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HISTÓRIA


                                                    ROMA
1. MONARQUIA                                                             representantes do Estado. Os cônsules eram
                                                                         os principais magistrados.
      Na monarquia romana, o rei exercia funções                         Pretor: administrava a justiça.
executiva, judicial e religiosa. O Senado, composto                      Censor: fazia a contagem da população
pelos patrícios, tinha o poder de vetar as leis apresen-                 (censo), e controlava a moral através da
tadas pelo rei. A assembléia dos cidadãos votava as                      censura. Elaborava o "Álbum Senatorial",
leis.                                                                    isto é, a lista dos senadores.
      A estrutura social em Roma, neste período,                         Edil: era encarregado da administração da
estava dividida nas seguintes classes sociais.                           cidade, da sua conservação e policiamento.
           Sociedade romana
                                                                         Questor: cuidava da arrecadação dos
                                                                         impostos.
                              Patrícios                                  Ditador: em épocas de crises e guerras era
                                                                         escolhido um ditador, que governava pelo
                                  Clientes                               prazo de seis meses, prorrogável, no
                                     Plebeus
                                                                         máximo, por mais seis meses com plenos
                                                                         poderes.
                                                                      Esta estrutura política acabou por marginalizar
      A crise da monarquia em Roma esteve associ-              a maior parte da população, constituída pelos
ada ao domínio etrusco sobre a cidade. O rei etrusco           plebeus. Afastados da propriedade e, além disso,
Tarquínio, o Soberbo, ao se aproximar da plebe para            sujeitos     à     escravidão      por   dívidas,   os
exercer seu poder em detrimento da nobreza patrícia,           descontentamentos levaram ao aprofundamento da
foi derrubado, em 509 a.C., instalando-se em Roma,             luta de classes.
uma República.
                                                               3. AS REVOLTAS DA PLEBE
2. A REPÚBLICA (509 A 27 A.C.)
                                                                      O início da República foi marcado por intensas
       A implantação do regime republicano em                  lutas de classes. Os plebeus, eram manipulados pelos
Roma significou a afirmação do poder do Senado,                patrícios para iniciar o processo de expansão, neces-
representante exclusivo dos interesses dos patrícios.          sitavam dos plebeus como soldados romanos.
O Senado controlava a administração e as finanças,                    Enquanto Roma aumentava o seu território, às
além de decidir pela guerra e pela paz.                        custas dos povos vizinhos, os patrícios se apropria-
       O Senado passou a ser o órgão político mais             vam da maior parte das terras, aumentando assim a
importante. Seus membros eram vitalícios e além de             quantidade de camponeses sem terra e de escravos
legislar, decidiam todas as questões importantes da            por dívidas (a contradição entre o desenvolvimento e
política interna e externa. A Assembléia Centuriata            a distribuição de renda). Este fato fez aumentar as
era outro órgão de suma importância, elegendo os               pressões sociais pela reforma agrária, pelo fim da es-
Cônsules e votando as leis, sempre resguardando o              cravidão e contra o desemprego que atingia a plebe,
direito dos proprietários. As atribuições religiosas           problemas estes, que chegaram a promover conflitos
cabiam ao colégio dos Pontífices, que interpretava os          como, por exemplo, a Revolta do Monte Sagrado -
costumes e a tradição e aplicava a lei costumeira (não         primeira greve: ameaça de uma mudança em massa
existiam leis escritas).                                       dos plebeus para outra área. Diante destas necessida-
       Os cidadãos faziam-se representar na                    des, os patrícios iniciaram um processo de concessão
Assembléia Centurial, isto é, em grupos de centúrias,          aos plebeus que culminou na aprovação das seguintes
cuja função era propor leis e escolher os magistrados.         leis:
O predomínio, também aqui, era dos patrícios, que                        O Tribunato da Plebe (493 a.C.): era
constituíam 98 centúrias contra 95 dos plebeus. Uma                      composto por dois tribunos que, eleitos pela
vez que o voto era por centúria, a aristocracia patrícia                 plebe em Assembléia, tinham como função
controlava as decisões.                                                  defender o interesse da Plebe. A questão é
       Por sua vez, o poder executivo em Roma ficou                      que neste momento já estava ocorrendo um
a cargo das chamadas magistraturas, ocupadas por                         crescimento das atividades comerciais, pro-
patrícios e eleitas pela Assembléia Centuriata:                          duzindo uma classe de plebeus ricos, que
          Cônsules: em número de dois, propunham                         venciam as eleições nas Assembléias, às
          leis e presidiam o Senado, a Assembléia e                      custas do abuso do poder econômico nas
          comandavam o exército. Eram os                                 campanhas. Mais tarde, o poder dos plebeus
Editora Exato                                              7
aumentou, quando foi aprovada a Lei Hor-            merciantes. As técnicas rudimentares de produção
          tência (286 a.C.) que dava força de Lei às          agrícola não permitiam o aumento e a única maneira
          decisões da Assembléia popular (Comitia             de se aumentar esta produção era com a conquista de
          Tributa).                                           mais terras e mão-de-obra (escravos).
          Lei das XII Tábuas (450 a.C): o outro a-                   A terra conquistada era convertida em ager
          vanço parcial conquistado pelos plebeus foi         publicus, que eram divididos em pastos comuns (uso
          a publicação das leis escritas, em que a ple-       de todos os cidadãos romanos), arrendada em peque-
          be pretendia obter igualdade jurídica. Esta         nos lotes a camponeses e, a maior parte, era entregue
          concessão deve ser entendida como uma               em latifúndios à exploração da aristocracia escravis-
          manobra do patriciado que, sabendo das li-          ta.
          mitações do movimento popular, concede-                    Após a unificação da Itália, os romanos se de-
          ram alguns direitos a uma massa de                  pararam com duas grandes potências: Cartago, que
          iletrados que não saberiam, em sua grande           dominava o Mediterrâneo, e a Macedônia, que domi-
          maioria, interpretar estas leis.                    nava o Oriente. A rivalidade entre Roma e Cartago
          Lei Canuléia (445 a.C.): instituiu a igual-         pelas regiões comerciais e agrícolas em torno do Me-
          dade civil, o que permitia o casamento entre        diterrâneo, culminaram nas Guerras Púnicas. A guer-
          patrícios e plebeus. Observa-se, neste mo-          ra começou por causa do interesse da aristocracia
          mento histórico o crescimento das ativida-          romana na Sicília e na Espanha, que eram colônias
          des comerciais, o que enriquecia uma                cartaginesas. A aristocracia romana era apoiada pelos
          grande quantidade de plebeus, ao passo que          grandes comerciantes, que estavam interessados nas
          a desvalorização da Terra como única fonte          rotas marítimas e nos entrepostos comerciais.
          de riqueza arruinava muitas famílias patrí-         5.1. A escravidão como modo de pro-
          cias. A solução para a crise do patriciado          dução nas posses romanas
          era o casamento com plebeus ricos comer-
                                                                     Eles podiam ser escravos públicos e particula-
          ciantes, fazendo surgir assim uma aristocra-
                                                              res. Os escravos do Estado eram utilizados nas gran-
          cia do dinheiro em Roma - classe eqüestre
                                                              des construções, em obras urbanas, nos serviços
          ou cavaleiros.
                                                              domésticos dos templos, nas minas e pedreiras.
          Lei Licínia (367 a.C.): dividia o Consulado
                                                                     Os escravos particulares dividiam-se em urba-
          com a nomeação de um Cônsul patrício e
                                                              nos e rurais. Os urbanos desempenhavam funções
          outro plebeu, regulamentava o uso das ter-
                                                              domésticas, inclusive de professor, e nas oficinas ar-
          ras públicas (ager públicos) e, o mais im-
                                                              tesanais (a mão-de-obra escrava serviu também para
          portante, estabelecia o critério econômico
                                                              a diminuição da oferta de empregos para os homens
          para a participação política.
                                                              livres e a conseqüente redução dos salários). Esses
          Lei Poetelia (326 a.C.): foi o maior avanço
                                                              escravos urbanos tinham também a possibilidade de
          social para a plebe pobre com a concessão
                                                              ganhar sua liberdade (manumissão), enquanto os es-
          da libertação dos escravos por dívidas e o
                                                              cravos rurais nunca atingiriam este privilégio.
          fim deste tipo de escravidão para os cida-
                                                                     A preocupação com o escravo por parte do se-
          dãos romanos.
                                                              nhor era facilmente explicável, pois o proprietário
          Lei Ogúlnia (300 a.C.): já a igualdade reli-
                                                              não destruiria seu bem e se o escravo fosse extrema-
          giosa foi concedida através da lei que per-
                                                              mente maltratado, ele traria o perigo da revolta. Po-
          mitiu o acesso dos plebeus aos colégios
                                                              rém, essas revoltas não tardaram a acontecer. Por
          sacerdotais e ao cargo de Pontífice Máxi-
                                                              volta do século I a.C., estouraram revoltas na Sicília
          mo.
                                                              (Espartacus) e na Ásia Menor. Estas regiões domina-
4. A EXPANSÃO ROMANA E SUAS CONSE-                            das sempre ofereceram resistência à dominação ro-
   QÜÊNCIAS                                                   mana que lhes privou do maior bem que um ser
                                                              humano pode possuir: a liberdade. Essas revoltas não
       O início da expansão romana se dá no século V          exigiam o fim do sistema escravista e sim a liberdade
a.C., quando Roma consegue repelir o ataque de vá-            dos escravos revoltosos e isso acontecia porque eles
rios povos vizinhos e conquista o Lácio e a Etrúria. A        não possuíam uma maior compreensão da realidade
partir daí, o exército romano avança e começam as             em que viviam sem possuírem uma consciência de
conquistas que foram auxiliadas pelo enfraquecimen-           classe.
to econômico dos povos que habitam a Península itá-
lica e pelo bem organizado e melhor armado exército.
No final do século III a.C., toda a península está sob
o domínio romano.
       Este tipo de política expansionista obedecia
aos interesses da aristocracia rural e dos grandes co-
Editora Exato                                             8
5.2. Conseqüências                                           que, embasada numa falsa acusação, irá executar
       O expansionismo romano trouxe grandes mu-             Tibério como um traidor.
danças para a economia agrícola da Itália. A terra foi              Em 123 a.C., Caio Graco, irmão de Tibério,
apropriada pela aristocracia, que passou a utilizar a        sendo eleito Tribuno da Plebe, retoma as propostas
abundante mão-de-obra escrava, oriunda das conquis-          de seu irmão. Para conseguir apoio dos cavaleiros,
tas em seus latifúndios. O baixo preço dos cereais           faz aprovar uma lei judiciária, aumentando o poder
importados levou à desvalorização das atividades dos         destes na administração do Estado. Conseguiu ainda
pequenos proprietários. Estes, não podendo concorrer         a aprovação da Lei Frumentária, que obrigava o
com a economia escravista, contraíam dívidas, sem            Estado a vender trigo mais barato para os mais
condições de pagá-las e sob grande pressão da aristo-        pobres. Suas propostas, principalmente com relação à
cracia acabavam por perderem suas terras. Os arren-          reforma agrária, batem de frente com os interesses
datários perdiam espaço para os escravos. Estas              da classe aristocrática e esta o força a cometer
camadas camponesas acabavam migrando para as ci-             suicídio em 121 a.C.
dades para viverem, na grande maioria das vezes, do          5.2. Ditaduras de Mário e Sila (107-79
ócio, Nas cidades, estes desocupados só tinham um            a. C)
bem para venderem, o voto, que era avidamente dis-                  Mário, ligado à classe dos cavaleiros, é eleito
putado pelos políticos oportunistas.                         Cônsul em 107 a.C; dentre suas realizações, temos:
       A influência cultural helenística foi marcante,                 profissionalização do exército, que criou
principalmente após a anexação da Grécia e Macedô-                     uma maior devoção do soldado ao
nia, no século II a.C. O conhecimento do idioma gre-                   comandante do que à República;
go tornou-se imprescindível para o comércio e                          implantação uma ditadura, com o apoio do
símbolo de prestígio social. Escravos gregos eram u-                   exército;
tilizados na educação da elite romana. A cultura ro-                   redução o poder do Senado e dos
mana, como parte de um sistema escravista, também                      privilégios da aristocracia;
se encontrava corrompida pelos costumes gregos (he-                    concessões aos cavaleiros.
lênicos). O crescimento da personalização do poder,                 Mário morre em 86 a.C. e é sucedido por Sila.
que tem o seu ápice durante o período imperial, tam-         Este, apoiado pelo Senado, liderará a reação da
bém pode ser usado como exemplo de influência da             aristocracia, reimplantando seus direitos e caçando
cultura helênica na política.                                os direitos dos cavaleiros. Morre em 79 a.C.,
       Deve-se, contudo, ressaltar que as conquistas         deixando Roma mergulhada em uma profunda crise
significaram o fortalecimento político daqueles que          social e política, que se reflete nas diversas rebeliões
eram os reais responsáveis pela riqueza e glória de          que se instaurarão neste período, das quais destacam-
Roma, os Generais. As contradições existentes entre          se:
o desenvolvimento e a miséria do povo, aliadas ao                      Rebelião do Sertório - ocorrida em 78
prestígio político do exército e o desenvolvimento da                  a.C., na Espanha, e vencida pelo Gen.
classe de comerciantes (antigos plebeus ricos) conse-                  Pompeu.
qüentemente reduzem a capacidade do Senado e das                       Rebelião de Espártaco - ocorrida em 73
instituições republicanas de continuarem controlando                   a.C. no sul da Itália, foi uma rebelião de
a vida política romana.                                                escravos, tendo à frente um gladiador de
                                                                       grande prestígio (Espártaco), reuniu
5. A CRISE DA REPÚBLICA                                                cinqüenta mil escravos e foi vencida por
                                                                       Crasso em 71 a.C;
5.1. A crise social e as tentativas de
                                                                       Conspiração de Catilina - O líder do
reforma agrária dos irmãos graco:                                      partido popular arquitetava um golpe. Foi
       Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos                         descoberto, denunciado e morto, junto com
sucessivamente tribunos da plebe, procuraram                           três mil seguidores na região de Pistóia.
solucionar a crise da República, através da realização       5.3. Os Triunviratos e a Ditadura de
de reformas que atendessem às reivindicações dos
desempregados e dos cavaleiros. A violenta reação da         César
aristocracia impediu, entretanto, a concretização                   A administração do vasto império romano foi
dessas reformas populares.                                   dividida da seguinte forma: Roma e regiões vizinhas,
       Em 133 a.C., Tibério Graco foi eleito tribuno         para Pompeu, o Oriente, para Crasso e a Gália, para
da plebe e conseguiu a aprovação de uma lei agrária,         César. Após a morte de Crasso, a elite dominante
que limitava a extensão dos latifúndios e autorizava a       romana, temendo o poder e o prestígio adquiridos por
distribuição de terras para os desempregados. Tais           César (mais ainda após as conquistas na Gália) assu-
tentativas encontraram forte oposição da aristocracia        me declaradamente a defesa da concentração do po-
                                                             der nas mãos de Pompeu e afasta-se de César, por

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causa de suas ligações com o partido democrático.               cidam-se e o Egito é anexado a Roma como uma de
Neste momento, Roma vivencia mais uma guerra ci-                suas províncias.
vil pelo poder. César, comandando um forte exército,                  O fim do Estado descentralizado, da pólis in-
marcha sobre a cidade e assume o poder. Após sua                dependente, da politicagem corrupta e nepótica dos
vitória, o Senado, sem poder reagir, lhe confere o tí-          senadores, serão substituídos pela Autocracia, basea-
tulo de Ditador vitalício.                                      da na força com amplo apoio popular. Isto nos de-
       O Estado romano dirigido por César suprimiu              mosntra a espectativa de mudança que o povo
o poder do Senado e não concedeu às camadas popu-               romano, povo mesmo, estava vivendo.
lares nenhuma mudança estrutural, porém, contava
                                                                6. ALTO IMPÉRIO
com amplo apoio popular, dos exércitos e dos cava-
leiros. Em seu curto governo, a cidadania romana foi                   O retorno de Otávio a Roma foi marcado por
estendida a muitos habitantes das províncias, claro,            uma recepção gloriosa e pela expectativa de que ele
em troca de apoio e estabilidade. Fundaram-se mais              se tornaria o salvador da República. Otávio recebeu
colônias fora da Itália e suas terras foram distribuídas        do Senado o título de Princeps (primeiro cidadão),
aos veteranos de guerra. Reformou-se o calendário               primeira etapa para tentar obter o título de Imperador
(calendário Juliano), modernizou-se as administra-              (o supremo).
ções provinciais, iniciou-se um processo de romani-                    O governo monárquico e autoritário de Otávio
zação das regiões conquistadas (invasão cultural) e             Augusto (autocracia), manteve as aparências republi-
realizou-se grandes obras públicas contratando traba-           canas através do funcionamento de suas instituições
lhadores livres desempregados.                                  (Senado e Magistraturas), iniciando o período do
       A centralização do poder e sua administração –           Principado, que foi a primeira fase do Império Ro-
preocupada com concessões às camadas populares,                 mano. Como prova disso, podemos destacar a manu-
não por consciência e sim por pura necessidade de               tenção dos privilégios sociais dos Senadores e uma
uma ampla base de apoio político e contra os levantes           certa influência política, conforme o apoio prestado
sociais que poderiam desestabilizar seu governo –               ao governo de Otávio. O auge da crise republicana,
soariam como uma ameaça aos interesses das cama-                com o esmagamento do movimento popular, as crises
das proprietárias dirigentes.                                   entre as classes dominantes e o seu respectivo des-
       Esta ameaça ao poder político da elite patrícia          gaste político, abrem o caminho para o poder pessoal.
– vai ter uma única solução, o assassinato de César,                   O governo de Caio Otávio Augusto represen-
numa conspiração, dentro do Senado Romano. A                    tava os interesses da classe dos cavaleiros (comerci-
conspiração e morte do Ditador Vitalício não conta-             antes) que lhe deram total apoio. O império foi
ram com o apoio da população da Itália, de Roma e               caracterizado pelo poder político entregue nas mãos
da maioria do exército, intensificando-se assim, no-            dos generais do exército que administravam, visando
vamente, as lutas pelo poder em Roma.                           ao desenvolvimento das atividades comerciais sem se
       Com o aumento das possessões romanas (bus-               descuidar também dos benefícios para a classe patrí-
ca de terras, escravos, riquezas), dificultava a admi-          cia.
nistração, aumentava o perigo das revoltas nas                         As questões sociais no governo do Principado
regiões conquistadas e acabava por valorizar uma de             foram resolvidas através da distribuição de terras em
suas classes sociais, os militares, cujo apoio era dis-         novas colônias para veteranos do exército. Já, o pro-
putado por todas as correntes políticas de Roma. Po-            blema da grande quantidade de plebeus que viviam
rém, os chefes militares de maior evidência, Marco              no ócio na cidade de Roma era muito grande. Esta
Antônio, Lépido e Otávio (filho adotivo de César) fi-           massa de desocupados e miseráveis representava um
zeram um acordo e receberam poderes limitados da                grande perigo para os proprietários. Pensando nisso,
Assembléia Popular. As províncias foram divididas               Otávio iniciou a chamada política do pão e do circo
da seguinte forma: Marco Antônio governaria o Ori-              (Panem et Circensis). Esta política consistia no for-
ente, Otávio o Ocidente e Lépido a África. A Itália             necimento de trigo e diversão a estes desempregados.
seria governada pelos três.                                     Como exemplo desta prática, podemos citar os jogos
       Os problemas entre os Triunviros logo apare-             de gladiadores, os cristãos jogados para os leões, o
ceram, pois todos queriam a centralização do poder              Teatro etc.). O objetivo não era resolver o problema
político. Otávio destitui Lépido e tem sua aliança              das classes populares e sim mantê-las em níveis acei-
com Marco Antônio rompida por este, publicamente.               táveis, sem que esta população se revoltasse contra o
Marco Antônio, apaixonado, e para assegurar base                império e os proprietários. Com esta política, desvia-
econômica e militar, faz sua aliança com Cleópatra,             va-se a atenção da plebe de seus verdadeiros proble-
governante do Egito. A guerra direta (32 a.C.) e irre-          mas, que eram a falta de terras e de trabalho.
mediável entre eles só vai terminar na batalha naval                   A economia romana passou a receber o empe-
do Ácio. Derrotados, Marco Antônio e Cleópatra sui-             nho pessoal do imperador, principalmente as ativida-
                                                                des comerciais. Criou-se uma moeda romana

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universal, construíram e aperfeiçoaram os portos e as         esquecer a necessidade de uma nova base ideológica
estradas desenvolvendo-se assim a vida urbana, ge-            para o sustentáculo deste mesmo Estado. O Impera-
rando conseqüentemente uma maior infra-estrutura              dor centralizava o poder religioso, mostrando-se co-
para o comércio.                                              mo escolhido por deus para zelar de seu povo.
       O governo de Augusto vai promover, além do                    Opondo-se à estrutura escravocrata, o
desenvolvimento urbano, um grande desenvolvimen-              Cristianismo contribuía para o desenvolver desta
to cultural. Mantendo a idéia de Alexandre, o Gran-           crise, visto que, com o seu constante crescimento em
de, inicia-se a chamada romanização das áreas                 número de adeptos, desestruturava ideologicamente a
conquistadas. Este processo de dominação cultural é           base de sustentação econômica de Roma. Some-se a
extremamente eficiente para a dominação de outros             isso o fato de, ao tornar-se religião oficial e unir-se
povos que, ao se converterem aos hábitos culturais            ao Estado, a Igreja consumia pesadas somas em
romanos, estariam dominados ideologicamente. O la-            dinheiro e recebia generosas doações de terras, o que
tim passou a ser a língua oficial do império, que re-         contribuiu para o esvaziamento dos cofres públicos.
cebia uma forte influência da cultura helenística                    O Cristianismo progressivamente foi sendo
(helênica + oriental). Os artistas romanos tiveram            estruturado dentro de uma hierarquia rígida e ligada à
grande importância neste momento devido à existên-            estrutura estatal romana. Assumiu até as mesmas
cia do mecenato, porém suas obras retrataram a vida           práticas da antiga religião romana, como o culto e a
da elite dominante que lhes financiava o trabalho.            conservação de imagens de seus mais representativos
Não podemos deixar de destacar que o mecenato era             seguidores. A estruturação do cristianismo em uma
motivo de prestígio social (status).                          Igreja foi de tal modo eficaz que, ao final do Império
       O brilhante império de Otávio Augusto só pos-          Romano, ela o substituiu como instituição central,
suiu uma grande falha, a falta de uma política de su-         sendo fundamental para a formação da mentalidade
cessão ao trono. Sem se preocupar com este assunto,           medieval.
Augusto, quando de sua morte, deixa uma linhagem
                                                              8. O BAIXO IMPÉRIO
de familiares como herdeiros do trono e estes se reve-
lam verdadeiros indolentes.                                           No século I, os romanos conquistaram boa
                                                              parte do mundo conhecido por eles e trouxeram uma
7. O  CRISTIANISMO  E   A                 CONTRA-
                                                              quantidade impressionante de riquezas. Estas
   PROPAGANDA IDEOLÓGICA
                                                              riquezas garantiram a estabilidade e a tranqüilidade
       A expansão do cristianismo em Roma merece              romana no século II. Porém, a opulência, o luxo e a
destaque especial. Tendo sua origem na Judéia                 arrogância foram condutores para a indolência e a
(Oriente), na época uma das províncias de Roma, a             corrupção, que marcaram a crise de Roma e seu
ampla difusão que ele conheceu em vastas regiões do           sistema de dominação.
império deveu-se a alguns fatores muito importantes,          9.1. A Dinastia dos Severos e a divisão
dentre eles, a unidade das fronteiras do Império, o           do poder e do estado
que não impedia a circulação de pessoas. Merece                       Durante a dinastia dos Severos, ainda no sécu-
especial destaque a pregação dos apóstolos Pedro e            lo III, a indolência de seus imperadores vai propiciar
Paulo, que percorreram o império em direção à Itália.         uma nova onda de lutas pelo poder entre as Legiões,
Por outro lado, a unidade lingüística na península            a Guarda Pretoriana e o Senado, aumentando o dese-
balcânica, na Trácia e na Ásia Menor, conseguida              quilíbrio administrativo do Estado. A importância das
pela difusão do "grego koiné", facilitou a aceitação          províncias foi oficializada a partir do Édito de Cara-
dos preceitos cristãos nestas regiões.                        cala (Imperador Caracala) que concedia a cidadania
       As amplas perseguições aos cristãos foram re-          romana aos habitantes livres do império. Esse fato, se
flexo destas desconfianças. O imperador Nero deu i-           por um lado favorecia o império com o aumento da
nício às perseguições no ano de 65. A última grande           tributação, por outro prejudicava, pois admitia a in-
perseguição ocorreu entre 303 e 304, determinada por          dependência das regiões provinciais.
Diocleciano.                                                          Diocleciano vai instituir o imposto “in natura”
       A importância crescente do número de cristãos          devido ao estrangulamento do comércio dificultado
levou a que o imperador Constantino, por meio do              pelas guerras e pela tendência de auto-suficiência re-
Édito de Milão, em 313, concedesse liberdade de cul-          gional e o Édito do Máximo, que tabelava preços e
to aos cristãos e finalmente, em 395, o imperador Te-         salários.
odósio oficializou o cristianismo em Roma por                         Já o seu sucessor, Constantino, decretou a fi-
intermédio do Édito de Tessalônica.                           xação do homem à terra em que trabalhava, e nas ati-
       O cristianismo, que no início foi um movimen-          vidades comerciais e artesanais foi decretada a
to de grande base popular e de oposição à ordem es-           hereditariedade. Tudo isso para facilitar a tributação e
cravista, após a conversão da elite, passa a fazer            não aumentar a falta de mão-de-obra nestes setores
vistas grossas à questão do escravismo. Não devemos           econômicos.
Editora Exato                                            11
Constantino também será responsável pelo re-                    A escultura e a pintura romana estiveram mui-
conhecimento do cristianismo enquanto religião per-             to ligadas à arte decorativa, principalmente na produ-
mitida pelo império (Édito de Milão). Esta postura do           ção de bustos, estátuas, quadros e pinturas de seus
governo visava à tentativa de aumento do apoio po-              heróis.
pular a seu governo. Outro fato imensamente relevan-                   A colaboração romana para a ciência oriental
te do governo de Constantino foi a reconstrução da              foi pequena, restringindo-se apenas à utilização do
antiga colônia grega de Bizâncio, que agora passa a             conhecimento grego e dos povos orientais. Por outro
receber o nome de Constantinopla, uma cidade nova,              lado, as instituições republicanas romanas, suas leis,
bem estruturada, colocada em uma região estratégica,            o exercício da cidadania e a estrutura administrativa
tanto em nível político como militar e comercial.               influenciaram profundamente todo o mundo ociden-
9.2. A crise final do Império Romano                            tal.
       A crise mais geral do escravismo e o colapso                    O direito é uma das grandes contribuições le-
da Antigüidade Clássica aceleram-se progressiva-                gadas pelos romanos à civilização ocidental. Desen-
mente nos séculos IV e V. A crise econômica do O-               volveu-se, em Roma, na medida em que uma das
cidente levou a soluções como a produção de                     preocupações básicas do Estado era regular, por meio
subsistência, a técnica agrícola decaiu, as áreas de            de normas jurídicas, o comportamento social da nu-
cultivo reduziram, a produtividade do solo diminuiu.            merosa população do vasto império.
Os pequenos proprietários arruinados buscavam pro-
                                                                                ESTUDO DIRIGIDO
teção nos grandes latifundiários. Assim, surge o Pa-
trocínio – o homem livre obrigava-se a cultivar um              1   Cite as conseqüências das revoltas plebéias.
lote de terra para um grande proprietário em troca
desta proteção. O Colonato – trabalho na terra em
troca de uma porcentagem –, foi um outro tipo de
instituição assimilada dos germânicos. Essa institui-
ção passou a fazer parte da nova forma de produção e
ganhou espaço durante a crise.
       A crise do estado escravista romano caracteri-           2   Cite as transformações econômicas, políticas e
zou-se pela descentralização político-adminstrativa                 sociais ocorridas em Roma, após a conquista do
do império (ao fim do império de Constantino), pelo                 Mediterrâneo.
avanço dos bárbaros, pela disputa permanente pelo
poder entre os vários chefes militares romanos, pela
contra-propaganda ideológica do cristianismo, pela
influência crescente do Oriente, as rebeliões de es-
cravos e camponeses e, acelerando o colapso da or-
dem imperial do Ocidente, pelas migrações bárbaras.
                                                                3   Relacione a crise do escravismo com o estabele-
       Em 476, os hérulos, sob o comando de Odroa-
                                                                    cimento do sistema de arrendamento e do colona-
co, destronaram o último Imperador romano do Oci-
                                                                    to.
dente, Rômulo Augusto. Após lenta evolução das
ruínas da sociedade escravista, nasceria a sociedade
feudal.
9. RELIGIÃO E CULTURA
       Os romanos eram politeístas e a religião era
utilizada como um dos fundamentos da autoridade do
Estado. Interpretando a vontade dos deuses, os sacer-                              EXERCÍCIOS
dotes apontavam o que era lícito e ilícito em termos
de comportamento público. E é claro que essa “von-              1   A sociedade romana, a República, caracterizou-
tade dos deuses” era largamente manipulada ao sabor                 se:
dos interesses das classes mais poderosas.                          a) pela conquista de direitos políticos, jurídicos e
       Os romanos assimilaram dos gregos uma série                     religiosos por parte dos plebeus.
de divindades, que foram rebatizadas com nomes la-                  b) como uma sociedade de castas, com ausência
tinos. Refletindo o caráter prático e utilitário da cul-               de mobilidade social.
tura romana, além da influência grega, a religião                   c) pelo domínio político-social dos sacerdotes e
baseava-se num princípio utilitarista: eu dou algo aos                 pelo desaparecimento da escravidão.
deuses (cerimônias e ritos) para receber alguma re-                 d) pela permanente marginalização dos plebeus
compensa (saúde, boa sorte, sucesso etc.).                             da vida política e religiosa.

Editora Exato                                              12
2   Dentre as várias guerras enfrentadas pelos ro-            Estudo Dirigido
    manos, destacam-se as efetuadas contra os carta-
    gineses, cujo principal fator causador foi:               1   Concessão de alguns direitos como:
    a) a disputa pelo controle comercial do Mar Me-               - Tribunal da Plebe: podiam vetar leis contrárias à
       diterrâneo.                                                   plebe.
    b) a defesa de fronteiras romanas, já que Cartago,            - Assembléia da Plebe: encarregada de eleger os
       situada ao norte da península Itálica, ameaçava               Tribunos da Plebe.
       se expandir.                                               - Lei das Doze Tábuas: leis escritas que garanti-
    c) o choque de imperialismo na luta pela domina-                 am os direitos dos plebeus.
       ção da Península Balcânica.                                - Lei Canuléia: permitiu o casamento entre ple-
    d) a necessidade de escravos para abastecer o se-                beus ricos e patrícios.
       tor manufatureiro.                                     2   Domínio sobre mais territórios e aumento de ri-
                                                                  quezas; aumento do número de escravos, natu-
3   Uma das maiores contribuições do Império Ro-                  ralmente aumentou-se a produção.
    mano para a história do mundo ocidental foi o             3 A crise do escravismo foi promovida pela limita-
    Cristianismo. A respeito da religião na socieda-            ção da conquista de territórios, que forçou a di-
    de romana, é CORRETO afirmar que:                           minuição das guerras. Assim, os latifundiários
    a) o monoteísmo foi a principal característica da           passaram a fazer uso de mão-de-obra semi-livre,
       religiosidade entre os romanos. Presente em              seriam colonos em crise que arrendavam suas ter-
       todas as fases da história de Roma na Antigüi-           ras aos grandes proprietários, surgindo uma nova
       dade, foi o fator que favoreceu ao crescimento           forma de produção, o trabalho servil.
       do cristianismo.                                       Exercícios
    b) os primeiro cristãos vinham predominante-
       mente das camadas pobres, escravos e plebeus.          1   D
       No século IV, porém, já haviam se expandido            2   A
       para as camadas dominantes.
    c) no início da pregação cristã, os apóstolos as-         3   B
       sumiram uma postura semelhante a uma casta,            4   D
       impedindo a difusão das idéias de Cristo por
       medo de perseguições.
    d) o culto aos imperadores foi um dos elementos
       imediatamente integrados à doutrina cristã para
       facilitar sua liberdade de manifestação.

4   Roma, de simples Cidade-Estado, transformou-
    se na capital do maior e mais duradouro dos im-
    périos conhecidos. Assinale a alternativa direta-
    mente relacionada com o declínio e a queda do
    Império Romano:
    a) Triunfo do Cristianismo e urbanização do
       campo.
    b) Estabilização das fronteiras e crescente oferta
       de mão-de-obra.
    c) Ensino democrático e aumento dos privilégios
       das classes superiores.
    d) Barbarização do exército e crise do modo de
       produção escravista.




                   EXERCÍCIOS


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Roma Antiga

  • 1. HISTÓRIA ROMA 1. MONARQUIA representantes do Estado. Os cônsules eram os principais magistrados. Na monarquia romana, o rei exercia funções Pretor: administrava a justiça. executiva, judicial e religiosa. O Senado, composto Censor: fazia a contagem da população pelos patrícios, tinha o poder de vetar as leis apresen- (censo), e controlava a moral através da tadas pelo rei. A assembléia dos cidadãos votava as censura. Elaborava o "Álbum Senatorial", leis. isto é, a lista dos senadores. A estrutura social em Roma, neste período, Edil: era encarregado da administração da estava dividida nas seguintes classes sociais. cidade, da sua conservação e policiamento. Sociedade romana Questor: cuidava da arrecadação dos impostos. Patrícios Ditador: em épocas de crises e guerras era escolhido um ditador, que governava pelo Clientes prazo de seis meses, prorrogável, no Plebeus máximo, por mais seis meses com plenos poderes. Esta estrutura política acabou por marginalizar A crise da monarquia em Roma esteve associ- a maior parte da população, constituída pelos ada ao domínio etrusco sobre a cidade. O rei etrusco plebeus. Afastados da propriedade e, além disso, Tarquínio, o Soberbo, ao se aproximar da plebe para sujeitos à escravidão por dívidas, os exercer seu poder em detrimento da nobreza patrícia, descontentamentos levaram ao aprofundamento da foi derrubado, em 509 a.C., instalando-se em Roma, luta de classes. uma República. 3. AS REVOLTAS DA PLEBE 2. A REPÚBLICA (509 A 27 A.C.) O início da República foi marcado por intensas A implantação do regime republicano em lutas de classes. Os plebeus, eram manipulados pelos Roma significou a afirmação do poder do Senado, patrícios para iniciar o processo de expansão, neces- representante exclusivo dos interesses dos patrícios. sitavam dos plebeus como soldados romanos. O Senado controlava a administração e as finanças, Enquanto Roma aumentava o seu território, às além de decidir pela guerra e pela paz. custas dos povos vizinhos, os patrícios se apropria- O Senado passou a ser o órgão político mais vam da maior parte das terras, aumentando assim a importante. Seus membros eram vitalícios e além de quantidade de camponeses sem terra e de escravos legislar, decidiam todas as questões importantes da por dívidas (a contradição entre o desenvolvimento e política interna e externa. A Assembléia Centuriata a distribuição de renda). Este fato fez aumentar as era outro órgão de suma importância, elegendo os pressões sociais pela reforma agrária, pelo fim da es- Cônsules e votando as leis, sempre resguardando o cravidão e contra o desemprego que atingia a plebe, direito dos proprietários. As atribuições religiosas problemas estes, que chegaram a promover conflitos cabiam ao colégio dos Pontífices, que interpretava os como, por exemplo, a Revolta do Monte Sagrado - costumes e a tradição e aplicava a lei costumeira (não primeira greve: ameaça de uma mudança em massa existiam leis escritas). dos plebeus para outra área. Diante destas necessida- Os cidadãos faziam-se representar na des, os patrícios iniciaram um processo de concessão Assembléia Centurial, isto é, em grupos de centúrias, aos plebeus que culminou na aprovação das seguintes cuja função era propor leis e escolher os magistrados. leis: O predomínio, também aqui, era dos patrícios, que O Tribunato da Plebe (493 a.C.): era constituíam 98 centúrias contra 95 dos plebeus. Uma composto por dois tribunos que, eleitos pela vez que o voto era por centúria, a aristocracia patrícia plebe em Assembléia, tinham como função controlava as decisões. defender o interesse da Plebe. A questão é Por sua vez, o poder executivo em Roma ficou que neste momento já estava ocorrendo um a cargo das chamadas magistraturas, ocupadas por crescimento das atividades comerciais, pro- patrícios e eleitas pela Assembléia Centuriata: duzindo uma classe de plebeus ricos, que Cônsules: em número de dois, propunham venciam as eleições nas Assembléias, às leis e presidiam o Senado, a Assembléia e custas do abuso do poder econômico nas comandavam o exército. Eram os campanhas. Mais tarde, o poder dos plebeus Editora Exato 7
  • 2. aumentou, quando foi aprovada a Lei Hor- merciantes. As técnicas rudimentares de produção tência (286 a.C.) que dava força de Lei às agrícola não permitiam o aumento e a única maneira decisões da Assembléia popular (Comitia de se aumentar esta produção era com a conquista de Tributa). mais terras e mão-de-obra (escravos). Lei das XII Tábuas (450 a.C): o outro a- A terra conquistada era convertida em ager vanço parcial conquistado pelos plebeus foi publicus, que eram divididos em pastos comuns (uso a publicação das leis escritas, em que a ple- de todos os cidadãos romanos), arrendada em peque- be pretendia obter igualdade jurídica. Esta nos lotes a camponeses e, a maior parte, era entregue concessão deve ser entendida como uma em latifúndios à exploração da aristocracia escravis- manobra do patriciado que, sabendo das li- ta. mitações do movimento popular, concede- Após a unificação da Itália, os romanos se de- ram alguns direitos a uma massa de pararam com duas grandes potências: Cartago, que iletrados que não saberiam, em sua grande dominava o Mediterrâneo, e a Macedônia, que domi- maioria, interpretar estas leis. nava o Oriente. A rivalidade entre Roma e Cartago Lei Canuléia (445 a.C.): instituiu a igual- pelas regiões comerciais e agrícolas em torno do Me- dade civil, o que permitia o casamento entre diterrâneo, culminaram nas Guerras Púnicas. A guer- patrícios e plebeus. Observa-se, neste mo- ra começou por causa do interesse da aristocracia mento histórico o crescimento das ativida- romana na Sicília e na Espanha, que eram colônias des comerciais, o que enriquecia uma cartaginesas. A aristocracia romana era apoiada pelos grande quantidade de plebeus, ao passo que grandes comerciantes, que estavam interessados nas a desvalorização da Terra como única fonte rotas marítimas e nos entrepostos comerciais. de riqueza arruinava muitas famílias patrí- 5.1. A escravidão como modo de pro- cias. A solução para a crise do patriciado dução nas posses romanas era o casamento com plebeus ricos comer- Eles podiam ser escravos públicos e particula- ciantes, fazendo surgir assim uma aristocra- res. Os escravos do Estado eram utilizados nas gran- cia do dinheiro em Roma - classe eqüestre des construções, em obras urbanas, nos serviços ou cavaleiros. domésticos dos templos, nas minas e pedreiras. Lei Licínia (367 a.C.): dividia o Consulado Os escravos particulares dividiam-se em urba- com a nomeação de um Cônsul patrício e nos e rurais. Os urbanos desempenhavam funções outro plebeu, regulamentava o uso das ter- domésticas, inclusive de professor, e nas oficinas ar- ras públicas (ager públicos) e, o mais im- tesanais (a mão-de-obra escrava serviu também para portante, estabelecia o critério econômico a diminuição da oferta de empregos para os homens para a participação política. livres e a conseqüente redução dos salários). Esses Lei Poetelia (326 a.C.): foi o maior avanço escravos urbanos tinham também a possibilidade de social para a plebe pobre com a concessão ganhar sua liberdade (manumissão), enquanto os es- da libertação dos escravos por dívidas e o cravos rurais nunca atingiriam este privilégio. fim deste tipo de escravidão para os cida- A preocupação com o escravo por parte do se- dãos romanos. nhor era facilmente explicável, pois o proprietário Lei Ogúlnia (300 a.C.): já a igualdade reli- não destruiria seu bem e se o escravo fosse extrema- giosa foi concedida através da lei que per- mente maltratado, ele traria o perigo da revolta. Po- mitiu o acesso dos plebeus aos colégios rém, essas revoltas não tardaram a acontecer. Por sacerdotais e ao cargo de Pontífice Máxi- volta do século I a.C., estouraram revoltas na Sicília mo. (Espartacus) e na Ásia Menor. Estas regiões domina- 4. A EXPANSÃO ROMANA E SUAS CONSE- das sempre ofereceram resistência à dominação ro- QÜÊNCIAS mana que lhes privou do maior bem que um ser humano pode possuir: a liberdade. Essas revoltas não O início da expansão romana se dá no século V exigiam o fim do sistema escravista e sim a liberdade a.C., quando Roma consegue repelir o ataque de vá- dos escravos revoltosos e isso acontecia porque eles rios povos vizinhos e conquista o Lácio e a Etrúria. A não possuíam uma maior compreensão da realidade partir daí, o exército romano avança e começam as em que viviam sem possuírem uma consciência de conquistas que foram auxiliadas pelo enfraquecimen- classe. to econômico dos povos que habitam a Península itá- lica e pelo bem organizado e melhor armado exército. No final do século III a.C., toda a península está sob o domínio romano. Este tipo de política expansionista obedecia aos interesses da aristocracia rural e dos grandes co- Editora Exato 8
  • 3. 5.2. Conseqüências que, embasada numa falsa acusação, irá executar O expansionismo romano trouxe grandes mu- Tibério como um traidor. danças para a economia agrícola da Itália. A terra foi Em 123 a.C., Caio Graco, irmão de Tibério, apropriada pela aristocracia, que passou a utilizar a sendo eleito Tribuno da Plebe, retoma as propostas abundante mão-de-obra escrava, oriunda das conquis- de seu irmão. Para conseguir apoio dos cavaleiros, tas em seus latifúndios. O baixo preço dos cereais faz aprovar uma lei judiciária, aumentando o poder importados levou à desvalorização das atividades dos destes na administração do Estado. Conseguiu ainda pequenos proprietários. Estes, não podendo concorrer a aprovação da Lei Frumentária, que obrigava o com a economia escravista, contraíam dívidas, sem Estado a vender trigo mais barato para os mais condições de pagá-las e sob grande pressão da aristo- pobres. Suas propostas, principalmente com relação à cracia acabavam por perderem suas terras. Os arren- reforma agrária, batem de frente com os interesses datários perdiam espaço para os escravos. Estas da classe aristocrática e esta o força a cometer camadas camponesas acabavam migrando para as ci- suicídio em 121 a.C. dades para viverem, na grande maioria das vezes, do 5.2. Ditaduras de Mário e Sila (107-79 ócio, Nas cidades, estes desocupados só tinham um a. C) bem para venderem, o voto, que era avidamente dis- Mário, ligado à classe dos cavaleiros, é eleito putado pelos políticos oportunistas. Cônsul em 107 a.C; dentre suas realizações, temos: A influência cultural helenística foi marcante, profissionalização do exército, que criou principalmente após a anexação da Grécia e Macedô- uma maior devoção do soldado ao nia, no século II a.C. O conhecimento do idioma gre- comandante do que à República; go tornou-se imprescindível para o comércio e implantação uma ditadura, com o apoio do símbolo de prestígio social. Escravos gregos eram u- exército; tilizados na educação da elite romana. A cultura ro- redução o poder do Senado e dos mana, como parte de um sistema escravista, também privilégios da aristocracia; se encontrava corrompida pelos costumes gregos (he- concessões aos cavaleiros. lênicos). O crescimento da personalização do poder, Mário morre em 86 a.C. e é sucedido por Sila. que tem o seu ápice durante o período imperial, tam- Este, apoiado pelo Senado, liderará a reação da bém pode ser usado como exemplo de influência da aristocracia, reimplantando seus direitos e caçando cultura helênica na política. os direitos dos cavaleiros. Morre em 79 a.C., Deve-se, contudo, ressaltar que as conquistas deixando Roma mergulhada em uma profunda crise significaram o fortalecimento político daqueles que social e política, que se reflete nas diversas rebeliões eram os reais responsáveis pela riqueza e glória de que se instaurarão neste período, das quais destacam- Roma, os Generais. As contradições existentes entre se: o desenvolvimento e a miséria do povo, aliadas ao Rebelião do Sertório - ocorrida em 78 prestígio político do exército e o desenvolvimento da a.C., na Espanha, e vencida pelo Gen. classe de comerciantes (antigos plebeus ricos) conse- Pompeu. qüentemente reduzem a capacidade do Senado e das Rebelião de Espártaco - ocorrida em 73 instituições republicanas de continuarem controlando a.C. no sul da Itália, foi uma rebelião de a vida política romana. escravos, tendo à frente um gladiador de grande prestígio (Espártaco), reuniu 5. A CRISE DA REPÚBLICA cinqüenta mil escravos e foi vencida por Crasso em 71 a.C; 5.1. A crise social e as tentativas de Conspiração de Catilina - O líder do reforma agrária dos irmãos graco: partido popular arquitetava um golpe. Foi Os irmãos Tibério e Caio Graco, eleitos descoberto, denunciado e morto, junto com sucessivamente tribunos da plebe, procuraram três mil seguidores na região de Pistóia. solucionar a crise da República, através da realização 5.3. Os Triunviratos e a Ditadura de de reformas que atendessem às reivindicações dos desempregados e dos cavaleiros. A violenta reação da César aristocracia impediu, entretanto, a concretização A administração do vasto império romano foi dessas reformas populares. dividida da seguinte forma: Roma e regiões vizinhas, Em 133 a.C., Tibério Graco foi eleito tribuno para Pompeu, o Oriente, para Crasso e a Gália, para da plebe e conseguiu a aprovação de uma lei agrária, César. Após a morte de Crasso, a elite dominante que limitava a extensão dos latifúndios e autorizava a romana, temendo o poder e o prestígio adquiridos por distribuição de terras para os desempregados. Tais César (mais ainda após as conquistas na Gália) assu- tentativas encontraram forte oposição da aristocracia me declaradamente a defesa da concentração do po- der nas mãos de Pompeu e afasta-se de César, por Editora Exato 9
  • 4. causa de suas ligações com o partido democrático. cidam-se e o Egito é anexado a Roma como uma de Neste momento, Roma vivencia mais uma guerra ci- suas províncias. vil pelo poder. César, comandando um forte exército, O fim do Estado descentralizado, da pólis in- marcha sobre a cidade e assume o poder. Após sua dependente, da politicagem corrupta e nepótica dos vitória, o Senado, sem poder reagir, lhe confere o tí- senadores, serão substituídos pela Autocracia, basea- tulo de Ditador vitalício. da na força com amplo apoio popular. Isto nos de- O Estado romano dirigido por César suprimiu mosntra a espectativa de mudança que o povo o poder do Senado e não concedeu às camadas popu- romano, povo mesmo, estava vivendo. lares nenhuma mudança estrutural, porém, contava 6. ALTO IMPÉRIO com amplo apoio popular, dos exércitos e dos cava- leiros. Em seu curto governo, a cidadania romana foi O retorno de Otávio a Roma foi marcado por estendida a muitos habitantes das províncias, claro, uma recepção gloriosa e pela expectativa de que ele em troca de apoio e estabilidade. Fundaram-se mais se tornaria o salvador da República. Otávio recebeu colônias fora da Itália e suas terras foram distribuídas do Senado o título de Princeps (primeiro cidadão), aos veteranos de guerra. Reformou-se o calendário primeira etapa para tentar obter o título de Imperador (calendário Juliano), modernizou-se as administra- (o supremo). ções provinciais, iniciou-se um processo de romani- O governo monárquico e autoritário de Otávio zação das regiões conquistadas (invasão cultural) e Augusto (autocracia), manteve as aparências republi- realizou-se grandes obras públicas contratando traba- canas através do funcionamento de suas instituições lhadores livres desempregados. (Senado e Magistraturas), iniciando o período do A centralização do poder e sua administração – Principado, que foi a primeira fase do Império Ro- preocupada com concessões às camadas populares, mano. Como prova disso, podemos destacar a manu- não por consciência e sim por pura necessidade de tenção dos privilégios sociais dos Senadores e uma uma ampla base de apoio político e contra os levantes certa influência política, conforme o apoio prestado sociais que poderiam desestabilizar seu governo – ao governo de Otávio. O auge da crise republicana, soariam como uma ameaça aos interesses das cama- com o esmagamento do movimento popular, as crises das proprietárias dirigentes. entre as classes dominantes e o seu respectivo des- Esta ameaça ao poder político da elite patrícia gaste político, abrem o caminho para o poder pessoal. – vai ter uma única solução, o assassinato de César, O governo de Caio Otávio Augusto represen- numa conspiração, dentro do Senado Romano. A tava os interesses da classe dos cavaleiros (comerci- conspiração e morte do Ditador Vitalício não conta- antes) que lhe deram total apoio. O império foi ram com o apoio da população da Itália, de Roma e caracterizado pelo poder político entregue nas mãos da maioria do exército, intensificando-se assim, no- dos generais do exército que administravam, visando vamente, as lutas pelo poder em Roma. ao desenvolvimento das atividades comerciais sem se Com o aumento das possessões romanas (bus- descuidar também dos benefícios para a classe patrí- ca de terras, escravos, riquezas), dificultava a admi- cia. nistração, aumentava o perigo das revoltas nas As questões sociais no governo do Principado regiões conquistadas e acabava por valorizar uma de foram resolvidas através da distribuição de terras em suas classes sociais, os militares, cujo apoio era dis- novas colônias para veteranos do exército. Já, o pro- putado por todas as correntes políticas de Roma. Po- blema da grande quantidade de plebeus que viviam rém, os chefes militares de maior evidência, Marco no ócio na cidade de Roma era muito grande. Esta Antônio, Lépido e Otávio (filho adotivo de César) fi- massa de desocupados e miseráveis representava um zeram um acordo e receberam poderes limitados da grande perigo para os proprietários. Pensando nisso, Assembléia Popular. As províncias foram divididas Otávio iniciou a chamada política do pão e do circo da seguinte forma: Marco Antônio governaria o Ori- (Panem et Circensis). Esta política consistia no for- ente, Otávio o Ocidente e Lépido a África. A Itália necimento de trigo e diversão a estes desempregados. seria governada pelos três. Como exemplo desta prática, podemos citar os jogos Os problemas entre os Triunviros logo apare- de gladiadores, os cristãos jogados para os leões, o ceram, pois todos queriam a centralização do poder Teatro etc.). O objetivo não era resolver o problema político. Otávio destitui Lépido e tem sua aliança das classes populares e sim mantê-las em níveis acei- com Marco Antônio rompida por este, publicamente. táveis, sem que esta população se revoltasse contra o Marco Antônio, apaixonado, e para assegurar base império e os proprietários. Com esta política, desvia- econômica e militar, faz sua aliança com Cleópatra, va-se a atenção da plebe de seus verdadeiros proble- governante do Egito. A guerra direta (32 a.C.) e irre- mas, que eram a falta de terras e de trabalho. mediável entre eles só vai terminar na batalha naval A economia romana passou a receber o empe- do Ácio. Derrotados, Marco Antônio e Cleópatra sui- nho pessoal do imperador, principalmente as ativida- des comerciais. Criou-se uma moeda romana Editora Exato 10
  • 5. universal, construíram e aperfeiçoaram os portos e as esquecer a necessidade de uma nova base ideológica estradas desenvolvendo-se assim a vida urbana, ge- para o sustentáculo deste mesmo Estado. O Impera- rando conseqüentemente uma maior infra-estrutura dor centralizava o poder religioso, mostrando-se co- para o comércio. mo escolhido por deus para zelar de seu povo. O governo de Augusto vai promover, além do Opondo-se à estrutura escravocrata, o desenvolvimento urbano, um grande desenvolvimen- Cristianismo contribuía para o desenvolver desta to cultural. Mantendo a idéia de Alexandre, o Gran- crise, visto que, com o seu constante crescimento em de, inicia-se a chamada romanização das áreas número de adeptos, desestruturava ideologicamente a conquistadas. Este processo de dominação cultural é base de sustentação econômica de Roma. Some-se a extremamente eficiente para a dominação de outros isso o fato de, ao tornar-se religião oficial e unir-se povos que, ao se converterem aos hábitos culturais ao Estado, a Igreja consumia pesadas somas em romanos, estariam dominados ideologicamente. O la- dinheiro e recebia generosas doações de terras, o que tim passou a ser a língua oficial do império, que re- contribuiu para o esvaziamento dos cofres públicos. cebia uma forte influência da cultura helenística O Cristianismo progressivamente foi sendo (helênica + oriental). Os artistas romanos tiveram estruturado dentro de uma hierarquia rígida e ligada à grande importância neste momento devido à existên- estrutura estatal romana. Assumiu até as mesmas cia do mecenato, porém suas obras retrataram a vida práticas da antiga religião romana, como o culto e a da elite dominante que lhes financiava o trabalho. conservação de imagens de seus mais representativos Não podemos deixar de destacar que o mecenato era seguidores. A estruturação do cristianismo em uma motivo de prestígio social (status). Igreja foi de tal modo eficaz que, ao final do Império O brilhante império de Otávio Augusto só pos- Romano, ela o substituiu como instituição central, suiu uma grande falha, a falta de uma política de su- sendo fundamental para a formação da mentalidade cessão ao trono. Sem se preocupar com este assunto, medieval. Augusto, quando de sua morte, deixa uma linhagem 8. O BAIXO IMPÉRIO de familiares como herdeiros do trono e estes se reve- lam verdadeiros indolentes. No século I, os romanos conquistaram boa parte do mundo conhecido por eles e trouxeram uma 7. O CRISTIANISMO E A CONTRA- quantidade impressionante de riquezas. Estas PROPAGANDA IDEOLÓGICA riquezas garantiram a estabilidade e a tranqüilidade A expansão do cristianismo em Roma merece romana no século II. Porém, a opulência, o luxo e a destaque especial. Tendo sua origem na Judéia arrogância foram condutores para a indolência e a (Oriente), na época uma das províncias de Roma, a corrupção, que marcaram a crise de Roma e seu ampla difusão que ele conheceu em vastas regiões do sistema de dominação. império deveu-se a alguns fatores muito importantes, 9.1. A Dinastia dos Severos e a divisão dentre eles, a unidade das fronteiras do Império, o do poder e do estado que não impedia a circulação de pessoas. Merece Durante a dinastia dos Severos, ainda no sécu- especial destaque a pregação dos apóstolos Pedro e lo III, a indolência de seus imperadores vai propiciar Paulo, que percorreram o império em direção à Itália. uma nova onda de lutas pelo poder entre as Legiões, Por outro lado, a unidade lingüística na península a Guarda Pretoriana e o Senado, aumentando o dese- balcânica, na Trácia e na Ásia Menor, conseguida quilíbrio administrativo do Estado. A importância das pela difusão do "grego koiné", facilitou a aceitação províncias foi oficializada a partir do Édito de Cara- dos preceitos cristãos nestas regiões. cala (Imperador Caracala) que concedia a cidadania As amplas perseguições aos cristãos foram re- romana aos habitantes livres do império. Esse fato, se flexo destas desconfianças. O imperador Nero deu i- por um lado favorecia o império com o aumento da nício às perseguições no ano de 65. A última grande tributação, por outro prejudicava, pois admitia a in- perseguição ocorreu entre 303 e 304, determinada por dependência das regiões provinciais. Diocleciano. Diocleciano vai instituir o imposto “in natura” A importância crescente do número de cristãos devido ao estrangulamento do comércio dificultado levou a que o imperador Constantino, por meio do pelas guerras e pela tendência de auto-suficiência re- Édito de Milão, em 313, concedesse liberdade de cul- gional e o Édito do Máximo, que tabelava preços e to aos cristãos e finalmente, em 395, o imperador Te- salários. odósio oficializou o cristianismo em Roma por Já o seu sucessor, Constantino, decretou a fi- intermédio do Édito de Tessalônica. xação do homem à terra em que trabalhava, e nas ati- O cristianismo, que no início foi um movimen- vidades comerciais e artesanais foi decretada a to de grande base popular e de oposição à ordem es- hereditariedade. Tudo isso para facilitar a tributação e cravista, após a conversão da elite, passa a fazer não aumentar a falta de mão-de-obra nestes setores vistas grossas à questão do escravismo. Não devemos econômicos. Editora Exato 11
  • 6. Constantino também será responsável pelo re- A escultura e a pintura romana estiveram mui- conhecimento do cristianismo enquanto religião per- to ligadas à arte decorativa, principalmente na produ- mitida pelo império (Édito de Milão). Esta postura do ção de bustos, estátuas, quadros e pinturas de seus governo visava à tentativa de aumento do apoio po- heróis. pular a seu governo. Outro fato imensamente relevan- A colaboração romana para a ciência oriental te do governo de Constantino foi a reconstrução da foi pequena, restringindo-se apenas à utilização do antiga colônia grega de Bizâncio, que agora passa a conhecimento grego e dos povos orientais. Por outro receber o nome de Constantinopla, uma cidade nova, lado, as instituições republicanas romanas, suas leis, bem estruturada, colocada em uma região estratégica, o exercício da cidadania e a estrutura administrativa tanto em nível político como militar e comercial. influenciaram profundamente todo o mundo ociden- 9.2. A crise final do Império Romano tal. A crise mais geral do escravismo e o colapso O direito é uma das grandes contribuições le- da Antigüidade Clássica aceleram-se progressiva- gadas pelos romanos à civilização ocidental. Desen- mente nos séculos IV e V. A crise econômica do O- volveu-se, em Roma, na medida em que uma das cidente levou a soluções como a produção de preocupações básicas do Estado era regular, por meio subsistência, a técnica agrícola decaiu, as áreas de de normas jurídicas, o comportamento social da nu- cultivo reduziram, a produtividade do solo diminuiu. merosa população do vasto império. Os pequenos proprietários arruinados buscavam pro- ESTUDO DIRIGIDO teção nos grandes latifundiários. Assim, surge o Pa- trocínio – o homem livre obrigava-se a cultivar um 1 Cite as conseqüências das revoltas plebéias. lote de terra para um grande proprietário em troca desta proteção. O Colonato – trabalho na terra em troca de uma porcentagem –, foi um outro tipo de instituição assimilada dos germânicos. Essa institui- ção passou a fazer parte da nova forma de produção e ganhou espaço durante a crise. A crise do estado escravista romano caracteri- 2 Cite as transformações econômicas, políticas e zou-se pela descentralização político-adminstrativa sociais ocorridas em Roma, após a conquista do do império (ao fim do império de Constantino), pelo Mediterrâneo. avanço dos bárbaros, pela disputa permanente pelo poder entre os vários chefes militares romanos, pela contra-propaganda ideológica do cristianismo, pela influência crescente do Oriente, as rebeliões de es- cravos e camponeses e, acelerando o colapso da or- dem imperial do Ocidente, pelas migrações bárbaras. 3 Relacione a crise do escravismo com o estabele- Em 476, os hérulos, sob o comando de Odroa- cimento do sistema de arrendamento e do colona- co, destronaram o último Imperador romano do Oci- to. dente, Rômulo Augusto. Após lenta evolução das ruínas da sociedade escravista, nasceria a sociedade feudal. 9. RELIGIÃO E CULTURA Os romanos eram politeístas e a religião era utilizada como um dos fundamentos da autoridade do Estado. Interpretando a vontade dos deuses, os sacer- EXERCÍCIOS dotes apontavam o que era lícito e ilícito em termos de comportamento público. E é claro que essa “von- 1 A sociedade romana, a República, caracterizou- tade dos deuses” era largamente manipulada ao sabor se: dos interesses das classes mais poderosas. a) pela conquista de direitos políticos, jurídicos e Os romanos assimilaram dos gregos uma série religiosos por parte dos plebeus. de divindades, que foram rebatizadas com nomes la- b) como uma sociedade de castas, com ausência tinos. Refletindo o caráter prático e utilitário da cul- de mobilidade social. tura romana, além da influência grega, a religião c) pelo domínio político-social dos sacerdotes e baseava-se num princípio utilitarista: eu dou algo aos pelo desaparecimento da escravidão. deuses (cerimônias e ritos) para receber alguma re- d) pela permanente marginalização dos plebeus compensa (saúde, boa sorte, sucesso etc.). da vida política e religiosa. Editora Exato 12
  • 7. 2 Dentre as várias guerras enfrentadas pelos ro- Estudo Dirigido manos, destacam-se as efetuadas contra os carta- gineses, cujo principal fator causador foi: 1 Concessão de alguns direitos como: a) a disputa pelo controle comercial do Mar Me- - Tribunal da Plebe: podiam vetar leis contrárias à diterrâneo. plebe. b) a defesa de fronteiras romanas, já que Cartago, - Assembléia da Plebe: encarregada de eleger os situada ao norte da península Itálica, ameaçava Tribunos da Plebe. se expandir. - Lei das Doze Tábuas: leis escritas que garanti- c) o choque de imperialismo na luta pela domina- am os direitos dos plebeus. ção da Península Balcânica. - Lei Canuléia: permitiu o casamento entre ple- d) a necessidade de escravos para abastecer o se- beus ricos e patrícios. tor manufatureiro. 2 Domínio sobre mais territórios e aumento de ri- quezas; aumento do número de escravos, natu- 3 Uma das maiores contribuições do Império Ro- ralmente aumentou-se a produção. mano para a história do mundo ocidental foi o 3 A crise do escravismo foi promovida pela limita- Cristianismo. A respeito da religião na socieda- ção da conquista de territórios, que forçou a di- de romana, é CORRETO afirmar que: minuição das guerras. Assim, os latifundiários a) o monoteísmo foi a principal característica da passaram a fazer uso de mão-de-obra semi-livre, religiosidade entre os romanos. Presente em seriam colonos em crise que arrendavam suas ter- todas as fases da história de Roma na Antigüi- ras aos grandes proprietários, surgindo uma nova dade, foi o fator que favoreceu ao crescimento forma de produção, o trabalho servil. do cristianismo. Exercícios b) os primeiro cristãos vinham predominante- mente das camadas pobres, escravos e plebeus. 1 D No século IV, porém, já haviam se expandido 2 A para as camadas dominantes. c) no início da pregação cristã, os apóstolos as- 3 B sumiram uma postura semelhante a uma casta, 4 D impedindo a difusão das idéias de Cristo por medo de perseguições. d) o culto aos imperadores foi um dos elementos imediatamente integrados à doutrina cristã para facilitar sua liberdade de manifestação. 4 Roma, de simples Cidade-Estado, transformou- se na capital do maior e mais duradouro dos im- périos conhecidos. Assinale a alternativa direta- mente relacionada com o declínio e a queda do Império Romano: a) Triunfo do Cristianismo e urbanização do campo. b) Estabilização das fronteiras e crescente oferta de mão-de-obra. c) Ensino democrático e aumento dos privilégios das classes superiores. d) Barbarização do exército e crise do modo de produção escravista. EXERCÍCIOS Editora Exato 13