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 O                   Com Arm
A Escola de Montreal
• É uma abordagem
  interpretativa da
  comunicação
  organizacional
• Estuda a emergência
  das organizações
  através da
  comunicação
• Seu principal teórico é
  James R. Taylor, da
  Universidade de
  Montreal (Canadá)
Estrutura teórica
• A Escola de Montreal propõe um
  novo olhar sobre a organização e a
  comunicação através da
  compreensão de elementos como:
  – A produção de sentido
    (sensemaking)
  – A co-orientação
  – A Imbricação
  – A conversação
  – A produção de textos
  – O agenciamento e o
    posicionamento social
Produção de sentido
• O conhecimento não é
  “transmitido”
• O conhecimento é
  construído
  interativamente
• Processo de produção
  de sentido em uma
  organização ou
  sociedade está sempre
  vinculado ao processo
  de interação entre as
  partes
Competição
• Produção de sentido pode
  ser tanto colaborativa
  quanto competitiva
  (diálogo ou polêmica)
• Pessoas têm posições
  apoiadas em versões
  (accounts) ou visões de
  mundo
• Produção de sentido em
  uma organização pode
  resultar na supremacia de
  algumas versões
  (accounts) sobre outras
Co-orientação                        X
• O conceito de co-orientação
  exige a compreensão prévia do
  que vem a ser a “mais simples
  unidade concebível da                         A
  organização”                                            B
• Esta “unidade” organizacional
  deve envolver mais de um ator      Ator A          Ator B
• Cada ator está empenhado em
  uma atividade que tem um               A                B
  objetivo específico
• Os atores relacionam-se entre si
• Esta interação torna a unidade
                                                 X
  “organizacional”                            Produto X
Unidades co-orientadas
• Fins de uns são os
  meios de outros
• Atores realizam
  objetivos que não
  poderiam realizar
  sozinhos
• Existe um objetivo
  comum
  – Consumidor <> Comerciante
  – Médico <> Paciente
  – Professor < > Estudante
Atores orientados a objeto
                  A1
             O1

       A6
                       A2
  A5


                            A3
        A4
Objeto é construído
• É a interação das pessoas   Atores e objeto definem
  na sala de reunião que            mutuamente
                                  suas identidades
  constrói a “identidade”
  do objeto (apresentação
  de desempenho de
  vendas, plano de ação ou
  novo produto)
• A identidade do objeto
  determina também a
  identidade de cada um
  dos atores
• Base do processo de
  formação de identidades
  é a comunicação
Integração e diferenciação
• A co-orientação é, ao
  mesmo tempo:
     • Integração
     • Diferenciação                 Versão 1
                          Versão 3
• Cada ator expõe seus
  pontos de vista,
  buscando diferenciá-los
• Mas o objetivo da reunião
  é compor uma
  apresentação final de
  consenso

                          Versão 4        Versão 2
Sucesso
                              Versão consolidada
• Uma co-orientação bem
  sucedida tende à
  estabilidade e estabelece
  contexto material ou
  social
• Processo é estruturante
• Cria-se uma versão
  (account) comum
• Forja-se uma nova
  identidade
Imbricação
• Unidade de
  co-orientação
  ampliada é a
  imbricação
• Imbricação
  máxima é a
  organização
Falhas na imbricação            Vamos investir em
                                  logística para
                                 resolver nossos
• Surgem                          problemas de
                                   distribuição
  problemas
  quando fins
                   Discordo!
  de um ator         Antes
  entram em       precisamos
                  investir em
  conflito com    automação
  fins de outro
  ator
• Quando isso
  ocorre, a co-
  orientação
  falha
O papel da comunicação
• Comunicação tem papel
  vital para estabelecer a
  imbricação e evitar
  falhas
• Diálogo é primordial,
  mas nem sempre é bem
  sucedido
• Compreende-se em que
  sentido a comunicação
  exerce papel de
  organizar, estruturar,
  criar
A conversação
• A interação entre as
  pessoas se dá através de
  conversações
• Para a Escola de
  Montreal, é na
  conversação que a ação
  de “organizar” acontece
• Finalidade da
  conversação é a co-
  orientação
A produção de textos
• As conversações produzem
  “textos”
• Textos são uma forma de
  intercâmbio
• Podem ser falados ou escritos
• Importante é que:
      • Texto é parte de um
        processo                    Textos criados através
      • Através de textos pessoas        das conversações
        coordenam ações              podem ser a base da
                                             formação da
      • Textos permitem gestão
                                                cultura da
        das emoções
                                               organização
      • Base dos textos é a
        comunicação
O agenciamento
• Através de textos e
  conversações que
  levam à co-
  orientação e à
  imbricação, a
  reunião terminou
  criando um relatório
  único que vai servir
  para orientar as
  ações da empresa
Objeto se torna agente
• O novo relatório produzido
  pela equipe na reunião passa
  a ser agente de mudanças
• A organização estrutura-se
• As pessoas passam a novos
  processos de co-orientação
• Novos objetos tornam-se
  agentes
• A organização move-se para
  o futuro
O nascimento da Gillette
• O nascimento da Gillette
  evidencia claramente o
  processo de co-
  orientação gerando
  textos que vão gerar
  objetos que vão gerar
  agenciamentos e fazer
  surgir assim uma grande    King Camp Gillette
  organização
A co-orientação e a Gillette
• King Gillette começa a pensar em um produto
  descartável depois de trabalhar para William
  Painter e conhecer a tampinha de garrafa

       A                                            B



           Gillette
                               X          Painter
                    O que você deve fazer é algo
                    como a tampinha de garrafa,
                  que as pessoas compram, usam,
                      jogam fora e voltam para
                           comprar mais.
Surge a idéia
• Formada a idéia do produto ideal, descartável, King
  Gillette relaciona-se com outro William, William
  Nickerson, que viabiliza uma solução técnica para a
  produção de lâminas descartáveis

  A                                                 B


                                   Nickerson
                      X
      Gillette




                                   Lâmina descartável
O produto se torna agente
• Criado o produto ele se torna agente de mudanças,
  permitindo que o soldado se barbeasse na trincheira, que os
  homens se barbeassem em casa, que as mulheres adotassem
  o produto e que a sociedade assimilasse o conceito da
  descartabilidade
Pesquisa em comunicação
• A Escola de Montreal vislumbra
  novas oportunidades de
  pesquisa em comunicação,
  levando-se em conta a temática
  aberta pela Teoria da Co-
  orientação:
   – Importância da dinâmica das
     versões na vida da organização
   – Importância das redes
   – O papel da produção de
     sentido (sensemaking) na
     integração organizacional
Alguns temas para pesquisas
• Qual o papel do texto na
  construção da organização?
• Qual o papel da hierarquia e
  da liderança no processo de
  construção de sentido?
• Como se realiza a
  administração intercultural e
  internacional em uma
  economia global?
Pontos fortes
• Os pontes fortes da Teoria
  da Co-orientação:
  – A comunicação como
    atividade organizativa
  – O papel do invíduo no
    processo de organização
  – Organizações como palco
    da produção de sentido (a
    imaginização de Gareth
    Morgan)
Pontos fracos
• Os pontos fracos da Teoria da Co-
  orientação:
   – A crença de que a co-orientação é
     sempre um “diálogo positivo” e
     “construtivo”
   – A crença de que as organizações podem
     se redefinir através da mudança de
     modelos de comunicação
Obrigado!
•Armando Levy
•Diretor da E-Press Comunicações
    •www.epress.com.br
•Autor do livro: “Propaganda, a arte de gerar
descrédito”, editado pela Editora da FGV
•Professor da Universidade Metodista de São Paulo
•Consultor de empresas e do Núcleo de Formação
Profissional da Câmara Brasil Alemanha
•Mestre em comunicação pela ECA
•E-mail:
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As Ideias Da Escola De Montreal sobre Comunicação

  • 1. çã o ca ni do u c om ruin s A t ns zaçõe M e ontreal co ni ola d a da E sc rg to o en gan ac iz iona l am r p ens u ç ão O Levy nica ando O Com Arm
  • 2. A Escola de Montreal • É uma abordagem interpretativa da comunicação organizacional • Estuda a emergência das organizações através da comunicação • Seu principal teórico é James R. Taylor, da Universidade de Montreal (Canadá)
  • 3. Estrutura teórica • A Escola de Montreal propõe um novo olhar sobre a organização e a comunicação através da compreensão de elementos como: – A produção de sentido (sensemaking) – A co-orientação – A Imbricação – A conversação – A produção de textos – O agenciamento e o posicionamento social
  • 4. Produção de sentido • O conhecimento não é “transmitido” • O conhecimento é construído interativamente • Processo de produção de sentido em uma organização ou sociedade está sempre vinculado ao processo de interação entre as partes
  • 5. Competição • Produção de sentido pode ser tanto colaborativa quanto competitiva (diálogo ou polêmica) • Pessoas têm posições apoiadas em versões (accounts) ou visões de mundo • Produção de sentido em uma organização pode resultar na supremacia de algumas versões (accounts) sobre outras
  • 6. Co-orientação X • O conceito de co-orientação exige a compreensão prévia do que vem a ser a “mais simples unidade concebível da A organização” B • Esta “unidade” organizacional deve envolver mais de um ator Ator A Ator B • Cada ator está empenhado em uma atividade que tem um A B objetivo específico • Os atores relacionam-se entre si • Esta interação torna a unidade X “organizacional” Produto X
  • 7. Unidades co-orientadas • Fins de uns são os meios de outros • Atores realizam objetivos que não poderiam realizar sozinhos • Existe um objetivo comum – Consumidor <> Comerciante – Médico <> Paciente – Professor < > Estudante
  • 8. Atores orientados a objeto A1 O1 A6 A2 A5 A3 A4
  • 9. Objeto é construído • É a interação das pessoas Atores e objeto definem na sala de reunião que mutuamente suas identidades constrói a “identidade” do objeto (apresentação de desempenho de vendas, plano de ação ou novo produto) • A identidade do objeto determina também a identidade de cada um dos atores • Base do processo de formação de identidades é a comunicação
  • 10. Integração e diferenciação • A co-orientação é, ao mesmo tempo: • Integração • Diferenciação Versão 1 Versão 3 • Cada ator expõe seus pontos de vista, buscando diferenciá-los • Mas o objetivo da reunião é compor uma apresentação final de consenso Versão 4 Versão 2
  • 11. Sucesso Versão consolidada • Uma co-orientação bem sucedida tende à estabilidade e estabelece contexto material ou social • Processo é estruturante • Cria-se uma versão (account) comum • Forja-se uma nova identidade
  • 12. Imbricação • Unidade de co-orientação ampliada é a imbricação • Imbricação máxima é a organização
  • 13. Falhas na imbricação Vamos investir em logística para resolver nossos • Surgem problemas de distribuição problemas quando fins Discordo! de um ator Antes entram em precisamos investir em conflito com automação fins de outro ator • Quando isso ocorre, a co- orientação falha
  • 14. O papel da comunicação • Comunicação tem papel vital para estabelecer a imbricação e evitar falhas • Diálogo é primordial, mas nem sempre é bem sucedido • Compreende-se em que sentido a comunicação exerce papel de organizar, estruturar, criar
  • 15. A conversação • A interação entre as pessoas se dá através de conversações • Para a Escola de Montreal, é na conversação que a ação de “organizar” acontece • Finalidade da conversação é a co- orientação
  • 16. A produção de textos • As conversações produzem “textos” • Textos são uma forma de intercâmbio • Podem ser falados ou escritos • Importante é que: • Texto é parte de um processo Textos criados através • Através de textos pessoas das conversações coordenam ações podem ser a base da formação da • Textos permitem gestão cultura da das emoções organização • Base dos textos é a comunicação
  • 17. O agenciamento • Através de textos e conversações que levam à co- orientação e à imbricação, a reunião terminou criando um relatório único que vai servir para orientar as ações da empresa
  • 18. Objeto se torna agente • O novo relatório produzido pela equipe na reunião passa a ser agente de mudanças • A organização estrutura-se • As pessoas passam a novos processos de co-orientação • Novos objetos tornam-se agentes • A organização move-se para o futuro
  • 19. O nascimento da Gillette • O nascimento da Gillette evidencia claramente o processo de co- orientação gerando textos que vão gerar objetos que vão gerar agenciamentos e fazer surgir assim uma grande King Camp Gillette organização
  • 20. A co-orientação e a Gillette • King Gillette começa a pensar em um produto descartável depois de trabalhar para William Painter e conhecer a tampinha de garrafa A B Gillette X Painter O que você deve fazer é algo como a tampinha de garrafa, que as pessoas compram, usam, jogam fora e voltam para comprar mais.
  • 21. Surge a idéia • Formada a idéia do produto ideal, descartável, King Gillette relaciona-se com outro William, William Nickerson, que viabiliza uma solução técnica para a produção de lâminas descartáveis A B Nickerson X Gillette Lâmina descartável
  • 22. O produto se torna agente • Criado o produto ele se torna agente de mudanças, permitindo que o soldado se barbeasse na trincheira, que os homens se barbeassem em casa, que as mulheres adotassem o produto e que a sociedade assimilasse o conceito da descartabilidade
  • 23. Pesquisa em comunicação • A Escola de Montreal vislumbra novas oportunidades de pesquisa em comunicação, levando-se em conta a temática aberta pela Teoria da Co- orientação: – Importância da dinâmica das versões na vida da organização – Importância das redes – O papel da produção de sentido (sensemaking) na integração organizacional
  • 24. Alguns temas para pesquisas • Qual o papel do texto na construção da organização? • Qual o papel da hierarquia e da liderança no processo de construção de sentido? • Como se realiza a administração intercultural e internacional em uma economia global?
  • 25. Pontos fortes • Os pontes fortes da Teoria da Co-orientação: – A comunicação como atividade organizativa – O papel do invíduo no processo de organização – Organizações como palco da produção de sentido (a imaginização de Gareth Morgan)
  • 26. Pontos fracos • Os pontos fracos da Teoria da Co- orientação: – A crença de que a co-orientação é sempre um “diálogo positivo” e “construtivo” – A crença de que as organizações podem se redefinir através da mudança de modelos de comunicação
  • 27. Obrigado! •Armando Levy •Diretor da E-Press Comunicações •www.epress.com.br •Autor do livro: “Propaganda, a arte de gerar descrédito”, editado pela Editora da FGV •Professor da Universidade Metodista de São Paulo •Consultor de empresas e do Núcleo de Formação Profissional da Câmara Brasil Alemanha •Mestre em comunicação pela ECA •E-mail: •armando@epress.com.br