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Escola Superior de Educação de Santarém
    1º ano de Educação Social Diurno
         Ano Lectivo 2011/2012




                                  Docente: João Maia Carmo
                                    Discente: Ana Machado
                                        Número:110230010
Da Ditadura Militar ao Estado Novo
   A 28 de Maio de 1926, um golpe de Estado executado pelos militares pôs fim à
     Primeira República parlamentar portuguesa.

  A democracia só voltou a Portugal decorridos sensivelmente 50 anos.
  Instalou-se uma Ditadura Militar que se manteve até 1932-33


   fracassou nos propósitos de “regenerar a pátria” e de lhe devolver a estabilidade.

  Em 1928, a ditadura recebeu um novo alento com a entrada de
António de Oliveira Salazar


tomou posse da pasta das finanças (com a condição,
                                  Fig.1 Salazar

expressa por si, de inspeccionar as despesas de todos os ministérios)
Democracia                     -       Fascismo
Conceito:                              Conceito:
                                       Fascismo é doutrina totalitária .
Democracia vem da palavra grega        Desenvolvida por Benedito Mussolini
  “demos” que significa povo.            na Itália, a partir de 1919 e durante
                                         seu governo.
Nas democracias, é o povo quem detêm
  o poder soberano sobre o poder       A palavra "fascismo" deriva de fascio,
  legislativo e o executivo.             nome de grupos políticos ou
                                         de militância que surgiram na Itália
                                         entre fins do século XIX e começo
                                         do século XX; mas também
                                         de fasces, que nos tempos
                                         do Império Romano era um símbolo
                                         dos magistrados.
Democracia                           - Fascismo
O poder e a responsabilidade cívica
 são exercidos por todos os cidadãos,       Totalitarismo:         baseado   num
 directamente        ou        através      sistema antidemocrático concentra os
 representantes livremente eleitos.         poderes totais nas mãos do líder de
                                            governo.
Consiste:                                   pode tomar qualquer tipo de decisão ou
num conjunto de princípios e práticas         estabelecer leis sem consultar políticos
  que protegem a liberdade humana;            ou representantes da sociedade.
                                            Nacionalismo: valorização do que
proteger   os     direitos  humanos           pertence apenas ao país. Valorização
   fundamentais (como a liberdade de          extrema da cultura do próprio país.
  expressão e de religião; o direito a
  protecção legal igual; e a oportunidade
  de organizar e participar plenamente na   Militarismo: Grandes investimentos
  vida política, económica e cultural da
  sociedade)                                  na produção de armas e equipamentos
                                              de guerra. Objectivo de expansão
                                              territorial através   de    guerras.
As eleições são livres e justas        Culto à força física: O objectivo
                                       do estado fascista era preparar
Reflecte a vida política, social e     soldados fortes   e   saudáveis.
cultural de cada país.
                                       Censura: Proibia qualquer tipo de
Os cidadãos não têm apenas direitos    crítica aos seus governos.
têm o dever de participar no sistema   Nenhuma notícia ou ideia, contrária ao
político (por seu lado, protege os     sistema, poderia ser propagadas.
seus direitos e as suas liberdades)    Aqueles que arriscavam criticar o
                                       governo eram presos e até condenados
                                       à morte.
                                       Propaganda: os líderes fascistas
                                       usavam os meios de comunicação para
                                       divulgarem as suas ideologias.
1928


entrada no Governo de António de Oliveira Salazar;
tomou posse da difícil pasta das finanças;
com a condição expressa por si de inspeccionar as despesas de
 todos os ministérios.

  o país apresentou um saldo positivo no Orçamento

 este facto só foi possível devido a todas as restrições impostas por Salazar.

Este sucesso financeiro conferiu-lhe prestígio acabando por explicar a sua
  nomeação em Julho de 1932, para chefia do governo.
“Estado Forte”; “Tudo pela Nação, nada contra
                                     a Nação”
                                        Salazar:
                        Fig2 Slogan do Regime



  Rejeitou o parlamentarismo, a democracia e o liberalismo;


  Proclamou o carácter autoritário, corporativo, conservador e nacionalista.


  Conseguiu convencer grande parte do país da sua política obtendo o apoio
   dos que eram contra a primeira República e que tinham desacreditado na
   sua nação



    (hierarquia religiosa e devotos católicos, grandes proprietários agrários e
    alta burguesia ligada ao comércio colonial e externo, média burguesia,
    monárquicos, integralistas, militares e os simpatizantes do ideário fascista).
Estado Novo


  Ideais do Fascismo
     Salazarista
Forte conservadorismo e Tradição
António de Oliveira Salazar foi uma personalidade
extremamente conservadora.

Estado Novo distingue-se entre os fascismos pelo seu carácter
  extremamente conservador e tradicionalista.

Defendia valores e conceitos que já mais alguém deveria
  questionar:
“Deus, a Pátria, a Família, a Autoridade, a Paz Social, a
  Hierarquia, moralidade e a Austeridade”.

Respeitou as tradições nacionais e promoveu a defesa de tudo o
 que fosse genuinamente português.
A Religião Católica                Religião da Nação Portuguesa
  o Santuário de Fátima testemunhou a forte ligação entre o Estado e a Igreja.
                                             Fig3



     A mulher tinha um papel passivo do ponto de vista:
económico            social          político e    cultural

Existia uma mulher modelo:
devia ser, mulher feminina, uma esposa carinhosa e submissa, uma mãe sacrificada
  e virtuosa deveria ser portanto uma boa esposa e dona de casa.


“verdadeira família portuguesa”
Família católica,
De moralidade austera que repelia os vícios e a falta de regras,
O trabalho feminino fora do lar era tido como uma ameaça à estabilidade familiar.

Defendia-se a política dos                                                          ,
  sendo estas as tradições típicas portuguesas.
Fig.4
Nacionalismo
A recusa do parlamentarismo, da democracia e do liberalismo
   Salazarismo demarcou-se por um nacionalismo exagerado.

   Instituiu um desígnio supremo da sua actuação o bem da nação, expresso no
   slogan “tudo pela Nação, nada contra a Nação”.

   Enaltecia-se a história e o passado do país (como feitos e descobertas).

   À semelhança do fascismo Italiano, o Estado Novo afirmou-se Antiliberal,
   antidemocrático e antiparlamentar.

   Recusou a liberdade individual, pois o interesse na nação sobrepunha-se ao
   interesse individual.

   Os partidos políticos, na medida em que representavam apenas as opiniões e os
   interesses particulares de grupos de indivíduos, constituíam um elemento
   desagregador da unidade da Nação e um factor de enfraquecimento do Estado.
Para Salazar, só a valorização do poder executivo era o garante de um Estado forte e
  autoritário.                                                  Fig.5


Constituição de 1933 reconheceu a autoridade do
Presidente da República

Como 1º poder dentro do Estado,

completamente independente do resto do parlamento,
atribuiu vastas competências ao presidente do concelho (entre elas o poder de legislar
   através de decretos-lei).

A Assembleia Nacional, órgão máximo, do poder legislativo


Limitava-se à discussão das propostas de lei que o governo lhe enviava para aprovação.

Inferiorizando o poder legislativo, quem efectivamente sobressaia, no seio do executivo
   era a figura do Presidente do Conselho.
Salazar interpretou na perfeição a figura de chefe providencial, interprete supremo do
   interesse nacional.
Enquadramento de Massas
A longevidade do Estado Novo pode explicar-se:
pelo conjunto de instituições e processos que de certa forma, conseguiram enquadrar as
   massas e obter a sua adesão ao projecto do regime.

Foi criado o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) em 1933,
divulgava a ideologia do regime, astutamente dirigido por António Ferro que desempenhou um
   papel activo na divulgação do ideário do regime e na padronização das culturas e das artes.
   (O projecto cultural do Regime – A política do Espírito)


Em 1935 criou a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT),
a sua função era controlar os tempos livres dos trabalhadores.

Controlou-se o ensino, especialmente ao nível do primário e do secundário, expulsaram-se os
  professores oposicionistas e adoptaram-se “livros únicos” oficiais, que veiculavam os valores
  do Estado Novo.
O projecto Cultural do Regime
 A política do Espírito
O estado Novo sentiu a necessidade de uma produção cultural submetida ao Regime.

concebeu um projecto totalizante que fez de artistas e escritores instrumentos privilegiados da
  propaganda do seu ideário

  projecto teve o nome de “política do espírito”

Ferro servia-se assim da política de espírito para mediatizar o regime.

           elevar a mente dos portugueses e alimentar a sua alma.

António Ferro convenceu Salazar da importância das manifestações culturais para o regime.
  Afirmava:

“a arte a literatura e as ciências constituem a grande fachada de uma nacionalidade, o que se
   vê lá de fora”
 pelo que ao estado caberia estimular a criação cultural.

António Ferro e Salazar incutiam no povo o amor da pátria, o culto dos heróis, as virtudes
  familiares, a confiança no progresso, ou seja, o ideário do Estado Novo.
Essa cultura, que se queria Portuguesa e nacionalista, teria, igualmente, que evidenciar uma
  estética moderna e aberta ao seu tempo, aquilo que ferro designava de “bom gosto “.


 No domínio literário, a acção do Secretariado da propaganda Nacional revelar-se-ia
  um fracasso. A Adesão dos escritores foi escassa e dos que o regime nomeou poucos se
  vieram a destacar.

Já nas artes plásticas e decorativas, na arquitectura, no bailado, no cinema e até no teatro, a
   colaboração mostrou-se mais fecunda.

O Estado assumia-se como grande entidade empreendedora, através:
 Exposições nacionais e internacionais, muitas de cariz histórico, como a exposição do
        Mundo Português, realizada em 1940,
 Obras públicas do regime,
 Festas populares,
 Teatro, do cinema e da rádio, do bailado, do turismo e de concursos (como os concursos
  de montras e da “aldeia mais portuguesa”),
 Patrocinaram-se artistas e produções que divulgassem, sobretudo, as tradições nacionais
  e populares e que enaltecessem a grandeza histórica do país e a dimensão civilizadora
  dos portugueses.
Aparelho Repressivo do estado
O Estado Novo rodeou-se de um aparelho repressivo que amparava e
  perpetuava a sua acção.

Existia censura prévia
 à televisão,
 imprensa,
 teatro, entre outros
              era supervisionar os assuntos políticos, militares, morais e religiosos,
  assumindo constantemente um carácter de ditadura intelectual.

Por sua vez
a polícia política - Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado (PVDE) mais tarde designada
   por PIDE, Policia Internacional e de Defesa do Estado,
distinguia-se por prender, torturar e matar opositores ao regime.

As suas maiores vítimas foram os militares e simpatizantes do Partido Comunista Português.
A defesa do Ruralismo leva a um condicionamento Industrial
     Criticou-se a sociedade urbana e industrial que era tida como fonte de todos os vícios, enaltecendo-se
assim o mundo rural, pois este era o refúgio seguro da virtude e da moralidade.

    O ruralismo era tido como o ideal do Estado         A Industria não foi uma prioridade do Estado
       Novo, que se traduziu num conjunto de               Novo.
       medidas promotoras da “lavoura
       nacional”.                                       O fraco crescimento Industrial poder-se-á
                                                           explicar pela,
    Foram destinadas verbas para construir              política de crescimento Industrial,
      barragens,                                        esta política lembrava os produtores
                                                           industriais que precisavam de autorização
    a população fixou-se em áreas rurais,                  para todas as medidas que pretendessem
    a produção de alimentos aumentou,                      adoptar.
    exerceu-se um proteccionismo alfandegário
    entre outras medidas.                               Afirmava-se como uma política anti-crise, que
                                                           garantia o
    A defesa do Ruralismo, permitiu assim o              controlo industrial,
       crescimento rural que levou ao                   regulava a concorrência
       aproveitamento do solo e por sua vez o           e diminuiu a super-produção, que levou a
       aumento do emprego em Portugal.                     quedas nos preços e por sua vez a
                                                           despedimentos.
Fig.6
Economia
Modelo económico fortemente intervencionista e austero

Dirigismo económico ficou patente nas políticas financeira, agrícola, de obras públicas,
   industrial e colonial adoptadas.

Deste modo a estabilidade financeira era uma prioridade para Salazar

Exerceu um apertado controlo sobre os ministérios,
Conseguiu um equilíbrio orçamental,
Fez com que diminuíssem as despesas e aumentassem as receitas,
administrou melhor os dinheiros públicos, criou novos impostos, aumentou as tarifas
  alfandegárias sobre as importações e aumentou as reservas do ouro.



As condições rigorosas e austeras de Salazar permitiram um apertado controlo, no que
  diz respeito a gastos públicos.

Assim a estabilização financeira garantiu ao Estado Novo uma imagem de credibilidade
  e de competência governativa.
                 Fig.7
A Política Colonial
O Acto Colonial reflectiu a importância das colónias

Salazar recusou a independência das colónias e reforçou a tutela sobre estas.
  Segundo o Pacto Colonial

Caberia às colónias:
ser apenas fornecedoras de matérias-primas para a indústria metropolitana que
  obtinha escoamento garantido nos mercados coloniais.

O Estado Novo reagia a pressões internacionais, que se faziam sentir sobre as
  colónias portuguesas,

Simultaneamente incutia-se no povo português uma mística imperial, que vários
  congressos, conferências e exposições ajudariam a propagandear, citam-se:
  Exposição Colonial Portuguesa, realizada no Porto em 1934 e Exposição do
  mundo Português em Lisboa em 1940.
                                                Fig.8
As oposições e o
 Sobressalto Político

Início do Fim do
Regime
Nos dias 7 e 8 de Maio de 1945
   derrota da Alemanha.

Salazar tirou deste facto a lição de que o seu regime deveria (pelo menos na
  aparência) democratizar-se ou correria o risco de cair.


Neste contexto, o Governo toma a Iniciativa de antecipar a revisão constitucional,
dissolver a Assembleia Nacional e convocar Eleições antecipadas que seriam
   supostamente “livres”.

Um clima de optimismo instala-se nos que de certa forma vêem com
 maus olhos o Estado Novo.
        A 8 de Outubro

uma Reunião no centro Republicano Almirante Reis nasce o MUD- Movimento de
  Unidade Democrática

reúne as forças clandestinas de oposição ao Regime.
Adesão ao MUD alastra-se

  Para garantir legitimidade do acto eleitoral o MUD formula algumas exigências que
  considera fundamentais.
 Entre elas:
 o adiantamento das eleições por 6 meses (para se instituírem novos partidos),
 a reformulação dos cadernos eleitorais,
 e a liberdade de opinião, de informação e de reunião.

   As esperanças falharam, pois nenhumas das reivindicações do Movimento foi satisfeita,
                              e este desistiu à boca das urnas.
As listas de adesão ao MUD foram recolhidas pelo governo com o objectivo de “examinar a
  autenticidade das assinaturas”
acabando por fornecer à polícia política as informações necessárias para
uma repressão eficaz
muitos aderentes ao MUD foram interrogados, presos ou despedidos do seu trabalho.
Nesse mesmo ano, as forças opositoras voltam a ter nova oportunidade de mobilização.
  Com a candidatura de Norton de Matos às eleições presidenciais.
  Era a primeira vez que um candidato da oposição concorria à Presidência da República.
  A sua candidatura voltou a entusiasmar o país mas.
  Face a uma severa repressão, Norton de Matos apresentou também a sua desistência,
  pouco antes das eleições.
  Nos sucessivos anos, a oposição democrática dividiu-se, acabando por enfraquecer e assim
  o governo pensou ter a situação controlada.

    1958 os animos voltam a exaltar-se com a candidatura de Humberto Delgado,
  e as novas eleições presidenciais desencadearam um autentico terramoto político.

Humberto Delgado fica conhecido como “General sem Medo”, mostrou um carisma e uma
  determinação surpreendentes, entusiasmaram o país.
Anunciou demitir Salazar, caso fosse eleito, o que levou a uma intensa mobilização da
                                                     Fig.9
  população, de tal forma que Salazar acusou o General de provocar ”agitação social,
  desordem e intranquilidade política”.
O resultado final das eleições deu a esmagadora maioria ao candidato Humberto Delgado.

Mas a credibilidade dos resultados e com ela, a do próprio Regime saíram seriamente
  abaladas
Para evitar um novo risco de um “golpe de Estado constitucional”, Salazar anulou o
  sistema de sufrágio directo, passando o chefe de estado a ser eleito por um colégio
  eleitoral restrito.
As eleições acabaram assim por ser desonestas.

Os anos de 1959-62 foram marcados por uma forte diminuição da oposição.

O Bispo do Porto, António Gomes, escreveu uma dura carta a Salazar em que denuncia a
  miséria do Povo e a falta de Liberdades cívicas.

A coragem do Bispo, custou-lhe 10 anos no exílio, mas inspirou um grupo crescente te
  católicos que passaram a criticar o Estado Novo.
A instabilidade crescia e ocorreram dois golpes a fim de derrubar o regime.
A ditadura portuguesa mostrava o seu carácter repressivo ao fazer em apenas dois
   anos mais de 1200 presos políticos e ao reprimir, com mortos e feridos, as
   manifestações do 31 de Janeiro, do 5 de Outubro e do 1º de Maio.

Humberto Delgado é exilado para o Brasil, mas governa de longe contra Salazar.


1ºMomento

  O seu estado de saúde agravou-se
  O presidente da república vê-se obrigado a iniciar os procedimentos institucionais
  para a sua substituição.
  A escolha Recais sobre o professor Marcello Caetano
                                             Fig.10
Primavera Marcelista
2º Momento
Marcello
                            Caetano




Nos primeiros
  meses do
 mandato o                                        Em parte contra
 governo dá                                        o Salazarismo
  sinais de
  Abertura




           Pretendia a
         evolução do país              Era mais liberal
         e mais liberdade
Opositores políticos enchem-se de esperanças,
Faz regressar do exílio algumas pessoas como o Bispo do Porto e Mário Soares,
Modera-se a Polícia Política que por sua vez passa a chamar-se de DGS,
Abranda-se a censura e é aberta a união Nacional.
Este clima de mudança ficou conhecido como Primavera Marcelista. Em 1969
  preparam-se as eleições legislativas.

  Procurando legitimá-las aos olhos da opinião pública, o Governo:
  Alargou o sufrágio feminino;
  Permitiu maior liberdade de campanha à oposição;
  Consentiu a consulta dos cadernos eleitorais;
  Autorizou a fiscalização das mesas de voto.

No entanto, embora possa considerar-se o menos manipulado de todos os que
  ocorreram durante o Estado Novo, o acto eleitoral saldou-se por uma série de
  atropelos aos princípios democráticos.
Marcello Caetano viu-se sem o apoio dos liberais,

  Condenavam-lhe a falta de força para continuar a implementar as reformas
  necessárias.

Obrigado a reprimir um poderoso surto de agitação estudantil, greves
  operárias e até acções bombistas
 Marcello Caetano liga-se cada vez mais à direita e inflecte a sua política
  inicial.
Marcello Caetano toma novas medidas, tais como:
1. Encerra Associações de Estudantes;
2. Aperta a legislação sindical;
3. Polícia Política volta a actuar;
4. Opositores são enviados para o exílio;
5. Américo Tomás é reconduzido para Presidente da República, eleito por
     um colégio eleitoral restrito.
Da Revolução à Democracia
        Em 1973 de Julho, surge o Movimento dos Capitães,

        Nasceu como forma de protesto, contra as diplomacias legais que facilitavam o acesso
  de oficiais milicianos ao quadro permanente do exército.

O Movimento dos Capitães depositou a sua confiança nos Generais Costa Gomes e Spínola,
  respectivamente chefe e vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas.

Vários acontecimento deram força àqueles que, dentro do movimento (agora denominado
  Movimento das Forças Armadas - MFA), acreditavam na urgência de um golpe militar, para
  restaurar as liberdades cívicas e permitissem a tão desejada solução para o problema
  colonial.

O MFA preparou a operação Militar na madrugada de 25 de Abril de 1974 que pôs fim ao
  Estado Novo.
Operação Fim do Regime
Coordenação: Major Otelo Saraiva Carvalho
Plano: Transmissão pela rádio, das canções-senha “E depois do Adeus” de Paulo
   Carvalho e “Grândola Vila-Morena” de Zeca Afonso.
           As unidades militares ocupam as estações de rádio de RTP e controlam o
   aeroporto e os quartéis-generais de Lisboa e Norte e cercam os ministérios
   militares do Terreiro do Paço.
Falha: No Terreiro do Paço a Escola Prática Cavalaria de Santarém, chefiada por
   Salgueiro Maia depara-se com um regimento da cavalaria em defesa do Regime
   (contudo não havia disparos/violência)
Fim do Regime: Marcelo Caetano rendeu-se ao general Spínola e o “Movimento dos
   Capitães” sentia-se já vitorioso.
         Multidão saiu às ruas em apoio aos militares e distribui-lhes cravos
   Vermelhos
Nota: Só a Policia Política resistiu a esta Revolução, acabando por matar 4 pessoas.

Conclusão: A Facilidade com que o regime autoritário caio nas mãos do seu próprio
  exército prova o anacronismo e total isolamento em que tinha mergulhado a vida
  política portuguesa.
25 de Abril de 1974

 Não podemos ficar
    Indiferentes
Bibliografia
Pinto do Couto, Célia; Rosas, Maria, “O Tempo da História parte 1”, Porto Editora
   2010

 Pinto do Couto, Célia; Rosas, Maria, “O Tempo da História parte 2”, Porto Editora
  2010

Cardoso, Eurico, “Segunda República 1926-1974”, Edição do autor 2010

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Estado novo ana machado

  • 1. Escola Superior de Educação de Santarém 1º ano de Educação Social Diurno Ano Lectivo 2011/2012 Docente: João Maia Carmo Discente: Ana Machado Número:110230010
  • 2. Da Ditadura Militar ao Estado Novo A 28 de Maio de 1926, um golpe de Estado executado pelos militares pôs fim à Primeira República parlamentar portuguesa. A democracia só voltou a Portugal decorridos sensivelmente 50 anos. Instalou-se uma Ditadura Militar que se manteve até 1932-33 fracassou nos propósitos de “regenerar a pátria” e de lhe devolver a estabilidade. Em 1928, a ditadura recebeu um novo alento com a entrada de António de Oliveira Salazar tomou posse da pasta das finanças (com a condição, Fig.1 Salazar expressa por si, de inspeccionar as despesas de todos os ministérios)
  • 3. Democracia - Fascismo Conceito: Conceito: Fascismo é doutrina totalitária . Democracia vem da palavra grega Desenvolvida por Benedito Mussolini “demos” que significa povo. na Itália, a partir de 1919 e durante seu governo. Nas democracias, é o povo quem detêm o poder soberano sobre o poder A palavra "fascismo" deriva de fascio, legislativo e o executivo. nome de grupos políticos ou de militância que surgiram na Itália entre fins do século XIX e começo do século XX; mas também de fasces, que nos tempos do Império Romano era um símbolo dos magistrados.
  • 4. Democracia - Fascismo O poder e a responsabilidade cívica são exercidos por todos os cidadãos, Totalitarismo: baseado num directamente ou através sistema antidemocrático concentra os representantes livremente eleitos. poderes totais nas mãos do líder de governo. Consiste: pode tomar qualquer tipo de decisão ou num conjunto de princípios e práticas estabelecer leis sem consultar políticos que protegem a liberdade humana; ou representantes da sociedade. Nacionalismo: valorização do que proteger os direitos humanos pertence apenas ao país. Valorização fundamentais (como a liberdade de extrema da cultura do próprio país. expressão e de religião; o direito a protecção legal igual; e a oportunidade de organizar e participar plenamente na Militarismo: Grandes investimentos vida política, económica e cultural da sociedade) na produção de armas e equipamentos de guerra. Objectivo de expansão territorial através de guerras.
  • 5. As eleições são livres e justas Culto à força física: O objectivo do estado fascista era preparar Reflecte a vida política, social e soldados fortes e saudáveis. cultural de cada país. Censura: Proibia qualquer tipo de Os cidadãos não têm apenas direitos crítica aos seus governos. têm o dever de participar no sistema Nenhuma notícia ou ideia, contrária ao político (por seu lado, protege os sistema, poderia ser propagadas. seus direitos e as suas liberdades) Aqueles que arriscavam criticar o governo eram presos e até condenados à morte. Propaganda: os líderes fascistas usavam os meios de comunicação para divulgarem as suas ideologias.
  • 6. 1928 entrada no Governo de António de Oliveira Salazar; tomou posse da difícil pasta das finanças; com a condição expressa por si de inspeccionar as despesas de todos os ministérios. o país apresentou um saldo positivo no Orçamento este facto só foi possível devido a todas as restrições impostas por Salazar. Este sucesso financeiro conferiu-lhe prestígio acabando por explicar a sua nomeação em Julho de 1932, para chefia do governo.
  • 7.
  • 8. “Estado Forte”; “Tudo pela Nação, nada contra a Nação” Salazar: Fig2 Slogan do Regime Rejeitou o parlamentarismo, a democracia e o liberalismo; Proclamou o carácter autoritário, corporativo, conservador e nacionalista. Conseguiu convencer grande parte do país da sua política obtendo o apoio dos que eram contra a primeira República e que tinham desacreditado na sua nação (hierarquia religiosa e devotos católicos, grandes proprietários agrários e alta burguesia ligada ao comércio colonial e externo, média burguesia, monárquicos, integralistas, militares e os simpatizantes do ideário fascista).
  • 9. Estado Novo Ideais do Fascismo Salazarista
  • 10. Forte conservadorismo e Tradição António de Oliveira Salazar foi uma personalidade extremamente conservadora. Estado Novo distingue-se entre os fascismos pelo seu carácter extremamente conservador e tradicionalista. Defendia valores e conceitos que já mais alguém deveria questionar: “Deus, a Pátria, a Família, a Autoridade, a Paz Social, a Hierarquia, moralidade e a Austeridade”. Respeitou as tradições nacionais e promoveu a defesa de tudo o que fosse genuinamente português.
  • 11. A Religião Católica Religião da Nação Portuguesa o Santuário de Fátima testemunhou a forte ligação entre o Estado e a Igreja. Fig3 A mulher tinha um papel passivo do ponto de vista: económico social político e cultural Existia uma mulher modelo: devia ser, mulher feminina, uma esposa carinhosa e submissa, uma mãe sacrificada e virtuosa deveria ser portanto uma boa esposa e dona de casa. “verdadeira família portuguesa” Família católica, De moralidade austera que repelia os vícios e a falta de regras, O trabalho feminino fora do lar era tido como uma ameaça à estabilidade familiar. Defendia-se a política dos , sendo estas as tradições típicas portuguesas.
  • 12. Fig.4
  • 13. Nacionalismo A recusa do parlamentarismo, da democracia e do liberalismo Salazarismo demarcou-se por um nacionalismo exagerado. Instituiu um desígnio supremo da sua actuação o bem da nação, expresso no slogan “tudo pela Nação, nada contra a Nação”. Enaltecia-se a história e o passado do país (como feitos e descobertas). À semelhança do fascismo Italiano, o Estado Novo afirmou-se Antiliberal, antidemocrático e antiparlamentar. Recusou a liberdade individual, pois o interesse na nação sobrepunha-se ao interesse individual. Os partidos políticos, na medida em que representavam apenas as opiniões e os interesses particulares de grupos de indivíduos, constituíam um elemento desagregador da unidade da Nação e um factor de enfraquecimento do Estado.
  • 14. Para Salazar, só a valorização do poder executivo era o garante de um Estado forte e autoritário. Fig.5 Constituição de 1933 reconheceu a autoridade do Presidente da República Como 1º poder dentro do Estado, completamente independente do resto do parlamento, atribuiu vastas competências ao presidente do concelho (entre elas o poder de legislar através de decretos-lei). A Assembleia Nacional, órgão máximo, do poder legislativo Limitava-se à discussão das propostas de lei que o governo lhe enviava para aprovação. Inferiorizando o poder legislativo, quem efectivamente sobressaia, no seio do executivo era a figura do Presidente do Conselho. Salazar interpretou na perfeição a figura de chefe providencial, interprete supremo do interesse nacional.
  • 15. Enquadramento de Massas A longevidade do Estado Novo pode explicar-se: pelo conjunto de instituições e processos que de certa forma, conseguiram enquadrar as massas e obter a sua adesão ao projecto do regime. Foi criado o Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) em 1933, divulgava a ideologia do regime, astutamente dirigido por António Ferro que desempenhou um papel activo na divulgação do ideário do regime e na padronização das culturas e das artes. (O projecto cultural do Regime – A política do Espírito) Em 1935 criou a Fundação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT), a sua função era controlar os tempos livres dos trabalhadores. Controlou-se o ensino, especialmente ao nível do primário e do secundário, expulsaram-se os professores oposicionistas e adoptaram-se “livros únicos” oficiais, que veiculavam os valores do Estado Novo.
  • 16. O projecto Cultural do Regime A política do Espírito O estado Novo sentiu a necessidade de uma produção cultural submetida ao Regime. concebeu um projecto totalizante que fez de artistas e escritores instrumentos privilegiados da propaganda do seu ideário projecto teve o nome de “política do espírito” Ferro servia-se assim da política de espírito para mediatizar o regime. elevar a mente dos portugueses e alimentar a sua alma. António Ferro convenceu Salazar da importância das manifestações culturais para o regime. Afirmava: “a arte a literatura e as ciências constituem a grande fachada de uma nacionalidade, o que se vê lá de fora” pelo que ao estado caberia estimular a criação cultural. António Ferro e Salazar incutiam no povo o amor da pátria, o culto dos heróis, as virtudes familiares, a confiança no progresso, ou seja, o ideário do Estado Novo.
  • 17. Essa cultura, que se queria Portuguesa e nacionalista, teria, igualmente, que evidenciar uma estética moderna e aberta ao seu tempo, aquilo que ferro designava de “bom gosto “.  No domínio literário, a acção do Secretariado da propaganda Nacional revelar-se-ia um fracasso. A Adesão dos escritores foi escassa e dos que o regime nomeou poucos se vieram a destacar. Já nas artes plásticas e decorativas, na arquitectura, no bailado, no cinema e até no teatro, a colaboração mostrou-se mais fecunda. O Estado assumia-se como grande entidade empreendedora, através:  Exposições nacionais e internacionais, muitas de cariz histórico, como a exposição do Mundo Português, realizada em 1940,  Obras públicas do regime,  Festas populares,  Teatro, do cinema e da rádio, do bailado, do turismo e de concursos (como os concursos de montras e da “aldeia mais portuguesa”),  Patrocinaram-se artistas e produções que divulgassem, sobretudo, as tradições nacionais e populares e que enaltecessem a grandeza histórica do país e a dimensão civilizadora dos portugueses.
  • 18. Aparelho Repressivo do estado O Estado Novo rodeou-se de um aparelho repressivo que amparava e perpetuava a sua acção. Existia censura prévia  à televisão,  imprensa,  teatro, entre outros era supervisionar os assuntos políticos, militares, morais e religiosos, assumindo constantemente um carácter de ditadura intelectual. Por sua vez a polícia política - Polícia de Vigilância e de Defesa do Estado (PVDE) mais tarde designada por PIDE, Policia Internacional e de Defesa do Estado, distinguia-se por prender, torturar e matar opositores ao regime. As suas maiores vítimas foram os militares e simpatizantes do Partido Comunista Português.
  • 19. A defesa do Ruralismo leva a um condicionamento Industrial Criticou-se a sociedade urbana e industrial que era tida como fonte de todos os vícios, enaltecendo-se assim o mundo rural, pois este era o refúgio seguro da virtude e da moralidade. O ruralismo era tido como o ideal do Estado A Industria não foi uma prioridade do Estado Novo, que se traduziu num conjunto de Novo. medidas promotoras da “lavoura nacional”. O fraco crescimento Industrial poder-se-á explicar pela, Foram destinadas verbas para construir política de crescimento Industrial, barragens, esta política lembrava os produtores industriais que precisavam de autorização a população fixou-se em áreas rurais, para todas as medidas que pretendessem a produção de alimentos aumentou, adoptar. exerceu-se um proteccionismo alfandegário entre outras medidas. Afirmava-se como uma política anti-crise, que garantia o A defesa do Ruralismo, permitiu assim o controlo industrial, crescimento rural que levou ao regulava a concorrência aproveitamento do solo e por sua vez o e diminuiu a super-produção, que levou a aumento do emprego em Portugal. quedas nos preços e por sua vez a despedimentos.
  • 20. Fig.6
  • 21. Economia Modelo económico fortemente intervencionista e austero Dirigismo económico ficou patente nas políticas financeira, agrícola, de obras públicas, industrial e colonial adoptadas. Deste modo a estabilidade financeira era uma prioridade para Salazar Exerceu um apertado controlo sobre os ministérios, Conseguiu um equilíbrio orçamental, Fez com que diminuíssem as despesas e aumentassem as receitas, administrou melhor os dinheiros públicos, criou novos impostos, aumentou as tarifas alfandegárias sobre as importações e aumentou as reservas do ouro. As condições rigorosas e austeras de Salazar permitiram um apertado controlo, no que diz respeito a gastos públicos. Assim a estabilização financeira garantiu ao Estado Novo uma imagem de credibilidade e de competência governativa. Fig.7
  • 22. A Política Colonial O Acto Colonial reflectiu a importância das colónias Salazar recusou a independência das colónias e reforçou a tutela sobre estas. Segundo o Pacto Colonial Caberia às colónias: ser apenas fornecedoras de matérias-primas para a indústria metropolitana que obtinha escoamento garantido nos mercados coloniais. O Estado Novo reagia a pressões internacionais, que se faziam sentir sobre as colónias portuguesas, Simultaneamente incutia-se no povo português uma mística imperial, que vários congressos, conferências e exposições ajudariam a propagandear, citam-se: Exposição Colonial Portuguesa, realizada no Porto em 1934 e Exposição do mundo Português em Lisboa em 1940. Fig.8
  • 23. As oposições e o Sobressalto Político Início do Fim do Regime
  • 24. Nos dias 7 e 8 de Maio de 1945 derrota da Alemanha. Salazar tirou deste facto a lição de que o seu regime deveria (pelo menos na aparência) democratizar-se ou correria o risco de cair. Neste contexto, o Governo toma a Iniciativa de antecipar a revisão constitucional, dissolver a Assembleia Nacional e convocar Eleições antecipadas que seriam supostamente “livres”. Um clima de optimismo instala-se nos que de certa forma vêem com maus olhos o Estado Novo. A 8 de Outubro uma Reunião no centro Republicano Almirante Reis nasce o MUD- Movimento de Unidade Democrática reúne as forças clandestinas de oposição ao Regime.
  • 25. Adesão ao MUD alastra-se Para garantir legitimidade do acto eleitoral o MUD formula algumas exigências que considera fundamentais. Entre elas:  o adiantamento das eleições por 6 meses (para se instituírem novos partidos),  a reformulação dos cadernos eleitorais,  e a liberdade de opinião, de informação e de reunião. As esperanças falharam, pois nenhumas das reivindicações do Movimento foi satisfeita, e este desistiu à boca das urnas. As listas de adesão ao MUD foram recolhidas pelo governo com o objectivo de “examinar a autenticidade das assinaturas” acabando por fornecer à polícia política as informações necessárias para uma repressão eficaz muitos aderentes ao MUD foram interrogados, presos ou despedidos do seu trabalho.
  • 26. Nesse mesmo ano, as forças opositoras voltam a ter nova oportunidade de mobilização. Com a candidatura de Norton de Matos às eleições presidenciais. Era a primeira vez que um candidato da oposição concorria à Presidência da República. A sua candidatura voltou a entusiasmar o país mas. Face a uma severa repressão, Norton de Matos apresentou também a sua desistência, pouco antes das eleições. Nos sucessivos anos, a oposição democrática dividiu-se, acabando por enfraquecer e assim o governo pensou ter a situação controlada. 1958 os animos voltam a exaltar-se com a candidatura de Humberto Delgado, e as novas eleições presidenciais desencadearam um autentico terramoto político. Humberto Delgado fica conhecido como “General sem Medo”, mostrou um carisma e uma determinação surpreendentes, entusiasmaram o país. Anunciou demitir Salazar, caso fosse eleito, o que levou a uma intensa mobilização da Fig.9 população, de tal forma que Salazar acusou o General de provocar ”agitação social, desordem e intranquilidade política”.
  • 27. O resultado final das eleições deu a esmagadora maioria ao candidato Humberto Delgado. Mas a credibilidade dos resultados e com ela, a do próprio Regime saíram seriamente abaladas Para evitar um novo risco de um “golpe de Estado constitucional”, Salazar anulou o sistema de sufrágio directo, passando o chefe de estado a ser eleito por um colégio eleitoral restrito. As eleições acabaram assim por ser desonestas. Os anos de 1959-62 foram marcados por uma forte diminuição da oposição. O Bispo do Porto, António Gomes, escreveu uma dura carta a Salazar em que denuncia a miséria do Povo e a falta de Liberdades cívicas. A coragem do Bispo, custou-lhe 10 anos no exílio, mas inspirou um grupo crescente te católicos que passaram a criticar o Estado Novo.
  • 28. A instabilidade crescia e ocorreram dois golpes a fim de derrubar o regime. A ditadura portuguesa mostrava o seu carácter repressivo ao fazer em apenas dois anos mais de 1200 presos políticos e ao reprimir, com mortos e feridos, as manifestações do 31 de Janeiro, do 5 de Outubro e do 1º de Maio. Humberto Delgado é exilado para o Brasil, mas governa de longe contra Salazar. 1ºMomento O seu estado de saúde agravou-se O presidente da república vê-se obrigado a iniciar os procedimentos institucionais para a sua substituição. A escolha Recais sobre o professor Marcello Caetano Fig.10
  • 30. Marcello Caetano Nos primeiros meses do mandato o Em parte contra governo dá o Salazarismo sinais de Abertura Pretendia a evolução do país Era mais liberal e mais liberdade
  • 31. Opositores políticos enchem-se de esperanças, Faz regressar do exílio algumas pessoas como o Bispo do Porto e Mário Soares, Modera-se a Polícia Política que por sua vez passa a chamar-se de DGS, Abranda-se a censura e é aberta a união Nacional. Este clima de mudança ficou conhecido como Primavera Marcelista. Em 1969 preparam-se as eleições legislativas. Procurando legitimá-las aos olhos da opinião pública, o Governo: Alargou o sufrágio feminino; Permitiu maior liberdade de campanha à oposição; Consentiu a consulta dos cadernos eleitorais; Autorizou a fiscalização das mesas de voto. No entanto, embora possa considerar-se o menos manipulado de todos os que ocorreram durante o Estado Novo, o acto eleitoral saldou-se por uma série de atropelos aos princípios democráticos.
  • 32. Marcello Caetano viu-se sem o apoio dos liberais, Condenavam-lhe a falta de força para continuar a implementar as reformas necessárias. Obrigado a reprimir um poderoso surto de agitação estudantil, greves operárias e até acções bombistas Marcello Caetano liga-se cada vez mais à direita e inflecte a sua política inicial. Marcello Caetano toma novas medidas, tais como: 1. Encerra Associações de Estudantes; 2. Aperta a legislação sindical; 3. Polícia Política volta a actuar; 4. Opositores são enviados para o exílio; 5. Américo Tomás é reconduzido para Presidente da República, eleito por um colégio eleitoral restrito.
  • 33. Da Revolução à Democracia Em 1973 de Julho, surge o Movimento dos Capitães, Nasceu como forma de protesto, contra as diplomacias legais que facilitavam o acesso de oficiais milicianos ao quadro permanente do exército. O Movimento dos Capitães depositou a sua confiança nos Generais Costa Gomes e Spínola, respectivamente chefe e vice-chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Vários acontecimento deram força àqueles que, dentro do movimento (agora denominado Movimento das Forças Armadas - MFA), acreditavam na urgência de um golpe militar, para restaurar as liberdades cívicas e permitissem a tão desejada solução para o problema colonial. O MFA preparou a operação Militar na madrugada de 25 de Abril de 1974 que pôs fim ao Estado Novo.
  • 35. Coordenação: Major Otelo Saraiva Carvalho Plano: Transmissão pela rádio, das canções-senha “E depois do Adeus” de Paulo Carvalho e “Grândola Vila-Morena” de Zeca Afonso. As unidades militares ocupam as estações de rádio de RTP e controlam o aeroporto e os quartéis-generais de Lisboa e Norte e cercam os ministérios militares do Terreiro do Paço. Falha: No Terreiro do Paço a Escola Prática Cavalaria de Santarém, chefiada por Salgueiro Maia depara-se com um regimento da cavalaria em defesa do Regime (contudo não havia disparos/violência) Fim do Regime: Marcelo Caetano rendeu-se ao general Spínola e o “Movimento dos Capitães” sentia-se já vitorioso. Multidão saiu às ruas em apoio aos militares e distribui-lhes cravos Vermelhos Nota: Só a Policia Política resistiu a esta Revolução, acabando por matar 4 pessoas. Conclusão: A Facilidade com que o regime autoritário caio nas mãos do seu próprio exército prova o anacronismo e total isolamento em que tinha mergulhado a vida política portuguesa.
  • 36. 25 de Abril de 1974 Não podemos ficar Indiferentes
  • 37. Bibliografia Pinto do Couto, Célia; Rosas, Maria, “O Tempo da História parte 1”, Porto Editora 2010 Pinto do Couto, Célia; Rosas, Maria, “O Tempo da História parte 2”, Porto Editora 2010 Cardoso, Eurico, “Segunda República 1926-1974”, Edição do autor 2010