As características da úlcera venosa, como área extensa, tecido necrótico e sinais de infecção, contribuem para uma pior qualidade de vida, pois demoram mais tempo para cicatrizar. Quanto mais características positivas a lesão apresenta, maior será a contribuição para a melhoria da qualidade de vida.
Apresentação Oral - Trabalho 41 (19/09/2012 - Tarde)
1. RELAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DA
ÚLCERA VENOSA COM OS DOMÍNIOS
DA QUALIDADE DE VIDA DO SF-36
Autores: CRISTINA KATYA TORRES TEIXEIRA MENDES;
ISABELLE KATHERINNE FERNANDES COSTA ; THALYNE YURÍ
ARAÚJO FARIAS DIAS; LÍVIA SÊMELE CÂMARA BALDUINO ;
ANDRÉA TAYSE DE LIMA GOMES e GILSON DE VASCONCELOS
TORRES.
- Salvador-BA, 19 de Setembro de 2012 -
2. » A qualidade de vida, como um construto, é um conceito complexo e amplamente
debatido no mundo devido às dimensões que abrangem a multiplicidade de
fatores que a determinam1. Uma dos principais aspectos polêmicos está
relacionado com a dimensão subjetiva (a percepção pelo indivíduo, tais como a
satisfação ou felicidade) e a dimensão objetiva (as condições materiais, como o
padrão de vida e a condição física do indivíduo)1.
Embora a qualidade de vida possa estar determinada por fatores objetivos, sua
manifestação essencial se aprecia na ordem subjetiva, reflexo de uma relação
dialética entre o objetivo e o subjetivos2.
A doença venosa crônica acomete diferentes faixas etárias, atingindo diferentes
populações dos mais diversos níveis socioeconômicos influenciando assim de
maneira direta sobre as vidas dessa população atingida3.
O tempo que as úlceras venosas levam para cicatrizar resulta em desconforto
físico e psicológico e afeta negativamente a capacidade do paciente para realizar
as atividades diárias normais, refletindo o impacto da doença sobre a sua rotina
diária.4.
3. » Avaliar como as características da lesão
podem influenciar na qualidade de vida das
pessoas com úlcera venosa.
4. » Tipo de Estudo: estudo descritivo, transversal, quantitativo.
» Local do estudo: hospital universitário em Natal/RN.
» Amostra: 100 pessoas com úlcera venosa (UV).
» Comitê de ética: protocolo nº 279/09 .
» Coleta de Dados: um formulário estruturado de entrevista com
características sociodemográficas e da úlcera venosa (recidivas, tempo
de lesão atual, área da lesão, condições do leito, quantidade do
exsudato, odor, perda tecidual, dor, sinais de infecção, coleta de swab).
e o instrumento de qualidade de vida relacionado a saúde (QVRS), SF-
36.
» Análise dos Dados: No programa SPSS 15.0, realizamos as análises
inferencial nos cruzamentos das variáveis, com nível de significância
estatística de p-valor < 0,05, e na aplicação do Teste de Mann Whitney,
utilizado para verificação de diferença significante entre as médias dos
escores das características da lesão e os domínios e dimensões da
qualidade de vida.
5. Tabela 01 –– Médias das características da úlcera venosa positivas por
domínios do SF-36. Natal-RN/Brasil 2012.
ρ-valor (Mann-
Domínios e dimensões do SF-36 Características da UV positivas N Média
Whitney)
Até 4 50 39,54
Capacidade Funcional 0,001
5 a 10 50 61,46
Até 4 50 49,09
Aspecto Físico 0,371
5 a 10 50 51,91
Até 4 50 37,34
Dor 0,001
5 a 10 50 63,66
Até 4 50 43,35
Estado Geral de Saúde 0,014
5 a 10 50 57,65
Até 4 50 40,91
Vitalidade 0,001
5 a 10 50 60,09
Até 4 50 44,12
Aspectos Sociais 0,022
5 a 10 50 56,88
Até 4 50 46,70
Aspecto Emocional 0,114
5 a 10 50 54,30
Até 4 50 46,17
Saúde Mental 0,135
5 a 10 50 54,83
Até 4 50 36,64
Dimensão Saúde Física 0,001
5 a 10 50 64,36
Até 4 50 41,87
Dimensão Saúde Mental 0,003
5 a 10 50 59,13
6. » O estudo demonstrou que quanto mais
características positivas a lesão apresenta, maior
será a contribuição para a melhoria da qualidade de
vida, visto que lesões que apresentam recidivas e
características como, área extensa, tecido necrótico,
muito exsudato, odor, grande perda tecidual, dor e
sinais de infecção demoram mais tempo para
cicatrizarem.
7. 1 Moura RMF, Gonçalves GS, Navarro TP, Britto RR, Dias RC. Correlação entre classificação clínica
ceap e qualidade de vida na doença venosa crônica. São Carlos. Revista Brasileira de Fisioterapia
[internet]. 2010 [citado 2011 fev 15]; 14(2): 99-105. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S1413-35552010000200003
2 Macedo EAB, Oliveira AKA, Melo GSM, Nobrega WG, Costa IKF, Dantas DV et al. Caracterização
sócio-demográfica dos pacientes com úlcera venosa atendidos em um hospital universitário. Rev enferm
UFPE [internet]. 2010 [citado 2011 fev 17]; 4(spe):1863-867. Disponível em
http://www.ufpe.br/revistaenfermagem/index.php/revista/article/view/1475/pdf_125
3 Nobrega WG, Melo GSM, Costa IKF, Dantas DV, Macedo EAB, Torres GV. Changes in patients'
quality of life with venous ulcers treated at the outpatient clinic of a university hospital. Rev enferm
UFPE [internet]. 2011 [citado 2011 fev 17]; 5(2):1005-06.
4 Azoubel R, Torres GV, Silva LWS, Gomes FV, Reis LA. Efeitos da terapia física descongestiva na
cicatrização de úlceras venosas. Rev Esc Enferm USP [internet]. 2010 [citado 2011 fev 17];
44(4):1085-1092. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0080-
62342010000400033&lng=pt. doi: 10.1590/S0080-62342010000400033.
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Hinweis der Redaktion
No que concerne a Enfermagem, a produção deste estudo resultará num avanço na produção dos conhecimentos sobre as condições sociodemográficas, permitindo o crescimento da enfermagem como ciência e respaldando sua prática. Além disso, possibilitará ao enfermeiro planejar a assistência a pessoa com UV baseado em um perfil pré-estabelecido, optando por estratégias que tragam melhores resultados ao processo de cicatrização da lesão.