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04/06/13 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar - Guia de Ações
exame.abril.com.br/noticia/depois-de-sofrer-por-5-anos-acao-do-itau-agora-deve-brilhar/imprimir 1/3
Balanço 31/05/2013 07:00
Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve
brilhar
Papéis do Itaú Unibanco valorizaram pouco nos últimos cinco anos, mas hoje são os
preferidos dos analistas do setor bancário
Julia Wiltgen, de
São Paulo – Os últimos cinco anos não foram fáceis para as ações dos bancos brasileiros, e não foi
diferente com o Itaú Unibanco. De maio de 2008 para cá, as ações preferenciais (ITUB4) da
instituição financeira valorizaram apenas 19,45%. Em relação ao principal índice da Bolsa, o Ibovespa,
foi um bom desempenho, pois o índice desvalorizou cerca de 20% em relação aos papéis do Itaú.
Porém, essa alta perde da inflação pelo IGP-M, que superou os 30%, e da taxa de juros CDI, que baliza
as aplicações de renda fixa e foi de mais de 60% no período.
Ou seja, um investidor que tenha mantido esta ação na carteira nos últimos cinco anos podia ter
ganhado mais na renda fixa. Os motivos para esse desempenho vão desde a crise internacional de
2008 – que castigou em especial os bancos – à fusão do Itaú com o Unibanco, passando por um erro
estratégico do Itaú e a concorrência acirrada dos grandes bancos públicos. A perspectiva para a ação,
no entanto, é boa para o investidor de longo prazo.
Crise castigou bancos em 2008
A primeira fase desse recorte de cinco anos foi marcada pela crise financeira internacional, que
castigou bancos do mundo inteiro em um verdadeiro “efeito contágio”. Nos meses de setembro e
outubro de 2008, pico da crise financeira, o mercado como um todo sofreu, e as ações do Itaú deram
um mergulho forte, de 24,2%. No entanto, foi menos que a queda do Ibovespa, de 33,1%.
A crise foi sentida particularmente nas instituições financeiras. “Como a crise foi originada em bancos,
o setor financeiro ficou com uma exposição maior ao contágio. Os bancos brasileiros não tinham o
mesmo risco em seu balanço que os bancos estrangeiros. Mas mesmo quando não têm nada a ver,
suas ações sofrem”, explica Gustavo Vittorazze Schroden, analista do setor financeiro do Banco
Espírito Santo (BES).
Fusão foi positiva, mas atrasou resultados
Em novembro de 2008, em meio ao turbilhão da crise, foi a vez de o Itaú e o Unibanco se fundirem,
atingindo a liderança absoluta do mercado. A partir daí, os preços dos papéis começaram a se
recuperar, uma vez que o mercado percebia as vantagens competitivas trazidas por essa liderança e
as sinergias que emergiriam daquela fusão.
“Perceba que essa fusão ocorreu justamente no período em que foram lançados diversos pacotes de
auxílio por parte de governos de todo o mundo, o que aliviou as pressões no mercado de capitais e
permitiu a disparada das ações do Itaú naquele momento”, comenta Andre Riva Gargiulo, analista
especializado no setor financeiro do Grupo Bursátil Mexicano (GBM) no Brasil. Nos dois anos seguintes
à fusão, as ações do banco mais que dobraram de valor, com alta de 113,7% contra um Ibovespa de
04/06/13 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar - Guia de Ações
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92,1%.
Contudo, os resultados de uma fusão não são imediatos, uma vez que, num primeiro momento,
ocorrem sobreposições de cargos e funções e elevação de despesas operacionais. Na opinião de
Schroden, esse processo de integração também pesou um pouco contra as ações nestes cinco anos,
mas que agora “o pior já passou”, nesse sentido.
Desestímulo ao crédito também golpeou bancos
Enquanto os papéis viram uma recuperação ao longo de 2009 e 2010, não só pela fusão como pela
recuperação do crédito e da economia brasileira, o ano de 2011 foi de novo de queda na montanha
russa. Os papéis preferenciais do Itaú atingiram a cotação máxima de R$ 36,27 reais em novembro de
2010, e desde então ainda não voltaram para esse patamar.
No fim daquele ano, o excesso de dinheiro na economia mundial como consequência dos estímulos ao
crescimento obrigou o Banco Central a tomar as chamadas medidas macroprudenciais para conter o
crédito e a inflação dos ativos. Essas medidas incluem exigência de mais capital próprio dos bancos
para a concessão de linhas de crédito de longo prazo e a elevação dos depósitos compulsórios, que
devem ser feitos como forma de colchão de segurança na concessão de crédito.
A alta da taxa básica de juros, a Selic, que atingiu seu pico em meados de 2011 também contribuiu
para encarecer ainda mais a concessão de crédito, desestimulando-a. Tudo isso atingiu as ações dos
bancos de maneira geral.
Inadimplência e estratégia agressiva impactaram ações do Itaú
Uma das consequências desse aperto do Banco Central foi uma elevação geral da inadimplência, uma
vez que as medidas foram um banho de água fria na onda de otimismo dos bancos. “O ano de 2010
havia sido muito bom em relação à aceleração do ritmo de expansão de crédito, sobretudo por parte
dos bancos privados, o que gerou otimismo exagerado. Os bancos buscavam forte expansão de
crédito sem dar atenção adequada ao aumento da exposição da carteira de crédito a modalidades mais
arriscadas”, explica Andre Riva.
Contudo, o Itaú foi impactado de forma bem mais significativa, em função da estratégia que havia
adotado para se sair bem na crise: crescer agressivamente na concessão de crédito a pequenas e
médias empresas (PMEs) e no financiamento de veículos. “A intenção que, com a saída do Brasil da
crise, o banco acabasse com uma fatia muito maior desses mercados, dado que os bancos médios
tinham menos fôlego para crescer assim”, explica Gustavo Schroden.
A expansão agressiva nessas linhas de crédito de maior risco, contudo, elevou bastante a
inadimplência do banco, numa época já difícil para instituições financeiras. De acordo com Schroden,
os demais bancos não eram tão expostos aos riscos dessas linhas crédito.
“A inadimplência acima de 90 dias do banco subiu de 4,2% em dezembro de 2010 para 5,2% 18 em
junho de 2012, o que gerou um aumento significativo das despesas com provisões e tirou do banco a
liderança em rentabilidade entre os grandes bancos nacionais, levando a uma performance abaixo
daquela apresentada por seus pares”, observa Riva.
Concorrência dos bancos públicos se tornou mais acirrada
04/06/13 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar - Guia de Ações
exame.abril.com.br/noticia/depois-de-sofrer-por-5-anos-acao-do-itau-agora-deve-brilhar/imprimir 3/3
O ano de 2012 foi marcado pela ofensiva dos bancos públicos para promover a redução dos spreads
bancários (diferença entre o custo de captação de dinheiro no mercado e os juros dos empréstimos e
financiamentos concedidos pelos bancos). Caixa e Banco do Brasil reduziram agressivamente as
taxas de juros de suas linhas de crédito, obrigando os bancos privados a acompanharem o movimento.
“Esse movimento, incentivado, sobretudo, pelo próprio governo federal, gerou uma forte depreciação
nos papéis dos bancos naquele ano”, diz Andre Riva.
Itaú vem sanando problemas e perspectivas são boas
Apesar de todos os desafios dos últimos anos, na opinião dos analistas ouvidos pela reportagem, as
perspectivas para as ações do Itaú são boas, uma vez que o banco vem sanando os problemas e
buscando formas alternativas de receita.
“É a nossa única recomendação de compra entre os bancos”, afirma Gustavo Schroden. Ele explica
que o banco está na fase final de transição para um modelo novo, mais seletivo na concessão de
crédito e buscando maiores garantias, ainda que para ganhar menos com as operações. “O banco
passou por um momento de estratégia equivocada, mas agora, já a partir do segundo semestre, deve
apresentar resultados ainda mais sólidos”, acredita o analista.
Ele acrescenta ainda que, com a maior concorrência e a taxa básica de juros de um dígito, a realidade
dos bancos mudou e eles vão ter que aprender a trabalhar com juros – e consequentemente margens
– menores. Nesse sentido, medidas recentes do Itaú, como o fechamento de capital da Redecard e a
compra da Credicard, se mostram especialmente importantes para a diversificação das fontes de
receitas.
“Tornou-se importante a composição das receitas em geral como prestador de serviços bancários. O
Itaú deve buscar recompor essa redução nas margens principalmente no mercado de cartões como
meio de pagamento”, diz Schroden, que acrescenta que isso inclui não só o segmento de cartões de
crédito, como também ganhos com a cobrança de tarifas e no segmento de adquirência, no qual atua a
Redecard.
Outra frente é a contenção de custos. “O crescimento das despesas tem sido abaixo da inflação”, diz
Gustavo Schroden, que acredita que elas tendem a ficar dentro do controle. Para ele, a diversificação
das fontes de receita e a contenção de custos podem compensar pelas reduções de margens nas
operações de crédito, numa adaptação bem feita à nova realidade bancária brasileira. “Acredito ainda
que o banco vai ter que se voltar mais para outros segmentos, como investimentos, capitalização e
previdência”, observa o analista do BES.
Andre Riva também tem uma visão bastante positiva para o banco. “Acreditamos que, neste momento,
seja o banco com melhor preparo para o cenário no qual nos encontramos”, conclui o analista do GBM.
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  • 1. 04/06/13 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar - Guia de Ações exame.abril.com.br/noticia/depois-de-sofrer-por-5-anos-acao-do-itau-agora-deve-brilhar/imprimir 1/3 Balanço 31/05/2013 07:00 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar Papéis do Itaú Unibanco valorizaram pouco nos últimos cinco anos, mas hoje são os preferidos dos analistas do setor bancário Julia Wiltgen, de São Paulo – Os últimos cinco anos não foram fáceis para as ações dos bancos brasileiros, e não foi diferente com o Itaú Unibanco. De maio de 2008 para cá, as ações preferenciais (ITUB4) da instituição financeira valorizaram apenas 19,45%. Em relação ao principal índice da Bolsa, o Ibovespa, foi um bom desempenho, pois o índice desvalorizou cerca de 20% em relação aos papéis do Itaú. Porém, essa alta perde da inflação pelo IGP-M, que superou os 30%, e da taxa de juros CDI, que baliza as aplicações de renda fixa e foi de mais de 60% no período. Ou seja, um investidor que tenha mantido esta ação na carteira nos últimos cinco anos podia ter ganhado mais na renda fixa. Os motivos para esse desempenho vão desde a crise internacional de 2008 – que castigou em especial os bancos – à fusão do Itaú com o Unibanco, passando por um erro estratégico do Itaú e a concorrência acirrada dos grandes bancos públicos. A perspectiva para a ação, no entanto, é boa para o investidor de longo prazo. Crise castigou bancos em 2008 A primeira fase desse recorte de cinco anos foi marcada pela crise financeira internacional, que castigou bancos do mundo inteiro em um verdadeiro “efeito contágio”. Nos meses de setembro e outubro de 2008, pico da crise financeira, o mercado como um todo sofreu, e as ações do Itaú deram um mergulho forte, de 24,2%. No entanto, foi menos que a queda do Ibovespa, de 33,1%. A crise foi sentida particularmente nas instituições financeiras. “Como a crise foi originada em bancos, o setor financeiro ficou com uma exposição maior ao contágio. Os bancos brasileiros não tinham o mesmo risco em seu balanço que os bancos estrangeiros. Mas mesmo quando não têm nada a ver, suas ações sofrem”, explica Gustavo Vittorazze Schroden, analista do setor financeiro do Banco Espírito Santo (BES). Fusão foi positiva, mas atrasou resultados Em novembro de 2008, em meio ao turbilhão da crise, foi a vez de o Itaú e o Unibanco se fundirem, atingindo a liderança absoluta do mercado. A partir daí, os preços dos papéis começaram a se recuperar, uma vez que o mercado percebia as vantagens competitivas trazidas por essa liderança e as sinergias que emergiriam daquela fusão. “Perceba que essa fusão ocorreu justamente no período em que foram lançados diversos pacotes de auxílio por parte de governos de todo o mundo, o que aliviou as pressões no mercado de capitais e permitiu a disparada das ações do Itaú naquele momento”, comenta Andre Riva Gargiulo, analista especializado no setor financeiro do Grupo Bursátil Mexicano (GBM) no Brasil. Nos dois anos seguintes à fusão, as ações do banco mais que dobraram de valor, com alta de 113,7% contra um Ibovespa de
  • 2. 04/06/13 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar - Guia de Ações exame.abril.com.br/noticia/depois-de-sofrer-por-5-anos-acao-do-itau-agora-deve-brilhar/imprimir 2/3 92,1%. Contudo, os resultados de uma fusão não são imediatos, uma vez que, num primeiro momento, ocorrem sobreposições de cargos e funções e elevação de despesas operacionais. Na opinião de Schroden, esse processo de integração também pesou um pouco contra as ações nestes cinco anos, mas que agora “o pior já passou”, nesse sentido. Desestímulo ao crédito também golpeou bancos Enquanto os papéis viram uma recuperação ao longo de 2009 e 2010, não só pela fusão como pela recuperação do crédito e da economia brasileira, o ano de 2011 foi de novo de queda na montanha russa. Os papéis preferenciais do Itaú atingiram a cotação máxima de R$ 36,27 reais em novembro de 2010, e desde então ainda não voltaram para esse patamar. No fim daquele ano, o excesso de dinheiro na economia mundial como consequência dos estímulos ao crescimento obrigou o Banco Central a tomar as chamadas medidas macroprudenciais para conter o crédito e a inflação dos ativos. Essas medidas incluem exigência de mais capital próprio dos bancos para a concessão de linhas de crédito de longo prazo e a elevação dos depósitos compulsórios, que devem ser feitos como forma de colchão de segurança na concessão de crédito. A alta da taxa básica de juros, a Selic, que atingiu seu pico em meados de 2011 também contribuiu para encarecer ainda mais a concessão de crédito, desestimulando-a. Tudo isso atingiu as ações dos bancos de maneira geral. Inadimplência e estratégia agressiva impactaram ações do Itaú Uma das consequências desse aperto do Banco Central foi uma elevação geral da inadimplência, uma vez que as medidas foram um banho de água fria na onda de otimismo dos bancos. “O ano de 2010 havia sido muito bom em relação à aceleração do ritmo de expansão de crédito, sobretudo por parte dos bancos privados, o que gerou otimismo exagerado. Os bancos buscavam forte expansão de crédito sem dar atenção adequada ao aumento da exposição da carteira de crédito a modalidades mais arriscadas”, explica Andre Riva. Contudo, o Itaú foi impactado de forma bem mais significativa, em função da estratégia que havia adotado para se sair bem na crise: crescer agressivamente na concessão de crédito a pequenas e médias empresas (PMEs) e no financiamento de veículos. “A intenção que, com a saída do Brasil da crise, o banco acabasse com uma fatia muito maior desses mercados, dado que os bancos médios tinham menos fôlego para crescer assim”, explica Gustavo Schroden. A expansão agressiva nessas linhas de crédito de maior risco, contudo, elevou bastante a inadimplência do banco, numa época já difícil para instituições financeiras. De acordo com Schroden, os demais bancos não eram tão expostos aos riscos dessas linhas crédito. “A inadimplência acima de 90 dias do banco subiu de 4,2% em dezembro de 2010 para 5,2% 18 em junho de 2012, o que gerou um aumento significativo das despesas com provisões e tirou do banco a liderança em rentabilidade entre os grandes bancos nacionais, levando a uma performance abaixo daquela apresentada por seus pares”, observa Riva. Concorrência dos bancos públicos se tornou mais acirrada
  • 3. 04/06/13 Depois de sofrer por 5 anos, ação do Itaú agora deve brilhar - Guia de Ações exame.abril.com.br/noticia/depois-de-sofrer-por-5-anos-acao-do-itau-agora-deve-brilhar/imprimir 3/3 O ano de 2012 foi marcado pela ofensiva dos bancos públicos para promover a redução dos spreads bancários (diferença entre o custo de captação de dinheiro no mercado e os juros dos empréstimos e financiamentos concedidos pelos bancos). Caixa e Banco do Brasil reduziram agressivamente as taxas de juros de suas linhas de crédito, obrigando os bancos privados a acompanharem o movimento. “Esse movimento, incentivado, sobretudo, pelo próprio governo federal, gerou uma forte depreciação nos papéis dos bancos naquele ano”, diz Andre Riva. Itaú vem sanando problemas e perspectivas são boas Apesar de todos os desafios dos últimos anos, na opinião dos analistas ouvidos pela reportagem, as perspectivas para as ações do Itaú são boas, uma vez que o banco vem sanando os problemas e buscando formas alternativas de receita. “É a nossa única recomendação de compra entre os bancos”, afirma Gustavo Schroden. Ele explica que o banco está na fase final de transição para um modelo novo, mais seletivo na concessão de crédito e buscando maiores garantias, ainda que para ganhar menos com as operações. “O banco passou por um momento de estratégia equivocada, mas agora, já a partir do segundo semestre, deve apresentar resultados ainda mais sólidos”, acredita o analista. Ele acrescenta ainda que, com a maior concorrência e a taxa básica de juros de um dígito, a realidade dos bancos mudou e eles vão ter que aprender a trabalhar com juros – e consequentemente margens – menores. Nesse sentido, medidas recentes do Itaú, como o fechamento de capital da Redecard e a compra da Credicard, se mostram especialmente importantes para a diversificação das fontes de receitas. “Tornou-se importante a composição das receitas em geral como prestador de serviços bancários. O Itaú deve buscar recompor essa redução nas margens principalmente no mercado de cartões como meio de pagamento”, diz Schroden, que acrescenta que isso inclui não só o segmento de cartões de crédito, como também ganhos com a cobrança de tarifas e no segmento de adquirência, no qual atua a Redecard. Outra frente é a contenção de custos. “O crescimento das despesas tem sido abaixo da inflação”, diz Gustavo Schroden, que acredita que elas tendem a ficar dentro do controle. Para ele, a diversificação das fontes de receita e a contenção de custos podem compensar pelas reduções de margens nas operações de crédito, numa adaptação bem feita à nova realidade bancária brasileira. “Acredito ainda que o banco vai ter que se voltar mais para outros segmentos, como investimentos, capitalização e previdência”, observa o analista do BES. Andre Riva também tem uma visão bastante positiva para o banco. “Acreditamos que, neste momento, seja o banco com melhor preparo para o cenário no qual nos encontramos”, conclui o analista do GBM. Leia também sobre o que esperar das ações de outros bancos na Bolsa.