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EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




                           APARECIDA BARBOSA
                                    Contribuição de:

                              GLÓRIA CAMANHO

                                REGINA DUARTE




INTRODUÇÃO

         O presente trabalho visa analisar por meio de uma entrevista com uma
estudante do CEEJA, quais os fatores que contribuíram para que uma grande parte
da população das décadas de 60/70/80 não concluíram seus estudos em idade
apropriada, onde houve a necessidade de políticas publicas como a criação da
Educação para Jovens e Adultos, para diminuir o analfabetismo no Brasil.

         E por meio desta entrevista identificaremos quais as políticas
educacionais que estavam em vigor na época, pesquisando o que a lei propunha
para a educação, e se a mesma ocorreu de fato.

         Ao obter estes dados, identificaremos por meio desta entrevista, como
são as condições de vida desta estudante, e se a ausência de estudo em
determinada situação de sua vida fez falta ou se a mesma não sentiu as
consequências, e qual a sua visão sobre a educação atual.

         E mediante todos os dados adquiridos nesta entrevista, elaboraremos um
plano de aula para a EJA, contextualizando com vários momentos de sua vida,
sendo este plano interdisciplinar que visa interligar as diferentes disciplinas com o
meio ambiente.




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         1. EJA PONTOS E CONTRAPONTOS


           1.1 Entrevista com Madalena




   a)     Como é o seu nome?



           Maria Madalena pode me chamar de Lena, lá onde morava eu era
conhecida como Leni.




   b) Conte um pouco sobre sua história de vida:

           Eu nasci na Bahia em Barra da Estiva no ano de 1960, e fui criada em
Paraguaçu, um povoado muito distante, onde não havia luz nem água encanada
tínhamos que andar muito para pegar água no rio, lavar louça, roupa, etc. e os
vizinhos era muito distante um dos outros (as residências) não são que nem aqui.
Apesar disso, os moradores são muito hospedeiros, gentil um contribuindo com o
outro.

           A cidade ficava muito distante do local onde eu morava, e naquela época
não havia transporte.

           Hoje tem carros particulares que cobram 50,00 reais por viagem, além de
alguns ônibus da prefeitura que levam as crianças a escola em outra cidade e nos
finais de semana a feira, fora isto se precisar se locomover no decorrer da semana
só conseguimos de carona ou carros particulares.




   c) Como foi a sua infância?

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EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




          Minha infância foi muito boa para mim, pois tinha liberdade, coisas que
as crianças não têm hoje, pois brincava nos cafezais, subia nas árvores como o pé
de manga, tinha uma vida saudável, alimentação saudável, pois apesar de não ter
muito dinheiro, mas em nossa terra tinha alimentação “pra dar e vender” (risos).

          Na roça tinha plantações de café que era o que mais tinha nas fazendas,
onde quando era época de colheita era momento de fartura para os fazendeiros.
Também tinha batata, chuchu, manga, feijão comum, feijão andu, diversas ervas,
algodão, mandioca, mamão, abóboras, abobrinhas e cabaças onde nestas são feito
artesanatos, foi por isso que logo que cheguei aqui me espantei com os preços das
verduras e legumes, e ao mesmo tempo o desperdício nos finais das feiras, e
também a qualidade, pois os legumes, frutas e verduras daqui duram bem menos
tempo e é muito caro.




   d) Em que ano você veio para São Paulo?

          Eu vim com 12 anos em 1972, para trabalhar em São Paulo em casa de
família, para ajudar meus pais, pois estávamos passando por momentos difíceis
(saúde) e viemos para São Paulo para fazer tratamento da minha mãe, onde a
principio trabalhei na praia, logo em casa de família.




   e) Como era a escola do local onde a senhora morou, pode frequentá-la
       por quantos anos quando pequena? Conte um pouco de suas
       lembranças, se não, fale o que aconteceu para não poder frequentar a
       escola?

          Na realidade só havia uma escola na cidade bem distante, onde
levávamos quase um dia para chegar lá. Então não tinha como ir à escola. Lembro
que naquela época tinha uma senhora que alfabetizava em sua casa, e nos
chamávamos de escolinha, ficava um pouco distante de minha, aonde íamos e

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voltávamos andando de lá para poder aprender a ler. Lembro-me que o rapaz que
me alfabetizou ele nunca tinha ido a uma escola de verdade, ele tinha aprendido
com esta senhora e começou a dar as aulas também.

            Eu fiz as quatro series em um ano, pois as aulas funcionavam da
seguinte forma, os alunos liam um livro e ao fazer os exercícios corretos dos livros
íamos eliminando as séries, porém isto variava de pessoa para pessoa, tinha
pessoas que demoravam mais, foi no ano de 1969 que fiz as quatro primeiras
series.

            Então, depois de um ano em São Paulo capital, vim para Praia Grande
no Tude Bastos para a casa do meu tio, pois minha mãe ia vir da Bahia para
trabalhar na praia e para se tratar em Santos.




   f) A senhora pode contar sobre sua mãe, pai e outros parentes, se foram
          à escola ou não?




            Então os meus parentes, como tia mãe e pai, eram todos analfabetos,
minha mãe foi aprender a assinar seu nome há uns 10 anos atrás, e não tive
irmãos sou filha única. Minha mãe é filha de índia e meu pai era descendente de
alemão, onde lembro que eles escreviam, mas não sei dizer sobre os estudos, pois
tive muito pouco contato com sua família, pois moravam muito distante a minha
família por parte de pai.




   g)      Quando chegou aqui, foi logo trabalhar ou matriculou-se em uma
          escola pública?


            Quando cheguei aqui a princípio trabalhei em casa de família, e resolvi
me matricular em uma escola no Tude Bastos perto da casa do meu tio, esta

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escola era conhecida como “Escolinha”, não lembro o nome, ela ficava perto do
CAMP- Centro de Amigos do Menor Patrulheiro de Praia Grande, eles acharam
melhor me colocaram na quarta série, pois foi a ultima série que tinha feito na
Bahia.




   h)     Nesta instituição a senhora terminou os estudos? Como é o nome
         desta escola? Você sabe se ela ainda existe?




            Não, infelizmente não, pois, surgiram alguns problemas e logo tive que
parar, era difícil conciliar trabalho e escola.




   i)     Fale um pouco da vida aqui e se a falta de ir a escola impediu de ter
         um salário melhor?


            Com certeza, pois sempre trabalhei em casa de família. Trabalhava para
sustentar minha família, pois o pai das crianças bebia e não contribuía e ainda era
agressivo, então logo sai de casa com meus filhos pequenos, a menor tinha
apenas três anos, mas a intenção era estudar, porém as coisas foram acontecendo
e os estudos foram ficando para traz.
            Aposentei-me esse ano com um salário mínimo, devido à falta de
oportunidade para estudar e conseguir outras profissões. Além de estudar no
CEEJA, fiz cursos de artesanatos como chinelos decorados, bordados, e corte e
costura, esses me ajudam a melhorar um pouquinho minha renda mensal.
j) Conte sobre seus filhos, como eles enfrentaram a escola gostavam?


            Eu não tive muita sorte nos estudos, mas graças a Deus meus filhos
tiveram, mesmo tendo a ausência de um pai, pois quando minha filha menor tinha


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três anos sai de casa com meus filhos, pelo fato dele ter me dado um soco no olho
e estava muito inchado isso foi à gota d’água.
          Eles tiveram acesso à escola e era próxima de casa, pois ao sair de casa
fui à casa do meu tio, mas uma alma bondosa encaminhada por Deus me deu este
pedacinho de terra onde construímos um cômodo e um banheiro com ajuda dos
irmãos da igreja onde frequentava.
          Eles sempre foram muito bem na escola, nunca repetiram, são quatro,
dois homens e duas mulheres, só fiquei triste por que o mais velho parou na oitava
série e nunca mais voltou, mas ele tem muitos livros e lê muito, é muito inteligente.
          O do meio (dos homens) parou na oitava, e só foi voltar bem depois, fez
eliminação de matéria e esta na faculdade fazendo letras. Os meninos são mais
velhos, as duas meninas vieram depois.
          A minha filha do meio parou também, e voltou em 2008 e terminou o
ensino médio no EJA, já a casula não parou iniciou em 1991 e terminou no final de
2001 o ensino médio, o sonho dela era fazer faculdade, mas não conseguiu devido
às condições financeiras, mas agora graças a Deus ela esta fazendo.




l) Conte a sua história de estudante na EJA e o que a senhora acredita que
pode melhorar nas aulas?


          Iniciei a estudar este ano, por incentivo de meus filhos, onde no inicio
encontrei dificuldade, pois a escola onde estudei no Tude Bastos não existe mais,
hoje é uma escola Municipal, foi na escola eles não tinham minha ficha, fui à
SEDUC e na Secretaria de ensino ninguém achava meu cadastro, pois em 76 eles
não tinham informática na escola, e as escolas municipais não quiseram fazer
aquela prova para encaixar na série que mais me enquadrava, falando que tinha
que iniciar da primeira serie.


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          Até que fui me Informar no CEEJA, e lá eles fizeram a prova e passei
para a quinta série, e hoje estou fazendo o processo de eliminação de matéria.
Gostei muito de lá, os professores são muito bom e estão sempre dispostos a
tirarem nossas duvidas. E o legal que eu faço meu horário de estudo.




m) A senhora, por favor, diga-nos se os estudos da EJA ajudam os jovens e
os que têm a melhor idade a terem expectativas de emprego melhor e
continuar seguindo os estudos posteriormente em uma faculdade?


          Pelo menos aonde eu faço sim, já ouvi falar de outros lugares que não
são bons, os alunos logo desiste, mas gostei muito de lá, e nunca é tarde para
estudar, e ajuda muito sim, mas depende da força de vontade de estudar.
Como o caso de meu filho que desistiu na oitava serie isso porque briguei muito, e
naquela época te batíamos nos filhos para eles estudarem, (rsrs), mas depois que
tomou juízo voltou e fez CEEJA, o mesmo que estou fazendo e hoje esta no quinto
semestre no curso de letras.




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      2. O PROCESSO DE EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DE MADALENA



          O aluno da EJA- Educação de Jovens e Adultos- geralmente é aquele
que não estudou na época “certa” por falta de oportunidade, como: falta de valor na
família pela educação; por necessidade de trabalhar na infância; por questões de
gêneros ou descriminação que levam a exclusão social; por gravidez precoce; por
envolvimento nas drogas; e por falta de acesso a escola.

          “Madalena” na entrevista relata que um dos fatores pelos quais ela não
estudou na idade própria foi à falta de escola em sua localidade, onde este fator é
de caráter econômico, social e político. Apesar de inúmeras dificuldades
enfrentadas por Madalena, hoje ela encontra motivação para estudar, onde fez
vários cursos, como diferentes tipos de bordado (Ponto Cruz, Vagonite, etc),
Pedraria, Corte e Costura no Instituto Universal Brasileiro, além de fazer sabão
caseiro reaproveitando óleo de cozinha.

          Hoje aos 52 anos, ela faz parte de uma educação voltada para os jovens
e adultos que não concluíram em idade escolar, o CEEJA - Centro Estadual de
Educação de Jovens e Adultos – que, segundo Priscila Sellis (2010):



                     O CEEJA é mantido pelo Estado e reconhecido pelo Ministério da
                     Educação em nível de Educação de Jovens e Adultos (EJA), seu ensino é
                     caracterizado como uma escola do futuro. Nela, o aluno frequenta a escola
                     nos dias e horários que considerar viável à sua realidade. A duração do
                     curso dependerá exclusivamente do aluno, visto que é ele quem define
                     quando e como irá realizar o curso.



           A educação de jovens e adultos não é recente, pois no Brasil colônia os
jesuítas se dedicaram na educação dos índios e negros visando com isso difundir o
evangelho, porém este sistema de ensino adotado pelos jesuítas foi se
desorganizando gradativamente até ser abandonado por eles em 1759. E com isso
o ensino ficou abandonado nesta época sem nenhuma outra proposta de ensino
consistente.

           Porém, com o passar dos anos, foram aparecendo algumas propostas
de educação de adultos, até que no Império em 1824, a primeira constituição
Brasileira garantiu que a instrução primeira deveria ser voltada para todo o cidadão,
não deixando de fora os jovens e adultos, porém, faltaram-se ações neste setor
para que esta garantia legal fosse concretizada.



                                                                               Página 9 de 28
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            Na Primeira República, a discussão que ocorria sobre a educação
englobava a educação básica e a educação de jovens adultos sem haver distinção
entre elas no processo pedagógico, e sem haver uma implementação de políticas
publicas especificas. Quando o estado começou a manifestar suas atribuições e
responsabilidades em 1940 começou-se a distinguir a educação de jovens e
adultos, vinculando as verbas públicas para o atendimento a educação em nível
nacional.

          A educação de jovens e adultos segundo HADDAD:



                     “é uma produto de miséria social, pois é consequência dos males do
                     sistema publico regular de ensino e das condições de vida da maioria da
                     população, sendo um marco condicionante da miséria social”.

                     ...Pois a sociedade mundial está no encanto da tecnologia e comunicação
                     e ao mesmo tempo desencanto por ter destruído uma parte considerável
                     dos seus recursos naturais e não pode realizar um desenvolvimento que
                     beneficiasse uma maioria crescente de empobrecidos, constituída, muitas
                     vezes, como produto deste próprio desenvolvimento.



           Produto de miséria social, pois, a EJA, é fruto da falta de instituições
educacionais nas localidades mais carente do Brasil, onde estes não tinham
acesso e nem meios para frequentar a escola, eram poucos que conseguia apenas
se alfabetizar como no caso de Madalena.

           Na década de 60, período este pela qual Madalena não teve acesso à
escola, houve a renuncia do presidente Jânio Quadros, a qual o mandato deveria
ser concluído por João Goulart, onde este era considerado a ter interesses
esquerdistas. Mediante esses fatos iniciou-se a crise política a qual resultou no
golpe militar.

          Como já foi abordada anteriormente, a EJA, é uma modalidade de
ensino brasileira que carrega na sua história dificuldades desde que os jesuítas
eram os responsáveis pela educação brasileira, porém em 1960 surge a pedagogia
de Paulo Freire uma educação popular entendida como ensino dos conteúdos
escolares relacionados ao cotidiano do individuo e que se articulava com a ação
política.




                                                                             Página 10 de 28
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                         2.1 Contribuições de Paulo Freire



                         Em 1964 foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização
              orientado pela proposta de Paulo Freire, porém foi substituído pelo
              MOBRAL, um Movimento Brasileiro de Alfabetização instituído pelo
              regime militar, um método que se preocupava apenas em fazer os
              alunos aprenderem a ler e escrever, sem preocupar-se com a
              formação do homem. Uma tática usada pelos militares para manter
              seus interesses enquanto dominadores da sociedade, domínio este
              que durou de 1964 á 1985.

                        Já Paulo Freire defendia a Educação como um
              instrumento de mudança social, visando à libertação dos sujeitos
              de uma consciência ingênuo-resultante de uma sociedade
              opressora - para uma consciência critica tornando-os capazes de
              lutarem para a transformação da realidade.

                         Para Paulo Freire a Educação deveria ser significativa,
              capaz de desenvolver nos sujeitos à capacidade de perceber a
              denuncia da realidade, conduzindo o educando a uma leitura do
              seu contexto social, das suas histórias e da sua vida, pois para
              qualquer educação é preciso atribuir valor aos saberes que o
              educando já traz do seu meio.

                         Autores como Cunha e Góes, Paiva e Bastos
              mencionam que as décadas de 50-60 foram marcadas por projetos
              voltados a alfabetização de jovens e adultos, sejam eles para o
              acesso à escrita e leitura – grande desafio do momento histórico -,
              ou para formar cidadãos participantes em seu meio social.

                        Porém para o regime militar, qualquer movimento
              democrático era combatido.

                         No entanto não foi o suficiente para apagar ou negar da
              nossa história momentos tão importantes para a nossa educação
              quanto às experiências educacionais de Paulo Freire, tendo como
              a mais marcante o fato de alfabetizar pessoas em 45 dias. A sua
              proposta de alfabetização e inspiração para todos os educadores
              até os dias atuais (Regina Duarte).

          Esse período estabeleceu um momento muito especial na educação de
jovens e adultos, a qual foi e é considerado como um “período de luzes”, que
ocorreu entre 1959 a 1964, pois se começou a confrontar as ideias de
                                                                          Página 11 de 28
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preconceitos, buscando-se novas ideias e propostas educacionais, passando a
EJA ser reconhecida pelas suas características e peculiaridades nos planos
pedagógicos a qual foram incorporados os pensamentos de Paulo Freire, e
posteriormente com a constituição de 1967, a qual veio assegurar o direito da
educação como direitos de todos, assegurando a gratuidade do ensino, como
descreve o artigo 168:

                    Art. 168 A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola;
                    Assegurada a igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da
                    unidade nacional e nos ideais de liberdade e solidariedade humana.
                    § 1º - O ensino será ministrado nos diferentes graus pelos Poderes
                    Públicos.
                    § 3º - A legislação do Ensino adotará os seguintes princípios:
                    II - O ensino dos sete aos quatorze anos é obrigatório para todos e gratuito
                    nos              estabelecimentos             primários            oficiais;
                    III - o ensino oficial ulterior ao primário será, igualmente, gratuito para
                    quantos, demonstrando efetivo aproveitamento, provarem falta ou
                    insuficiência de recursos. Sempre que possível, o Poder Público
                    substituirá o regime de gratuidade pelo de concessão de bolsas de estudo,
                    exigido o posterior reembolso no caso de ensino de grau superior.


           Esta constituição foi formulada sobre vigência do regime militar, onde
esta retirou à vinculação da receita a educação, institucionalizando o subsidio
publico ao setor privado. Defendendo assim, que a educação é um direito que deve
ser efetivo e acessível a todos, onde esta poderá ser realizada nas instituições
escolares, como em lar, com o objetivo de que a educação abranja a todos os
indivíduos, até os locais carentes de instituição de ensino, este fato ocasionou a
educação de Madalena, onde esta teve acesso às quatro primeiras séries do
ensino fundamental I, pois a residência a qual madalena estudou, só ofertava o
ensino até o quarto ano do ensino fundamental.

          A EJA é consequência das mazelas das políticas publicas, onde essas
contribuem para os ranços presentes na educação. Pois uma parte considerável da
população brasileira não teve acesso à educação em idade apropriada, pois, nas
regiões menos favorecidas ocorria a falta de escolas, e só havia escolas nas
regiões mais distantes, como nos centros urbanos.

          Na constituição de 1988 no artigo 208 e na LDB 9.394/96 afirma que é
dever do estado garantir a educação a todos, até aqueles que não tiveram acesso
em idade apropriada. Na constituição de 88 houve também a designação de verba
para a educação, ficando o estado com o dever de investir 25% da receita na
educação e 18% dever do município, porém era conferida apenas parte deste
dinheiro a educação, onde ocasionou a falta de acesso à população menos
favorecida, pois a renda era bem inferior das regiões sul e sudeste. A outra parte
deste dinheiro que deveria ser investido na educação, era utilizado nos setores

                                                                               Página 12 de 28
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administrativos onde, não havia um processo de conferencia para averiguar os
investimentos conferindo se estes realmente foram utilizados na educação e com
isso percebemos os fatores que contribuíram para a marginalização da EJA, é de
caráter político, econômico, social, educacional e psicológico, por não haver
conscientização e incentivo a educação.




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      3. DESLOCAMENTO



          O processo de deslocamento é muito comum, principalmente na década
de 60/ 70/80, onde a população brasileira das regiões menos favorecidas migrava à
busca de melhor condição de vida.

         Hoje esse processo ainda é comum, porém, as políticas educacionais
tem melhorado consideravelmente a qual ampliou o numero de instituições de
ensino nas regiões a qual não se tinha acesso a educação, como na Cidade de
Madalena, já se pode encontrar uma escola e universidade na cidade visinha.

          Percebemos em nossos pais, que além da emigração também ocorra à
imigração, onde o fator que propicia essa imigração é a chegada do pré-sal e
poucas mão de obras qualificadas, como também, muitos imigram com objetivos de
crescimento a essa nova fase de crescimento em que o Brasil esta passando.

           Madalena mudou-se da região a qual habitava para outra região por
necessidades financeiras, ela migrou-se da Bahia para São Paulo a busca de
melhores condições de vida, onde esta por sua vez, não obteve muito sucesso por
não ter tido oportunidades de estudos em idade apropriada.

           Segundo o dicionário Aurélio emigrar é sair voluntariamente de seu país
para se estabelecer voluntariamente a outro; migrar: mudar de uma região para
outra e de um país para outro; imigrantes: entrar em um país estranho para nele se
estabelecer;




                                                                           Página 14 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




      4. O CLIMA E O MEIO AMBIENTE DE PARAGUAÇU- BAHIA



          No município de Ibicoara, cidade natal de Madalena nasceu onde está
localizado o povoado de Paraguaçu onde esta viveu sua infância, o clima é
semiárido e subúmido a seco. Em 67% da área é semiárido, com chuvas anuais
inferiores a 700 mm, onde na parte superior da região, mais especificamente, na
chapada diamantina, o clima é mais ameno é subúmido a seco.

          A sua cobertura vegetal na área da chapada da diamantina sobrevém o
que restou das florestas antigas e campos rupestres, onde predominam as
pastagens intercaladas por áreas com vegetação de caatinga, com seu trecho final
no planalto pré-litorânea, onde sobrevêm áreas agrícolas e florestais secundárias
da mata atlântica.

          O clima Semiárido é caracterizado pela baixa umidade, e provoca longos
períodos secos e chuvas ocasionais, e o clima subúmido a seco caracteriza-se por
apresentar frio no inverno e quente e seco no verão, mantendo uma temperatura
média anual de 21,5°C.

          Paraguaçu, nome dado ao povoado de Ibicoara onde Madalena foi
criada, sendo este o maior rio baiano que nasce no Morro do Ouro, Serra do Cocal,
município de Barra da Estiva, Chapada Diamantina, segue em direção norte
passando pelos municípios de Ibicoara, Mucugê passando pela cidade de Andaraí,
e muda de direção em seu curso para oeste e leste. Este mesmo rio é uma espécie
de divisor entre os municípios de Itaeté, Boa Vista do Tupim, Marcionílio
Souza, Itaberaba, Iaçu, Rafael              Jambeiro, Santa              Teresinha, Antônio
Cardoso, Castro        Alves, Santo       Estevão, Cruz        das      Almas, Governador
Mangabeira, Cabaceiras do Paraguaçu, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix,
e nas cidades de São Felix de Cachoeira e Maragogipe desemboca na Baía de
Todos os Santos entre os municípios de Maragogipe e Saubara.




                                                                               Página 15 de 28
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            Sendo um rio muito extenso com seiscentos quilômetros de curso, onde
banha cidades importantes, inclusive sob o ponto de vista turístico sendo um rio
navegável da foz até as cidades de Cachoeira e São Félix, e ao longo deste trecho
acham-se duas ilhas, a de Monte Cristo e a Ilha dos Franceses, razão pela qual
este rio é considerado turístico pelos seus atrativos, beleza natural das paisagens
com uma visão encantadora do acervo arquitetônico presente a suas margens.

            Ibicoara surgiu no século XIX, com a chegada de Garimpeiros a procura
de ouro, e nesta época surgiu à cultura do café sendo fortemente presente até os
dias atuais, como a criação de gado. Ibicoara foi emancipado de Muçugê em 1962.
Hoje são ainda presente os festejos herdados do passado, como a festa junina e o
carnaval.

            Os principais pratos típicos são o godó que é o cortado de banana
verde, o beiju e o cuscuz. A cidade é uma das maiores produtoras de café e
hortigranjeiro do estado, como também destacam a apicultura, o artesanato e a
fabricação de cachaça.

            Sendo uma cidade que vem crescendo ano a ano, por ser muito
produtora e conter atividade de ecoturismo e quais vem gerando empregos e
rendas para a região.




                                                                             Página 16 de 28
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        5. O CLIMA DE PRAIA GRANDE




          Praia Grande é uma cidade litorânea, que faz parte da região
metropolitana da baixada santista, presente no Estado de São Paulo. Foi à primeira
região criada sem status de capital Estadual, mediante a lei complementar 815 de
30 de junho de 1996.

          Foi na Praia Grande que madalena viveu uma uma parte de sua
adolecencia, e vive até os dias atuais onde sente falta do clima de sua região ao
relatar que lar o clima e gostoso e fresco, onde o clima da atual cidade (Praia
Grande) onde ela mora segundo o Winkipedia Livre é:

                       ...subtropical úmido, sem meses secos, com verões quentes e invernos
                       brandos, sendo o mês mais quente Janeiro, com uma média de vinte e
                       quatro graus centígrados, e o mais frio julho com uma média de dezessete
                       graus centígrados.

          O clima subtropical úmido geralmente se faz presente no interior dos
continentes ou nos litoral lestes destes, com latitudes entre 23º e 35º em ambos os
hemisférios, onde os verões deste clima geralmente contem dias úmido devido as
massas tropicais instáveis.

          Com esses dados podemos ter uma aula dialética, ou seja, fazer uma
contraposição do que aprendemos e do que vivemos. Como a media em graus
centígrados do atual verão e inverno de Praia Grande que contrapõe com a teoria,
e as diferenças climáticas das duas cidades onde madalena passou parte de sua
vida.




                                                                               Página 17 de 28
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        6. ALIMENTAÇÃO


            A alimentação é à base da vida e dela depende o estado de saúde do
ser humano. A falta de conhecimento sobre os princípios nutritivos como o não
reaproveitamento ocasiona a toneladas de desperdícios de recursos de nutrientes
alimentares no Brasil, onde pesquisas mostram que uma grande parte das
propriedades de nutrientes está presente nas cascas que são desprezadas e
jogadas ao lixo orgânico. Veja a seguir os nutrientes presentes em algumas cascas
de frutas, legumes e verduras:




            Valores nutricionais das cascas, talos e folhas:

Talos de salsinha                  Aproveitados como temperos, contém vitamina C, que auxilia
                                   na absorção de ferro e auxilia na imunidade, elevando a
                                   resistência a doenças.

Folhas e talos de couve flor       Sua folha possui vitamina C. Utilizada em recheios de tortas,
                                   esfihas, panquecas, sopas e bolinhos.

Casca de maracujá                  A casca é rica em fibras que auxiliam no controle do colesterol
                                   elevado.

Casca de Batata                    Pode-se utilizá-la cozida ou ate frita como aperitivo. Rica em
                                   minerais e fibras, a casca serve para fazer receitas de bolinhos.




                                                                                    Página 18 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




Fonte: Scielo




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EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




          Fonte: Recicloteca




          Nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, o desperdício é
um serio problema que deve ser resolvido na produção, distribuição e
armazenamento desses alimentos.


          Como antigamente as pessoas tinham maior contato com os alimentos
no seu plantio, essas tinham uma relação natural com o ambiente, onde a maioria
vivia no campo e com isso tinha um enorme conhecimento sobre os alimentos
como sua conservação e meios de aproveitar todos os benefícios destes, e essas
ricas informações passavam de geração a geração. Como Madalena na segunda
entrevistas, pois ao reler analisar sua entrevista recorreiamos a ela, a qual nos
acrescentava cada vez mais com sua experiência de vida riquíssima. Ela nos
contou que os mamões que caiam do pé ainda verdes era aproveitados, fazendo
diversas receitas como refogado que fica parecido com o chuchu, e a parte branca

                                                                           Página 20 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




da melancia e do melão aquele próximo à casca, ela faz uma salada refrescante e
muito saborosa, a qual o sabor é parecido com o do pepino.


           Pensando nesses dados obtidos por meio de pesquisas e entrevista, que
vimos à importância do conhecimento para Madalena sobre o reaproveitamento
alimentar, contribuindo para o prosseguimento de uma alimentação saudável por
meio do reaproveitamento de partes de alimento (cascas, caroços, sementes, etc.)
que é descartado ao lixo por muitos, onde este torna se prejudicial ao meio
ambiente se não forem descartados de maneira apropriada, gerando o mau cheiro
e o aparecimento, desenvolvimento e proliferação de bactérias, fungos, insetos e
ratos, esses fatores contribuem para a contaminação do solo e da água,
contribuindo para o surgimento de varias doenças (infectocontagiosas e virais) que
vivem ou frequentam esses ambientes contaminados.


           O lixo que descartamos na cozinha, tais como: frutas, verduras,
legumes, casca de ovo, carne, frango, ossos, espinhos, etc. são nomeados como
lixo orgânico, onde este, quando não descartado de maneira correta, ao se
decompor produz o chorume – liquido viscoso e de cheiro forte e desagradável –
que em contato com rios, mares, lençóis freáticos causa a contaminação do solo e
da água.


           Em Paraguaçu- Bahia, não há seleta coletiva, onde os moradores
enterram os lixos em suas fazendas ou terrenos, e alguns é misturado na terra das
plantações servindo de adubo.

           Hoje em dia há inúmeras possibilidades de reaproveitar os lixos
preservando o meio ambiente e a saúde da população. Como é o caso do lixo
orgânico que pode ser usado para a produção de energia – biogás- o qual ao se
decompor é gerado o gás metano.

           O óleo de cozinha também é outro inimigo do meio ambiente, pois seu
acumulo alimenta os ratos e polui rios, interfere a passagem de luz na água,



                                                                            Página 21 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




retarda o crescimento dos vegetais, além de impossibilitar a oxigenação na água
prejudicando a vida dos peixes e crustáceo.

          Madalena sabe o quanto o óleo é prejudicial à saúde, e por isso ela não
descarta na pia, mas reaproveita fazendo sabão caseiro. Percebemos que existem
inúmeras formas de reaproveitamento e de reciclagem que além de contribuir para
o meio ambiente também contribui para a geração de renda além de contribuir para
a economia.




                                                                           Página 22 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




      7. SEQUÊNCIA DIDÁTICA




TEMA: Caminhos interdisciplinares no contexto de Madalena e o meio ambiente.




OBJETIVO: Contextualizar os conceitos a serem assimilados com a vida de
Madalena, partindo do conhecimento de vivência para ampliá-lo.


Conceitos (saber) a serem assimilados:
           História: A história da cidade de Ibicoara - Bahia.
           Geografia: O clima da região;
           Ciências: Alimentação saudável;
           Matemática: Fração.
           Lingua Portuguesa: Gênero textual: Receita.
           Temas transversais: Pluralidade cultural, Meio ambiente e Saúde



      8. CONTEUDOS




         Aprender a fazer e identificar:

   Fatores sociais, políticos e econômicos que contribuem ou não para a
qualidade de vida;

   Conhecer e internalizar as diferentes situações climáticas mediante as
estações do ano presentes em nosso país;

   Ser capaz de diferenciar as diferenças entre os três conceitos: migração,
emigração e imigração, identificando e como ocorre;




                                                                           Página 23 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




  Material inicial:

      Pesquisa com Madalena

          Mediante a pesquisa junto com os alunos identificaremos pontos
importantes para debates, a qual será contextualizada com diversos conceitos e
áreas do conhecimento, sendo uma aula interdisciplinar, onde esta ira partir da
realidade vivida de muitos estudantes da EJA.




Das aulas:

          1ª aula:

          Essa aula objetiva, a princípio levar os educando a saber os conceitos
de Emigração, Imigração e Migração, contextualizando com a o processo de
emigração de Madalena.

          2ª aula:

          Em um segundo momento visa descrever o clima da cidade natal
(Paraguaçu/Bahia) e da cidade para onde Migrou (Praia Grande / São Paulo),
levando esses a reconstruir seus conhecimentos, passando do senso comum para
o cientifico sobre os diferentes climas das regiões de um mesmo país. Levando
estes, a saber, a fazer e identificar o porquê de um mesmo clima tornar mais
ameno em diferentes regiões.

          3ª aula:

          Com a conscientização dessas diferenças, visamos levar o aluno a
identificarem as dificuldades encontradas mediante o clima, hábitos, alimentação e
custo de vida, o qual nesses últimos dois tópicos debateremos o processo de
plantar e colher a própria alimentação e as dificuldades encontradas, sendo estas

                                                                            Página 24 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




inaceitáveis a princípio para Madalena pelo fato de ter que comprar e pagar caro
por algo que tem de fartura em sua terra.

          4ª aula:

           Desta maneira debateremos com os educando possíveis meios de
reaproveitamento alimentar como instrumento para garantir a qualidade e o
aproveitamento integral dos alimentos, visando com isso contribuir para o
aprendizado de todos ao identificarem possíveis formas de ter uma alimentação
saudável e econômica. Além de ser uma forma de alimentação que os alunos
poderão fazer para a criança com dificuldades alimentares a comer sem identificar
alguns alimentos não aceitáveis por elas.




          5ª aula:

          Nesta aula iremos ver na prática esse processo de reaproveitamento dos
alimentos, obsevando o que outrora seria descartado possíveis fontes riquíssimas
de vitamina para a alimentação. Levando o aluno a ser um cidadão conciente, onde
suas atitudes irão fazer toda a diferença para o meio ambiente.

          Nesta aula prática eles observarão e verão como ocorre o processo de
fermentação, as vitaminas presentes nas cascas e caroços das frutas e verduras e
no que estas vitaminas contribuem para a saúde, ou seja, as suas funções para o
nosso organismo.




  Receita a ser utilizada na aula:

                     Bolo de abobrinha – Glória Camanhos.

                     Ingredientes

                     3 xícaras de farinha de trigo;

                                                                             Página 25 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




  1 colher de sopa de fermento em pó;

  1 colher de sopa de canela em pó;

  1 colher de sopa de achocolatado;

  3 ovos;

  1 xícara e meia ou duas de açúcar;

  1 abobrinha italiana;

  1/2 xícara de óleo, 1/2 xícara de leite;

  (pode medir meia xícara de óleo e até completar a xícara água,
colocar).

  duas colheres de leite em pó);

  Cobertura

  1 xícara e meia de açúcar;

  4 colheres de achocolatado;

  1 colher de sopa de margarina;

  1 colher de sobremesa de gengibre em pó;

  1/2 xícara de água dois cravos da índia;




  Preparo

            Coloque no liquidificador a abobrinha lavada e cortada a
“grosso modo” o açúcar, o óleo, a água os ovos e bater bem em
uma bacia peneire a farinha o fermento a canela e o achocolatado.

            Misture o líquido e bata bem. Unte a assadeira com
margarina, derrame o bolo e leve a assar em forno pré-aquecido a

                                                            Página 26 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




280 graus mais ou menos 30 ou 35 minutos, espete um palito e
quando este sair seco apague o fogo.

  Recheio

           Em uma panela leve ao fogo acrescente o açúcar, a
margarina, o gengibre, os cravo da índia e a água. Faça uma calda
a ponto de fio e derrame sobre o bolo quente.




                                                            Página 27 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS



EIRÓS, Mauricio. Praia Grande noticias. Disponível em
http://www.praiagrande.sp.gov.br/pgnoticias/noticias/noticia_01.asp?co
d=23946&cd_categoria= acessado em 15 de agosto de 2012.


IVANA. Educação nas Constituições Brasileiras. Disponível em:
http://www.xtimeline.com/evt/view.aspx?id=152841 acessado em 17 de
agosto de 2012


HADDAD, Sergio. Escolarização de Jovens e Adultos.
http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n14/n14a07.pdf acessado em 17 de
agosto de 2012


HADDAD, Sergio. Tendências atuais na Educação de Jovens e
Adultos.                                    Disponivel          em:
http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica-
1/textos/educacao-cultura/texto-128-2013-tendencias-atuais-na-
educacao-de-jovens-e-adultos.pdf, acessado em 15 de agosto de 2012.


PIERRO,        Maria    Clara     Di.     EJA     em   Segundo      Plano
http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/eja-
plano-618045.shtml acessado em 14 de agosto de 2012.



ARANHA, M. L. de A. História da educação. 2. ed. São Paulo:
Moderna, 2000.



Autor desconhecido. Educação de Jovens e Adultos e Movimento
Brasileiro                       de                       Alfabetização.
http://monografias.brasilescola.com/historia/a-educacao-jovens-adultos-

                                                                         Página 28 de 28
EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena




movimento-brasileiro-alfabetizacao.htm acessado em 15 de agosto de
2012

Outras fontes:

http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2010/Artigos/GT6/PROJETO_ALIMEN
TACAO.pdf

http://www.scielo.br/pdf/cta/v25n4/27658

http://recicloteca.org.br/blog/index.php/2011/09/19/que-tal-uma-refeicao-nutrit




                                                                            Página 29 de 28

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EJA - PONTOS E CONTRA PONTOS

  • 1. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena APARECIDA BARBOSA Contribuição de: GLÓRIA CAMANHO REGINA DUARTE INTRODUÇÃO O presente trabalho visa analisar por meio de uma entrevista com uma estudante do CEEJA, quais os fatores que contribuíram para que uma grande parte da população das décadas de 60/70/80 não concluíram seus estudos em idade apropriada, onde houve a necessidade de políticas publicas como a criação da Educação para Jovens e Adultos, para diminuir o analfabetismo no Brasil. E por meio desta entrevista identificaremos quais as políticas educacionais que estavam em vigor na época, pesquisando o que a lei propunha para a educação, e se a mesma ocorreu de fato. Ao obter estes dados, identificaremos por meio desta entrevista, como são as condições de vida desta estudante, e se a ausência de estudo em determinada situação de sua vida fez falta ou se a mesma não sentiu as consequências, e qual a sua visão sobre a educação atual. E mediante todos os dados adquiridos nesta entrevista, elaboraremos um plano de aula para a EJA, contextualizando com vários momentos de sua vida, sendo este plano interdisciplinar que visa interligar as diferentes disciplinas com o meio ambiente. Página 2 de 28
  • 2. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 1. EJA PONTOS E CONTRAPONTOS 1.1 Entrevista com Madalena a) Como é o seu nome? Maria Madalena pode me chamar de Lena, lá onde morava eu era conhecida como Leni. b) Conte um pouco sobre sua história de vida: Eu nasci na Bahia em Barra da Estiva no ano de 1960, e fui criada em Paraguaçu, um povoado muito distante, onde não havia luz nem água encanada tínhamos que andar muito para pegar água no rio, lavar louça, roupa, etc. e os vizinhos era muito distante um dos outros (as residências) não são que nem aqui. Apesar disso, os moradores são muito hospedeiros, gentil um contribuindo com o outro. A cidade ficava muito distante do local onde eu morava, e naquela época não havia transporte. Hoje tem carros particulares que cobram 50,00 reais por viagem, além de alguns ônibus da prefeitura que levam as crianças a escola em outra cidade e nos finais de semana a feira, fora isto se precisar se locomover no decorrer da semana só conseguimos de carona ou carros particulares. c) Como foi a sua infância? Página 3 de 28
  • 3. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Minha infância foi muito boa para mim, pois tinha liberdade, coisas que as crianças não têm hoje, pois brincava nos cafezais, subia nas árvores como o pé de manga, tinha uma vida saudável, alimentação saudável, pois apesar de não ter muito dinheiro, mas em nossa terra tinha alimentação “pra dar e vender” (risos). Na roça tinha plantações de café que era o que mais tinha nas fazendas, onde quando era época de colheita era momento de fartura para os fazendeiros. Também tinha batata, chuchu, manga, feijão comum, feijão andu, diversas ervas, algodão, mandioca, mamão, abóboras, abobrinhas e cabaças onde nestas são feito artesanatos, foi por isso que logo que cheguei aqui me espantei com os preços das verduras e legumes, e ao mesmo tempo o desperdício nos finais das feiras, e também a qualidade, pois os legumes, frutas e verduras daqui duram bem menos tempo e é muito caro. d) Em que ano você veio para São Paulo? Eu vim com 12 anos em 1972, para trabalhar em São Paulo em casa de família, para ajudar meus pais, pois estávamos passando por momentos difíceis (saúde) e viemos para São Paulo para fazer tratamento da minha mãe, onde a principio trabalhei na praia, logo em casa de família. e) Como era a escola do local onde a senhora morou, pode frequentá-la por quantos anos quando pequena? Conte um pouco de suas lembranças, se não, fale o que aconteceu para não poder frequentar a escola? Na realidade só havia uma escola na cidade bem distante, onde levávamos quase um dia para chegar lá. Então não tinha como ir à escola. Lembro que naquela época tinha uma senhora que alfabetizava em sua casa, e nos chamávamos de escolinha, ficava um pouco distante de minha, aonde íamos e Página 4 de 28
  • 4. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena voltávamos andando de lá para poder aprender a ler. Lembro-me que o rapaz que me alfabetizou ele nunca tinha ido a uma escola de verdade, ele tinha aprendido com esta senhora e começou a dar as aulas também. Eu fiz as quatro series em um ano, pois as aulas funcionavam da seguinte forma, os alunos liam um livro e ao fazer os exercícios corretos dos livros íamos eliminando as séries, porém isto variava de pessoa para pessoa, tinha pessoas que demoravam mais, foi no ano de 1969 que fiz as quatro primeiras series. Então, depois de um ano em São Paulo capital, vim para Praia Grande no Tude Bastos para a casa do meu tio, pois minha mãe ia vir da Bahia para trabalhar na praia e para se tratar em Santos. f) A senhora pode contar sobre sua mãe, pai e outros parentes, se foram à escola ou não? Então os meus parentes, como tia mãe e pai, eram todos analfabetos, minha mãe foi aprender a assinar seu nome há uns 10 anos atrás, e não tive irmãos sou filha única. Minha mãe é filha de índia e meu pai era descendente de alemão, onde lembro que eles escreviam, mas não sei dizer sobre os estudos, pois tive muito pouco contato com sua família, pois moravam muito distante a minha família por parte de pai. g) Quando chegou aqui, foi logo trabalhar ou matriculou-se em uma escola pública? Quando cheguei aqui a princípio trabalhei em casa de família, e resolvi me matricular em uma escola no Tude Bastos perto da casa do meu tio, esta Página 5 de 28
  • 5. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena escola era conhecida como “Escolinha”, não lembro o nome, ela ficava perto do CAMP- Centro de Amigos do Menor Patrulheiro de Praia Grande, eles acharam melhor me colocaram na quarta série, pois foi a ultima série que tinha feito na Bahia. h) Nesta instituição a senhora terminou os estudos? Como é o nome desta escola? Você sabe se ela ainda existe? Não, infelizmente não, pois, surgiram alguns problemas e logo tive que parar, era difícil conciliar trabalho e escola. i) Fale um pouco da vida aqui e se a falta de ir a escola impediu de ter um salário melhor? Com certeza, pois sempre trabalhei em casa de família. Trabalhava para sustentar minha família, pois o pai das crianças bebia e não contribuía e ainda era agressivo, então logo sai de casa com meus filhos pequenos, a menor tinha apenas três anos, mas a intenção era estudar, porém as coisas foram acontecendo e os estudos foram ficando para traz. Aposentei-me esse ano com um salário mínimo, devido à falta de oportunidade para estudar e conseguir outras profissões. Além de estudar no CEEJA, fiz cursos de artesanatos como chinelos decorados, bordados, e corte e costura, esses me ajudam a melhorar um pouquinho minha renda mensal. j) Conte sobre seus filhos, como eles enfrentaram a escola gostavam? Eu não tive muita sorte nos estudos, mas graças a Deus meus filhos tiveram, mesmo tendo a ausência de um pai, pois quando minha filha menor tinha Página 6 de 28
  • 6. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena três anos sai de casa com meus filhos, pelo fato dele ter me dado um soco no olho e estava muito inchado isso foi à gota d’água. Eles tiveram acesso à escola e era próxima de casa, pois ao sair de casa fui à casa do meu tio, mas uma alma bondosa encaminhada por Deus me deu este pedacinho de terra onde construímos um cômodo e um banheiro com ajuda dos irmãos da igreja onde frequentava. Eles sempre foram muito bem na escola, nunca repetiram, são quatro, dois homens e duas mulheres, só fiquei triste por que o mais velho parou na oitava série e nunca mais voltou, mas ele tem muitos livros e lê muito, é muito inteligente. O do meio (dos homens) parou na oitava, e só foi voltar bem depois, fez eliminação de matéria e esta na faculdade fazendo letras. Os meninos são mais velhos, as duas meninas vieram depois. A minha filha do meio parou também, e voltou em 2008 e terminou o ensino médio no EJA, já a casula não parou iniciou em 1991 e terminou no final de 2001 o ensino médio, o sonho dela era fazer faculdade, mas não conseguiu devido às condições financeiras, mas agora graças a Deus ela esta fazendo. l) Conte a sua história de estudante na EJA e o que a senhora acredita que pode melhorar nas aulas? Iniciei a estudar este ano, por incentivo de meus filhos, onde no inicio encontrei dificuldade, pois a escola onde estudei no Tude Bastos não existe mais, hoje é uma escola Municipal, foi na escola eles não tinham minha ficha, fui à SEDUC e na Secretaria de ensino ninguém achava meu cadastro, pois em 76 eles não tinham informática na escola, e as escolas municipais não quiseram fazer aquela prova para encaixar na série que mais me enquadrava, falando que tinha que iniciar da primeira serie. Página 7 de 28
  • 7. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Até que fui me Informar no CEEJA, e lá eles fizeram a prova e passei para a quinta série, e hoje estou fazendo o processo de eliminação de matéria. Gostei muito de lá, os professores são muito bom e estão sempre dispostos a tirarem nossas duvidas. E o legal que eu faço meu horário de estudo. m) A senhora, por favor, diga-nos se os estudos da EJA ajudam os jovens e os que têm a melhor idade a terem expectativas de emprego melhor e continuar seguindo os estudos posteriormente em uma faculdade? Pelo menos aonde eu faço sim, já ouvi falar de outros lugares que não são bons, os alunos logo desiste, mas gostei muito de lá, e nunca é tarde para estudar, e ajuda muito sim, mas depende da força de vontade de estudar. Como o caso de meu filho que desistiu na oitava serie isso porque briguei muito, e naquela época te batíamos nos filhos para eles estudarem, (rsrs), mas depois que tomou juízo voltou e fez CEEJA, o mesmo que estou fazendo e hoje esta no quinto semestre no curso de letras. Página 8 de 28
  • 8. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 2. O PROCESSO DE EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DE MADALENA O aluno da EJA- Educação de Jovens e Adultos- geralmente é aquele que não estudou na época “certa” por falta de oportunidade, como: falta de valor na família pela educação; por necessidade de trabalhar na infância; por questões de gêneros ou descriminação que levam a exclusão social; por gravidez precoce; por envolvimento nas drogas; e por falta de acesso a escola. “Madalena” na entrevista relata que um dos fatores pelos quais ela não estudou na idade própria foi à falta de escola em sua localidade, onde este fator é de caráter econômico, social e político. Apesar de inúmeras dificuldades enfrentadas por Madalena, hoje ela encontra motivação para estudar, onde fez vários cursos, como diferentes tipos de bordado (Ponto Cruz, Vagonite, etc), Pedraria, Corte e Costura no Instituto Universal Brasileiro, além de fazer sabão caseiro reaproveitando óleo de cozinha. Hoje aos 52 anos, ela faz parte de uma educação voltada para os jovens e adultos que não concluíram em idade escolar, o CEEJA - Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos – que, segundo Priscila Sellis (2010): O CEEJA é mantido pelo Estado e reconhecido pelo Ministério da Educação em nível de Educação de Jovens e Adultos (EJA), seu ensino é caracterizado como uma escola do futuro. Nela, o aluno frequenta a escola nos dias e horários que considerar viável à sua realidade. A duração do curso dependerá exclusivamente do aluno, visto que é ele quem define quando e como irá realizar o curso. A educação de jovens e adultos não é recente, pois no Brasil colônia os jesuítas se dedicaram na educação dos índios e negros visando com isso difundir o evangelho, porém este sistema de ensino adotado pelos jesuítas foi se desorganizando gradativamente até ser abandonado por eles em 1759. E com isso o ensino ficou abandonado nesta época sem nenhuma outra proposta de ensino consistente. Porém, com o passar dos anos, foram aparecendo algumas propostas de educação de adultos, até que no Império em 1824, a primeira constituição Brasileira garantiu que a instrução primeira deveria ser voltada para todo o cidadão, não deixando de fora os jovens e adultos, porém, faltaram-se ações neste setor para que esta garantia legal fosse concretizada. Página 9 de 28
  • 9. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Na Primeira República, a discussão que ocorria sobre a educação englobava a educação básica e a educação de jovens adultos sem haver distinção entre elas no processo pedagógico, e sem haver uma implementação de políticas publicas especificas. Quando o estado começou a manifestar suas atribuições e responsabilidades em 1940 começou-se a distinguir a educação de jovens e adultos, vinculando as verbas públicas para o atendimento a educação em nível nacional. A educação de jovens e adultos segundo HADDAD: “é uma produto de miséria social, pois é consequência dos males do sistema publico regular de ensino e das condições de vida da maioria da população, sendo um marco condicionante da miséria social”. ...Pois a sociedade mundial está no encanto da tecnologia e comunicação e ao mesmo tempo desencanto por ter destruído uma parte considerável dos seus recursos naturais e não pode realizar um desenvolvimento que beneficiasse uma maioria crescente de empobrecidos, constituída, muitas vezes, como produto deste próprio desenvolvimento. Produto de miséria social, pois, a EJA, é fruto da falta de instituições educacionais nas localidades mais carente do Brasil, onde estes não tinham acesso e nem meios para frequentar a escola, eram poucos que conseguia apenas se alfabetizar como no caso de Madalena. Na década de 60, período este pela qual Madalena não teve acesso à escola, houve a renuncia do presidente Jânio Quadros, a qual o mandato deveria ser concluído por João Goulart, onde este era considerado a ter interesses esquerdistas. Mediante esses fatos iniciou-se a crise política a qual resultou no golpe militar. Como já foi abordada anteriormente, a EJA, é uma modalidade de ensino brasileira que carrega na sua história dificuldades desde que os jesuítas eram os responsáveis pela educação brasileira, porém em 1960 surge a pedagogia de Paulo Freire uma educação popular entendida como ensino dos conteúdos escolares relacionados ao cotidiano do individuo e que se articulava com a ação política. Página 10 de 28
  • 10. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 2.1 Contribuições de Paulo Freire Em 1964 foi aprovado o Plano Nacional de Alfabetização orientado pela proposta de Paulo Freire, porém foi substituído pelo MOBRAL, um Movimento Brasileiro de Alfabetização instituído pelo regime militar, um método que se preocupava apenas em fazer os alunos aprenderem a ler e escrever, sem preocupar-se com a formação do homem. Uma tática usada pelos militares para manter seus interesses enquanto dominadores da sociedade, domínio este que durou de 1964 á 1985. Já Paulo Freire defendia a Educação como um instrumento de mudança social, visando à libertação dos sujeitos de uma consciência ingênuo-resultante de uma sociedade opressora - para uma consciência critica tornando-os capazes de lutarem para a transformação da realidade. Para Paulo Freire a Educação deveria ser significativa, capaz de desenvolver nos sujeitos à capacidade de perceber a denuncia da realidade, conduzindo o educando a uma leitura do seu contexto social, das suas histórias e da sua vida, pois para qualquer educação é preciso atribuir valor aos saberes que o educando já traz do seu meio. Autores como Cunha e Góes, Paiva e Bastos mencionam que as décadas de 50-60 foram marcadas por projetos voltados a alfabetização de jovens e adultos, sejam eles para o acesso à escrita e leitura – grande desafio do momento histórico -, ou para formar cidadãos participantes em seu meio social. Porém para o regime militar, qualquer movimento democrático era combatido. No entanto não foi o suficiente para apagar ou negar da nossa história momentos tão importantes para a nossa educação quanto às experiências educacionais de Paulo Freire, tendo como a mais marcante o fato de alfabetizar pessoas em 45 dias. A sua proposta de alfabetização e inspiração para todos os educadores até os dias atuais (Regina Duarte). Esse período estabeleceu um momento muito especial na educação de jovens e adultos, a qual foi e é considerado como um “período de luzes”, que ocorreu entre 1959 a 1964, pois se começou a confrontar as ideias de Página 11 de 28
  • 11. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena preconceitos, buscando-se novas ideias e propostas educacionais, passando a EJA ser reconhecida pelas suas características e peculiaridades nos planos pedagógicos a qual foram incorporados os pensamentos de Paulo Freire, e posteriormente com a constituição de 1967, a qual veio assegurar o direito da educação como direitos de todos, assegurando a gratuidade do ensino, como descreve o artigo 168: Art. 168 A educação é direito de todos e será dada no lar e na escola; Assegurada a igualdade de oportunidade, deve inspirar-se no princípio da unidade nacional e nos ideais de liberdade e solidariedade humana. § 1º - O ensino será ministrado nos diferentes graus pelos Poderes Públicos. § 3º - A legislação do Ensino adotará os seguintes princípios: II - O ensino dos sete aos quatorze anos é obrigatório para todos e gratuito nos estabelecimentos primários oficiais; III - o ensino oficial ulterior ao primário será, igualmente, gratuito para quantos, demonstrando efetivo aproveitamento, provarem falta ou insuficiência de recursos. Sempre que possível, o Poder Público substituirá o regime de gratuidade pelo de concessão de bolsas de estudo, exigido o posterior reembolso no caso de ensino de grau superior. Esta constituição foi formulada sobre vigência do regime militar, onde esta retirou à vinculação da receita a educação, institucionalizando o subsidio publico ao setor privado. Defendendo assim, que a educação é um direito que deve ser efetivo e acessível a todos, onde esta poderá ser realizada nas instituições escolares, como em lar, com o objetivo de que a educação abranja a todos os indivíduos, até os locais carentes de instituição de ensino, este fato ocasionou a educação de Madalena, onde esta teve acesso às quatro primeiras séries do ensino fundamental I, pois a residência a qual madalena estudou, só ofertava o ensino até o quarto ano do ensino fundamental. A EJA é consequência das mazelas das políticas publicas, onde essas contribuem para os ranços presentes na educação. Pois uma parte considerável da população brasileira não teve acesso à educação em idade apropriada, pois, nas regiões menos favorecidas ocorria a falta de escolas, e só havia escolas nas regiões mais distantes, como nos centros urbanos. Na constituição de 1988 no artigo 208 e na LDB 9.394/96 afirma que é dever do estado garantir a educação a todos, até aqueles que não tiveram acesso em idade apropriada. Na constituição de 88 houve também a designação de verba para a educação, ficando o estado com o dever de investir 25% da receita na educação e 18% dever do município, porém era conferida apenas parte deste dinheiro a educação, onde ocasionou a falta de acesso à população menos favorecida, pois a renda era bem inferior das regiões sul e sudeste. A outra parte deste dinheiro que deveria ser investido na educação, era utilizado nos setores Página 12 de 28
  • 12. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena administrativos onde, não havia um processo de conferencia para averiguar os investimentos conferindo se estes realmente foram utilizados na educação e com isso percebemos os fatores que contribuíram para a marginalização da EJA, é de caráter político, econômico, social, educacional e psicológico, por não haver conscientização e incentivo a educação. Página 13 de 28
  • 13. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 3. DESLOCAMENTO O processo de deslocamento é muito comum, principalmente na década de 60/ 70/80, onde a população brasileira das regiões menos favorecidas migrava à busca de melhor condição de vida. Hoje esse processo ainda é comum, porém, as políticas educacionais tem melhorado consideravelmente a qual ampliou o numero de instituições de ensino nas regiões a qual não se tinha acesso a educação, como na Cidade de Madalena, já se pode encontrar uma escola e universidade na cidade visinha. Percebemos em nossos pais, que além da emigração também ocorra à imigração, onde o fator que propicia essa imigração é a chegada do pré-sal e poucas mão de obras qualificadas, como também, muitos imigram com objetivos de crescimento a essa nova fase de crescimento em que o Brasil esta passando. Madalena mudou-se da região a qual habitava para outra região por necessidades financeiras, ela migrou-se da Bahia para São Paulo a busca de melhores condições de vida, onde esta por sua vez, não obteve muito sucesso por não ter tido oportunidades de estudos em idade apropriada. Segundo o dicionário Aurélio emigrar é sair voluntariamente de seu país para se estabelecer voluntariamente a outro; migrar: mudar de uma região para outra e de um país para outro; imigrantes: entrar em um país estranho para nele se estabelecer; Página 14 de 28
  • 14. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 4. O CLIMA E O MEIO AMBIENTE DE PARAGUAÇU- BAHIA No município de Ibicoara, cidade natal de Madalena nasceu onde está localizado o povoado de Paraguaçu onde esta viveu sua infância, o clima é semiárido e subúmido a seco. Em 67% da área é semiárido, com chuvas anuais inferiores a 700 mm, onde na parte superior da região, mais especificamente, na chapada diamantina, o clima é mais ameno é subúmido a seco. A sua cobertura vegetal na área da chapada da diamantina sobrevém o que restou das florestas antigas e campos rupestres, onde predominam as pastagens intercaladas por áreas com vegetação de caatinga, com seu trecho final no planalto pré-litorânea, onde sobrevêm áreas agrícolas e florestais secundárias da mata atlântica. O clima Semiárido é caracterizado pela baixa umidade, e provoca longos períodos secos e chuvas ocasionais, e o clima subúmido a seco caracteriza-se por apresentar frio no inverno e quente e seco no verão, mantendo uma temperatura média anual de 21,5°C. Paraguaçu, nome dado ao povoado de Ibicoara onde Madalena foi criada, sendo este o maior rio baiano que nasce no Morro do Ouro, Serra do Cocal, município de Barra da Estiva, Chapada Diamantina, segue em direção norte passando pelos municípios de Ibicoara, Mucugê passando pela cidade de Andaraí, e muda de direção em seu curso para oeste e leste. Este mesmo rio é uma espécie de divisor entre os municípios de Itaeté, Boa Vista do Tupim, Marcionílio Souza, Itaberaba, Iaçu, Rafael Jambeiro, Santa Teresinha, Antônio Cardoso, Castro Alves, Santo Estevão, Cruz das Almas, Governador Mangabeira, Cabaceiras do Paraguaçu, Conceição da Feira, Muritiba de São Félix, e nas cidades de São Felix de Cachoeira e Maragogipe desemboca na Baía de Todos os Santos entre os municípios de Maragogipe e Saubara. Página 15 de 28
  • 15. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Sendo um rio muito extenso com seiscentos quilômetros de curso, onde banha cidades importantes, inclusive sob o ponto de vista turístico sendo um rio navegável da foz até as cidades de Cachoeira e São Félix, e ao longo deste trecho acham-se duas ilhas, a de Monte Cristo e a Ilha dos Franceses, razão pela qual este rio é considerado turístico pelos seus atrativos, beleza natural das paisagens com uma visão encantadora do acervo arquitetônico presente a suas margens. Ibicoara surgiu no século XIX, com a chegada de Garimpeiros a procura de ouro, e nesta época surgiu à cultura do café sendo fortemente presente até os dias atuais, como a criação de gado. Ibicoara foi emancipado de Muçugê em 1962. Hoje são ainda presente os festejos herdados do passado, como a festa junina e o carnaval. Os principais pratos típicos são o godó que é o cortado de banana verde, o beiju e o cuscuz. A cidade é uma das maiores produtoras de café e hortigranjeiro do estado, como também destacam a apicultura, o artesanato e a fabricação de cachaça. Sendo uma cidade que vem crescendo ano a ano, por ser muito produtora e conter atividade de ecoturismo e quais vem gerando empregos e rendas para a região. Página 16 de 28
  • 16. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 5. O CLIMA DE PRAIA GRANDE Praia Grande é uma cidade litorânea, que faz parte da região metropolitana da baixada santista, presente no Estado de São Paulo. Foi à primeira região criada sem status de capital Estadual, mediante a lei complementar 815 de 30 de junho de 1996. Foi na Praia Grande que madalena viveu uma uma parte de sua adolecencia, e vive até os dias atuais onde sente falta do clima de sua região ao relatar que lar o clima e gostoso e fresco, onde o clima da atual cidade (Praia Grande) onde ela mora segundo o Winkipedia Livre é: ...subtropical úmido, sem meses secos, com verões quentes e invernos brandos, sendo o mês mais quente Janeiro, com uma média de vinte e quatro graus centígrados, e o mais frio julho com uma média de dezessete graus centígrados. O clima subtropical úmido geralmente se faz presente no interior dos continentes ou nos litoral lestes destes, com latitudes entre 23º e 35º em ambos os hemisférios, onde os verões deste clima geralmente contem dias úmido devido as massas tropicais instáveis. Com esses dados podemos ter uma aula dialética, ou seja, fazer uma contraposição do que aprendemos e do que vivemos. Como a media em graus centígrados do atual verão e inverno de Praia Grande que contrapõe com a teoria, e as diferenças climáticas das duas cidades onde madalena passou parte de sua vida. Página 17 de 28
  • 17. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 6. ALIMENTAÇÃO A alimentação é à base da vida e dela depende o estado de saúde do ser humano. A falta de conhecimento sobre os princípios nutritivos como o não reaproveitamento ocasiona a toneladas de desperdícios de recursos de nutrientes alimentares no Brasil, onde pesquisas mostram que uma grande parte das propriedades de nutrientes está presente nas cascas que são desprezadas e jogadas ao lixo orgânico. Veja a seguir os nutrientes presentes em algumas cascas de frutas, legumes e verduras: Valores nutricionais das cascas, talos e folhas: Talos de salsinha Aproveitados como temperos, contém vitamina C, que auxilia na absorção de ferro e auxilia na imunidade, elevando a resistência a doenças. Folhas e talos de couve flor Sua folha possui vitamina C. Utilizada em recheios de tortas, esfihas, panquecas, sopas e bolinhos. Casca de maracujá A casca é rica em fibras que auxiliam no controle do colesterol elevado. Casca de Batata Pode-se utilizá-la cozida ou ate frita como aperitivo. Rica em minerais e fibras, a casca serve para fazer receitas de bolinhos. Página 18 de 28
  • 18. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Fonte: Scielo Página 19 de 28
  • 19. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Fonte: Recicloteca Nos países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos, o desperdício é um serio problema que deve ser resolvido na produção, distribuição e armazenamento desses alimentos. Como antigamente as pessoas tinham maior contato com os alimentos no seu plantio, essas tinham uma relação natural com o ambiente, onde a maioria vivia no campo e com isso tinha um enorme conhecimento sobre os alimentos como sua conservação e meios de aproveitar todos os benefícios destes, e essas ricas informações passavam de geração a geração. Como Madalena na segunda entrevistas, pois ao reler analisar sua entrevista recorreiamos a ela, a qual nos acrescentava cada vez mais com sua experiência de vida riquíssima. Ela nos contou que os mamões que caiam do pé ainda verdes era aproveitados, fazendo diversas receitas como refogado que fica parecido com o chuchu, e a parte branca Página 20 de 28
  • 20. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena da melancia e do melão aquele próximo à casca, ela faz uma salada refrescante e muito saborosa, a qual o sabor é parecido com o do pepino. Pensando nesses dados obtidos por meio de pesquisas e entrevista, que vimos à importância do conhecimento para Madalena sobre o reaproveitamento alimentar, contribuindo para o prosseguimento de uma alimentação saudável por meio do reaproveitamento de partes de alimento (cascas, caroços, sementes, etc.) que é descartado ao lixo por muitos, onde este torna se prejudicial ao meio ambiente se não forem descartados de maneira apropriada, gerando o mau cheiro e o aparecimento, desenvolvimento e proliferação de bactérias, fungos, insetos e ratos, esses fatores contribuem para a contaminação do solo e da água, contribuindo para o surgimento de varias doenças (infectocontagiosas e virais) que vivem ou frequentam esses ambientes contaminados. O lixo que descartamos na cozinha, tais como: frutas, verduras, legumes, casca de ovo, carne, frango, ossos, espinhos, etc. são nomeados como lixo orgânico, onde este, quando não descartado de maneira correta, ao se decompor produz o chorume – liquido viscoso e de cheiro forte e desagradável – que em contato com rios, mares, lençóis freáticos causa a contaminação do solo e da água. Em Paraguaçu- Bahia, não há seleta coletiva, onde os moradores enterram os lixos em suas fazendas ou terrenos, e alguns é misturado na terra das plantações servindo de adubo. Hoje em dia há inúmeras possibilidades de reaproveitar os lixos preservando o meio ambiente e a saúde da população. Como é o caso do lixo orgânico que pode ser usado para a produção de energia – biogás- o qual ao se decompor é gerado o gás metano. O óleo de cozinha também é outro inimigo do meio ambiente, pois seu acumulo alimenta os ratos e polui rios, interfere a passagem de luz na água, Página 21 de 28
  • 21. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena retarda o crescimento dos vegetais, além de impossibilitar a oxigenação na água prejudicando a vida dos peixes e crustáceo. Madalena sabe o quanto o óleo é prejudicial à saúde, e por isso ela não descarta na pia, mas reaproveita fazendo sabão caseiro. Percebemos que existem inúmeras formas de reaproveitamento e de reciclagem que além de contribuir para o meio ambiente também contribui para a geração de renda além de contribuir para a economia. Página 22 de 28
  • 22. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 7. SEQUÊNCIA DIDÁTICA TEMA: Caminhos interdisciplinares no contexto de Madalena e o meio ambiente. OBJETIVO: Contextualizar os conceitos a serem assimilados com a vida de Madalena, partindo do conhecimento de vivência para ampliá-lo. Conceitos (saber) a serem assimilados:  História: A história da cidade de Ibicoara - Bahia.  Geografia: O clima da região;  Ciências: Alimentação saudável;  Matemática: Fração.  Lingua Portuguesa: Gênero textual: Receita.  Temas transversais: Pluralidade cultural, Meio ambiente e Saúde 8. CONTEUDOS Aprender a fazer e identificar:  Fatores sociais, políticos e econômicos que contribuem ou não para a qualidade de vida;  Conhecer e internalizar as diferentes situações climáticas mediante as estações do ano presentes em nosso país;  Ser capaz de diferenciar as diferenças entre os três conceitos: migração, emigração e imigração, identificando e como ocorre; Página 23 de 28
  • 23. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena Material inicial:  Pesquisa com Madalena Mediante a pesquisa junto com os alunos identificaremos pontos importantes para debates, a qual será contextualizada com diversos conceitos e áreas do conhecimento, sendo uma aula interdisciplinar, onde esta ira partir da realidade vivida de muitos estudantes da EJA. Das aulas: 1ª aula: Essa aula objetiva, a princípio levar os educando a saber os conceitos de Emigração, Imigração e Migração, contextualizando com a o processo de emigração de Madalena. 2ª aula: Em um segundo momento visa descrever o clima da cidade natal (Paraguaçu/Bahia) e da cidade para onde Migrou (Praia Grande / São Paulo), levando esses a reconstruir seus conhecimentos, passando do senso comum para o cientifico sobre os diferentes climas das regiões de um mesmo país. Levando estes, a saber, a fazer e identificar o porquê de um mesmo clima tornar mais ameno em diferentes regiões. 3ª aula: Com a conscientização dessas diferenças, visamos levar o aluno a identificarem as dificuldades encontradas mediante o clima, hábitos, alimentação e custo de vida, o qual nesses últimos dois tópicos debateremos o processo de plantar e colher a própria alimentação e as dificuldades encontradas, sendo estas Página 24 de 28
  • 24. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena inaceitáveis a princípio para Madalena pelo fato de ter que comprar e pagar caro por algo que tem de fartura em sua terra. 4ª aula:  Desta maneira debateremos com os educando possíveis meios de reaproveitamento alimentar como instrumento para garantir a qualidade e o aproveitamento integral dos alimentos, visando com isso contribuir para o aprendizado de todos ao identificarem possíveis formas de ter uma alimentação saudável e econômica. Além de ser uma forma de alimentação que os alunos poderão fazer para a criança com dificuldades alimentares a comer sem identificar alguns alimentos não aceitáveis por elas. 5ª aula: Nesta aula iremos ver na prática esse processo de reaproveitamento dos alimentos, obsevando o que outrora seria descartado possíveis fontes riquíssimas de vitamina para a alimentação. Levando o aluno a ser um cidadão conciente, onde suas atitudes irão fazer toda a diferença para o meio ambiente. Nesta aula prática eles observarão e verão como ocorre o processo de fermentação, as vitaminas presentes nas cascas e caroços das frutas e verduras e no que estas vitaminas contribuem para a saúde, ou seja, as suas funções para o nosso organismo. Receita a ser utilizada na aula: Bolo de abobrinha – Glória Camanhos. Ingredientes 3 xícaras de farinha de trigo; Página 25 de 28
  • 25. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 1 colher de sopa de fermento em pó; 1 colher de sopa de canela em pó; 1 colher de sopa de achocolatado; 3 ovos; 1 xícara e meia ou duas de açúcar; 1 abobrinha italiana; 1/2 xícara de óleo, 1/2 xícara de leite; (pode medir meia xícara de óleo e até completar a xícara água, colocar). duas colheres de leite em pó); Cobertura 1 xícara e meia de açúcar; 4 colheres de achocolatado; 1 colher de sopa de margarina; 1 colher de sobremesa de gengibre em pó; 1/2 xícara de água dois cravos da índia; Preparo Coloque no liquidificador a abobrinha lavada e cortada a “grosso modo” o açúcar, o óleo, a água os ovos e bater bem em uma bacia peneire a farinha o fermento a canela e o achocolatado. Misture o líquido e bata bem. Unte a assadeira com margarina, derrame o bolo e leve a assar em forno pré-aquecido a Página 26 de 28
  • 26. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena 280 graus mais ou menos 30 ou 35 minutos, espete um palito e quando este sair seco apague o fogo. Recheio Em uma panela leve ao fogo acrescente o açúcar, a margarina, o gengibre, os cravo da índia e a água. Faça uma calda a ponto de fio e derrame sobre o bolo quente. Página 27 de 28
  • 27. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS EIRÓS, Mauricio. Praia Grande noticias. Disponível em http://www.praiagrande.sp.gov.br/pgnoticias/noticias/noticia_01.asp?co d=23946&cd_categoria= acessado em 15 de agosto de 2012. IVANA. Educação nas Constituições Brasileiras. Disponível em: http://www.xtimeline.com/evt/view.aspx?id=152841 acessado em 17 de agosto de 2012 HADDAD, Sergio. Escolarização de Jovens e Adultos. http://www.scielo.br/pdf/rbedu/n14/n14a07.pdf acessado em 17 de agosto de 2012 HADDAD, Sergio. Tendências atuais na Educação de Jovens e Adultos. Disponivel em: http://biblioteca.planejamento.gov.br/biblioteca-tematica- 1/textos/educacao-cultura/texto-128-2013-tendencias-atuais-na- educacao-de-jovens-e-adultos.pdf, acessado em 15 de agosto de 2012. PIERRO, Maria Clara Di. EJA em Segundo Plano http://revistaescola.abril.com.br/politicas-publicas/modalidades/eja- plano-618045.shtml acessado em 14 de agosto de 2012. ARANHA, M. L. de A. História da educação. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2000. Autor desconhecido. Educação de Jovens e Adultos e Movimento Brasileiro de Alfabetização. http://monografias.brasilescola.com/historia/a-educacao-jovens-adultos- Página 28 de 28
  • 28. EJA PONTOS E CONTRA PONTOS - Processo Educacional no Contexto de Madalena movimento-brasileiro-alfabetizacao.htm acessado em 15 de agosto de 2012 Outras fontes: http://www.senept.cefetmg.br/galerias/Anais_2010/Artigos/GT6/PROJETO_ALIMEN TACAO.pdf http://www.scielo.br/pdf/cta/v25n4/27658 http://recicloteca.org.br/blog/index.php/2011/09/19/que-tal-uma-refeicao-nutrit Página 29 de 28