O documento discute estratégias de manejo para o mofo branco da soja, incluindo fungicidas registrados. Apresenta informações sobre a ocorrência da doença no Brasil e em diferentes culturas, sintomas, ciclo da doença e indicadores para avaliar a eficácia das medidas de controle.
1. MOFO BRANCO DA SOJA
DINÂMICA DA DOENÇA
ESTRATÉGIAS DE MANEJO
ENCONTRO NACIONAL DA SOJA – GELQ/ ESALQ/ USP
PRÁTICAS DE MANEJO PARA EXCELÊNCIA EM PRODUTIVIDADE
2. 1.Ocorrência de Mofo Branco no Brasil
2.Mofo Branco na Soja
3.Estratégias de Manejo
4.Defensivos registrados e utilizados na soja
AGENDA
3. •Podridão de Esclerotinia
•Podridão Branca
•Murcha de Esclerotinia
•Podridão de Colo
•Tombamento
MOFO BRANCO
Sclerotinia sclerotiorum
(Whetzelinia sclerotiorum)
Sclerotinia minor – Alface, amendoim, tomate
Sclerotinia trifoliorum – Alfafa, grão de bico
Sclerotinia homeocarpa - Gramados
4. •75 Famílias
•278 Gêneros
•600 Espécies
MOFO BRANCO
HOSPEDEIROS
Gimnospermas
Angiospermas
FOLHAS LARGAS
NÃO HÁ ESPECIALIZAÇÃO FISIOLÓGICA
6. MOFO BRANCO
OCORRÊNCIA
•Ambiente Favorável
•30 % de danos
Altos (> 800 metros)
Úmidos
Temperatura Amena
Baixa Luminosidade
↓ número de grãos/planta
↓ massa de grãos
9. MOFO BRANCO
OCORRÊNCIA NO BRASIL
•Área com Agricultura: 70 milhões de ha
•Área propensa: 10 milhões de ha (14,3%)
•Área com ocorrência: 8 milhões de ha (11,4%)
•Área com agricultura irrigada: 100%
10. BRASIL: CULTURAS SUJEITAS AO MOFO BRANCO 2013/2014 (ESTIMATIVA)
Fontes: CONAB jan/14, IBGE 2014, CEPEA 2014
Cultura
Área cultivada
(1.000 ha)
Área sujeita ao mofo
(1.000 ha)
Área com mofo
(1.000 ha)
% Área
com mofo
Soja
29.565
7400
6.800
23
Feijão
3.165
1500
870
27
Algodão
985
600
230
23
Cucurbitáceas
210
64
15
7
Batata
146
90
25
17
Mamona
128
65
20
16
Crotalária
120
50
15
12
11. BRASIL: CULTURAS SUJEITAS AO MOFO BRANCO 2013/2014 (ESTIMATIVA)
Fontes: CONAB jan/14, IBGE 2010, CEPEA 2013/14
Cultura
Área cultivada
(1.000 ha)
Área sujeita ao mofo
(1.000 ha)
Área com mofo
(1.000 ha)
% Área
com mofo
Amendoim
98
40
10
10
Alface
83
10
3
3
Girassol
75
60
25
33
Tomate
68
60
20
29
Canola
44
40
16
36
Nabo
20
10
5
25
Cenoura
10
8
5
50
Ervilha
3
3
1
33
TOTAL
34.720
10.000
8.060
23
12. Evolução da área cultivada com soja no Brasil (dados da Conab) e da área infestada com mofo branco (dados estimados a partir de informações do setor produtivo e de pesquisa agrícolas), nas últimas sete safras (Meyer et al., 2014).
13. Material e Methods 1,0 mha 2,1 mha 0,5 mha 0,7 mha 0,6 mha 1,9 mha
Área infestada com Sclerotinia sclerotiorum por região produtora.
(Meyer et al., 2014) Mofo branco em soja Estimativa de área infestada: 6,8 mi ha 23% da área de soja do BRASIL (2014) 0,1 mha
15. CICLO DO MOFO NA SOJA
Foto: M. Lobo
Junior
Produção de
ascosporos
Formação de
apotécios
Escleródios no
solo
Infecção pelas
flores
Desenvolvimento
da doença e
produção de
escleródios
M.C. Meyer, 2010
Germinação
carpogênica
20. MOFO BRANCO DA SOJA
Resíduo de beneficiamento de grãos com escleródios
21. MOFO BRANCO DA SOJA
ESCLERÓDIOS: CONTAMINAÇÃO CONCOMITANTE
22. MOFO BRANCO DA SOJA
S. sclerotiorum detectado pelo método do Papel de Filtro
23. MOFO BRANCO DA SOJA
S. sclerotiorum detectado pelo método do meio semi-seletivo ágar-azul de bromofenol (Neon)
24. MOFO BRANCO DA SOJA
Plântulas com sintomas de mofo branco; sementes mortas com crescimento micelial e escleródios de S. sclerotiorum
25. MANEJO INTEGRADO DO MOFO BRANCO DA SOJA
•Evitar introdução: limpeza de máquinas
•Semente livre do patógeno
•Tratamento do solo
•Tratamento da semente
•Eliminação de resto de cultura suscetível
•Rotação de cultura/ sucessão (espécies não suscetíveis)
•Genótipos com defesa genética: Resistência, Tolerância, Evitação
•Controle de plantas daninhas
26. MANEJO INTEGRADO DO MOFO BRANCO DA SOJA
•Evitar excesso de umidade/ água
•Reduzir população de plantas
•Aração/ Plantio direto/ Palhada
•Adubação equilibrada
•Controle Biológico
•Redução na compactação do solo
•Limpeza de máquinas e implementos (colhedora)
•Época de semeadura
•Fungicidas / Outros produtos químicos
27. MOFO BRANCO DA SOJA: INDICADORES DE AÇÃO DE MEDIDAS DE MANEJO
•INCIDÊNCIA
•RENDIMENTO:
–Massa 1000 grãos
–Número de grãos/ planta
–Número de plantas/ metro
–Número de vagens/ metro
–Número de grãos/ vagem
•SEVERIDADE
•AACPD
•PRODUÇÃO DE ESCLERÓDIOS (NÚMERO, MASSA)
•NÚMERO DE APOTÉCIOS
28. MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS REGISTRADOS
FONTE: AGROFIT, 2014
FUNGICIDA
MODALIDADE DE EMPREGO
MOBILIDADE
Tiofanato-Metílico
Parte Aérea
Sistêmico
Isofetamida
Parte Aérea
Contato
Fluazinam
Parte Aérea
Imóvel
Cloreto Benzalcônico
Parte Aérea
Imóvel
Procimidona
Parte Aérea
Sistêmico
Carbendazim
Parte Aérea
Sistêmico
Fludioxonil + Metalaxil-M + Tiabendazol
Sementes
Sistêmico
Fluazinam + Tiofanato metilíco
Sementes
Imóvel + Sistêmico
29. MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS DA PARTE AÉREA
–Curativos:
•Fluopyram – Carboximidas *
•Cyprodinil - Anilinopirimidina
•Penthiopyrad - Pirazole
•Oxycarboxin - Carboxanilida
•Picoxistrobina – Estrobilurina *
•Demoxistrobina – Estrobilurina *
•Boscalida – Anilida *
*Promissores.
BRASIL: EM AVALIAÇÃO
30. MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS DA PARTE AÉREA
•MISTURAS:
–Fluazinam + Tiofanato metílico
–Fluazinam + Carbendazim *
–Procimidona + Carbendazim
–Lignosulfato + Carbendazim
–Dimoxystrobina + Boscalida *
–Fludioxonil + Ciprodinil.
* Promissores.
BRASIL: EM AVALIAÇÃO
31. MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS DA PARTE AÉREA
–Protetor:
•Vinclozolin - Dicarboximida *
–Curativos:
•Benomil - Benzimidazol
•Tebuconazole – Triazol
•Tetraconazol - Triazol
•Protioconazole - Triazol
•Azoxistrobina – Estrubilurina
•Tebuconazole + Protioconazole
* Promissores.
OUTROS PAÍSES: EM AVALIAÇÃO
32. r=0,99; 6 locais; Tukey (p≤ 5%)
M.C. Meyer, 2012
Incidência de mofo branco
MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS DA PARTE AÉREA
33. Locais: 6, 12, 13, 14
Produção de escleródios (g ha-1) e redução da produção (%)
(análises individuais com níveis de incidência acima de 34,7%)
M.C. Meyer, 2012
MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS DA PARTE AÉREA
39. MOFO BRANCO DA SOJA: FUNGICIDAS - SEMENTES
OUTROS PAÍSES: EM AVALIAÇÃO
•MISTURAS:
–Metalaxyl + Mancozeb*
–Captana + PCNB + Thiabendazol*
–Carboxin + Tiram
–Thiabendazol + Tiram * Promissores.
40. Tratamento
Diâmetro médio da colônia (mm)
Nº médio de escleródios por placa
Massa média de 1 escleródio (mg)
Fluazinam +
Tiofanato Metílico
3,0 c1
1,9 c
0,011 b
Carbendazim +
Tiram
2,4 c
2,3 bc
0,003 c
Procimidona
5,4 c
5,6 abc
0,024 a
Fludioxonil +
Metalaxil-M
2,9 c
6,9 ab
0,011 b
Carboxina +
Tiram
1,9 c
8,4 a
0,018 ab
Fipronil + Piraclostrobina + Tiofanato Metílico
20,3 b
9,8 a
0,015 b
Testemunha
52,2 a
9,8 a
0,017 b
C.V. (%)
61,1
39,3
25,39
1. Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem estatisticamente pelo teste de Duncan a 5% de probabilidade.
Avaliação do tratamento de sementes no controle de escleródios de S. sclerotiorum
R. Tonhati, 2012
MOFO BRANCO DA SOJA:
FUNGICIDAS - SEMENTES
41. Fungicida
Crescimento micelial
Produção de escleródios
CI50
CI100
CI50
CI100
Fluazinam
0,001
0,072
0,005
1,168
Fludioxonil
0,004
0,020
0,018
1,099
Fluquinconazol
0,015
0,140
-
-
Piraclostrobina
0,053
2,058
0,261
236,020
Difenoconazol
0,059
0,765
0,139
8,383
Carbendazim
0,085
0,424
0,563
8,279
Tiofanato metílico
0,295
3,428
1,354
510,041
Tiabendazol
0,341
3,385
-
-
Procimidona
0,994
2,891
0,123
5,230
Flutriafol
1,011
22,556
1,638
143,605
Tiram
1,492
52,571
-
-
Captana
7,540
75,576
-
-
Metalaxyl-M
59,840
3077,357
68,563
26237,328
Valores estimados da concentração inibitória de 50 % (CI50) e 100 % (CI100) do crescimento micelial e produção de escleródios de S. sclerotiorum. (M.P. CAMARGO, 2012)
MOFO BRANCO DA SOJA:
FUNGICIDAS - SEMENTES
43. MOFO BRANCO DA SOJA:
INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA
BRASIL: EM AVALIAÇÃO
Aplicação em Sementes e Parte Aérea
–Acibenzolar S-metílico *
–Lactofen *
–Fosfito
–Cinetina
–Ácido Giberélico
–Ácido 4 – Indol – 3- Tibutílico
* Promissores
44. MOFO BRANCO DA SOJA:
INDUÇÃO DE RESISTÊNCIA
OUTROS PAÍSES: EM AVALIAÇÃO
–Ácido Salicílico *
–Ácido 2-6 dicloroisonicotínico (INA)*
–Ácido Carboxílico
–Ácido Butírico
–Ácido Clorosalicílico
–Ácido Oxálico
–Quitosan
–Jasmonato Metílico (MeJa)
* Promissor
45. Nome Comercial
Agente de Biocontrole
Culturas
Alvos
Ecotrich WP
Trichoderma harzianum
Alface
Soja
S. sclerotiorum
Quality
Trichoderma asperellum
Soja
Feijão
Algodão
R. solani,
F. oxysporum f.sp. phaseoli,
S. sclerotiorum
Trichodermax EC
Trichoderma asperellum
Feijão
Soja
S. sclerotiorum
F.Solani
R. solani
Trichodermax
Trichoderma asperellum
Feijão
Soja
S. Sclerotiorum
F.Solani
R. Solani
Fonte: GIAGRO, Agrofit, 2014
MOFO BRANCO DA SOJA: CONTROLE BIOLÓGICO
46. FUNGICIDAS BIOLÓGICOS OU NATURAIS EM AVALIAÇÃO/ PROMISSORES PARA O MANEJO DE MOFO BRANCO NA SOJA
Agente de Biocontrole
FUNGOS
Clonostachys rosea
Coniothyrium minitans
Ulocladium oudemansii
BACTÉRIAS
Bacillus spp.
Streptomyces spp.
Fonte: Bettiol et al., 2012: EMBRAPA – Documento 88 (Agosto/2012)
47. MODO DE AÇÃO DO Trichoderma NO CONTROLE DO MOFO BRANCO
Ciclo de vida de
Sclerotinia sclerotiorum
na soja
Colonização do escleródio impedindo a formação do apotécio
A. POMELA, 2012
48. MANEJO BIOLÓGICO E QUÍMICO DO MOFO BRANCO
1 a 2 aplicações de Trichoderma
Trichoderma na
DESSECAÇÃO
Trichoderma na
PÓS COLHEITA
QUÍMICO
QUÍMICO
A. POMELA, 2012
53. Antibiose:
Redução do Crescimento Micelial (RCM) de S. sclerotiorum em exposição aos compostos voláteis e não-voláteis produzidos por isolados de Trichoderma spp.
ISOLADOS
Redução do Crescimento Micelial (%)
Não voláteis
Voláteis
TESTEMUNHA
0 b*
0 c
10
100 a
-17 abc
12
94 a
2 c
14
100 a
-10 abc
16
100 a
-17 abc
R-13
100 a
-26 ab
PR-1
100 a
-32 a
PR-2
100 a
-32 a
PR-3
100 a
-28 a
SF
95 a
-31 a
L.C. NASCIMENTO JR., 2012
MOFO BRANCO DA SOJA:
CONTROLE BIOLÓGICO
*Médias seguidas de mesma letra, não diferiram entre si, pelo teste de Tukey com 5% de probabilidade.
54. Hiperparasitismo:
Viabilidade de escleródios de S. sclerotiorum submetidos ao contato com colônias de Trichoderma spp. durante cinco períodos.
ISOLADOS
Viabilidade de Escleródios (%)
Períodos de Contato (h)
12
24
36
48
60
TESTEMUNHA
100
100
100
100
100
10
80
60
20
0
0
12
75
25
87,5
12,5
12,5
14
60
60
50
50
0
16
100
75
37,5
50
12,5
R-13
100
50
37,5
0
25
PR-1
20
20
12,5
12,5
0
PR-2
100
75
62,5
37,5
0
PR-3
50
50
62,5
25
25
SF
70
100
87,5
50
87,50
L.C. NASCIMENTO JR., 2012
MOFO BRANCO DA SOJA:
CONTROLE BIOLÓGICO
55. L.C. NASCIMENTO JR., 2012
MOFO BRANCO DA SOJA:
CONTROLE BIOLÓGICO
A
B
C
A – Recém Instalado; B – Testemunha; C- Tratado
56. MANEJO DO MOFO BRANCO NA SOJA
PERSPECTIVAS
•Aumento da utilização de produtos químicos registrados eficientes
•Extensão de uso de produtos eficientes para outras culturas
•Registro de produtos químicos e biológicos promissores/eficientes:
–Tratamento de Sementes
–Parte Aérea
–Solo
•Novos Ingredientes ativos / Novos mecanismos de ação
•Avaliar indutores de resistência
57. MANEJO DO MOFO BRANCO NA SOJA
PERSPECTIVAS
•MIP – Manejo Integrado
•Volume de calda/ ha
•Técnica de aplicação – Baixeiro/ flor
•Aplicação: Momento, Intervalo, Número
•Novas Formulações
•Misturas de Ingredientes Ativos
•Fungicidas x Agentes de Controle Biológico
•Herbicidas x Agentes de Controle Biológico
•Fitotoxicidade