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1. OS CONTRASTES NO DESENVOLVIMENTO DO MUNDO
O crescimento económico é algo que deve ser entendido como um processo mundial, em que as relações de interdependência entre
os países são cada vez maiores, pelo que as economias dos Estados estão cada vez mais dependentes umas das outras.
Este processo está, no entanto, condicionado por vários factores como o crescimento demográfico, o dinamismo das relações comerciais e os avanços científicos e
tecnológicos. No entanto, o facto de estes factores variarem muito, pode dar origem a fortes assimetrias (desigualdades) no crescimento económico dos vários países.
É possível estabelecer dois grandes grupos de países separados pelo grau de crescimento económico:
• Por um lado, os países desenvolvidos, que registam elevadoscrescimentos económicos.
• Por outro, os subdesenvolvidos, que continuam a revelar fracos ou nulos índices de crescimento económico.
1.1 Crescimento e desenvolvimento
O crescimento económico é muito importante para os países, pois a ele está geralmente associado um aumento da riqueza eco-
nómica do país e, por isso, a uma melhoria generalizada do nível de vida da população.
Este processo pode, no entanto, não ser assim tão simples, pois em alguns casos o crescimento económico não conduz a um melhor
nível de vida dos cidadãos, uma vez que a riqueza não é utilizada em proveito da população, mas apenas em benefício de alguns. Por
exemplo, os países árabes produtores de petróleo incluem-se, neste grupo de países, que conhecendo algum crescimento não o utilizam na melhoria das condições de
vida da população, mas antes no enriquecimento das classes dirigentes.
Quando o crescimento económico se
reflecte no nível de vida das populações,
ultrapassando a sua vertente meramente
económica, que se traduz exclusivamente
em melhores salários, e se alarga à esfera
social e cultural, melhorando os níveis de
educação e formação profissional,
garantindo cuidados de saúde essenciais e
elevando os padrões de habitação, então pode considerar-se que o crescimento é pleno,
podendo ser entendido como um processo de desenvolvimento.
Os países mais industrializados, após apresentarem crescimentos económicos francamente positivos, mercê das elevadas produti-
vidades registadas ao nível dos seus sectores produtivos, do avanço científico e tecnológico, das exportações, entre outros factores,
iniciaram processos de desenvolvimento que se reflectiram numa melhoria das condições de vida das suas populações. Estas
condições de vida traduziram-se em elevados padrões de educação, habitação, saúde, segurança social e outras vertentes sociais, tais
como o lazer e a cultura, que assumem, nestas sociedades, uma grande importância.
No entanto, este processo apresenta ainda alguns problemas, como a crise de emprego, a insegurança e os problemas ambientais.
Para aferir o nível de desenvolvimento dos países foi criado um indicador - o índice de Desenvolvimento Humano (IDH) -,
que resulta da combinação de três outros, a esperança média de vida, o produto interno bruto e a taxa de alfabetização, e
que de uma forma integrada permite caracterizar o nível de desenvolvimento dos países.
Este índice varia entre 0 e 1, considerando-se elevado quando é maior ou igual a 0,8, médio quando varia entre 0,79 e 0,5 e
reduzido quando é inferior a 0,5.
Desenvolvimento - Estado evoluído de uma determinada sociedade e economia que tem
várias vertentes: crescimento económico, bem-estar, alterações socioculturais e modernização
tecnológica.
Crescimento económico -
É o aumento dos níveis de produção e
acumulação de riqueza por um país,
avaliados através do rendimento per
capita
e outros indicadores exclusivamente
económicos; nada tem a ver com a
vertente social.
É um factor imprescindível para que
haja desenvolvimento.
A riqueza das nações segundo o Banco Mundial
O povo luxemburguês era o mais rico do mundo
no fim de 1994, enquanto os Moçambicanos
eram os mais pobres, de acordo com uma
publicação do Banco Mundial. No Luxemburgo,
o PNB (Produto Nacional Bruto) per capita
ascendia a 39 850 dólares, ao passo que em
Moçambique era apenas de 80 dólares. A
Etiópia, com um PNB de 130 dólares, e o
Malawi, com 140 dólares, eram os países mais
pobres depois de Moçambique.
Entre os mais ricos encontram-se onze países
europeus, três asiáticos e dois da América do
Norte.
in "Público" (Adaptado)
Produto Interno Bruto (PIB) -
É o valor total de bens produzidos pela
economia de um país, num determinado
período.
Produto Nacional Bruto (PNB) - É o
PIB acrescido dos rendimentos,
recebidos por residentes feitos fora do
país, ao que se subtraiem os
rendimentos de estrangeiros.
1.2 As causas do subdesenvolvimento
0 subdesenvolvimento constitui um grave problema para muitos países do mundo. De um modo geral estes países localizam-se no
hemisfério sul e eram antigas colónias dos países industrializados.
O subdesenvolvimento é um tema complexo, sendo várias as suas causas, das quais se destacam:
• A explosão demográfica
• A instabilidade social característica destas sociedades e golpes de Estado ou conflitos internos.
Esta situação implica um grande investimento em armamento e material de guerra, bem como a existência de grandes exércitos,
desviando assim verbas e recursos humanos que poderiam ser gastos em infra-estruturas e na melhoria das condições de vida da
população.
• A agricultura tradicional, cujas produções se mostram insuficientes face à população crescente.
• O baixo nível de escolaridade e, por consequência, a fraca formação profissional, inviabilizam totalmente o investimento
estrangeiro em sectores mais dinâmicos para a economia, como, por exemplo, a indústria e os serviços.
• A debilidade das infra-estruturas económicas (rede viária, aeroportos, rede ferroviária, etc.) condiciona igualmente o
investimento por parte dos empresários estrangeiros.
• A crescente dívida externa, resultante de sucessivos empréstimos, impossibilita, pelo pagamento dos juros muito altos, qualquer
tentativa de investimento por parte dos governos, e asfixia totalmente as economias destes países.
• As sucessivas catástrofes naturais.
2. A RELAÇÃO POPULAÇÃO-RECURSOS
A relação entre os recursos de um país e o crescimento demográfico determina o seu processo de desenvolvimento. Este processo
revela-se, no entanto, diferente entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos.
• Os países subdesenvolvidos confrontam-se com o sucessivo aumento da sua população, o que condiciona o seu desen-
volvimento.
Esta tendência demográfica, que se traduz num elevado crescimento natural, não é acompanhada pelo aumento dos recursos
alimentares originando fome e subnutrição.
• Pelo contrário, nos países desenvolvidos, a quebra registada no crescimento populacional, resultante de uma diminuição da
taxa de natalidade, contrasta com o aumento dos recursos disponíveis.
Estes crescimentos, bem distintos, agravam as desigualdades entre os países, opondo situações de fome e carência alimentar, nos
países subdesenvolvidos, a excessos alimentares (sobrenutrição) e consumismo exagerado, nos países desenvolvidos.
3. 0 BEM-ESTAR E A QUALIDADE DE VIDA
As expectativas de qualidade de vida e o desenvolvimento dos países
A qualidade de vida constitui um conceito complexo e de variável definição. Uma das razões para este facto, decorre das
expectativas serem diferentes consoante o grau de desenvolvimento e o nível social das populações.
É assim admissível que, se questionarmos alguém de um país subdesenvolvido sobre o que representa este conceito, se obtenha por
resposta a alimentação suficiente ou a água canalizada.
Não encontraríamos este tipo de preocupações numa sociedade em desenvolvimento, onde estes problemas se encontram resolvidos,
pelo que os anseios se colocariam ao nível da educação, da saúde e assistência social ou, no emprego, não esquecendo a vertente do
lazer que se assume como uma aspiração por parte das populações.
Com o pleno desenvolvimento e a satisfação das necessidades básicas o conceito passa a incluir preocupações que se
relacionam mais com a qualidade ambiental, as condições de segurança e o acesso à cultura.
O nível de vida, o bem-estar e a qualidade de vida são conceitos que variam consoante as características culturais da
sociedade e a região onde a mesma se encontra.
• O nível de vida é um conceito que relaciona os rendimentos com o poder de compra das pessoas.
• O bem-estar prende-se essencialmente com o nível da realização pessoal e passa pela segurança, auto-realização,
integração social e reconhecimento social.
4. AS DIMENSÕES DA QUALIDADE DE VIDA
Existe uma estreita relação entre o desenvolvimento de um país e a qualidade de vida da sua população. É a análise dos diferentes
indicadores, chamados indicadores de qualidade de vida, que nos permite qualificar e quantificar os diferentes níveis de desen-
volvimento de uma região ou país, nas suas diferentes dimensões.
4.1 A dimensão socioeconómica
Nas sociedades desenvolvidas, os habitantes gozam de boa qualidade de vida e as necessidades e aspirações de carácter socio-
económico estão totalmente asseguradas.
Países desenvolvidos
Os países desenvolvidos da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o Canadá, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia encon-
tram-se entre os Estados que têm, em geral, as suas aspirações de cariz socioeconómico alcançadas. Nestes países:
• As pessoas usufruem de rendimentos per capita elevados, facto que lhes possibilita um elevado nível de vida e ainda a
criação de poupanças, alicerçados em padrões de consumo bastante altos, pelo que o automóvel particular, o telefone e o uso de
diversos electrodomésticos são bens comuns.
• As populações têm os seus problemas de alfabetização e habitação resolvidos. Têm de um modo geral, uma casa condigna,
servida por rede de abastecimento de água, esgotos e electricidade.
*Verificam-se ainda alguns casos de bairros degradados na periferia de algumas cidades, habitados geralmente por imigrantes,
com dificuldades de integração, o que leva a situações de racismo e por vezes a alguma violência.
*As populações têm ainda os problemas relacionados com o sector da saúde, educação e segurança social quase resolvidos, uma
vez que através do chamado "Estado-providência" lhes é assegurado esse direito. 0 processo de envelhecimento da população
destes países, tem no entanto provocado uma redução nos benefícios sociais.«
Países subdesenvolvidos
Os países subdesenvolvidos de África, Ásia e América Latina apresentam grandes contrastes com os países desenvolvidos, no
que se refere a esta dimensão socioeconómica, uma vez que a maioria das suas populações vive em condições de miséria
generalizada, com rendimentos muito baixos, transformando os bens de consumo em artigos de luxo acessíveis apenas às
elites locais.
Ao nível da habitação estas são precárias (nomeadamente, sem água canalizada, esgotos e electricidade).
Os serviços de saúde e assistência social às crianças e idosos são quase inexistentes.
Ao nível da educação e formação profissional, as estruturas são deficientes.
Actualmente, assiste-se à criação de um terceiro grupo de países que, mercê de um crescimento económico, têm vindo a aproximar-
se dos mais desenvolvidos. São exemplos os países do Sudeste Asiático, o Brasil, a Argentina e o Chile, em todos os aspectos
socioeconómicos, e ainda os países produtores de petróleo, no que se refere às condições de saúde e educação.
4.2 A dimensão da cultura e do lazer
Nas sociedades modernas, as questões de carácter cultural assumem cada vez mais importância para as populações.
A preservação do património arquitectónico, a criação de museus e bibliotecas, a promoção da leitura ou implementação e apoio às
actividades artísticas são hoje um imperativo sem o qual a sociedade não se pode considerar plenamente desenvolvida.
Os países subdesenvolvidos têm, no entanto, dificuldade em colocar esta dimensão como sua prioridade, uma vez que outros
problemas mais urgentes se lhes colocam, como é o caso das carências alimentares, de habitação e a falta de infra-estruturas de
educação e saúde.
O direito ao lazer e ao ócio constitui igualmente uma aspiração cada vez mais generalizada nos países desenvolvidos. Assim, é cada
vez mais frequente o usufruto de férias e a opção pelo turismo no decurso das mesmas.
4.3 A dimensão ambiental
As questões do ambiente são hoje, nas sociedades mais avançadas, uma vertente imprescindível na qualidade de vida dos cidadãos.
Deste modo, assistimos à tomada de medidas visando a preservação e conservação da Natureza, bem como a penalização daqueles
que não respeitam tais decisões.
A implementação de políticas ambientais e o desenvolvimento de acções de educação ambiental junto da comunidade são uma
realidade a que nenhum Estado dito desenvolvido escapa, quer por opção dos governantes, quer pela força que estas questões
ganharam junto da opinião pública.
Em contraste, assiste-se a um certo distanciamento destas questões por parte dos povos e governantes dos países não-
industrializados, facto a que não são alheias a falta de formação nestas áreas e ainda a opção, muitas vezes forçada, na promoção do
crescimento económico à custa das condições ambientais (caso da destruição de florestas, das explorações mineiras ou
monoculturas intensivas de produtos agrícolas). Estas razões, associadas à falta de estruturas de controlo e a algum desleixo dos
países industrializados que ali usam de procedimentos inversos aos utilizados nos seus países, estão na base das grandes agressões
ao ambiente que se registam nestas regiões da Terra.

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o desenvolvimento

  • 1. 1. OS CONTRASTES NO DESENVOLVIMENTO DO MUNDO O crescimento económico é algo que deve ser entendido como um processo mundial, em que as relações de interdependência entre os países são cada vez maiores, pelo que as economias dos Estados estão cada vez mais dependentes umas das outras. Este processo está, no entanto, condicionado por vários factores como o crescimento demográfico, o dinamismo das relações comerciais e os avanços científicos e tecnológicos. No entanto, o facto de estes factores variarem muito, pode dar origem a fortes assimetrias (desigualdades) no crescimento económico dos vários países. É possível estabelecer dois grandes grupos de países separados pelo grau de crescimento económico: • Por um lado, os países desenvolvidos, que registam elevadoscrescimentos económicos. • Por outro, os subdesenvolvidos, que continuam a revelar fracos ou nulos índices de crescimento económico. 1.1 Crescimento e desenvolvimento O crescimento económico é muito importante para os países, pois a ele está geralmente associado um aumento da riqueza eco- nómica do país e, por isso, a uma melhoria generalizada do nível de vida da população. Este processo pode, no entanto, não ser assim tão simples, pois em alguns casos o crescimento económico não conduz a um melhor nível de vida dos cidadãos, uma vez que a riqueza não é utilizada em proveito da população, mas apenas em benefício de alguns. Por exemplo, os países árabes produtores de petróleo incluem-se, neste grupo de países, que conhecendo algum crescimento não o utilizam na melhoria das condições de vida da população, mas antes no enriquecimento das classes dirigentes. Quando o crescimento económico se reflecte no nível de vida das populações, ultrapassando a sua vertente meramente económica, que se traduz exclusivamente em melhores salários, e se alarga à esfera social e cultural, melhorando os níveis de educação e formação profissional, garantindo cuidados de saúde essenciais e elevando os padrões de habitação, então pode considerar-se que o crescimento é pleno, podendo ser entendido como um processo de desenvolvimento. Os países mais industrializados, após apresentarem crescimentos económicos francamente positivos, mercê das elevadas produti- vidades registadas ao nível dos seus sectores produtivos, do avanço científico e tecnológico, das exportações, entre outros factores, iniciaram processos de desenvolvimento que se reflectiram numa melhoria das condições de vida das suas populações. Estas condições de vida traduziram-se em elevados padrões de educação, habitação, saúde, segurança social e outras vertentes sociais, tais como o lazer e a cultura, que assumem, nestas sociedades, uma grande importância. No entanto, este processo apresenta ainda alguns problemas, como a crise de emprego, a insegurança e os problemas ambientais. Para aferir o nível de desenvolvimento dos países foi criado um indicador - o índice de Desenvolvimento Humano (IDH) -, que resulta da combinação de três outros, a esperança média de vida, o produto interno bruto e a taxa de alfabetização, e que de uma forma integrada permite caracterizar o nível de desenvolvimento dos países. Este índice varia entre 0 e 1, considerando-se elevado quando é maior ou igual a 0,8, médio quando varia entre 0,79 e 0,5 e reduzido quando é inferior a 0,5. Desenvolvimento - Estado evoluído de uma determinada sociedade e economia que tem várias vertentes: crescimento económico, bem-estar, alterações socioculturais e modernização tecnológica. Crescimento económico - É o aumento dos níveis de produção e acumulação de riqueza por um país, avaliados através do rendimento per capita e outros indicadores exclusivamente económicos; nada tem a ver com a vertente social. É um factor imprescindível para que haja desenvolvimento. A riqueza das nações segundo o Banco Mundial O povo luxemburguês era o mais rico do mundo no fim de 1994, enquanto os Moçambicanos eram os mais pobres, de acordo com uma publicação do Banco Mundial. No Luxemburgo, o PNB (Produto Nacional Bruto) per capita ascendia a 39 850 dólares, ao passo que em Moçambique era apenas de 80 dólares. A Etiópia, com um PNB de 130 dólares, e o Malawi, com 140 dólares, eram os países mais pobres depois de Moçambique. Entre os mais ricos encontram-se onze países europeus, três asiáticos e dois da América do Norte. in "Público" (Adaptado) Produto Interno Bruto (PIB) - É o valor total de bens produzidos pela economia de um país, num determinado período. Produto Nacional Bruto (PNB) - É o PIB acrescido dos rendimentos, recebidos por residentes feitos fora do país, ao que se subtraiem os rendimentos de estrangeiros.
  • 2. 1.2 As causas do subdesenvolvimento 0 subdesenvolvimento constitui um grave problema para muitos países do mundo. De um modo geral estes países localizam-se no hemisfério sul e eram antigas colónias dos países industrializados. O subdesenvolvimento é um tema complexo, sendo várias as suas causas, das quais se destacam: • A explosão demográfica • A instabilidade social característica destas sociedades e golpes de Estado ou conflitos internos. Esta situação implica um grande investimento em armamento e material de guerra, bem como a existência de grandes exércitos, desviando assim verbas e recursos humanos que poderiam ser gastos em infra-estruturas e na melhoria das condições de vida da população. • A agricultura tradicional, cujas produções se mostram insuficientes face à população crescente. • O baixo nível de escolaridade e, por consequência, a fraca formação profissional, inviabilizam totalmente o investimento estrangeiro em sectores mais dinâmicos para a economia, como, por exemplo, a indústria e os serviços. • A debilidade das infra-estruturas económicas (rede viária, aeroportos, rede ferroviária, etc.) condiciona igualmente o investimento por parte dos empresários estrangeiros. • A crescente dívida externa, resultante de sucessivos empréstimos, impossibilita, pelo pagamento dos juros muito altos, qualquer tentativa de investimento por parte dos governos, e asfixia totalmente as economias destes países. • As sucessivas catástrofes naturais. 2. A RELAÇÃO POPULAÇÃO-RECURSOS A relação entre os recursos de um país e o crescimento demográfico determina o seu processo de desenvolvimento. Este processo revela-se, no entanto, diferente entre os países desenvolvidos e os países subdesenvolvidos. • Os países subdesenvolvidos confrontam-se com o sucessivo aumento da sua população, o que condiciona o seu desen- volvimento. Esta tendência demográfica, que se traduz num elevado crescimento natural, não é acompanhada pelo aumento dos recursos alimentares originando fome e subnutrição. • Pelo contrário, nos países desenvolvidos, a quebra registada no crescimento populacional, resultante de uma diminuição da taxa de natalidade, contrasta com o aumento dos recursos disponíveis. Estes crescimentos, bem distintos, agravam as desigualdades entre os países, opondo situações de fome e carência alimentar, nos países subdesenvolvidos, a excessos alimentares (sobrenutrição) e consumismo exagerado, nos países desenvolvidos. 3. 0 BEM-ESTAR E A QUALIDADE DE VIDA As expectativas de qualidade de vida e o desenvolvimento dos países A qualidade de vida constitui um conceito complexo e de variável definição. Uma das razões para este facto, decorre das expectativas serem diferentes consoante o grau de desenvolvimento e o nível social das populações. É assim admissível que, se questionarmos alguém de um país subdesenvolvido sobre o que representa este conceito, se obtenha por resposta a alimentação suficiente ou a água canalizada. Não encontraríamos este tipo de preocupações numa sociedade em desenvolvimento, onde estes problemas se encontram resolvidos, pelo que os anseios se colocariam ao nível da educação, da saúde e assistência social ou, no emprego, não esquecendo a vertente do lazer que se assume como uma aspiração por parte das populações. Com o pleno desenvolvimento e a satisfação das necessidades básicas o conceito passa a incluir preocupações que se relacionam mais com a qualidade ambiental, as condições de segurança e o acesso à cultura. O nível de vida, o bem-estar e a qualidade de vida são conceitos que variam consoante as características culturais da sociedade e a região onde a mesma se encontra. • O nível de vida é um conceito que relaciona os rendimentos com o poder de compra das pessoas. • O bem-estar prende-se essencialmente com o nível da realização pessoal e passa pela segurança, auto-realização, integração social e reconhecimento social. 4. AS DIMENSÕES DA QUALIDADE DE VIDA Existe uma estreita relação entre o desenvolvimento de um país e a qualidade de vida da sua população. É a análise dos diferentes indicadores, chamados indicadores de qualidade de vida, que nos permite qualificar e quantificar os diferentes níveis de desen- volvimento de uma região ou país, nas suas diferentes dimensões.
  • 3. 4.1 A dimensão socioeconómica Nas sociedades desenvolvidas, os habitantes gozam de boa qualidade de vida e as necessidades e aspirações de carácter socio- económico estão totalmente asseguradas. Países desenvolvidos Os países desenvolvidos da Europa Ocidental, os Estados Unidos, o Canadá, o Japão, a Austrália e a Nova Zelândia encon- tram-se entre os Estados que têm, em geral, as suas aspirações de cariz socioeconómico alcançadas. Nestes países: • As pessoas usufruem de rendimentos per capita elevados, facto que lhes possibilita um elevado nível de vida e ainda a criação de poupanças, alicerçados em padrões de consumo bastante altos, pelo que o automóvel particular, o telefone e o uso de diversos electrodomésticos são bens comuns. • As populações têm os seus problemas de alfabetização e habitação resolvidos. Têm de um modo geral, uma casa condigna, servida por rede de abastecimento de água, esgotos e electricidade. *Verificam-se ainda alguns casos de bairros degradados na periferia de algumas cidades, habitados geralmente por imigrantes, com dificuldades de integração, o que leva a situações de racismo e por vezes a alguma violência. *As populações têm ainda os problemas relacionados com o sector da saúde, educação e segurança social quase resolvidos, uma vez que através do chamado "Estado-providência" lhes é assegurado esse direito. 0 processo de envelhecimento da população destes países, tem no entanto provocado uma redução nos benefícios sociais.« Países subdesenvolvidos Os países subdesenvolvidos de África, Ásia e América Latina apresentam grandes contrastes com os países desenvolvidos, no que se refere a esta dimensão socioeconómica, uma vez que a maioria das suas populações vive em condições de miséria generalizada, com rendimentos muito baixos, transformando os bens de consumo em artigos de luxo acessíveis apenas às elites locais. Ao nível da habitação estas são precárias (nomeadamente, sem água canalizada, esgotos e electricidade). Os serviços de saúde e assistência social às crianças e idosos são quase inexistentes. Ao nível da educação e formação profissional, as estruturas são deficientes. Actualmente, assiste-se à criação de um terceiro grupo de países que, mercê de um crescimento económico, têm vindo a aproximar- se dos mais desenvolvidos. São exemplos os países do Sudeste Asiático, o Brasil, a Argentina e o Chile, em todos os aspectos socioeconómicos, e ainda os países produtores de petróleo, no que se refere às condições de saúde e educação. 4.2 A dimensão da cultura e do lazer Nas sociedades modernas, as questões de carácter cultural assumem cada vez mais importância para as populações. A preservação do património arquitectónico, a criação de museus e bibliotecas, a promoção da leitura ou implementação e apoio às actividades artísticas são hoje um imperativo sem o qual a sociedade não se pode considerar plenamente desenvolvida. Os países subdesenvolvidos têm, no entanto, dificuldade em colocar esta dimensão como sua prioridade, uma vez que outros problemas mais urgentes se lhes colocam, como é o caso das carências alimentares, de habitação e a falta de infra-estruturas de educação e saúde. O direito ao lazer e ao ócio constitui igualmente uma aspiração cada vez mais generalizada nos países desenvolvidos. Assim, é cada vez mais frequente o usufruto de férias e a opção pelo turismo no decurso das mesmas. 4.3 A dimensão ambiental As questões do ambiente são hoje, nas sociedades mais avançadas, uma vertente imprescindível na qualidade de vida dos cidadãos. Deste modo, assistimos à tomada de medidas visando a preservação e conservação da Natureza, bem como a penalização daqueles que não respeitam tais decisões. A implementação de políticas ambientais e o desenvolvimento de acções de educação ambiental junto da comunidade são uma realidade a que nenhum Estado dito desenvolvido escapa, quer por opção dos governantes, quer pela força que estas questões ganharam junto da opinião pública. Em contraste, assiste-se a um certo distanciamento destas questões por parte dos povos e governantes dos países não- industrializados, facto a que não são alheias a falta de formação nestas áreas e ainda a opção, muitas vezes forçada, na promoção do crescimento económico à custa das condições ambientais (caso da destruição de florestas, das explorações mineiras ou monoculturas intensivas de produtos agrícolas). Estas razões, associadas à falta de estruturas de controlo e a algum desleixo dos
  • 4. países industrializados que ali usam de procedimentos inversos aos utilizados nos seus países, estão na base das grandes agressões ao ambiente que se registam nestas regiões da Terra.