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SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO
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         2ºs                                                  FÍSICO – QUÍMICA [QUÍMICA I]                            ______/______/11

                                   PROFESSOR (A)
                                 THAIZA MONTINE
                                                                                                 TERMOQUÍMICA 


 Aluno (a): ______________________________________nº:____ 




A energia liberada nas reações químicas está presente em várias atividades da nossa vida diária. Por exemplo, a o calor liberado na queima do 
gás butano que cozinha os nossos alimentos, e o calor liberado na combustão do álcool ou da gasolina que movimenta nossos veículos e a 
através das reações químicas dos alimentos no nosso organismo que obtemos a energia necessária para manutenção da vida.
A maioria das reações químicas ocorre produzindo variações de energia, que freqüentemente se manifestam na forma de variações de calor. A 
termoquímica ocupa­se do estudo quantitativo das variações térmicas que acompanham as reações químicas. Essas reações são de dois tipos:
Reações exotérmicas: as que liberam calor para o meio ambiente.
Exemplos

                combustão (queima) do gás butano, C4H10



C4H10(g) + 13/2 O2(g) => 4 CO2(g) + 5H20(g) + calor



                combustão do etanol, C2H60:



C2H60(l) + 3O2(g) => 2 CO2(g) + 3 H2O(g) + calor

Na equação química, o calor é representado junto aos produtos para significar que foi produzido, isto á, liberado para o ambiente durante a 
reação.
Reações endotérmicas: as que para ocorrerem retiram calor do meio ambiente.
Exemplos

                decomposição da água em seus elementos:



H20(l) + calor => H2(g) + 1/2 O2(g)



                fotossíntese:



6 CO2(g) + 6 H20(l) + calor => C6H12O6(aq) + 6 O2(g)



Na equação química, a energia absorvida á representada junto aos reagentes, significando que foi fornecida pelo ambiente aos reagentes.
MEDIDA  DO CALOR DE REAÇÃO

O calor liberado ou absorvido por um sistema que sofre uma reação química á determinado em aparelhos chamados calorímetros. Estes 
variam em detalhes e são adaptados para cada tipo de reação que se quer medir o calor. Basicamente, no entanto, um calorímetro é constituído 
de um recipiente com paredes adiabáticas, contendo uma massa conhecida de parede água, onde se introduz um sistema em reação. O 
recipiente é provido de um agitador e de um termômetro que mede a variação de temperatura ocorrida durante a reação.
A determinação do calor liberado ou absorvido numa reação química á efetuada através da expressão:


                                        onde: 



 Q  é a quantidade de calor liberada ou absorvida pela reação. Esta grandeza pode ser expressa em calorias (cal) ou em Joules (J). O  
     Sistema Internacional de Medidas (SI) recomenda a utilização do Joule, no entanto, a caloria ainda é muito utilizada. Uma caloria (1 cal) 
     é a quantidade de calor necessária para fazer com que 1,0 g de água tenha sua temperatura aumentada de 1,0ºC. Cada caloria corresponde 
     a 4,18 J; 
 m é a massa, em gramas, de água presente no calorímetro; 
 c é o calor especifico do liquido presente no calorímetro. Para a água seu valor é 1 cal/g . ºC; 
     é a variação de temperatura sofrida pela massa de água devido a ocorrência da reação. É medida em graus Celsius.

A rigor, deve­se considerar a capacidade térmica do calorímetro que inclui, além da capacidade térmica da água, as capacidades térmicas dos 
materiais presentes no calorímetro (agitador, câmara de reação, fios, termômetro etc.).
O calor de reação pode ser medido a volume constante, num calorímetro hermeticamente fechado, ou à pressão constante, num calorímetro 
aberto. Experimentalmente, verifica­se que existe uma pequena diferença entre esses dois tipos de medidas calorimétricas. Essa diferença 
ocorre porque, quando uma reação ocorre à pressão constante, pode haver variação de volume e, portanto, envolvimento de energia na 
expansão ou contração do sistema.
A variação de energia determinada a volume constante é chamada  de variação de energia interna, representada por ∆E, e a variação de 
energia determinada à pressão constante é chamada de variação de entalpia, representada por ∆H.
Como a maioria das reações químicas são realizadas em recipientes abertos, à pressão atmosférica local, estudaremos mais detalhadamente a 
variação de entalpia das reações.

                                                      ENTALPIA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA

O calor, como sabemos, é uma forma de energia e, segundo a Lei da Conservação da Energia, ela não pode ser criada e nem destruída, pode 
apenas ser transformada de uma forma para outra. Em vista disso, somos levados a concluir que a energia:
 liberada por uma reação química não foi criada, ela já existia antes, armazenada nos reagentes, sob uma outra forma;
 absorvida por uma reação química não se perdeu, ela permanece no sistema, armazenada nos produtos, sob uma outra forma.
Cada   substância,   portanto,   armazena   um   certo   conteúdo   de   calor,  que  será   alterado   quando  a   substância   sofrer   uma   transformação.   A 
liberação de calor pela reação exotérmica significa que o conteúdo total de calor dos produtos á menor que o dos reagentes. Inversamente, a 
absorção de calor por uma reação endotérmica significa que o conteúdo total de calor armazenado nos produtos é maior que o dos reagentes.
A   energia   armazenada   nas   substâncias   (reagentes   ou   produtos)   dá­se   o   nome   de  conteúdo   de   calor  ou  entalpia.   Esta   é   usualmente 
representada pela letra H.
Numa reação, a diferença entre as entalpias dos produtos e dos reagentes corresponde à variação de entalpia,                    .


                                        onde:



 Hp = entalpia dos produtos;
 Hr = entalpia dos reagentes.


   Numa reação exotérmica temos que Hp < Hr e, portanto,               < O (negativo).



   Numa reação endotérmica temos que Hp > Hr e, portanto,                > O (positivo).
EQUAÇÕES TERMOQUÍMICAS E GRÁFICOS DE ENTALPIA

As reações, como sabemos,  são representadas através  de equações  químicas. No caso da representação de uma reação que ocorre com 
variação de calor, é importante representar, além da quantidade de calor envolvida, as condições experimentais em que a determinação dessa 
quantidade de calor foi efetuada. Isso porque o valor do calor de reação é afetado por fatores como a temperatura e a pressão em que se  
processa a reação, o estado físico e as variedades alotrópicas das substâncias participantes dessa reação. A equação que traz todas essas 
informações chama­se equação termoquímica.
Exemplos de equações termoquímicas:

H2(g) + Cl2(g) => 2 HCl(g) + 184,9 kJ (25ºC, 1 atm)

Segundo a equação, 1 mol de hidrogênio gasoso reage com 1 mol de cloro gasoso formando 2 mols de cloreto de hidrogênio gasoso, liberando 
184,9 kJ de calor. Tal reação foi realizada à temperatura de 25ºC e à pressão de 1 atm.
Podemos também escrever essa equação termoquímica utilizando a notação ∆H. Neste caso temos:

H2(g) + Cl2(g) => 2 HCl(g),    = ­184,9 kJ (25ºC, 1 atm)

O valor numérico de     é precedido do sinal negativo, pois a reação é exotérmica.
Graficamente, a variação de entalpia que acompanha a reação é representada por:




 H2(g) + I2(g) + 51,8 kJ => 2 HI (g) (25ºC, 1 atm)

Segundo a equação, quando, a 25ºC e 1 atm, 1 mol de hidrogênio gasoso reage com 1 mol de iodo gasoso, formando 2 mols de iodeto de 
hidrogênio gasoso, são absorvidos 51,8 kJ de calor.
A equação também pode ser escrita utilizando a notação ∆H:

H2(g) + I2(g) => 2 HI (g) ∆H = + 51,8 kJ (25ºC, 1 atm)



O valor numérico de ∆H é positivo, pois a reação é endotérmica.



Graficamente a variação de entalpia dessa reação pode ser representada por:    
DETERMINAÇAO INDIRETA DO CALOR DE REAÇAO



Vimos anteriormente que a variação de entalpia de uma reação á determinada experimentalmente no calorímetro. Existem, no entanto, 
maneiras indiretas de determinação da variação de entalpia de uma reação. A seguir, discutiremos as mais importantes.



                                                                 DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DA DEFINIÇÃO DE ∆H



Já vimos que a variação de entalpia AH de uma reação á a diferença entre as entalpias dos produtos e reagentes de uma reação.



                                                                                    = Hp ­ Hr

Portanto,  se   conhecêssemos  as   entalpias  absolutas   das  substâncias,  poderíamos  calcular,  facilmente,   a  variação   de  entalpia   associada  a 
qualquer reação. Como isto á impossível, pois apenas a diferença das entalpias dos produtos e reagentes pode ser medida, os químicos 
resolveram atribuir, arbitrariamente, a um grupo de substâncias um determinado valor de entalpia e, a partir disso, construir uma escala 
relativa de entalpias das demais substâncias.
Assim, atribuiu­se às variedades alotrópicas mais estáveis das substâncias simples, a 25ºC e 1 atm, entalpias iguais a zero. Essas condições 
experimentais são chamadas de condições padrão ou estado padrão, e a entalpia, determinada nessas condições, á a entalpia padrão. A 
entalpia padrão á representada por H0.
Por exemplo, têm entalpias padrão zero as substâncias: 02  gasoso, H2  gasoso, I2  sólido, C grafite, S8  rômbico etc., e têm entalpias padrão 
diferentes de zero as substâncias: 02 liquido, 03 gasoso, H2 liquido, I2 gasoso, C diamante, S8 monoclínico etc.
A entalpia padrão de uma substância qualquer pode ser calculada tomando­se como referência a variação de entalpia da reação de formação, 
também chamada de entalpia de formação, dessa substância a partir de seus elementos, no estado padrão.
Calor de formação ou entalpia de formação é o nome dado à variação de entalpia associada à formação de um mol de uma substância a 
partir de seus elementos constituintes, na forma de substâncias simples mais estável e no estado padrão.
                                                  0
A entalpia de formação é representada por           f.



Exemplo




                                                                              



Acompanhe a seguir a determinação da entalpia padrão do dióxido de carbono gasoso:



Reação de formação do C02(g):




                                                          
A tabela a seguir traz as entalpias padrão de algumas substâncias.

                                                       Entalpia padrão (                 0
                                                                                          f   ) em kcal/mol

                                     H20 (l)                                                                          ­ 68,3

                                     HCl (g)                                                                         ­ 22,0

                                     HBr (g)                                                                          ­ 8,6

                                     Hl (g)                                                                            + 6,2

                                     CO (g)                                                                        ­ 26,4

                                     CO2 (g)                                                                        ­ 94,1

                                     NH3 (g)                                                                        ­ 11,0

                                     SO2 (g)                                                                        ­ 70,9

                                     CH4 (g)                                                                        ­ 17,9

                                     C2H4 (g)                                                                      + 11,0

                                     C2H6 (g)                                                                       ­ 20,5

                                     C2H2 (g)                                                                      + 53,5

                                     C6H6 (l)                                                                       + 12,3



Conhecendo­se as entalpias padrão das substâncias, a variação de entalpia de uma reação pode ser determinada com facilidade.



                                                                                     LEI DE HESS

Em 1849, o químico Germain Henri Hess, efetuando inúmeras medidas dos calores de reação, verificou que: 
O calor liberado ou absorvido numa reação química depende apenas dos estados intermediários pelos quais a reação passa.
Esta é a lei da atividade dos calores de reação ou lei de Hess.
De acordo com essa lei é possível calcular a variação de entalpia de uma reação através da soma algébrica de equações químicas que possuam 
conhecidos. Por exemplo, a partir das equações:




é possível determinar a variação de entalpia da reação de formação do metano, CH4, reação essa que não permite medidas calorimétricas 
precisas de seu calor de reação por ser lenta e apresentar reações secundárias.



A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, resultar na reação de formação do metano, cujo queremos determinar:




No entanto, para obtermos essa equação devemos efetuar as seguintes operações:



 multiplicar a reação II por 2, para que o número de mols de H2(g) seja igual a 2, consequentemente o também será multiplicado por 2;
 inverter a reação III, para que CH4(g) passe para o segundo membro da equação. Em vista disso, o também terá seu sinal invertido, isto é, 
    se a reação é exotérmica, invertendo­se o seu sentido, passará a ser endotérmica e vice­versa;
 somar algebricamente as equações e os                  .
Assim temos:




                                                                               ENERGIA DE LIGAÇÃO

É a energia fornecida para romper 1 mol de ligações entre dois átomos e um sistema gasoso, a 25ºC e 1 atm.
A energia de ligação pode ser determinada experimentalmente. Na tabela tabela abaixo  estão relacionadas as energias de algumas ligações.
                                              Ligação             Energia de ligação kcal/
                                                                     mol de ligações
                                               H ­ H                       104,2

                                                                     Cl ­ Cl                    57,8

                                                                     H ­ Cl                     103,0

                                                                     O = O                      118,3

                                                                     Br ­ Br                    46,1

                                                                     H ­ Br                     87,5

                                                                     C ­ C                      83,1

                                                                     C ­ H                      99,5

                                                                     C ­ Cl                     78,5

Observe que os valores tabelados são todos positivos, isto porque o rompimento de ligações é um processo que consome energia, ou seja, é 
um processo endodérmico. A formação de ligações, ao contrário, é um processo que libera energia, processo exotérmico.
Para se determinar o     de uma reação a partir dos valores devemos considerar:
 que todas as ligações dos reagentes são rompidas e determinar a quantidade de energia consumida nesse processo;
 que as ligações existentes nos produtos foram todas formadas a partir de átomos isolados e determinar a quantidade de energia liberada 
    nesse processo.
O      será  correspondente   à  soma  algébrica  das   energias   envolvidas   nos   dois  processos,  o de  ruptura  e  o  de formação  de  ligações.  É 
importante salientar que este método fornece valores aproximados de              . Ele é muito útil na previsão da ordem de grandeza da variação de 
entalpia de uma reação.

                                                           
                                                          TIPOS  
                                                                  DE CALORES E ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES 

A variação da entalpia recebe uma denominação particular da natureza da reação:
Calor de combustão ou entalpia de combustão: É          associado à reação de combustão, no estado padrão, de um mol de uma substância.

Calor de dissolução ou entalpia de dissolução: É o                               associado a 1 mol de uma substância em água suficiente para preparar um solução 
diluída.

                                                            
Calor de neutralização ou entalpia de neutralização:  É o        da reação de neutralização de 1 equivalente­grama de um ácido por 1 
equivalente de uma base, ambos na forma de soluções aquosas dilúidas,

                                                                  
ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES

Muito dos processos que ocorrem à sua volta são espontâneos, isto é, uma vez iniciados prosseguem sem a necessidade de ajuda externa. A 
dissolução do sal em água, a queima de carvão são exemplos de processos espontâneos.
Os processos espontâneos são aqueles que apenas são possíveis através do fornecimento contínuo de energia do meio ambiente. O cozimento 
de alimentos, a obtenção de metais, são exemplos de processos não espontâneos.
A  constatação  de  que a  maioria  dos   processos   espontâneos  ocorrem   com   liberação  de  energia,  levou  à  idéia  de  que apenas  processos 
exotérmicos, que ocorriam com diminuição de energia do sistema, eram espontâneos. De fato, isto é verdade para muitas reações; existem, no 
entanto, processos espontâneos que absorvem calor. Portanto, além do fator energia, existe um outro que influencia a espontaneidade de um 
processo. Este fator chama­se entropia, e é representado pela letra S.
A entropia está associada à ordem ou à desordem de um sistema. Quanto mais desorganizado o sistema, maior será sua entropia. Exemplos de 
processos que ocorrem com aumento de entropia: 
 a evaporação de um líquido: no estado gasoso as moléculas movimentam­se com mais liberdade do que no estado líquido, estão, portanto, 
     mais desorganizadas; 
 a dissolução de qualquer substância em um liquido também produz um sistema em que a desorganização á maior.
Da mesma forma que para a entalpia, para a determinação da entropia das substâncias foi necessário estabelecer, arbitrariamente, a entropia 
de algumas substâncias e, a partir disso, construir uma escala relativa de entropias. Estabeleceu­se que uma substância, na forma de um cristal 
perfeito, a zero Kelvin, tem entropia zero.
A tabela a seguir relaciona as entropias padrão (sº) de algumas substâncias.

                                                                       Entropia padrão (cal/mol . K) a 25ºC
                           Ca (g)                                                                             9,95 
                          Ag (g)                                                                                     10,20 
                          CaO (g)                                                                           9,5 
                          Br2 (l)                                                                                     36,4 
                          Hg (l)                                                                                     18,17 
                          He (gás)                                                                               30,13 
                          N2 (gás)                                                                                45,7
                           Metano, CH4 (gás)                                                            44,5

A espontaneidade de um processo é determinada pelos fatores entalpia e entropia. São espontâneos os processos que ocorrem com diminuição 
de entalpia e aumento de entro. pia. Não são espontâneos os processos que ocorrem com aumento de entaipia e diminuição de entropia. 
Quando um processo ocorre com aumento ou diminuição simultânea de eutalpia e entropia, para se prever a espontaneidade ou não da reação 
é necessário lançar mão de uma grandeza que relaciona a entropia e a entalpia. Esta grandeza é a energia livre de Gibbs (G) e é dada pela 
equação:




   é a variação de energia livre do sistema, dada em kcal/mol;
    é a variação de entalpia, dada em kcal/mol;
 T é a temperatura absoluta (K);
    é a variação dc entropia, dada em cal/K . mol.



A energia livre de Gibbs mede a capacidade que um sistema possui de realizar trabalho. São espontâneos os processos  onde a capacidade de 
realizar trabalho do sistema diminui, ou seja,  < 0. Processos não espontâneos são aqueles onde a capacidade do sistema realizar trabalho 
aumenta, ou seja,  > 0.
 
                                             2ª Abordagem de Leitura e Estudo acerca de  
                                                                                        Termoquímica 


A termoquímica estuda a transferência de calor associada a reações químicas ou a mudanças no estado físico de uma substância. 
Os calorímetros são aparelhos capazes de medir o calor de uma reação química. 
Calor de reação é o nome dado a quantidade de calor liberado ou absorvido em uma reação química. 
Diante de uma reação química ou mudança de estado físico, podemos ter processos que fornecem ou liberam calor. 
Processo exotérmico: o calor é cedido pela reação (reagentes) para o ambiente. 
Assim, queimar um pedaço e carvão é um processo exotérmico 
Processo endotérmico: os reagentes absorvem calor do Ambiente.                                              
 A fotossíntese é uma reação endotérmica:
6 CO2 + 6H2O + energia                         C6H 12O6 + 6 O2




                                               
                                              3ª Abordagem de Leitura e Estudo acerca de              Termoquímica    
  
Para podermos falar de termoquímica, temos primeiro de falar sobre uma transformação química. Exatamente o que é uma reação química? 
Nós sabemos até aqui que em uma reação química os reagentes são transformados em produtos, e que os produtos tem composição química e 
propriedades químicas e físicas diferentes daquelas dos reagentes. Sabemos também que durante uma reação química, massa não é perdida e 
nem ganha. 
Dito isso, vamos examinar um pouco duas reações, que eu diria mesmo tratarem­se de exemplos clássicos, porém simples, envolvendo 
carbonatos. O carbonato de cálcio é o principal constituinte do mármore dos pisos e das estátuas, do giz que o professor utiliza em classe, e do 
calcário de onde se retira o cal; além disso, é da lixiviação de grandes massas de rocha calcárea que se dá a origem das cavernas, isso porquê o 
carbonato de cálcio se dissolve rapidamente em meio ácido, nesse caso a água das chuvas contendo CO2  dissolvido (ácido carbônico). Ao 
invés de usarmos o ácido carbônico, vamos usar um ácido mais forte, o sulfúrico.Quando se derrama ácido sulfúrico sobre o carbonato, 
percebe­se   a   formação   de   bolhas   de   CO2  gasoso   no   líquido,   enquanto   precipita   um   pozinho   branco   bem   fino.   A   reação   química   é:  
  
                                                        CaCO3(s)+H2SO4(l)à CO2(g)+H2O(l)+CaSO4(s)

Quando a gente examina a reação bem de perto, pode­se notar que calor também é produzido, pois dá para sentir um aumento da temperatura 
do                  frasco                 onde                    a                 reação                    ocorre.                 
 Uma outra reação que também produz gás carbônico, água e um sal branco é a decomposição térmica do bicarbonato de sódio, NaHCO 3: 
  
                                                2 NaHCO3(s)àCO2(g)+H2O(l)+Na2CO3(s)

 O bicarbonato pode ser utilizado em casa para clarear os dentes substituindo a pasta de dentes tradicional, desodorizar geladeiras, apagar 
pequenos   incêndios   (consome   o   calor   da   chama!),   além,   é   claro,   de   assar   biscoitos.                                                        
Veja bem: a diferença entre essas duas reações é que na primeira, calor é produzido, enquanto que a segunda só acontece quando esquentamos 
o bicarbonato: é necessário que forneçamos calor. Ora, o calor está associado a uma variação de energia, e nós podemos generalizar, sem 
medo   de   errar,   que   toda   a   reação   química   é   acompanhada   por   uma   variação   de   energia.  
A Termodinâmica é o ramo das ciências que estuda as transformações de energia, e portanto, é muito importante para a Química. Veja bem: 
os átomos ou íons de um composto se mantém unidos por ligações químicas, e essas ligações devem ser quebradas quando os reagentes 
passam   por   uma   transformação   química,   e   formadas   quando   da   formação   dos   produtos   da   reação.   Em   geral,   podemos   dizer   que   para 
quebrarmos uma ligação química nós precisamos fornecer energia para o sistema, enquanto que energia é liberada do sistema quando ligações 
químicas são formadas. Se uma determinada reação requer ou não energia para acontecer, vai ser o resultado do balanço entre a energia total 
requerida para quebrar umas ligações e a energia total liberada pela formação de outras. Nos exemplos citados, a primeira reação libera 
energia,   enquanto   que   a   segunda   necessita   de   energia   para   ocorrer,   a   despeito   da   similaridade   dos   produtos   formados.  
 Essa discussão nos leva a um parênteses. Uma determinada reação química pode causar variações de energia por necessitar de, ou fornecer, 
corrente elétrica, ou necessitar de, ou fornecer, luz. Entretanto, o que se encontra quase sempre é o de uma transformação química causar uma 
variação de energia na forma de calor, Assim, a Termoquímica estuda as variações de energia térmica que acompanha as transformações 
químicas, bem como em mudanças físicas como por exemplo, mudanças de estado como fusão, ebulição, etc. Mas afinal, o que é o calor? 
 O calor é a energia que é transferida entre dois corpos de temperaturas diferentes. Note que a energia é uma propriedade do corpo, enquanto 
que o calor não é. O calor é a energia em movimento entre os objetos ou sistemas que estão a diferentes temperaturas e estão em contato um 
com o outro. O sentido do movimento do calor é sempre do sistema mais quente para o mais frio, e isso é intuitivo: tome um objeto metálico 
que tenha sido guardado na gaveta, digamos um prego, ou uma chavew de fenda; você vai sentir uma sensação de frio, pos o metal,bom 
condutor de calor, vai receber o calor de sua mão – a energia calórica do seu corpo vai fluir para o objeto metálico, deixando para traz aquela 
sensação de que o objeto é frio. Por outro lado, tenha bastante cuidado ao tocar num objeto metálico que tenha sido exposto ao sol, pois a 
energia   calórica   ali   armazenada   pode   fluir   com   tanta   intensidade   que   pode   queimar   seus   dedos.  
Mas,   diria   você,   e   a   energia   de   um   sistema   químico?   E   eu   responderia   AH!   Boa   pergunta!  
Vamos aclarar a idéia de “sistema”. Eu chamo de sistema somente aquilo que eu estou estudando, tudo o mais é o resto do universo, os 
“arredores”. Assim sendo, eu posso dizer que toda a energia contida num sistema químico é chamada de energia interna. Imagine um cilindro 
de gás hidrogênio, por exemplo, num laboratório no segundo andar: o gás hidrogênio pode ter energia potencial gravitacional devido à sua 
posição.   Imagine   ainda   que   o   mesmo   cilindro   esteja   sendo   transportado   num   caminhão:   o   gás   teria   ainda   energia   cinética   devido   ao 
movimento; entretanto, na macroescala em que vivemos, essas formas de energia são de pouca relevância para o sistema químico, e são 
simplesmente ignoradas. A energia interna a que nos referíamos acontece devido ao movimento das moléculas no espaço (movimento de 
translação), às rotações das partículas (movimento rotacional) e às atrações e repulsões que as partículas sentem umas pelas outras, e ainda 
por vibrações que as partículas desenvolvem. Podemos dizer então que a energia interna de um sistema é a soma de todas essas energias dos 
átomos,   moléculas   ou   íons   do   nosso   sistema.   Ficou   confuso?   Vamos   melhorar   isso.                                                                    
  
Quando   você   aumenta   a   energia   interna   de   um   sistema   químico,   três   coisas   podem   ocorrer:  
  
   1. a temperatura do sistema aumenta. 
   2. pode ocorrer a fusão ou a ebulição do sistema. Por exemplo, as moléculas de um líquido são unidas por forças que chamamos de 
       intermoleculares (a atração entre átomos numa mesma molécula são atrações intramoleculares). O calor adicionado a um líquido pode 
       aumentar   tanto   a   energia   interna,   que   ela   pode   causar   a   que   as   moléculas   do   líquido   oossam   sobrepujar   as   forças   de   atração 
       intermoleculares, e daí que possam escapar do líquido na forma de vapor – é o princípio da ebulição. De maneira similar, um sólido 
       pode fundir. Existem ainda sólidos que cristalizam em diferentes formas cristalinas, é o caso conhecido por polimorfismo; aí, um 
       aumento na energia interna do sistema pode causar o composto a mudar a forma cristalina. 
   3. pode ocorrer uma reação química. Quando o aumento d energia interna do sistema é o suficiente para causar a quebra de ligações 
       químicas, e levar à formação de outras, então teremos uma reação química. As reações químicas que necessitam de calor externo para 
       acontecerem (como no nosso exemplo da decomposição térmica do bicarbonato), são chamadas de endotérmicas. 
  
Um decréscimo de energia interna, pelo contrário, pode causar um abaixamento de temperatura do sistema ou uma mudança de estado –
líquido para sólido, por exemplo, muito raramente pode provocar uma reação química. Mesmo assim, como veremos a seguir, em uma reação 
química exotérmica, a quantidade de energia interna dos produtos ao final da reação, quando já se atingiu o equilíbrio térmico com o meio 
ambiente, a quantidade de energia interna dos produtos pode ser menor que aquela dos reagentes. Mas não se preocupe muito com isso agora.
  
A energia interna total de um sistema é claro que não pode ser determinada, mas a sua variação, ∆E, sim. ∆E é definido por 

  
                                                                        ∆E = Efinal – Einicial

e pode ser tanto medida quanto calculada à partir de dados teóricos. Podemos afirmar portanto que é a mudança de energia interna, ∆E, que é 
a quantidade de energia trocada pelo sistema e seus arredores quando ocorre uma reação química ou em uma mudança em um processo físico. 
Do exposto até aqui, ficou claro que as reações químicas necessitam de algum tipo energia para acontecerem. Imagine uma reação hipotética 
(fica mais fácil de digitar!) A+BàC. Aí tem toda aquela consideração de quebras as ligações de seja o que A e B contiver, e tal e coisa, mas 
vamos resumir no seguinte: eu preciso aproximar A e B para que eles possam reagir. Logo, é intuitivo que eu tenha de gastar energia (realizar  
um trabalho) para aproximar A e B. é nesse estado, que eu vou chamar de “ativado”, AB, que a quebra e a formação de ligações químicas vão 
ocorrer. Assim sendo, o estado AB deve ser mais energético do que o sistema inicial, com A e B separados, e nós podemos criar um diagrama 
de energia para mostrar isso de uma forma gráfica. 
  Não se preocupe com o termo “coordenada de reação”, ele quer dizer alguma coisa como “no decorrer da reação...”. Com o gráfico fica mais 
fácil visualizar o trabalho que tivemos para montar o nosso estado ativado AB, e como ele é mais energético do que A e B sozinhos.



Pois bem. Três coisas podem acontecer no momento em que atingimos esse estado excitado. A primeira, óbvia, é que o sistema pode voltar 
para traz, a energia devolvida, e... não acontecer nada! As duas outras possibilidades é que são interessantes: o produto, C, pode vir a se 
formar, e, em termos de energia, pode constituir um sistema com mais ou menos energia que o sistema original A+B. Nossos gráficos vão nos 
ajudar                  a                    ver                 isso                  mais                   claramente:                   
  




 
Pronto. “Turbinamos” o nosso sistema A+B para que esse atingisse o estado AB, e isso graças à energia interna que o sistema já possuía, ou 
porquê aumentamos a energia interna do sistema A+B fornecendo­lhe calor. De qualquer modo, a energia necessária para atingirmos o estado 
ativado AB é chamada de Energia de ativação, Ea, e o calor fornecido para que a reação total aconteça, ou fornecido pela reação, é chamado 
de entalpia, e o seu símbolo é um agá maiúsculo, H. 
 
A definição de H é mais complexa; é a propriedade termodinâmica de um sistema definida de formas a que uma mudança de entalpia é igual  
ao calor ganho ou recebido pelo sistema quando o processo que a causa ocorre à pressão constante. A Física define a energia E de um sistema 
como sendo a soma da quantidade de calor do sistema, q, mais  o trabalho que o sistema provoca nos seus  arredores, w, de formas  a 
que ∆E=q+w. Para gases ideais, o trabalho se reduz à expansão do volume e à pressão que o gás exerce, portanto w=P   donde, para os  
                                                                                                                                V,
sistemas que nos interessam, ∆E=q+P∆V. Portanto, o calor q, à pressão constante, é q=(E2+PV2)­(E1+PV1). Ora, se chamamos a entalpia de 
o   calor   à   pressão   constante,   então   H=E+PV   e ∆H=∆E+P∆V.   Uma   aritmética   simples   nos   diz   que ∆H=H2­H1=(E2+PV2)­(E1+PV1), 
portanto, ∆H=q                                   à                       pressão                                  constante.                   
  
Voltemos aos nossos casos 1 e 2 (reveja as figuras). No primeiro caso, a energia foi oferecida ao sistema para que o estado ativado fosse 
atingido; entretanto, formado o produto, parte daquela energia não voltou! De fato, como enunciado, o produto tem energia interna maior que 
os reagentes. Um processo onde a energia e necessária de ser fornecida para que algo ocorra é o processo endotérmico, como mencionado 
anteriormente. Processos físicos como a dissolução de um sal em água pode ser tão endotérmica que acaba congelando a solução, como no 
caso da dissolução de KNO3. Um processo químico endotérmico pode ser resumido como:  
                                                                     A+B+caloràC
  
No segundo caso, o gráfico nos mostra que toda a energia conseguida pelo sistema foi devolvida com a formação do produto, e ainda um 
pouquinho   mais.   Nesse   caso,   todo   o   sistema   se   esquenta,   e   o   processo   é   dito   ser   exotérmico,   e   pode   ser   resumido   como:  
  
                                                                     A+BàC+calor

 O que justifica os prefixos “endo”, para dentro, e “exo”, para fora. Ainda utilizando um exemplo de um processo físico de dissolução: quando 
dissolvemos ácidos concentrados em água, o processo de solvatação é bastante exotérmico, a ponto de ferver a água. Por isso, temos uma 
máxima no laboratório: nunca deite água em ácido (ou base), sempre ao contrário. Adicionando água ao ácido, por exemplo, a gotinha que 
tocar o ácido vai ferver e pode pular fora do frasco assim como vapor d’água pula fora de uma frigideira com óleo quente. Mas essa gotinha 
d’água ferveu porquê dissolveu ácido, portanto o vapor quente traz consigo também uma porção de ácido dissolvido, o que pode causar uma 
queimadura                     séria                  em                  um                  aluno                  incauto.                 
  
Bom. Como você notou, processos endotérmicos e exotérmicos acontecem na física e na química, na química geralmente associados às 
reações químicas. É importante frisar que uma certa quantidade de material químico sempre libera (ou absorve) a mesma quantidade de calor, 
mantidas as mesmas condições experimentais, ou seja, a capacidade de calor das substâncias químicas são uma propriedade das substâncias. 
Como capacidade de calor entendemos a quantidade de calor que a substância (ou sistema) necessita absorver para que a sua temperatura se 
eleve   em   um   grau   (centígrado   ou   Kelvin,   matematicamente   dá   no   mesmo),   e   esses   dados   são   tabelados   de   duas   formas:  
  
            1. capacidade de calor molar: quantidade de calor necessário para elevar a temperatura de 1 mol da substância em 1 grau, e 
            2. calor específico: quantidade de calor necessário para elevar 1 grama da substância em 1 grau. 
  
Um calorímetro é um instrumento desenhado para medir o calor ganho ou liberado por um sistema, e com ele pode­se medir calores de reação 
(que podem até serem utilizados em análise para se conhecer o tipo e a quantidade de um determinado reagente), relacionar­se calores com 
energias de ligação, determinar a energia de formação de um composto, e por aí vai, a lista é grande e os dados obtidos são todos importantes  
para fins práticos e também teóricos, Um calorímetro muito simples e eficiente pode ser feito em casa com um arame entortado para servir de 
agitador, um termômetro, um copo de isopor e um pedaço de cartolina:




determinando­se primeiramente a capacidade de calor do calorímetro, utilizando­se por exemplo de uma reação química prévia cujo calor 
liberado ou absorvido é conhecido, pode­se agora conduzir­se experimentos simples para a verificação da variação de entalpia de um grande 
número   de   processos.   Um   experimento   que   pretende   demonstrar   o   uso   de   um   equipamento   desse   tipo   pode   ser   visto   em 
http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/experimental2/termoquimica.htm. 
  
Finalmente, é necessário mencionar o grande avanço que a termoquímica obteve à partir da demonstração da Lei de Hess. Essa Lei prevê que 
não importa como (qual o caminho, ou reação utilizada) um composto é preparado, se em uma ou mais etapas, o calor de formação do 
composto  é   sempre  o  mesmo.  Como  exemplo,  eu  tirei  de   um  livro  a  formação  de  CO 2  de   duas  formas,  em  uma   e  em  duas   etapas:  
  
                                                                   C+O2àCO2 

                                                                    C+½O2àCO 

                                                            CO+½O2àCO2
  
Um diagrama mostra que a quantidade de energia liberada na queima do grafite para produzir o gás carbônico independe de como a reação é 
feita:                                                                                                                                  
  




                                                                                                  Combustão da madeira: Termoquímica
              
             4ª Abordagem de Leitura e Estudo acerca de  
                                                        Termoquímica
                                                                    


Termoquímica é o estudo da transferência de calor ocorrida através de processos como 
misturas, transições de fase e reações químicas que acontecem até que haja equilíbrio 
térmico, ou seja, é o calor da reação provocada pela troca de energia do meio externo 
com os reagentes. 
Toda reação química absorve ou gera calor, ou seja, há sempre uma troca de energia. A 
emissão ou absorção de luz, de calor, de eletricidade são manifestações dessa energia que podem até provocar mudanças de estado físico nos 
componentes das reações. 

Processos Endotérmicos: Quando as reações absorvem calor do meio ambiente para ocorrerem. Exemplo: A cocção de alimentos. Um 
alimento que está sendo cozido sobre o fogo está passando por uma reação endotérmica. 

Processos Exotérmicos: Quando as reações liberam calor para o meio ambiente para ocorrerem. Exemplo: A combustão do carvão que pode 
ser representada pela equação: 

Carvão + O2 → cinzas + CO2 (g) + calor




                                                                                                                     BOM ESTUDO!!!




                                                                    “Não creias impossível o que apenas improvável parece.” 
                                                                                                         William Shakespeare




                                                     BIBLIOGRAFIA UTILIZADA:

                                      http://netopedia.tripod.com/quimic/termoquimica.htm
                                 http://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/termoquimica.htm
                                         http://educar.sc.usp.br/quimapoio/termoqui.html
                               http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/respostas/termodina.html

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Termoquímica: Calor de reações químicas

  • 1. SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA/SECRETARIA DE EDUCAÇÃO POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE GOIÁS DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA COLÉGIO DA POLÍCIA MILITAR UNIDADES AYRTON SENNA E POLIVALENTE MODELO VASCO DOS REIS SÉRIE TURMA DISCIPLINA DATA 2ºs  FÍSICO – QUÍMICA [QUÍMICA I] ______/______/11 PROFESSOR (A) THAIZA MONTINE TERMOQUÍMICA  Aluno (a): ______________________________________nº:____  A energia liberada nas reações químicas está presente em várias atividades da nossa vida diária. Por exemplo, a o calor liberado na queima do  gás butano que cozinha os nossos alimentos, e o calor liberado na combustão do álcool ou da gasolina que movimenta nossos veículos e a  através das reações químicas dos alimentos no nosso organismo que obtemos a energia necessária para manutenção da vida. A maioria das reações químicas ocorre produzindo variações de energia, que freqüentemente se manifestam na forma de variações de calor. A  termoquímica ocupa­se do estudo quantitativo das variações térmicas que acompanham as reações químicas. Essas reações são de dois tipos: Reações exotérmicas: as que liberam calor para o meio ambiente. Exemplos  combustão (queima) do gás butano, C4H10 C4H10(g) + 13/2 O2(g) => 4 CO2(g) + 5H20(g) + calor  combustão do etanol, C2H60: C2H60(l) + 3O2(g) => 2 CO2(g) + 3 H2O(g) + calor Na equação química, o calor é representado junto aos produtos para significar que foi produzido, isto á, liberado para o ambiente durante a  reação. Reações endotérmicas: as que para ocorrerem retiram calor do meio ambiente. Exemplos  decomposição da água em seus elementos: H20(l) + calor => H2(g) + 1/2 O2(g)  fotossíntese: 6 CO2(g) + 6 H20(l) + calor => C6H12O6(aq) + 6 O2(g) Na equação química, a energia absorvida á representada junto aos reagentes, significando que foi fornecida pelo ambiente aos reagentes.
  • 2. MEDIDA  DO CALOR DE REAÇÃO O calor liberado ou absorvido por um sistema que sofre uma reação química á determinado em aparelhos chamados calorímetros. Estes  variam em detalhes e são adaptados para cada tipo de reação que se quer medir o calor. Basicamente, no entanto, um calorímetro é constituído  de um recipiente com paredes adiabáticas, contendo uma massa conhecida de parede água, onde se introduz um sistema em reação. O  recipiente é provido de um agitador e de um termômetro que mede a variação de temperatura ocorrida durante a reação. A determinação do calor liberado ou absorvido numa reação química á efetuada através da expressão:     onde:   Q  é a quantidade de calor liberada ou absorvida pela reação. Esta grandeza pode ser expressa em calorias (cal) ou em Joules (J). O   Sistema Internacional de Medidas (SI) recomenda a utilização do Joule, no entanto, a caloria ainda é muito utilizada. Uma caloria (1 cal)  é a quantidade de calor necessária para fazer com que 1,0 g de água tenha sua temperatura aumentada de 1,0ºC. Cada caloria corresponde  a 4,18 J;   m é a massa, em gramas, de água presente no calorímetro;   c é o calor especifico do liquido presente no calorímetro. Para a água seu valor é 1 cal/g . ºC;   é a variação de temperatura sofrida pela massa de água devido a ocorrência da reação. É medida em graus Celsius. A rigor, deve­se considerar a capacidade térmica do calorímetro que inclui, além da capacidade térmica da água, as capacidades térmicas dos  materiais presentes no calorímetro (agitador, câmara de reação, fios, termômetro etc.). O calor de reação pode ser medido a volume constante, num calorímetro hermeticamente fechado, ou à pressão constante, num calorímetro  aberto. Experimentalmente, verifica­se que existe uma pequena diferença entre esses dois tipos de medidas calorimétricas. Essa diferença  ocorre porque, quando uma reação ocorre à pressão constante, pode haver variação de volume e, portanto, envolvimento de energia na  expansão ou contração do sistema. A variação de energia determinada a volume constante é chamada  de variação de energia interna, representada por ∆E, e a variação de  energia determinada à pressão constante é chamada de variação de entalpia, representada por ∆H. Como a maioria das reações químicas são realizadas em recipientes abertos, à pressão atmosférica local, estudaremos mais detalhadamente a  variação de entalpia das reações. ENTALPIA E VARIAÇÃO DE ENTALPIA O calor, como sabemos, é uma forma de energia e, segundo a Lei da Conservação da Energia, ela não pode ser criada e nem destruída, pode  apenas ser transformada de uma forma para outra. Em vista disso, somos levados a concluir que a energia:  liberada por uma reação química não foi criada, ela já existia antes, armazenada nos reagentes, sob uma outra forma;  absorvida por uma reação química não se perdeu, ela permanece no sistema, armazenada nos produtos, sob uma outra forma. Cada   substância,   portanto,   armazena   um   certo   conteúdo   de   calor,  que  será   alterado   quando  a   substância   sofrer   uma   transformação.   A  liberação de calor pela reação exotérmica significa que o conteúdo total de calor dos produtos á menor que o dos reagentes. Inversamente, a  absorção de calor por uma reação endotérmica significa que o conteúdo total de calor armazenado nos produtos é maior que o dos reagentes. A   energia   armazenada   nas   substâncias   (reagentes   ou   produtos)   dá­se   o   nome   de  conteúdo   de   calor  ou  entalpia.   Esta   é   usualmente  representada pela letra H. Numa reação, a diferença entre as entalpias dos produtos e dos reagentes corresponde à variação de entalpia,  .     onde:  Hp = entalpia dos produtos;  Hr = entalpia dos reagentes. Numa reação exotérmica temos que Hp < Hr e, portanto,  < O (negativo). Numa reação endotérmica temos que Hp > Hr e, portanto,  > O (positivo).
  • 3. EQUAÇÕES TERMOQUÍMICAS E GRÁFICOS DE ENTALPIA As reações, como sabemos,  são representadas através  de equações  químicas. No caso da representação de uma reação que ocorre com  variação de calor, é importante representar, além da quantidade de calor envolvida, as condições experimentais em que a determinação dessa  quantidade de calor foi efetuada. Isso porque o valor do calor de reação é afetado por fatores como a temperatura e a pressão em que se   processa a reação, o estado físico e as variedades alotrópicas das substâncias participantes dessa reação. A equação que traz todas essas  informações chama­se equação termoquímica. Exemplos de equações termoquímicas: H2(g) + Cl2(g) => 2 HCl(g) + 184,9 kJ (25ºC, 1 atm) Segundo a equação, 1 mol de hidrogênio gasoso reage com 1 mol de cloro gasoso formando 2 mols de cloreto de hidrogênio gasoso, liberando  184,9 kJ de calor. Tal reação foi realizada à temperatura de 25ºC e à pressão de 1 atm. Podemos também escrever essa equação termoquímica utilizando a notação ∆H. Neste caso temos: H2(g) + Cl2(g) => 2 HCl(g),  = ­184,9 kJ (25ºC, 1 atm) O valor numérico de  é precedido do sinal negativo, pois a reação é exotérmica. Graficamente, a variação de entalpia que acompanha a reação é representada por:  H2(g) + I2(g) + 51,8 kJ => 2 HI (g) (25ºC, 1 atm) Segundo a equação, quando, a 25ºC e 1 atm, 1 mol de hidrogênio gasoso reage com 1 mol de iodo gasoso, formando 2 mols de iodeto de  hidrogênio gasoso, são absorvidos 51,8 kJ de calor. A equação também pode ser escrita utilizando a notação ∆H: H2(g) + I2(g) => 2 HI (g) ∆H = + 51,8 kJ (25ºC, 1 atm) O valor numérico de ∆H é positivo, pois a reação é endotérmica. Graficamente a variação de entalpia dessa reação pode ser representada por:  
  • 4. DETERMINAÇAO INDIRETA DO CALOR DE REAÇAO Vimos anteriormente que a variação de entalpia de uma reação á determinada experimentalmente no calorímetro. Existem, no entanto,  maneiras indiretas de determinação da variação de entalpia de uma reação. A seguir, discutiremos as mais importantes. DETERMINAÇÃO ATRAVÉS DA DEFINIÇÃO DE ∆H Já vimos que a variação de entalpia AH de uma reação á a diferença entre as entalpias dos produtos e reagentes de uma reação.   = Hp ­ Hr Portanto,  se   conhecêssemos  as   entalpias  absolutas   das  substâncias,  poderíamos  calcular,  facilmente,   a  variação   de  entalpia   associada  a  qualquer reação. Como isto á impossível, pois apenas a diferença das entalpias dos produtos e reagentes pode ser medida, os químicos  resolveram atribuir, arbitrariamente, a um grupo de substâncias um determinado valor de entalpia e, a partir disso, construir uma escala  relativa de entalpias das demais substâncias. Assim, atribuiu­se às variedades alotrópicas mais estáveis das substâncias simples, a 25ºC e 1 atm, entalpias iguais a zero. Essas condições  experimentais são chamadas de condições padrão ou estado padrão, e a entalpia, determinada nessas condições, á a entalpia padrão. A  entalpia padrão á representada por H0. Por exemplo, têm entalpias padrão zero as substâncias: 02  gasoso, H2  gasoso, I2  sólido, C grafite, S8  rômbico etc., e têm entalpias padrão  diferentes de zero as substâncias: 02 liquido, 03 gasoso, H2 liquido, I2 gasoso, C diamante, S8 monoclínico etc. A entalpia padrão de uma substância qualquer pode ser calculada tomando­se como referência a variação de entalpia da reação de formação,  também chamada de entalpia de formação, dessa substância a partir de seus elementos, no estado padrão. Calor de formação ou entalpia de formação é o nome dado à variação de entalpia associada à formação de um mol de uma substância a  partir de seus elementos constituintes, na forma de substâncias simples mais estável e no estado padrão. 0 A entalpia de formação é representada por  f. Exemplo                                                                                Acompanhe a seguir a determinação da entalpia padrão do dióxido de carbono gasoso: Reação de formação do C02(g):                                                           
  • 5. A tabela a seguir traz as entalpias padrão de algumas substâncias. Entalpia padrão ( 0 f ) em kcal/mol H20 (l)                                                                          ­ 68,3 HCl (g)                                                                         ­ 22,0 HBr (g)                                                                          ­ 8,6 Hl (g)                                                                            + 6,2 CO (g)                                                                        ­ 26,4 CO2 (g)                                                                        ­ 94,1 NH3 (g)                                                                        ­ 11,0 SO2 (g)                                                                        ­ 70,9 CH4 (g)                                                                        ­ 17,9 C2H4 (g)                                                                      + 11,0 C2H6 (g)                                                                       ­ 20,5 C2H2 (g)                                                                      + 53,5 C6H6 (l)                                                                       + 12,3 Conhecendo­se as entalpias padrão das substâncias, a variação de entalpia de uma reação pode ser determinada com facilidade. LEI DE HESS Em 1849, o químico Germain Henri Hess, efetuando inúmeras medidas dos calores de reação, verificou que:  O calor liberado ou absorvido numa reação química depende apenas dos estados intermediários pelos quais a reação passa. Esta é a lei da atividade dos calores de reação ou lei de Hess. De acordo com essa lei é possível calcular a variação de entalpia de uma reação através da soma algébrica de equações químicas que possuam  conhecidos. Por exemplo, a partir das equações: é possível determinar a variação de entalpia da reação de formação do metano, CH4, reação essa que não permite medidas calorimétricas  precisas de seu calor de reação por ser lenta e apresentar reações secundárias. A soma algébrica das reações dadas deve, portanto, resultar na reação de formação do metano, cujo queremos determinar: No entanto, para obtermos essa equação devemos efetuar as seguintes operações:  multiplicar a reação II por 2, para que o número de mols de H2(g) seja igual a 2, consequentemente o também será multiplicado por 2;  inverter a reação III, para que CH4(g) passe para o segundo membro da equação. Em vista disso, o também terá seu sinal invertido, isto é,  se a reação é exotérmica, invertendo­se o seu sentido, passará a ser endotérmica e vice­versa;  somar algebricamente as equações e os  .
  • 6. Assim temos: ENERGIA DE LIGAÇÃO É a energia fornecida para romper 1 mol de ligações entre dois átomos e um sistema gasoso, a 25ºC e 1 atm. A energia de ligação pode ser determinada experimentalmente. Na tabela tabela abaixo  estão relacionadas as energias de algumas ligações. Ligação Energia de ligação kcal/ mol de ligações H ­ H 104,2 Cl ­ Cl 57,8 H ­ Cl 103,0 O = O 118,3 Br ­ Br 46,1 H ­ Br 87,5 C ­ C 83,1 C ­ H 99,5 C ­ Cl 78,5 Observe que os valores tabelados são todos positivos, isto porque o rompimento de ligações é um processo que consome energia, ou seja, é  um processo endodérmico. A formação de ligações, ao contrário, é um processo que libera energia, processo exotérmico. Para se determinar o  de uma reação a partir dos valores devemos considerar:  que todas as ligações dos reagentes são rompidas e determinar a quantidade de energia consumida nesse processo;  que as ligações existentes nos produtos foram todas formadas a partir de átomos isolados e determinar a quantidade de energia liberada  nesse processo. O  será  correspondente   à  soma  algébrica  das   energias   envolvidas   nos   dois  processos,  o de  ruptura  e  o  de formação  de  ligações.  É  importante salientar que este método fornece valores aproximados de  . Ele é muito útil na previsão da ordem de grandeza da variação de  entalpia de uma reação.   TIPOS      DE CALORES E ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES  A variação da entalpia recebe uma denominação particular da natureza da reação: Calor de combustão ou entalpia de combustão: É    associado à reação de combustão, no estado padrão, de um mol de uma substância. Calor de dissolução ou entalpia de dissolução: É o    associado a 1 mol de uma substância em água suficiente para preparar um solução  diluída.                                                              Calor de neutralização ou entalpia de neutralização:  É o   da reação de neutralização de 1 equivalente­grama de um ácido por 1  equivalente de uma base, ambos na forma de soluções aquosas dilúidas,                                                                   
  • 7. ESPONTANEIDADE DAS REAÇÕES Muito dos processos que ocorrem à sua volta são espontâneos, isto é, uma vez iniciados prosseguem sem a necessidade de ajuda externa. A  dissolução do sal em água, a queima de carvão são exemplos de processos espontâneos. Os processos espontâneos são aqueles que apenas são possíveis através do fornecimento contínuo de energia do meio ambiente. O cozimento  de alimentos, a obtenção de metais, são exemplos de processos não espontâneos. A  constatação  de  que a  maioria  dos   processos   espontâneos  ocorrem   com   liberação  de  energia,  levou  à  idéia  de  que apenas  processos  exotérmicos, que ocorriam com diminuição de energia do sistema, eram espontâneos. De fato, isto é verdade para muitas reações; existem, no  entanto, processos espontâneos que absorvem calor. Portanto, além do fator energia, existe um outro que influencia a espontaneidade de um  processo. Este fator chama­se entropia, e é representado pela letra S. A entropia está associada à ordem ou à desordem de um sistema. Quanto mais desorganizado o sistema, maior será sua entropia. Exemplos de  processos que ocorrem com aumento de entropia:   a evaporação de um líquido: no estado gasoso as moléculas movimentam­se com mais liberdade do que no estado líquido, estão, portanto,  mais desorganizadas;   a dissolução de qualquer substância em um liquido também produz um sistema em que a desorganização á maior. Da mesma forma que para a entalpia, para a determinação da entropia das substâncias foi necessário estabelecer, arbitrariamente, a entropia  de algumas substâncias e, a partir disso, construir uma escala relativa de entropias. Estabeleceu­se que uma substância, na forma de um cristal  perfeito, a zero Kelvin, tem entropia zero. A tabela a seguir relaciona as entropias padrão (sº) de algumas substâncias.                                              Entropia padrão (cal/mol . K) a 25ºC  Ca (g)                                                                             9,95  Ag (g)                                                                                     10,20  CaO (g)                                                                           9,5  Br2 (l)                                                                                     36,4  Hg (l)                                                                                     18,17  He (gás)                                                                               30,13  N2 (gás)                                                                                45,7  Metano, CH4 (gás)                                                            44,5 A espontaneidade de um processo é determinada pelos fatores entalpia e entropia. São espontâneos os processos que ocorrem com diminuição  de entalpia e aumento de entro. pia. Não são espontâneos os processos que ocorrem com aumento de entaipia e diminuição de entropia.  Quando um processo ocorre com aumento ou diminuição simultânea de eutalpia e entropia, para se prever a espontaneidade ou não da reação  é necessário lançar mão de uma grandeza que relaciona a entropia e a entalpia. Esta grandeza é a energia livre de Gibbs (G) e é dada pela  equação:    é a variação de energia livre do sistema, dada em kcal/mol;     é a variação de entalpia, dada em kcal/mol;  T é a temperatura absoluta (K);  é a variação dc entropia, dada em cal/K . mol. A energia livre de Gibbs mede a capacidade que um sistema possui de realizar trabalho. São espontâneos os processos  onde a capacidade de  realizar trabalho do sistema diminui, ou seja,  < 0. Processos não espontâneos são aqueles onde a capacidade do sistema realizar trabalho  aumenta, ou seja,  > 0.
  • 8.   2ª Abordagem de Leitura e Estudo acerca de    Termoquímica  A termoquímica estuda a transferência de calor associada a reações químicas ou a mudanças no estado físico de uma substância.  Os calorímetros são aparelhos capazes de medir o calor de uma reação química.  Calor de reação é o nome dado a quantidade de calor liberado ou absorvido em uma reação química.  Diante de uma reação química ou mudança de estado físico, podemos ter processos que fornecem ou liberam calor.  Processo exotérmico: o calor é cedido pela reação (reagentes) para o ambiente.  Assim, queimar um pedaço e carvão é um processo exotérmico  Processo endotérmico: os reagentes absorvem calor do Ambiente.                                                A fotossíntese é uma reação endotérmica: 6 CO2 + 6H2O + energia  C6H 12O6 + 6 O2   3ª Abordagem de Leitura e Estudo acerca de    Termoquímica      Para podermos falar de termoquímica, temos primeiro de falar sobre uma transformação química. Exatamente o que é uma reação química?  Nós sabemos até aqui que em uma reação química os reagentes são transformados em produtos, e que os produtos tem composição química e  propriedades químicas e físicas diferentes daquelas dos reagentes. Sabemos também que durante uma reação química, massa não é perdida e  nem ganha.  Dito isso, vamos examinar um pouco duas reações, que eu diria mesmo tratarem­se de exemplos clássicos, porém simples, envolvendo  carbonatos. O carbonato de cálcio é o principal constituinte do mármore dos pisos e das estátuas, do giz que o professor utiliza em classe, e do  calcário de onde se retira o cal; além disso, é da lixiviação de grandes massas de rocha calcárea que se dá a origem das cavernas, isso porquê o  carbonato de cálcio se dissolve rapidamente em meio ácido, nesse caso a água das chuvas contendo CO2  dissolvido (ácido carbônico). Ao  invés de usarmos o ácido carbônico, vamos usar um ácido mais forte, o sulfúrico.Quando se derrama ácido sulfúrico sobre o carbonato,  percebe­se   a   formação   de   bolhas   de   CO2  gasoso   no   líquido,   enquanto   precipita   um   pozinho   branco   bem   fino.   A   reação   química   é:      CaCO3(s)+H2SO4(l)à CO2(g)+H2O(l)+CaSO4(s) Quando a gente examina a reação bem de perto, pode­se notar que calor também é produzido, pois dá para sentir um aumento da temperatura  do   frasco   onde   a   reação   ocorre.    Uma outra reação que também produz gás carbônico, água e um sal branco é a decomposição térmica do bicarbonato de sódio, NaHCO 3:     2 NaHCO3(s)àCO2(g)+H2O(l)+Na2CO3(s)  O bicarbonato pode ser utilizado em casa para clarear os dentes substituindo a pasta de dentes tradicional, desodorizar geladeiras, apagar  pequenos   incêndios   (consome   o   calor   da   chama!),   além,   é   claro,   de   assar   biscoitos.   Veja bem: a diferença entre essas duas reações é que na primeira, calor é produzido, enquanto que a segunda só acontece quando esquentamos  o bicarbonato: é necessário que forneçamos calor. Ora, o calor está associado a uma variação de energia, e nós podemos generalizar, sem  medo   de   errar,   que   toda   a   reação   química   é   acompanhada   por   uma   variação   de   energia.   A Termodinâmica é o ramo das ciências que estuda as transformações de energia, e portanto, é muito importante para a Química. Veja bem:  os átomos ou íons de um composto se mantém unidos por ligações químicas, e essas ligações devem ser quebradas quando os reagentes  passam   por   uma   transformação   química,   e   formadas   quando   da   formação   dos   produtos   da   reação.   Em   geral,   podemos   dizer   que   para  quebrarmos uma ligação química nós precisamos fornecer energia para o sistema, enquanto que energia é liberada do sistema quando ligações  químicas são formadas. Se uma determinada reação requer ou não energia para acontecer, vai ser o resultado do balanço entre a energia total 
  • 9. requerida para quebrar umas ligações e a energia total liberada pela formação de outras. Nos exemplos citados, a primeira reação libera  energia,   enquanto   que   a   segunda   necessita   de   energia   para   ocorrer,   a   despeito   da   similaridade   dos   produtos   formados.    Essa discussão nos leva a um parênteses. Uma determinada reação química pode causar variações de energia por necessitar de, ou fornecer,  corrente elétrica, ou necessitar de, ou fornecer, luz. Entretanto, o que se encontra quase sempre é o de uma transformação química causar uma  variação de energia na forma de calor, Assim, a Termoquímica estuda as variações de energia térmica que acompanha as transformações  químicas, bem como em mudanças físicas como por exemplo, mudanças de estado como fusão, ebulição, etc. Mas afinal, o que é o calor?   O calor é a energia que é transferida entre dois corpos de temperaturas diferentes. Note que a energia é uma propriedade do corpo, enquanto  que o calor não é. O calor é a energia em movimento entre os objetos ou sistemas que estão a diferentes temperaturas e estão em contato um  com o outro. O sentido do movimento do calor é sempre do sistema mais quente para o mais frio, e isso é intuitivo: tome um objeto metálico  que tenha sido guardado na gaveta, digamos um prego, ou uma chavew de fenda; você vai sentir uma sensação de frio, pos o metal,bom  condutor de calor, vai receber o calor de sua mão – a energia calórica do seu corpo vai fluir para o objeto metálico, deixando para traz aquela  sensação de que o objeto é frio. Por outro lado, tenha bastante cuidado ao tocar num objeto metálico que tenha sido exposto ao sol, pois a  energia   calórica   ali   armazenada   pode   fluir   com   tanta   intensidade   que   pode   queimar   seus   dedos.   Mas,   diria   você,   e   a   energia   de   um   sistema   químico?   E   eu   responderia   AH!   Boa   pergunta!   Vamos aclarar a idéia de “sistema”. Eu chamo de sistema somente aquilo que eu estou estudando, tudo o mais é o resto do universo, os  “arredores”. Assim sendo, eu posso dizer que toda a energia contida num sistema químico é chamada de energia interna. Imagine um cilindro  de gás hidrogênio, por exemplo, num laboratório no segundo andar: o gás hidrogênio pode ter energia potencial gravitacional devido à sua  posição.   Imagine   ainda   que   o   mesmo   cilindro   esteja   sendo   transportado   num   caminhão:   o   gás   teria   ainda   energia   cinética   devido   ao  movimento; entretanto, na macroescala em que vivemos, essas formas de energia são de pouca relevância para o sistema químico, e são  simplesmente ignoradas. A energia interna a que nos referíamos acontece devido ao movimento das moléculas no espaço (movimento de  translação), às rotações das partículas (movimento rotacional) e às atrações e repulsões que as partículas sentem umas pelas outras, e ainda  por vibrações que as partículas desenvolvem. Podemos dizer então que a energia interna de um sistema é a soma de todas essas energias dos  átomos,   moléculas   ou   íons   do   nosso   sistema.   Ficou   confuso?   Vamos   melhorar   isso.      Quando   você   aumenta   a   energia   interna   de   um   sistema   químico,   três   coisas   podem   ocorrer:      1. a temperatura do sistema aumenta.  2. pode ocorrer a fusão ou a ebulição do sistema. Por exemplo, as moléculas de um líquido são unidas por forças que chamamos de  intermoleculares (a atração entre átomos numa mesma molécula são atrações intramoleculares). O calor adicionado a um líquido pode  aumentar   tanto   a   energia   interna,   que   ela   pode   causar   a   que   as   moléculas   do   líquido   oossam   sobrepujar   as   forças   de   atração  intermoleculares, e daí que possam escapar do líquido na forma de vapor – é o princípio da ebulição. De maneira similar, um sólido  pode fundir. Existem ainda sólidos que cristalizam em diferentes formas cristalinas, é o caso conhecido por polimorfismo; aí, um  aumento na energia interna do sistema pode causar o composto a mudar a forma cristalina.  3. pode ocorrer uma reação química. Quando o aumento d energia interna do sistema é o suficiente para causar a quebra de ligações  químicas, e levar à formação de outras, então teremos uma reação química. As reações químicas que necessitam de calor externo para  acontecerem (como no nosso exemplo da decomposição térmica do bicarbonato), são chamadas de endotérmicas.     Um decréscimo de energia interna, pelo contrário, pode causar um abaixamento de temperatura do sistema ou uma mudança de estado – líquido para sólido, por exemplo, muito raramente pode provocar uma reação química. Mesmo assim, como veremos a seguir, em uma reação  química exotérmica, a quantidade de energia interna dos produtos ao final da reação, quando já se atingiu o equilíbrio térmico com o meio  ambiente, a quantidade de energia interna dos produtos pode ser menor que aquela dos reagentes. Mas não se preocupe muito com isso agora.    A energia interna total de um sistema é claro que não pode ser determinada, mas a sua variação, ∆E, sim. ∆E é definido por     ∆E = Efinal – Einicial e pode ser tanto medida quanto calculada à partir de dados teóricos. Podemos afirmar portanto que é a mudança de energia interna, ∆E, que é  a quantidade de energia trocada pelo sistema e seus arredores quando ocorre uma reação química ou em uma mudança em um processo físico.  Do exposto até aqui, ficou claro que as reações químicas necessitam de algum tipo energia para acontecerem. Imagine uma reação hipotética  (fica mais fácil de digitar!) A+BàC. Aí tem toda aquela consideração de quebras as ligações de seja o que A e B contiver, e tal e coisa, mas  vamos resumir no seguinte: eu preciso aproximar A e B para que eles possam reagir. Logo, é intuitivo que eu tenha de gastar energia (realizar   um trabalho) para aproximar A e B. é nesse estado, que eu vou chamar de “ativado”, AB, que a quebra e a formação de ligações químicas vão  ocorrer. Assim sendo, o estado AB deve ser mais energético do que o sistema inicial, com A e B separados, e nós podemos criar um diagrama  de energia para mostrar isso de uma forma gráfica. 
  • 10.   Não se preocupe com o termo “coordenada de reação”, ele quer dizer alguma coisa como “no decorrer da reação...”. Com o gráfico fica mais  fácil visualizar o trabalho que tivemos para montar o nosso estado ativado AB, e como ele é mais energético do que A e B sozinhos. Pois bem. Três coisas podem acontecer no momento em que atingimos esse estado excitado. A primeira, óbvia, é que o sistema pode voltar  para traz, a energia devolvida, e... não acontecer nada! As duas outras possibilidades é que são interessantes: o produto, C, pode vir a se  formar, e, em termos de energia, pode constituir um sistema com mais ou menos energia que o sistema original A+B. Nossos gráficos vão nos  ajudar   a   ver   isso   mais   claramente:        Pronto. “Turbinamos” o nosso sistema A+B para que esse atingisse o estado AB, e isso graças à energia interna que o sistema já possuía, ou  porquê aumentamos a energia interna do sistema A+B fornecendo­lhe calor. De qualquer modo, a energia necessária para atingirmos o estado  ativado AB é chamada de Energia de ativação, Ea, e o calor fornecido para que a reação total aconteça, ou fornecido pela reação, é chamado  de entalpia, e o seu símbolo é um agá maiúsculo, H.    A definição de H é mais complexa; é a propriedade termodinâmica de um sistema definida de formas a que uma mudança de entalpia é igual   ao calor ganho ou recebido pelo sistema quando o processo que a causa ocorre à pressão constante. A Física define a energia E de um sistema  como sendo a soma da quantidade de calor do sistema, q, mais  o trabalho que o sistema provoca nos seus  arredores, w, de formas  a  que ∆E=q+w. Para gases ideais, o trabalho se reduz à expansão do volume e à pressão que o gás exerce, portanto w=P   donde, para os   V, sistemas que nos interessam, ∆E=q+P∆V. Portanto, o calor q, à pressão constante, é q=(E2+PV2)­(E1+PV1). Ora, se chamamos a entalpia de  o   calor   à   pressão   constante,   então   H=E+PV   e ∆H=∆E+P∆V.   Uma   aritmética   simples   nos   diz   que ∆H=H2­H1=(E2+PV2)­(E1+PV1),  portanto, ∆H=q   à   pressão   constante.      Voltemos aos nossos casos 1 e 2 (reveja as figuras). No primeiro caso, a energia foi oferecida ao sistema para que o estado ativado fosse  atingido; entretanto, formado o produto, parte daquela energia não voltou! De fato, como enunciado, o produto tem energia interna maior que  os reagentes. Um processo onde a energia e necessária de ser fornecida para que algo ocorra é o processo endotérmico, como mencionado  anteriormente. Processos físicos como a dissolução de um sal em água pode ser tão endotérmica que acaba congelando a solução, como no  caso da dissolução de KNO3. Um processo químico endotérmico pode ser resumido como:   A+B+caloràC    No segundo caso, o gráfico nos mostra que toda a energia conseguida pelo sistema foi devolvida com a formação do produto, e ainda um  pouquinho   mais.   Nesse   caso,   todo   o   sistema   se   esquenta,   e   o   processo   é   dito   ser   exotérmico,   e   pode   ser   resumido   como:      A+BàC+calor  O que justifica os prefixos “endo”, para dentro, e “exo”, para fora. Ainda utilizando um exemplo de um processo físico de dissolução: quando  dissolvemos ácidos concentrados em água, o processo de solvatação é bastante exotérmico, a ponto de ferver a água. Por isso, temos uma  máxima no laboratório: nunca deite água em ácido (ou base), sempre ao contrário. Adicionando água ao ácido, por exemplo, a gotinha que  tocar o ácido vai ferver e pode pular fora do frasco assim como vapor d’água pula fora de uma frigideira com óleo quente. Mas essa gotinha  d’água ferveu porquê dissolveu ácido, portanto o vapor quente traz consigo também uma porção de ácido dissolvido, o que pode causar uma  queimadura   séria   em   um   aluno   incauto.      Bom. Como você notou, processos endotérmicos e exotérmicos acontecem na física e na química, na química geralmente associados às  reações químicas. É importante frisar que uma certa quantidade de material químico sempre libera (ou absorve) a mesma quantidade de calor,  mantidas as mesmas condições experimentais, ou seja, a capacidade de calor das substâncias químicas são uma propriedade das substâncias.  Como capacidade de calor entendemos a quantidade de calor que a substância (ou sistema) necessita absorver para que a sua temperatura se 
  • 11. eleve   em   um   grau   (centígrado   ou   Kelvin,   matematicamente   dá   no   mesmo),   e   esses   dados   são   tabelados   de   duas   formas:      1. capacidade de calor molar: quantidade de calor necessário para elevar a temperatura de 1 mol da substância em 1 grau, e  2. calor específico: quantidade de calor necessário para elevar 1 grama da substância em 1 grau.     Um calorímetro é um instrumento desenhado para medir o calor ganho ou liberado por um sistema, e com ele pode­se medir calores de reação  (que podem até serem utilizados em análise para se conhecer o tipo e a quantidade de um determinado reagente), relacionar­se calores com  energias de ligação, determinar a energia de formação de um composto, e por aí vai, a lista é grande e os dados obtidos são todos importantes   para fins práticos e também teóricos, Um calorímetro muito simples e eficiente pode ser feito em casa com um arame entortado para servir de  agitador, um termômetro, um copo de isopor e um pedaço de cartolina: determinando­se primeiramente a capacidade de calor do calorímetro, utilizando­se por exemplo de uma reação química prévia cujo calor  liberado ou absorvido é conhecido, pode­se agora conduzir­se experimentos simples para a verificação da variação de entalpia de um grande  número   de   processos.   Um   experimento   que   pretende   demonstrar   o   uso   de   um   equipamento   desse   tipo   pode   ser   visto   em  http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/experimental2/termoquimica.htm.     Finalmente, é necessário mencionar o grande avanço que a termoquímica obteve à partir da demonstração da Lei de Hess. Essa Lei prevê que  não importa como (qual o caminho, ou reação utilizada) um composto é preparado, se em uma ou mais etapas, o calor de formação do  composto  é   sempre  o  mesmo.  Como  exemplo,  eu  tirei  de   um  livro  a  formação  de  CO 2  de   duas  formas,  em  uma   e  em  duas   etapas:      C+O2àCO2  C+½O2àCO  CO+½O2àCO2    Um diagrama mostra que a quantidade de energia liberada na queima do grafite para produzir o gás carbônico independe de como a reação é  feita:      Combustão da madeira: Termoquímica   4ª Abordagem de Leitura e Estudo acerca de    Termoquímica   Termoquímica é o estudo da transferência de calor ocorrida através de processos como  misturas, transições de fase e reações químicas que acontecem até que haja equilíbrio  térmico, ou seja, é o calor da reação provocada pela troca de energia do meio externo  com os reagentes.  Toda reação química absorve ou gera calor, ou seja, há sempre uma troca de energia. A 
  • 12. emissão ou absorção de luz, de calor, de eletricidade são manifestações dessa energia que podem até provocar mudanças de estado físico nos  componentes das reações.  Processos Endotérmicos: Quando as reações absorvem calor do meio ambiente para ocorrerem. Exemplo: A cocção de alimentos. Um  alimento que está sendo cozido sobre o fogo está passando por uma reação endotérmica.  Processos Exotérmicos: Quando as reações liberam calor para o meio ambiente para ocorrerem. Exemplo: A combustão do carvão que pode  ser representada pela equação:  Carvão + O2 → cinzas + CO2 (g) + calor BOM ESTUDO!!!  “Não creias impossível o que apenas improvável parece.”  William Shakespeare BIBLIOGRAFIA UTILIZADA: http://netopedia.tripod.com/quimic/termoquimica.htm http://mundoeducacao.uol.com.br/quimica/termoquimica.htm http://educar.sc.usp.br/quimapoio/termoqui.html http://inorgan221.iq.unesp.br/quimgeral/respostas/termodina.html