Este documento discute a correlação entre ética ambiental, percepção e gestão de riscos. Apresenta como as técnicas tradicionais de gestão de riscos se baseiam em números e evidências, enquanto a percepção se baseia no sentimento das pessoas. Defende que é importante levar em conta a percepção das pessoas, além das técnicas, para uma avaliação completa dos riscos de um empreendimento.
Avaliando a percepção de riscos ambientais e a ética na gestão de riscos
1. MEIO AMBIENTE
Visão ampliada
A correlação entre ética ambiental, percepção e gestão de riscos
Antonio Fernando de Araújo Navarro Pereira e Gilson Brito Alves Lima
Riscos são todos os insucessos ocorri- cionais de gestão de riscos, com base em bilidade de processos, assim como evo-
dos em uma determinada fase ou época e pesquisa, coleta de dados, análise, percep- luem as técnicas de avaliação de riscos,
não de todo esperados. A partir dessa ção de sentimentos, medos, informação com novos softwares e conceitos de per-
primeira abordagem, iremos estabelecer anterior e comprometimento de pessoas cepção de riscos. As técnicas de geren-
uma correlação entre os métodos tradi- e questões baseadas na ética ambiental. ciamento trabalham com números, evi-
Pretende-se cor- dências e prognósticos, ao passo que a
relacio- percepção trabalha com o sentimento das
BETO SOARES/ESTÚDIO BOOM
nar a efi- pessoas.
cácia das As técnicas e conceitos relacionados à
duas formas gestão de riscos foram introduzidos com
de avaliação e o objetivo de avaliar prematuramente os
consolidá-las riscos, por meio da aplicação de concei-
por meio da inter- tos físico-matemáticos. Com a proximida-
pretação de que não de dos riscos a áreas povoadas e a intera-
basta somente informar ção entre populações vizinhas e empreen-
as pessoas sobre os riscos, dimentos, passou-se a valorizar a percep-
inerentes ao meio e à ativida- ção de riscos pelas pessoas no entorno do
de desenvolvida. Deve-se levar em empreendimento.
consideração também, a sensação Grandes projetos de Engenharia sem-
de segurança ou insegurança e as pre alteraram fundamentalmente o meio
questões ético-ambientais envolvi- ambiente, como no caso de usinas hidre-
das. létricas, portos, túneis, pontes, indústri-
As técnicas de gestão de ris-
cos têm evoluído com a in- Antonio Fernando de Araújo Navarro Pereira - Engenheiro
Civil e de Segurança do Trabalho, especialista em Gestão de
corporação de concei- Riscos, mestre em Saúde e Meio Ambiente e doutor em
Engenharia Civil com ênfase em Gestão de Meio Ambiente.
tos adotados em navarro@vm.uff.br
programas de qua- Gilson Brito Alves Lima - Professor da Universidade
Federal Fluminense
lidade e em confia- gbal@gmail.com
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2. MEIO AMBIENTE
as químicas e petroquímicas, minerado- como não muito distante. as frente aos riscos, às vezes não palpá-
ras. Algumas vezes, os empreendimentos O planejamento e a administração não veis ou percebíveis somente com técnicas
chegam primeiro e as populações chegam podem mais suprimir a base ambiental e de avaliação com estatísticas, confiabili-
depois devido a oferta de empregos e fa- o modus civilizatório, assim como não po- dade, análise de situações, pesquisas em
cilidades geradas pelo poder púbico, pela derão mais prescindir de uma ética de fu- bancos de dados, com o objetivo de definir
proximidade de rodovias, aeroportos e turo. Não é mais possível, como enfatizou medidas preventivas ou mitigadoras. Al-
portos. Em outros casos, os empreendi- o agrônomo e ecologista brasileiro José gumas vezes, a falta de percepção é fruto
mentos vêm depois, atrás de facilidades Lutzenberger, vivermos como se fôssemos da conivência de uma população à mercê
geradas pelos governos e pela disponibi- à última geração. As éticas anteriores não das incertezas da vida ou sem muitas op-
lidade de mão-de-obra. Assim como os contemplaram a dinâmica de mutação e ções. Ou seja, as pessoas sabiam que aqui-
grandes empreendimentos, o licencia- a exclusão inerente à sociedade tecnoin- lo não era bom para elas mas aceitavam o
mento para a construção de casas em en- dustrial. Tem seus parâmetros inócuos e, fato pacificamente. Nesses casos, apre-
costas também podem afetar o meio. muitas vezes, trazem em seu bojo dispo- sentar elementos convincentes com base
Muitos empreendimentos são implan- sições profundas dos riscos da razão ins- em formulações matemáticas da conse-
tados sem a devida preocupação com as trumental e egológica hegemônica. São, quência de determinado risco representa-
pessoas e o meio ambiente e acabam vi- por vezes, éticas individualizadas, que não va a sentença de morte do gestor do risco.
rando notícia em jornais por acidentes conseguem pensar os sujeitos e os obje-
ambientais ou outros problemas gerados tos não-humanos, pensar em longo pra- INTUITO
por sua atividade. Uma indústria de papel zo, ou ainda pensar a globalização econô- O objetivo principal foi avaliar, dentro
em Minas Gerais teve rompida uma barrei- mica como ela se impõe hoje. de condições normais, a eficácia de alguns
ra de uma lagoa de rejeitos, causando da- métodos empregados no processo de ges-
nos ecológicos e comprometendo o abas- PRESERVAÇÃO
PRESERV tão de riscos, enfocando meio ambiente e
tecimento de água de cidades, incluindo O que se observa é que as questões re- sua degradação. Em muitas circunstânci-
o Rio de Janeiro. O inusitado é que os atu- lacionadas à preservação do meio ambien- as, mais vale a segurança sentida pelas
ais donos afirmaram que ao adquirir a in- te ou à adoção de mecanismos seguros pessoas frente aos riscos, do que seu con-
dústria, as bacias já existiam, como se não de prevenção de riscos são ou foram pas- vencimento por outro caminho que não o
fossem responsáveis por seus passivos sados para trás, em detrimento da pressa de sua própria percepção. Muitas vezes,
ambientais. em se iniciar as atividades ou de questões a segurança sentida não é a segurança
financeiras, principalmente de obtenção adequada ao momento. Muitos profissio-
HOLÍSTICA de financiamentos de bancos públicos a nais que atuam em SST já tiveram a opor-
No livro “Correntes da Ética Ambien- juros fortemente subsidiados. Muitos pro- tunidade de presenciar a permanência de
tal”, Marcelo Luiz Pelizzoli comenta que blemas causados pelas indústrias foram profissionais gabaritados em situações ou
“Falar em ambiente é falar em pessoas e encerrados sem qualquer solução, porque atos perigosos. Quando questionados so-
suas relações, ou seja, falar em ética, o era melhor ter como vizinha uma indús- bre sua própria segurança, os emprega-
que por sua vez não é apenas falar em nor- tria poluente gerando mão-de-obra para dos respondiam: “Eu tenho mais de 20 a-
mas morais e comportamentos, mas em a família toda, do que um ambiente limpo nos de experiência nessa área” ou então
formas de conhecimento (que são sempre com pessoas desempregadas, ou tendo “É só um estantinho e já vai estar tudo
relações), visões de mundo, daí a cosmo- que se deslocar dezenas de quilômetros pronto”. A escolha dos riscos aos quais se
logia, a ontologia e a antropologia envol- por uma oportunidade de emprego. De deve dar atenção não é simplesmente o
vidas, a saber, visões de sentido do mundo outra feita, era muito melhor ter um gran- reflexo de preocupações com a proteção
ou universo, do ser, da essência e do que de empreendimento próximo à residên- da saúde, da segurança e do ambiente.
é humano e ético”. O mesmo autor, ao a- cia, proporcionando mais segurança e in- Essa escolha reflete também outros as-
bordar as perspectivas gerais da ótica ho- fraestrutura urbana, do que tê-la por lon- pectos, como as crenças da sociedade
lística, afirma que o ponto de partida co- ge. Diz-se na gíria: ruim com ela, pior sem acerca de valores, instituições sociais, na-
mum é a crítica ao modelo civilizatório que ela. tureza, justiça e moral, sendo estes
se baseia na noção de progresso material Por exemplo, em uma obra tradicional determinantes na superestimação ou
e desenvolvimento econômico nos moldes de construção de edifícios é nítido que há subestimação de riscos.
da modernidade científica e industrial, desperdícios. Esta percepção vem dos ca- Um ponto que cabe ser destacado é a
que desconsidera as consequências ao ser minhões que saem das obras carregados importância que os sujeitos dão aos ris-
humano e à natureza, em termos de dese- de entulhos (resíduos) e das caçambas es- cos e seus reflexos quanto às questões
quilíbrio e perda de interligação com as- tacionadas nas calçadas. Chegou-se a es- ambientais. Quase sempre as prioridades
pectos fundamentais da vida. Novamen- timar que os níveis de perdas ultrapassa- das pessoas não obedecem à mesma cro-
te, entram em choque as ações dos seres va a 5% do valor do empreendimento. Es- nologia das prioridades das empresas,
humanos em sua busca incessante pela se percentual não incluía os custos para a principalmente se aquelas estiverem di-
modernidade e os gravames abandonados remediação ambiental, prejudicada pelo retamente envolvidas com os resultados
nos colos dos indivíduos que co-habitam lançamento de produtos nocivos ao am- das implantações dos empreendimen-
os mesmos espaços. Mais uma vez, cabe biente. tos. Ou seja, se as pessoas percebem que
a reflexão sobre o futuro. Projetos de hoje A primeira questão que sobressai é a podem vir a se beneficiar com a implan-
têm que levar em consideração o amanhã, da importância da percepção das pesso- tação dos empreendimentos, costumam
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3. relegar a um plano inferior suas preocu- martelo. Isoladamente essa ferramenta Outro aspecto interessante a ser obser-
pações com outros aspectos que não o de não apresenta qualquer tipo de risco e vado é estrutura de família. Um rapaz sol-
sua contratação ou de seus familiares. nem é motivo de preocupações, como por teiro que vive sozinho poderá ter uma re-
Assim, não adianta querer envolvê-los em exemplo, o martelo em uma caixa de fer- ação frente os riscos bem diferente do que
questões mais técnicas sobre os possíveis ramentas ou sobre uma bancada de tra- se fosse casado, e mais diferente ainda se
problemas, já que sua preocupação na- balho. Todavia, na mão de uma criança tiver filhos pequenos. O mesmo ocorre
quele momento é apenas a empregabili- pode vir a representar um risco. Uma mãe, com famílias com filhos pequenos. A pre-
dade. ao ver seu filho com menos de dois anos ocupação das mães principalmente, tor-
O enfoque das técnicas de avaliação andar pela casa com um martelo na mão na-se maior quando esses são pequenos.
sempre foi avaliar projetos e processos tem a reação imediata de tirar o objeto
com vistas à identificação dos riscos, para do filho por perceber que pode ocorrer METODOLOGIA
seu posterior tratamento. Recentemente, algo de ruim. O mesmo pensamento pode A gestão de riscos (Risk Management)
foi incluída nesse rol de técnicas a avalia- não ocorrer a um pai, que pode até que- pode ser entendida como um conjunto de
ção do consumidor quanto a sua percep- rer entregar um prego para que o filho técnicas de abordagem, com vistas à aná-
ção de risco. Um aspecto importante é a- possa pregar sobre uma tábua. Se forem lise qualitativa e quantitativa dos eventos,
valiar o que pode ocorrer de errado em tios ou avós, podem até achar graça da a fim de identificar, avaliar e tratar os ris-
um projeto, sistema ou equipamento, que criança andando pela casa com martelo, cos emergenciais ou latentes, capazes de
venha a causar perdas. Outro aspecto é a em vez de andar com um brinquedo. provocar perdas financeiras, pessoais, pa-
avaliação sob a ótica dos consumidores ou A percepção dos riscos pode variar de trimoniais e de responsabilidades civis. As
dos usuários. Especificamente na avalia- acordo com momento econômico, nível de técnicas de gestão de riscos, quando bem
ção de impactos ambientais, espera-se cultura e de informação, interesses envol- empregadas, transformam-se em elemen-
que os moradores da circunvizinhança do vidos, aspectos familiares, entre outros to de antecipação ou previsão de um cená-
empreendimento também possam opinar fatores. Se há necessidade de construir rio de perdas futuras.
sobre as questões que dizem respeito à um depósito de lixo em determinada lo- Por meio da gestão de riscos é possível
contaminação ambiental, antes mesmo de calidade, e se houver tratamento adequa- estudar procedimentos que promovem a
virem a ser afetados por essa. do, esse projeto poderá ser fonte de em- redução do número de ocorrências ou da
prego para desempregados, ou uma fon- extensão das perdas, fatores importantís-
VARIAÇÕES te de riscos para famílias estruturadas fi- simos para a mensuração das taxas de ris-
Um exemplo clássico da percepção de nanceiramente que não dependam da cos. O processo ou conjunto de tecnolo-
riscos, digamos assim, intuitivo, é o de um existência desse para sua subsistência. gias empregadas possibilita o surgimento
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4. MEIO AMBIENTE
é somente aquilo que está para aconte-
cer ou aquilo que se tem receio de que
aconteça em determinado momento. E-
xemplificando:
- Hoje teremos o risco de um temporal,
levem os seus casacos, não cheguem tar-
de da noite;
- Há risco de vocês serem assaltados,
portanto não cheguem tarde, nem andem
por ruas escuras;
- Se vocês não estudarem, correrão o
risco de não tirarem boas notas;
- Não empreste dinheiro para seu ami-
go, porque ele está desempregado e há
risco de você perder o amigo ao cobrá-lo;
- Não tente consertar o chuveiro para
não ter o risco de levar um choque.
Para cada exemplo acima citado, a pa-
lavra “risco” tem significado diferente.
Não chegar junto com o temporal apre-
senta o inconveniente, e não o risco da
pessoa se molhar. No caso do assalto, efe-
tivamente há um risco de perda monetá-
ria ou de danos à vida ou à saúde. Nas
provas, a pessoa pode ser reprovada. O
único risco, que não é aquele objeto da
análise é o da perda financeira de ter que
repetir o ano letivo ou ter o dissabor do
constrangimento pessoal. Finalmente, no
caso do chuveiro, o risco envolve a vida
da própria pessoa. Se essa estiver sobre
um piso molhado poderá sofrer um cho-
que mortal.
A palavra “risco” dá margem a uma sé-
rie de interpretações. Contudo, está sem-
pre associada, em qualquer caso, a um
insucesso, um perigo, uma perda ou um
de meios de atenuação de perdas que a- bém deve ser ressaltado que o uso de suas dano. Dentro do enfoque escolhido, de
meaçam o patrimônio da empresa, redu- técnicas se dá mais na fase do estabeleci- correlacionar os processos de avaliação
zindo sua severidade ou gravidade. De mento das premissas básicas de projeto, metodológica com a avaliação empírica,
certa forma, ao se controlar perdas e, por do que na implantação. Trata-se de uma torna-se importante apresentar algumas
conseguinte, reduzir parte dos custos va- fase com pouca reverberação de opiniões, considerações sobre o que vem a ser um
riáveis, estar-se-á aumentando o nível de ou seja, a portas fechadas, quando se ava- risco, como ele se materializa e como pode
produtividade. Todavia, sob o enfoque do liam prós e contras. ser avaliado, através de processos meto-
consumidor ou da população sob risco, o dológicos.
conceito está voltado para a sensação de CONCEITOS Riscos são todos os fatos, situações,
segurança. É importante saber o quão A gerência de riscos surgiu como téc- bens ou atividades sujeitas a perdas ou
seguras se encontram a empresa e a popu- nica em 1963 nos Estados Unidos, com a danos. Para fins de estudos podem ser
lação. Se a população não se achar segu- publicação do livro “Risk Management in classificados em voluntários, acidentais e
ra, o empreendimento deve preocupar-se the Business Enterprise” de Robert Mehr aleatórios. Confira o Quadro 1, Classifi-
em empregar técnicas específicas que a e Bob Hedges. Seguramente, uma das fon- cação dos riscos.
convençam do contrário. tes de consulta dos autores foi um traba-
Nessa apresentação, vê-se que a utiliza- lho de Henry Fayol, divulgado na França SITUAÇÕES
ção das técnicas de gestão de riscos está em 1916. A origem da gerência de riscos Para ser capaz de gerar danos, um ris-
mais voltada para a empresa em si e seus é a mesma da administração de empre- co materializa-se em função de um infin-
riscos. Quando se volta o foco da atenção sas, que por sua vez conduziu aos proces- dável número de situações. No projeto de
para terceiros, vislumbra-se a questão da sos de qualidade e produtividade. se lançar uma sonda espacial para fora do
responsabilidade civil daí advinda. Tam- O conceito de risco é amplo. Risco não sistema solar a fim de estudar corpos ce-
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5. lestes, para que o empreendimento tenha quências dos eventos.
êxito, deve-se aguardar o alinhamento dos A função da gestão de riscos é reduzir
planetas, o que só ocorre a intervalos de perdas e minimizar os seus efeitos. Isso
tempo definidos. Assim, é possível apro- quer dizer que se assume a existência de
veitar ao máximo as forças de atração dos perdas em todos os processos industriais,
astros para aumento da velocidade da es- como um fato perfeitamente natural. En-
paçonave, e mesmo assim, não se tem to- tretanto, por meio de técnicas como ins-
tal certeza do sucesso da missão. É o que peções e análises, procura-se evitar que
se chama de imponderável. perdas venham a ocorrer com frequência
A gestão de riscos avalia o imponde- ou reduzir seus efeitos, limitando-as a va-
rável. Chega-se a determinar, por inter- lores aceitáveis ou dentro do perfil esti-
médio de técnicas de avaliação de riscos, pulado pela empresa em seus orçamen-
qual a probabilidade de sucesso e fracas- tos anuais.
so. Para modelos de análise mais simples, Não existe um método único de gestão
consegue-se descobrir os prováveis fato- de riscos ou uma metodologia padrão.
res causadores do insucesso. Assim, ela- Costuma-se confrontar os procedimentos
boram-se previsões com elevado percen- em vigor com procedimentos-padrão para
tual de acertos. Algumas técnicas de Estu- aquele tipo de etapa, analisando as possí-
dos de Confiabilidade de Processos apre- veis alterações existentes, através de um
sentam resultados bem próximos de 100% amplo conhecimento das várias etapas da
de acerto. atividade analisada. A gestão de riscos é
O risco ou evento, contra o qual se está um processo contínuo de busca de defei-
elaborando um plano de prevenção ou eli- tos ou quase-defeitos, com vistas à pre-
minação de perdas, deve atender a algu- venção. Esses defeitos são chamados ris-
mas particularidades para ser enquadra- cos. Risco é uma chance de perda e prova-
do como tal. Deverá ser futuro, incerto, velmente, o mais importante degrau no
possível, independente da vontade das processo de identificação e gerenciamen-
partes, conduzir a perdas mensuráveis. to das perdas.
Um risco presente não é um risco, e sim Com as informações obtidas por inter-
um fato consumado. Um risco certo tam- médio da aplicação das várias técnicas
bém não é um risco, pois já se sabe quan- adotadas na gestão de riscos e o emprego
do e de que forma irá ocorrer. Um risco de metodologias específicas pode-se tam-
impossível também não é um risco, já que bém quantificar riscos. A partir do mo-
não gerará qualquer tipo de perda ou dano. mento que se qualifica e quantifica um ris-
Por exemplo, não se pode falar em in- co tem-se a sua real magnitude ou sua ex-
cêndio em uma caixa d'água, porque sim- pressão matemática.
plesmente, principalmente quando essa A qualificação é a identificação do tipo
está cheia de líquido, não apresenta con- de risco. Trata-se de um risco de incên-
dições para um incêndio. Todavia, pode- dio, de explosão, de danos elétricos, ou
se falar em um dano elétrico no motor de de contaminação ambiental, etc. A quanti-
acionamento da bomba que esteja próxi- ficação é a determinação do valor da per-
ma da caixa d'água. Um risco que depen- da, expressa em percentual do valor dos
da de um dos sujeitos para ser iniciado bens ou em valores absolutos ou do tama-
também não é um risco. Lógico que há nho do prejuízo futuro. O risco, se ocorrer,
exceções, como no caso de uma pessoa poderá gerar uma perda que irá afetar
sem total domínio das faculdades mentais. 48% do patrimônio da indústria. A perda
Finalmente, um risco que não gere nenhu- potencial é de cerca de 500 mil reais. No
ma perda e nenhum dano também não tocante a questões ambientais, há que se
pode ser entendido como risco. considerar os danos diretos, consequen-
tes e indiretos. Os danos diretos podem
ETAPAS
ETAPAPAS ser avaliados com certa precisão, e para
Procura-se entender como e por que os demais, é preciso saber as caracterís-
esse risco se manifesta, sua periodicida- ticas do empreendimento, da região e da
de, frequência e extensão das perdas, para população atingida.
reduzir a severidade dos prejuízos. Bus-
cam-se ainda meios de reduzir a extensão TÉCNICAS
das perdas a outros ambientes, locais ou As técnicas empregadas nos estudos de
equipamentos, com o emprego de meca- gestão de riscos podem variar de acordo
nismos de proteção, confinando as conse- com os objetivos inicialmente propostos
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6. MEIO AMBIENTE
para a análise das situações como: sinal de pedestres fechado? Se a caldeira O incidente é importante como dado es-
vier a explodir? Se a pressão da linha de tatístico porque comprova a existência de
a) Check list: é um método de caráter vapor subir muito? Se a informação rece- falhas operacionais ou de controle, possi-
geral, com abordagens qualitativas, atra- bida da direção da empresa, para a deso- bilitando a sua imediata reparação.
vés do diagnóstico de situações de riscos cupação da área, não for confiável?
a partir de um cenário, com o emprego d) Análise Preliminar de Riscos: é uma
de perguntas previamente estabelecidas. c) Técnica de Incidentes Críticos: é uma técnica de inspeção desenvolvida com o
Seu sucesso depende das análises poste- técnica operacional qualitativa, que bus- objetivo de obter a análise superficial dos
riores, bem como dos resultados preten- ca obter informações relevantes acerca de possíveis riscos, de suas causas, das con-
didos. Os relatórios, de um modo geral, incidentes ocorridos durante determina- sequências advindas com a materialização
contêm um grupo de perguntas básicas, da fase ou período relatados por testemu- desses, bem como das medidas correti-
que serão formuladas a operadores de nhas que os vivenciaram. Os incidentes vas ou preditivas adotadas. Em resumo, a
equipamentos, supervisores, vizinhos do são os quase acidentes ou os não gerado- APR visa à identificação de elementos pe-
empreendimento, terceiros não envolvi- res de perdas. A metodologia emprega, rigosos do sistema, das situações de ris-
dos com o empreendimento, as quais per- principalmente, entrevistas com operado- co, das falhas potenciais, etc., determinan-
mitirão que sejam traçados perfis aproxi- res ou mantenedores dos sistemas sujei- do a gravidade de suas efetivações, nor-
mados do risco. tos a estudo. Alternativamente, poderá se malmente obtidas por meio de simula-
lançar mão de trabalhos de bancos de ções. Procura enquadrar os riscos segun-
b) What if: é um método qualitativo, ou dados, onde todos os acidentes ou inci- do categorias, definidas de acordo com os
seja, que permite chegar ao tipo e ao ta- dentes foram relacionados por tipo de efeitos destrutivos que podem vir a ser
manho de risco, muito importante no em- ocorrência. Entre as inúmeras formas de observados, tabelados como a seguir.
prego em discussões de caráter geral acer- classificação dos incidentes podemos ter
ca de um sistema, e para a abordagem das o seguinte critério. Na Classe I, estão a- Desprezível ou Negligenciável
consequências maiores de um acidente. queles que provocam alterações no pla- (Classe I): gera efeitos imperceptíveis,
Deve-se sempre separar, na aplicação da nejamento ou na produção; na Classe II, não conduzindo a degradações físicas ou
técnica, as causas das consequências. As os que provocam atrasos no planejamen- ambientais que não sejam facilmente re-
causas são fatos geradores, e as conse- to ou na produção; na Classe III, os que compostas. Normalmente essa categoria
quências, resultados. Existem perguntas provocam paralisações ou o insucesso do de riscos é perfeitamente absorvida pela
clássicas que podem ser feitas. Se de re- planejamento; e na Classe IV, aqueles que empresa, juntamente com os custos de
pente uma pessoa atravessar a rua com o afetam a integridade física das pessoas. manutenção ou revisão;
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7. MEIO AMBIENTE
Marginal ou Limítrofe (Classe II): de estudar o comportamento de mísseis informações que passa a ter. Por isso o
gera ocorrências moderadas, controláveis, balísticos intercontinentais. Esses mísseis processo de avaliação é mais demorado e
necessitando, porém, de ações saneado- representavam um alto custo unitário, de subjetivo. Quase sempre são empregadas
ras em médio prazo. São riscos que po- milhões de dólares e um elevado risco po- entrevistas pessoais e preenchimento de
dem surpreender em termos de perdas. tencial, não só durante a armazenagem e formulários específicos. A elaboração des-
Usualmente, as perdas estão associadas transporte como também no lançamen- tes formulários deve ser feita de maneira
às consequências dos eventos; to. Os graus de acerto tinham de ser da tal que não conduza o raciocínio das pes-
ordem de 100%. As probabilidades de per- soas entrevistadas para um determinado
Crítica (Classe III): afeta substan- das materiais eram enormes. Assim sen- viés. O formulário deve ser o mais isento
cialmente o meio ambiente, o patrimônio do, partindo-se de um raciocínio lógico da possível.
ou as pessoas, necessitando de ações cor- ocorrência de um evento indesejável, ou Pela dificuldade em se obter uma quan-
retivas imediatas. Esse tipo de perda é tra- evento de topo, desenvolveu-se uma me- tidade significativa de respostas, que ex-
tado através do repasse do risco a uma todologia interativa, a fim de descobrir pressem a opinião da maioria das pesso-
instituição financeira ou seguradora; quais as falhas que, atuando em conjunto as envolvidas, costuma-se relegar a impor-
ou isoladamente, poderiam gerar o even- tância da obtenção das informações dos
Catastrófica (Classe IV): é normal- to não desejado. envolvidos, priorizando apenas a utiliza-
mente geradora de efeitos irreversíveis, É importante salientar que um evento, ção de processos e técnicas como comen-
afetando pessoas, sistemas, patrimônios quando materializado, nunca traz consi- tados anteriormente. É mister ressaltar-
ou ambientes. Quase todos os gerentes go somente um tipo de perda. Associado se que não se deve prescindir da obten-
de risco recomendam, como técnica de a essa, poderão existir outras, como per- ção de informações dos envolvidos, prin-
tratamento de riscos o afastamento, ou da material ou de insumos para a produ- cipalmente se estamos tratando da análi-
seja, a empresa deve renunciar a essa ati- ção, perda de produção, financeira, pes- se de riscos de empreendimentos que se-
vidade. soal, de imagem, de mercado, assim como jam potencialmente danosos ao meio am-
responsabilidades civis e danos ambien- biente.
e) Análise de Modos de Falha e Efeitos: é tais.
um método de análise detalhada, que gera PERCEPÇÃO
resultados qualitativos e quantitativos, ou MENSURAÇÃO Apesar de podermos conhecer, pelo
seja, identifica o risco ao mesmo tempo O contraponto da aplicação das técni- menos em princípio, cada aspecto acerca
em que o mensura. A AMFE permite a cas, anteriormente informadas, é o da per- da percepção de riscos, devemos consi-
análise das falhas dos equipamentos, com- cepção da perda ou do risco. Os indivídu- derar que esta percepção dependerá das
ponentes e sistemas com estimativas de os selecionam alguns riscos pela impossi- informações que as pessoas têm recebi-
frequência de ocorrências (taxa de falhas) bilidade de estarem conscientes de todos. do, bem como em que tipos têm escolhi-
e a determinação dos efeitos ou conse- Entre decidir dentre os milhares que os do acreditar, dos valores e experiências
quências dessas mesmas falhas. Também cercam, a opção é a de pensar naqueles sociais aos quais têm sido expostas e da
conhecida como FMEA (Failure Modes que deveriam ser relevados e ignorados. sua visão de mundo. Por sua vez, esses
and Effects Analysis), consiste em estu- Os indivíduos podem não se preocupar, fatores dependeriam da dinâmica dos in-
dar o sistema por partes, em conjuntos em um primeiro momento, com o lança- teresses dos grupos, da legitimidade das
ou subconjuntos, sob a forma de diagra- mento de resíduos poluentes em um rio, instituições, das características do proces-
mas de bloco, analisando não só as ocor- mas sim na fumaça que sai pela chaminé so político e do momento histórico que
rências isoladamente como também a in- da fábrica, porque ainda não estão preo- vivem.
terpelação existente entre essas e os de- cupados com a contaminação das águas e Para Wynne, a tecnologia deveria ser
mais subconjuntos. Dessa análise particu- porque o rio não passa junto a sua cida- conceitualizada primariamente como uma
larizada se obtém a revisão dos modos de de. Quase sempre nos preocupamos com organização social, e não como uma enti-
falha de cada componente e os efeitos que aquilo que vemos ou sentimos. dade física. Esse conceito esclareceria que
tais falhas terão sobre outros componen- Para a mensuração dos riscos, pelos o risco, em si mesmo, pode ser frequen-
tes que, ao falhar gerarão danos a todo o processos matemáticos, como visto ante- temente uma categoria de pensamento,
sistema. Como resultado final tem-se o riormente, basta que conheçamos as me- inserida artificialmente na mente das pes-
cálculo de probabilidade das falhas do sis- todologias e tenhamos experiência em soas, direcionando de algum modo à ques-
tema, gerado a partir das falhas de seus aplicá-las, empregando para tal conheci- tão de como deveria ver os sistemas de
componentes. Logicamente, através des- mento de campo e uso de banco de dados processos decisórios sobre o desenvolvi-
ses estudos são determinadas as alterna- confiáveis. Para a obtenção de informa- mento e controle da tecnologia. Suprimir
tivas de redução da probabilidade de fa- ções sobre a percepção de riscos não há a dimensão da experiência social envolvi-
lhas. banco de dados e nem metodologias espe- da em uma dada tecnologia ou risco seria
cíficas, visto que o sentimento quanto a encobrir a legitimidade de valores sociais
f) Análise de Árvore de Falha: é o mais riscos é individualizado e fruto de um de- e ansiedades que surgem desta experiên-
conhecido dos métodos de confiabilidade terminado momento. Assim, uma pessoa cia. A supressão da experiência social pela
de sistemas. A AAF ou FTA (Failure Tree pode apresentar um sentimento em um gestão de riscos ou regulamentação colo-
Analysis) foi desenvolvida nos Estados momento e outro em momento seguinte. caria em perigo a própria credibilidade ao
Unidos na década de 60, com o objetivo Pode também vir a ser influenciada por dizer para os indivíduos expostos que suas
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8. experiências sociais e busca de significa- ca, com as avaliações estatísticas, com as tos ambientais significativos associados
do não contariam. verificações de projeto e, com a aplica- às atividades das unidades operacionais
A percepção de riscos não deve ser to- ção de tecnologias que qualifiquem e considere, quando pertinente, outras
mada como isolada ou dissociada das quantifiquem os riscos. Sabe-se que mui- questões locais relativas ao meio ambien-
questões concretas relacionadas às situ- tos riscos somente são percebidos depois te e à comunidade. Há outras citações re-
ações e eventos de riscos, já que interage que se manifestaram. Ou seja, a percep- lativas à participação da comunidade ex-
com inúmeros aspectos sociais. De modo ção das pessoas não foi suficiente para pressando a preocupação dos legislado-
geral, os estudos demonstram que, se que- afastá-las dos riscos. res com o atendimento, também, às ne-
remos estabelecer estratégias de gestão No subitem 4.3.3 - Objetivos e Metas da cessidades das comunidades locais. A
de riscos mais eficazes, devemos consi- NBR ISO 14.001 - Sistemas de gestão am- norma não faz referências explícitas à per-
derar os aspectos psicológicos, sociais, biental consta: “Ao estabelecer e revisar cepção da comunidade frente a riscos,
culturais e os valores morais que confor- seus objetivos, a organização deve consi- mas menciona os interesses das comuni-
mam as percepções do público. A racio- derar os requisitos legais e outros requi- dades afetadas.
nalidade científica por si não irá substi- sitos, seus aspectos ambientais significa-
tuir, nem tampouco ser uma resposta fi- tivos, suas opções tecnológicas, seus re- PERSPECTIVA
PERSPECTIVA
nal às preocupações do público, de modo quisitos financeiros, operacionais e co- Se consideradas as experiências e vi-
que, sozinha, não deverá guiar as políti- merciais, bem como a visão das partes in- vências de cada um, especialmente da-
cas públicas e o gerenciamento de tecno- teressadas”. Dentro desse enfoque, não queles que serão envolvidos direta ou in-
logias perigosas. só os problemas da organização estão em diretamente pelos projetos, opinião que
cheque, como também a visão das partes também concordamos, haja vista que,
ABORDAGENS interessadas. A vizinhança é parte interes- para se ter sucesso na análise dos resul-
Há espaço e necessidade para a aplica- sada. As organizações não governamen- tados das avaliações técnicas deve-se apli-
ção de abordagens distintas. A empresa tais também podem ser enquadradas car também parte do conhecimento ad-
ou o empreendimento não pode só se va- como partes interessadas, na medida em quirido pelo avaliador, mesmo que apli-
ler da percepção das pessoas a respeito que representem legitimamente os inte- que inúmeras técnicas. Assim, para a opi-
dos riscos que poderá causar. Os organis- resses das comunidades afetadas. nião pública envolvida em um projeto am-
mos de licenciamento, principalmente os No anexo “A” da mesma norma citada biental valem mais seus conceitos de ris-
ambientais, não podem somente se base- acima, no que diz respeito a planejamen- co e sua percepção desses mesmos riscos
ar no que as pessoas dizem ou pensam. to (subitem A.3) é recomendado que o do que a leitura de extensos relatórios
Devem se preocupar com a análise técni- processo para a identificação dos aspec- tentando lhes provar o contrário. Hoje em
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9. MEIO AMBIENTE
dia, quando se realizam audiências públi- ção. Sabe-se também que essas tecnolo- to das pessoas com o empreendimento.
cas para a avaliação de um risco ambien- gias apuram informações e dados que pre- A percepção não deve ser algo cuja res-
tal, reuni-se a população local, apresen- cisam ser interpretados e que essa inter- ponsabilidade repouse, única e exclusiva-
tam-se os resultados e se discute a ques- pretação é feita por profissionais com co- mente, sobre os ombros do trabalhador,
tão. nhecimento específico. Influi bastante, no mas sim sobre todos os envolvidos. A per-
Os estudos sobre percepção demons- resultado dessas análises o conhecimen- cepção deve fazer parte da elaboração do
tram que as questões relacionadas aos ris- to específico dos profissionais. Algumas projeto, da escolha dos materiais, do pla-
cos não podem ser restringidas somente vezes esse conhecimento não é tão pro- nejamento das atividades e da execução
aos processos físicos, químicos e biológi- fundo ou não é profundo o suficiente para dos serviços.
cos. O mundo em que se situam - seres avaliar toda a gama de riscos. Nessas cir- Não se deve deixar de considerar o em-
humanos em suas relações sociais - é cunstâncias, a percepção do risco é im- prego das técnicas de gestão de riscos,
constituído por outros aspectos, como os portante e deve ser relevante na avalia- assim como não se deve deixar de ouvir a
estilos de vida e as relações interpessoais, ção final da análise. Também se deve re- opinião dos sujeitos que irão ser prejudi-
as interações simbólicas e os movimen- forçar a tese de que os laços de afetividade cados com um acidente ambiental que en-
tos sociais, as questões de poder e de dis- entre a comunidade vizinha e o empreen- volva o empreendimento, como também
tribuição de riscos, controle social e ins- dimento devem ser sempre fortes. Para deixar de levar em consideração os aspec-
tituições sociais. Estes aspectos confor- reforçá-los é importante ouvir a opinião tos éticos de todo o processo. Todos os
matarão não somente o modo como os in- de seus representantes. processos encontram-se interrelaciona-
divíduos e especialistas percebem os ris- Finalmente, conclui-se que a percepção dos. A sociedade como um todo não pode
cos, mas também o próprio modo como de riscos deve ser uma ferramenta a mais, deixar de lado a premissa básica de que a
este risco ocorre. além das técnicas, utilizadas na avaliação semente de hoje será a arvore de amanhã.
Os riscos existem dentro de toda ativi- dos riscos, em programas de Gestão de O empreendimento de hoje poderá ser o
dade humana. Uns ocorrem no início das Riscos, face à sua importância dentro de algoz da população amanhã. Deve-se ter
atividades, outros ao longo dessa. Há a- um contexto social. Também se conclui o máximo cuidado nas avaliações técni-
queles que têm um tempo de recorrência que a percepção não deve ser um elemen- cas bem como no respeito à opinião das
muito longo, ou alongado com a adoção to único ou isolado na avaliação dos ris- pessoas envolvidas.
de medidas preventivas. Contudo, exis- cos, porque há possibilidade de não ser
tem. Considera-se também que as tecno- completamente verdadeira, face ao fato
logias empregadas para a detecção des- de que contribui para o seu insucesso a
ses está em contínuo processo de evolu- falta de informação ou o comprometimen-
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