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de 15 mil caracteres (com espaço).
Fotos devem ser encaminhadas
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Monitoramento da corrosão 			
em estruturas de concreto: 		
sensor galvânico
Adriana de Araújo
Pesquisadora do Laboratório de Corrosão e
Proteção do Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT)
aaraujo@ipt.br
Zehbour Panossian
Diretora de inovação do IPT
zep@ipt.br
Pedro D. Portella
Diretor da divisão do departamento de
engenharia de materiais do Federal
Institute for Materials Research and
Testing (BAM)
pedro.portella@bam.de
Ralph Bässler
Pesquisador do BAM
ralph.baessler@bam.de
Omonitoramento das estruturas de
concreto armado possibilita que o
risco de corrosão seja estimado ao
longo dos anos de sua utilização. Com
o conhecimento desse risco, interven-
ções de prevenção da corrosão ou de
controle da corrosão já estabelecida
podem ser programadas e realizadas
em períodos adequados. Isso reflete
positivamente na vida útil e nos custos
totais da construção,além de acarretar
aumento do período de conservação
do seu aspecto estético original (Mc-
Carter; Vennesland, 2004; Schiessl;
Raupach, 1996; Polder et al., 2007).
Na prática, o risco de corrosão é
avaliado por meio da verificação pe-
riódica do estado da armadura e das
alterações nas características do con-
creto. Isso pode ser feito por meio do
embutimento, no concreto, de cobri-
mento de sensores de permanente
aquisição de dados. Esses sensores
têm denominação variável, sendo
muitas vezes chamados de acordo
com a sua geometria ou com o parâ-
metro a ser monitorado.
Segundo Goltermann, Jensen e
Andersen (2002), os sensores de mo-
nitoramento da corrosão são uma
ferramenta valiosa, pois permitem o
melhor conhecimento dos mecanis-
mos de deterioração das estruturas de
concreto. Outras vantagens do uso de
sensores são as seguintes (Golter-
mann; Jensen; Andersen, 2002; Ha et
al., 2004; Bässler et al.,2003):
n Maior conhecimento do compor-
tamento da estrutura ao longo dos
anos, podendo os dados obtidos ser
usados em modelos matemáticos de
previsão de vida útil da estrutura;
n Otimização e melhor planejamento
das intervenções de inspeção e de repa-
ro da estrutura,incluindo interrupções
de tráfego e instalações de infraestrutu-
ra de apoio e de retirada de testemu-
nhos em componentes da estrutura.
nAvaliação de diferentes cenários
como, por exemplo, mudança do sis-
tema de tratamento superficial, troca
de material ou interrupção da prote-
ção catódica.
Os sensores são usados para o mo-
nitoramento do risco de corrosão
tanto em estruturas novas como em
estruturas existentes. Em estruturas
novas, os sensores são posicionados
sobre as armaduras antes da concreta-
gem. Em estruturas existentes, são in-
troduzidos em furos realizados ao
longo da espessura do concreto de co-
brimento da armadura.Segundo Rau-
pach, Gulikers e Reichling (2013), os
sensores são especialmente adequados
para monitorar estruturas existentes
emqueumestadocríticodedeteriora-
ção pode ser atingido em tempo relati-
vamente curto. Nessas estruturas, os
sensores,além de monitorar o risco de
corrosão, podem fornecer a taxa de
corrosão e verificar a eficiência ou du-
rabilidade de reparos.
O monitoramento do risco de
corrosão pode ser feito em estruturas
atmosféricas, enterradas ou submer-
sas, sendo mais frequente nas primei-
ras. Nelas, os sensores são embutidos
em elementos pré-selecionados,
sendo os dados obtidos por meio de
leitura manual ou automática. No
primeiro caso, as leituras são feitas
em campo, diretamente nos sensores,
cujos terminais são conectados a um
painel individual ou a um painel cen-
tral. No segundo caso, as leituras são
feitas por meio de sistema eletrônico
(software e hardware), podendo os
dados ser disponibilizados por siste-
ma de transmissão remota,o que per-
mite o monitoramento da estrutura
em tempo real.
Há diferentes tipos de sensores de
monitoramento do risco de corrosão,
sendo, neste artigo, abordado o uso de
artigo.indd 62 29/04/2013 17:01:55
63
sensor galvânico e, na parte dois (a ser
publicado posteriormente), sensor de
umidade, sensor de taxa de corrosão e
sensor ótico.
Sensor galvânico
A maioria dos sensores disponí-
veis no mercado internacional para
avaliação do risco da corrosão em es-
truturas de concreto fundamenta-se
no monitoramento da variação da
corrente galvânica. A corrente galvâ-
nica aparece quando, em um mesmo
meio condutivo, se faz o contato elé-
trico entre dois metais distintos ou
entre dois metais similares, porém
em estados distintos (estado ativo ou
passivo) decorrentes das alterações
do meio junto a um dos metais (Nace
3T199,1999).Para essa medição,usa-
-se um amperímetro de resistência
zero, conhecido como técnica Zero-
-Resistance Ammeter (ZRA).
Usualmente, a medição da cor-
rente galvânica em estruturas de con-
creto é feita pelo contato elétrico
entre uma barra de aço-carbono do
sensor e/ou da armadura com outra
barra de metal mais nobre, que apre-
senta potencial eletroquímico estável
em concreto (estado passivo). Na au-
sência de barra de metal mais nobre,a
medição pode ser feita entre o sensor
e a armadura (em estado passivo).
Na prática, para a avaliação do
risco de corrosão nas estruturas de
concreto, os sensores galvânicos
constam de um conjunto de barras de
aço-carbono, eletricamente isoladas.
Com o embutimento do sensor no
concreto, essas barras ficam posicio-
nadas em diferentes profundidades,
sempre menores do que a da armadu-
ra. Esse conjunto de barras do sensor
é também denominado de ânodo.
Na proximidade do ânodo,é embu-
tida a mencionada barra de metal mais
nobre,denominadadecátodo.Emgeral,
como cátodo, utilizam-se aços inoxidá-
veis altamente resistentes à corrosão e
aosíonscloreto,ouaindatitâniorevesti-
do com platina ou com mistura de óxi-
dosdemetaisnobres(MMO).
A corrente galvânica é medida
entre cada barra de aço-carbono do
ânodo e o cátodo. Em concreto ínte-
gro, essa corrente é desprezível, ou
seja, muito baixa. Isso porque as bar-
ras de aço-carbono estão em estado
passivo, portanto, apresentam uma
diferença de potencial desprezível em
relação ao cátodo também passivo. O
mesmo não ocorre quando um pro-
cesso corrosivo é estabelecido nas
barras.Nesse caso,a corrente galvâni-
Figura 1 – Sensor escada (Anode Ladder). Fonte: Sensortec
Figura 2 – Sensor 900 (Concrete Multi-Depth Sensor, Model 900). Fonte:Aselco
(representante no Brasil da Rohrback Cosasco Systems)
ca apresenta um valor significativo
em decorrência da variação do po-
tencial do ânodo, que assume valores
mais negativos em relação ao obtidos
inicialmente, em seu estado passivo.
O processocorrosivonas barras do
ânodo do sensor ocorre gradativa-
mente, conforme o avanço da frente
de agentes agressivos no concreto de
Figura 3 – Sensor de anéis expansivos (Expansion RingAnode). Fonte: Sensortec
Barras de aço-carbono (ânodo)
Barra de titânio revestido com
óxido de platina (cátodo)
Painel de leitura
Barra de aço-carbono a ser embutida
junto à armadura (ânodo)
Barras de aço-carbono (ânodo)
Barras de aço inoxidável (cátodo)
Anéis de isolamento
elétrico e de vedação
(faixa preta e branca)
Anéis de aço-carbono
(ânodo)
Fotos:divulgaçãodosautores
artigo.indd 63 29/04/2013 17:02:00
64 Téchne 194 | MAIO de 2013
a r t i go
cobrimento. Sendo assim, a corrente
galvânicaaumentanosentidodabarra
que foi embutida mais próxima à su-
perfície do concreto para a barra em-
butida em maior profundidade. Esse
avanço de agentes é devido, geralmen-
te, ao ingresso do dióxido de carbono,
que diminui o pH da solução de poros
(carbonatação),ou ao ingresso de íons
cloretos em teores críticos.
Nota-se que não há uma faixa fixa
de valores de corrente galvânica que
caracterizam o estado ativo das bar-
ras de aço-carbono do ânodo. Isso
porque existe uma variedade de in-
terferências na corrente circundante,
como a área dos elétrodos, a qualida-
de do concreto e o teor de íons cloreto
no material (Raupach; Schiessl,
2001). Assim sendo, não é o valor ab-
soluto da corrente que deve ser consi-
derado, mas sim a variação de seus
valores ao longo do tempo.
Usualmente, recomenda-se que
a leitura da corrente galvânica seja
feita poucos segundos após o esta-
belecimento do contato elétrico
entre o ânodo e o cátodo, já que essa
corrente não é estável ao longo do
tempo de medição (Polder; Peelen;
Leegwater, 2008).
Outro fator a ser considerado é a
distância entre o ânodo e o cátodo.
Normalmente, o cátodo é instalado
próximo do ânodo, em região de con-
creto aerado,em que há livre acesso do
oxigênio. No caso do concreto da re-
gião estar sujeito à saturação por lon-
gos períodos (como em componentes
submersos e expostos à variação de
maré), em que já há naturalmente res-
trição do acesso de oxigênio, a distân-
cia entre o ânodo e o cátodo deve ser
maior, visto que há consumo de parte
do oxigênio pelo cátodo. No caso de
concretos de baixa resistividade elétri-
ca,adistânciaentreoânodoeocátodo
pode chegar a alguns metros (McCar-
ter;Vennesland, 2004).
Nota-se que a resistividade elétri-
ca é um parâmetro importante a ser
considerado na avaliação do risco de
corrosão. A resistividade elétrica é
função da umidade do concreto e do
conteúdo do eletrólito. Tradicional-
mente,a resistividade elétrica do con-
creto é determinada pela técnica de
quatro pinos (ASTM G57, 2012).
Com pequenas modificações nos
sensores galvânicos, pode ser determi-
nadaaresistividadeelétricadoconcre-
to. Essa determinação é feita entre
pares de barras de ânodo e com o uso
de um ohmímetro alimentado com
corrente alternada. A resistividade
também pode ser obtida com sensores
de umidade, como o descrito mais
adiante. Também com pequenas mo-
dificações nos sensores galvânicos,
pode-se determinar o potencial de cir-
cuitoaberto,ataxadecorrosãoinstan-
tânea das barras do ânodo do sensor e
da armadura e, ainda, a temperatura
do concreto.
O potencial de circuito aberto das
barras do ânodo é medido com o uso
de um voltímetro de alta impedância e
um elétrodo de referência (apresenta
potencial conhecido em relação ao
elétrodo de hidrogênio, sendo o valor
reprodutível e estável ao longo do
tempo, Nace 11100, 2000) ou um
pseudoelétrodo de referência (não
mantém potencial estável, mas sua va-
riação é previsível em condições co-
nhecidas). A taxa de corrosão instan-
tânea pode ser determinada pela téc-
nica de polarização linear, sendo para
tanto necessário o uso de um poten-
ciostato. E, finalmente, com o acopla-
mento no sensor de temperatura, po-
de-seobteratemperaturadoconcreto.
Cita-se que a determinação da taxa de
corrosão instantânea é abordada na
segunda parte deste artigo, que será
publicada posteriormente.
Usualmente, a avaliação do risco
de corrosão é feita com a determina-
ção da corrente galvânica e do poten-
cial de circuito aberto. Segundo Ven-
nesland, Raupach e Andrade (2007),
um aumento da corrente galvânica,
acompanhado por uma diminuição
do potencial de circuito aberto, indi-
ca claramente que um nível crítico de
íons cloreto foi atingido ou que a
frente de carbonatação alcançou as
barras do ânodo do sensor.
Para a determinação do potencial
de circuito aberto das barras do sen-
sor, os seguintes elétrodos podem ser
usados:
n Pseudoelétrodo de referência: o
cátodo do sensor (barra de aço inoxi-
dável ou de titânio revestido com pla-
tina ou MMO) é o mais usado. Outra
opção é a própria armadura ou uma
barra de aço-carbono embutida na
proximidade da armadura, desde que
no estado passivo;
n Elétrodo de referência: há diferen-
tes tipos de elétrodo de referência. Po-
de-se citar o elétrodo de prata/cloreto
deprata–Ag/AgCl(Nace05107,2007)
– e o elétrodo manganês/óxido de
manganês – Mn/MnO2 –, que são em-
butidos no concreto (elétrodos per-
manentes), e o elétrodo de cobre/sul-
fato de cobre, posicionado sobre a su-
perfície do concreto.
A avaliação do risco de corrosão
da armadura com pseudoelétrodo de
referência é feita pelo monitoramen-
to da variação dos valores de poten-
cial de circuito aberto em cada uma
das barras do ânodo e, também, entre
elas. No caso do uso de elétrodo de
referência padrão, a avaliação do
Figura 4 – Sensor de múltiplos elétrodos (CorroWatch Multisensor) e elétrodo de
referência ERE 20. Fonte: ForceTechnology
Elétrodo de referência
ERE20
Barras de apoio (com
isolamento elétrico)
Barras de aço-carbono
(ânodo)
Tela de titânio
ativado (cátodo)
artigo.indd 64 29/04/2013 17:02:00
65
risco é feita tanto pela análise dos va-
lores absolutos de potencial de circui-
to aberto como pela análise da sua
variação ao longo do tempo.A análise
dos valores absolutos é feita em rela-
ção a valores normalizados (ASTM
C876, 2009) que indicam a probabili-
dade de ocorrência de corrosão.
Uma revisão bibliográfica mos-
trou que há muitas pesquisas para
desenvolvimento de sensores, no en-
tanto, comercialmente, o número de
fornecedores ainda pode ser conside-
rado limitado.Alguns sensores dispo-
níveis no mercado são os seguintes:
nSensor escada (Anode Ladder) e
sensor de anéis expansivos (Expan-
sion Ring Anode), ambos da empre-
sa Sensortec;
n Sensor de múltiplos elétrodos
(CorroWatch Multisensor), da em-
presa Force Technology;
n Sensor 900 (Concrete Multi-Depth
Sensor, Model 900), da empresa
Rohrback Cosasco Systems.
Além da corrente galvânica, o
sensor escada e o sensor 900 podem
ser usados para determinar todos os
demais parâmetros mencionados an-
teriormente (Sensortec, 2010a; Rohr-
back Cosasco Systems, 2013). O sen-
sor de anéis expansivos pode ser
usado para determinar os três pri-
meiros parâmetros mencionados
(Sensortec, 2010b). O sensor de múl-
tiplos elétrodos determina o poten-
cial de circuito aberto das barras do
ânodo com o uso do elétrodo de refe-
rência ERE20 (Mn/MnO2) embutido
na sua proximidade, e a temperatura
do concreto por meio de elétrodo es-
pecífico embutido na base do sensor
(Force Technology, 2012a; 2012b).
No sensor escada e no sensor 900,
as barras de aço-carbono constituin-
tes do ânodo são retas e estão posicio-
nadas em paralelo.No sensor de anéis
expansivos, em vez de barras são usa-
dos anéis que estão posicionados uns
sobre os outros. No sensor de múlti-
plos elétrodos,as barras do ânodo são
retas e estão posicionadas em altura e
ângulos diferentes em relação a uma
base circular. Esses sensores podem
ser visualizados nas figuras 1 a 4.
No sensor escada e no sensor de
anéis expansivos, uma barra de titânio
revestido com MMO é usada como cá-
todo, sendo esta posicionada na proxi-
midade das barras de ânodo quando da
instalação do sensor. No sensor 900, o
cátodosãoasbarrasdeaçoinoxidável,as
quais estão posicionadas no mesmo ali-
nhamento das barras do ânodo, como
mostra a figura 2. No sensor de múlti-
plos elétrodos,uma tela de titânio ativa-
do,fixadanabasedeapoiodasbarrasdo
ânodo, é usada como cátodo. Como
mostra a figura 4, na sua proximidade
estáoelétrododereferênciaERE20.
Os sensores escada, de múltiplos
elétrodos, e o sensor 900 foram de-
senvolvidos para o monitoramento
do risco de corrosão em construções
novas, como túneis, pontes, píeres,
fundações e outros tipos de constru-
ções. O sensor de anéis expansivos foi
desenvolvido para uso em constru-
ções existentes, o que inclui aquelas
em período de recuperação estrutu-
ral (Raupach; Schiessl, 2001).
O sensor escada e o sensor 900 são
instalados em posição inclinada sobre a
armadura.O grau dessa inclinação é va-
riável,sendo definida conforme a espes-
sura do concreto de cobrimento.A figu-
ra5ilustraainstalaçãodosensorescada.
Quanto à instalação do sensor de
anéis expansivos, este é embutido no
concreto por meio de furo na camada
de cobrimento da armadura. Na pro-
ximidade desse furo, outro é realiza-
do para o embutimento do cátodo.
Para o perfeito contato da superfície
exposta dos anéis de ânodo do sensor
com a da parede do furo, esses anéis
são expandidos com o uso de um
equipamento manual de torção. Essa
expansão e a presença de anéis de ve-
dação evitam a penetração de água
pela parede do furo. Devido à possi-
bilidade de penetração de água nessa
parede, não se recomenda o uso do
sensor na condição de imersão ou em
situações de acúmulo de água sobre
superfícies horizontais (poça de
água) (Sensortec, 2010b).
Nota-se que para evitar a corrosão
das barras de aço-carbono do ânodo
dos sensores apresentados para uso
em obras novas, a sua instalação deve
ser feita momentos antes do lança-
mento do concreto.Além disso,as bar-
ras do ânodo e o cátodo dos sensores
apresentados devem estar isolados ele-
tricamente da armadura, como pode
ser observado na figura 4.
No passado, os sensores eram de-
senvolvidos para que as leituras fos-
sem feitas manualmente, com uso de
equipamentos portáveis. No entanto,
atualmente, esses são providos de sis-
temas eletrônicos de leituras, como,
por exemplo, o sensor escada e o sen-
sor de anéis expansivos (Mayer; So-
deikat, 2012). Segundo Nygaard e
Klinghoffer (2008), o mesmo foi feito
para o sensor de múltiplos elétrodos,
que dispõe também de dispositivos
para a transferência de dados.
Finalmente, cabe mencionar que é
esperadadegradaçãoprematuradocon-
cretodecobrimentonolocaldeembuti-
mento do sensor galvânico.Isso é válido
para aqueles em que barras de aço-car-
bono do ânodo são posicionadas em
baixa profundidade no concreto de co-
brimento. Com a evolução da corrosão
dessas barras, há perigo de fissuração e
desplacamento do concreto. Para evitar
queaintensificaçãodacorrosãodasbar-
rassuperficiaisresultenadegradaçãodo
concreto, sistemas de proteção catódica
podem ser usados. Essa proteção é feita
com a instalação de bateria externa co-
nectada às referidas barras (Schiessl;
Raupach,1992).
Figura 5 – Sensor escada (Anode
Ladder) sobre a armadura, em posição
inclinada. Fonte: Sensortec
Fotos:divulgaçãodosautores
artigo.indd 65 29/04/2013 17:02:01
66 Téchne 194 | MAIO de 2013
a r t i go
Agradecimento
Till Felix Mayer (Sensortec), Oskar
Klinghoffer (Force Technology) e
Eduardo de Oliveira (Aselco), pelas
informações e pela fotografia dos
sensores, eAndreza Milham pela
recuperação de artigos.
LEIA MAIS
900 Concrete Multi-Depth
Sensor. Rohrback Cosasco Systems. 
2013. Disponível em: <http://www.
cosasco.com/multi-depth-corrosion.
html>.Acesso em 24 fev. 2013.
Anode Ladder. Sensortec. 2010a.
Disponível em: <http://www.
sensortec.de/sensoren-sensors/
anodenleiter-anode-ladder>.
Acesso em 24 fev. 2013.
ASTM C876-09: Standard Test
Method for Half-Cell Potentials
of Uncoated Reinforcing Steel in
Concrete. American Society for
Testing & Materials. 2009.
ASTM G57-06(2012): Standard
Test Method for Field
Measurement of Soil 	
Resistivity Using the Wenner
Four-Electrode Method. 	
American Society for Testing &
Materials. 2012.
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Measuring Corrosion in Concrete
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2012b. Disponível em: <http://
www.forcetechnology.com/da/
Menu/Produkter/
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Betonovervagning-sonder/ere20-
eferenceelektrode.htm>.Acesso em
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McCarter, W.J.;Vennesland, O.
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Application of Corosion and
Moisture Monitoring. Mayer, T.F.;
Sodeikat, CH. In: Strauss,A.;
Frangopol, D.M.; Bergmeister, K.
Life-cycle and sustainability of civil
infrastructure systems. Boca Raton:
CRC Press, 2012. Chapter 32, 	
p.257-282.
Smart Structures: Possibilities,
Experiences and Benefits from
Permanent Monitoring.
Goltermann, P.; Jensen, F.;Andersen,
M.E. In: International Conference
on Bridge Maintenance, Safety and
Management, 1., 2002.
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Iabmas, 2002.
Techniques for Monitoring
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Atmospherically Exposed
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International the Corrosion Society.
Houston: Nace, 2000. 11p. (Nace
International Publication
11100-item/n.24204).
artigo.indd 66 29/04/2013 17:02:03

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Techne 2013 194_monitoramento da corrosão sensor galvanico

  • 1. 62 Téchne 194 | MAIO de 2013 artigo Envie artigo para: techne@pini.com.br. O texto não deve ultrapassar o limite de 15 mil caracteres (com espaço). Fotos devem ser encaminhadas separadamente em JPG Monitoramento da corrosão em estruturas de concreto: sensor galvânico Adriana de Araújo Pesquisadora do Laboratório de Corrosão e Proteção do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) aaraujo@ipt.br Zehbour Panossian Diretora de inovação do IPT zep@ipt.br Pedro D. Portella Diretor da divisão do departamento de engenharia de materiais do Federal Institute for Materials Research and Testing (BAM) pedro.portella@bam.de Ralph Bässler Pesquisador do BAM ralph.baessler@bam.de Omonitoramento das estruturas de concreto armado possibilita que o risco de corrosão seja estimado ao longo dos anos de sua utilização. Com o conhecimento desse risco, interven- ções de prevenção da corrosão ou de controle da corrosão já estabelecida podem ser programadas e realizadas em períodos adequados. Isso reflete positivamente na vida útil e nos custos totais da construção,além de acarretar aumento do período de conservação do seu aspecto estético original (Mc- Carter; Vennesland, 2004; Schiessl; Raupach, 1996; Polder et al., 2007). Na prática, o risco de corrosão é avaliado por meio da verificação pe- riódica do estado da armadura e das alterações nas características do con- creto. Isso pode ser feito por meio do embutimento, no concreto, de cobri- mento de sensores de permanente aquisição de dados. Esses sensores têm denominação variável, sendo muitas vezes chamados de acordo com a sua geometria ou com o parâ- metro a ser monitorado. Segundo Goltermann, Jensen e Andersen (2002), os sensores de mo- nitoramento da corrosão são uma ferramenta valiosa, pois permitem o melhor conhecimento dos mecanis- mos de deterioração das estruturas de concreto. Outras vantagens do uso de sensores são as seguintes (Golter- mann; Jensen; Andersen, 2002; Ha et al., 2004; Bässler et al.,2003): n Maior conhecimento do compor- tamento da estrutura ao longo dos anos, podendo os dados obtidos ser usados em modelos matemáticos de previsão de vida útil da estrutura; n Otimização e melhor planejamento das intervenções de inspeção e de repa- ro da estrutura,incluindo interrupções de tráfego e instalações de infraestrutu- ra de apoio e de retirada de testemu- nhos em componentes da estrutura. nAvaliação de diferentes cenários como, por exemplo, mudança do sis- tema de tratamento superficial, troca de material ou interrupção da prote- ção catódica. Os sensores são usados para o mo- nitoramento do risco de corrosão tanto em estruturas novas como em estruturas existentes. Em estruturas novas, os sensores são posicionados sobre as armaduras antes da concreta- gem. Em estruturas existentes, são in- troduzidos em furos realizados ao longo da espessura do concreto de co- brimento da armadura.Segundo Rau- pach, Gulikers e Reichling (2013), os sensores são especialmente adequados para monitorar estruturas existentes emqueumestadocríticodedeteriora- ção pode ser atingido em tempo relati- vamente curto. Nessas estruturas, os sensores,além de monitorar o risco de corrosão, podem fornecer a taxa de corrosão e verificar a eficiência ou du- rabilidade de reparos. O monitoramento do risco de corrosão pode ser feito em estruturas atmosféricas, enterradas ou submer- sas, sendo mais frequente nas primei- ras. Nelas, os sensores são embutidos em elementos pré-selecionados, sendo os dados obtidos por meio de leitura manual ou automática. No primeiro caso, as leituras são feitas em campo, diretamente nos sensores, cujos terminais são conectados a um painel individual ou a um painel cen- tral. No segundo caso, as leituras são feitas por meio de sistema eletrônico (software e hardware), podendo os dados ser disponibilizados por siste- ma de transmissão remota,o que per- mite o monitoramento da estrutura em tempo real. Há diferentes tipos de sensores de monitoramento do risco de corrosão, sendo, neste artigo, abordado o uso de artigo.indd 62 29/04/2013 17:01:55
  • 2. 63 sensor galvânico e, na parte dois (a ser publicado posteriormente), sensor de umidade, sensor de taxa de corrosão e sensor ótico. Sensor galvânico A maioria dos sensores disponí- veis no mercado internacional para avaliação do risco da corrosão em es- truturas de concreto fundamenta-se no monitoramento da variação da corrente galvânica. A corrente galvâ- nica aparece quando, em um mesmo meio condutivo, se faz o contato elé- trico entre dois metais distintos ou entre dois metais similares, porém em estados distintos (estado ativo ou passivo) decorrentes das alterações do meio junto a um dos metais (Nace 3T199,1999).Para essa medição,usa- -se um amperímetro de resistência zero, conhecido como técnica Zero- -Resistance Ammeter (ZRA). Usualmente, a medição da cor- rente galvânica em estruturas de con- creto é feita pelo contato elétrico entre uma barra de aço-carbono do sensor e/ou da armadura com outra barra de metal mais nobre, que apre- senta potencial eletroquímico estável em concreto (estado passivo). Na au- sência de barra de metal mais nobre,a medição pode ser feita entre o sensor e a armadura (em estado passivo). Na prática, para a avaliação do risco de corrosão nas estruturas de concreto, os sensores galvânicos constam de um conjunto de barras de aço-carbono, eletricamente isoladas. Com o embutimento do sensor no concreto, essas barras ficam posicio- nadas em diferentes profundidades, sempre menores do que a da armadu- ra. Esse conjunto de barras do sensor é também denominado de ânodo. Na proximidade do ânodo,é embu- tida a mencionada barra de metal mais nobre,denominadadecátodo.Emgeral, como cátodo, utilizam-se aços inoxidá- veis altamente resistentes à corrosão e aosíonscloreto,ouaindatitâniorevesti- do com platina ou com mistura de óxi- dosdemetaisnobres(MMO). A corrente galvânica é medida entre cada barra de aço-carbono do ânodo e o cátodo. Em concreto ínte- gro, essa corrente é desprezível, ou seja, muito baixa. Isso porque as bar- ras de aço-carbono estão em estado passivo, portanto, apresentam uma diferença de potencial desprezível em relação ao cátodo também passivo. O mesmo não ocorre quando um pro- cesso corrosivo é estabelecido nas barras.Nesse caso,a corrente galvâni- Figura 1 – Sensor escada (Anode Ladder). Fonte: Sensortec Figura 2 – Sensor 900 (Concrete Multi-Depth Sensor, Model 900). Fonte:Aselco (representante no Brasil da Rohrback Cosasco Systems) ca apresenta um valor significativo em decorrência da variação do po- tencial do ânodo, que assume valores mais negativos em relação ao obtidos inicialmente, em seu estado passivo. O processocorrosivonas barras do ânodo do sensor ocorre gradativa- mente, conforme o avanço da frente de agentes agressivos no concreto de Figura 3 – Sensor de anéis expansivos (Expansion RingAnode). Fonte: Sensortec Barras de aço-carbono (ânodo) Barra de titânio revestido com óxido de platina (cátodo) Painel de leitura Barra de aço-carbono a ser embutida junto à armadura (ânodo) Barras de aço-carbono (ânodo) Barras de aço inoxidável (cátodo) Anéis de isolamento elétrico e de vedação (faixa preta e branca) Anéis de aço-carbono (ânodo) Fotos:divulgaçãodosautores artigo.indd 63 29/04/2013 17:02:00
  • 3. 64 Téchne 194 | MAIO de 2013 a r t i go cobrimento. Sendo assim, a corrente galvânicaaumentanosentidodabarra que foi embutida mais próxima à su- perfície do concreto para a barra em- butida em maior profundidade. Esse avanço de agentes é devido, geralmen- te, ao ingresso do dióxido de carbono, que diminui o pH da solução de poros (carbonatação),ou ao ingresso de íons cloretos em teores críticos. Nota-se que não há uma faixa fixa de valores de corrente galvânica que caracterizam o estado ativo das bar- ras de aço-carbono do ânodo. Isso porque existe uma variedade de in- terferências na corrente circundante, como a área dos elétrodos, a qualida- de do concreto e o teor de íons cloreto no material (Raupach; Schiessl, 2001). Assim sendo, não é o valor ab- soluto da corrente que deve ser consi- derado, mas sim a variação de seus valores ao longo do tempo. Usualmente, recomenda-se que a leitura da corrente galvânica seja feita poucos segundos após o esta- belecimento do contato elétrico entre o ânodo e o cátodo, já que essa corrente não é estável ao longo do tempo de medição (Polder; Peelen; Leegwater, 2008). Outro fator a ser considerado é a distância entre o ânodo e o cátodo. Normalmente, o cátodo é instalado próximo do ânodo, em região de con- creto aerado,em que há livre acesso do oxigênio. No caso do concreto da re- gião estar sujeito à saturação por lon- gos períodos (como em componentes submersos e expostos à variação de maré), em que já há naturalmente res- trição do acesso de oxigênio, a distân- cia entre o ânodo e o cátodo deve ser maior, visto que há consumo de parte do oxigênio pelo cátodo. No caso de concretos de baixa resistividade elétri- ca,adistânciaentreoânodoeocátodo pode chegar a alguns metros (McCar- ter;Vennesland, 2004). Nota-se que a resistividade elétri- ca é um parâmetro importante a ser considerado na avaliação do risco de corrosão. A resistividade elétrica é função da umidade do concreto e do conteúdo do eletrólito. Tradicional- mente,a resistividade elétrica do con- creto é determinada pela técnica de quatro pinos (ASTM G57, 2012). Com pequenas modificações nos sensores galvânicos, pode ser determi- nadaaresistividadeelétricadoconcre- to. Essa determinação é feita entre pares de barras de ânodo e com o uso de um ohmímetro alimentado com corrente alternada. A resistividade também pode ser obtida com sensores de umidade, como o descrito mais adiante. Também com pequenas mo- dificações nos sensores galvânicos, pode-se determinar o potencial de cir- cuitoaberto,ataxadecorrosãoinstan- tânea das barras do ânodo do sensor e da armadura e, ainda, a temperatura do concreto. O potencial de circuito aberto das barras do ânodo é medido com o uso de um voltímetro de alta impedância e um elétrodo de referência (apresenta potencial conhecido em relação ao elétrodo de hidrogênio, sendo o valor reprodutível e estável ao longo do tempo, Nace 11100, 2000) ou um pseudoelétrodo de referência (não mantém potencial estável, mas sua va- riação é previsível em condições co- nhecidas). A taxa de corrosão instan- tânea pode ser determinada pela téc- nica de polarização linear, sendo para tanto necessário o uso de um poten- ciostato. E, finalmente, com o acopla- mento no sensor de temperatura, po- de-seobteratemperaturadoconcreto. Cita-se que a determinação da taxa de corrosão instantânea é abordada na segunda parte deste artigo, que será publicada posteriormente. Usualmente, a avaliação do risco de corrosão é feita com a determina- ção da corrente galvânica e do poten- cial de circuito aberto. Segundo Ven- nesland, Raupach e Andrade (2007), um aumento da corrente galvânica, acompanhado por uma diminuição do potencial de circuito aberto, indi- ca claramente que um nível crítico de íons cloreto foi atingido ou que a frente de carbonatação alcançou as barras do ânodo do sensor. Para a determinação do potencial de circuito aberto das barras do sen- sor, os seguintes elétrodos podem ser usados: n Pseudoelétrodo de referência: o cátodo do sensor (barra de aço inoxi- dável ou de titânio revestido com pla- tina ou MMO) é o mais usado. Outra opção é a própria armadura ou uma barra de aço-carbono embutida na proximidade da armadura, desde que no estado passivo; n Elétrodo de referência: há diferen- tes tipos de elétrodo de referência. Po- de-se citar o elétrodo de prata/cloreto deprata–Ag/AgCl(Nace05107,2007) – e o elétrodo manganês/óxido de manganês – Mn/MnO2 –, que são em- butidos no concreto (elétrodos per- manentes), e o elétrodo de cobre/sul- fato de cobre, posicionado sobre a su- perfície do concreto. A avaliação do risco de corrosão da armadura com pseudoelétrodo de referência é feita pelo monitoramen- to da variação dos valores de poten- cial de circuito aberto em cada uma das barras do ânodo e, também, entre elas. No caso do uso de elétrodo de referência padrão, a avaliação do Figura 4 – Sensor de múltiplos elétrodos (CorroWatch Multisensor) e elétrodo de referência ERE 20. Fonte: ForceTechnology Elétrodo de referência ERE20 Barras de apoio (com isolamento elétrico) Barras de aço-carbono (ânodo) Tela de titânio ativado (cátodo) artigo.indd 64 29/04/2013 17:02:00
  • 4. 65 risco é feita tanto pela análise dos va- lores absolutos de potencial de circui- to aberto como pela análise da sua variação ao longo do tempo.A análise dos valores absolutos é feita em rela- ção a valores normalizados (ASTM C876, 2009) que indicam a probabili- dade de ocorrência de corrosão. Uma revisão bibliográfica mos- trou que há muitas pesquisas para desenvolvimento de sensores, no en- tanto, comercialmente, o número de fornecedores ainda pode ser conside- rado limitado.Alguns sensores dispo- níveis no mercado são os seguintes: nSensor escada (Anode Ladder) e sensor de anéis expansivos (Expan- sion Ring Anode), ambos da empre- sa Sensortec; n Sensor de múltiplos elétrodos (CorroWatch Multisensor), da em- presa Force Technology; n Sensor 900 (Concrete Multi-Depth Sensor, Model 900), da empresa Rohrback Cosasco Systems. Além da corrente galvânica, o sensor escada e o sensor 900 podem ser usados para determinar todos os demais parâmetros mencionados an- teriormente (Sensortec, 2010a; Rohr- back Cosasco Systems, 2013). O sen- sor de anéis expansivos pode ser usado para determinar os três pri- meiros parâmetros mencionados (Sensortec, 2010b). O sensor de múl- tiplos elétrodos determina o poten- cial de circuito aberto das barras do ânodo com o uso do elétrodo de refe- rência ERE20 (Mn/MnO2) embutido na sua proximidade, e a temperatura do concreto por meio de elétrodo es- pecífico embutido na base do sensor (Force Technology, 2012a; 2012b). No sensor escada e no sensor 900, as barras de aço-carbono constituin- tes do ânodo são retas e estão posicio- nadas em paralelo.No sensor de anéis expansivos, em vez de barras são usa- dos anéis que estão posicionados uns sobre os outros. No sensor de múlti- plos elétrodos,as barras do ânodo são retas e estão posicionadas em altura e ângulos diferentes em relação a uma base circular. Esses sensores podem ser visualizados nas figuras 1 a 4. No sensor escada e no sensor de anéis expansivos, uma barra de titânio revestido com MMO é usada como cá- todo, sendo esta posicionada na proxi- midade das barras de ânodo quando da instalação do sensor. No sensor 900, o cátodosãoasbarrasdeaçoinoxidável,as quais estão posicionadas no mesmo ali- nhamento das barras do ânodo, como mostra a figura 2. No sensor de múlti- plos elétrodos,uma tela de titânio ativa- do,fixadanabasedeapoiodasbarrasdo ânodo, é usada como cátodo. Como mostra a figura 4, na sua proximidade estáoelétrododereferênciaERE20. Os sensores escada, de múltiplos elétrodos, e o sensor 900 foram de- senvolvidos para o monitoramento do risco de corrosão em construções novas, como túneis, pontes, píeres, fundações e outros tipos de constru- ções. O sensor de anéis expansivos foi desenvolvido para uso em constru- ções existentes, o que inclui aquelas em período de recuperação estrutu- ral (Raupach; Schiessl, 2001). O sensor escada e o sensor 900 são instalados em posição inclinada sobre a armadura.O grau dessa inclinação é va- riável,sendo definida conforme a espes- sura do concreto de cobrimento.A figu- ra5ilustraainstalaçãodosensorescada. Quanto à instalação do sensor de anéis expansivos, este é embutido no concreto por meio de furo na camada de cobrimento da armadura. Na pro- ximidade desse furo, outro é realiza- do para o embutimento do cátodo. Para o perfeito contato da superfície exposta dos anéis de ânodo do sensor com a da parede do furo, esses anéis são expandidos com o uso de um equipamento manual de torção. Essa expansão e a presença de anéis de ve- dação evitam a penetração de água pela parede do furo. Devido à possi- bilidade de penetração de água nessa parede, não se recomenda o uso do sensor na condição de imersão ou em situações de acúmulo de água sobre superfícies horizontais (poça de água) (Sensortec, 2010b). Nota-se que para evitar a corrosão das barras de aço-carbono do ânodo dos sensores apresentados para uso em obras novas, a sua instalação deve ser feita momentos antes do lança- mento do concreto.Além disso,as bar- ras do ânodo e o cátodo dos sensores apresentados devem estar isolados ele- tricamente da armadura, como pode ser observado na figura 4. No passado, os sensores eram de- senvolvidos para que as leituras fos- sem feitas manualmente, com uso de equipamentos portáveis. No entanto, atualmente, esses são providos de sis- temas eletrônicos de leituras, como, por exemplo, o sensor escada e o sen- sor de anéis expansivos (Mayer; So- deikat, 2012). Segundo Nygaard e Klinghoffer (2008), o mesmo foi feito para o sensor de múltiplos elétrodos, que dispõe também de dispositivos para a transferência de dados. Finalmente, cabe mencionar que é esperadadegradaçãoprematuradocon- cretodecobrimentonolocaldeembuti- mento do sensor galvânico.Isso é válido para aqueles em que barras de aço-car- bono do ânodo são posicionadas em baixa profundidade no concreto de co- brimento. Com a evolução da corrosão dessas barras, há perigo de fissuração e desplacamento do concreto. Para evitar queaintensificaçãodacorrosãodasbar- rassuperficiaisresultenadegradaçãodo concreto, sistemas de proteção catódica podem ser usados. Essa proteção é feita com a instalação de bateria externa co- nectada às referidas barras (Schiessl; Raupach,1992). Figura 5 – Sensor escada (Anode Ladder) sobre a armadura, em posição inclinada. Fonte: Sensortec Fotos:divulgaçãodosautores artigo.indd 65 29/04/2013 17:02:01
  • 5. 66 Téchne 194 | MAIO de 2013 a r t i go Agradecimento Till Felix Mayer (Sensortec), Oskar Klinghoffer (Force Technology) e Eduardo de Oliveira (Aselco), pelas informações e pela fotografia dos sensores, eAndreza Milham pela recuperação de artigos. LEIA MAIS 900 Concrete Multi-Depth Sensor. Rohrback Cosasco Systems.  2013. Disponível em: <http://www. cosasco.com/multi-depth-corrosion. html>.Acesso em 24 fev. 2013. Anode Ladder. Sensortec. 2010a. Disponível em: <http://www. sensortec.de/sensoren-sensors/ anodenleiter-anode-ladder>. Acesso em 24 fev. 2013. ASTM C876-09: Standard Test Method for Half-Cell Potentials of Uncoated Reinforcing Steel in Concrete. American Society for Testing & Materials. 2009. ASTM G57-06(2012): Standard Test Method for Field Measurement of Soil Resistivity Using the Wenner Four-Electrode Method. American Society for Testing & Materials. 2012. Condition Survey with Embedded Sensors Regarding Reinforcement Corrosion. Raupach, M.; Gulikers, J.; Reichling, K. Materials and Corrosion, v.63, n.2, p.141-146, 2013. Corrosion Monitoring for Underground and Submerged Concrete Structures – Examples and Interpretation Issues. Polder, R.B.; Peelen, W.H.A.; Leegwater, G. In: Walraven, Joost C.; Stoelhorst, Dick. (Eds.) Tailor made concrete structures. London: Taylor & Francis, 2008. p.187-192. Corrosion Monitoring in Reinforced Concrete Structures. Nygaard, P.V.; Klinghffer, O. In: International Conference on Durability of Concrete Structure, 2008. Proceedings… Hangzhou: ICDCS, 2008 p. 279-286. CorroWatch Multisensor. Force Technology. 2012a. Disponível em: <http://www.forcetechnology. com/en/Menu/Products/Concrete- monitoring/Concretemonitoring- probes/corrowatchmultisensor. htm>.Acesso em 24 fev. 2013. Electrochemical Techniques for Measuring Corrosion in Concrete – Measurements with Embedded Probes. Vennesland, Ø.; Raupach, M.;Andrade, C. Materials and Structures, v.40, p.745-758, 2007. ERE 20 Embeddable Reference Electrode for Use in Concrete Structures. Force Technology. 2012b. Disponível em: <http:// www.forcetechnology.com/da/ Menu/Produkter/ Betonovervaagning/ Betonovervagning-sonder/ere20- eferenceelektrode.htm>.Acesso em 24 fev. 2013. Expansion Ring Anode. Sensortec. 2010b. Disponível em: <http://www. sensortec.de/sensoren-sensors/ speizringanode-expansion-ring- anode>.Acesso em 24 fev. 2013. Instrumentation of Structures with Sensors – Why and How? Schiessl, P.; Raupach, M. In: Dhir, R.K.; Jones, M.R. (Eds.) Concrete repair, rehabilitation and protection. London: E & FN Spon, 1996. Macrocell Sensor Systems for Monitoring of the Corrosion Risk of the Reinforcement in Concrete Structures. Raupach, M., Schiessl, P. NDT& International, v.34, p.435-442, 2001. Monitoring System for the Corrosion Risk of Steel in Concrete Structures. Schiessl, P.; Raupach, M. Concrete International, v.7, p.52-55, jul., 1992. Report on Corrosion Probes in Soil or Concrete. International the Corrosion Society. Houston: NACE, 2007. 11p. (Nace International Publication 05107-item/n.24234). Role of Sensors in Corrosion Monitoring in Concrete Structures: the State of the Art. Ha, T-H. et al. Sensors and Materials, v.16, n.3, p.133-158, 2004. Sensor Systems for Use in Reinforced Concrete Structures. McCarter, W.J.;Vennesland, O. Construction and Building Materials, v.18, p.351-358, 2004. Service Life Management of Infrastructure Systems – Application of Corosion and Moisture Monitoring. Mayer, T.F.; Sodeikat, CH. In: Strauss,A.; Frangopol, D.M.; Bergmeister, K. Life-cycle and sustainability of civil infrastructure systems. Boca Raton: CRC Press, 2012. Chapter 32, p.257-282. Smart Structures: Possibilities, Experiences and Benefits from Permanent Monitoring. Goltermann, P.; Jensen, F.;Andersen, M.E. In: International Conference on Bridge Maintenance, Safety and Management, 1., 2002. Proceedings... Barcelona: Iabmas, 2002. Techniques for Monitoring Corrosion and Related Parameters in Field Applications. International the Corrosion Society. Houston: Nace, 1999. 41p. (Nace International Publication 3T199-item/n.24204). Use of Advanced Corrosion Monitoring for Risk Based Management of Concrete Structures. Polder, R. et al. Heron, v.52, n.4, p.239-250, 2007. Use of Embeddable Sensors in an Integrated Monitoring System for Reinforced Concrete Structures. Bässler, R. et al. In: Nace Conference,Annual Corrosion, 9., 2003. Proceedings... San Diego: Nace, 2003. (Paper 03436). Use of Reference Electrodes for Atmospherically Exposed Reinforced Concrete Structures. International the Corrosion Society. Houston: Nace, 2000. 11p. (Nace International Publication 11100-item/n.24204). artigo.indd 66 29/04/2013 17:02:03