O poema épico de Basílio da Gama descreve a luta entre tropas portuguesas e indígenas lideradas pelos jesuítas no século 18. A narrativa acompanha o general português Gomes Freire de Andrade em sua campanha militar contra os jesuítas e seus aliados indígenas, culminando na derrota dos indígenas e na expulsão dos jesuítas da região.
2. Basílio da Gama (1741-1795)
Ingressa na Cia. de Jesus aos 16 anos,
MAS é expulso, pouco depois, por fazer sátiras
constantes aos padres.
Tenta o contato novamente com os jesuítas em
Roma, MAS é logo expulso novamente por fazer
poemas sarcásticos contra seus professores.
Ao voltar para o Brasil, é condenado por Pombal ao
exílio em Angola por práticas e ligações jesuíticas,
abominadas e perseguidas no período.
3. Contexto da obra
• Publicada em 1769;
• Puxa-saco do Marquês de Pombal (1º
Ministro que decretou a expulsão dos jesuítas do
Brasil, em 1759);
• Antijesuitismo;
• Dedicado a Francisco Xavier de Mendonça
Furtado (Irmão do Marquês de Pombal);
• Arcadismo: Resgate da epopeia;
4. Estrutura
Epopeia, que é um gênero clássico.
(Dedicatória, Invocação, Proposição, Narrativa, Epílogo)
MAS
Reverteu o esquema épico tradicional:
1) começa em plena ação;
2) elimina a mitologia;
3) harmoniza a paisagem à ação;
4) trata os indígenas como matéria poética, não
apenas como algo exótico.
Dividido em 5 Cantos - Versos decassílabos brancos,
sem estrofação
5. Tema
Luta pela expulsão dos Jesuítas do território das
Missões, por ocasião do tratado de Madrid (1750),
tendo como herói o português
Gomes Freire de Andrade.
Basílio da Gama alega que os jesuítas apenas
defendiam os índios para serem eles mesmo seus
senhores.
6. Personagens
• General Gomes Freire de Andrade: chefe das tropas
portuguesas;
• Catâneo: chefe das tropas espanholas;
• Cacambo: chefe indígena;
• Cepé: guerreiro índio;
• Balda: jesuíta administrador de Sete Povos das
Missões;
• Caitutu: guerreiro indígena; irmão de Lindóia;
• Lindóia: esposa de Cacambo;
• Tanajura: indígena feiticeira.
7. Enredo
Canto I: Saudação ao General Gomes Freire de
Andrade. Chegada de Catâneo. Desfile das tropas.
Andrade explica as razões da guerra. A primeira
entrada dos portugueses enquanto esperam reforço
espanhol.
O poeta apresenta já o campo de batalha coberto de
destroços e de cadáveres, principalmente de
indígenas, e, voltando no tempo, apresenta um
desfile do exército luso-espanhol, comandado por
Gomes Freire de Andrade.
8. Canto II: Partida do exército luso-castelhano.
Soltura dos índios prisioneiros. É relatado o
encontro entre os caciques Cepê e Cacambo e o
comandante português, Gomes Freire de Andrade, à
margem do rio Uruguai. O acordo é impossível
porque os jesuítas portugueses se negavam a aceitar
a nacionalidade espanhola. Ocorre então o combate
entre os índios e as tropas luso-espanholas. Os
índios lutam valentemente, mas são vencidos pelas
armas de fogo dos europeus. Cepé morre em
combate. Cacambo comanda a retirada.
9. Canto III: O General acampa às margens de um
rio. Do outro lado, Cacambo descansa e sonha com o
espírito de Cepê. Este incita-o a incendiar o
acampamento inimigo. Cacambo atravessa o rio e
provoca o incêndio. Depois, regressa para a sede.
Surge Lindóia. A mando de Balda, prendem
Cacambo e matam-no envenenado. Balda é o vilão
da história, que deseja tornar seu filho Baldeta,
cacique, em lugar de Cacambo. Observa-se aqui uma
forte crítica aos jesuítas. Tanajura propicia visões a
Lindóia: a índia “vê” o terremoto de Lisboa, a
reconstituição da cidade pelo Marquês de Pombal e
a expulsão dos jesuítas.
10. Importante!
• A ideia de choque cultural se sobrepõe à
celebração do herói;
• Há antecipação de tendências da 1ª
Geração Romântica (indianismo);
• A descrição rápida e densa da natureza
também é um prelúdio do Romantismo.