O documento discute a importância da pesquisa na formação acadêmica, argumentando que pesquisa e ensino são indissociáveis. A pesquisa deve ser compreendida como capacidade de elaboração própria e questionamento, não apenas reprodução de conhecimento. Professores precisam pesquisar para ensinar de forma significativa, enquanto alunos precisam de experiências de pesquisa para se tornarem elaboradores científicos.
Introdução às Funções 9º ano: Diagrama de flexas, Valor numérico de uma funçã...
A pesquisa na formação acadêmica
1. A PESQUISA NA FORMAÇÃO
ACADÊMICA
ANÁLISE TÉORICA SOBRE
O CONHECIMENTO CIENTÍFICO E A PESQUISA
Ms. Andréa Kochhann e GEFOPI
Grupo de Estudos em Formação de Professores e
Interdisciplinaridade
2. Esses slides embasam os debates que o GEFOPI
realiza para discutir a questão da saída do senso
comum até o conhecimento científico.
Geralmente realizamos a palestra após o público
assistir ao filme “O óleo de Lorenzo”.
O GEFOPI atua com base em projetos de
pesquisa e de extensão, da Universidade Estadual
de Goiás, Câmpus São Luís de Montes Belos.
4. Para introduzir a discussão..........
* O que é pesquisa científica?
* Qual a relação entre o ensino e a pesquisa?
* O que é ser um professor pesquisador?
* O que é elaborar com as próprias mãos?
* O que é ser elaborador científico?
* O que é ingestão teórica?
* A prática da pesquisa na educação pode se efetivar na
extensão?
5. INICIANDO A REFLEXÃO TEÓRICA...
* A desmistificação crucial é sobre a separação entre
pesquisa e ensino. Eles são indissociáveis. Mas, como
diz Demo (2006, p. 12) “Muitos estão dispostos a
aceitar universidades que apenas ensinam, como é o
caso típico de instituições noturnas, nas quais os alunos
comparecem somente para aprender e passar, e os
professores, quase todos biscateiros de tempo parcial
somente dão aula.”.
6. * “Quem ensina carece pesquisar, quem pesquisa
carece ensinar. Professor que apenas ensina jamais o
foi. Pesquisador que só pesquisa é elitista explorador,
privilegiado e acomodado.” (p.14)
* “Não se atribui a função de professor a alguém que
não é basicamente pesquisador.” (p. 15)
7. * “Desmistificar a pesquisa há de significar, então, a
superação de condições atuais da reprodução do
discípulo, comandadas por um professor que nunca
ultrapassou a condição de aluno. [...]. Mais degradante
ainda é o professor que nunca foi além da posição de
discípulo, porque não sabe elaborar ciência com as
próprias mãos. Como caricatura parasitária que é,
reproduz isso no aluno.” (p. 17)
* É preciso que o professor faça digestão teórica.
8. * “Compreendida como capacidade de elaboração
própria, a pesquisa condensa-se numa
multiplicidade de horizontes no contexto
científico.” (p. 18)
* Quem pesquisa precisa se preocupar com a
questão teórica e metodológica e pode seguir a linha
da hermenêutica, que tem por princípio ler
entrelinha, ver o contexto para muito além do
texto...
9. * “Pesquisa se define aqui sobretudo pela capacidade
de questionamento [...].”(p. 34).
* “Para descobrir e criar é preciso primeiro
questionar.”. (p. 35).
* “Uma definição pertinente de pesquisa poderia ser:
diálogo inteligente com a realidade.” (p. 36).
* “Diálogo é fala contrária, entre atores que se
encontram e se defrontam.” (p. 37).
10. * “Quem pesquisa tem o que comunicar. Quem não
pesquisa apenas reproduz ou apenas escuta. Quem
pesquisa é capaz de produzir instrumentos e
procedimentos de comunicação. Quem não pesquisa
assiste à comunicação dos outros.” (p. 39).
* “Esta postura permite afirmar que somente tem algo
a ensinar quem pesquisa.”(p. 49).
* Mas, nas universidades encontra-se muito o
“professor-papagaio, que sempre diz a mesma coisa e
já sequer sabe o que diz” (p. 51)
11. * “O importante é compreender que sem pesquisa não há
ensino. A ausência de pesquisa degrada o ensino a
patamares típicos da reprodução imitativa.” (p. 51)
* “Se a pesquisa é a razão do ensino, vale o reverso: o
ensino é a razão da pesquisa.” (p. 52)
* “Podemos colocar para o professor, exigências tais
como: […] exigência de pesquisa, […] domínio teórico e
elaboração própria, […] versatilidade metodológica, […]
experiência prática, […] descobrir relações dadas na
realidade, […] atitude de diálogo com a realidade, […]
construtor de conhecimento novo e ageste de mudança na
sociedade.” (p. 53)
12. * Condições necessárias para o elaborador
científico: “indução do contato pessoal do aluno com
teorias […] manuseio de produtos científicos e teorias,
[…] transmissão de alguns ritos formais do trabalho
científico, […] preocupação metodológica, […]
cobrança de elaboração própria[...]” (p.55).
13. * “O professor tem seu lugar, como pesquisador e
orientador, para motivar no aluno o surgimento do novo
mestre.” (p. 64)
* Mas, muitas vezes “O estudante conclui o curso sem
saber dar conta de um tema, não consegue escrever
com clareza e sistematização, não ordena, manuseia,
constrói e interpreta dados, o que revela continuar ainda
apenas 'aluno', até porque aprendeu com um 'professor'
que nunca saiu da condição de 'aluno'.” (p. 67).
14. * “Com isso o professor enfrenta outros riscos e
desafios. Terá que ler mais material produzindo pelos
alunos, estar disponível para consulta e discussão,
facilitar retroalimentações constantes e recorrentes.
Pode ser ludibriado por outras maneiras, via trabalho
de grupo onde somente u m trabalha, via cópia e
plágio, via compra de trabalhos.” (p. 73-74).
15. * “A escola continua curral formal, onde o gado é
tratado. Aluno, como discípulo, é gado. Numa analogia
forte, é como penico, que tudo aceita sem reclamar, e
acha que não passa disso. O conluio perfeito dessa
imbecilização está na coincidência entre aula, prova e
cola.” (p. 89).
* Para a elaboração própria é preciso condições como um
currículo que possibilite e fundamente, atividades no
espaço escolar, espaço para complementações necessárias
e recomendáveis e programações culturais. “É difícil
embutir no currículo a prática, a começar pelos vícios
históricos dos 'estágios' e da 'extensão'. (p. 99)
16. * Ao longo da formação é importante a prática inicial,
intermediária e profissional.
* “Os estágios são concessões à prática, com presença
curricular residual, mal organizados, sem
acompanhamento de qualidade por parte do curso e por
parte dos responsáveis no local do estágio. […]” (p. 99).
* “A extensão – pertinente quando intrínseca – arrasta-
se no voluntariado e na ilusão de evitar o afastamento
da universidade de seus compromissos sociais. Há
exemplos de atividade extensionista, que, além do
impacto na comunidade, motivou a formação política
dos alunos. ” (p.99)