela entendeu -Ela toda as aulas arruma confusão, Literalmente, ela é uma garota que arruma confusão em qualquer parte. Não sei como ela ainda tem coragem de entrar nas aulas dela. 10 vezes foi só que ela saiu da sala. Mas elas discutem, e brigam quase sempre. -Nossa, mas Ninguém aprende nada na aula dela? - perguntei meia assustada. -Nada, Passamos colando. - infelizmente. -Lamento muito. Mas eu vou me virar pra estudar - menti. -Tudo bem, nós respeitamos quem não quer participar do rodízio. -Rodízio? - questionei. -Rodízio de cola, Alguns alunos estudam e passa as respostas por uma espécie de rodízio. Mas quem não quer ajudar, não faz diferente, a maioria da sala está no Rodízio. -Ah, falei. Foi um prazer conversa com você eh... Cherry? -Cherry. - Odeio esse nome - fungou ela. -Até que é bonito - ri um pouco. Então o professor entrou na sala de aula, e perguntou. -Quem estava na aula anterior com a classe da Daisy : O Diretor estão chamando vocês. Cherry riu e sussurrou para mim. -Está vendo Amanda? Mais confusão. Ele fechou a porta quando algumas pessoas saíram. Então ele bufou. -A Daisy dá muita dor de cabeça nesta escola.
  • 44. -Aham - falou um coral de alunos. -Mas então - ele começou a escrever no quadro quando o Luc entrou na sala. E Se sentou na minha frente, lugar marcado? -Meu deus que confusão na sala do Diretor. - o comentou desviando a atenção de todos. -Luc, você poderia fazer um favor de fechar a porta? - pediu educadamente o professor. Ele se virou para mim, e Deu um sorrisinho bobo e se levantou. -Luc você estava de novo no Zack? - perguntou ele. -Sim Dany, como sempre. -Cara - falou ele num tom mais alto - tu precisa tomar juízo na vida. -Eu sei, eu sei Dany. Prometo que não vou mais me encrencar esta semana. -Claro que não vai - disse ele, e a sala toda suspirou alevino. Até por que hoje é sexta. - ele continuou. -É mesmo - ele disse, e então com um jeito de moleque ele se sentou na cadeira. -Estou curioso o que aconteceu ? - perguntou o Dany. -Sabe como é! A Iara ... Ela achou que eu tivesse fumando e falou para o Zack... Mas ele não sabe o que faz. Eu tenho histórico de fumo, e ela de mentira e escândalos. -É complicado - mas tome juízo que você não fará visitas diárias ao Zack - o garantiu e continuou a aula. -Luc não prestava atenção de nenhuma maneira à aula. Eu prestei, apesar de que já tinha estudado o assunto. Ele passou dever de casa, e então eu sai. Fui na recepcionista e consegui minha chave do armário. Era a 454. Eu passei pelo corredor e vi. E não acreditei. Meu armário ficava ao lado do Luc. Meu deus que perseguição. -É o destino - riu Grathi - eu não queria morrer agora, meu deus.
  • 45. Saímos pela porta da frente. Estava frio. E Eu vi Jonh parado na frente de seu carro. Grathi vem comigo, Jonh veio nos buscar. Ela riu e falou - Tudo bem! Demos uma corridinha básica então entramos no carro. -Como foi a Aula hoje garotas? - Perguntou Jonh olhando para mim pelo retrovisor. -Foi legal. - gostei. -É dava pra agüentar - riu Grathi. -Só a professora de Biologia que - bufei - é uma fera. -Soube o que ela fez na tua aula. Mas na minha sei que você não soube. -O Lucca sentou no fundo, a Iara também, eles se odeiam desde o jardim de infância. Então Daisy ficou louca com um menino que ninguém sabe o porquê, então quando ela saiu pra se resolver com ele. Lucca fingiu que estava fumando um pedaço de papel e a Iara saiu correndo para falar com o Zack o que tinha visto, e ele saiu correndo para se defender. A Sala inteira ficou quieta, e como a professora não tava. Cada um teve que ir falar com Zack dar seu depoimento sobre o fumo falso do Lucca. - Esses jovens - intrometeu Jonh - Mas ele estava só fingindo? -Acho que sim, mas ele fumava ano passado. -É uma pena, tão jovem - disse meu pai. -Ele tem Dezenove anos. - ela falou dando de ombros. -Nossa que horror! - falei. Quando chegamos eu me despedi de Grathi. Ah minha nova amiga. Entramos em casa e Mary estava sentada no sofá dormindo. Coloquei a bolsa na bancada da pia e fiquei observando Mary dormir. Jonh passou por mim e deu uma piscadela. Era 18h40min. Hora da Janta.
  • 46.
  • 47. V – Meu passado Subi as escadas. E Vi meu quarto todo organizado. Agora sim era meu quarto. Minha casa, meu lar. Fui para a varanda e fiquei encostada na parece lembrando de como foi o dia... Ao passar dos minutos o tempo foi escurecendo até finalmente anoitecer. Fiquei sentada na varanda Lembrando da Chloe e como a Judith tinha me ferido tão inocentemente. -Eu não sabia onde eu vivia quando era pequena. Mas era um lugar na Europa. Tudo que eu sei era que minha mãe era muito parecida comigo. E que eu era meu irmão na versão feminina. Só. Thur não poderia ter morrido, mas ele realmente me abandonou. Talvez ele tenha se apaixonado e tenha morrido. De qualquer jeito era impossível encontrá-lo a essas alturas. Fiquei deitada na varanda olhando para o céu pensando no meu irmãozinho Ruivo, que era um deus grego, um menino lindo, encantador. Fiquei sorrindo ao vento ao lembrar que ele era meu irmão preferido, eu só tinha ele, mas mesmo assim. Fiquei sorrindo quando fui interrompida por Mary. -Então como foi à escola? - perguntou ela sorrindo. -Ah foi legal, muito legal... Eu estou literalmente amando esse lugar. -Então Amanda você estava pensando em alguém... ? - disse ela com um sorriso abafado. -Ah para, era só no meu irmão. -Poxa você guarda muitos segredos de mim - bufou ela.
  • 48. -Meu irmão Thur não passa de um irmão que fiz em minha cabeça - eu não tinha como falar a verdade. Por que eu não tenho irmãos desde minha identidade de 1900. -Você é imprevisível Amanda. - Disse ela rindo. -Obrigado - ri abraçando os joelhos. -Eu tava pensando, você não quer sei lá ... Pintar seu quarto amanhã? Ta tudo tão vazio e sem cor. - continuou - Você é uma pessoa alegre e contagiante. Não é aquele vazio que você sente. -Eu estava pensando nisso Mãe - dei um sorriso e olhei para o horizonte. -Mas fala... - ela riu, pausou e então prosseguiu- teve algum gatinho? - ela me cutucou com o cotovelo nos braços. -Ah mãe fala sério- esse foi meu primeiro dia - Na verdade sim, pensei, o Lucca está louco por mim, mas eu vou corta as asas dele rapidinho. -Tudo bem então. - Está gostando da Grathi ? Ela é uma boa menina, fico feliz tê-la como sua amiga. -É ela é uma boa pessoa. Antes que eu pudesse me esquecer, eu lembrei que eu tinha colocado um post-it na minha cama. -Sabe mãe, pensei em sabe, colocar uma parte da parede só para post-it, igual o da Grathi. Eu ia amar. -Tive uma ideia - ela falou em um salto - vamos pintar uma parede de cores néon , então em casa quadrado você preenche post-it de cores diferentes. -Perfeito. - falei sem me dar conta de que estava tão cansada. -Você não vai jantar? - questionou ela. -Não mãe, estou morta. -Tudo bem então. Tome um banho e amanhã não tenha pressa pra acordar. Ela saiu do quarto e eu me deitei na cama pensando no Thur e na Chloe. Ai como doía representar a família na história. Peguei meu caderno de escola e fiz uma pequena frase
  • 49. " Era o infinito, agora é só meu infinito, meu grande infinito, minhas saudades no vácuo, vocês me deixara, por amor" -Lily, Chloe, Jackes, Thur, Tara. Fiquei deitada por um bom tempo, talvez tempo o suficiente para perceber que todos já estavam dormindo. Fiquei na varanda. O frio congelada meus dedos. Mas eu insistia em ficar lá, vendo o filme da minha mente. Lily era a que menos fazia falta. Talvez por que nunca tivemos esse afeto de mãe e filha. Mas Chloe , Thur e Jackes foram tão importantes pra mim que... Eu não tenho palavras para descrever o quanto seria gratificante se eles pelo menos tivessem a garantia que eu estou mantendo a imortalidade da nossa família. Que o orgulho teria de mim. Família Tufte, ainda viva. Superou o mundo, superou o amor. Estava chorando no meio da madrugada, o que era muito esquisito. Como imortal eu deveria viver da eternidade, e não do passado que eu deixei para trás. Viver como humana é aceitar que não tem mais volta, ser imortal não teria mais volta, mas teria uma longa história. Eu estava perfeitamente normal, e feliz hoje de manhã. Mas a noite vazia me pega e me faz lembrar dos momentos mais amargos da minha história. Bartomoleu um capitulo pequeno de uma grande história. Vamos relembrar tudo, quando você pensa em sua família, o primário de tudo, qual a primeira imagem que vem a sua cabeça? - Imaginei por dez minutos. Então me auto-respondi. Lembro-me no dia em que meu pai nos reuniu a mesa e contou que iríamos ser para sempre uma família. Eu tinha três anos. Thur tinha dez, Chloe tinha dois. A Mesa tinha banquetes, pão e vinho. Suco de uva, de um modo mais racional. Ele olhava para a minha mãe como se fosse dar o ultimo oi. Ele já estava condenado, sabia disso, mas eu e meu irmão tínhamos uma chance.
  • 50. Era difícil para ele explicar que viveríamos em um mundo sozinhos por um tempo jamais calculado. E que veríamos nosso tempo parar, e o do mundo correr. Ás vezes ele recorria aos exemplos mais simples. -Tara, olhe esta aranha. - falava ele pegando ela por uma pata. -Se ela morrer agora, você ficaria triste? -Sim Papai - respondia com uma inocência assustadora. -Você ficará aqui observando ela certo? -Sim Papai. -E Se essa aranha tiver um filhote, você vai vê-lo morrer também. -Sim papai, vou ver quando eu estiver maior! -Não filha, você vai ver quando você estiver exatamente igual ao papai, só que como sua irmã Chloe. -Não entendi papai - resmungava em cada exemplas diferentes. Formigas, gafanhotos, aranhas, cobras... Eu não entendia, mas o exemplo dele era confuso. Então: eu tinha três anos, e via uma aranha morrer, quando o filhote dela me morresse estaria com a idade do meu pai, sei lá, cem anos, e com o corpo de uma criança de dois? Que diabos aquilo fazia sentido? Agora entendi por que ele não saberia como explicar aquilo. Outro dia ele foi ensinar eu e Thur a ler e a escrever. Foi frustrante. Concordo, mas ele sabia que se não soubéssemos fazer isso não seriamos capazes de se camuflar no meio da sociedade, não seriamos capazes de mudar de nome, e provavelmente ficaríamos mais presos ao nosso passado do que já somos pela nossa própria mente. Foram dois anos para finalmente o tempo começar a correr. Chloe já dava os primeiros sinais de mortalização: Amigos de verdade. Amigos de verdade nos primeiros anos da infância já é sinal de mortalização. Imortais pequenos são praticamente insociáveis, e eles não sentem amor por ninguém, é uma imunidade.
  • 51. Eu e Thur éramos os mais chatos do vilarejo. Eu não falava com nenhuma menina, não sabia que isso era por que eu era imortal. Eu simplesmente tinha nojo. Meu pai vivia dando aula sobre como deveríamos nos comportar quando ele fosse embora. Eu jurava, até os cinco anos ,que, ele ia para uma guerra ou algo assim. Meu pai uma vez falou para Thur. "Filho você pode fugir de seus costumes, de sua terra, de seu povo, de sua família, mas você não pode fugir da imortalidade, não pode fugir da sua origem vinking" Ta eu só tinha quatro anos - pensava comigo - como eu tenho a mente tão boa? Eu não era um gênio, apesar de que os imortais vinking geralmente são prodígios, eu era aquela menina que simplesmente ficava olhando mortalmente as pessoas, por que sentia repulsa sobre elas. Outra coisa que me veio à mente: Minha mãe sempre nós elogiava "Vocês nunca ficaram doentes, isso é por que comem bem" . Enquanto isso Chloe pegava gripe quase toda a semana. Nunca cheguei a perguntar se minha mãe sabia que eu e Thur jamais entraríamos em um hospital... Mas acho que não sabia por que isso era um orgulho tão grande por parte de Lily. Meu pai era um cara muito calmo, mas antes que minha mãe começasse a ficar doente, eu sempre o ouvia nervoso. Acho que ele sentia sua morte vindo, e doía o processo de mortalização. Passei a noite toda vivendo um processo de “lembranças”. Chorei muito e acordei toda doída como se eu tivesse no conto de fadas em que a princesa dorme em cima de uma ervilha sobre vinte colchões. Mas eu tinha dormido sobre ervilhas sem nenhum colchão. -Ai – Gemi me espreguiçando pela manhã Que hora são? – me perguntei – olhei no relógio improvisado. Não é possível que ainda seja cinco horas da manhã bufei. Levantei e fui em direção à varanda. Que diabos está acontecendo? Olhei para o céu e estava... Nevando?
  • 52. Estendi a mão e confirmei. Neve. Tomei um banho bem quente.Coloquei uma roupa bem quente e fui para a rua. Mary ainda estava dormindo, Jonh estava na cozinha. -Bom dia filha – disse ele enquanto tirava a caneca do microondas. Eu me virei para ele. Minha cara deve ter o assustado por que ele fez uma cara muito estranha. Eu estava de bom humor então fiquei olhando pra ele com um sorriso. -Por que você acordou tão cedo? – ele perguntou. -Bem eu não tive sono esta noite. -Hoje eu também não tive uma noite tão boa. -Então somos pai e filha às cinco horas da manhã na cozinha, com neve na rua, morto de sono. Sério? – comecei a rir, o sono fazendo efeito. -Você está com a cara inchada de sono- lembrou-me ele. Se eu fosse realmente sincera, falaria : - Não era que eu tava chorando a noite toda por que eu não superei a morte dos meus familiares no século XIX. Vi meu pai sentar no sofá e então me encostei nos braços e pensei que estivesse acordada. Mas peguei num sono. -Amanda acorda! – voz de Mary me chacoalhando. -Minha cabeça latejava – meu deus quanto tempo eu dormi ? 10 minutos? Não pode ser. -Filha você não pode dormir aqui – ela exclamava. Mas a minha cabeça gritava tão alto que eu não conseguia entender o que ela falava. -Me levantei e esfreguei os olhos. Abri os olhos e vi que eu estava toda molhada. Esfreguei as mãos em minha bochecha e vi a desgraça alheira: Eu mordi minha boca enquanto dormia estava literalmente encharcada de sangue. Mary olhou para mim e se apavorou
  • 53. -Filha vai limpar isso, pelo amor de deus ! Ela saiu correndo e me trouxe uma toalha. Eu não conseguia raciocinar. A Única coisa que eu lembrava naquele momento era a junção de Neve e Thur. Sem entender eu sai da sala,e fui correndo para o banheiro do corredor. Tranquei-me lá dentro e percebi que eu estava vendo coisas, foi só um pequeno corte. Sentei na privada e abracei meus joelhos. Minha mente estava latejando. Mary bateu na porta. -Mãe estou bem – foi só uma mordida na língua. -Tudo bem então. – Mas cuide-se que vamos almoçar fora. -Eu tomei banho no banheiro de baixo, e me enrolei com a toalha que eles haviam me dado para limpar o sangue. Enquanto eu subia as escadas cada gota que estava sob minha pele congelada. Mas não doía, meu foco tava na dor no meu peito. Que diabos é isso. Retirei a toalha e me tranquei no banheiro. Vesti minhas roupas e algo continuava a arder sob meu corpo. Era minha cicatriz. Nem lembrava mais dela. Olhei com delicadeza. E abri um sorriso. A Cicatriz que eu consegui no trabalho na fábrica, em 1880. Ela estava lá. Eu jurei daquele dia em diante que viveria para sempre, sem ter medo do meu próprio sangue. Dei um sorriso, e continuei a me arrumar. Quando olhei para a cama tinha duas coisas em cima dela. Uma: Uma touca de lã. E um bilhete: “Esta semana vamos fazer uma brincadeira com você SRT.Amanda. Sem questionamentos por favor. “Queremos te dar apenas uma surpresa.”
  • 54. Como se eu fosse negar um presente a essas alturas- ri de mim. Eu desci e eles estavam prontos. -Leu o Bilhete? – perguntou Jonh sorrindo. -Claro pai, não vejo a hora de começar. – falei . -Já começou – disse Mary parada . Dei uma leve olhada na sala e percebi que tinha um papel no chão a minha frente. Abri e tinha uma pista Seu dia na escola foi um sucesso. Você é incrivelmente linda e sensível *Mary, mas, em um fim de semana, qual o melhor lugar para se comemorar a união de pessoas que se amam? Eu não fazia ideia, então olhei para eles e mordi os lábios: -Em um restaurante francês? -Cara você é boa – riu ele e então fez sinal para Mary ir até o carro. -Vamos, Chevalier. Disse ele e então me conduziu até a garagem com a mão em volta do meu ombro. Todos estavam bem agasalhados. Tinha muito espaço no branco de trás. Então eu fiquei sentada do jeito mais deselegante que existe. -Você não me contou ainda como foi seu dia ontem – Falou Mary. -Meu? – confirmei. -Sim, ué. Vai dizer que seu primeiro dia foi como qualquer outro? -Ta, eu fui bem recebida pelo professor Dany. E então a aula foi comum. Depois uma professora louca chamada Daisy surtou com a Nancy. -Continuei - A Miranda, uma ótima professora nos acolheu muito bem. A de História é muito gente fina. O de Química é louco por chocolate e o de matemática foi normal de novo. -Ela riu e então falou: Gosta de macarrão? -Amo – me animei.
  • 55. -Perfeito – ela se virou e eu vi que estávamos em frente a um restaurante de massas. Ta não era francês, mas era italiano então parcialmente eu acertei. Estávamos na mesa, eu quando recebi outro papel: -Me fale paises que você gostaria de visitar. – Eu li. PS.: Que fale inglês. Eu só fiquei por enquanto na Inglaterra, e nos EUA Fiquei rindo silenciosamente. Então quando chegou a comida. Que era espaguete. Jonh começou a se abrir com Mary. -Querida você foi à escolha mais certa que fiz – falou ele com a boca cheia. -Você foi a segunda melhor escolha que eu já fiz na vida – falou ela com um biquinho. -A Primeira foi trazer Amanda á nossa pequena família – ela riu. -Mas não tão menos importante – ele piscou e ambos de beijaram. Arrepiei-me, e larguei o talher. Fiquei olhando eles. Eu nunca vi um beijo tão romântico na mesa de um restaurante italiano. Fiquei colocando o macarrão no talher e jogando de volta para o prato. Eu tinha perdido a fome depois daquela cena. Sempre me acontecia isso, eu estava na mesa de almoço e algo relacionado a emoções acontecia, a primeira coisa, era que eu perdia a fome. E a Segunda era que, eu ficava enjoada. Certa vez, no colegial da Rússia.Estava sentado Bryan e Renata, colegas de classe, á minha frente. Eles tinham começado a namorar. Eles quase se engoliram, e a platéia? Era eu. Mesmo que eu estava morrendo de fome. Não consegui engolir um pedaço de batata. Minha garganta fechou e eu passei alguns dias pensando se era tão bom assim do que deixar de almoçar. Isso aconteceu exatamente comigo. Sendo que como adolescente normal ao invés de admitir a inveja ou a dúvida. Eu tinha que fingir que fiquei emocionada e que coisas
  • 56. emocionantes me fazem perder a fome. Mas pelo jeito eu não era a única a perder a fome. Mary e Jonh estavam namorando a dois minutos e sua comida já estava fria. O Garçom levou vinho para a mesa. Não sei se eles pediram, ou se, o garçom ficou grato pelo amor do casal e resolveu dar de cortesia. Ele abriu e despejou em uma taça. Colocou a terceira ao meu lado e o vinho à direita. Ele não me serviu. Mas me deu a noção que eu poderia me servir se quisesse. Enquanto eles ainda estavam namorando, eu despejei meia taça de vinho, e fiquei bebendo finamente enquanto o clima começava a esquentar mais ainda. Dei dois goles e fui empurrada para o universo do meu passado. A Cena que me veio à mente foi eu, meu pai, e meu irmão tomando o último vinho. Minha mãe morreu, e meu pai estava começando a ficar não tão legal. Thur conseguiu vinho e levou até a nossa casa. Chloe estava dormindo. Eu estava quase dormindo, quando ele acendeu uma lamparina e se sentou à mesa. Filhos imortais venham à mesa, vamos tomar um vinho. Sim ele estava fora de si. Thur se sentou à mesa ao lado do meu pai e bebeu mal educadamente. -Tara – rugiu meu irmão – vem logo. Senti-me na mesa me sentindo pequena perante o meu irmão, que era super- maior que eu. Bebi alguns goles enquanto meu pai falava com meu irmão sobre ele ser o novo homem da família... Eu encostei-me na cadeira e cochilei. Meu irmão, Elétrico como sempre, estava acordado no dia seguinte, mas sem muita animação, ele estava ao lado do meu pai com um balde. -Tara ele está vomitando sangue – sussurrava ele para mim, assustado. -Calma ele vai ficar bem – garanti mentindo por que sabia que dali ia de mal à pior. Apesar de ser sete anos mais nova que Thur .Eu sabia muita coisa a respeito da nossa família. Ele achava que o vinho tinha feito meu pai passar mal, ou pelo menos fingia, mas a morte da minha mãe era a razão de tudo.
  • 57. Trouxe outro balde para Thur e fui até o fundo da nossa casa para lavar ele. Quando me virei comecei a chorar. Chloe veio atrás de mim sem entender o porquê. -Ele vai ficar melhor – falava ela me abraçando – você sabe que papai é forte. Olhar para Chloe era como olhar para uma pessoa que você não veria mais em breve, Ela era tão inocente dos nossos segredos que ás vezes era melhor ir na onda dela e fingir que estava tudo bem. Chegando na sala meu pai parecia ter chegado ao seu limite. Ele em menos de uma noite parecia ter envelhecido uns dez anos. -Droga- falei – Thur ele falou algo sobre envelhecer rápido? -Sim – Thur falava em estado de choque – isso faz parte do processo – falou ele com um nó na garganta deixando um profundo preencher nossas dúvidas. Thur estava ajoelhado ao lado do meu pai. Mas ele não queria ficar ali, e ao mesmo tempo sabia que deveria. -Você poderia levar Chloe para outro lugar? – perguntava Thur – eu não quero que ela veja isso. -Tudo bem – suspirei – abri a porta de madeira e chamei Chloe. -Dê um abraço e um beijo no Papai – falei em seu ouvido. Ela obedeceu e saiu com uma lagrima nos olhos. -Ele vai ficar bem? – ela perguntou – Sim Chloe ele vai ficar bem – mentir para minha irmã era horrível. Não sei se era pior saber que ele ia morrer, ou se era pior não saber que ele ia morrer. Levei Chloe para a casa de uma vizinha. Ela sempre dava-nos cobertura nas piores horas. Principalmente quando nossa mãe adoeceu. Chloe nunca mais tinha ido até lá. Mas ela foi e eu me despedi dela. Voltei para casa com lágrima nos olhos. Chegando lá, Thur estava vermelho de tanto chorar, Ele se levantou e pela primeira vez em toda a nossa vida ele me abraçou forte. -Ele vai morrer Tara – olhe para ele. Quando eu olhei ele estava revirando os olhos.
  • 58. -Estou vendo uma luz – falou ele gaguejando – meu deus estão me levando. -Pai você está aqui conosco- falei arranhando a garganta – Pai por favor fique conosco. -Filha, é tarde demais eu estou vendo anjos. Cheguei perto dele e me ajoelhei, chacoalhei-o e ele ficou imóvel por alguns segundos depois voltou ao normal. -Droga, estou ficando cego. – murmurou ele. -O que você vê pai? – perguntei idiotamente. -Tudo está preto, eu estou de olhos abertos? – perguntou ele. -Sim pai, seus olhos estão focados em mim – parei com o choro. Olhei para trás e vi Thur encostado na parede com a cabeça baixa. -Pai você não tem muito tempo – respirei fundo – o que você quer fazer como ultimo dia? – perguntei arrasada. Ele riu alto e então disse – Quero que você me traga um vinho, e me falasse como está o dia hoje. Thur abriu a janela e sussurrou: -Hoje o dia está frio, está diferente, está vazio.
  • 59. VI – Sorte Abri os olhos e Mary estava raspando o prato do almoço. -Amanda você fica tão engraçada quando sua cabeça está em outro mundo – ela riu. Abri os olhos e a primeira coisa que vi foi : Jonh abraçando ela, e Mary toda encolhida e arrepiada. -Abri um sorriso e olhei para o prato, estava cheio. -E-e-eu perdi a fome. – gaguejei empurrando o prato para a mesa. -Tudo bem então – deu Jonh de ombros. -Garçom a conta, por favor. – Gritou Mary. Rapidamente ele chegou com a conta e eu dei dois suspiros. Fiquei com os braços cruzados tentando voltar mentalmente para a realidade. Me levantei e fiz um sinal de que ia para o banheiro. -Chegando lá o banheiro era do tamanho de uma casa. Tinha uma parede só de espelho e alguns vasos de flores pelo chão. Dei um sorrisinho e comecei a desfilar olhando para os espelhos. Eu era muito parecida com minha mãe. O jeito de andar, os olhos, a boca. O Nariz e o corpo era do meu pai. Disso eu tinha certeza. Todos os meus irmãos eram mais magros, eu era mais magra quando era menor. Mas ainda sim não era a esquelética. Chloe tinha meus jeitos, só que com um toque de mortalidade ela ganhou meiguice, e Olhos azuis e loiro do meu pai. Dei um sorriso e fiquei vendo e me imaginando no olhar dos outros. Sai do banheiro e Mary estava na porta de vidro.
  • 60. -Pensei que estava presa no banheiro – ela riu- vamos Jonh está esperando. -Vamos passar em outro lugar? –perguntei. -Vamos ver, este não é um sábado qualquer. Entrei no carro com um pouco de nele no casaco. -Então vocês estão a fim de ir a algum lugar? – perguntou Jonh olhando em especial para Mary. -Que tal um cinema? – perguntou Mary. -Pode ser Amanda? – perguntou Jonh. -Posso ir assistir ao filme... Sozinha? – perguntei. -Pode claro. – disse Mary dando de ombros. Ela parecia feliz com minha independência. Chegamos em poucos segundos ao shopping. Jonh me deu $50. -Divirta-se, quero você no carro ás 16h. – falou Mary. -O.K. – falei. Entramos no shopping pela mesma porta então eu fui ao lado oposto que eles. Fiquei sentada em um banco pensando em o que eu faria. E no final do banco estava uma menina muito familiar... Ela olhou pra mim e piscou. Ah era a Nancy. Dei um sorrisinho e então ela sentou do meu lado. -Cara obrigado mesmo por me salvar – te devo uma – falou ela estendendo a mão. -Eu bati na mão dela e ela chacoalhou e riu: -Forte em. – sorri. -Obrigada – dei uma risada. -Pela primeira vez eu vou com a cara de alguma novata. Você tem cara de bem aventurada e destemida – Riu ela e então parou – vai me dizer que você é sempre quieta? – ficou séria.
  • 61. -Tenho meus momentos – admiti- mas no fundo sou uma pessoa aventurada. -Que legal, Bem eu tenho que ir... Vou à casa da Cherry. De qualquer jeito foi legal te encontrar aqui – disse ela se levantando. -É... Então tchau? – eu ri e ela acenou. Ta ela tinha cara de muito revoltada e rebelde, mas ela me tratou tão bem. Me levantei e segui em frente. Vi uma papelaria meio cheia e então eu entrei. Nas primeiras prateleiras tinha alguns cadernos pequenos em promoção -Vou compra um e escrever o que me perturba. – falei baixo. Vi um caderno vermelho lindo. Mas eu não ia só comprar cadernos. Fui em outro corredor e peguei vários post-it. Um roxo fluorescente. Um verde néon, um amarelo e um laranja e uma caneta. Vi um mural cheio de frases. Eu li apenas um. “Eu amei você todos os dias, mas você me amou em apenas um: quando eu parti.” -Fiquei parada olhando. Essa pessoa estava muito deprimida. Olhei para os lados e tinha uma menina olhando para mim. Coloquei de volta o post-it e fui até o caixa. Paguei com o dinheiro, e tinha sobrado ainda $40. Minha barriga estava roncando. Peguei a escada e fui até a praça de alimentação. Pedi um sanduíche natural e abri o caderno; “Pertence à Amanda Chevalier” – escrevi. Eu já tive vários nomes. Tara foi o que menos gostei de todos. Mas era o que eu sentia mais falta.
  • 62. Escrevi com a pior letra do mundo. Abri a primeira página e a folha era tão branca quanto meu quarto. O Sanduíche chegou. Comecei a escrever: “Eu sou a pessoa mais feliz do mundo, tive tantas histórias, mas nenhuma delas pude sentir o amor, Sou grata por ainda está aqui”. “Tive uma sorte, uma sorte muito grande de poder escrever agora. Minha vida é longa. Sonhar já não é algo tão singular. Fazer aniversário também não. Mas eu estou aos poucos perdendo o medo, eu quero uma história diferente, vou dá chance á minha história. Meus irmãos tiveram a chance, por que eu não teria?” Comecei a comer e senti meu estômago dançando de felicidade. Comecei a rir sozinha, tive um ataque de risos. Algumas meninas que estavam na mesa da frente começaram a olhar para mim. Eu não liguei. Comecei a desenhar coisas aleatórias:
  • 63. Ta eu não sou uma desenhista, ou um Leonardo da Vinci. Mas eu conseguia emitir uma mensagem através da linguagem não-verbal; Fiquei assim até perceber que muita gente tinha saído. Olhei no relógio gigante da praça de alimentação: 15h50min. Juntei as coisas, coloquei a bandeja no lixo. E desci pelas escadas. Chegando ao estacionamento não vi Jonh ou Mary. Dei meia volta e esbarrei nele. -Que menina pontual – riu Jonh amortecendo minha batida. -Não vi você no cinema – falou Mary. -Ah eu fiquei na papelaria e depois fui comer alguma coisa. – falei mostrando as sacolas. Ela puxou o caderno e minha garganta congelou. -Que legal vai ser seu diário? – ela perguntou. -É quase. – gaguejei.
  • 64. Ela abriu a primeira página e deu uma risada. -Sua letra precisa dar uma melhorada - palpitou. -Eu sei – admiti. -Seu sobrenome é lindo – alguém já o elogiou? – perguntou Jonh. -Sim, sim – quase toda vez que o falo – admiti. -Imagina na faculdade. Srt. Chevalier. – ele riu imaginando a cena. Imaginei uma diretora bem velha e chata com a voz irritante pronunciando meu nome: Srt. Chevalier! Ela não folheou a próxima página, ainda bem por que eu não estava querendo que ela visse meus desenhos. -Foi bom o filme? – perguntei. -Ahaha – como se tivéssemos assistindo o filme – Mary riu. Dei de ombros. E formos à direção ao carro. Chegamos em casa e eu fui correndo para meu quarto. Mary e Jonh também. Olhei para a varanda e vi Grathi sentada na calçada. Desci igual uma maluca com os post-it e duas canetas. -Comprei isso e lembrei de você – falei. Sentei ao lado dela e ela deu uma risada triste. -O que foi que aconteceu? – perguntei Ela me olhou com os olhos cheio de lagrimas e se atirou para meu colo. -E-eu – fungou – fui perguntar se ele gostava de mim... -E o que ele disse? – perguntei desesperada. -Ele disse que não gostava. – ela quase morria sufocada de lágrimas.
  • 65. Eu não tinha experiências com foras ou algo assim. -Mas que diabos você foi fazer lá? – questionei. -Fui saber a verdade. – falou ela chorando. -V-você foi tão assim corajosa? – gaguejei. Corajosa é a palavra ideal, mas em outras palavras, pelo menos no meu cotidiano de imortal a palavra certa é Cara-de-pau. -Você vai ficar melhor. Qual é o nome do menino? – perguntei. – Me fale como ele é. Segunda, me apresente! -Ele se chama – ela fungou e deu uma boa pausa. – Paul. -Paul desgraçado. – falei e ela riu. -Tudo bem eu vou ficar bem. Não você não vai – pensei – eu perdi bartomoleu há 130 anos e até hoje não superei. -Acredito em você – falei a abraçando. Ser uma adolescente normal me fazia pagar um preço alto: Ver que eu era uma adolescente normal só que sem paixonites. Passei um bom tempo acudindo ela, e ela me pediu para que eu dormisse com ela naquela noite por que ela não estava nada bem. Suspirei e aceitei. Fui em casa fiz uma pequena mala. Coloquei uma carta embaixo da porta de Mary e fui. Levei pipoca e ela sorriu. -Entre e obrigado pela pipoca. -De nada. – sorri batendo os pés no tapete. Formos ao quarto e ela fechou a porta e teve um ataque de choco, se jogou direto na cama e eu fiquei com os olhos bem abertos em choque. -Se eu fosse assim não perdia uma festinha do pijama por causa do Paul – falei o nome Paul debochadamente.
  • 66. Ela soltou um risinho. Já volto – falou ela saindo do quarto com a mão na boca. Fiquei olhando os livros que ela tinha, e ela não voltava. Passou meia hora e então eu resolvi ir atrás dela. -Grathi? – falei batendo na porta-você está bem? -Só um ataque de borboletas- gritou ela – ouvi alguns gemidos e então abri a porta e coloquei a cabeça. Ela estava ajoelhada em frente à privada com a mão na barriga. -Que horror Amanda – você não precisa ver meus ataques. -No-nossa – falei me recuando. – quer que eu chame sua mãe? -Minha mãe não está em casa sua boba – ela riu. -Então estamos sozinhas? – falei – estou sozinha com uma louca vomitando? – falei de novo. -Exatamente – ela riu se levantando e dando descarga. Ela fechou a porta do banheiro e voltamos ao quarto. -Esquece esse menino só por uma noite. Você esta perdendo tempo ficando assim. – eu não ligava para tempo, mas eu tinha que fingir que era perda de tempo pensar em alguém. -Tudo bem – ela suspirou – vamos assistir um filme? -Ah, tudo bem. – sentei na cama e ela riu. -Por que deitou na cama? Ela riu. -Não vamos assistir filme? Apontei para a TV do quarto dela. -Vamos para a Sala sua boba – ela riu de novo. -Ah é mesmo – ri junto. Descemos com travesseiros na mão e coloquei sob o tapete.
  • 67. O filme começou e então depois de duas horas o filme acabou e Grathi estava dormindo. Ouvi a porta abrir, era a mãe dela... A Katy. -Ah que boa surpresa – Disse Katy colocando algumas compras em cima da mesa. -Seja bem vinda – ela riu. -Ah, Obrigada Katy. A Graciele dorme sempre cedo? – ela riu e olhou para ela. -Ela esta com cara de choro – exclamou ela- Se ela chorou ela dorme instantaneamente. -Deve ter sido do filme – ri nervosa. O filme que ela passou era um romance, só que um romance cheio de palavrão, cheio de cenas inapropriadas, cheio de foras e finais tristes. Essa era a realidade dela.
  • 68. VII – A Confusão Acabamos dormindo na sala mesmo. Acordei no dia seguinte meio tonta por que dormi no tapete. Tomamos café da manhã e perto do almoço eu voltei para casa. Mary estava com a maior cara de que dormiu muito bem. -Como foi a festa do pijama? – ela riu. -Ah foi legal – admiti. -Amanhã sua aula é em tempo integral. -Ela falou -Droga – murmurei - começa às 8h? –palpitei. -Das 8h até às 16h. -Ela deu um sorriso torto e então eu subi. Meu quarto ainda estava branco, e agora eu percebi que eu já comecei a dar de cara com minha rotina, e agora tudo voltou ao normal : Eu não era mais novidade. Passei o dia escrevendo e me preparando psicologicamente para: Encarar Lucca, Daisy. Olhei para o calendário e vi que a primeira aula era de Geografia. Fechei os olhos e acordei ás 7h. Tomei um banho e quando foi 8h eu sai de casa correndo. Mary E Jonh foram trabalhar. Chegando na escola o sinal já tinha tocado a exatos dez minutos. -Por favor vá até a sala do Vice-diretor – falou um monitor de corredor. -E onde fica? – perguntei nervosa.
  • 69. -À direita. – e eu fui. Bati na porta e uma voz forte me atendeu. -Entre. – voz séria. Eu me sentei na cadeira e ele fez uma careta. Ele era meio moreno, usava óculos, uma blusa azul, calça jeans e cabelo preto. -Você é nova por aqui? – perguntou. Balancei a cabeça nervosa – s-sim. -Prazer – disse ele estendendo a mão – sou o Walf. -Prazer Walf – gaguejei – sou Amanda. -Eu iria lhe dar detenção por chegar a este horário no meio do ano letivo. – falou ele- mas está perdoada por que tu es novata. -O-obrigado – gaguejei. -Mas não se anime que cortesia de novato acaba no segundo dia de aula. – Ele riu. Fiquei quieta. -Amanda Chevalier?- perguntou ele segurando uma caderneta. -Exatamente – ri – e imaginei que ele iria elogiar meu sobrenome ou meu cabelo. -Certo – ele falou riscando algo no meu nome – pode ir – mas agora você só entra na segunda aula. – falou ele sério. -O.Ksussurrei quase baixo demais. Me levantei e abri a porta. Fui até o armário abri coloquei meus livros dentro e sei um suspiro sentando no chão. -Olha quem veio hoje – Falou uma voz. Não acreditei quem era. Olhei para cima: Lucca. -Por que diabos você está aqui? –perguntei nervosa- ele riu. -Qual é – meu armário.
  • 70. -Ah é mesmo – esqueci – sou azarenta por ter um armário vizinho ao seu. – Me levantei. -Qual é – ele falou meio nervoso – o sonho de todas as meninas desse colégio é ter o armário do lado do meu. -Não sou todas as meninas. – Falei – fechei a porta do armário e sai. Ele veio atrás de mim e falou – espera ai nervosinha você deixou cair esta caneta – mostrou ele uma caneta para mim. -Essa caneta não é minha –falei – ele me entregou e falou. -Agora é. – sorriu ele – estou te dando. Ela era presente para minha ex-namorada. Mas ela terminou comigo quinta feira. Ia falar que lamentava. Mas fiquei olhando para ele o encarando. “Que diabos ele veio me dar uma caneta?” -Qual é – aceita vai – é um presente de boas vindas. Olhei para ele sem falar nenhuma palavra e fiquei o encarando. -Tudo bem então – falou ele guardando a caneta no bolso. -Quando você mudar de idéia – continuou – ela é toda sua. Enquanto ele olhava para mim, eu olhava o horário. -Perdi a aula de geografia – ele murmurou. -Eu também. -Agora tenho aula de Física. – ele falou. -Eu também. – concordei. -P-E-R-A-I, eu tenho aula de física? - verifiquei o horário e a resposta era: Sim. O Sinal tocou e eu fui em direção à aula de Física. Lucca me seguiu. Ao entrar na sala, a sala era toda feita de quadro branco. E em cada carteira tinha um piloto.
  • 71. -Bom dia Alunos – disse um professor alto com o cabelo preto penteado para trás, branco com a voz grossa. -Bom dia – falei. -Seu nome é Amanda? – Perguntou o professor para mim. -Sim, Sim. –respondi. -Seja bem vinda Amanda. Sou o Ferb. Professor de física. Dei um sorrisinho e em pouco tempo a Sala se encheu. Judith estava na sala. Kimberley também. Fora Lucca. Só aqueles rostos me pareciam familiar. -Tudo bem gente. Agora vai começar a aula. – falou o professor tentando fazer com que toda a sala se calasse. Foi em vão. Então furioso ele chamou a atenção da sala com um assobiou que quase matou-me do coração. Eu nunca gostei de física. Não sabia nada. Nada mesmo. Então eu fiquei passeando os olhos na sala e procurando algo engraçado. -Hey, Amanda. – Falou Luc. Eu o ignorei. E ele se sentou todo torto de modo que a cabeça dele ficava um pouco mais baixa. -Amanda – me responde – por favor – insistia ele. -O que foi? – perguntei sussurrando. Eu não gostava de física mais respeitava o professor; -Eu queria te convidar para... Ir ao cinema ta afim? – ele perguntou. Vida escolar não é o problema, o problema é as conseqüências da vida escolar. Principalmente quando você tenta não fazer alguma coisa. E Acaba fazendo. Tipo você promete que não vai dar atenção a nenhum menino por que eles te deixam em risco, Mas