O documento é um relatório de um filme visionado por uma aluna sobre o sequestro de Natascha Kampusch. Resume o filme, que conta a história verídica de como Natascha foi sequestrada aos 10 anos e mantida cativa por 3096 dias até conseguir escapar. Descreve os abusos que sofreu física e psicologicamente nas mãos do sequestrador Wolfgang Priklopil.
1. Agrupamento das escolas de Santa Maria Da Feira
Escola Secundária de Santa Maria Da Feira
Curso de Ciências e Tecnologias
Ano Lectivo: 2014/2015
Relatório de visionamento do filme:
- 3096 Dias de Cativeiro
Aluna: Ana Sofia Dias Gomes
Número: 3 Ano: 10º Turma: A
Professora: Maria Helena Machado de Sousa Magalhães
Trabalho realizado no âmbito da disciplina de Português
Santa Maria Da Feira, 6 de Outubro de 2014
2. Introdução
Data de visionamento do filme: 5 de Outubro de 2014
Título do filme: 3096 dias de Cativeiro
Realizador: Sherry Hormann
Ano de realização: 2013, na Alemanha
Personagens principais: Natascha Kampusch e Wolfgang Priklopil
Motivação: Não tinha nada em mente, e como adoro filmes verídicos,
procurei em vários sites e o título deste filme fascinou-me, decidi optar por este
por exclusão de partes.
Desenvolvimento
3096 Dias de Cativeiro é um filme baseado no livro com o mesmo nome, escrito por
Natascha Kampusch, que esteve presa desde que foi raptada, a 02 de Março de 1988,
em Viena de Áustria até que conseguiu fugir, a 28 agosto de 2006.
Natascha Kampusch tinha apenas 10 anos quando, pela primeira vez, após uma briga
com a mãe, decidiu ir sozinha para a escola. Wolfgang Priklopil, na altura com 35 anos,
engenheiro desempregado, aguardava pela única oportunidade de agarrar Natascha e
empurrá-la para a sua carrinha branco, que saiu disparada pela rua logo depois.
Ele tinha planejado o sequestro meticulosamente vários meses antes. Construiu um
pequeno cubículo subterrâneo de 5 m² em baixo da garagem para prender a menina, e
o único acesso para lá dava-se por um pequeno túnel fechado por uma porta de betão.
Wolfgang morava sozinho e recebia apenas visitas espontâneas da mãe, que lhe levava
comida de vez em quando. Era o ambiente perfeito criado para manter a pequena
Natascha em segredo durante anos. Ainda a polícia esteve a poucos passos de onde a
criança estava trancada, chegou a interrogar o suspeito (por causa da carrinha branca
vista por uma testemunha e que era a única pista da polícia do possível paradeiro de
Natascha) e, mesmo assim, mesmo sem que Wolfgang apresentasse um álibi, a polícia
não viu nele um possível suspeito e simplesmente prosseguiu caminho.
O filme mostra de maneira perturbadora os 3096 dias em que Natascha se manteve sob
os cuidados do sequestrador, nos quais passou momentos de grande aflição, de
desespero, sofrimento, angústias, agitação, ódio, terror, infelicidade e fraqueza. Houve
altura que passou fome, o sequestrador não lhe dava o que comer, ele agredia-a,
rapava-lhe o cabelo (após a uma situação com a mãe, que encontrara um cabelo loiro
comprido no seu peito), torturava-a psicologicamente, obrigara-a a mudar de nome,
etc.
O filme mostra também, de maneira muito clara, os sentimentos contraditórios da
menina e posterior adolescente Natascha Kampusch, desde os seus 10 anos que, presa
numa cela de 2 por 3 metros, brincava às escolinhas com um vestido velho que a mãe
lhe fizera para levar para a escola no dia em que fora raptada, que se encontrava
disposto na cadeira ou desenhava maçanetas e pintava armários para deixar a sua cela
o mais parecida possível com o seu antigo lar.
3. Natascha só saiu pela primeira vez daquele lugar horrível quando lhe veio a
menstruação por volta dos seus 16 anos, e foi a partir desse dia que Wolfgang começou
a “abusar” dela sexualmente, obrigando-a a dormir com ele e a aninharem-se. Mas já
quase em adulta, a adolescente vive uma relação adulta com o homem que a raptara e
criara desde então, a vítima passou a se identificar com o sequestrador e criar certo
afecto por ele.
Natascha sofria cada vez mais e até chegou tentar suicidar-se, mas com medo, apagou
o fumo que fizera ao queimar a sua roupa velha e ainda escrevia em pequenos pedaços
de papel higiénico todos os murros, golpes na cabeça e pontapés que recebia dele
quando fazia algo que ele não gostava.
Ora, uns meses mais tarde, enquanto Natascha arrumava a carrinha e Wolfgang, a casa,
ele recebe uma chamada e sai da beira dela. Vendo que o portão da frente estava
aberto, ela corre e foge, quando ele regressa repara que ela não está lá, procura-a por
um bocado e sabendo que não conseguiria fazer mais nada, corre para a frente de um
comboio, perdendo a sua vida.
Enquanto isto, Natasha encontra uma mulher e pede-lhe ajuda. A polícia chega e de
seguida conta as novidades aos pais, que correm até ao local.
O reencontro, após 8 anos de tristeza, foi uma enorme felicidade para todos, e para ela
foi como ver os pais pela primeira vez.
As partes mais importantes deste filme são os primeiros minutos, o meio e o fim
do filme, no qual ela enuncia uma frase que marca o filme:
o “Estava claro, somente um de nós sobreviveria, e no fim fui eu e não ele.”
o “Me deixa ir, então um de nós vai ter que morrer.”
o “Estava claro, somente um de nós iria sobreviver, e no fim fui eu e não ele.”
4. Conclusão
No fim, acredito que Natascha teve uma reacção de muitos sentimentos envolvidos em
relação ao sequestro e a Wolfgang, mas principalmente de coragem de lutar pela própria
vida segundo a segundo, e tirar o melhor que pudesse de uma situação impensável, de
uma situação por oito anos sem possibilidade de fuga.
Recomendo este filme a qualquer um, pois esta é uma história de vida, de luta e uma
confusão de sentimentos, e surpreende verdadeiramente todos pelo que ela passou e
viveu e faz-nos dar valor à vida.
Futuramente irei visualizar filmes parecidos, para poder aprender com outras situações
semelhantes e perceber o quanto sofreram, pois normalmente quando achámos que
tudo nos corre mal, nunca pensamos naqueles que vivem situações totalmente piores, de
horror e desespero. Assim de tudo, são lições de vida.
Anexos
Ficha técnica do filme:
o Trailer Legendado: http://www.youtube.com/watch?v=RROOQsgZeI8
o Género: Drama
o Guião: Ruth Toma e Peter Reichard
o Direcção: Sherry Hormann
o Imagem: Bernd Lepel
o Montagem: Mona Bräuer
o Figurinos: Gabriele Binder
o Elenco: Amelia Pidgeon, Angelina Noa, Antonia Campbell-Hughes, Dearbhla
Molloy, Ellen Schwiers, Erni Mangold, Heike Koslowski, Henry Schindler, Michael
A. Grimm, Nicholas Reinke, Roeland Wiesnekker, Sebastian Weber, Thomas Loibl,
Thure Lindhardt, Tina Grawe, Trine Dyrholm
o Produção: Martin Moszkowicz
o Linha de produção: Christine Rothe
o Fotografia: Michael Ballhaus
o Trilha Sonora: Martin Todsharow
o Duração: 111 min.
o Ano: 2013
o País: Alemanha
5. Críticas sobre o filme:
o “Mais do que a procura de uma estética, o filme vale por este aspecto
documental de testemunho horrendo de uma experiência singular, reforçado
pelas excelentes interpretações de Amelia Pidgeon (Natascha aos 10 anos), Thure
Lindhardt (o louco Wolfgang Priklopil) e, sobretudo, de Antonia Campbell -Hughes
(Natascha adolescente) que soube conferir à personagem a força sobre humana,
a coragem e a lucidez que permitiram à jovem raptada sobreviver a oito anos de
maus tratos e ainda conseguir escapar pelos seus próprios meios com vida, mal
percebeu que aquela era a sua oportunidade.
o “3096 Dias de Cativeiro” recria ainda o ambiente claustrofóbico da cela
subterrânea onde Natascha estava presa e, num jogo de luz e sombra, o
ambiente que aí se vivia na ausência de qualquer contacto com o exterior.
Mesmo depois de o raptor permitir à jovem acompanhá-lo ao exterior, o
espectador sente verdadeiramente o pavor que assola a jovem, p medo
paralisante, a barreira com o exterior, que a impede de comunicar com os outros
e de esse modo ter tentado fugir mais cedo.
o Não é abordada a vida de Natascha depois da fuga, que tem sido bastante
conturbada, nem mesmo o seu reencontro com os pais corresponde à verdade
dos factos, mas não parece, que isso perturbe a recepção da obra. O espectador
vive os 111 minutos do filme num verdadeiro estado de tensão, num choque de
emoções contraditórias e com um sentimento profundo de culpa por nada ter
feito pela salvação daquela jovem bem como de muitas outras que ainda hoje se
podem encontrar em situações semelhantes. A fragilidade da segurança em que
cremos acreditar que vivemos é fortemente abalada por este filme, com poucos
diálogos, sem grandes explicações psicológicas mas com uma carga emocional
fortíssima, que talvez não agrade a quem procure culpados à viva força.”
o Trata-se de uma crítica anónima classificando o filme com 4.