O documento resume a história da fotografia desde sua invenção no século XIX até os principais fotógrafos do século XX. A fotografia revolucionou a arte ao permitir a reprodução fiel da realidade de forma rápida e acessível. Isso levou a pintura a repensar seu propósito e estilo. Grandes fotógrafos como Ferrez, Cartier-Bresson e McCurry capturaram momentos decisivos que contam poderosas histórias visuais.
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
9o. ano história da fotografia
1. História da fotografia
“A Fotografia, o declínio da arte
naturalista e a ruptura com a arte
acadêmica”
9º. Ano do Ensino
Fundamental
Professora Elisa B. Herrera
1
2. A Fotografia
Uma invenção que influenciou as mudanças de
rumo
da arte no século XIX
A fotografia, mais um dos frutos da Revolução Industrial, talvez
tenha sido o descobrimento mais revolucionário dos últimos 500
anos. A partir dela a arte de pintar foi inteiramente transformada e
levada a repensar o seu próprio sentido. Antes da fotografia, pintar
era reproduzir o mundo da forma mais naturalista possível. Os
artistas especializavam-se nos detalhes, no perfeccionismo, nas
sutilezas, na reprodução fiel e idêntica à natureza. Era
necessariamente um processo complicado, lento, caro, difícil, e
apenas bons pintores possuíam capacidade para esta tarefa.
2
3. A invenção da máquina fotográfica
O ponto de partida para a invenção da fotografia foram
os trabalhos do pintor e físico francês Daguerre (1787-
1851), no ano de 1839, na França. O primeiro processo
de fixar imagens na câmara escura, aparelho primitivo
de reprodução exata das imagens, chamou-se
daguerreótipo e consistia numa peça única com um
processo caro de obtenção da imagem. A burguesia viu
nesse invento uma oportunidade de perpetuar a sua
imagem, como os nobres faziam ao contratar os
pintores para fazer seus retratos. Nas décadas de 1850
e 1860, com o aprimoramento dos recursos técnicos,
houve um barateamento dos custos de um retrato, o
que o tornou acessível a um grande número de pessoas
e apressou a divulgação da fotografia pelo mundo afora. 3
4. Quando surge a fotografia, ela cria algo que parecia até então
impossível. Fixa cenas que estão acontecendo e de maneira rápida,
barata e acessível as pessoas. É a partir dela que vão se
desenvolver outros mecanismos de constituição da imagem, como
o cinema, até que a eletrônica altere radicalmente essa forma de
reprodução do mundo. Nas cidades europeias do final do século
XIX e início do século XX, o ritmo de vida se acelerou a partir da
expansão dos meios de transporte – a carruagem e, mais tarde, o
trem. Através das janelas os homens veem as imagens tornarem-se
cada vez mais rápidas devido à velocidade dos veículos. Isso
alterou significativamente a sua forma de ver o mundo.
4
5. A fotografia consegue deter esse processo de
aceleração de imagens que passam pela nossa frente,
através do trem e depois do automóvel, e fixá-las. A
pintura não tinha essa capacidade de apreender cenas
que aconteciam muito rapidamente. A máquina
fotográfica congela uma ou muitas cenas e consegue
estabelecer um momento de contemplação daquele/s
fragmento/s da realidade veloz que foram capturados e
agora se encontram estáticos.
5
6. FOTO/GRAFIA = ESCRITA DA LUZ
Da fotografia surgiu o cinema, que grosso modo não passa de uma
série de fotografias colocadas em sequencia (24 poses por
segundo), a tal ponto que sua exibição num certo ritmo provoca a
ilusão de movimento. A fotografia inicia, segundo o filósofo Walter
Benjamim, a “era da reprodutibilidade técnica”, onde as imagens
não mais são produzidas em escala artesanal, pelas mãos do
homem, mas, em série, como a intermediação da máquina,
mudando a nossa concepção sobre o tempo, sobre o mundo que
nos cerca e sobre nós mesmos.
6
7. Uma das primeiras fotografias realizadas com o
daguerreótipo 27 máquina, mudando a nossa
concepção sobre o tempo, sobre o mundo que nos
cerca e sobre nós mesmos.
Mas, por mais técnica que seja a fotografia, não
podemos esquecer que quem manipula e opera esta
máquina é o ser humano, com toda sua subjetividade
e intencionalidade.
7
8. Louis Jacques Daguerre (1787-1851)-
Uma das primeiras fotografias realizadas com o daguerreotipo.
8
9. Foto tirada em 1825 por Joseph Niepce, parte do acervo da Biblioteca Nacional Francesa.
No dia 9 de maio de 1816, o francês Joseph Nicéphore Niepce conseguiu, pela primeira vez
na história, gravar uma imagem com ajuda de uma caixa de madeira numa folha de papel
sensibilizado quimicamente. 9
10. •A FOTOGRAFIA CHEGA AO BRASIL
A criação do daguerreótipo, em 1839, é considerada o ponto
de partida da fotografia. Acredita-se que a fotografia tenha
chegado ao Brasil em 1840.
Inicialmente, a produção de imagens por meio de uma
máquina fotográfica era muito cara, apenas os mais ricos
encomendavam seus retratos, assim como os nobres
contratavam pintores para fazer seus retratos. Nas décadas de
1850 e 1860, com o aperfeiçoamento técnico, esse tipo de
reprodução tornou-se acessível a um maior número maior de
pessoas. No Brasil, o passo seguinte foi o documento
fotográfico, isto é, o registro fotográfico de ruas e regiões das
cidades brasileiras. Nesse campo destacam Marc Ferrez e
Militão Augusto de Azevedo.
10
11. •O Rio antigo visto por Marc Ferrez
Boa parte das imagens do Brasil do século XIX que
conhecemos foi captada pelas lentes do fotógrafo franco-
brasileiro Marc Ferrez (1843 — 1923). De 1863 a 1915,
Ferrez registrou paisagens urbanas e rurais do Pará ao Rio
Grande do Sul. Nesse período, cobriu boa parte do território
nacional a serviço da Marinha e da Comissão Geológica do
Império. Metade de seu trabalho mostra o Rio de Janeiro.
11
12. São dele muitos dos primeiros cartões-postais da
capital imperial e um dos retratos mais
conhecidos do escritor Machado de Assis. Sua
obra constitui o mais importante acervo de
imagens brasileiro nos primeiros anos da
fotografia. Graças ao arquivamento cuidadoso de
negativos e reproduções, das 5.500 imagens que
ele deixou, 80% estão em perfeitas condições.
12
13. Marc Ferrez
Retratou cenas dos
períodos do
Império e início da
República, entre
1865 e 1918, sendo
Praia de Copacabana, 1895
que seu trabalho é
um dos mais
importantes
legados visuais
daquelas épocas.
13
20. No alto dos 710 metros
do Corcovado, Ferrez
usou uma câmera
panorâmica para captar a
Enseada de Botafogo, em
1885, quando o Pão de
Açúcar ainda estava longe
de ter bondinho.
Avenida Central (atual Rio
Branco), no Rio. Em 1910,
ela era repleta de
construções em estilo
neoclássico.
20
22. •Militão Augusto de Azevedo (1837-1905)
Tem como obra importante o Álbum comparativo da cidade de São
Paulo, em que mostra fotos de um mesmo local tiradas dos mesmos
ângulos mas em ocasiões diferentes. Ele documenta, assim, as
mudanças que a cidade sofreu entre os anos de 1862 e 1887.
A fotografia brasileira desenvolveu-se muito na passagem para o
século XX e esteve presente em exposições internacionais. Exemplo
disso é o trabalho de Valério Vieira (1862-1941) que criou a
interessante fotomontagem Os trinta Valérios. Em 1908, Valério
ganhou o primeiro premio na Exposição Nacional do Rio de Janeiro
com uma fotografia de 12 metros de extensão chamada Panorama
da cidade de São Paulo. 22
23. Os trinta Valérios (1890) fotomontagem de Valério Vieira, arquivo de
Maria Lucia Vieira –Repare que aparecem 30 personagens e todos
tem o rosto do fotógrafo. 23
24. Santos vista da Ilha Barnabé – Militão Augusto Azevedo 1864
24
25. Militão Augusto de Azevedo-
Vista em direção ao Largo São Francisco, São Paulo
25
27. Henry Cartier-Bresson
(1908-2004)
Seu trabalho caracterizou-se, como ele
próprio dizia, pela captura do “momento
decisivo”.
Esta foto revela um momento comum:
um casal se beijando num bar e o
cachorro atento ao beijo, é um
momento breve, mas que o fotografo o
eternizou como uma imagem de
carinho.
Boulevar Diderot, (1969)
27
28. Behind The Gare Saint-
Lazare (1932), por
Bresson: Place de l´
Europe (1932)
Uma cena do cotidiano de uma
cidade, uma pessoa tentando saltar
poças de água.
Veja, como o fotógrafo conseguiu fixar
esse ação, que é muito rápida e criou
uma imagem interessante. Note ainda
como ele produziu efeitos de sombra
e claridade.
28
29. Ao combinar o
instantâneo fotográfico
com uma filosofia do
instante decisivo,
Cartier-Bresson abriu um
enorme continente para
a fotografia no universo
das artes.
Observe a expressão da
senhora olhando para
moça sentada, em lugar
de estar lendo seu
próprio jornal.
29
30. A Bordo da Marne, 1938 - Henri Cartier-Bresson -os trabalhadores cansados em
Juvisny passando uma preguiçosa tarde às margens do rio Marne.
30
32. The Vulture (1994), por Kevin Carter:
Esta foto, ganhadora do prêmio Pulitzer de 1994 mostra uma criança faminta
tentando se locomover para chegar até a área onde ficava guardada a comida no
campo das Nações Unidas, localizado 1km a frente. O abutre está notoriamente
fitando a criança, esperando qualquer momento de deslize para entrar em ação e se
alimentar. Ninguém sabe o que aconteceu com a criança, inclusive o próprio
fotógrafo Kevin Carter, que deixou o local logo após a fotografia ser tirada. Três
meses depois, o autor da imagem entra numa depressão tão profunda que o leva ao
suicídio, e eu seu diário foram encontrados os seguintes dizeres: “Dear God, I
promise I will never waste my food no matter how bad it can taste and how full I
may be I pray that He will protect this little body, guide and deliver him away from
his misery. I pray that we will be more sensitive towards the world around us and not
be blinded be our own selfish nature and interests.” Que na tradução significa algo
como dizer que nunca mais na vida iria desperdiçar comida, mesmo que o gosto
32
esteja ruim, etc.
35. As imagens que valem mais que mil palavras.......
Guerra do Vietnã (1972), Christopher Wain:
Kim Phuc, a menina vietnamita que é vista em uma foto
icônica fugindo nua de um ataque a bomba durante a
Guerra no Vietnã em 1972. 35
36. Omayra Sánchez (1985), por Frank Fournier:
Omayra Sánchez foi uma das 25 mil vítimas do vulcão Nevado del Ruiz na Colômbia, que
entrou em erupção no dia 14 de novembro de 1985. Omayra tinha 13 anos de idade na
época e ficou presa em destroços de concreto e água por 3 dias. A imagem foi feita logo
antes dela morrer, e o trabalho do fotógrafo de registrar causou uma controvérsia no
mundo por causa do aparente descaso do governo Colombiano.
36
37. Tianasquare (1989), por Jeff Widene:
Um homem bloqueia a coluna de
tanques indo para o leste de Beijing’s
Chang’an Boulevard (Avenida da Paz
Eterna) próximo a Tiananmen Square
durante os protestos de Tiananmen
Square protestos, em 1989. Esta
fotografia foi tirada do sexto andar
do Beijing Hotel, com uma distância
de aproximadamente 1,6km através
de uma lente de 400mm. Dá pra ver
as bolsas na mão esquerda dele,
indicando que ele estava indo pra
casa voltando do shopping. Não se
sabe o nome do rapaz. A foto foi
tirada em 5 de junho de 1989, por
Jeff Widene. 37
39. Afghan Girl (1984), por Steve
McCurry:
Com certeza você já viu esta
foto. Feita pelo fotógrafo Steve
McCurry, da National
Geographic, Gula era uma das
estudantes de uma escola
informal em um campo de
refugiados; como o costume
local é esconder o rosto,
imagens assim de moças
afegãs são absolutamente
difícil de serem feitas, ainda
mais por um fotógrafo vindo
de fora. Na época, Sharbat
Gula tinha 12 anos de idade;
tornou-se capa da revista
National Geographic no ano
seguinte, e sua identidade foi
descoberta depois, em 1992.
39
40. The Plight of Kosovo refugees (1999), por Carol Guzy:
A foto mostra como um refugiado do Kosovo chamado Agim Shala, de 2 anos de
idade, passa por uma cerca de arame farpado nas mãos dos avós em um
acampamento dirigido por Emirados Árabes Unidos em Kukes, Albânia. Os membros
da família Shala foram reunidos depois de fugir do conflito em Kosovo.
40
41. Dorothea
Lange –
Migrant
Mother
(1936)
FAMOSO RETRATO
DA “GRAN
DEPRESÃO”
41
42. A fotografia à seguir é V-J Day In Times Square
(1945), por Alfred Eisenstaedt:
Esta é uma famosa fotografia de Alfred Eisenstaedt que retrata um marinheiro
norte-americano beijando uma jovem mulher em um vestido branco no Dia V-J na
Times Square em 14 de agosto de 1945. A fotografia foi originalmente publicada
uma semana após na revista Life, entre muitas fotografias das celebrações em
torno do país que foram apresentados em uma seção de doze páginas chamada
Victory.
A pose beijando era a favorita dos fotógrafos que cobriam a guerra na época e
muitos deles incentivavam as pessoas a fazer esta pose, mas Eisenstaedt estava
fotografando um acontecimento espontâneo, que ocorreu em Times Square como
o anúncio do fim da guerra contra o Japão feito pelo Presidente Truman.
42
43. FIM DA
2ª GUERRA
MUNDIAL
Alfred Eisenstaedt -
The Kiss (1945)
O beijo
43
48. Sebastião Salgado
Nasceu em Aimorés, 8 de fevereiro de 1944, é um fotógrafo
brasileiro reconhecido mundialmente por seu estilo único de
fotografar. Nascido em Minas Gerais, é um dos mais respeitados
foto jornalistas da atualidade. Nomeado como representante
especial do UNICEF em 3 de abril de 2001, dedicou-se a fazer
crônicas sobre a vida das pessoas excluídas, trabalho que resultou
na publicação de dez livros e realização de várias exposições, tendo
recebido vários prêmios e homenagens na Europa e no continente
americano. "Espero que a pessoa que entre nas minhas exposições
não seja a mesma ao sair" diz Sebastião Salgado. "Acredito que
uma pessoa comum pode ajudar muito, não apenas doando bens
materiais, mas participando, sendo parte das trocas de ideias,
estando realmente preocupada sobre o que está acontecendo no
mundo".
48
49. Pela Objetiva de Sebastião Salgado
Em toda situação de crise, seja guerra, miséria ou desastre natural, as crianças são as
maiores vítimas. Todo fotógrafo que já tenha trabalhado entre refugiados verificou que
as crianças ao verem uma câmara, dão pulos de alegria, riem, acenam, empurram-se
umas às outras na esperança de serem fotografadas. No decorrer de minhas viagens,
repetidas vezes encontrei situações em que as crianças não tinham razões para sentir
esperança. O futuro das crianças refugiadas é particularmente incerto. Esse paradoxo
foi o ponto de partidas dessas fotos que fazem parte de um longo ensaio".
FOTOS: SEBASTIÃO SALGADO/ AMAZONAS IMAGENS
www.memorial.sp.gov.br/.../24/port/12-exodo.htm
49