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INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA SOBRE AS 1 PROPRIEDADES QUÍMICAS DE UM SOLO CULTIVADO COM MACAÚBA 2 
RAFAEL CARLOS DOS SANTOS1, SÉRGIO YOSHIMITSU MOTOIKE2, FRANCISCO DE 3 ASSIS LOPES3, FABIANA SILVA DE SOUZA4, LEONARDO DUARTE PIMENTEL5 4 
INTRODUÇÃO 5 
O atual cenário de busca por culturas oleaginosas com potencial para a produção de 6 biodiesel tem aberto um leque para o desenvolvimento de pesquisas com diversas culturas agrícolas, 7 aonde a macaúba vem desempenhando papel de destaque, com o desenvolvimento de diversos 8 estudos sobre os fatores envolvidos no ciclo produtivo da cultura. 9 
Dentre os fatores envolvidos no ciclo produtivo da macaúba estão os de cunho nutricional. 10 Esses envolvem o conhecimento de aspectos relacionados às interações solo-planta, no que diz 11 respeito ao manejo da adubação e os efeitos desta prática sobre o desempenho da cultura no campo, 12 e sobre as alterações causadas no solo, as quais podem afetar significativamente o fornecimento 13 destes elementos minerais essenciais e consequentemente a nutrição e desenvolvimento das plantas. 14 
Desta forma este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da adubação potássica e 15 nitrogenada e da profundidade de amostragem sobre propriedades químicas do solo cultivado com a 16 palmeira. 17 
MATERIAL E MÉTODOS 18 
O trabalho está sendo conduzido na Estação Experimental de Araponga, MG, pertencente à 19 Universidade Federal de Viçosa, em um Latossolo Vermelho-Amarelo – LVA, situado no terço 20 superior de morro, com declividade aproximada de 25 %. O uso anterior da área era pastagem 21 espontânea, com fertilidade natural baixa. 22 
O experimento foi conduzido em blocos casualizados, fatorial 5x3, sendo: 5 doses de N + 23 K, 3 genótipos de macaúba, com 3 repetições (blocos) e 3 plantas por parcela. Os tratamentos 24 principais foram: 1= sem adubação de cobertura com N + K (testemunha); 2 = 240 g planta-1; 3 = 25 480 g planta-1; 4= 720 g planta-1; 5 = 960 g planta-1 de ureia + KCl na proporção 0,5:0,5. Os 26 tratamentos secundários (genótipos) foram plantas originárias de 3 regiões de Minas Gerais: Piranga 27 (23), Betim (SP) e Barroso (26), representando 3 populações divergentes de macaúba. As mudas 28 utilizadas são provenientes de sementes pré-germinadas, sendo estas obtidas a partir de frutos 29 coletados em uma única planta de cada genótipo. O plantio foi feito no fim da estação chuvosa 30 (mar/2008), com 8 meses de idade, aplicando-se a seguinte adubação: 400 g Super Fosfato Simples, 31 200 g calcário dolomítico, 40 g ureia, 40 g KCl e 25g Bórax por cova. Os tratamentos referentes às 32 doses de N + K foram introduzidos no início da estação chuvosa subsequente, em cobertura. 33 1, 2, 3, 4, 5Universidade Federal de Viçosa – 1rcsagro2006@yahoo.com.br, 2motoike@ufv.br, 3f.assis@ufv.br, 
4fassouza@yahoo.com.br, 5agropimentel@yahoo.com.br 
1
Para determinação das propriedades químicas do solo foi coletada uma amostra composta 34 de 18 amostras simples para cada dose nas profundidades, 0-10, 10-20 e 20-40 cm. Foram 35 determinados o pH em água, P, K, Ca, Mg, Al, H+Al, SB, T, t, V, m, MO, Prem, Zn, Fe, Mn, Cu, B 36 e S segundo a metodologia proposta pela Embrapa (1997). 37 
Os dados foram submetidos à análise de variância entre os tratamentos pelo teste F e 38 comparação de médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de probabilidade. Para os dados 39 quantitativos procedeu-se à análise de regressão linear, com o teste e escolha dos modelos de 40 melhor ajuste. 41 
RESULTADOS E DISCUSSÃO 42 
Na Tabela 1 é apresentado o resumo da ANOVA apenas para os dados nos quais foram 43 constatados significância em algum dos fatores. E por estes dados observa-se que as diferentes 44 doses de NK mostrou efeito significativo somente para o pH e o K. Já a profundidade de 45 amostragem mostrou-se um fator mais relevante, tendo apresentado efeito significativo para o Ca, 46 Mg, SB, T, V, MO, Prem, Zn e B. A interação dos dois fatores não se mostrou significativa. 47 
Como pode ser observado na Figura 1A o aumento das doses de N + K promoveram a 48 redução do pH do solo. Este resultado pode ser atribuído principalmente à ureia, uma vez que 49 adubos amídicos amoniacais têm a propriedade acidificante do solo, pois no processo de nitrificação 50 há liberação de dois prótons H+ para cada íon de NH4+ nitrificado (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). 51 
Em complemento ao processo de nitrificação, a absorção de cátions pelas raízes, 52 especialmente o NH4+ neste caso, também promove a acidificação do solo, devido à extrusão de 53 prótons H+ do meio celular para a solução do solo (MALAVOLTA, 2006). Ainda, de acordo com o 54 mesmo autor, o próprio tempo de cultivo promove acidificação do solo, em virtude da lixiviação e 55 extração de bases pelas plantas, da exsudação de ácidos orgânicos pelas raízes, da hidrólise do Al e, 56 consequentemente, aumento do teore de H + Al. 57 
Analisando os teores de K no solo (Fig. 1B) é possível observar que estes, apresentam 58 relação linear com as dose de N+ K aplicadas, mostrando claramente o efeito da adubação potássica 59 na elevação dos teores de K no solo. 60 
Segundo Novais et al. (2007) a dinâmica do K adicionado ao solo pelos fertilizantes é 61 bastante simples, de forma que nos solos brasileiros, os quais apresentam predominância de 62 minerais de argila do tipo 1:1, do K aplicado, pequena parte vai para a solução do solo e o restante 63 migra para o complexo de troca, sendo adsorvido às cargas elétricas negativas. Ambas a formas de 64 K, em solução e adsorvido, são quantificadas pelas análises de solo, e a única perda de K acontece 65 por lixiviação. 66 2
Todavia, os teores de K determinados neste solo (144,6 mg dm-³) estão acima do limite 67 considerado bom (120 mg dm-³) de acordo com a classe de interpretação da disponibilidade deste 68 elemento para os solos de Minas Gerais (RIBEIRO et al., 1999). Os resultados indicam que não há 69 necessidade de elevação da dose de K aplicada para o cultivo da macaúba para este solo nesta etapa 70 do cultivo, uma vez que os teores do elemento no solo já se encontram acima da faixa recomendada. 71 
Analisando o Ca, Mg, SB, T, V, MO, Prem, Zn e B é possível observar que estes atributos 72 foram influenciados pela profundidade de amostragem, sendo que todos estes se encontraram em 73 maiores quantidades na camada superficial do solo (0-10 cm). Estes resultados devem-se 74 possivelmente ao fato de que tanto a calagem como as adubações são realizadas em cobertura na 75 superfície do solo, gerando maior acúmulo de nutrientes, sobretudo daqueles de menor mobilidade 76 como o Ca e Mg, o que provoca um gradiente dos mesmos ao longo do perfil do solo. 77 
Segundo Maria et al. (1993) a lixiviação do Ca aplicado via calagem, da superfície até 78 camadas subsuperficiais, apesar de ser um fenômeno desejável, uma vez que trata-se de processo 79 natural na formação dos solos, é lento e nem sempre resulta em aumentos significativos dos teores 80 em profundidade. 81 
Outro fator que também pode estar favorecendo a maior concentração de nutrientes na 82 camada superficial do solo e o teor de matéria orgânica, considerado elevado neste estudo. Segundo 83 Novais et al. (2007) a matéria orgânica do solo tem a capacidade de formar diferentes tipos de 84 ligações com partículas com elevada superfície específica, tais como as frações de argila e silte, 85 influenciado diretamente a capacidade de troca catiônica (CTC). O mesmo autor cita ainda que este 86 mecanismo é mais atuante em camadas superficiais onde a incorporação de resíduos é maior e os 87 processos de decomposição da matéria orgânica são mais ativos. 88 
CONCLUSÕES 89 
As doses de N + K afetam o pH e o teor de K do solo, ocasionando decréscimo do primeiro 90 e aumento linear nos teores do ultimo. 91 
A profundidade de amostragem afeta os valores de algumas propriedades químicas do solo, 92 sendo que estes valores são mais elevados na camada superficial (0-10 cm) de amostragem. 93 
REFERÊNCIAS 94 
EMBRAPA. 1997. Manual de métodos de análises de solo. Centro Nacional de Pesquisa de Solos 95 (Rio de Janeiro, RJ). Brasília: Embrapa- SPI; Embrapa – CNPS. 212p. 96 
NOVAIS, R. F.; ALVARES V, V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. F. L.; CANTARUTTI, R. B.; 97 NEVES, J. C. L. Fertilidade do solo. Viçosa, MG; Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. 98 1017p. 99 
MALAVOLTA, E. Manual de nutrição de plantas. São Paulo, Ceres, 2006. 638p. 100 3
MARIA, I.C.; ROSSETTO, R.; AMBROSANO, EJ.; CASTRO O.M. Efeito da adição de diferentes 101 fontes de cálcio No movimento de cátions em colunas de solo. Sci. Agric., Piracicaba. 1993. 102 
MOREIRA, F.M.S. e SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2 ed. Lavras, 103 Universidade Federal de Lavras, 2006. 729p. 104 
RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V.H. (Ed.). Recomendações para o uso de 105 corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa - MG: UFV, p. 25-32, 1999. 106 
107 
108 
Figura 1 – Valor de pH (A) e teor de potássio (B) no solo cultivado com macaúba em função de 109 diferentes doses de N + K. 110 
Tabela 1- Resumo da Análise de variância das propriedades químicas do solo 111 
FV 
GL 
pH 
K 
Ca 
Mg 
SB 
T 
V 
MO 
Prem 
Zn 
B 
....................................................Quadrado médio..................................................... 
Blocos 
2 
0,11* 
47,09 
0,10 
0,01 
0,21 
0,001 
16,09 
6,69** 
17,97** 
0,16 
0,005 
Doses (D) 
4 
0,38** 
17466,89** 
0,03 
0,001 
0,07 
0,16 
2,89 
0,30 
3, 20 
0,03 
0,009 
Prof. (P) 
2 
0,10 
1200,36 
0,51** 
0,05* 
0,86* 
1,40* 
19,76* 
3,50* 
12,41* 
0,19* 
0,018* 
Interação (D x P) 
8 
0,008 
178,52 
0,01 
0,004 
0,02 
0,03 
1,17 
0,20 
0,28 
0,02 
0,002 
Resíduo 
28 
0,03 
1107,97 
0,08 
0,011 
0,19 
0,34 
5,56 
0,77 
2,57 
0,05 
0,004 
Média 
4,54 
89,78 
0,48 
0,21 
0,09 
2,62 
5,89 
5,89 
5,33 
0,6 
0,14 
CV (%) 
3,77 
37,08 
58,37 
50,75 
48,74 
22,3 
40,06 
15,98 
30,05 
37,35 
44,91 
*, ** significativo a 5 e 1 % de probabilidade pelo teste F. 112 
113 
Tabela 3 – Atributos químicos do solo em função da profundidade de amostragem 114 
Profundidade (cm) 
Atributos químicos do solo 
Ca 
Mg 
SB 
T 
V 
MO 
Prem 
Zn 
B 
............cmolc dm- ³........... 
......%....... 
dag kg- 1 
mg L-1 
.....mg dm-³...... 
0-10 
0,66a 
0,27a 
1,18a 
2,97a 
7,20a 
6,05a 
6,37a 
0,73a 
0,18a 
10-20 
0,31b 
0,17b 
0,73b 
2,45ab 
5,07b 
5,22b 
4,69b 
0,51b 
0,11b 
20-40 
0,37b 
0,17b 
0,80ab 
2,44b 
5,4ab 
5,20b 
4,94ab 
0,55ab 
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Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5 % de probabilidade pelo teste de Tukey. 115 
A 
B 
4

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Influência da adubação nitrogenada e potássica sobre as propriedades químicas de um solo cultivado com macaúba rafael santos final

  • 1. INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E POTÁSSICA SOBRE AS 1 PROPRIEDADES QUÍMICAS DE UM SOLO CULTIVADO COM MACAÚBA 2 RAFAEL CARLOS DOS SANTOS1, SÉRGIO YOSHIMITSU MOTOIKE2, FRANCISCO DE 3 ASSIS LOPES3, FABIANA SILVA DE SOUZA4, LEONARDO DUARTE PIMENTEL5 4 INTRODUÇÃO 5 O atual cenário de busca por culturas oleaginosas com potencial para a produção de 6 biodiesel tem aberto um leque para o desenvolvimento de pesquisas com diversas culturas agrícolas, 7 aonde a macaúba vem desempenhando papel de destaque, com o desenvolvimento de diversos 8 estudos sobre os fatores envolvidos no ciclo produtivo da cultura. 9 Dentre os fatores envolvidos no ciclo produtivo da macaúba estão os de cunho nutricional. 10 Esses envolvem o conhecimento de aspectos relacionados às interações solo-planta, no que diz 11 respeito ao manejo da adubação e os efeitos desta prática sobre o desempenho da cultura no campo, 12 e sobre as alterações causadas no solo, as quais podem afetar significativamente o fornecimento 13 destes elementos minerais essenciais e consequentemente a nutrição e desenvolvimento das plantas. 14 Desta forma este trabalho teve como objetivo avaliar o efeito da adubação potássica e 15 nitrogenada e da profundidade de amostragem sobre propriedades químicas do solo cultivado com a 16 palmeira. 17 MATERIAL E MÉTODOS 18 O trabalho está sendo conduzido na Estação Experimental de Araponga, MG, pertencente à 19 Universidade Federal de Viçosa, em um Latossolo Vermelho-Amarelo – LVA, situado no terço 20 superior de morro, com declividade aproximada de 25 %. O uso anterior da área era pastagem 21 espontânea, com fertilidade natural baixa. 22 O experimento foi conduzido em blocos casualizados, fatorial 5x3, sendo: 5 doses de N + 23 K, 3 genótipos de macaúba, com 3 repetições (blocos) e 3 plantas por parcela. Os tratamentos 24 principais foram: 1= sem adubação de cobertura com N + K (testemunha); 2 = 240 g planta-1; 3 = 25 480 g planta-1; 4= 720 g planta-1; 5 = 960 g planta-1 de ureia + KCl na proporção 0,5:0,5. Os 26 tratamentos secundários (genótipos) foram plantas originárias de 3 regiões de Minas Gerais: Piranga 27 (23), Betim (SP) e Barroso (26), representando 3 populações divergentes de macaúba. As mudas 28 utilizadas são provenientes de sementes pré-germinadas, sendo estas obtidas a partir de frutos 29 coletados em uma única planta de cada genótipo. O plantio foi feito no fim da estação chuvosa 30 (mar/2008), com 8 meses de idade, aplicando-se a seguinte adubação: 400 g Super Fosfato Simples, 31 200 g calcário dolomítico, 40 g ureia, 40 g KCl e 25g Bórax por cova. Os tratamentos referentes às 32 doses de N + K foram introduzidos no início da estação chuvosa subsequente, em cobertura. 33 1, 2, 3, 4, 5Universidade Federal de Viçosa – 1rcsagro2006@yahoo.com.br, 2motoike@ufv.br, 3f.assis@ufv.br, 4fassouza@yahoo.com.br, 5agropimentel@yahoo.com.br 1
  • 2. Para determinação das propriedades químicas do solo foi coletada uma amostra composta 34 de 18 amostras simples para cada dose nas profundidades, 0-10, 10-20 e 20-40 cm. Foram 35 determinados o pH em água, P, K, Ca, Mg, Al, H+Al, SB, T, t, V, m, MO, Prem, Zn, Fe, Mn, Cu, B 36 e S segundo a metodologia proposta pela Embrapa (1997). 37 Os dados foram submetidos à análise de variância entre os tratamentos pelo teste F e 38 comparação de médias pelo teste de Tukey, ao nível de 5 % de probabilidade. Para os dados 39 quantitativos procedeu-se à análise de regressão linear, com o teste e escolha dos modelos de 40 melhor ajuste. 41 RESULTADOS E DISCUSSÃO 42 Na Tabela 1 é apresentado o resumo da ANOVA apenas para os dados nos quais foram 43 constatados significância em algum dos fatores. E por estes dados observa-se que as diferentes 44 doses de NK mostrou efeito significativo somente para o pH e o K. Já a profundidade de 45 amostragem mostrou-se um fator mais relevante, tendo apresentado efeito significativo para o Ca, 46 Mg, SB, T, V, MO, Prem, Zn e B. A interação dos dois fatores não se mostrou significativa. 47 Como pode ser observado na Figura 1A o aumento das doses de N + K promoveram a 48 redução do pH do solo. Este resultado pode ser atribuído principalmente à ureia, uma vez que 49 adubos amídicos amoniacais têm a propriedade acidificante do solo, pois no processo de nitrificação 50 há liberação de dois prótons H+ para cada íon de NH4+ nitrificado (MOREIRA e SIQUEIRA, 2006). 51 Em complemento ao processo de nitrificação, a absorção de cátions pelas raízes, 52 especialmente o NH4+ neste caso, também promove a acidificação do solo, devido à extrusão de 53 prótons H+ do meio celular para a solução do solo (MALAVOLTA, 2006). Ainda, de acordo com o 54 mesmo autor, o próprio tempo de cultivo promove acidificação do solo, em virtude da lixiviação e 55 extração de bases pelas plantas, da exsudação de ácidos orgânicos pelas raízes, da hidrólise do Al e, 56 consequentemente, aumento do teore de H + Al. 57 Analisando os teores de K no solo (Fig. 1B) é possível observar que estes, apresentam 58 relação linear com as dose de N+ K aplicadas, mostrando claramente o efeito da adubação potássica 59 na elevação dos teores de K no solo. 60 Segundo Novais et al. (2007) a dinâmica do K adicionado ao solo pelos fertilizantes é 61 bastante simples, de forma que nos solos brasileiros, os quais apresentam predominância de 62 minerais de argila do tipo 1:1, do K aplicado, pequena parte vai para a solução do solo e o restante 63 migra para o complexo de troca, sendo adsorvido às cargas elétricas negativas. Ambas a formas de 64 K, em solução e adsorvido, são quantificadas pelas análises de solo, e a única perda de K acontece 65 por lixiviação. 66 2
  • 3. Todavia, os teores de K determinados neste solo (144,6 mg dm-³) estão acima do limite 67 considerado bom (120 mg dm-³) de acordo com a classe de interpretação da disponibilidade deste 68 elemento para os solos de Minas Gerais (RIBEIRO et al., 1999). Os resultados indicam que não há 69 necessidade de elevação da dose de K aplicada para o cultivo da macaúba para este solo nesta etapa 70 do cultivo, uma vez que os teores do elemento no solo já se encontram acima da faixa recomendada. 71 Analisando o Ca, Mg, SB, T, V, MO, Prem, Zn e B é possível observar que estes atributos 72 foram influenciados pela profundidade de amostragem, sendo que todos estes se encontraram em 73 maiores quantidades na camada superficial do solo (0-10 cm). Estes resultados devem-se 74 possivelmente ao fato de que tanto a calagem como as adubações são realizadas em cobertura na 75 superfície do solo, gerando maior acúmulo de nutrientes, sobretudo daqueles de menor mobilidade 76 como o Ca e Mg, o que provoca um gradiente dos mesmos ao longo do perfil do solo. 77 Segundo Maria et al. (1993) a lixiviação do Ca aplicado via calagem, da superfície até 78 camadas subsuperficiais, apesar de ser um fenômeno desejável, uma vez que trata-se de processo 79 natural na formação dos solos, é lento e nem sempre resulta em aumentos significativos dos teores 80 em profundidade. 81 Outro fator que também pode estar favorecendo a maior concentração de nutrientes na 82 camada superficial do solo e o teor de matéria orgânica, considerado elevado neste estudo. Segundo 83 Novais et al. (2007) a matéria orgânica do solo tem a capacidade de formar diferentes tipos de 84 ligações com partículas com elevada superfície específica, tais como as frações de argila e silte, 85 influenciado diretamente a capacidade de troca catiônica (CTC). O mesmo autor cita ainda que este 86 mecanismo é mais atuante em camadas superficiais onde a incorporação de resíduos é maior e os 87 processos de decomposição da matéria orgânica são mais ativos. 88 CONCLUSÕES 89 As doses de N + K afetam o pH e o teor de K do solo, ocasionando decréscimo do primeiro 90 e aumento linear nos teores do ultimo. 91 A profundidade de amostragem afeta os valores de algumas propriedades químicas do solo, 92 sendo que estes valores são mais elevados na camada superficial (0-10 cm) de amostragem. 93 REFERÊNCIAS 94 EMBRAPA. 1997. Manual de métodos de análises de solo. Centro Nacional de Pesquisa de Solos 95 (Rio de Janeiro, RJ). Brasília: Embrapa- SPI; Embrapa – CNPS. 212p. 96 NOVAIS, R. F.; ALVARES V, V. H.; BARROS, N. F.; FONTES, R. F. L.; CANTARUTTI, R. B.; 97 NEVES, J. C. L. Fertilidade do solo. Viçosa, MG; Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. 98 1017p. 99 MALAVOLTA, E. Manual de nutrição de plantas. São Paulo, Ceres, 2006. 638p. 100 3
  • 4. MARIA, I.C.; ROSSETTO, R.; AMBROSANO, EJ.; CASTRO O.M. Efeito da adição de diferentes 101 fontes de cálcio No movimento de cátions em colunas de solo. Sci. Agric., Piracicaba. 1993. 102 MOREIRA, F.M.S. e SIQUEIRA, J.O. Microbiologia e bioquímica do solo. 2 ed. Lavras, 103 Universidade Federal de Lavras, 2006. 729p. 104 RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G.; ALVAREZ, V.H. (Ed.). Recomendações para o uso de 105 corretivos e fertilizantes em Minas Gerais: 5ª aproximação. Viçosa - MG: UFV, p. 25-32, 1999. 106 107 108 Figura 1 – Valor de pH (A) e teor de potássio (B) no solo cultivado com macaúba em função de 109 diferentes doses de N + K. 110 Tabela 1- Resumo da Análise de variância das propriedades químicas do solo 111 FV GL pH K Ca Mg SB T V MO Prem Zn B ....................................................Quadrado médio..................................................... Blocos 2 0,11* 47,09 0,10 0,01 0,21 0,001 16,09 6,69** 17,97** 0,16 0,005 Doses (D) 4 0,38** 17466,89** 0,03 0,001 0,07 0,16 2,89 0,30 3, 20 0,03 0,009 Prof. (P) 2 0,10 1200,36 0,51** 0,05* 0,86* 1,40* 19,76* 3,50* 12,41* 0,19* 0,018* Interação (D x P) 8 0,008 178,52 0,01 0,004 0,02 0,03 1,17 0,20 0,28 0,02 0,002 Resíduo 28 0,03 1107,97 0,08 0,011 0,19 0,34 5,56 0,77 2,57 0,05 0,004 Média 4,54 89,78 0,48 0,21 0,09 2,62 5,89 5,89 5,33 0,6 0,14 CV (%) 3,77 37,08 58,37 50,75 48,74 22,3 40,06 15,98 30,05 37,35 44,91 *, ** significativo a 5 e 1 % de probabilidade pelo teste F. 112 113 Tabela 3 – Atributos químicos do solo em função da profundidade de amostragem 114 Profundidade (cm) Atributos químicos do solo Ca Mg SB T V MO Prem Zn B ............cmolc dm- ³........... ......%....... dag kg- 1 mg L-1 .....mg dm-³...... 0-10 0,66a 0,27a 1,18a 2,97a 7,20a 6,05a 6,37a 0,73a 0,18a 10-20 0,31b 0,17b 0,73b 2,45ab 5,07b 5,22b 4,69b 0,51b 0,11b 20-40 0,37b 0,17b 0,80ab 2,44b 5,4ab 5,20b 4,94ab 0,55ab 0,13ab Médias seguidas de mesma letra na coluna não diferem entre si a 5 % de probabilidade pelo teste de Tukey. 115 A B 4