1. PÁGINA EM BRANCO
Na presença de uma folha em branco discorremos com
facilidade, a dificuldade que temos para a preencher. Parece-nos
que algures na nossa imensa mente existe um mundo infinito de
ideias que queremos deitar cá para fora.
Mas não, na presença de uma folha em branco o que nos
surge é o terror do sentimento do vazio que é a constante da nossa
vida. É a escuridão que existe, em todos os lugares de luz que,
insistimos em fingir que percorremos, é o desespero dos outros
que insistimos em ignorar, é a dor que provocamos naqueles que
insistimos em continuar a amar.
Soltam-se as palavras sem nexo como se de uma
dissertação inteligente se tratasse, enquanto á nossa volta a
ignorância e a mentira ronda, como uma realidade de todo
impossível de questionar porque entre a inteligência e a
capacidade que temos de a fingir há uma barreira tão ténue que a
verborreia sem sentido se confunde com a reflexão mais cientifica
e profunda do que quer que seja.
A sensatez e os pensamentos lógicos perdem a
importância ao lado das mais estapafúrdias considerações porque
não nos deixam quaisquer duvidas e assim nas nossas mentes
pretensiosas aquilo que facilmente entendemos não é digno de
2. credibilidade, porque se o entendemos não é especial, já que nos
consideramos incapazes de entender o que nos rodeia com a real
simplicidade que isso tem.
São as nossas poderosas e ignorantes mentes como
crianças que admiram mais aquilo que não entendem do que
aquilo que já entenderam e que é realmente o que os faz estar
vivos. A criança admira a capacidade do adulto de estar erecto e
caminhar até ao momento em que o consegue fazer, a partir desse
momento o acto que antes admirava deixa de ter valor e a criança
nem percebe qer desse facto resulta a sua possibilidade de viver e
ser independente.
É deste modo que o mundo encara a inteligência, admira-
a nos outros quando pensa que não a tem porque não os entende
com facilidade e não percebe que é essa inteligência que tem que o
faz distinguir atitude inteligente ou consideração inteligente da tal
verborreia.
Admirar o que não entendemos é a forma mais fraca de
mostrar a nossa própria capacidade de ser inteligente, ao ponto de
não ser capaz de dizer – não entendo, porque não faz sentido, e
não porque é demasiado bom para alguém como eu ser capaz de
entender - devemos exigir o verborreico, que dita lérias com a
facilidade com que nós acendemos um isqueiro, que seja capaz de
as explicar de modo a que qualquer um as possa entender e sem
que as diferentes interpretações não sejam incoerentes.
Assim se ele for capaz de o fazer estamos perante uma
inteligência verdadeiramente superior mas que poderemos sempre
alcançar com o exercício da humildade e do reconhecimento de
alguma falta de informação, caso contrario estamos perante uma
fraude que usa a nossa inata queda para a admiração do diferente
para nos fazer acreditar que são superiores a nós.
Poderemos fazer a experiência ao recuar no tempo.
3. No início do mundo sempre existiram seres superiores
por razões várias, poder, instrução, estatuto e ainda pela diferença
que apresentavam perante o comum dos mortais. De certeza que
não queremos convencer ninguém que a capacidade de
desenvolver a inteligência é só prorrogativa de alguns seres
iluminados, não o que aconteceu no passado foi precisamente a
capacidade que alguns tiveram de fazer crer aos outros que ser não
os entendiam não mereciam o mesmo crédito e como tal eram
seres inferiores.,
Todos sabemos que há génios mas se observar-mos bem
os seus percursos podermos ver que partes importantes das suas
vidas foram completamente por eles ignoradas e destruídas,
porque eles tal como nós só tem a percentagem normal de
capacidades, assim para superarem o comum mortal em qualquer
coisa tem que deixar para trás todas as outras.
Daqui concluo que o comum dos mortais é o maior dos
génios, se conseguir superar todos os desafios da vida sem deixar
nenhum para trás e deixar de idolatrar os falsos deuses que por
muito bons que sejam acabam por nos limitar a querer ser como
eles e a ignorar as nossas próprias identidades correndo nós o risco
de nos anularmos e não deixarmos sair cá para fora o nosso
próprio génio.
Assim sempre que admirar-mos alguém devemos analisar
juntamente com os que admiramos as nossas próprias capacidades
de argumentação ás suas afirmações e não as termos como
verdades únicas, porque muitas vezes somos nós os donos da
verdade, realidade que sem querer acabamos por ignorar deixando
que nos manipulem e nos coloquem para baixo.
Agora desta minha verborreia, desafio qualquer um que
não me entenda, a obrigar-me a explicar, e não a ficar admirado
com as frases mais complicadas ou com as palavras mais difíceis
4. que podem ter sido utilizadas só para preencher esta folha em
branco.
…/…
A equação da vida
Quando nos perguntamos o que esperamos da vida, a
resposta é sempre as mesma: - o melhor possível , saúde e o resto
vem por acréscimo.
Mas afinal verificamos que não é nada disso que
queremos, somos obrigados a admitir que trocávamos alguns dias
num hospital, por um ano sem preocupações financeiras, um
casamento feliz e sem crises e uma felicidade sem obstáculos.
Afinal aquela teoria da saúde ser suficiente, não é mais
que uma maneira de fingir quer aquilo que desejamos para nós não
é nada altruísta, mas é tão egoísta como todos os seres ao cimo
deste planeta.
Todos querem ser felizes, ricos , amados e não
necessariamente por esta ordem.
5. Nem sempre se estabelecem limites nas ambições e desse modo,
passamos por vezes por cima de pessoas que ignoramos
completamente, para que o sentimento de culpa não nos trave as
ambições. Não importa a destruição e a amargura que deixamos
para trás, são só os nossos objectivos que interessam.
Aplica-se esta teoria em todas as situações da nossa curta
vida, é na escola , no emprego , na família, no amor em
suma,apesar de apregoar-mos aos sete ventos a nossa intenção de
ser-mos as melhores pessoas do mundo e nos satisfazer-mos com
o pouco que a vida nos der, nunca vamos estar satisfeitos com
esse pouco, queremos sempre mais seja á custa do que for e se por
ventura o que temos nos é tirado, então é o caos.
Porque tivemos ou não culpa nisso, porque não sabemos para onde
nos virar e nem em quem confiar.
A partir dessa altura o mundo fica cheio de fantasmas e de seres
que nos perseguem com o único objectivo de nos atingir e de nos
magoar. Vamos passar a caminhar neste mundo como fugitivos
dos nossos próprios medos e deixando que eles comandem a nossa
vida. Cada dia que passa é para nós uma provação e uma tarefa
hercúlea de concluir.
Então o que fazemos depois de passar o choque?
Vamos analisar o que se passou e muito
fortes!...enfrentamos os medos e fingimos que não sofremos para
conseguirmos caminhar em frente sem cair na tentação de ter-mos
pena de nós próprios, vamos passar a criticar-nos com maior
intensidade e tentamos ser o melhor que conseguir-mos, tentamos
6. conquistar de volta o que perdemos e vamos fazê-lo sem olhar a
meios como aqueles que nos fizeram mal também fizeram.
Convencidos que estamos, que temos esse direito, lutamos
duramente por uma outra oportunidade de recuperar a felicidade
perdida. Mas essa luta faz parte de uma equação com muitas
variáveis, que se movimentam nessa mesma equação sem a
objectividade matemática, mas com a subjectividade humana, e
desse modo muitas vezes fazemos cálculos e a equação nunca
mais se resolve; o resultado é um infinito de soluções que damos a
cada variável um dia de cada vez até se conseguir a combinação
certa dos resultados de todas a variáveis em simultâneo, isso pode
demorar horas, dias, meses, anos … o tempo que durar a nossa
paciência e a nossa capacidade de raciocinar e amar ao mesmo
tempo, mais um dia que se passa na vida do comum mortal, que
parece o final de um mundo que nos parecia certo e que ao fim se
revela mais uma má combinação de resultados na equação da vida.
É mais um dia em que nos deitamos sem saber se vamos
acordar e o que nos espera na próxima manhã, mas em que antes
de dormir analisamos mais do que uma vez cada variável e
esperamos que novo nascer do sol nos traga o resultado certo para
podermos voltar a viver.
Até essa altura, vai ser uma sequência de dias e de
cálculos sentimentais até a um resultado que se quer positivo na
equação da vida .
7. conquistar de volta o que perdemos e vamos fazê-lo sem olhar a
meios como aqueles que nos fizeram mal também fizeram.
Convencidos que estamos, que temos esse direito, lutamos
duramente por uma outra oportunidade de recuperar a felicidade
perdida. Mas essa luta faz parte de uma equação com muitas
variáveis, que se movimentam nessa mesma equação sem a
objectividade matemática, mas com a subjectividade humana, e
desse modo muitas vezes fazemos cálculos e a equação nunca
mais se resolve; o resultado é um infinito de soluções que damos a
cada variável um dia de cada vez até se conseguir a combinação
certa dos resultados de todas a variáveis em simultâneo, isso pode
demorar horas, dias, meses, anos … o tempo que durar a nossa
paciência e a nossa capacidade de raciocinar e amar ao mesmo
tempo, mais um dia que se passa na vida do comum mortal, que
parece o final de um mundo que nos parecia certo e que ao fim se
revela mais uma má combinação de resultados na equação da vida.
É mais um dia em que nos deitamos sem saber se vamos
acordar e o que nos espera na próxima manhã, mas em que antes
de dormir analisamos mais do que uma vez cada variável e
esperamos que novo nascer do sol nos traga o resultado certo para
podermos voltar a viver.
Até essa altura, vai ser uma sequência de dias e de
cálculos sentimentais até a um resultado que se quer positivo na
equação da vida .