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ENSINO DE HISTÓRIA E INTERNET: ONDE OS MESMOS SE
ENCONTRAM?1


                                                             Nuadson Herculano dos Santos2


Resumo: O advento das novas tecnologias e a inserção de computadores com
acesso à internet nas escolas tem tornado a produção de conhecimento ainda mais
diversa e imediata. Essa maior facilidade na busca de informações tem levado
muitos professores a rever a sua prática na sala de aula, adotando outras
metodologias no processo de ensino. Referente à disciplina História, por exemplo,
não tem sido diferente. Temos visto professores se esforçando em buscar novas
formas de atrair seus alunos para suas aulas, inclusive com o uso da internet. Foi a
partir dessa constatação que resolvemos pesquisar a relação do uso da internet no
dia a dia do Colégio Estadual Josevaldo Lima, no município de Serrinha-Ba.
Utilizando entrevistas, aplicação de questionários e observações procuramos
compreender como os professores daquela instituição estão fazendo uso da internet
para o desenvolvimento das suas aulas. Essa iniciativa implicou em entender,
também, a relação dos alunos com essa ferramenta, em alguns casos, já tão familiar
para muitos.

Palavras-chave: Internet. Ensino de História. Novas tecnologias.



Abstract: The advent of new technologies and the integration of computers
with Internet access in schools have made the production of knowledge even more
diverse and immediate. This greater ease in finding information has led
many teachers to      review their    practice in   the    classroom,     adopting other
methodologies in the discipline process ensino. Referente history, for example, has
not been different. We have seen teachers striving to find new ways to
attract students to their classes, including the use of the internet. It was from this
observation we decided to investigate the relationship of Internet use on a daily
Josevaldo State College Lima, the city of Ba- Serrinha. Using me for interviews,
questionnaires and observations seek to understand how teachers of that
institution are making use of the Internet to develop their lessons. This initiative led to
understand, also, the ratio of students with this tool, some cases, already so familiar
to many.

Keywords: Internet. Teaching of History. New technologies.


1
  Artigo apresentado ao Colegiado do Curso de Licenciatura em História, Campus XIV, Conceição do
Coité-Bahia, como requisito final para aprovação no referido Curso. Trabalho orientado pelo professor
Ms. Antonio Vilas Boas.
2
  Graduando em Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XIV,
Conceição do Coité.
2



INTRODUÇÃO


       Estamos vivendo em uma era, denominada por muitos de a era da
informação, na qual o imediatismo no campo das comunicações se tornou algo já
bastante habitual. Nesse contexto, as notícias, a divulgação de dados, pesquisas,
etc. chegam até muitos de nós em uma velocidade jamais vista, proporcionando
que, aos poucos, outros canais de comunicação se juntem aos já existentes,
popularizando-se. A rede mundial de computadores, ou a internet, como é
conhecida, é um exemplo.
       Perceber a expansão da tecnologia e mais especificadamente da internet nos
nossos dias não é tão difícil. Apesar de não ser ainda um equipamento acessível a
todas as camadas da população, o computador tem mudado o cotidiano de muitos
adolescentes, jovens e outros personagens de outras idades. O fenômeno das redes
sociais e a possibilidade de interação através dos espaços virtuais é algo que não
passa despercebido pela maioria da nossa população.
       As consequências dessas “novas rotinas” também têm afetado outros
campos. Na educação, ou no processo de ensino-prendizagem, é cada vez mais
perceptível que o professor não deve mais ser apenas um transmissor de
conhecimento, naquele sentido bancário tão criticado por Freire (1985), mas precisa,
mais do que em qualquer outro momento, estar atualizado, manejar outras
ferramentas e inserir-se no cotidiano tecnológico, pois caso contrário corre o risco de
tornar-se obsoleto.
       Foi justamente desse cotidiano que surgiram as inquietações para o
desenvolvimento dessa pesquisa. Como estagiário do curso de Licenciatura em
História tive a oportunidade de ter contato com o universo do ensino público nas
escolas da Rede Estadual do Estado da Bahia, mais precisamente no município de
Serrinha-Bahia.
       Do meu dia-a-dia vieram as primeiras análises acerca da relação que,
principalmente, os adolescentes/jovens mantêm com a internet, tornando-a tão
popular. Já no espaço escolar, verifiquei a existência de laboratório de informática
conectado à internet, elemento esse capaz de propiciar ao aluno o acesso ao mundo
virtual.
3



      Essas duas constatações nos levaram a pensar numa investigação que
tivesse como objetivo geral analisar como os professores de História do Colégio
Estadual Josevaldo Lima estão fazendo uso da internet para o desenvolvimento das
suas atividades. Especificadamente, e para tentar dar conta do objetivo acima,
procuramos observar as ações empreendidas pelo professor para fazer com que os
alunos utilizem a internet como fonte de aprendizado. Além desse, compreender
como os alunos fazem uso da internet no seu dia-a-dia foi outro objetivo.
      Sabendo do crescente desenvolvimento tecnológico nos dias atuais e da
utilização dos mesmos no processo ensino-aprendizagem, cremos que essa
pesquisa se justificou pela possibilidade que a mesma teve de conhecer o cotidiano
da utilização da internet dentro do Colégio Estadual Josevaldo Lima e, a partir daí, e
da análise dos dados encontrados, apontar outras possibilidades de uso desse
recurso, além daquelas já existentes.
        A nossa inquietação traduz-se na seguinte questão: como os professores
de História do Colégio Estadual Josevaldo Lima, localizado no município de
Serrinha-Bahia, fazem uso da internet nas aulas de História?
        Para   desenvolvermos     a     nossa   pesquisa,   utilizamo-nos   de   vários
instrumentos, dentre eles, a aplicação de questionários junto aos alunos da citada
instituição; entrevista com professores e coordenadores da Unidade Escolar em
questão, além da observação das atividades desenvolvidas pelos professores de
História com seus respectivos alunos.


1- O ENSINO DE HISTÓRIA: UM POUCO DA SUA HISTÓRIA


      Ao longo dos tempos, a inserção das metodologias ou a incorporação de
diferentes linguagens no ensino de História, bem como a consideração e valorização
das mesmas no contexto da pesquisa científica ficaram atreladas às perspectivas
teóricas defendidas pelas diferentes correntes de pensadores que definiram o que
seria a História e como a mesma deveria ser ensinada; como seria empreendida a
investigação acerca da mesma; quais objetos seriam considerados como passiveis
de serem pesquisados; além de se definir as fontes para pesquisa, dentre outros
aspectos.
4



        Partindo-se dessa analogia não haveria espaço para a consideração das
diferentes linguagens, bem como o uso das mesmas num cotidiano marcado por
concepções positivistas nas quais o documento era visto como a única garantia de
validação dos registros históricos.
        O privilégio atribuído ao documento, e este de natureza oficial, se constitui
numa clara demonstração do reducionismo imposto às diversas formas de se pensar
a história, simplificação essa que, como não poderia deixar de ser, resvala para a
marginalização das diferentes linguagens, o que encontra inteira correspondência
num projeto de construção que mantêm afastadas das suas narrativas os sujeitos que
difundem o seu pensar a partir, também, de determinadas especificidades linguísticas.
        Por trás desse discurso de fidelização do documento, nutria-se a ideia de que
a análise do mesmo, bem como a consequente extração das informações ali contidas,
garantiria a objetividade dos relatos históricos. Dentro dessa lógica, excluía-se o
contraditório, fruto do devir que caracteriza a relação entre os homens.
        Caudatário da visão historiográfica do século XIX (SCHMIDT; CANELLI,
2004), coube ao ensino de História externalizar e difundir uma história linear,
narrativa,   cronológica   e   supostamente   imparcial.   A essa    postura,   deve-se
compreender que “quando a História iniciou a sua trajetória como conhecimento, o
documento escrito oficial era a essência da sua veracidade, afirmação que atingiu seu
auge no século XIX” (CARVALHO, 2010, p. XI).
        O século não é mais o mesmo citado pelos autores acima, mas na grande
maioria das escolas, o ensino de História, ainda praticado cotidianamente, privilegia a
fala do professor e uma suposta aquiescência do aluno, isso em meio a um contexto
onde prolifera o uso dos artefatos tecnológicos, principalmente entre adolescentes e
jovens, muitos dos quais alunos de escolas públicas.


 2- POR UMA OUTRA HISTÓRIA


        As possibilidades de rupturas com o pensamento tradicional – como
 costumeiramente era denominado – e, a partir daí, a inserção de novas linguagens
 no ensino de História ganham maior consistência a partir da renovação
 historiográfica empreendida pela escola francesa ocorrida no século XX. A partir de
 então, a noção de fidedignidade do documento, bem como o primado do mesmo,
 começaram a ser contestados, abrindo assim, espaço para a inserção de novas
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 fontes e, com o passar do tempo, solidificou-se a construção historiográfica por meio
 da pluralidade tipológica das fontes (CARVALHO, 2010, p. 1).
        Definir o que seja a nova história não tem sido algo fácil. Sua compreensão se
tornará mais fácil a partir da observação dos pressupostos que a diferenciam de uma
história considerada tradicional, positivista. Opor-se a uma história única, exclusiva e
submetida aos parâmetros políticos se constitui como uma das primeiras
características da nova história (FONSECA, 2003, p.41).
        Ao se interessar por outras narrativas, que não especificadamente à política,
a nova história rompe com a ditadura das fontes, desconstruindo com o privilégio das
grandes narrativas e, ao mesmo tempo, incorpora vozes antes consideradas
marginais nas construções historiográficas. Isso implicará, consequentemente, em
outras formas de ensino de História no dia-a-dia das salas de aulas. Além disso,
“essa concepção nova ampliou as fontes de estudo, passando a utilizar também as
fontes orais (entrevistas, depoimentos, narrativas), as fontes audiovisuais (fotografias,
discos, filmes, programas de televisão etc.)” (FONSECA, 2003, p. 42).
        Entretanto, a renovação nas concepções acerca das fontes, personagens e
relações com outras ciências parecem ter encontrado dificuldades para inserir-se no
cotidiano das salas de aula, situação essa que leva os adolescentes a repudiarem a
História (MENDES, 1935), mostrando, dessa forma, o esgotamento do modelo
adotado (NADAI, 1992).
        Pela afirmação da pesquisadora acima, infere-se que os trabalhos de
construção do conhecimento histórico nas escolas ainda estão bastante limitados a
figura do professor e a existência do livro didático como único suporte.
        Nos dias atuais mostra-se cada vez mais imprescindível a necessidade de
rompermos com esse modelo de ensino que ignora a existência de outros recursos,
bem como de novas linguagens que muito poderiam contribuir para o enriquecimento
da promoção do saber em sala de aula.
        Perceber a necessidade da inserção de novas linguagens e tecnologias no
ensino de História é algo que pode ser feito, simplesmente, à medida que o professor
observe o cotidiano a sua volta. Dispor dessa sensibilidade permitiria aos docentes
enxergar a gama de recursos e linguagens que estão a povoar o dia a dia das
pessoas, principalmente dos adolescentes e jovens que serão os potenciais alunos de
História e o quanto elas são influenciadas e influenciam através das mesmas.
6



       Contrariamente a isso, o que se percebe é que ao chegar ao ambiente
escolar, o aluno sente-se deslocado da realidade, visto que o que lhes é apresentado
ou oferecido mantém pouca ou nenhuma correspondência com o seu mundo
cotidiano. Um bom exemplo dessa situação pode ser dado a partir da música.
Pergunta-se: qual dos jovens na atualidade não se envolve com um determinado
ritmo musical? Pois é, apesar dessa situação, a música é muito pouca utilizada nas
atividades escolares.
       Fonseca (2003, p.164), salienta que “o professor, no exercício cotidiano de
seu ofício, incorpora noções, representações, linguagens do mundo vivido fora da
escola, na família, no trabalho, nos espaços de lazer” e que essa apropriação não
pode ser desconsiderada pelo professor, logo, ainda segundo Fonseca (2003, p. 164),
“todas as linguagens, todos os veículos e materiais, frutos de múltiplas experiências
culturais, contribuem com a produção/difusão de saberes históricos”.
       Não se trata de propugnar pela transformação das salas de aulas em espaços
considerados como show de calouros, mas, sim, o de se compreender o quanto a
familiaridade que os adolescentes tem com os novos artefatos tecnológicos pode
transformar esses em grandes aliados da escola e principalmente da disciplina
História, no trato com os conteúdos.


3- AS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE HISTÓRIA


       Antes de se pensar em utilizar a internet nas salas de aula, deve-se reportar
primeiro a utilização do computador, ainda mais da informática, para o contexto de
ensino-aprendizagem. Assim como o fenômeno da tv nas escolas, a inserção de
computadores trouxe muitas questões, dúvidas, afinal, a simples inserção dos
artefatos tecnológicos nos ambientes escolares não significa que os problemas de
ensino-aprendizagem estejam resolvidos, pois “o sucesso [...] depende de como a
tecnologia é usada. Não adianta trocar o caderno por notebook ou tablet sem ter
estratégias e conteúdo para usá-los” (GUIMARÃES, 2011, p.83).
       O que se consegue perceber é que devem estar associados à introdução dos
computadores em sala de aula, planejamento e posturas metodológicas também
diferenciadas e capazes de auxiliar nesse processo, pois contrariamente ao que se
possam imaginar, os efeitos podem ser perversos. Alguns resultados de investigações
revelam essa situação.
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                      O Banco Mundial divulgou, no fim do ano passado, a avaliação de um
                      programa do governo colombiano que distribuiu máquinas para 2 milhões
                      de alunos. O impacto nas notas de espanhol e matemática foi próximo de
                      zero. Em alguns casos, as notas até pioram depois da chegada dos
                      aparelhos. Em 2007, uma pesquisa do Ministério da Educação do Brasil
                      mostrou que alunos que estudaram, por três anos, em escolas com
                      computador estavam pelo menos seis meses atrasados no aprendizado em
                      relação aos outros (GUIMARÃES, 2011, p.83).


       Um fato, contudo, é consensual: a chegada dessas novas tecnologias não
 pode passar despercebida dos professores. Bittencourt (2004, p.108) argumenta
 que, “os computadores revolucionaram ou estão revolucionando, mais do que a
 televisão, as formas de conhecimento escolar, por sua capacidade e poder de
 estabelecer comunicações mais pessoais e interativas”.
       No Brasil, a entrada da informática se deu através da aprovação da lei n°
 7.232, em 1984, que dispunha sobre a Política Nacional de Informática (BRASIL,
 1984). A lei passava a definir de que forma o governo interviria no setor de
 informática. Antes disso, outros setores, como o militar, por exemplo, buscaram estar
 no “controle” da informática. Porém não buscarei aqui tratar disto profundamente. Na
 verdade a lei de informática visava mais o crescimento econômico do país,
 especificamente da indústria. Contudo, com a necessidade de “formar os recursos
 humanos altamente capacitados para o sistema de ciência e tecnologia” (PIRAGIBE,
 1986, p. 110) foram escolhidas as universidades para tal papel.

                      Como forma de contribuir nesta perspectiva, o setor da educação foi
                      escolhido como um dos prioritários para a garantia da Política Nacional de
                      Informática. A partir daí, surge um novo capítulo na história da educação
                      brasileira, caracterizada por ações do governo federal visando levar
                      computadores às escolas públicas de educação básica, constituindo assim,
                      a política brasileira de Informática Educativa. (OLIVEIRA, 2003, p. 27.)


       Como passo oficial para que se levassem computadores às escolas públicas
foi criado o projeto EDUCOM – Educação com Computadores – que foi definido pelo
MEC desta forma:

                      Um experimento de natureza intersetorial de caráter essencialmente
                      educacional, onde cada entidade pública federal participa, não apenas
                      custeando parte dos recursos estimados, mas também acompanhando o
                      seu planejamento, a sua execução e avaliação, de acordo com a sua
                      vocação institucional, conjugando esforços para garantia de maior impacto
                      dos objetivos pretendidos. (FUNTEVÊ 1985, p. 11-12).


       Este projeto foi aplicado em cinco Universidades dos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A partir daí vários
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outros passos foram dados e outros projetos criados visando cada vez mais uma
definição de como se utilizaria computadores nas escolas.
         Voltando agora para a perspectiva do ensino de história, a informática
juntamente com a internet, ou seja, as novas tecnologias, tem se constituído como
ferramenta para professores da área. É claro que a utilização destes requer muitos
cuidados, pois segundo Bittencourt “Utilizar as informações da mídia televisiva ou as
provenientes da internet é fundamental na escola, mas o risco de, por conta disso, se
criar pessoas alienadas não pode ser ignorado” (BITTENCOURT, 2004, p.109).
         Bittencourt ainda salienta que o uso das diversas tecnologias da constituição
de uma cultura de massa pode gerar uma formação cultural alienante e submissa a
determinados interesses, em sintonia com a lógica consumista e produtora de
comportamentos individualistas e alta competitividade. Isso nos leva a concordar que
“torna-se fundamental o cuidado com o método de leitura dos meios de comunicação
e do uso da informática, de maneira que se propicie uma análise crítica das
informações e do próprio suporte de comunicação” (BITTENCOURT, 2004, 109).
         Não podemos também deixar passar despercebido outro problema apontado
por Bittencourt. Este estaria relacionado às “desigualdades das condições de trabalho
e da realidade escolar brasileira”. Segundo ela,

                       o uso de computadores, notadamente, pode transformar-se em mais um
                       meio para erguer barreiras entre os que têm acesso a esses produtos e os
                       demais alunos das precárias escolas públicas das periferias das grandes
                       cidades a das áreas mais carentes do país ( BITTENCOURT, 2004, p. 110).


         Esta realidade não difere muito da escola em que foi desenvolvida esta
pesquisa, pois há uma diversidade considerável entre os conhecimentos dos alunos
referentes às novas tecnologias. Há alunos com um alto nível de conhecimento e
disponibilidade para acesso as novas tecnologias, da mesma forma que existe um
número bem maior de alunos que não dispõe de nenhum acesso fora da escola a
essas novas tecnologias.
         Mesmo frente a tantos dilemas na utilização da internet para o ensino de
história, existem sim várias maneiras de utilizá-las para um melhor aprendizado do
aluno.

                       Existem muitas possibilidades de integração e envolvimento com essa
                       ferramenta, como acesso a uma riqueza de recursos que são os sons e as
                       imagens, possibilitando maiores explorações e integrações de ideias por
                       parte dos alunos nas questões conceituais. E ainda mediação nos papéis
9



                       dos professores e métodos de ensino, bem como a facilitação na busca de
                       dados de natureza histórica, direcionando-se nas propostas da concepção
                       da “História Nova”. (FRANÇA; SIMOM, [2009?], p.8).


       Fazendo coro com as propostas acima citadas, Figueiredo (1997) diz que a
“utilização de programas, onde a forma de navegação depende exclusivamente do
usuário, a linearidade da informação imposta pelo livro é eliminada e o ensino,
individualizado, segundo as necessidades de cada educando”.
            Há ainda outras maneiras de se apropriar da internet para o ensino de
história.
                       O computador deve ser utilizado de maneira muito criativa, através de
                       pesquisas em sites[...], como visitas em museus, consulta a arquivos
                       históricos, propiciando momentos jamais alcançados anteriormente e
                       transformando a disciplina de história dinâmica e atrativa. Assim o aluno
                       tem condições de entrar em contato com outras pessoas, trocar
                       experiências, construir conceitos coletivamente, a partir do contato com
                       diversos sujeitos, onde o virtual invade as emoções e domina as
                       curiosidades”. (FRANÇA; SIMOM, [2009?], p. 8).


       Desta forma, notamos que as possibilidades de uso das novas tecnologias no
contexto do ensino são inúmeras e mais especificamente no de História, cabendo ao
professor, contudo, o direcionamento necessário, já que muitas escolas já possuem
os recursos para que os alunos se beneficiem desta ferramenta.


4- O USO DA INTERNET E A REALIDADE ENCONTRADA


       O Colégio Estadual Josevaldo Lima, lócus de realização da nossa pesquisa,
está situado no povoado de Saco do Correio, na zona rural do município de
Serrinha. O colégio, comparado com outros da mesma rede, possui uma ótima
estrutura física, o que inclui uma quadra de futsal, um laboratório de informática com
18 equipamentos e que permite, também, o acesso à internet, Tv, e uma biblioteca.
Possui, também, doze salas de aula, 26 professores e 446 alunos divididos entre os
turnos matutino e vespertino.
       Do quantitativo de professores que compõem o quadro de profissionais da
escola, 90% deles tem formação superior e os demais estão inclusos na categoria
de estagiários e que prestam, via contratos, serviços ao Colégio. Além disso, o
Colégio tem uma diretora, e um vice diretor. Na secretaria da referida instituição
trabalham três profissionais em cada turno e que dão suporte às atividades didático-
pedagógicas do Colégio.
10




                Foto 1- Fachada do Colégio Estadual Josevaldo Lima.




Fonte: Nuadson Herculano dos Santos

       Foto 2- Laboratório de Informática do Colégio Estadual Josevaldo Lima.




Fonte: Nuadson Herculano dos Santos.


       Foi nos espaços do Colégio Estadual Josevaldo Lima que, depois de
autorizados, realizamos a nossa investigação. Utilizando-nos, incialmente, dos
11



questionários3, selecionamos alunos da 6ª, 7ª e 8ª séries, correspondendo
respectivamente aos 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental. Além desse universo
para amostragem, ampliamos o mesmo com a inclusão de alunos do 2º ano do
ensino médio. 4
       Uma das questões iniciais versava sobre a existência ou não de
computadores na escola e se os mesmos tinham conexão com a internet. Nesse
quesito, todos os entrevistados confirmaram a existência do laboratório na escola,
entretanto, não souberam precisar o número de máquinas existentes. Quanto ao
número de computadores no laboratório, as respostas dos alunos mostraram que
nenhum deles sabia exatamente quantos computadores existiam no laboratório.
       Chama-nos atenção esse fato, pois se a utilização dos laboratórios é feita
com frequência, conhecer o número de equipamentos disponíveis parecia-nos ser
algo natural para os frequentadores do laboratório, fato que não veio acontecer, o
que nos leva a inferir pela pouca familiaridade dos alunos com o espaço e
equipamentos em questão.
       Essa pouca familiaridade por nós referida pode ser constatada pelo
percentual de alunos que acorrem ao laboratório semanalmente. 80% deles afirmam
que vão lá somente uma vez por semana, sendo que desse universo, 90%
salientaram que, geralmente, demoravam em média, menos de cinquenta minutos 5
dentro do laboratório.




3
  Foram elaboradas 13 (treze) questões para serem respondidas pelos alunos selecionados, sendo
duas delas abertas e as demais objetivas.
4
  Vale salientar da dificuldade encontrada para aplicação dos questionários, visto que se aproximava
o fim do ano letivo, e a escola estava movimentada para a realização da feira de conhecimento. A
agitação e falta de tempo dos professores foi um fator que implicou em algumas dificuldades.
5
  Utilizamos cinquenta minutos, pois é a carga de uma hora aula nas escolas públicas do Estado da
Bahia.
12



                  Gráfico 1- Frequência ao Laboratório de Informática.




Fonte: Alunos do Colégio Estadual Josevaldo Lima.
Elaboração: Nuadson Herculano dos Santos.


       A partir desses dados alguns questionamentos podem ser levantados, como
por exemplo: em menos de cinquenta minutos o acesso do aluno à internet é
suficiente para interagir com o mundo virtual e estabelecer correspondência com os
assuntos debatidos em sala de aula?
       Nas idas e vindas que o aluno do Colégio Estadual Josevaldo Lima faz ao
Laboratório de Informática geralmente eles são acompanhados por um professor de
uma determinada disciplina e que fica responsável pela turma. Isso, pelo menos, foi
o que tivemos condições de aferir quando questionamos aos mesmos acerca de
quem os acompanhava no momento de ir ao Laboratório. Outra parte de alunos
respondeu que era acompanhada por um funcionário, o que indica uma atuação por
certa autonomia por parte dos mesmos, ou seja, não fica somente à espera do
professor para que o mesmo os acompanhe, num determinado momento, ao
laboratório.
       O acesso à internet, como inclusive já foi citado acima, é disponibilizado pelo
Colégio, pois 90% dos entrevistados confirmaram ter acesso à mesma no
Laboratório de Informática e o restante, cerca de 10% disseram não ter acesso a
essa ferramenta.
       Neste momento da pesquisa nos perguntamos por que esses 10%
responderam não ter acesso à internet no laboratório da escola, sendo que o mesmo
13



é disponibilizado naquele espaço. Seria a falta de conhecimento em manusear com
esta ferramenta que os leva a não fazer uso da mesma?
      Mas, de posse desses resultados, algumas indagações devem ser feitas, tais
como: se o aluno não é familiar com a internet, mas esse mesmo aluno frequenta
um laboratório, dentro da escola, e que lhe possibilita esse contato, por que o
professor responsável pelo acompanhamento desse aluno a esse ambiente não
propicia um novo conhecimento para esse aluno ensinando-lhe como ter contato
com os recursos da WEB?
      A falta de conhecimento pode ser considerada em razão da carência
financeira da maioria dos alunos que frequentam o Colégio Estadual Josevaldo
Lima. É bom lembrar, conforme relatamos acima, que essa Unidade Escolar está
localizada e atende uma grande parte de alunos oriundos da zona rural do município
de Serrinha, portanto, alunos que tem dificuldade em ter acesso a uma lanhouse
para, consequentemente, acessar a internet.
      A familiaridade com os recursos da internet pode ser comprovada pelo gráfico
abaixo, entretanto, mostra que uma parcela que consideramos elevada não
consegue ter contato mais intenso, pois ficou caracterizado que 40% dos alunos do
Colégio Estadual Josevaldo Lima só tem acesso à internet na escola. Esse
percentual, para os dias atuais, pode ser considerado como extremamente elevado.
      Para aqueles que acessam a internet, os números revelam um pouco das
condições sócio econômicas dessa fatia de alunos. Quase metade deles acessa a
internet na casa de amigos, o que se por um lado revela a intensificação da
solidariedade, por outro lado demonstra também a falta de condições em adquirir um
equipamento ou mesmo de pagar pelo serviço numa lanhouse.
14



                       Gráfico 2- Acesso à internet fora da escola.




Fonte: Alunos do Colégio Estadual Josevaldo Lima.
Elaboração: Nuadson Herculano dos Santos.


       Em se tratando das condições socioeconômicas Pretto (2006, p. 16) aponta
para o aprofundamento do fosso entre pobres e ricos.

                        De novo, corremos o risco de alimentar o fosso entre pobres e ricos, já que
                        os jovens que possuem acesso individualizado em casa – muitas vezes em
                        banda larga – interagem plenamente om a cibercultura vivendo, em seus
                        guetos fechados, todas as possibilidades, da cópia e manipulação de
                        música (como os já famosos mp3 e ogg), vídeos, bate papos e sítios de
                        toda natureza. Enquanto isso aos filhos dos pobres... aulas de informática!!!


       Do universo de alunos pesquisados, 42,8% dos mesmos disseram passar
menos de uma hora acessando os conteúdos oferecidos pela internet. Levando-se
em consideração que muitos deles tem acesso a essa ferramenta através de
amigos, isso pode implicar na questão do tempo que os mesmos dispendem para
ficar à frente do computador e em contato com o mundo virtual. Por outro lado,
28,6% dos alunos entrevistados afirmaram passar mais de uma hora acessando a
internet. Complementando os dados relativos a essa questão, 14,3% afirmaram
passar mais de duas horas “surfando” nos ambientes virtuais. Mesmo percentual
para aqueles que ficam mais de três horas.
       Mas, afinal de contas qual o interesse desses alunos quando estão em
contato com a internet? Um porcentual elevadíssimo, em torno de 85%, disse que a
15



primeira coisa que mais fazem é acessar as páginas das redes sociais como Orkut e
Facebook, além, é claro, do MSN. Os outros 15% disseram que se divertem com os
vídeos e e-mail.
           O interessante desses dados é perceber que a internet pode ser utilizada para
aproximar o diálogo entre as pessoas e, como tal, incentivar a cooperação, a
solidariedade e o compartilhar das informações. É claro que muitas das vezes ela é
utilizada de forma perversa, fator que torna cada vez mais preponderante o trabalho
do professor em sala de aula no sentido de discutir com os alunos as várias facetas
desse instrumento.
           Vale salientar da importância do papel do professor neste processo educativo.

                             O papel do professor consiste em mediar à pesquisa e a apresentação dos
                             resultados, que pode ocorrer até em grupos. Entretanto, aparece o
                             problema dos embasamentos teóricos e metodológicos do professor, uma
                             vez que só orienta aquele que domina conteúdos e a prática pedagógica,
                             caso contrário, vira uma panaceia na cabeça do docente, que ao invés de
                             facilitar, complica mais sua vida, porque aquele que não é flexível, inovador,
                             disposto a ouvir e trocar informações com seus alunos, bem como interagir,
                             está simplesmente obsoleto na sociedade do conhecimento.
                             (FRANÇA;SIMOM, [2009?], p10).


           No tocante à realização de tarefas escolares, geralmente denominadas de
pesquisas, os estudantes que responderam ao nosso questionário afirmaram que o
professor que mais solicitou pesquisas na internet foi o da disciplina de Geografia,
seguidos do professor da disciplina de História. Entretanto, quando questionados
quem mais os acompanhou ao laboratório e, consequentemente, à internet, metade
dos alunos afirmou ser o professor de História e a outra metade ficou entre os
professores de Sociologia, Geografia e Filosofia.
           A crença na internet como uma ferramenta que pode contribuir para o
aprendizado dos alunos é um dos motivos que faz com que as professoras
incentivem o acesso à mesma. Isso segundo a professora “deve ser proporcionado
por meio de pesquisas de conteúdos, imagens, charges, textos informativos e outros
conteúdos6”.
           Quanto à frequência com que usavam o laboratório, uma professora
respondeu ir uma vez por semana e a outra três vezes por semana. O tempo médio
da primeira é de menos de uma hora e da segunda mais de uma hora. As duas
disseram utilizar-se da internet para elaborar seus planejamentos. Apenas uma

6
    Relato de uma das professoras entrevistadas durante o trabalho de investigação.
16



soube dizer alguns sites que indicavam para os alunos. Os sites citados foram
Historia net, Revista de História da Biblioteca Nacional e outros sites acadêmicos
com artigos relacionados aos conteúdos da disciplina.




CONCLUSÃO


       Ao analisar os dados podemos perceber certa discrepância entre o que foi
relatado pelos professores e o que foi dito pelos alunos. Por exemplo, ao perguntar
informalmente aos alunos quantas vezes eles frequentavam o laboratório, alguns
alunos responderam que já tinha bastante tempo que o professor os levou, já outros
diziam nunca ter ido ao laboratório. No caso das professoras, estas relataram levar
os alunos ao laboratório no mínimo uma vez por semana.
       Percebe-se, que de acordo com as professoras, a internet tem sido uma
ferramenta, com seus recursos audiovisuais como vídeos, textos, imagens e
charges, muito útil contribuindo assim para o aprendizado dos alunos referente a
disciplina história.
       Entretanto, percebemos uma carência muito grande do uso da internet no
tocante à questão do planejamento. O simples pedido de uma “pesquisa” sobre
determinado tema não significa, necessariamente, que o aluno esteja usando-a de
forma adequada, afinal, utilizando-se dos recursos do computador, o aluno poderá
copiar o texto e depois colar o mesmo e imprimi-lo, portanto, a educação continuará
tão bancária quanta aquela que obriga o aluno a ouvir e copiar.
       Isso nos remete a outra questão, qual seja a da formação dos professores. É
preciso que os currículos dos cursos de formação de professores estejam abertos a
essas novas perspectivas e diálogos proporcionados pelas tecnologias. Um
professor com uma formação que contemple, também, o universo tecnológico,
saberá como orientar melhor os seus alunos em sala de aula e tornar cada vez mais
possível o encontro, não somente no laboratório de informática, do ensino de história
e da internet.
17




                                REFERÊNCIAS


BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e
métodos. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção docência em formação. Série ensino
fundamental).


BRASIL. Lei nº 7.232/84, de 29 de outubro de 1984. Dispõe sobre a Política
Nacional de Informática, e dá outras providências. Diário Oficial [da República
Federativa do Brasil], Brasília, n. 248, 30out. 1984. Seção 1, p. 15.841. Disponível
em:
http://www.sefaz.am.gov.br/areas/opcaosistemas/silt/normas/Legisla%C3%A7%C3%
A3o%20Federal/Lei%20Federal/Ano%201984/Arquivo/LF%207232%2084.htm.
Acesso em: 30. Set. 2011.


CARVALHO, Ana Maria Pessoa de (Org.). Ensino de História. São Paulo, Cengage
Learning, 2010. (Coleção ideias em ação).


FIGUEIREDO, Luciano. História e Informática: o uso do computador. In: CARDOSO,
Ciro F. e VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da História: ensaios de teoria e
metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.


FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história:
experiências, reflexões e aprendizados. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.


FRANÇA, Cyntia Simioni. SIMOM, Cristiano Biazzo. Como conciliar ensino de
história   e    novas tecnologias?. Londrina, [2009?].               Disponível em
http://www.uel.br/eventos/sepech/arqtxt/resumos-anais/CyntiaSFranca.pdf. Acesso em
11/11/2011.


FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta.6.ed. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 1985. (Coleção Educação e comunicação).


FUNTEVÊ. Educação e informática 1: O projeto Educom – Ano 1. Rio de Janeiro,
Funtevê, 1985.


GUIMARÃES, Camila. A lição digital: do computador à lousa digital, pesquisas
inéditas mostram quando e como a tecnologia realmente funciona na escola. Época.
São Paulo, n.683, p. 80-88, 20 jun. 2011.
18




MENDES, Murilo. A História no Curso Secundário. São Paulo: Gráfica Paulista,
1935, p. 41.


NADAI Elza. O ensino de História no Brasil: trajetórias e perspectivas. Revista
Brasileira de História. São Paulo, v. 13, nº 25/26, p. 143-162, set. 92/ago. 93.


OLIVEIRA, Ramon de. Informática educativa: os planos e discursos à sala de aula.
8.ed. Campinas, SP: Papirus, 2003.


PIRAGIBE, Clélia Virgínia. Avaliação e perspectiva da política brasileira de
informática: um estudo comparativo. Rio de Janeiro, IPEA/INPES, 1986.


PRETTO, Nelson de Luca. Políticas públicas educacionais no mundo
contemporâneo. Liinc em revista, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, mar. 2006. Disponível
em: http://www.ibict.br/liinc. Acesso em 21/02/2012.


SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo:
Scipione, 2004. (Pensamento e ação no magistério).
19




ANEXOS
20




UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV- CONCEIÇÃO DO COITÉ.
COLETA DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DE TCC.

Questionário

   1- Na escola onde você estuda existe laboratório de informática?
      a)sim ( )
      b)não( )

   2- Quantos computadores existem no laboratório de informática da sua escola?
      ( )mais de 10
      ( )mais de 20
      ( )mais de 30
      ( )menos de 10

   3- Com que frequência você utilizava o laboratório de informática?
      ( )uma vez por semana
      ( )duas vezes por semana
      ( )três vezes por semana
      ( )mais de três vezes por semana.

   4- Cada vez que você visitava o laboratório, você ficava por lá...
      ( )menos de 1 hora
      ( )mais de 1 hora

   5- Geralmente, às vezes que você visitava o laboratório de informática da sua escola, você

       ( )era acompanhado por um professor
       ( )era acompanhado por um funcionário da escola
       ( )não era acompanhado nem por professores e nem por funcionários

   6- No laboratório você tinha acesso à internet?
      ( )sim
      ( )não

   7- Fora da escola, você costuma usar a internet?
      ( )sim
      ( )não
   8- Caso você tenha respondido sim para a pergunta acima (7), onde você costuma usar a
      internet?
      ( )na casa de amigos
      ( )lan house
21



    ( )na minha casa

9- Quando você usa a internet, o que você faz primeiro?
   ( )olha o Orkut/Facebook
   ( )olha o email.
   ( )faz pesquisas.

10- Com qual frequência você usa a net por dia?
    ( )mais de uma hora
    ( )menos de uma hora
    ( )mais de 2 horas
    ( )mais de três horas

11- Cite três coisas que mais lhe atrai na internet.
    _____________________________________
    _____________________________________
    _____________________________________

12- Qual das disciplinas abaixo o professor já solicitou a realização de pesquisas na net?
    ( )Física
    ( )História
    ( )Matemática
    ( )Geografia
    ( )Língua Portuguesa
    ( )Artes
    ( )Biologia

13- Durante o ano letivo de 2011, qual o professor (e de qual disciplina) que mais lhe fez
    trabalhos com você no laboratório de informática da sua escola?
    _____________________________________/________________________________
22




UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV- CONCEIÇÃO DO COITÉ.
COLETA DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DE TCC.
   1- Na escola onde você TRABALHA existe laboratório de informática?
      a)sim ( )
      b)não( )

   2- Quantos computadores existem no laboratório de informática da sua escola?
      ( )mais de 10
      ( )mais de 20
      ( )mais de 30
      ( )menos de 10

   3- Com que frequência você utiliza o laboratório de informática DA ESCOLA ONDE VOCÊ
      TRABALHA?
      ( )uma vez por semana
      ( )duas vezes por semana
      ( )três vezes por semana
      ( )mais de três vezes por semana.

   4- Qual o tempo médio que você costuma ficar no laboratório de informática da sua escola
      cada vez que você o visita?
      ( )menos de 1 hora
      ( )mais de 1 hora

   5- No laboratório de informática da sua escola é possível acessar a internet?
      ( )sim
      ( )não

   6- Quando do seu planejamento, você utiliza a internet para auxiliá-lo (a)
      ( )sim
      ( )não

   7- Se você costuma indicar algum site para os seus alunos relacione abaixo:
      ____________________________________________________________________________
      ____________________________________________________________________________
      ____________________________________________________________________________

   8- Você acredita que a internet pode contribuir para o ensino da disciplina história? De que
      forma?______________________________________________________________________
      ____________________________________________________________________________
      ___________________________________________

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  • 1. 1 ENSINO DE HISTÓRIA E INTERNET: ONDE OS MESMOS SE ENCONTRAM?1 Nuadson Herculano dos Santos2 Resumo: O advento das novas tecnologias e a inserção de computadores com acesso à internet nas escolas tem tornado a produção de conhecimento ainda mais diversa e imediata. Essa maior facilidade na busca de informações tem levado muitos professores a rever a sua prática na sala de aula, adotando outras metodologias no processo de ensino. Referente à disciplina História, por exemplo, não tem sido diferente. Temos visto professores se esforçando em buscar novas formas de atrair seus alunos para suas aulas, inclusive com o uso da internet. Foi a partir dessa constatação que resolvemos pesquisar a relação do uso da internet no dia a dia do Colégio Estadual Josevaldo Lima, no município de Serrinha-Ba. Utilizando entrevistas, aplicação de questionários e observações procuramos compreender como os professores daquela instituição estão fazendo uso da internet para o desenvolvimento das suas aulas. Essa iniciativa implicou em entender, também, a relação dos alunos com essa ferramenta, em alguns casos, já tão familiar para muitos. Palavras-chave: Internet. Ensino de História. Novas tecnologias. Abstract: The advent of new technologies and the integration of computers with Internet access in schools have made the production of knowledge even more diverse and immediate. This greater ease in finding information has led many teachers to review their practice in the classroom, adopting other methodologies in the discipline process ensino. Referente history, for example, has not been different. We have seen teachers striving to find new ways to attract students to their classes, including the use of the internet. It was from this observation we decided to investigate the relationship of Internet use on a daily Josevaldo State College Lima, the city of Ba- Serrinha. Using me for interviews, questionnaires and observations seek to understand how teachers of that institution are making use of the Internet to develop their lessons. This initiative led to understand, also, the ratio of students with this tool, some cases, already so familiar to many. Keywords: Internet. Teaching of History. New technologies. 1 Artigo apresentado ao Colegiado do Curso de Licenciatura em História, Campus XIV, Conceição do Coité-Bahia, como requisito final para aprovação no referido Curso. Trabalho orientado pelo professor Ms. Antonio Vilas Boas. 2 Graduando em Licenciatura em História pela Universidade do Estado da Bahia, Campus XIV, Conceição do Coité.
  • 2. 2 INTRODUÇÃO Estamos vivendo em uma era, denominada por muitos de a era da informação, na qual o imediatismo no campo das comunicações se tornou algo já bastante habitual. Nesse contexto, as notícias, a divulgação de dados, pesquisas, etc. chegam até muitos de nós em uma velocidade jamais vista, proporcionando que, aos poucos, outros canais de comunicação se juntem aos já existentes, popularizando-se. A rede mundial de computadores, ou a internet, como é conhecida, é um exemplo. Perceber a expansão da tecnologia e mais especificadamente da internet nos nossos dias não é tão difícil. Apesar de não ser ainda um equipamento acessível a todas as camadas da população, o computador tem mudado o cotidiano de muitos adolescentes, jovens e outros personagens de outras idades. O fenômeno das redes sociais e a possibilidade de interação através dos espaços virtuais é algo que não passa despercebido pela maioria da nossa população. As consequências dessas “novas rotinas” também têm afetado outros campos. Na educação, ou no processo de ensino-prendizagem, é cada vez mais perceptível que o professor não deve mais ser apenas um transmissor de conhecimento, naquele sentido bancário tão criticado por Freire (1985), mas precisa, mais do que em qualquer outro momento, estar atualizado, manejar outras ferramentas e inserir-se no cotidiano tecnológico, pois caso contrário corre o risco de tornar-se obsoleto. Foi justamente desse cotidiano que surgiram as inquietações para o desenvolvimento dessa pesquisa. Como estagiário do curso de Licenciatura em História tive a oportunidade de ter contato com o universo do ensino público nas escolas da Rede Estadual do Estado da Bahia, mais precisamente no município de Serrinha-Bahia. Do meu dia-a-dia vieram as primeiras análises acerca da relação que, principalmente, os adolescentes/jovens mantêm com a internet, tornando-a tão popular. Já no espaço escolar, verifiquei a existência de laboratório de informática conectado à internet, elemento esse capaz de propiciar ao aluno o acesso ao mundo virtual.
  • 3. 3 Essas duas constatações nos levaram a pensar numa investigação que tivesse como objetivo geral analisar como os professores de História do Colégio Estadual Josevaldo Lima estão fazendo uso da internet para o desenvolvimento das suas atividades. Especificadamente, e para tentar dar conta do objetivo acima, procuramos observar as ações empreendidas pelo professor para fazer com que os alunos utilizem a internet como fonte de aprendizado. Além desse, compreender como os alunos fazem uso da internet no seu dia-a-dia foi outro objetivo. Sabendo do crescente desenvolvimento tecnológico nos dias atuais e da utilização dos mesmos no processo ensino-aprendizagem, cremos que essa pesquisa se justificou pela possibilidade que a mesma teve de conhecer o cotidiano da utilização da internet dentro do Colégio Estadual Josevaldo Lima e, a partir daí, e da análise dos dados encontrados, apontar outras possibilidades de uso desse recurso, além daquelas já existentes. A nossa inquietação traduz-se na seguinte questão: como os professores de História do Colégio Estadual Josevaldo Lima, localizado no município de Serrinha-Bahia, fazem uso da internet nas aulas de História? Para desenvolvermos a nossa pesquisa, utilizamo-nos de vários instrumentos, dentre eles, a aplicação de questionários junto aos alunos da citada instituição; entrevista com professores e coordenadores da Unidade Escolar em questão, além da observação das atividades desenvolvidas pelos professores de História com seus respectivos alunos. 1- O ENSINO DE HISTÓRIA: UM POUCO DA SUA HISTÓRIA Ao longo dos tempos, a inserção das metodologias ou a incorporação de diferentes linguagens no ensino de História, bem como a consideração e valorização das mesmas no contexto da pesquisa científica ficaram atreladas às perspectivas teóricas defendidas pelas diferentes correntes de pensadores que definiram o que seria a História e como a mesma deveria ser ensinada; como seria empreendida a investigação acerca da mesma; quais objetos seriam considerados como passiveis de serem pesquisados; além de se definir as fontes para pesquisa, dentre outros aspectos.
  • 4. 4 Partindo-se dessa analogia não haveria espaço para a consideração das diferentes linguagens, bem como o uso das mesmas num cotidiano marcado por concepções positivistas nas quais o documento era visto como a única garantia de validação dos registros históricos. O privilégio atribuído ao documento, e este de natureza oficial, se constitui numa clara demonstração do reducionismo imposto às diversas formas de se pensar a história, simplificação essa que, como não poderia deixar de ser, resvala para a marginalização das diferentes linguagens, o que encontra inteira correspondência num projeto de construção que mantêm afastadas das suas narrativas os sujeitos que difundem o seu pensar a partir, também, de determinadas especificidades linguísticas. Por trás desse discurso de fidelização do documento, nutria-se a ideia de que a análise do mesmo, bem como a consequente extração das informações ali contidas, garantiria a objetividade dos relatos históricos. Dentro dessa lógica, excluía-se o contraditório, fruto do devir que caracteriza a relação entre os homens. Caudatário da visão historiográfica do século XIX (SCHMIDT; CANELLI, 2004), coube ao ensino de História externalizar e difundir uma história linear, narrativa, cronológica e supostamente imparcial. A essa postura, deve-se compreender que “quando a História iniciou a sua trajetória como conhecimento, o documento escrito oficial era a essência da sua veracidade, afirmação que atingiu seu auge no século XIX” (CARVALHO, 2010, p. XI). O século não é mais o mesmo citado pelos autores acima, mas na grande maioria das escolas, o ensino de História, ainda praticado cotidianamente, privilegia a fala do professor e uma suposta aquiescência do aluno, isso em meio a um contexto onde prolifera o uso dos artefatos tecnológicos, principalmente entre adolescentes e jovens, muitos dos quais alunos de escolas públicas. 2- POR UMA OUTRA HISTÓRIA As possibilidades de rupturas com o pensamento tradicional – como costumeiramente era denominado – e, a partir daí, a inserção de novas linguagens no ensino de História ganham maior consistência a partir da renovação historiográfica empreendida pela escola francesa ocorrida no século XX. A partir de então, a noção de fidedignidade do documento, bem como o primado do mesmo, começaram a ser contestados, abrindo assim, espaço para a inserção de novas
  • 5. 5 fontes e, com o passar do tempo, solidificou-se a construção historiográfica por meio da pluralidade tipológica das fontes (CARVALHO, 2010, p. 1). Definir o que seja a nova história não tem sido algo fácil. Sua compreensão se tornará mais fácil a partir da observação dos pressupostos que a diferenciam de uma história considerada tradicional, positivista. Opor-se a uma história única, exclusiva e submetida aos parâmetros políticos se constitui como uma das primeiras características da nova história (FONSECA, 2003, p.41). Ao se interessar por outras narrativas, que não especificadamente à política, a nova história rompe com a ditadura das fontes, desconstruindo com o privilégio das grandes narrativas e, ao mesmo tempo, incorpora vozes antes consideradas marginais nas construções historiográficas. Isso implicará, consequentemente, em outras formas de ensino de História no dia-a-dia das salas de aulas. Além disso, “essa concepção nova ampliou as fontes de estudo, passando a utilizar também as fontes orais (entrevistas, depoimentos, narrativas), as fontes audiovisuais (fotografias, discos, filmes, programas de televisão etc.)” (FONSECA, 2003, p. 42). Entretanto, a renovação nas concepções acerca das fontes, personagens e relações com outras ciências parecem ter encontrado dificuldades para inserir-se no cotidiano das salas de aula, situação essa que leva os adolescentes a repudiarem a História (MENDES, 1935), mostrando, dessa forma, o esgotamento do modelo adotado (NADAI, 1992). Pela afirmação da pesquisadora acima, infere-se que os trabalhos de construção do conhecimento histórico nas escolas ainda estão bastante limitados a figura do professor e a existência do livro didático como único suporte. Nos dias atuais mostra-se cada vez mais imprescindível a necessidade de rompermos com esse modelo de ensino que ignora a existência de outros recursos, bem como de novas linguagens que muito poderiam contribuir para o enriquecimento da promoção do saber em sala de aula. Perceber a necessidade da inserção de novas linguagens e tecnologias no ensino de História é algo que pode ser feito, simplesmente, à medida que o professor observe o cotidiano a sua volta. Dispor dessa sensibilidade permitiria aos docentes enxergar a gama de recursos e linguagens que estão a povoar o dia a dia das pessoas, principalmente dos adolescentes e jovens que serão os potenciais alunos de História e o quanto elas são influenciadas e influenciam através das mesmas.
  • 6. 6 Contrariamente a isso, o que se percebe é que ao chegar ao ambiente escolar, o aluno sente-se deslocado da realidade, visto que o que lhes é apresentado ou oferecido mantém pouca ou nenhuma correspondência com o seu mundo cotidiano. Um bom exemplo dessa situação pode ser dado a partir da música. Pergunta-se: qual dos jovens na atualidade não se envolve com um determinado ritmo musical? Pois é, apesar dessa situação, a música é muito pouca utilizada nas atividades escolares. Fonseca (2003, p.164), salienta que “o professor, no exercício cotidiano de seu ofício, incorpora noções, representações, linguagens do mundo vivido fora da escola, na família, no trabalho, nos espaços de lazer” e que essa apropriação não pode ser desconsiderada pelo professor, logo, ainda segundo Fonseca (2003, p. 164), “todas as linguagens, todos os veículos e materiais, frutos de múltiplas experiências culturais, contribuem com a produção/difusão de saberes históricos”. Não se trata de propugnar pela transformação das salas de aulas em espaços considerados como show de calouros, mas, sim, o de se compreender o quanto a familiaridade que os adolescentes tem com os novos artefatos tecnológicos pode transformar esses em grandes aliados da escola e principalmente da disciplina História, no trato com os conteúdos. 3- AS NOVAS TECNOLOGIAS E O ENSINO DE HISTÓRIA Antes de se pensar em utilizar a internet nas salas de aula, deve-se reportar primeiro a utilização do computador, ainda mais da informática, para o contexto de ensino-aprendizagem. Assim como o fenômeno da tv nas escolas, a inserção de computadores trouxe muitas questões, dúvidas, afinal, a simples inserção dos artefatos tecnológicos nos ambientes escolares não significa que os problemas de ensino-aprendizagem estejam resolvidos, pois “o sucesso [...] depende de como a tecnologia é usada. Não adianta trocar o caderno por notebook ou tablet sem ter estratégias e conteúdo para usá-los” (GUIMARÃES, 2011, p.83). O que se consegue perceber é que devem estar associados à introdução dos computadores em sala de aula, planejamento e posturas metodológicas também diferenciadas e capazes de auxiliar nesse processo, pois contrariamente ao que se possam imaginar, os efeitos podem ser perversos. Alguns resultados de investigações revelam essa situação.
  • 7. 7 O Banco Mundial divulgou, no fim do ano passado, a avaliação de um programa do governo colombiano que distribuiu máquinas para 2 milhões de alunos. O impacto nas notas de espanhol e matemática foi próximo de zero. Em alguns casos, as notas até pioram depois da chegada dos aparelhos. Em 2007, uma pesquisa do Ministério da Educação do Brasil mostrou que alunos que estudaram, por três anos, em escolas com computador estavam pelo menos seis meses atrasados no aprendizado em relação aos outros (GUIMARÃES, 2011, p.83). Um fato, contudo, é consensual: a chegada dessas novas tecnologias não pode passar despercebida dos professores. Bittencourt (2004, p.108) argumenta que, “os computadores revolucionaram ou estão revolucionando, mais do que a televisão, as formas de conhecimento escolar, por sua capacidade e poder de estabelecer comunicações mais pessoais e interativas”. No Brasil, a entrada da informática se deu através da aprovação da lei n° 7.232, em 1984, que dispunha sobre a Política Nacional de Informática (BRASIL, 1984). A lei passava a definir de que forma o governo interviria no setor de informática. Antes disso, outros setores, como o militar, por exemplo, buscaram estar no “controle” da informática. Porém não buscarei aqui tratar disto profundamente. Na verdade a lei de informática visava mais o crescimento econômico do país, especificamente da indústria. Contudo, com a necessidade de “formar os recursos humanos altamente capacitados para o sistema de ciência e tecnologia” (PIRAGIBE, 1986, p. 110) foram escolhidas as universidades para tal papel. Como forma de contribuir nesta perspectiva, o setor da educação foi escolhido como um dos prioritários para a garantia da Política Nacional de Informática. A partir daí, surge um novo capítulo na história da educação brasileira, caracterizada por ações do governo federal visando levar computadores às escolas públicas de educação básica, constituindo assim, a política brasileira de Informática Educativa. (OLIVEIRA, 2003, p. 27.) Como passo oficial para que se levassem computadores às escolas públicas foi criado o projeto EDUCOM – Educação com Computadores – que foi definido pelo MEC desta forma: Um experimento de natureza intersetorial de caráter essencialmente educacional, onde cada entidade pública federal participa, não apenas custeando parte dos recursos estimados, mas também acompanhando o seu planejamento, a sua execução e avaliação, de acordo com a sua vocação institucional, conjugando esforços para garantia de maior impacto dos objetivos pretendidos. (FUNTEVÊ 1985, p. 11-12). Este projeto foi aplicado em cinco Universidades dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Pernambuco. A partir daí vários
  • 8. 8 outros passos foram dados e outros projetos criados visando cada vez mais uma definição de como se utilizaria computadores nas escolas. Voltando agora para a perspectiva do ensino de história, a informática juntamente com a internet, ou seja, as novas tecnologias, tem se constituído como ferramenta para professores da área. É claro que a utilização destes requer muitos cuidados, pois segundo Bittencourt “Utilizar as informações da mídia televisiva ou as provenientes da internet é fundamental na escola, mas o risco de, por conta disso, se criar pessoas alienadas não pode ser ignorado” (BITTENCOURT, 2004, p.109). Bittencourt ainda salienta que o uso das diversas tecnologias da constituição de uma cultura de massa pode gerar uma formação cultural alienante e submissa a determinados interesses, em sintonia com a lógica consumista e produtora de comportamentos individualistas e alta competitividade. Isso nos leva a concordar que “torna-se fundamental o cuidado com o método de leitura dos meios de comunicação e do uso da informática, de maneira que se propicie uma análise crítica das informações e do próprio suporte de comunicação” (BITTENCOURT, 2004, 109). Não podemos também deixar passar despercebido outro problema apontado por Bittencourt. Este estaria relacionado às “desigualdades das condições de trabalho e da realidade escolar brasileira”. Segundo ela, o uso de computadores, notadamente, pode transformar-se em mais um meio para erguer barreiras entre os que têm acesso a esses produtos e os demais alunos das precárias escolas públicas das periferias das grandes cidades a das áreas mais carentes do país ( BITTENCOURT, 2004, p. 110). Esta realidade não difere muito da escola em que foi desenvolvida esta pesquisa, pois há uma diversidade considerável entre os conhecimentos dos alunos referentes às novas tecnologias. Há alunos com um alto nível de conhecimento e disponibilidade para acesso as novas tecnologias, da mesma forma que existe um número bem maior de alunos que não dispõe de nenhum acesso fora da escola a essas novas tecnologias. Mesmo frente a tantos dilemas na utilização da internet para o ensino de história, existem sim várias maneiras de utilizá-las para um melhor aprendizado do aluno. Existem muitas possibilidades de integração e envolvimento com essa ferramenta, como acesso a uma riqueza de recursos que são os sons e as imagens, possibilitando maiores explorações e integrações de ideias por parte dos alunos nas questões conceituais. E ainda mediação nos papéis
  • 9. 9 dos professores e métodos de ensino, bem como a facilitação na busca de dados de natureza histórica, direcionando-se nas propostas da concepção da “História Nova”. (FRANÇA; SIMOM, [2009?], p.8). Fazendo coro com as propostas acima citadas, Figueiredo (1997) diz que a “utilização de programas, onde a forma de navegação depende exclusivamente do usuário, a linearidade da informação imposta pelo livro é eliminada e o ensino, individualizado, segundo as necessidades de cada educando”. Há ainda outras maneiras de se apropriar da internet para o ensino de história. O computador deve ser utilizado de maneira muito criativa, através de pesquisas em sites[...], como visitas em museus, consulta a arquivos históricos, propiciando momentos jamais alcançados anteriormente e transformando a disciplina de história dinâmica e atrativa. Assim o aluno tem condições de entrar em contato com outras pessoas, trocar experiências, construir conceitos coletivamente, a partir do contato com diversos sujeitos, onde o virtual invade as emoções e domina as curiosidades”. (FRANÇA; SIMOM, [2009?], p. 8). Desta forma, notamos que as possibilidades de uso das novas tecnologias no contexto do ensino são inúmeras e mais especificamente no de História, cabendo ao professor, contudo, o direcionamento necessário, já que muitas escolas já possuem os recursos para que os alunos se beneficiem desta ferramenta. 4- O USO DA INTERNET E A REALIDADE ENCONTRADA O Colégio Estadual Josevaldo Lima, lócus de realização da nossa pesquisa, está situado no povoado de Saco do Correio, na zona rural do município de Serrinha. O colégio, comparado com outros da mesma rede, possui uma ótima estrutura física, o que inclui uma quadra de futsal, um laboratório de informática com 18 equipamentos e que permite, também, o acesso à internet, Tv, e uma biblioteca. Possui, também, doze salas de aula, 26 professores e 446 alunos divididos entre os turnos matutino e vespertino. Do quantitativo de professores que compõem o quadro de profissionais da escola, 90% deles tem formação superior e os demais estão inclusos na categoria de estagiários e que prestam, via contratos, serviços ao Colégio. Além disso, o Colégio tem uma diretora, e um vice diretor. Na secretaria da referida instituição trabalham três profissionais em cada turno e que dão suporte às atividades didático- pedagógicas do Colégio.
  • 10. 10 Foto 1- Fachada do Colégio Estadual Josevaldo Lima. Fonte: Nuadson Herculano dos Santos Foto 2- Laboratório de Informática do Colégio Estadual Josevaldo Lima. Fonte: Nuadson Herculano dos Santos. Foi nos espaços do Colégio Estadual Josevaldo Lima que, depois de autorizados, realizamos a nossa investigação. Utilizando-nos, incialmente, dos
  • 11. 11 questionários3, selecionamos alunos da 6ª, 7ª e 8ª séries, correspondendo respectivamente aos 7º, 8º e 9º ano do ensino fundamental. Além desse universo para amostragem, ampliamos o mesmo com a inclusão de alunos do 2º ano do ensino médio. 4 Uma das questões iniciais versava sobre a existência ou não de computadores na escola e se os mesmos tinham conexão com a internet. Nesse quesito, todos os entrevistados confirmaram a existência do laboratório na escola, entretanto, não souberam precisar o número de máquinas existentes. Quanto ao número de computadores no laboratório, as respostas dos alunos mostraram que nenhum deles sabia exatamente quantos computadores existiam no laboratório. Chama-nos atenção esse fato, pois se a utilização dos laboratórios é feita com frequência, conhecer o número de equipamentos disponíveis parecia-nos ser algo natural para os frequentadores do laboratório, fato que não veio acontecer, o que nos leva a inferir pela pouca familiaridade dos alunos com o espaço e equipamentos em questão. Essa pouca familiaridade por nós referida pode ser constatada pelo percentual de alunos que acorrem ao laboratório semanalmente. 80% deles afirmam que vão lá somente uma vez por semana, sendo que desse universo, 90% salientaram que, geralmente, demoravam em média, menos de cinquenta minutos 5 dentro do laboratório. 3 Foram elaboradas 13 (treze) questões para serem respondidas pelos alunos selecionados, sendo duas delas abertas e as demais objetivas. 4 Vale salientar da dificuldade encontrada para aplicação dos questionários, visto que se aproximava o fim do ano letivo, e a escola estava movimentada para a realização da feira de conhecimento. A agitação e falta de tempo dos professores foi um fator que implicou em algumas dificuldades. 5 Utilizamos cinquenta minutos, pois é a carga de uma hora aula nas escolas públicas do Estado da Bahia.
  • 12. 12 Gráfico 1- Frequência ao Laboratório de Informática. Fonte: Alunos do Colégio Estadual Josevaldo Lima. Elaboração: Nuadson Herculano dos Santos. A partir desses dados alguns questionamentos podem ser levantados, como por exemplo: em menos de cinquenta minutos o acesso do aluno à internet é suficiente para interagir com o mundo virtual e estabelecer correspondência com os assuntos debatidos em sala de aula? Nas idas e vindas que o aluno do Colégio Estadual Josevaldo Lima faz ao Laboratório de Informática geralmente eles são acompanhados por um professor de uma determinada disciplina e que fica responsável pela turma. Isso, pelo menos, foi o que tivemos condições de aferir quando questionamos aos mesmos acerca de quem os acompanhava no momento de ir ao Laboratório. Outra parte de alunos respondeu que era acompanhada por um funcionário, o que indica uma atuação por certa autonomia por parte dos mesmos, ou seja, não fica somente à espera do professor para que o mesmo os acompanhe, num determinado momento, ao laboratório. O acesso à internet, como inclusive já foi citado acima, é disponibilizado pelo Colégio, pois 90% dos entrevistados confirmaram ter acesso à mesma no Laboratório de Informática e o restante, cerca de 10% disseram não ter acesso a essa ferramenta. Neste momento da pesquisa nos perguntamos por que esses 10% responderam não ter acesso à internet no laboratório da escola, sendo que o mesmo
  • 13. 13 é disponibilizado naquele espaço. Seria a falta de conhecimento em manusear com esta ferramenta que os leva a não fazer uso da mesma? Mas, de posse desses resultados, algumas indagações devem ser feitas, tais como: se o aluno não é familiar com a internet, mas esse mesmo aluno frequenta um laboratório, dentro da escola, e que lhe possibilita esse contato, por que o professor responsável pelo acompanhamento desse aluno a esse ambiente não propicia um novo conhecimento para esse aluno ensinando-lhe como ter contato com os recursos da WEB? A falta de conhecimento pode ser considerada em razão da carência financeira da maioria dos alunos que frequentam o Colégio Estadual Josevaldo Lima. É bom lembrar, conforme relatamos acima, que essa Unidade Escolar está localizada e atende uma grande parte de alunos oriundos da zona rural do município de Serrinha, portanto, alunos que tem dificuldade em ter acesso a uma lanhouse para, consequentemente, acessar a internet. A familiaridade com os recursos da internet pode ser comprovada pelo gráfico abaixo, entretanto, mostra que uma parcela que consideramos elevada não consegue ter contato mais intenso, pois ficou caracterizado que 40% dos alunos do Colégio Estadual Josevaldo Lima só tem acesso à internet na escola. Esse percentual, para os dias atuais, pode ser considerado como extremamente elevado. Para aqueles que acessam a internet, os números revelam um pouco das condições sócio econômicas dessa fatia de alunos. Quase metade deles acessa a internet na casa de amigos, o que se por um lado revela a intensificação da solidariedade, por outro lado demonstra também a falta de condições em adquirir um equipamento ou mesmo de pagar pelo serviço numa lanhouse.
  • 14. 14 Gráfico 2- Acesso à internet fora da escola. Fonte: Alunos do Colégio Estadual Josevaldo Lima. Elaboração: Nuadson Herculano dos Santos. Em se tratando das condições socioeconômicas Pretto (2006, p. 16) aponta para o aprofundamento do fosso entre pobres e ricos. De novo, corremos o risco de alimentar o fosso entre pobres e ricos, já que os jovens que possuem acesso individualizado em casa – muitas vezes em banda larga – interagem plenamente om a cibercultura vivendo, em seus guetos fechados, todas as possibilidades, da cópia e manipulação de música (como os já famosos mp3 e ogg), vídeos, bate papos e sítios de toda natureza. Enquanto isso aos filhos dos pobres... aulas de informática!!! Do universo de alunos pesquisados, 42,8% dos mesmos disseram passar menos de uma hora acessando os conteúdos oferecidos pela internet. Levando-se em consideração que muitos deles tem acesso a essa ferramenta através de amigos, isso pode implicar na questão do tempo que os mesmos dispendem para ficar à frente do computador e em contato com o mundo virtual. Por outro lado, 28,6% dos alunos entrevistados afirmaram passar mais de uma hora acessando a internet. Complementando os dados relativos a essa questão, 14,3% afirmaram passar mais de duas horas “surfando” nos ambientes virtuais. Mesmo percentual para aqueles que ficam mais de três horas. Mas, afinal de contas qual o interesse desses alunos quando estão em contato com a internet? Um porcentual elevadíssimo, em torno de 85%, disse que a
  • 15. 15 primeira coisa que mais fazem é acessar as páginas das redes sociais como Orkut e Facebook, além, é claro, do MSN. Os outros 15% disseram que se divertem com os vídeos e e-mail. O interessante desses dados é perceber que a internet pode ser utilizada para aproximar o diálogo entre as pessoas e, como tal, incentivar a cooperação, a solidariedade e o compartilhar das informações. É claro que muitas das vezes ela é utilizada de forma perversa, fator que torna cada vez mais preponderante o trabalho do professor em sala de aula no sentido de discutir com os alunos as várias facetas desse instrumento. Vale salientar da importância do papel do professor neste processo educativo. O papel do professor consiste em mediar à pesquisa e a apresentação dos resultados, que pode ocorrer até em grupos. Entretanto, aparece o problema dos embasamentos teóricos e metodológicos do professor, uma vez que só orienta aquele que domina conteúdos e a prática pedagógica, caso contrário, vira uma panaceia na cabeça do docente, que ao invés de facilitar, complica mais sua vida, porque aquele que não é flexível, inovador, disposto a ouvir e trocar informações com seus alunos, bem como interagir, está simplesmente obsoleto na sociedade do conhecimento. (FRANÇA;SIMOM, [2009?], p10). No tocante à realização de tarefas escolares, geralmente denominadas de pesquisas, os estudantes que responderam ao nosso questionário afirmaram que o professor que mais solicitou pesquisas na internet foi o da disciplina de Geografia, seguidos do professor da disciplina de História. Entretanto, quando questionados quem mais os acompanhou ao laboratório e, consequentemente, à internet, metade dos alunos afirmou ser o professor de História e a outra metade ficou entre os professores de Sociologia, Geografia e Filosofia. A crença na internet como uma ferramenta que pode contribuir para o aprendizado dos alunos é um dos motivos que faz com que as professoras incentivem o acesso à mesma. Isso segundo a professora “deve ser proporcionado por meio de pesquisas de conteúdos, imagens, charges, textos informativos e outros conteúdos6”. Quanto à frequência com que usavam o laboratório, uma professora respondeu ir uma vez por semana e a outra três vezes por semana. O tempo médio da primeira é de menos de uma hora e da segunda mais de uma hora. As duas disseram utilizar-se da internet para elaborar seus planejamentos. Apenas uma 6 Relato de uma das professoras entrevistadas durante o trabalho de investigação.
  • 16. 16 soube dizer alguns sites que indicavam para os alunos. Os sites citados foram Historia net, Revista de História da Biblioteca Nacional e outros sites acadêmicos com artigos relacionados aos conteúdos da disciplina. CONCLUSÃO Ao analisar os dados podemos perceber certa discrepância entre o que foi relatado pelos professores e o que foi dito pelos alunos. Por exemplo, ao perguntar informalmente aos alunos quantas vezes eles frequentavam o laboratório, alguns alunos responderam que já tinha bastante tempo que o professor os levou, já outros diziam nunca ter ido ao laboratório. No caso das professoras, estas relataram levar os alunos ao laboratório no mínimo uma vez por semana. Percebe-se, que de acordo com as professoras, a internet tem sido uma ferramenta, com seus recursos audiovisuais como vídeos, textos, imagens e charges, muito útil contribuindo assim para o aprendizado dos alunos referente a disciplina história. Entretanto, percebemos uma carência muito grande do uso da internet no tocante à questão do planejamento. O simples pedido de uma “pesquisa” sobre determinado tema não significa, necessariamente, que o aluno esteja usando-a de forma adequada, afinal, utilizando-se dos recursos do computador, o aluno poderá copiar o texto e depois colar o mesmo e imprimi-lo, portanto, a educação continuará tão bancária quanta aquela que obriga o aluno a ouvir e copiar. Isso nos remete a outra questão, qual seja a da formação dos professores. É preciso que os currículos dos cursos de formação de professores estejam abertos a essas novas perspectivas e diálogos proporcionados pelas tecnologias. Um professor com uma formação que contemple, também, o universo tecnológico, saberá como orientar melhor os seus alunos em sala de aula e tornar cada vez mais possível o encontro, não somente no laboratório de informática, do ensino de história e da internet.
  • 17. 17 REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de história: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004. (Coleção docência em formação. Série ensino fundamental). BRASIL. Lei nº 7.232/84, de 29 de outubro de 1984. Dispõe sobre a Política Nacional de Informática, e dá outras providências. Diário Oficial [da República Federativa do Brasil], Brasília, n. 248, 30out. 1984. Seção 1, p. 15.841. Disponível em: http://www.sefaz.am.gov.br/areas/opcaosistemas/silt/normas/Legisla%C3%A7%C3% A3o%20Federal/Lei%20Federal/Ano%201984/Arquivo/LF%207232%2084.htm. Acesso em: 30. Set. 2011. CARVALHO, Ana Maria Pessoa de (Org.). Ensino de História. São Paulo, Cengage Learning, 2010. (Coleção ideias em ação). FIGUEIREDO, Luciano. História e Informática: o uso do computador. In: CARDOSO, Ciro F. e VAINFAS, Ronaldo (Org.). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997. FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de história: experiências, reflexões e aprendizados. 2. ed. Campinas, SP: Papirus, 2003. FRANÇA, Cyntia Simioni. SIMOM, Cristiano Biazzo. Como conciliar ensino de história e novas tecnologias?. Londrina, [2009?]. Disponível em http://www.uel.br/eventos/sepech/arqtxt/resumos-anais/CyntiaSFranca.pdf. Acesso em 11/11/2011. FREIRE, Paulo; FAUNDEZ, Antonio. Por uma pedagogia da pergunta.6.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985. (Coleção Educação e comunicação). FUNTEVÊ. Educação e informática 1: O projeto Educom – Ano 1. Rio de Janeiro, Funtevê, 1985. GUIMARÃES, Camila. A lição digital: do computador à lousa digital, pesquisas inéditas mostram quando e como a tecnologia realmente funciona na escola. Época. São Paulo, n.683, p. 80-88, 20 jun. 2011.
  • 18. 18 MENDES, Murilo. A História no Curso Secundário. São Paulo: Gráfica Paulista, 1935, p. 41. NADAI Elza. O ensino de História no Brasil: trajetórias e perspectivas. Revista Brasileira de História. São Paulo, v. 13, nº 25/26, p. 143-162, set. 92/ago. 93. OLIVEIRA, Ramon de. Informática educativa: os planos e discursos à sala de aula. 8.ed. Campinas, SP: Papirus, 2003. PIRAGIBE, Clélia Virgínia. Avaliação e perspectiva da política brasileira de informática: um estudo comparativo. Rio de Janeiro, IPEA/INPES, 1986. PRETTO, Nelson de Luca. Políticas públicas educacionais no mundo contemporâneo. Liinc em revista, Rio de Janeiro, v. 2, n. 1, mar. 2006. Disponível em: http://www.ibict.br/liinc. Acesso em 21/02/2012. SCHMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004. (Pensamento e ação no magistério).
  • 20. 20 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV- CONCEIÇÃO DO COITÉ. COLETA DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DE TCC. Questionário 1- Na escola onde você estuda existe laboratório de informática? a)sim ( ) b)não( ) 2- Quantos computadores existem no laboratório de informática da sua escola? ( )mais de 10 ( )mais de 20 ( )mais de 30 ( )menos de 10 3- Com que frequência você utilizava o laboratório de informática? ( )uma vez por semana ( )duas vezes por semana ( )três vezes por semana ( )mais de três vezes por semana. 4- Cada vez que você visitava o laboratório, você ficava por lá... ( )menos de 1 hora ( )mais de 1 hora 5- Geralmente, às vezes que você visitava o laboratório de informática da sua escola, você ( )era acompanhado por um professor ( )era acompanhado por um funcionário da escola ( )não era acompanhado nem por professores e nem por funcionários 6- No laboratório você tinha acesso à internet? ( )sim ( )não 7- Fora da escola, você costuma usar a internet? ( )sim ( )não 8- Caso você tenha respondido sim para a pergunta acima (7), onde você costuma usar a internet? ( )na casa de amigos ( )lan house
  • 21. 21 ( )na minha casa 9- Quando você usa a internet, o que você faz primeiro? ( )olha o Orkut/Facebook ( )olha o email. ( )faz pesquisas. 10- Com qual frequência você usa a net por dia? ( )mais de uma hora ( )menos de uma hora ( )mais de 2 horas ( )mais de três horas 11- Cite três coisas que mais lhe atrai na internet. _____________________________________ _____________________________________ _____________________________________ 12- Qual das disciplinas abaixo o professor já solicitou a realização de pesquisas na net? ( )Física ( )História ( )Matemática ( )Geografia ( )Língua Portuguesa ( )Artes ( )Biologia 13- Durante o ano letivo de 2011, qual o professor (e de qual disciplina) que mais lhe fez trabalhos com você no laboratório de informática da sua escola? _____________________________________/________________________________
  • 22. 22 UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS XIV- CONCEIÇÃO DO COITÉ. COLETA DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DE TCC. 1- Na escola onde você TRABALHA existe laboratório de informática? a)sim ( ) b)não( ) 2- Quantos computadores existem no laboratório de informática da sua escola? ( )mais de 10 ( )mais de 20 ( )mais de 30 ( )menos de 10 3- Com que frequência você utiliza o laboratório de informática DA ESCOLA ONDE VOCÊ TRABALHA? ( )uma vez por semana ( )duas vezes por semana ( )três vezes por semana ( )mais de três vezes por semana. 4- Qual o tempo médio que você costuma ficar no laboratório de informática da sua escola cada vez que você o visita? ( )menos de 1 hora ( )mais de 1 hora 5- No laboratório de informática da sua escola é possível acessar a internet? ( )sim ( )não 6- Quando do seu planejamento, você utiliza a internet para auxiliá-lo (a) ( )sim ( )não 7- Se você costuma indicar algum site para os seus alunos relacione abaixo: ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ 8- Você acredita que a internet pode contribuir para o ensino da disciplina história? De que forma?______________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________ ___________________________________________