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Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas              www.brjb.com.br


                                                             ORIGINAL PAPER (ARTIGO ORIGINAL)




 ANÁLISE DO ESTADO NUTRICIONAL
E DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR,
        LOMBAR E ESCAPULAR EM
       MULHERES DE MEIA IDADE E
                         IDOSAS
ANALYSIS OF NUTRITIONAL STATUS AND PALMAR, LUMBAR AND SCAPULAR                                      GRIP
STRENGTH IN MIDDLE-AGED AND OLDER WOMEN

Adilson Domingos dos Reis Filho1, Eliana Santini2, Thiago Neves3, Waléria Christiane Rezende
Fett3, Carlos Alexandre Fett3
1
 Faculdade de Educação Física da Universidade de Cuiabá (UNIC), Cuiabá-MT, Brasil; Centro
Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande-MT, Brasil; Núcleo de Aptidão Física,
Informática, Metabolismo, Exercício Físico e Saúde (NAFIMES/UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.




                                                                                                              Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)
2
 Faculdade de Nutrição da Universidade de Cuiabá (UNIC), Cuiabá-MT, Brasil; Núcleo de Aptidão
Física, Informática, Metabolismo, Exercício Físico e Saúde (NAFIMES/UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.
3
 Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT,
Brasil; Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Exercício Físico e Saúde
(NAFIMES/UFMT), Cuiabá-MT, Brasil.


Corresponding author:
Adilson Domingos dos Reis Filho
Rua República da Argentina, n.559, aptº 104, bloco 05, Residencial San Martin, Bairro Jardim
Tropical, Cuiabá-MT, Brasil.
CEP 78065-198.
Fone: (65) 9602-3130.
E-mail: reisfilho.adilson@gmail.com

Submitted for publication: Apr 2012
Accepted for publication: Nov 2012


RESUMO
REIS FILHO, A. D.; SANTINI, E.; NEVES, T.; FETT, W. C. R.; FETT, C. A. Análise do estado nutricional e da
força de preensão palmar, lombar e escapular em mulheres de meia idade e idosas. Brazilian Journal of
Biomotricity. v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012. O presente manuscrito objetivou avaliar e comparar os níveis de
força por meio de dinamometria estática e o estado nutricional em mulheres de meia idade e idosas. A
amostra constituiu-se de 31 mulheres fisicamente ativas, que buscaram o Projeto “Atividade Física e Saúde
ao Alcance de Todos” realizado pelo curso de Educação Física do Centro Universitário de Várzea Grande
(UNIVAG). As voluntárias foram divididas em dois grupos, sendo 20 no grupo mulheres de meia idade
(51,1±6,3) e 11 no grupo idosas (64,5±3,6). Foram avaliadas as forças de preensão manual (FPM), de
tração lombar (TL) e de tração escapular (TE). Avaliou-se também o índice de massa corporal (IMC), a



                                                                                                              245
Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas                 www.brjb.com.br
adequação da prega cutânea tricipital (aPCT) e a circunferência da cintura (CCin) para posterior correlação
com os níveis de força. Não houve diferença estatística entre as variáveis antropométricas de ambos os
grupos. Quanto aos níveis de força, houve apenas diferença estatística para a tração lombar (p=0,04) e
tendência para a tração escapular (p=0,06) entre os grupos. Quando correlacionados os níveis de força
(FPM, TL e TE) e as variáveis antropométricas (IMC, aPCT e CCin), houve apenas tendência à significância
entre FPM da mão dominante versus IMC (r= -0,40; p=0,08) e FPM da mão dominante versus aPCT (r= -
0,40; p=0,08), ambos para o grupo de mulheres de meia idade. Em conclusão, a perda de força é mais
pronunciada em grandes grupos musculares (tração lombar e escapular) do que em pequenos (FPM),
particularmente para as mulheres idosas.

Palavras-chave: Envelhecimento, Força Muscular, Dinamometria.

ABSTRACT
REIS FILHO, A. D.; SANTINI, E.; NEVES, T.; FETT, W. C. R.; FETT, C. A. Analysis of nutritional status and
palmar, lumbar and scapular grip strength in middle-aged and older women. Brazilian Journal of
Biomotricity. v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012. The present study aimed to evaluate and compare the levels of
force by means of static dynamometry and nutritional status in women of middle age and older. The sample
consisted of 31 physically active women, who attended the project "Physical Activity and Health to the Reach
of All" performed by the course of Physical Education, University Center of Várzea Grande (UNIVAG). The
volunteers were divided into two groups, 20 in middle-aged women group (51.1 ± 6.3) and 11 elderly group
(64.5 ± 3.6). We evaluated the hand-grip strength (HGS), traction lumbar (TL) and scapular traction (ET). We
also evaluated the body mass index (BMI), the adequacy of the triceps skinfold (aTS) and waist
circumference (WC) for later correlation with the levels of force. There was no statistical difference between
the anthropometric variables in both groups. The levels of force, there was only statistical difference for
lumbar traction (p=0.04) and tendency to draw scapula (p=0.06) between groups. When correlated strength
levels (HGS, TL and TE) and anthropometric variables (BMI, aTS and WC), there was only a trend toward
significance between the HGS dominant hand versus BMI (r= -0.40; p=0.08) and HGS versus aTS the
dominant hand (r= -0.40; p=0.08), both for the group of middle-aged women. In conclusion, the loss of




                                                                                                                 Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)
strength is more pronounced in large muscle groups (lumbar traction and scapular) than in small (HGS),
particularly for older women.

Key words: Aging, Muscle Strength, Dynamometry.



INTRODUÇÃO
O aumento da expectativa de vida observada nos últimos anos tanto em países desenvolvidos
quanto nos países em desenvolvimento, tem elevado o número de pessoas que possuem alguma
debilitação funcional, particularmente em decorrência da redução de força muscular. Tais
reduções ocorrem em virtude da modificação na composição corporal observada na senescência
(REIS FILHO et al., 2011a; REIS FILHO et al., 2011b), notadamente com o declínio da massa
muscular e o aumento do tecido adiposo, favorecendo assim um quadro conhecido como
sarcopenia (PÍCOLI et al., 2011).
A sarcopenia ocorre devido a reduções nos níveis de exercício físico, dos níveis de hormônios
anabólicos circulantes, desnervação da junção neuromuscular, além de uma redução na síntese
proteica (ROTH et al., 2000). Este decréscimo do sistema neuromuscular pode acarretar inúmeros
problemas, dentre os quais se destacam a falta de equilíbrio, força, mobilidade (REBELATTO et
al., 2006), entre outros associados a manutenção da autonomia e independência por parte dos
idosos. Ainda, sabe-se que tais problemas associam-se também a um estado de desnutrição,
ansiedade, depressão, insônia, dentre outros, estabelecendo desta forma um círculo vicioso
(REBELATTO et al., 2006).
A mensuração dos níveis de força pode auxiliar no entendimento de inúmeros fatores
relacionados diretamente com o decréscimo da massa muscular em idosos, tais como os
aspectos nutricionais, a limitação funcional, incapacidade, desabilidade, assim como a mortalidade
(BARBOSA et al., 2006; LING et al., 2010). Nesse sentido, Gianpaoli et al. (1999), Geraldes et al.
(2008) e Bohannon (2008) sugerem que a avaliação da força de preensão medida com
dinamômetros é um excelente instrumento preditor de inúmeros desfechos relacionados à saúde,
dada a validade preditiva e a simplicidade do método para a identificação de incapacidades


                                                                                                                 246
Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas         www.brjb.com.br
funcionais tanto em adultos de meia idade quanto em idosos. Desta forma, o presente estudo
objetivou comparar o estado nutricional e os níveis de força de preensão manual, lombar e
escapular por meio da dinamometria em mulheres de meia idade e idosas fisicamente ativas.

MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo com desenho transversal com mulheres integrantes do projeto longitudinal
“Atividade Física e Saúde ao Alcance de Todos”, realizado na academia do Centro Universitário
de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande-MT, Brasil. Fizeram parte da amostra 31 mulheres
classificadas como fisicamente ativas de acordo com o Questionário Modificado de Baecke para
Idosos (VOORRIPS et al., 1991), com idade entre 38 a 71 anos, distribuídas em dois grupos, um
com mulheres de meia idade (n=20) e outro com mulheres idosas (n=11). Todas as voluntárias
foram informadas sobre a proposta do estudo e assinaram um termo de consentimento livre e
esclarecido aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital Geral Universitário sob o
protocolo nº 2010-183, de acordo com o que rege a resolução do Conselho Nacional de Saúde
196/96, concordando em colaborar com a presente pesquisa.
Procedimentos
Para determinação da massa corporal (MC), as voluntárias foram posicionadas em pé, no centro
da plataforma da balança, com os pés unidos e braços ao longo do corpo, conforme técnica
preconizada por Fett et al. (2006), utilizando-se balança mecânica Filizola® (Brasil), com
capacidade para 200 kg e precisão de 100 g. A estatura foi mensurada com as voluntárias
descalças, em posição ereta, com os pés unidos e próximos à escala, medidas pelo estadiômetro
disponível na mesma balança, com precisão de 0,5 cm segundo o procedimento previamente
descrito por Fett et al. (2006), posteriormente foi calculado o índice de massa corporal (IMC)
segundo a equação IMC=MC(kg)/Estatura(m)2.
Avaliou-se também a circunferência da cintura (CCin) para análise do comportamento de risco
relativo ao acúmulo de tecido adiposo central e posterior comparação com os níveis de força. Para
tanto, foi mensurada com fita métrica inextensível no plano entre a borda inferior da última costela




                                                                                                       Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)
e a cicatriz umbilical, tal como o disposto em Han et al. (1995).
A prega cutânea tricipital (PCT) foi mensurada na distância média entre a borda súpero-lateral do
acrômio e o processo do olecrano da ulna conforme o disposto em Guedes e Guedes (2006).
Posteriormente foi comparada ao padrão de referência de Frisancho (1990) para se detectar o
percentil 50 para cada voluntária. Em seguida, foi calculada a adequação da prega cutânea
tricipital (aPCT) de acordo com a equação preconizada por Blackburn e Thornton (1979), onde
aPCT (%) = PCT obtida (mm)/PCT percentil 50 x 100.
Para a análise da força muscular, foram realizados três testes: a) força de preensão manual; b)
força lombar e c) força escapular. O teste de força de preensão manual foi conduzido utilizando-se
um dinamômetro JAMAR® segundo os procedimentos descritos por Figueiredo et al. (2007). A
força lombar foi analisada por meio do dinamômetro KRATOS® (Brasil), onde para o teste lombar
seguiu-se o protocolo segundo Guedes e Guedes (2006): a voluntária deveria posicionar-se em pé
sobre a plataforma do dinamômetro, os joelhos completamente estendidos, o tronco levemente
flexionado à frente formando um ângulo de aproximadamente 120º e a cabeça acompanhando o
prolongamento do tronco com o olhar fixo à frente e então desempenhava força máxima nas
pernas no sentido de ficar em pé (extensão dos joelhos e do quadril). Para o teste de força
escapular utilizou-se um dinamômetro CROWN® modelo DM-50, adotando o seguinte
procedimento: a voluntária posicionava-se como os pés voltados para frente, cotovelos
flexionados, ombros abduzidos aproximadamente a 90º e coluna lombar retificada. As mãos
segurando as hastes laterais do aparelho, e posteriormente realizava uma força máxima no
sentido de retrair as escápulas. Todos os três testes foram realizados três vezes, respeitando os
tempos de intervalo entre as tentativas de acordo com os seus respectivos protocolos. Foi
adotada a média aritmética das três tentativas como resultado final.
Análise estatística
Os dados foram analisados mediante o pacote estatístico BioEstat® 5.0 (Brasil) e expressos em
médias±desvios padrão. Foi utilizado o teste t de Student não pareado, teste Exato de Fisher e
correlação linear de Pearson. O nível de significância foi pré-estabelecido em 5% (p<0,05).

RESULTADOS


                                                                                                       247
Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas                  www.brjb.com.br
Excetuando-se a idade, não houve diferença estatística para os demais resultados apresentados
na tabela 1. Na mesma tabela, observam-se níveis de sobrepeso e obesidade segundo o IMC
para as mulheres de meia idade e idosas respectivamente. Evidencia-se também predominância
de níveis de risco muito aumentados para os valores da CCin em ambos os grupos (Tabela 1).

       Tabela 1 – Características gerais da amostra.
             Variáveis            Meia idade (n=20)                Idosas (n=11)            p-valor
           Idade (anos)                51,1±6,3                       64,5±3,6              <0,0001
        Massa corporal (kg)           72,5±12,4                      76,1±12,3               0,45
           Estatura (m)               1,57±0,05                      1,58±0,05               0,45
            IMC (kg/m2)                29,7±6,4                       30,3±4,1               0,79
             CCin (cm)                87,8±14,7                       92,3±9,6               0,36
             aPCT (%)                 79,5±31,4                      84,4±24,0               0,66
      IMC (Índice de massa corporal); CCin (Circunferência da cintura); aPCT (Adequação da prega cutânea
      tricipital). Teste t de Student não pareado. Nível de significância p<0,05.

      Tabela 2 – Perfil socioeconômico das mulheres de meia idade e idosas
      frequentadoras do projeto “Atividade Física e Saúde ao Alcance de Todos”, Várzea
      Grande-MT, Brasil.
          Variáveis/Grupos             Meia idade (n=20)           Idosas (n=11)
             Estado Civil                     n (%)                     n (%)
               Solteira                      5 (25,0)                 4 (36,4)
               Casada                       13 (65,0)                  4 (36,4)
                Viúva                        2 (10,0)                 3 (27,2)
            Escolaridade                      n (%)                     n (%)
             Fundamental                     3 (15,0)                 8 (72,7)
                Médio                       12 (60,0)                  3 (27,3)




                                                                                                             Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)
               Superior                      5 (25,0)                   0 (0,0)
              Profissão                       n (%)                     n (%)
          Aposentada/Do lar                 11 (55,0)                11 (100,0)
              Professora                     3 (15,0)                   0 (0,0)
              Vendedora                     5 (25,0)                    0 (0,0)
          Funcionária Pública                 1 (5,0)                   0 (0,0)
               Etilismo                       n (%)                     n (%)
                 Sim                         2 (10,0)                   1 (9,1)
                 Não                        18 (90,0)                 10 (90,9)
             Tabagismo                        n (%)                     n (%)
                 Não                       20 (100,0)                11 (100,0)

De acordo com os resultados apresentados na tabela 3, verifica-se diferença estatística somente
para o teste de força lombar. Para a força escapular houve apenas uma tendência à significância
estatística, para o teste de preensão manual, não foram verificadas diferenças entre as mulheres
de meia idade e idosas, tampouco entre a mão dominante e não dominante (Tabela 3).

        Tabela 3 – Força de preensão manual, lombar e escapular em mulheres de meia
      idade e idosas.
             Variáveis          Meia idade (n=20)      Idosas (n=11)      p-valor
          Hand grip-D (kgf)          23,5±5,2             22,2±8,8          0,67
         Hand grip-ND (kgf)          22,5±4,5             21,4±5,4          0,58
            Lombar (kgf)            44,6±15,0            33,1±11,3          0,04
           Escapular (kgf)            9,2±4,2              6,9±2,3          0,06
      Hand grip-D (mão dominante); Hand grip-ND (mão não dominante). Teste t de Student não
      pareado. Nível de significância p<0,05.




                                                                                                             248
Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas                   www.brjb.com.br
Ainda, observou-se prevalência de 45% para o nível baixo (19,7±1,1 kgf) de força em relação à
mão dominante na FPM para as mulheres de meia idade e 45,4% (15,6±4,9 kgf) para as mulheres
idosas. Em relação à mão não dominante houve prevalência de 50% para o escore de força
mediano (26,2±2,6 kgf) nas mulheres de meia idade e de 54,5% (25,8±2,0 kgf) para as idosas em
relação ao mesmo escore de força. Já para a tração lombar foram obtidas prevalências de 45%
para o escore baixo (31,6±5,7 kgf) entre as mulheres de meia idade e de 72,7% (27,0±4,3 kgf)
para o mesmo escore pelas mulheres idosas. Apenas uma idosa (9,1%) conseguiu escore médio
de 42,0 kgf, obtendo assim a classificação excelente para a FPM da mão dominante.
Quanto à distribuição das mulheres de meia idade e idosas em relação às variáveis
antropométricas (IMC, CCin e aPCT), não foram observadas diferenças estatísticas (Tabela 4). No
entanto, observa-se maior prevalência de sobrepeso e obesidade nas mulheres idosas. Já em
relação à CCin, verificou-se predominância de risco muito aumentado para as mulheres de meia
idade, assim como, maior prevalência de mulheres com desnutrição segundo a variável aPCT
(Tabela 4).

     Tabela 4 – Distribuição das         mulheres de meia idade e idosas segundo as variáveis
  antropométricas.
           Variáveis                                                 Grupos
          IMC (kg/m2)                    Meia idade n(%)               Idosas n(%)                p-valor
             Normal                         12 (60,0)                    3 (27,3)
                                                                                                    0,14
      Sobrepeso/obesidade                    8 (40,0)                    8 (72,6)
           CCin(cm)                      Meia idade n(%)               Idosas n(%)                p-valor
        Aumentado ≥ 80                       5 (35,7)                    4 (36,4)
                                                                                                    1,00
     Muito aumentado ≥ 88                    9 (64,3)                    7 (63,6)
            aPCT(%)                      Meia idade n(%)               Idosas n(%)                p-valor
       Desnutrição grave                     9 (45,0)                    3 (27,3)
                                                                                                    0,38




                                                                                                               Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)
   Desnutrição leve/moderada                 5 (25,0)                    5 (45,5)
             Eutrofia                        4 (20,0)                     1 (9,0)
                                                                                                    0,52
      Sobrepeso/obesidade                    2 (10,0)                    2 (18,2)
  IMC (Índice de massa corporal) segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2002); CCin
  (Circunferência da cintura); aPCT (Adequação da prega cutânea tricipital). Teste Exato de Fisher. Nível de
  significância p<0,05.

As variáveis antropométricas não se associaram estatisticamente aos testes de força com
dinamômetros variados, havendo apenas uma tendência entre o teste de preensão manual com a
mão dominante e o IMC e aPCT do grupo de mulheres de meia idade (Tabela 5).

       Tabela 5 – Correlação entre variáveis antropométricas e força de             preensão manual,
      lombar e escapular em mulheres de meia idade e idosas.
        Variáveis/Meia idade        IMC (kg/m2)         CCin (cm)                         aPCT (%)
          Hand grip-D (kgf)      r= -0,40; p=0,08    r= -0,29; p=0,21                 r= -0,40; p=0,08
         Hand grip-ND (kgf)      r= -0,21; p=0,38    r= -0,20; p=0,39                 r= -0,07; p=0,77
            Lombar (kgf)         r= -0,32; p=0,17    r= -0,23; p=0,33                 r= -0,36; p=0,12
           Escapular (kgf)       r= -0,13; p=0,58    r= -0,06; p=0,79                 r= -0,28; p=0,23
                                              2
          Variáveis/Idosas          IMC (kg/m )         CCin (cm)                         aPCT (%)
          Hand grip-D (kgf)      r= -0,36; p=0,28    r= -0,18; p=0,60                  r= 0,02; p=0,95
         Hand grip-ND (kgf)      r= -0,24; p=0,47    r= -0,05; p=0,88                 r= -0,03; p=0,93
            Lombar (kgf)         r= -0,19; p=0,57    r= -0,16; p=0,65                  r= 0,10; p=0,77
           Escapular (kgf)        r= 0,15; p=0,66     r= 0,26; p=0,44                  r= 0,47; p=0,14
      Hand grip-D (mão dominante); Hand grip-ND (mão não dominante); IMC (Índice de massa corporal);
      CCin (Circunferência da cintura); aPCT (Adequação da prega cutânea tricipital). Correlação Linear de
      Pearson. Nível de significância p<0,05.

DISCUSSÃO
Os resultados do presente estudo não apresentaram diferenças estatisticamente significativas
entre as mulheres fisicamente ativas de meia idade e idosas, exceto para a força lombar (Tabela


                                                                                                               249
Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas         www.brjb.com.br
3). Observou-se também maior prevalência de sobrepeso e obesidade entre as mulheres idosas,
risco muito aumentado para a CCin e prevalência de desnutrição de acordo com a adequação da
prega cutânea tricipital nas mulheres de meia idade (Tabela 4). Quanto a correlação entre os
parâmetros antropométricos (IMC, CCin e aPCT) e os testes de preensão manual, lombar e
escapular, não foram verificadas significâncias estatísticas (Tabela 5), talvez pelo fato da
predominância de massa gorda sobre a massa muscular das voluntárias analisadas, hipótese esta
confirmada nos estudos de base populacional conduzidos por Sternfeld et al. (2002) e Alexandre
et al. (2008) que verificaram o efeito negativo da massa gorda sobre alguns domínios de
desempenho físico de indivíduos de meia idade e idosos.
Diante do exposto anteriormente, observou-se para esta pesquisa predominância de sobrepeso
e/ou obesidade segundo o IMC para as mulheres idosas, bem como circunferência da cintura
muito aumentada para ambos os grupos, além de um quadro de desnutrição prevalente para
todas as mulheres (Tabela 4). Corroborando com o presente manuscrito, os estudos conduzidos
por Barbosa et al. (2006) e Costa e Neri (2011) detectaram IMC aumentado para um grupo de
mulheres idosas, bem como nível de força de preensão manual reduzido com o avançar da idade,
fato este observado no presente trabalho, que verificou maior força em todos os testes com
dinamômetros para as mulheres de meia idade, embora havendo significância estatística apenas
para o teste de tração lombar (Tabela 3).
Em trabalho realizado por Pícoli et al. (2011) foram observadas reduções para os níveis de FPM
tanto para a mão direita quanto para a mão esquerda entre os voluntários de meia idade e idosos,
no entanto, o estudo supracitado apresenta um viés em sua análise, visto que os grupos eram
compostos por homens e mulheres e assim, impossibilita melhores comparações com a presente
pesquisa, já que foram utilizadas apenas mulheres como voluntárias. Entretanto, pode-se
observar situação semelhante no presente estudo, onde as mulheres de meia idade apresentaram
nível de FPM maior do que as idosas, embora tal diferença não tenha sido significativa
estatisticamente. Tal constatação pode ao menos em parte estar relacionada ao fato de que todas
as mulheres são fisicamente ativas e assim preservam certo grau de condicionamento físico,




                                                                                                       Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)
particularmente para os segmentos superiores.
Em pesquisa recente realizada por Soares et al. (2012) com homens e mulheres jovens e de meia
idade de uma cidade do sul do país, foram observados valores em média superiores aos do
presente manuscrito, tanto para a FPM com a mão dominante quanto não dominante, assim
como, para os testes de tração lombar e escapular quando comparados aos valores das mulheres
de meia idade e idosas do presente estudo. Assim, observa-se que o fator idade contribui em
muito para a manutenção dos níveis de força ao longo da vida, sendo verificada maior força
muscular em indivíduos mais jovens.
Embora o processo de envelhecimento possa reduzir os níveis de força, o engajamento em
exercícios físicos pode contribuir para a minimização de tais efeitos, diante disso, alguns estudos,
tais como o conduzido por Rebelatto et al. (2006) verificaram a manutenção dos níveis de FPM
em mulheres idosas após dois anos de participação em um programa de atividades físicas. Nesse
mesmo estudo foi evidenciado também que mesmo com o destreinamento de 18 semanas os
níveis de FPM obtidos anteriormente se mantiveram isso tanto para a mão dominante quanto para
o lado não dominante. Em outro estudo realizado por Rebelatto et al. (2007) com idosos
institucionalizados do município de São Carlos-SP, foi observado alta incidência de quedas entre
estes idosos, particularmente para aqueles com nível de FPM reduzido (19,4±8,9 kgf). No
presente manuscrito foram observados maiores prevalências de valores reduzidos de FPM tanto
para as mulheres de meia idade (19,7±1,1 kgf) quanto para as idosas (15,6±4,9 kgf), isso em
relação à mão dominante das mesmas. Apesar do presente estudo não ter avaliado a incidência
de quedas entre as voluntárias, pode-se observar pelos escores apresentados a necessidade de
se aumentar os valores de FPM para este grupo, visto que, a correlação entre baixo nível de FPM
e a incidência de quedas é alta conforme o verificado por Rebelatto et al. (2007).
Kura et al. (2004) investigaram um grupo de idosas fisicamente ativas, praticantes de ginástica e
hidroginástica quanto ao nível de FPM e de membros inferiores, sendo observado escores
classificados como médios, tanto para a mão direita como para a esquerda. Tal achado corrobora
com os do presente estudo, que em média foi classificado como escores medianos de FPM, isso
tanto para o grupo de mulheres de meia idade quanto para as idosas, não havendo diferença
estatística entre os grupos. Ainda, no mesmo estudo de Kura et al. (2004) foi observado nível


                                                                                                       250
Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas        www.brjb.com.br
fraco de força para os membros inferiores, fato este justificado pelo baixo volume e principalmente
intensidade dos exercícios aplicados à esta população. Embora no presente estudo não tenha
sido avaliada a força dos membros inferiores, pode-se estimar que os escores de força lombar
reduzidos possa ser reflexo da característica aeróbia das atividades realizadas pelas voluntárias
antes de aderirem ao projeto na academia. Em conclusão, a perda de força é mais pronunciada
em grandes grupos musculares (tração lombar e escapular) do que em pequenos (FPM),
particularmente para as mulheres idosas. Assim, espera-se ao longo do acompanhamento do
projeto identificar melhorias quanto aos níveis de força, visto que o projeto trata-se de uma
intervenção com treinamento resistido.



APLICAÇÕES PRÁTICAS
Sugere-se como aplicação prática a determinação da força por meio de aparelhos dinamométricos
como instrumento preditor dos níveis de incapacidade, morbidade e/ou mortalidade em pessoas
de meia idade e idosas (GIANPAOLI et al., 1999; RANTANEN et al., 1999; SAYER et al., 2006),
tal como foi observado no estudo conduzido por Ali et al. (2008) que verificaram maior mortalidade
em indivíduos com níveis reduzidos de FPM e mais recentemente no estudo feito por Ling et al.
(2010) que identificaram ser a FPM uma ferramenta útil para o prognóstico de risco de mortalidade
em indivíduos idosos. Além disso, níveis reduzidos de FPM têm sido associados ao decréscimo
acelerado das atividades da vida diária e ao declínio cognitivo em idosos longevos (ALFARO-
ACHA et al., 2006; TAEKEMA et al., 2010). Ainda, pode-se associar aos fatores supracitados uma
queda na qualidade de vida de pessoas com baixo nível de FPM, tal como, foi identificado no
estudo de Sayer et al. (2006). Por fim, destaca-se a escassez de estudos que avaliaram as
diferenças entre níveis de força de mulheres de meia idade e idosas por meio de aparelhos
dinamométricos escapular, salientando-se ainda a ausência de pontos de corte para a
classificação do nível de força de tração escapular para esta população.




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                                                                                                      251
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                                                                                                   Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324)




                                                                                                   253

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  • 1. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br ORIGINAL PAPER (ARTIGO ORIGINAL) ANÁLISE DO ESTADO NUTRICIONAL E DA FORÇA DE PREENSÃO PALMAR, LOMBAR E ESCAPULAR EM MULHERES DE MEIA IDADE E IDOSAS ANALYSIS OF NUTRITIONAL STATUS AND PALMAR, LUMBAR AND SCAPULAR GRIP STRENGTH IN MIDDLE-AGED AND OLDER WOMEN Adilson Domingos dos Reis Filho1, Eliana Santini2, Thiago Neves3, Waléria Christiane Rezende Fett3, Carlos Alexandre Fett3 1 Faculdade de Educação Física da Universidade de Cuiabá (UNIC), Cuiabá-MT, Brasil; Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande-MT, Brasil; Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Exercício Físico e Saúde (NAFIMES/UFMT), Cuiabá-MT, Brasil. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) 2 Faculdade de Nutrição da Universidade de Cuiabá (UNIC), Cuiabá-MT, Brasil; Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Exercício Físico e Saúde (NAFIMES/UFMT), Cuiabá-MT, Brasil. 3 Faculdade de Educação Física da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Cuiabá-MT, Brasil; Núcleo de Aptidão Física, Informática, Metabolismo, Exercício Físico e Saúde (NAFIMES/UFMT), Cuiabá-MT, Brasil. Corresponding author: Adilson Domingos dos Reis Filho Rua República da Argentina, n.559, aptº 104, bloco 05, Residencial San Martin, Bairro Jardim Tropical, Cuiabá-MT, Brasil. CEP 78065-198. Fone: (65) 9602-3130. E-mail: reisfilho.adilson@gmail.com Submitted for publication: Apr 2012 Accepted for publication: Nov 2012 RESUMO REIS FILHO, A. D.; SANTINI, E.; NEVES, T.; FETT, W. C. R.; FETT, C. A. Análise do estado nutricional e da força de preensão palmar, lombar e escapular em mulheres de meia idade e idosas. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012. O presente manuscrito objetivou avaliar e comparar os níveis de força por meio de dinamometria estática e o estado nutricional em mulheres de meia idade e idosas. A amostra constituiu-se de 31 mulheres fisicamente ativas, que buscaram o Projeto “Atividade Física e Saúde ao Alcance de Todos” realizado pelo curso de Educação Física do Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG). As voluntárias foram divididas em dois grupos, sendo 20 no grupo mulheres de meia idade (51,1±6,3) e 11 no grupo idosas (64,5±3,6). Foram avaliadas as forças de preensão manual (FPM), de tração lombar (TL) e de tração escapular (TE). Avaliou-se também o índice de massa corporal (IMC), a 245
  • 2. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br adequação da prega cutânea tricipital (aPCT) e a circunferência da cintura (CCin) para posterior correlação com os níveis de força. Não houve diferença estatística entre as variáveis antropométricas de ambos os grupos. Quanto aos níveis de força, houve apenas diferença estatística para a tração lombar (p=0,04) e tendência para a tração escapular (p=0,06) entre os grupos. Quando correlacionados os níveis de força (FPM, TL e TE) e as variáveis antropométricas (IMC, aPCT e CCin), houve apenas tendência à significância entre FPM da mão dominante versus IMC (r= -0,40; p=0,08) e FPM da mão dominante versus aPCT (r= - 0,40; p=0,08), ambos para o grupo de mulheres de meia idade. Em conclusão, a perda de força é mais pronunciada em grandes grupos musculares (tração lombar e escapular) do que em pequenos (FPM), particularmente para as mulheres idosas. Palavras-chave: Envelhecimento, Força Muscular, Dinamometria. ABSTRACT REIS FILHO, A. D.; SANTINI, E.; NEVES, T.; FETT, W. C. R.; FETT, C. A. Analysis of nutritional status and palmar, lumbar and scapular grip strength in middle-aged and older women. Brazilian Journal of Biomotricity. v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012. The present study aimed to evaluate and compare the levels of force by means of static dynamometry and nutritional status in women of middle age and older. The sample consisted of 31 physically active women, who attended the project "Physical Activity and Health to the Reach of All" performed by the course of Physical Education, University Center of Várzea Grande (UNIVAG). The volunteers were divided into two groups, 20 in middle-aged women group (51.1 ± 6.3) and 11 elderly group (64.5 ± 3.6). We evaluated the hand-grip strength (HGS), traction lumbar (TL) and scapular traction (ET). We also evaluated the body mass index (BMI), the adequacy of the triceps skinfold (aTS) and waist circumference (WC) for later correlation with the levels of force. There was no statistical difference between the anthropometric variables in both groups. The levels of force, there was only statistical difference for lumbar traction (p=0.04) and tendency to draw scapula (p=0.06) between groups. When correlated strength levels (HGS, TL and TE) and anthropometric variables (BMI, aTS and WC), there was only a trend toward significance between the HGS dominant hand versus BMI (r= -0.40; p=0.08) and HGS versus aTS the dominant hand (r= -0.40; p=0.08), both for the group of middle-aged women. In conclusion, the loss of Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) strength is more pronounced in large muscle groups (lumbar traction and scapular) than in small (HGS), particularly for older women. Key words: Aging, Muscle Strength, Dynamometry. INTRODUÇÃO O aumento da expectativa de vida observada nos últimos anos tanto em países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento, tem elevado o número de pessoas que possuem alguma debilitação funcional, particularmente em decorrência da redução de força muscular. Tais reduções ocorrem em virtude da modificação na composição corporal observada na senescência (REIS FILHO et al., 2011a; REIS FILHO et al., 2011b), notadamente com o declínio da massa muscular e o aumento do tecido adiposo, favorecendo assim um quadro conhecido como sarcopenia (PÍCOLI et al., 2011). A sarcopenia ocorre devido a reduções nos níveis de exercício físico, dos níveis de hormônios anabólicos circulantes, desnervação da junção neuromuscular, além de uma redução na síntese proteica (ROTH et al., 2000). Este decréscimo do sistema neuromuscular pode acarretar inúmeros problemas, dentre os quais se destacam a falta de equilíbrio, força, mobilidade (REBELATTO et al., 2006), entre outros associados a manutenção da autonomia e independência por parte dos idosos. Ainda, sabe-se que tais problemas associam-se também a um estado de desnutrição, ansiedade, depressão, insônia, dentre outros, estabelecendo desta forma um círculo vicioso (REBELATTO et al., 2006). A mensuração dos níveis de força pode auxiliar no entendimento de inúmeros fatores relacionados diretamente com o decréscimo da massa muscular em idosos, tais como os aspectos nutricionais, a limitação funcional, incapacidade, desabilidade, assim como a mortalidade (BARBOSA et al., 2006; LING et al., 2010). Nesse sentido, Gianpaoli et al. (1999), Geraldes et al. (2008) e Bohannon (2008) sugerem que a avaliação da força de preensão medida com dinamômetros é um excelente instrumento preditor de inúmeros desfechos relacionados à saúde, dada a validade preditiva e a simplicidade do método para a identificação de incapacidades 246
  • 3. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br funcionais tanto em adultos de meia idade quanto em idosos. Desta forma, o presente estudo objetivou comparar o estado nutricional e os níveis de força de preensão manual, lombar e escapular por meio da dinamometria em mulheres de meia idade e idosas fisicamente ativas. MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo com desenho transversal com mulheres integrantes do projeto longitudinal “Atividade Física e Saúde ao Alcance de Todos”, realizado na academia do Centro Universitário de Várzea Grande (UNIVAG), Várzea Grande-MT, Brasil. Fizeram parte da amostra 31 mulheres classificadas como fisicamente ativas de acordo com o Questionário Modificado de Baecke para Idosos (VOORRIPS et al., 1991), com idade entre 38 a 71 anos, distribuídas em dois grupos, um com mulheres de meia idade (n=20) e outro com mulheres idosas (n=11). Todas as voluntárias foram informadas sobre a proposta do estudo e assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido aprovado pelo comitê de ética em pesquisa do Hospital Geral Universitário sob o protocolo nº 2010-183, de acordo com o que rege a resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96, concordando em colaborar com a presente pesquisa. Procedimentos Para determinação da massa corporal (MC), as voluntárias foram posicionadas em pé, no centro da plataforma da balança, com os pés unidos e braços ao longo do corpo, conforme técnica preconizada por Fett et al. (2006), utilizando-se balança mecânica Filizola® (Brasil), com capacidade para 200 kg e precisão de 100 g. A estatura foi mensurada com as voluntárias descalças, em posição ereta, com os pés unidos e próximos à escala, medidas pelo estadiômetro disponível na mesma balança, com precisão de 0,5 cm segundo o procedimento previamente descrito por Fett et al. (2006), posteriormente foi calculado o índice de massa corporal (IMC) segundo a equação IMC=MC(kg)/Estatura(m)2. Avaliou-se também a circunferência da cintura (CCin) para análise do comportamento de risco relativo ao acúmulo de tecido adiposo central e posterior comparação com os níveis de força. Para tanto, foi mensurada com fita métrica inextensível no plano entre a borda inferior da última costela Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) e a cicatriz umbilical, tal como o disposto em Han et al. (1995). A prega cutânea tricipital (PCT) foi mensurada na distância média entre a borda súpero-lateral do acrômio e o processo do olecrano da ulna conforme o disposto em Guedes e Guedes (2006). Posteriormente foi comparada ao padrão de referência de Frisancho (1990) para se detectar o percentil 50 para cada voluntária. Em seguida, foi calculada a adequação da prega cutânea tricipital (aPCT) de acordo com a equação preconizada por Blackburn e Thornton (1979), onde aPCT (%) = PCT obtida (mm)/PCT percentil 50 x 100. Para a análise da força muscular, foram realizados três testes: a) força de preensão manual; b) força lombar e c) força escapular. O teste de força de preensão manual foi conduzido utilizando-se um dinamômetro JAMAR® segundo os procedimentos descritos por Figueiredo et al. (2007). A força lombar foi analisada por meio do dinamômetro KRATOS® (Brasil), onde para o teste lombar seguiu-se o protocolo segundo Guedes e Guedes (2006): a voluntária deveria posicionar-se em pé sobre a plataforma do dinamômetro, os joelhos completamente estendidos, o tronco levemente flexionado à frente formando um ângulo de aproximadamente 120º e a cabeça acompanhando o prolongamento do tronco com o olhar fixo à frente e então desempenhava força máxima nas pernas no sentido de ficar em pé (extensão dos joelhos e do quadril). Para o teste de força escapular utilizou-se um dinamômetro CROWN® modelo DM-50, adotando o seguinte procedimento: a voluntária posicionava-se como os pés voltados para frente, cotovelos flexionados, ombros abduzidos aproximadamente a 90º e coluna lombar retificada. As mãos segurando as hastes laterais do aparelho, e posteriormente realizava uma força máxima no sentido de retrair as escápulas. Todos os três testes foram realizados três vezes, respeitando os tempos de intervalo entre as tentativas de acordo com os seus respectivos protocolos. Foi adotada a média aritmética das três tentativas como resultado final. Análise estatística Os dados foram analisados mediante o pacote estatístico BioEstat® 5.0 (Brasil) e expressos em médias±desvios padrão. Foi utilizado o teste t de Student não pareado, teste Exato de Fisher e correlação linear de Pearson. O nível de significância foi pré-estabelecido em 5% (p<0,05). RESULTADOS 247
  • 4. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br Excetuando-se a idade, não houve diferença estatística para os demais resultados apresentados na tabela 1. Na mesma tabela, observam-se níveis de sobrepeso e obesidade segundo o IMC para as mulheres de meia idade e idosas respectivamente. Evidencia-se também predominância de níveis de risco muito aumentados para os valores da CCin em ambos os grupos (Tabela 1). Tabela 1 – Características gerais da amostra. Variáveis Meia idade (n=20) Idosas (n=11) p-valor Idade (anos) 51,1±6,3 64,5±3,6 <0,0001 Massa corporal (kg) 72,5±12,4 76,1±12,3 0,45 Estatura (m) 1,57±0,05 1,58±0,05 0,45 IMC (kg/m2) 29,7±6,4 30,3±4,1 0,79 CCin (cm) 87,8±14,7 92,3±9,6 0,36 aPCT (%) 79,5±31,4 84,4±24,0 0,66 IMC (Índice de massa corporal); CCin (Circunferência da cintura); aPCT (Adequação da prega cutânea tricipital). Teste t de Student não pareado. Nível de significância p<0,05. Tabela 2 – Perfil socioeconômico das mulheres de meia idade e idosas frequentadoras do projeto “Atividade Física e Saúde ao Alcance de Todos”, Várzea Grande-MT, Brasil. Variáveis/Grupos Meia idade (n=20) Idosas (n=11) Estado Civil n (%) n (%) Solteira 5 (25,0) 4 (36,4) Casada 13 (65,0) 4 (36,4) Viúva 2 (10,0) 3 (27,2) Escolaridade n (%) n (%) Fundamental 3 (15,0) 8 (72,7) Médio 12 (60,0) 3 (27,3) Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) Superior 5 (25,0) 0 (0,0) Profissão n (%) n (%) Aposentada/Do lar 11 (55,0) 11 (100,0) Professora 3 (15,0) 0 (0,0) Vendedora 5 (25,0) 0 (0,0) Funcionária Pública 1 (5,0) 0 (0,0) Etilismo n (%) n (%) Sim 2 (10,0) 1 (9,1) Não 18 (90,0) 10 (90,9) Tabagismo n (%) n (%) Não 20 (100,0) 11 (100,0) De acordo com os resultados apresentados na tabela 3, verifica-se diferença estatística somente para o teste de força lombar. Para a força escapular houve apenas uma tendência à significância estatística, para o teste de preensão manual, não foram verificadas diferenças entre as mulheres de meia idade e idosas, tampouco entre a mão dominante e não dominante (Tabela 3). Tabela 3 – Força de preensão manual, lombar e escapular em mulheres de meia idade e idosas. Variáveis Meia idade (n=20) Idosas (n=11) p-valor Hand grip-D (kgf) 23,5±5,2 22,2±8,8 0,67 Hand grip-ND (kgf) 22,5±4,5 21,4±5,4 0,58 Lombar (kgf) 44,6±15,0 33,1±11,3 0,04 Escapular (kgf) 9,2±4,2 6,9±2,3 0,06 Hand grip-D (mão dominante); Hand grip-ND (mão não dominante). Teste t de Student não pareado. Nível de significância p<0,05. 248
  • 5. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br Ainda, observou-se prevalência de 45% para o nível baixo (19,7±1,1 kgf) de força em relação à mão dominante na FPM para as mulheres de meia idade e 45,4% (15,6±4,9 kgf) para as mulheres idosas. Em relação à mão não dominante houve prevalência de 50% para o escore de força mediano (26,2±2,6 kgf) nas mulheres de meia idade e de 54,5% (25,8±2,0 kgf) para as idosas em relação ao mesmo escore de força. Já para a tração lombar foram obtidas prevalências de 45% para o escore baixo (31,6±5,7 kgf) entre as mulheres de meia idade e de 72,7% (27,0±4,3 kgf) para o mesmo escore pelas mulheres idosas. Apenas uma idosa (9,1%) conseguiu escore médio de 42,0 kgf, obtendo assim a classificação excelente para a FPM da mão dominante. Quanto à distribuição das mulheres de meia idade e idosas em relação às variáveis antropométricas (IMC, CCin e aPCT), não foram observadas diferenças estatísticas (Tabela 4). No entanto, observa-se maior prevalência de sobrepeso e obesidade nas mulheres idosas. Já em relação à CCin, verificou-se predominância de risco muito aumentado para as mulheres de meia idade, assim como, maior prevalência de mulheres com desnutrição segundo a variável aPCT (Tabela 4). Tabela 4 – Distribuição das mulheres de meia idade e idosas segundo as variáveis antropométricas. Variáveis Grupos IMC (kg/m2) Meia idade n(%) Idosas n(%) p-valor Normal 12 (60,0) 3 (27,3) 0,14 Sobrepeso/obesidade 8 (40,0) 8 (72,6) CCin(cm) Meia idade n(%) Idosas n(%) p-valor Aumentado ≥ 80 5 (35,7) 4 (36,4) 1,00 Muito aumentado ≥ 88 9 (64,3) 7 (63,6) aPCT(%) Meia idade n(%) Idosas n(%) p-valor Desnutrição grave 9 (45,0) 3 (27,3) 0,38 Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) Desnutrição leve/moderada 5 (25,0) 5 (45,5) Eutrofia 4 (20,0) 1 (9,0) 0,52 Sobrepeso/obesidade 2 (10,0) 2 (18,2) IMC (Índice de massa corporal) segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2002); CCin (Circunferência da cintura); aPCT (Adequação da prega cutânea tricipital). Teste Exato de Fisher. Nível de significância p<0,05. As variáveis antropométricas não se associaram estatisticamente aos testes de força com dinamômetros variados, havendo apenas uma tendência entre o teste de preensão manual com a mão dominante e o IMC e aPCT do grupo de mulheres de meia idade (Tabela 5). Tabela 5 – Correlação entre variáveis antropométricas e força de preensão manual, lombar e escapular em mulheres de meia idade e idosas. Variáveis/Meia idade IMC (kg/m2) CCin (cm) aPCT (%) Hand grip-D (kgf) r= -0,40; p=0,08 r= -0,29; p=0,21 r= -0,40; p=0,08 Hand grip-ND (kgf) r= -0,21; p=0,38 r= -0,20; p=0,39 r= -0,07; p=0,77 Lombar (kgf) r= -0,32; p=0,17 r= -0,23; p=0,33 r= -0,36; p=0,12 Escapular (kgf) r= -0,13; p=0,58 r= -0,06; p=0,79 r= -0,28; p=0,23 2 Variáveis/Idosas IMC (kg/m ) CCin (cm) aPCT (%) Hand grip-D (kgf) r= -0,36; p=0,28 r= -0,18; p=0,60 r= 0,02; p=0,95 Hand grip-ND (kgf) r= -0,24; p=0,47 r= -0,05; p=0,88 r= -0,03; p=0,93 Lombar (kgf) r= -0,19; p=0,57 r= -0,16; p=0,65 r= 0,10; p=0,77 Escapular (kgf) r= 0,15; p=0,66 r= 0,26; p=0,44 r= 0,47; p=0,14 Hand grip-D (mão dominante); Hand grip-ND (mão não dominante); IMC (Índice de massa corporal); CCin (Circunferência da cintura); aPCT (Adequação da prega cutânea tricipital). Correlação Linear de Pearson. Nível de significância p<0,05. DISCUSSÃO Os resultados do presente estudo não apresentaram diferenças estatisticamente significativas entre as mulheres fisicamente ativas de meia idade e idosas, exceto para a força lombar (Tabela 249
  • 6. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br 3). Observou-se também maior prevalência de sobrepeso e obesidade entre as mulheres idosas, risco muito aumentado para a CCin e prevalência de desnutrição de acordo com a adequação da prega cutânea tricipital nas mulheres de meia idade (Tabela 4). Quanto a correlação entre os parâmetros antropométricos (IMC, CCin e aPCT) e os testes de preensão manual, lombar e escapular, não foram verificadas significâncias estatísticas (Tabela 5), talvez pelo fato da predominância de massa gorda sobre a massa muscular das voluntárias analisadas, hipótese esta confirmada nos estudos de base populacional conduzidos por Sternfeld et al. (2002) e Alexandre et al. (2008) que verificaram o efeito negativo da massa gorda sobre alguns domínios de desempenho físico de indivíduos de meia idade e idosos. Diante do exposto anteriormente, observou-se para esta pesquisa predominância de sobrepeso e/ou obesidade segundo o IMC para as mulheres idosas, bem como circunferência da cintura muito aumentada para ambos os grupos, além de um quadro de desnutrição prevalente para todas as mulheres (Tabela 4). Corroborando com o presente manuscrito, os estudos conduzidos por Barbosa et al. (2006) e Costa e Neri (2011) detectaram IMC aumentado para um grupo de mulheres idosas, bem como nível de força de preensão manual reduzido com o avançar da idade, fato este observado no presente trabalho, que verificou maior força em todos os testes com dinamômetros para as mulheres de meia idade, embora havendo significância estatística apenas para o teste de tração lombar (Tabela 3). Em trabalho realizado por Pícoli et al. (2011) foram observadas reduções para os níveis de FPM tanto para a mão direita quanto para a mão esquerda entre os voluntários de meia idade e idosos, no entanto, o estudo supracitado apresenta um viés em sua análise, visto que os grupos eram compostos por homens e mulheres e assim, impossibilita melhores comparações com a presente pesquisa, já que foram utilizadas apenas mulheres como voluntárias. Entretanto, pode-se observar situação semelhante no presente estudo, onde as mulheres de meia idade apresentaram nível de FPM maior do que as idosas, embora tal diferença não tenha sido significativa estatisticamente. Tal constatação pode ao menos em parte estar relacionada ao fato de que todas as mulheres são fisicamente ativas e assim preservam certo grau de condicionamento físico, Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) particularmente para os segmentos superiores. Em pesquisa recente realizada por Soares et al. (2012) com homens e mulheres jovens e de meia idade de uma cidade do sul do país, foram observados valores em média superiores aos do presente manuscrito, tanto para a FPM com a mão dominante quanto não dominante, assim como, para os testes de tração lombar e escapular quando comparados aos valores das mulheres de meia idade e idosas do presente estudo. Assim, observa-se que o fator idade contribui em muito para a manutenção dos níveis de força ao longo da vida, sendo verificada maior força muscular em indivíduos mais jovens. Embora o processo de envelhecimento possa reduzir os níveis de força, o engajamento em exercícios físicos pode contribuir para a minimização de tais efeitos, diante disso, alguns estudos, tais como o conduzido por Rebelatto et al. (2006) verificaram a manutenção dos níveis de FPM em mulheres idosas após dois anos de participação em um programa de atividades físicas. Nesse mesmo estudo foi evidenciado também que mesmo com o destreinamento de 18 semanas os níveis de FPM obtidos anteriormente se mantiveram isso tanto para a mão dominante quanto para o lado não dominante. Em outro estudo realizado por Rebelatto et al. (2007) com idosos institucionalizados do município de São Carlos-SP, foi observado alta incidência de quedas entre estes idosos, particularmente para aqueles com nível de FPM reduzido (19,4±8,9 kgf). No presente manuscrito foram observados maiores prevalências de valores reduzidos de FPM tanto para as mulheres de meia idade (19,7±1,1 kgf) quanto para as idosas (15,6±4,9 kgf), isso em relação à mão dominante das mesmas. Apesar do presente estudo não ter avaliado a incidência de quedas entre as voluntárias, pode-se observar pelos escores apresentados a necessidade de se aumentar os valores de FPM para este grupo, visto que, a correlação entre baixo nível de FPM e a incidência de quedas é alta conforme o verificado por Rebelatto et al. (2007). Kura et al. (2004) investigaram um grupo de idosas fisicamente ativas, praticantes de ginástica e hidroginástica quanto ao nível de FPM e de membros inferiores, sendo observado escores classificados como médios, tanto para a mão direita como para a esquerda. Tal achado corrobora com os do presente estudo, que em média foi classificado como escores medianos de FPM, isso tanto para o grupo de mulheres de meia idade quanto para as idosas, não havendo diferença estatística entre os grupos. Ainda, no mesmo estudo de Kura et al. (2004) foi observado nível 250
  • 7. Reis Filho et al.: Força dinamométrica em mulheres de meia idade e idosas www.brjb.com.br fraco de força para os membros inferiores, fato este justificado pelo baixo volume e principalmente intensidade dos exercícios aplicados à esta população. Embora no presente estudo não tenha sido avaliada a força dos membros inferiores, pode-se estimar que os escores de força lombar reduzidos possa ser reflexo da característica aeróbia das atividades realizadas pelas voluntárias antes de aderirem ao projeto na academia. Em conclusão, a perda de força é mais pronunciada em grandes grupos musculares (tração lombar e escapular) do que em pequenos (FPM), particularmente para as mulheres idosas. Assim, espera-se ao longo do acompanhamento do projeto identificar melhorias quanto aos níveis de força, visto que o projeto trata-se de uma intervenção com treinamento resistido. APLICAÇÕES PRÁTICAS Sugere-se como aplicação prática a determinação da força por meio de aparelhos dinamométricos como instrumento preditor dos níveis de incapacidade, morbidade e/ou mortalidade em pessoas de meia idade e idosas (GIANPAOLI et al., 1999; RANTANEN et al., 1999; SAYER et al., 2006), tal como foi observado no estudo conduzido por Ali et al. (2008) que verificaram maior mortalidade em indivíduos com níveis reduzidos de FPM e mais recentemente no estudo feito por Ling et al. (2010) que identificaram ser a FPM uma ferramenta útil para o prognóstico de risco de mortalidade em indivíduos idosos. Além disso, níveis reduzidos de FPM têm sido associados ao decréscimo acelerado das atividades da vida diária e ao declínio cognitivo em idosos longevos (ALFARO- ACHA et al., 2006; TAEKEMA et al., 2010). Ainda, pode-se associar aos fatores supracitados uma queda na qualidade de vida de pessoas com baixo nível de FPM, tal como, foi identificado no estudo de Sayer et al. (2006). Por fim, destaca-se a escassez de estudos que avaliaram as diferenças entre níveis de força de mulheres de meia idade e idosas por meio de aparelhos dinamométricos escapular, salientando-se ainda a ausência de pontos de corte para a classificação do nível de força de tração escapular para esta população. Brazilian Journal of Biomotricity, v. 6, n. 4, p. 245-253, 2012 (ISSN 1981-6324) REFERÊNCIAS ALEXANDRE, T.S.; DUARTE, Y.A.O.; SANTOS, J.L.F.; LEBRÃO, M.L. Relação entre força de preensão manual e dificuldade no desempenho de atividades básicas de vida diária em idosos do município de São Paulo. Saúde Coletiva, v. 5, p. 178-182, 2008. ALI, N. A.; O’BRIEN, J.M.; HOFFMANN, S.P.; PHILLIPS, G.; GARLAND, A.; et al. Acquired Weakness, Handgrip Strength, and Mortality in Critically Ill Patients. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 178, p. 261-268, 2008. ALFARO-ACHA, A.; SNIH, S.A.; RAJI, M.A.; KUO, Y.F.; MARKIDES, K.S.; et al. Handgrip strength and cognitive decline in older mexican americans. Journal of Gerontology Medical Science, v. 61, p. 859-865, 2006. BARBOSA, A.R.; SOUZA, J.M.P.; LEBRÃO, M.L.; MARUCCI, M.F.N. Relação entre estado nutricional e força de preensão manual em idosos do município de São Paulo, Brasil: dados da pesquisa SABE. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, v. 8, p. 37-44, 2006. BOHANNON, R.W. Hand-grip dynamometry predicts future outcomes in aging adults. Journal of Geriatric Physical Therapy, v. 31, p. 01-08, 2008. BLACKBURN, G.L.; THORNTON, P.A. Nutritional assessment of the hospitalized patients. Medical Clinics of North America, v. 63, p. 1103-1115, 1979. COSTA, T.B.; NERI, A.L. Medidas de atividade física e fragilidade em idosos: dados do FIBRA Campinas, São Paulo, Brasil. Caderno de Saúde Pública, v. 27, p. 1537-1550, 2011. 251
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