1. NF
gestão
eletrônica
shutterstock
avancando
a passos
largos
Já usada entre empresas, a versão eletrônica da nota fiscal chega ao
consumidor. A NFC-e reforça a fiscalização sobre o varejo, mas permite
avanços tecnológicos que facilitarão a vida dos supermercadistas
T e x t o r a fa e l fau s t i n o r a fa e l . o l i v e i r a @ s m . c o m . b r
janeiro 2014 | SM.com.br 67
2. NF
eletrônica
gestão
G
a nFC-e permitirá
que o varejista
deixe de armazenar
cupons fiscais
e de homologar
impressoras.
Também permitirá a
abertura rápida
de checkouts
em horários de
grande movimento
68 SM.com.br | janeiro 2014
uarde bem esta sigla: NFC-e. Se você ainda não ouviu falar da Nota Fiscal
Eletrônica para o Consumidor, não vai demorar até que seja apresentado
a ela. Trata-se de nova solução criada pelo Fisco para tornar a fiscalização
sobre o varejo mais eficiente. Aplicada em cada Estado brasileiro pela respectiva Sefaz (Secretaria da Fazenda), a NFC-e é uma variação da NF-e (Nota
Fiscal Eletrônica), já utilizada nas transações entre pessoas jurídicas. Agora,
o consumidor também terá a opção de receber seu comprovante fiscal por
e-mail, ou até mesmo por SMS. E, no momento da compra, a nota será enviada também para a Sefaz, que a disponibilizará na internet para varejo e
consumidor. Assim, diminuem-se as chances de sonegação e fraude fiscal.
“Hoje, grande parte da nossa equipe se concentra em certificar impressoras
fiscais. Recebendo informações em
tempo real, teremos mais condições
de fazer uma fiscalização direcionada”, explica Luiz Dias, auditor fiscal
do Amazonas, um dos Estados que
prevê a obrigatoriedade do uso da
NFC-e em breve. Mas não se assuste. Por se tratar de uma tecnologia
digital, a NFC-e deve trazer também
maior praticidade ao varejo e, em
muitos casos, redução de custos. “A
grande vantagem para os supermercados é não precisar mais armazenar
cupons fiscais. E as impressoras não
precisarão mais ser homologadas.
Isso vai desburocratizar o processo”,
destaca Araquen Pagotto, presidente da Afrac (Associação Brasileira de
Automação Comercial). A novidade
traz, ainda, outros benefícios. A rápida abertura de checkouts extras
em períodos de grande movimentação, por exemplo. Além disso, com a
NFC-e, o supermercadista passa a ter
acesso aos dados dos consumidores,
facilitando ações de marketing. “Se
o varejista tem o CPF e o e-mail do
cliente, pode armazenar os dados sobre as compras que realiza e, assim,
desenvolver serviços personalizados.
Isso evita guerra de preços e melhora
a imagem da empresa”, defende Roberto Dias Duarte, consultor especialista em tecnologias tributárias.
o consultor e a afrac alertam,
contudo, para dois problemas: a diferença entre as legislações estaduais, que pode prejudicar empresas
que atuam em mais de um Estado,
e o caráter obrigatório da adoção
da nova tecnologia. “Somos a favor
da NFC-e, mas desde que o varejista
possa escolher o sistema que mais
lhe convenha”, diz Pagotto, da Afrac.
Os requisitos para emitir a NFC-e
são básicos: computador, boa conexão à internet, software que esteja
integrado à Sefaz do Estado – para
o envio das notas – e uma impressora comum para os demonstrativos
fiscais, se for desejo do cliente. A
3. NF
eletrônica
gestão
avanco por todo o brasil
movimentaCAo em números
Alguns Estados ainda não se programaram, mas a maioria já está aderindo
Estados com uso obrigatório programado
A introdução da NFC-e gerará benefícios para o fisco e o varejo e também
para a indústria de emissores de notas fiscais eletrônicas. Confira
Estados com uso voluntário
Devem começar a usar em 2014
Amapá
maranhão
Deve iniciar
os testes em 2014
Uso voluntário da NFC-e
desde maio deste ano.
Sem previsão
de uso obrigatório
até o momento
Amazonas
Em março de
2014, 55 empresas
terão de aderir. A
partir de 2015,
a obrigatoriedade
atingirá todo
o Estado
Ap
ceará
aM
MA
CE
RN
PB
Acre
O custo estimado
da tecnologia é
R$ 2,5 mil por
checkout. Mas pode
ficar mais
barato ou de Graça.
no Amazonas a
câmara de lojistas
assumiu a conta
ac
Algumas empresas
serão obrigadas
a usar em
junho de 2014.
Em abril de 2015,
todas deverão aderir
ro
SE
ba
MT
rondônia
MS
Deve iniciar
os testes em 2014
sp
paraíba
Deve iniciar
os testes em 2014
mato grosso
Prevê uso obrigatório
para novas empresas
em julho de 2014.
As outras terão até
novembro para se
adaptar
bahia
RS
mato grosso do sul
são paulo
Prevê a NFC-e entre
os modelos fiscais, mas
ainda não regulamentou
o ambiente de testes
O Estado prevê uso da
NFC-e e do SAT, outra forma
de cupom eletrônico,
mas ainda não regulamentou
Deve iniciar
os testes em 2014
rio grande do sul
Um dos primeiros a iniciar
os testes, não se preocupou,
até o momento, em obrigar
os varejistas a usar a NFC-e
milhão
3,5
milhões
bilhão de reais
É hoje o número de emissores
de notas fiscais eletrônicas
apenas entre empresas
É o número estimado até
2018 de emissores NFC-e, a
versão para o consumidor
deve ser o investimento do
varejo em soluções para
se adaptar à NFC-e em 2014
Fonte: Roberto Dias Duarte
Fonte: Afrac
Fonte: Roberto Dias Duarte
1
Rio Grande
do norte
Iniciou projetopiloto com apenas
quatro empresas.
Sem previsão de
obrigatoriedade
maioria dos Estados prevê que esse demonstrativo traga um QR code. Com ele, o consumidor poderá
consultar instantaneamente o documento digital por celular. Além
disso, está previsto nos softwares
o acúmulo de notas em modo de
contingência (offline), no caso de
70 SM.com.br | janeiro 2014
Assim como São
Paulo, o Estado
prevê o uso da
NFC-e e do SAT, mas
ainda não divulgou
regulamentação
1
sergipe
Começou os testes em
março de 2013 com
alguns varejistas. Pode
divulgar calendário de
obrigatoriedade em 2014
problemas com a internet. Quando
a conexão voltar, as informações
serão enviadas automaticamente.
A Afrac estima um custo de R$ 2,5
mil por checkout para se adequar à
nova tecnologia, valor que pode ser
reduzido caso o estabelecimento já
possua algum dos requisitos ou faça
acordo com o fornecedor de software. No Amazonas, a Câmara de Dirigentes Lojistas oferece o programa
gratuitamente aos seus associados.
a migração só acontecerá
quando o Estado decidir implementá-la. Por enquanto, apenas três deles preveem a obrigatoriedade do
uso da NFC-e já para 2014: Mato
Grosso, Amazonas e Acre, cada um
com um calendário específico. Mas
outros devem seguir o mesmo caminho. Sete unidades federativas
já oferecem o ambiente virtual para
uso voluntário e quatro preveem o
início dos testes no ano que vem. A
rede Araújo, com seis lojas no Acre
e uma em Rondônia, está fazendo os
últimos testes para começar a emitir a NFC-e. A princípio, em “um ou
dois” checkouts por unidade. Segundo Fernando Rios, gerente de tecnologia da informação da varejista,
toda a equipe está animada com a
mudança. “No começo parecia um
grande desafio, mas é uma solução
com mais pontos positivos do que
negativos. Reduz despesas e garante
maior praticidade”, afirma.
Mesmo em caráter de teste, o
Araújo constatou os benefícios da
NFC-e. “Se uma impressora quebra,
eu simplesmente coloco outra, sem
necessidades legais. Também não
preciso transferir o cliente de checkout no meio do processo. E o equipamento comum sai 50% mais barato que o emissor de cupom fiscal”,
reforça Rios. Outras redes que testam a novidade são GBarbosa (Cencosud, SE), Super DB (AM), Makro
(alguns Estados) e Maxxi (RS). Ainda
que seu Estado não esteja entre os
primeiros, é bom ficar atento à novidade e às exigências legais. Uma vez
testada e aprovada, a NFC-e deve se
disseminar em poucos anos.
A rede Araújo,
com 6 lojas
no Acre, já testa o
programa. “parecia
difícil, mas é uma
solução que
reduz despesas
e garante
praticidade,”
Fernando Rios, gerente
janeiro 2014 | SM.com.br 71