4. POESIA NA CORDA 2011 O Mundo O ambiente Está doente, E o ar Muito quente! O mundo Tem a memória De uma antiga História! Gonçalo Fernandes
5. POESIA NA CORDA 2011 A Borboleta Era uma vez um casulinho Pendurado numa árvore do pomar Que se transformou num bichinho Com asas coloridas e pôs-se A voar! Afonso Milheiro
7. POESIA NA CORDA 2011 Adorável pai No dia do pai Fazemos coisas Para lhe mostrar, e ao lermos aquilo ele quase que fica a chorar. Querido pai Vou-te dizer Tens de ter mais atenção Se não bates com o nariz no chão. Ele ainda não sabe Que prenda lhe vou dar mas eu já estou a pensar que o quero abraçar. Rita Azevedo Plaza
8. POESIA NA CORDA 2011 O meu irmão O meu irmão nasceu à pouco O seu nome é André Apesar de ser bebé Já consegue caminhar pelo seu pé. É um menino traquina Tem cabelo encaracolado Gosta muito de mim E de andar por todo o lado. É alegre, risonho E é muito brincalhão É um irmão de sonho Que está no meu coração! Maria João Carvalho
10. POESIA NA CORDA 2011 Poesia à Mesa Do livro de Poesia Saem palavras ao vento Palavras que dançam Pelo firmamento. São elas o amor A raiva e a paixão Ternura, alegria Sofrimento e solidão. São belas e doces, Linhas e linhas Palavras e palavras Nas entrelinhas. Por isso saboreia-as Aqui e Agora Pois elas não são Como outrora. Maria Inês Ferreira Ramos
11. POESIA NA CORDA 2011 O fofinho Era uma vez um sapatinho feito de tecido colorido lindo e castanhinho que se chamava Fofinho. Foi de viagem ao Museu e viu uma caixa que tinha um palhaço com um laço. Entretanto encontrou um sapateiro que falava com o carteiro. Ele levava uma mala que lá dentro tinha uma pala. Ele ao ver o senhor andar de mota gostou do modelo da bota porque tinha um botão que condizia com o cordão. Ao longo dos dias começou a crescer ficou um sapatão com uma sola que precisava de cola. Calçava meias que tinham teias com sapatilhas que levavam palmilhas. Tinha uma escova para limpar o pó quando a usava, o pêlo ficava com um nó e tinha graxa guardada na caixa. Rita Azevedo Plaza
14. POESIA NA CORDA 2011 A fonte Na fonte Lavo a minha alma Bebo a minha esperança E deixo a minha calma. João Constantino
15. POESIA NA CORDA 2011 O Sonho O sonho é como a vida, Vive-se o momento Mas, na hora da ida Somos levados pelo vento… O sonho é tudo, É o nascer e o morrer, É o beijo mudo Que sinto ao renascer. João Ferreira Soares
17. POESIA NA CORDA 2011 Nas páginas Nas páginas da solidão, só li dor, Sem sol e cor, eu só e licor. Garrafas de silêncio sem fundo, Camufladas pelo fumo, Pelo nevoeiro, Pelo lume do costume, Que me apaga os passos, Aqueles que toam e ecoam no espaço, Em sincronia com um coração, Não de aço, devasso. Não me faço, disfarço-me Desfaço-me. Na viela não dou um passo Não passo, não posso, Passo-me. Peço-me, pedaço de peça de pessoa, Caminha, anda, voa! Não caminho não ando não voo! Nem vou a lado algum sem um “penso que…” Ou sem um outro “e se?” E se, nada… E se, tudo… Isso, Ninguém nada em leito turvo, Deito-me mudo Durmo surdo, luxo, Acordado cego e face à luz, imune. Fábio Miguel Santos Silva
20. POESIA NA CORDA 2011 Vesti meu corpo Vesti meu corpo Com teu cheiro Intenso perfume De mel derretido Em meus lábios Transparente Sentido. Mãos entrelaçadas Entre lençóis desmedidos Linho tecido Nos dedos percorrido Deste aroma apetecido. Vesti meu corpo Do teu despido. Inundamos jardins floridos Como pardais nos beirais Inventamos mil cores Nos acordes intemporais Das melodias de amor Por onde passaram os vendavais Que diluíram a dor. Vesti meu corpo Com teus sentidos E perdidos em nós Deixamos que a noite Nos calasse a voz Num beijo profundo Fomos pelo mundo… Dina Silvério
21. POESIA NA CORDA 2011 Saudades Desperto de madrugada E vou junto à janela Já antes da alvorada A manhã se prevê bela Não longe canta um galo Há que tempos não o ouvia Meu coração ao escutá-lo Fica cheio de alegria O meu livre pensamento Não pára de divagar Volta para trás no tempo Ao ouvir este cantar Esqueço a idade que avança Em constante perpassar Sinto-me de novo criança Apetece-me brincar Correr livre pelos prados Apanhar flores campestres Amoras pelos silvados Doces morangos silvestres Cachos de uvas perfumadas Com seus bagos madurinhos Que pendiam das ramadas Pela beira dos caminhos O passado em lembrança Tão distante e tão perto Do meu tempo de criança Tenho saudades é certo Saudades da minha aldeia Pudesse eu fazer agora Tudo o que me vem à ideia Tudo o que fazia outrora… Lisete Gomes
23. POESIA NA CORDA 2011 S. João da Madeira Para longe de suas terras se deslocaram, Com a esperança de seus dias melhorar, E em S. João da Madeira encontraram, O que havia de melhor para poderem ficar. Homens e mulheres cheios de esperança, Prontos a trabalhar com muita canseira, Sentiram em suas vidas essa mudança, Aqui nesta terra de S. João da Madeira . Com vontade de ferro aqui trabalharam, Industrias sem fim fabricavam calçado, Investiram seus lucros e se modernizara, Fizeram desta terra a melhor do mercado. Assim S. João da Madeira se desenvolveu, Exportando produto para o estrangeiro, Com a melhor qualidade a nível europeu, Fazendo deste, em Portugal o primeiro. Bem acolhidos em S. João da Madeira , Fizeram desta terra a sua permanência, Aqui se instalaram para a vida inteira, Substituídos depois por sua descendência. Atingimos os vinte cinco mil habitantes, Nesta cidade com tão pouca dimensão, Aqui se fizeram pessoas importantes, Amando esta terra com seu coração. S. João da Madeira digna de Portugal, Cidade moderna com boas qualidades, No seu nível de vida, não há outra igual, Seu segredo está nas suas actividades. Às pessoas de valor, e de boa intenção, Aos que dedicaram a sua vida inteira, A cidade agradece com o seu coração, Pela boa causa de S. João da Madeira . António Augusto de Almeida
24. POESIA NA CORDA 2011 Invocação à minha cidade Memoriar com carinho e alento Vou descrever o que penso Sobre esta cidade querida, Tão magnificente que é Sendo reconhecida até Sua qualidade de vida. Sou munícipe entristecido Por aqui não ter nascido Por não ser seu filho real, Sem medo me vou confessar Esta cidade aprendi a amar Como amo meu Portugal. Nesta minha invocação Estou de alma e coração Embrenhado em afectos, Em verdade, sem sigilos Como criei meus filhos Aqui quero criar meus netos. Cidade esbelta, sempre amiga Jamais por mim esquecida Minha nobre companheira, Sou feliz por aqui viver Serei sempre e até morrer Fiel, a S. João da Madeira. Alma Lusitana
26. POESIA NA CORDA 2011 A Rima A rima não é sina De palavras ocas. É um toque de mão, Nos olhares embriagados De sons, numa canção. A rima é fruta fresca Na tinta que escorre Da alma do poeta. È música de minar Num beijo escondido. É perfume no ar De quem passa despercebido. A rima é sol brilhante, Num campo florido. É sorriso de criança Desenhado, num balão colorido. É sonho e realidade, Num soneto imaginado. É prosa do presente, Que relembra o passado. A rima é estrela luzidia, Na noite sombria. É pobre e rica É tristeza e alegria! Dina Silvério
27. POESIA NA CORDA 2011 Os sinos Os sinos da nossa igreja, Parece que têm sentimentos. O mais certo é que assim não seja, Mas ouço-lhes alegrias e lamentos. Quando dobram a finados, O som é doloroso, é triste. Nos casamentos e baptizados Revelam a alegria que existe. Parecem alegres quando repicam. Parecem tristes quando dobram. Parecem indiferentes se dão horas. Parecem vulgares sinos da matriz Parece que riem quando tu ris. Parece que choram quando tu choras. Manuel Ribeiro de Pinho