Este documento resume:
1) A eleição de Udo Döhler como prefeito de Joinville é vista como um sinal positivo da credibilidade pública alcançada por este líder empresarial.
2) A Acij deseja sucesso ao novo prefeito e reafirma a expectativa de que ele será sensível às prioridades do empresariado para o futuro governo.
3) Uma entrevista exclusiva com o prefeito eleito Udo Döhler abre a edição, onde ele discute suas prioridades para o governo.
3. VISÃO ACIJ
A PALAVRA DA ENTIDADE
Revista 21
Sucesso ao prefeito Udo.
Publicação bimestral da Associação
Empresarial de Joinville (Acij) E que venha 2013
Conselho editorial
ANDRÉ DAHER
A eleição de Udo Döhler para a prefeitura de Joinville é um
ADVOGADO sinal positivo da credibilidade pública alcançada por esse líder
(PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS)
empresarial que presidiu a Acij por cinco oportunidades. De-
DINORÁ NASS ALLAGE monstra, por outro lado, a aprovação, pela maioria dos cida-
CAJADINA
(VICE-PRESIDENTE)
dãos, de uma plataforma focada na competência da gestão – e
que promete reproduzir no governo municipal experiências de
DIOGO HARON
ACIJ
sucesso já adotadas na iniciativa privada. A Acij deseja sucesso
(DIRETOR EXECUTIVO) ao novo prefeito e reafirma a expectativa de que Udo Döhler
MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVES
se mostre sensível às temáticas apresentadas em documento
LEPPER assinado pela entidade com as prioridades do empresariado
(VICE-PRESIDENTE DA ACIJ)
para o futuro governo. Entrevista exclusiva com o prefeito eleito
SANDRA TRAPP abre esta última edição de 2012 da Revista 21, a partir da página
SOCIESC
(PRESIDENTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS
4. Um final de ano repleto de felicidade, e um 2013 que não
DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL) economize em boas notícias, é o desejo da entidade.
SIMONE GEHRKE
EDM LOGOS
(ASSOCIADA)
TAMBÉM NESTA EDIÇÃO
Jornalista responsável
JÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS)
BRIEFING
Produção 16 Novidades sobre a mesa
MERCADO DE COMUNICAÇÃO
Editor CONJUNTURA
GUILHERME DIEFENTHAELER
(REG. PROF. 6207/RS)
20 O que esperar de 2013
Reportagem
FERNANDA LANGE
PERFORMANCE
LETÍCIA CAROLINE 30 Farmácias por todo o lado
ANA RIBAS DIEFENTHAELER
THIAGO SECO
LAÍS MEZZARI SOCIAL
Diagramação, ilustrações e infográficos
34 O trabalho atrás das grades
FÁBIO ABREU
Fotografia
ENTRE NÓS
PENINHA MACHADO, BANCO DE IMAGENS 40 Excelência da Acij é premiada
E ASSESSORIAS DE IMPRENSA
Impressão DOS NÚCLEOS
IMPRESSORA MAYER
46 A ação do setor de serviços
Tiragem
4 MIL EXEMPLARES
PONTO E CONTRAPONTO
Contato 50 Clima organizacional & gestão
REVISTA21@MERCADODECOMUNICACAO.COM.BR
Publicidade HAPPY-HOUR
CÉSAR BUENO
(47) 9967-2587 E 3801-4897
53 Tudo pela adrenalina
Endereço para correspondência
AV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550
3 PERGUNTAS
SAGUAÇU, JOINVILLE/SC 58 Como administrar conflitos
REVISTA 21 3
4. ABRE ASPAS
UMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER
PENINHA MACHADO
“Vamos dar um
salto qualitativo”
Prefeito eleito, Udo Döhler estima que a economia de Joinville
vai triplicar em 30 anos, promete desburocratizar o setor público,
otimizar a arrecadação de impostos e combater a desigualdade social
4
5. Quarto empresário a tomar o caminho do Poder Executivo não têm acesso ao crédito, a quase
em Joinville desde a década de 1960, Udo Döhler entra para nada. É por aí que vamos começar
a galeria de Baltasar Buschle, Helmuth Falgatter e Wittich a trabalhar: regularizar essas áreas
Freitag, a partir de 1º de janeiro, com a expectativa de pro- para que as pessoas se insiram na
var que a competência na gestão privada também pode ser comunidade. Já tivemos situações
aplicada na arena pública. parecidas no passado, no Jardim
Ex-presidente da Acij, à frente da tradicional indústria Paraíso, no Ulysses Guimarães,
têxtil que leva seu sobrenome, atuando há 40 anos como mas aquelas áreas foram urbaniza-
voluntário no comando do Hospital Helena, Udo venceu as das. E a demanda quintuplicou. Por
eleições no dia de seu 70º aniversário contrariando as pes- tudo isso, decidimos que vamos
quisas e prometendo transparência absoluta no exercício do governar dos bairros para o Centro,
cargo. Combate à burocracia que emperra a eficiência do com a população, ouvindo as pes-
serviço público e, ao mesmo tempo, valorização do funciona- soas. Ficaremos o menor tempo
lismo são metas que integram a plataforma de governo. Mas possível no gabinete.
a prioridade absoluta, segundo o prefeito eleito, é a saúde.
Nesta entrevista à Revista 21, ele reafirma o compromisso
com medidas que racionalizem a pesada estrutura adminis- Em que medida seu perfil de gestor e sua
trativa do município, como o enxugamento das secretarias trajetória empresarial contribuíram para
regionais, que serão transformadas em subprefeituras. Prevê a eleição?
um forte incremento da economia local, em conjunto com Trabalho desde os 14 anos e
as cidades vizinhas, defendendo um redesenho da região aprendi que não se constrói um
que tem Joinville como epicentro. O prefeito eleito também empreen imento sem a partici-
d
critica a demora na aprovação da nova Lei de Ordenamento pação dos funcionários. Aprendi
Territorial (LOT), emperrada por demandas judiciais: “Por isso primeiramente na Döhler, hoje
conta disso, Joinville está parada”. com 3 mil colaboradores e que,
neste ano, vai crescer 5%, sempre
por conta do comprometimento
do seu quadro de funcionários.
No município, não é diferente.
Vamos conversar com o servidor
A que o sr. atribui a vitória? Algumas aná- em uma posição discreta nas pes- para conhecer seus anseios, para
lises indicavam que havia a expectativa quisas, na quarta posição. À medida oportunizar que ele construa a for-
do joinvilense de ter, novamente, um pre- que a nossa proposta foi sendo mação que é necessária, e oferecer
feito com perfil de gestor. O sr. concorda? apresentada ao eleitor, passamos um melhor ambiente de trabalho,
Apresentei minha candidatura con- a crescer, e, contrariando as previ- adequadamente instrumentalizado
siderando que tinha experiência e sões, tivemos uma posição bastante e motivador. Vamos reconhecer o
maturidade suficientes para assumir confortável em termos de votos. No seu empenho, fazer com que ele
esse compromisso. Durante oito segundo turno, novamente, as pes- seja o mais atraído possível pela
meses, um grupo de 32 pessoas tra- quisas sinalizavam que era pouco atividade. Desse modo, o servidor
balhou na elaboração do Plano 15, provável que viéssemos a vencer não se acomodará. E o reconhe-
com nossa plataforma de governo. as eleições, sempre mostrando em cimento, naturalmente, bate na
Iniciei a campanha justamente com uma escala decrescente. Enfim, remuneração do servidor.
o viés de que não tinha aspiração atribuo esse voto de confiança do
política e queria apenas ajudar Join- eleitor à consistência da nossa pro-
ville a se transformar em uma cidade posta de governo, que busca tornar Como o sr. vê a distinção entre o gestor
melhor. Realizamos em torno de a cidade de Joinville uma cidade e o político? Isso causou impacto na
600 reuniões nos bairros, ouvindo mais igual. Hoje, temos duas cida- campanha?
as pessoas. Colecionamos cente- des: uma no Centro e outra nos Infelizmente, a classe política está
nas de sugestões, que acabaram bairros. Há, em Joinville, cerca de muito desgastada. Houve algum
integrando o plano de governo. No dez assentamentos irregulares. Dez avanço nos últimos tempos, por
primeiro turno, meu nome aparecia mil pessoas que não têm endereço, exemplo, com o julgamento do
REVISTA 21 5
6. mensalão, e isso vai contribuir para
a valorização do serviço público.
Devo dizer que é um compromis-
so nosso cuidar para que não se
percam recursos públicos, garantir
a transparência. Criar um portal
absolutamente transparente. Cada
cidadão precisa ter a oportunidade
de dizer “olha, aqui houve um des-
vio de recursos”. Não basta que a
informação esteja disponível: ela
tem que ser visível para o cidadão.
É preciso reconectar os valores
éticos e morais da classe política.
As primeiras sinalizações já come-
çam a surgir, com estes acertos
nas decisões do Judiciário, mas,
sobretudo, porque o jovem começa
a participar da atividade política,
por exemplo, por meio das redes PENINHA MACHADO
sociais. É um processo irreversível.
Nas próximas eleições, teremos educação, trânsito e segurança.
uma participação ainda maior do
“Não basta que a Além dessas, existem ações vol-
jovem. Isso fará com que a velha informação esteja tadas à gestão, valorização do ser-
raposa política mude de conduta. vidor, segurança, meio ambiente,
disponível, ela tem turismo, entre outras áreas. Mas co-
que ser visível para meçaremos mesmo pela saúde. É a
Afinal, há diferenças entre gestão pública necessidade mais premente. Vamos
e privada?
o cidadão. É preciso melhorar as instalações do Hospital
Gestão é gestão, pública ou pri- reconectar os São José, promover uma interface
vada. Existem dificuldades de um com os hospitais do Estado – já
lado e de outro. A complexidade da
valores éticos” com sinal verde do governador –,
gestão pública tem especificidades melhorar os postos de saúde, fazer
em relação à do setor privado. E o com que ali não falte o profissional
risco na atividade privada é maior médico e o remédio, o que também
que na pública. Existem limitado- Vamos fazer com que o servidor vale para os PAs.
res, regras complexas, detalhadas. público possa ser reconhecido pela
Temos que desburocratizar o servi- população, que possa dizer com
ço público, melhorar os processos orgulho que trabalha como servidor Outra forte demanda da população diz
licitatórios, para buscar ganhos de em Joinville. Não há como execu- respeito à segurança pública. O que pode
escala na execução. Mas a gestão, tar nossas metas de governo sem ser feito pelo município nessa área?
como um todo, é uma só. o comprometimento do servidor. A segurança pública é função de
Vamos aproveitar a prata da casa, Estado. Mas o município pode e
como fiz ao longo de toda minha deve ajudar. Vamos instalar câme-
Falta eficiência no serviço público? vida no setor privado. ras nos bairros, melhorar a ilumi-
Sim, mas não é por causa do ser- nação. Fazendo isso, vamos ficar
vidor. O servidor está engessado. de olho no traficante e no bandido.
Não tem um bom ambiente de Quais serão as prioridades do seu A droga é um problema grave em
trabalho, está diante de um proces- governo? Joinville. Precisamos fazer com
so altamente burocratizado, e fica O Plano 15 se divide em 15 áreas. que as nossas crianças possam
a imagem de que é acomodado. Quatro serão priorizadas: saúde, ficar mais protegidas, combater a
6
8. droga. Hoje, a Polícia Militar con-
some 85% do tempo cuidando das
pequenas contravenções e apenas
15% no combate ao crime. Tem
que ser o inverso. Vamos criar a
guarda municipal, que vai cuidar
do trânsito e do patrimônio do
município, além de auxiliar a PM
para as pequenas contravenções.
Devemos fazer com que a popula-
ção também participe. No passa-
do, existia o chamado inspetor de
quarteirão. Se cada um cuidar do
seu quintal e do quintal do vizinho,
vamos melhorar.
Que avaliação o sr. faz das reivindi-
cações apresentadas pela Acij, em
documento encaminhado pouco antes
do segundo turno?
A Acij apresentou suas sugestões, Há muito a fazer nesta questão?
como também várias outras entida-
“Joinville está Sim, o município está altamente bu-
des. Elas foram tabuladas e vamos parada por falta rocratizado, a gente não localiza as
incorporá-las dentro do que achar- informações. Para comprovar, basta
mos positivo. Cada segmento social
de ordenamento entrar no site da prefeitura. As infor-
enxerga prioridades de uma forma. territorial. Sem isso, mações até estão ali, mas a pessoa
As contribuições são importantes. não encontra o que precisa. Quantos
Vamos examiná-las positivamente.
é pouco provável que veículos existem na prefeitura? Difícil
uma grande empresa achar essa informação. Tem que
ser mais transparente. Temos que
A prefeitura voltará a funcionar em
venha para cá” registrar qual o veículo, qual o ano de
período integral? fabricação, quanto andou etc.
Turno único ou integral, mais co-
missionados, menos comissiona-
dos – não faremos qualquer modi- preciso ir várias vezes à prefeitura, De que modo a questão da ineficiência
ficação nessas situações sem ouvir vai e volta, vai e volta, como bolinha pública prejudica a vida do empresário?
o servidor público. Pronunciar-se a de pingue-pongue. Vamos aperfei- Sem dúvida que atrapalha. Se al-
distância é uma coisa. É preciso çoar o sistema de informatização, guém quiser um licenciamento am-
saber o que ocorre ali dentro. para que o cidadão possa buscar a biental em Joinville, leva semanas,
solução ali na subprefeitura, perto meses, até um ano. Se for para
de onde mora, ou, se possível, de qualquer município vizinho, resolve
As secretarias regionais serão enxu- casa mesmo, no computador. Hoje, em uma semana. Hoje, não temos
gadas? o maior imposto deste país, que é o ainda a lei de ordenamento territorial
Vamos transformar as secretarias imposto de renda, é feito sem sair aprovada pela Câmara. Isso é um
regionais em subprefeituras, porque de casa. Não se concebe que um trauma. Se alguém quiser instalar
as regionais não estão tendo um simples pedido de licenciamento, uma fábrica, como ocorreu com a
bom desempenho. O que se quer é um simples pedido de informação, BMW, em Araquari, teria que man-
deixar o governo mais próximo das obrigue o cidadão a preencher for- dar um projeto para o Legislativo,
pessoas. Hoje, para conseguir um mulários complexos e ir à prefeitura, para transformar uma área que não
simples licenciamento ambiental, é se poderia fazer isso de casa. tem definição e acomodar aque-
8
9. PRIORIDADES
DO NOVO PREFEITO
Gestão Joinville merece uma gestão
planejada e crescimento organizado.
Saúde Melhoria contínua da rede
ambulatorial e hospitalar.
Educação Ampliação da rede escolar,
melhoria das escolas existentes e
valorização do professor.
Mobilidade urbana O caos da
mobilidade será combatido com
investimentos como um amplo
programa de recuperação asfáltica.
Servidor Sistema de meritocracia,
promoção de qualificação e
valorização permanentes.
Alagamentos Aprofundar e
regularizar a calha do Rio Cachoeira,
PENINHA MACHADO
com barragens hidráulicas e o retorno
da navegabilidade.
le empreendimento. Ninguém se Segurança Integrar a segurança em
sujeita a isso. Joinville está parada “É um momento todas as suas esferas, promovendo a
cooperação entre os órgãos públicos
por falta de ordenamento territorial. bom para a região e privados.
Enquanto os vereadores não delibe-
rarem sobre a matéria, estaremos metropolitana. Não Meio Ambiente Despoluição gradativa
aguardando para que a cidade volte podemos enxergar do Cachoeira, Plano Municipal de
Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
a crescer. Porque a cidade parou.
Isso é um desserviço. Estamos sen- a cidade apenas
Cultura A grande prioridade é
sibilizando os vereadores para que dentro dos limites recuperar os endereços culturais.
façam a votação da lei neste ano ain-
da ou no começo do ano que vem. do município” Habitação Ênfase à família e à
moradia digna.
Assistência Social Apoio e
O que o empresário pode esperar de seu capacitação permanente às
governo na questão tributária? Vamos examinar bem plantas de organizações de assistência social.
A prefeitura não vai aumentar im- valores dos imóveis, atualizar os
Desenvolvimento Econômico
posto. Apenas recolher de forma cadastros. Existem registros que não
Simplificar e desburocratizar a
adequada. A arrecadação pode ser são regulares, o que implica evasão abertura de novos negócios.
otimizada com os tributos que aí es- fiscal. Vamos consertar isso, trazen-
tão. Não é possível que apenas parte do benefícios para a população. Esporte Atenção ao desporto
da população pague seus impostos educacional, comunitário, de
rendimento, da terceira idade, e
e outra parte, não. Na hora que todos
qualificação dos equipamentos
pagarem, acabarão pagando menos. O que é possível fazer para que Joinville esportivos.
Vamos ter o cuidado de fazer justiça continue sendo um local atrativo para
fiscal, para que não se penalize uma novos empreendimentos empresariais? Turismo Joinville deve voltar a ser o
parte importante da população. Primeiro, dar segurança jurídica. principal polo de turismo de eventos
em Santa Catarina.
Sem uma lei de ordenamento ter-
ritorial, é pouco provável que uma Agricultura Incentivar e propor
Haverá revisão de alíquotas ou alguma grande empresa venha para Joinville. formas de mostrar a riqueza produzida
mudança no regime do IPTU? Vamos trabalhar fortemente para pela Joinville agrícola.
REVISTA 21 9
10. resolver essa questão e, ao mesmo
tempo, oferecer estímulos para que
novas empresas se instalem aqui.
Que tipo de estímulos?
Hoje, há estímulos que não são
muito percebidos. Se olharmos a
questão da infraestrutura, temos
energia elétrica para os próximos 30
anos, uma densidade portuária boa,
aeroporto em vias de ser ampliado
e ILS instalado, o que soluciona a
situação para os próximos 20 anos,
suprimento de água assegurado. No
momento em que se possa dizer
que o investidor não terá problema
de energia elétrica, disporá de uma
base educacional bem instalada e
com condições de acompanhar o
crescimento da cidade, ele vai perce-
ber isso como um estímulo. O muni-
cípio estará dando sua contribuição
e isso vai ensejar que não se gere
problemas lá adiante. Na questão da
mobilidade urbana, vamos resolver
os problemas do trânsito. Não adian-
“A primeira ação de quatro instituições universitárias,
ocupe seu espaço, e para que se
ta dar vantagem fiscal numa ponta e será na área da consolide o parque de inovação
não oferecer segurança em energia
elétrica na outra.
saúde. Em seguida, junto à UFSC. Poderemos instalar ali
condomínios industriais amigáveis
vamos conhecer o com o meio ambiente. Com a inova-
Qual é o papel do prefeito, pessoalmente,
chão da prefeitura. ção, lá na frente, vamos dar um salto
dialético na manufatura. O que se
neste processo? Saber o que cada pode antever? É um momento bom
De facilitador. Por isso, estará, dentro
do possível, estimulando a vinda
um faz, quais suas para Joinville, mas também para a
região metropolitana. Não podemos
de investimentos para cá. Só neste ansiedades.” enxergar a cidade apenas dentro dos
momento de transição, quatro em- limites do município. Temos que
presas me procuraram querendo se consolidar nossa região metropolita-
instalar em Joinville. As empresas na, mudar sua geografia. Ela vai até
estão procurando Joinville porque anos, mas 30 anos. Joinville vai tripli- Rio Negrinho, que fica ali no Planalto,
sabem que temos essa infraestrutu- car sua economia em três décadas. não tem nada a ver conosco. Temos
ra toda. Mas temos que dar garantia Já daqui a dez anos, vamos agregar que redesenhar essa distribuição.
jurídica, também. à nossa matriz metalmecânica, com Desejo conversar com os prefeitos
essa ênfase em linha branca, quími- vizinhos para fazer a região funcio-
ca, automotiva, um novo leque de nar. Redesenhada, é a região que
É possível pensar longe na gestão oportunidades na área da saúde, dos mais crescerá até 2025 no Brasil,
pública, para que não se mire apenas fármacos, da nova tecnologia, da conforme detectou estudo feito
em projetos voltados a quatro anos de economia verde. Vamos dar um salto pelo Instituto Mackenzie. E Joinville
realização? qualitativo. Atuaremos como facilita- será o núcleo dessa região. Vamos
Não enxergamos apenas quatro dores para que o Inovapark, projeto triplicar a economia e a população
10
11. O MAPA DA VITÓRIA
Como Udo Döhler venceu as eleições para a prefeitura de Joinville, com 161.858
votos contra 134.295 do seu adversário no segundo turno, Kennedy Nunes
A DIFERENÇA DE VOTOS POR SEÇÃO ELEITORAL
Os mapas abaixo mostram os desempenhos de Udo e Kennedy em cada uma das
102 seções eleitorais da cidade. Cada círculo representa uma seção e o tamanho
indica a diferença de votos entre os dois candidatos.
VANTAGEM DE UDO VANTAGEM DE KENNEDY EMPATE
1º turno 2º turno
A cidade se divide. Udo se Udo amplia vantagem no
concentra na região central, centro, diminui a força de
enquanto Kennedy domina Kennedy nos bairros da
a periferia periferia e leva a eleição
PENINHA MACHADO
só crescerá 60%. Vamos agregar um
valor excepcional que vai beneficiar a
população. A cidade está crescendo,
mas de forma desigual. Temos um
2.000
pedaço da população bem acomo- 500 1.000
dado e rico, outro mal acomodado 100
e pobre. Seria um desastre chegar
daqui a 30 anos com a mesma desi-
gualdade. Triplicando a economia, a
TRANSFERÊNCIA DOS VOTOS NO 2º TURNO
população crescendo 60%, se essa
desigualdade persistir, será resulta- Foram 116.107 votos em Camasão, Carlito e Tebaldi no primeiro turno
do da má aplicação dos recursos. Se 38.131 nas seções com 77.976 nas seções com vitória
aplicarmos bem o recurso, a cidade vitória de Udo no 1º turno de Kennedy no 1º turno
começará a ficar mais igual.
75,8% 61,3%
O sr. fala em incremento industrial. Isso desses votos foram desses votos foram
reverte tendência de crescimento do para Udo no 2º turno para Udo no 2º turno
setor de serviços?
Há três décadas, anunciava-se que
A EVOLUÇÃO DOS VOTOS DO 1º PARA O 2º TURNO
havia se esgotado o crescimento
1º TURNO 2º TURNO
industrial. Isso mudou nos últimos
15 anos. O setor manufatureiro 0 50
85.817
100 150
161.858
Udo
cresceu junto com os serviços. Isso 100.058 134.295
é saudável. Até porque não sobrevi- Kennedy
vemos sem a manufatura. FONTE: TRE/SC
REVISTA 21 11
12. JACKSON ZANCO E PENINHA MACHADO
No seu governo, qual será o papel de
entidades como a Acij?
A Acij vem dando contribuições
importantes para a cidade. Atuou
fortemente como facilitadora em
questões como energia elétrica,
aeo orto, ensino superior e Cor-
r p
po de Bombeiros. Sempre esteve
à frente das grandes demandas de
Joinville. O mesmo acontece com
Ajorpeme, CDL, Acomac. O gover-
no terá uma sinergia forte com as
entidades de classe, empresariais,
assistenciais, Ajos, Apae, todas as
instituições sociais que aí estão.
Isso passa pelos clubes de serviço,
clubes sociais, associações de mo-
radores, igreja. A igreja realiza um
trabalho que, se fosse feito pela
prefeitura, poderia ter custo de até
dez vezes mais, porque incorpora
o voluntariado. Vamos estimular a Durante a campanha, visitando o loteamento Juquiá e o
participação voluntária. Hospital Dona Helena. Com o vice-presidente da República
Michel Temer: promessa de portas abertas no governo federal
E quanto ao Conselho de Desenvolvimen-
to de Joinville (Desenville)? Pelas causas sociais
Vamos redesenhar o Desenville,
terá uma participação mais ampla, O prefeito eleito de Joinville, Udo Döhler, é um dos mais reconheci-
porque o aconselhamento é essen- dos líderes empresariais de Santa Catarina, tendo presidido a Acij por
cial. Vamos estudar como formalizar cinco mandatos. Sua trajetória sempre esteve ligada a causas de im-
isso. A comunidade será ouvida. pacto na comunidade, como a Associação Beneficente Evangélica de
Joinville, mantenedora do Hospital Dona Helena, onde trabalha des-
de a década de 1960. É ele o responsável pelas mudanças que vêm
O que o sr. fará no primeiro dia como apontando novos rumos à instituição e que pretendem dar ao Dona
prefeito? Helena um novo perfil: um hospital de ponta, que desafia e promove
A primeira ação será na área da saú- a qualidade e a pesquisa em medicina, em toda a região Sul do país.
de. Em seguida, vamos conhecer o O empresário participou ativamente de gestões políticas que re-
chão da prefeitura. Conversar com sultaram em conquistas importantes para Joinville, como o campus
os funcionários, saber o que cada da UFSC, a ampliação e equipamento de ILS para o aeroporto Lauro
um faz, quais suas ansiedades. É Carneiro de Loyola, além da construção da subestação de energia que
com o servidor público que vamos abastece o Distrito Industrial, entre outros benefícios. Em função des-
administrar a cidade. se perfil, foi homenageado com o título de Cidadão Benemérito de
Joinville, em 2006.
Afável e descontraído em seu círculo mais íntimo, preserva mar-
Que balanço o sr. espera que a imprensa cante presença no espaço familiar, dedicando atenção especial à lei-
faça aos 100 dias de governo? tura. Defensor da natureza, foi homenageado por instituições da área
Isso é apenas um rótulo. O que empresarial e ambiental: Líder Setorial Têxtil, Gazeta Mercantil/1993;
gostaríamos é de, em 380 dias, ter Medalha do Mérito Dona Francisca, 2001; Medalha do Mérito Em-
um avanço sensível na questão da presarial, CNI/2003 e Medalha do Mérito Carl Franz Albert Hoepcke,
saúde. Assembleia Legislativa de Santa Catarina/2005, entre outras.
12
14. CURSOS & EVENTOS
4 DE DEZEMBRO
Painel industrial Fiesc
Fiesc, Florianópolis
www.fiesc.com.br
5 DE DEZEMBRO
Apresentação dos resultados
do Índice de Confiança
Empresarial Sustentare
Sustentare, Joinville
www.sustentare.net
7 DE DEZEMBRO
Assembleia geral Cejesc
Facisc, Florianópolis
www.facisc.com.br
O CURITIBANO Pablo Mayer, QUE PARTICIPA PELA SEGUNDA VEZ DA REVISTA 21. É ILUSTRADOR E QUADRI-
8 DE DEZEMBRO
NISTA, COM TRABALHOS PUBLICADOS NA FOLHA DE S. PAULO, MUNDO ESTRANHO, VEJA RIO, REDE GLOBO,
GRUPO RBS, ENTRE OUTROS VEÍCULOS. SEU SITE É O BRABOSCOMICS.COM
Curso “Técnicas de chefia
e liderança”
Sociesc, Joinville
Parabéns pela qualidade da Revista profissional dos empresários. www.sociesc.org.br
21. Muito bem elaborada e com uma Marcelo Hack
capa linda. Sucesso no trabalho. PERVILLE, JOINVILLE 11 DE DEZEMBRO
Giane Bracelo Curso “Negociações
SOCIESC, JOINVILLE Parabéns à Acij pelo Prêmio Pro- Internacionais”
grama Facisc de Excelência. Perce- Sociesc, Florianópolis
A reportagem intitulada “A platafor- bemos no dia a dia o comprometi- www.fiescnet.com.br
ma do empresariado”, publicada mento desta centenária instituição,
na edição 3 da Revista 21, reflete para que os serviços prestados aos 12 DE DEZEMBRO
com precisão o pensamento da Acij associados sejam sempre realiza- Curso “Cobrança por
sobre as questões prioritárias para dos da melhor maneira possível. Telefone e Negociação
Joinville. Parabéns. Fabrício Roberto Pereira com Inadimplentes”
Ernesto Heinzelmann DOUGLAS IMÓVEIS, JOINVILLE Acij, Joinville
VICE-PRESIDENTE DA ACIJ www.acij.com.br
Parabéns à Acij por sua atuação
transparente e harmoniosa, bus- 12 DE DEZEMBRO
Parabéns à gestão executiva da Acij cando convergir as necessidades Curso “Logística de
pela conquista do Prêmio Facisc de de nossa região com as empre- Transporte Internacional”
Excelência. É sempre “dez” receber sas que aqui desejam se instalar, Fiesc, Florianópolis
uma premiação como essa. promovendo o crescimento sus- www.fiescnet.com.br
João de Andrade tentável. Somos uma seguradora
EMPRESÁRIO, PELO FACEBOOK autorizada pela Susep para atuar 14 E 15 DE DEZEMBRO
em todo o território nacional e es- Curso “Formação do Preço
A revista se destaca pela qualidade tamos chegando a Joinville. de Venda na Indústria”
informativa, gráfica e jornalística, Luís Carlos Fernandes Sociesc, Joinville
abordando temas atuais do contexto DIRETOR-PRESIDENTE CRÉDITO Y CAUCIÓN SEGURA- www.sociesc.org.br
corporativo, focadas na experiência DORA DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO
14
16. BRIEFING
DE TUDO UM POUCO
DIVULGAÇÃO
ALIMENTOS
Qualificação
que vai à mesa
Com o incremento do setor de
eventos em Joinville, ganham for-
ça os serviços especializados de
bufê e produção de bolos e sal-
gados, acompanhando tendência
nacional. De acordo com a Revista
Exame, alimentos e bebidas são os
produtos com os quais os brasilei-
ros devem gastar mais na próxima
década. A chefe do departamento
de gastronomia da Univille, Maria-
na Duprat, percebe uma “enorme
mudança” no mercado, na oferta
de produtos e serviços diferencia-
dos, e observa que os consumido- “Não dá para falhar no atendimento”
res estão mais exigentes. “Ainda há
muito a evoluir, principalmente no Há cinco anos no mercado, a Bokitos, que produz doces e salgados, investe
que se refere à profissionalização em publicidade e promoções para se destacar. Mantém 60 funcionários em
e à capacitação de mão de obra”, atividade nas 24 horas. Neste ano, apostou no aprimoramento dos proces-
analisa. Para ela, a procura crescen- sos de gestão, treinamento e padronização total das receitas, para profissio-
te pelo curso superior mantido pela nalizar o negócio. Um dos pontos altos é um kit de café colonial entregue ao
universidade é um sinal da valoriza- cliente pronto para ser consumido. “Se falhar no atendimento, não adianta
ção do setor. Mesmo assim, enfa- ter um bom produto e preço competitivo”, analisa Janara Ziliotto, gerente de
tiza que, para crescer com quali- vendas. Na foto, os proprietários, Cleverson Marcílio e Noemi Ziliotto.
dade, é preciso investir nos jovens
talentos, mostrando que o merca- Bokitos Doces e Salgados
do oferece oportunidades de as- Rua Iririú, 1060 – Saguaçu
censão e sucesso profissional. Tel.: (47) 3435-4023
16
17. NEVITON DUARTE
“A exigência tem aumentado”
A Bragança Gastronomia nasceu em 1998 e é uma das responsáveis pelo
processo de qualificação do setor. “A exigência no ramo de alimentação tem
aumentado muito, seja nos produtos oferecidos, seja na tecnologia aplica-
da”, argumenta o proprietário Zeca Caputo. Ele entende que a revitalização
da Expoville é um dos passos para consolidar a cidade como roteiro de lazer
e turismo de negócios e, consequentemente, aumentar a demanda para
serviços de alimentação. Na foto acima, a Casa Suíça, espaço para eventos
que a Bragança administra no Perini Business Park.
Bragança Gastronomia
Tel.: (48) 3222-1931/3261-5435
(47) 3422-4201
DIVULGAÇÃO Caminhões-cozinha
Responsável pelos restaurantes da
Sociedade Harmonia-Lyra e do Clu-
be Sargentos, a D’Marcos atua no
mercado desde 1992 e, além dos
eventos locais, oferece serviço de
catering, com caminhões-cozinha
equipados para atender em todo o
Sul do país. O proprietário Marcos
Fritzke (foto) só lamenta a existência
de locais públicos mal conservados.
D’Marcos Buffet para eventos
Tel.: (47) 3433-0118/3422-2129/
3433-1937/9968-6316
REVISTA 21 17
18. FOTOS DIVULGAÇÃO
Inauguração da Brunswick Boat, instalada no Perini Business Park: planos ousados para o mercado brasileiro
DE VENTO EM POPA
Gigante australiana traz segmento inédito a Joinville
O maior condomínio multissetorial te polo da indústria náutica. local, outro importante fator na es-
do Brasil, o Perini Business Park, A gigante chega com força, colha de Joinville para acolher o
pela via de sua construtora, a Pervil- apostando alto no mercado brasi- empreen imento, e aposta na cus-
d
le, entregou com dois meses de an- leiro e, depois, no latino-america- tomização das embarcações, que
tecedência a fábrica da Brunswick no, considerando, principalmente, devem ter “a cara” do cliente. No
Boat, a líder mundial na fabricação o arrefecimento na economia eu- caso local, o jeitinho brasileiro vai
de embarcações de lazer, inaugura- ropeia e a lenta recuperação dos estar principalmente na instalação
da em novembro. Joinville ganha, Estados Unidos. A planta brasilei- de espaços gourmets nas embar-
assim, além dos naturais benefícios ra, com capacidade instalada de cações. Com importantes incen-
com a abertura de novas vagas para 400 unidades, deve estar a pleno tivos fiscais proporcionados pelo
seus cidadãos – que hoje já repre- vapor já em 2013, e em cinco anos governo catarinense Pró-Emprego
sentam mais de 70% da equipe quer faturar 10% do total da divi- e Super-Prodec, além do Pró-Náu-
contratada – e do consequente de- são de barcos do grupo. Andy Ga- tica (isenção de ICMS), a Brunswi-
senvolvimento em seu entorno, um ves, presidente mundial da divisão, ck Boat atraca em Joinville, literal-
status diferenciado como importan- elogia a qualidade da mão de obra mente, de vento em popa.
18
19. DIVULGAÇÃO
Nomes que
se projetam
O cinema se torna atraente na es-
tratégia de marketing cultural das
empresas porque, pela Lei Rouanet,
o valor destinado ao patrocínio é
descontado do imposto de renda e
os produtores têm o compromisso
de exibir esses filmes em festivais
por todo o Brasil, dando visibilidade
à marca do apoiador. Entre os join-
vilenses que alcançaram reconhe-
cimento nesse setor, despontam
nomes como Rodrigo Brum, Ebner
Gonçalves, os irmãos Fabrício e Fá-
bio Porto, além de Alceu Bett, que
lançará o curta-metragem “As Mor-
tes de Lucana”, durante o 4º Festi-
val de Cinema Itinerante da Língua
Portuguesa, em Lisboa. Trata-se do
primeiro filme da região com co-
-produção internacional.
Por uma escola de
cinema na Fundamas
O Simdec vem alavancando a pro-
dução de cinema na região. Somen-
te no edital de 2012, foram inscritos
11 projetos de roteiro e 30 de pro-
Cena e bastidores do filme “As Mortes de Lucana”, de Alceu Bett (à esq.) dução audiovisual. Além dessa mo-
dalidade de financiamento, Alceu
CINEMA JOINVILENSE Bett e Ebner Gonçalves concordam
que é necessário incrementar a for-
Importante, mas esquecido mação de profissionais. “O cinema
é uma fábrica, precisamos de muita
O cinema feito em Joinville tem além de divulgar a cultura local, a gente qualificada. Ainda estamos
se destacado em circuitos regio- produção é importante por mo- atrasados comparando com outras
nais, nacionais e até internacio- vimentar a economia, já que um cidades catarinenses”, desabafa
nais. No entanto, para os realiza- curta-metragem gera cerca de 60 Gonçalves, que, depois de três do-
dores, a atenção ao setor ainda empregos indiretos. “Ainda não cumentários, prepara seu primeiro
é tímida. Em média, são dez pro- surgiram longas joinvilenses, em filme de ficção, intitulado “A Noiva
duções cinematográficas por ano parte porque há pouco esclareci- de Tarantino”. Para resolver esse
na região – destas, quatro patro- mento das empresas a respeito gargalo e a falta de condições téc-
cinadas pelo Sistema Municipal da Lei Rouanet de Incentivo à Cul- nicas, a Acinej pretende estimular
de Desenvolvimento pela Cultura tura”, pondera Alceu Bett, presi- a criação de uma escola de cinema
(Simdec), com aporte de R$ 40 dente da Associação de Cinema na Fundação Municipal Albano Sch-
mil para cada uma. Para a cidade, de Joinville e Região (Acinej). midt (Fundamas).
REVISTA 21 19
21. RETROSPECTIVA
As principais notícias da
economia regional em 2012
Hora de olhar
para frente
23 DE FEVEREIRO
Infraero retoma edital para
ampliação do aeroporto
6 DE MARÇO
Tupy anuncia R$ 250 mi em
investimentos para 2012
11 DE JUNHO
Expogestão chega
Mesmo com incertezas à 10ª edição
no plano mundial e É pela via dos investimentos 2 DE JULHO
que, dizem especialistas ouvidos Assinado contrato de
previsão de queda no PIB, pela Revista 21, a economia deve terceirização da Expoville
fundamentar sua ascensão no
expectativa para 2013 é de próximo ano, em particular como 12 DE JULHO
consequên do caso BMW. O
cia GM suspende investimento
um crescimento ancorado desembarque da grife alemã, si- de R$ 700 mi para Joinville
nônimo de alto luxo em carros, vai
em novos investimentos “revolucionar” o cenário empresa- 15 DE AGOSTO
rial do Norte do Estado, com a es- Pacote de investimentos
truturação de um polo automotivo para rodovias e ferrovias
ao qual se somam as indústrias já beneficia SC
Foi pródigo em manchetes econô- existentes em itens como motores
micas este 2012. Seja em âmbito e cabeçotes, prevê o colunista Cláu- 24 DE SETEMBRO
federal, seja na esfera estadual ou dio Loetz, do jornal A Notícia. Nessa Lançado edital para obras
fechando o foco no Norte cata perspectiva, estima, a conjuntura de duplicação da BR-280
rinense, o ano que está por se para 2013 é promissora: “Os ne-
encerrar produziu um volume sig gócios no país devem deslanchar, 27 DE SETEMBRO
ni cativo de fatos com impacto po-
fi especialmente os alinhados à infra- Decretada falência
tencial sobre a vida dos cidadãos e estrutura, e o mercado continuará da Busscar
sobre o mundo dos negócios. No comprador, com o aumento de ren-
caso da região de Joinville, talvez o da da população, a permanência do 22 DE OUTUBRO
carro-chefe tenham sido as notícias pleno emprego e juros que devem BMW confirma: fábrica
ligadas ao setor automotivo, com estacionar nos níveis atuais, com o será em Araquari
ênfase para o sim da BMW – que dólar por volta ou acima dos R$ 2
já está até selecionando profissio- ajudando as exportadoras”. 28 DE OUTUBRO
nais para trabalhar em Araquari –, Colega de Loetz no Diário Cata- Udo Döhler é eleito
o início da produção local da GM, rinense, a jornalista Estela Benetti prefeito de Joinville
mesmo com o cancelamento do aposta que a expansão dos inves-
projeto de uma segunda unidade, e timentos “deve ser a âncora do 30 DE OUTUBRO
os investimentos de peso da Tupy, crescimento” no próximo ano, lem- Whirlpool anuncia 850
que abriu nova planta em junho. brando que, regionalmente, outros empregos para Joinville
REVISTA 21 21
22. AGÊNCIA BRASIL E DIVULGAÇÃO
grandes projetos estão sendo espe-
rados a partir do impulso da BMW,
além do fator Copa do Mundo, em
nível nacional, e da previsão de ju-
ros baixos e câmbio amigável aos
exportadores. Como nem tudo são
flores, Estela observa que a conjun-
tura estadual deve ser influenciada
negativamente pela chamada Reso-
lução 13, que estabelece alíquota
única de 4% de ICMS para impor-
tados. O prognóstico da jornalista:
“Como as indústrias estão trazendo
mais insumos e o comércio, mais
itens prontos, deve haver aumento
de preços de importados e impacto
na inflação”.
No balanço de 2012, outro as-
pecto citado diz respeito ao avanço
tímido do PIB, que deve tombar de
uma projeção de 4% para algo em
torno de 1,5% – inferior até às ex-
pectativas mais pessimistas. Para o
presidente da Tigre, Evaldo Dreher,
é inevitável que variáveis externas,
como a reeleição de Barack Obama
nos Estados Unidos, a crise euro-
peia e o redirecionamento econô-
mico chi ês, batam forte por aqui.
n
“Naturalmente sensível ao que
acontece no mundo, porém, nossa
economia deve se manter sólida”,
antevê Dreher. Dilma, com o presidente da BMW e movimentação já é sentido até no
Já o consultor Ricardo Della o governador Raimundo Colombo, mercado imobiliário e de serviços –
Santina, professor da Sustentare, no encontro que confirmou a vinda os quais, como lembra o executivo
preocupa-se com os rumos das po- da fábrica para a região de Joinville; Gustavo Hiendlmayer, do Núcleo
líticas monetárias norte-americana e acima, a produção da GM e a nova de Jovens Empresários, são esti-
brasileira, de um lado com o dólar planta da Tupy: reafirmação mulados pela chegada de multina-
em baixa e de outro com a cotação do segmento de autopeças cionais.
do real forçada para cima: “O dólar Em síntese, se não dá para soltar
fraco encarecerá o petróleo e as foguetes, o empresariado termina o
commodities cotadas nesta moeda da economia regional”, festeja o ano com um misto de otimismo e
no exterior, enquanto o Brasil deve professor de economia Ademir De- cautela. “A chegada de tantos em-
enfraquecer sua moeda e seu poder métrio, da Univille. “Com base nos preendimentos novos e a ampliação
de compra, trazendo inflação”. investimentos já executados ou de empresas consolidadas permi-
Não que Joinville fique alheia em andamento, a atividade econô- tem uma expectativa bastante po-
a tais influências, pelo contrário. mica vêm se mostrando ascenden- sitiva para o próximo ano”, avalia o
Mas, de novo, é o incremento do te, gerando produção, emprego e presidente da Acij, Mário Cezar de
polo empresarial que pode ameni- renda, dinamizando o consumo e Aguiar, certo de que a região vive
zar os efeitos. “Estamos assistin- melhorando a qualidade de vida “um momento muito especial”. Que
do a uma expansão extraordinária das pessoas”. Subproduto dessa não seja só um momento.
22
24. O ano na balança
Empresários e executivos avaliam os fatos econômicos de 2012
“Esperamos uma economia pujante”
Carlos Grendene, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville
A vinda da BMW e a inauguração mia pujante, que não se restrinja governo. Um exemplo é que nós,
das empresas Yudo e Brunswick a setores sazonais, mas como um pequenos empresários lojistas,
foram, em meu entendimento, todo. Acredito que essa engrena- pagamos hoje o imposto sobre a
os fatos mais relevantes na eco- gem deve abranger a todos, e não folha de pagamento – o que é um
nomia regional ao longo deste se restringir apenas a alguns seg- absurdo. Quando o governo baixa
ano. Esperamos que, em 2013, o mentos. Defendemos que todos a folha de pagamento da indústria,
consumo interno seja retomado, os setores estejam contempla- nós apoiamos. Queremos o mes-
e que possamos ter uma econo- dos, inclusive com benefícios do mo tratamento para o comércio.
24
25. “Investimentos em infraestrutura e logística”
Valdicir Kortmann, diretor comercial e de marketing da Krona Tubos e Conexões
A região recebeu uma grande quan- lhoria de infraestrutura e logística e volvimento econômico da região.
tidade de empresas e anúncios da na formação de profissionais. Com Visualizamos um cenário favorável
instalação de multinacionais que a vinda de novas indústrias, o Norte para 2013. Dessa forma, nossa ex-
são líderes de mercado. Dessa for- de SC deverá receber ainda mais in- pectativa é a melhor para o cresci-
ma, visualizamos um grande bene- vestimentos nessas questões, agre- mento socioeconômico da região e
fício para o município quanto à me- gando significativamente ao desen- das empresas instaladas.
“Novas empresas serão atraídas”
Eduardo José Domingues, presidente do Núcleo de Comércio Exterior da Acij
O fato econômico que mais mar- Esse tipo de investimento exerce as classes B, C e D continuarão
cou 2012 foi o anúncio da vinda enorme atração para outras em- movimentando a economia inter-
da BMW para Araquari. Depois de presas em expansão (e não só do na, mantendo o padrão de consu-
tanto suspense, a confirmação da setor metalmecânico), que tendem mo, e veremos os investimentos
instalação da montadora reforça a a considerar a região Norte do Es- para a Copa do Mundo e Olimpía-
capacidade industrial, logística e tado de Santa Catarina em seus das se intensificarem, ajudando a
de mão de obra da nossa região. portifólios. Acredito que, em 2013, alargar o crescimento do PIB.
“Meu olhar é dos mais otimistas”
César Döhler, gerente financeiro da Döhler
Os grandes fatos econômicos para Em ambos os casos, tratam-se de mia joinvilense, além da evolução
a região de Joinville passam pela novas oportunidades para Join de instituições de ensino superior,
modernização do aeroporto, com ville crescer e inovar em seu perfil que dão o aporte necessário para
a instalação do ILS, o que vai au- empresarial. Destaco, ainda, a ex- a formação de talentos. Por tudo
mentar a segurança e a frequência pansão notável do Perini Business isso é que o meu olhar para 2013
dos voos, e, sem dúvida, pela evo- Park, hoje com mais de 100 empre- não poderia deixar de ser otimista.
lução no projeto da GM, ao lado sas instaladas e que traz uma con- As pílulas do crescimento estão à
da confirmação da vinda da BMW. tribuição relevante para a econo- nossa disposição.
REVISTA 21 25
26. “Enfrentamos ano, que esperamos não estejam “Problemas que podem
fatores adversos” presentes no próximo. Caso da gerar oportunidades”
queda nas vendas de veículos co-
Luiz Tarquinio Sardinha Ferro,
merciais no Brasil, devido à mu- Patrício Junior,
presidente da Tupy
dança no padrão internacional de superintendente do Porto Itapoá
emissões, o que fez com que os
motores novos viessem com pre-
Ao lado da internacionalização da ços mais altos. Em virtude disso, A aprovação da Resolução do
Tupy, destaco três fatos socioe- os frotistas compraram um volu- Senado Nº 13/2012 foi um dos
conômicos relevantes: os anún- me maior de novos caminhões fatos marcantes de 2012. A re-
cios de investimentos na região, do padrão antigo em 2011. Outro solução, que prevê o fim da
como o da BMW, as dificuldades fator foram as secas no Sul e em “Guerra dos Portos”, deve afe-
enfrentadas por determinados São Paulo, que empurraram para tar toda uma cadeia industrial,
segmentos industriais, por conta baixo a demanda por fretes e, em favorecendo os Estados que
da desaceleração da economia, conse quência, por caminhões. não ofereciam incentivos fiscais
e as primeiras iniciativas do go- Menciono ainda o crescimento à movimentação de cargas em
verno federal para propiciar me- modesto no Brasil e aspectos terminais portuários. Embora
lhores condições para a indústria externos, com um primeiro se- só entre em vigor em 2013, al-
brasileira recuperar a competi- mestre favorável na América do guns reflexos já surgiram, como
tividade. Enxergo uma melhora Norte seguido por indicações de a mudança de empresas para
discreta para 2013, até porque desaceleração e a atual retração outros Estados. O trabalho que
tivemos fatores adversos neste econômica na Europa. deve ser feito está em novas
26
27. formas de compensação para “O viés da Enfrentamos os desafios de
atrair empresas, criando diferen- esperança é positivo” frente, como não poderia deixar
ciais em tecnologia, eficiência e de ser. E fizemos boa parte da
agilidade. Outro fator relevante Christian Dihlmann, lição de casa. O governo federal
foi o anúncio da BMW. O pa- diretor da BRTooling tem adotado mais posturas téc-
drão BMW é minucioso, com nicas do que as tradicionalmen-
alto impacto socioeconômico. te políticas e danosas. Trunfo
Servirá de modelo para todos O ano de 2012 se iniciou cheio que tem resultado em um me-
os investimentos que devem vir de dúvidas para o cidadão e em- lhor nível de produção e com-
com a empresa alemã. Um item presário brasileiro. Tínhamos a petitividade. Há muito por fazer.
importante a considerar para os tiracolo uma crise mundial com E, para que isso ocorra, há ne-
próximos anos é a questão eco- desenrolar incerto, ocorreria cessidade de articulação e com-
nômica mundial. Nossas indús- novamente uma eleição com prometimento de toda a classe
trias ainda são muito dependen- as já costumeiras “gastanças” empresarial, laboral e entidades
tes do mercado internacional. desenfreadas e tendenciosas, governamentais. Novos gesto-
Isso pode gerar um problema se o mensalão indicava acabar em res estão postos nos governos
já não estivermos preparados. “pizza”, a China iria enterrar de municipais, com uma renovação
Contudo, o problema pode se vez as indústrias nacionais am- histórica. O trabalho honesto e
transformar em oportunidade, pliando a desindustrialização... arrojado trará bons frutos para
levando em consideração as vá- Enfim, um cenário desolador. a economia brasileira nos próxi-
rias experiências semelhantes Agora caminhamos para o final mos anos. O viés da esperança
pelas quais já passamos. de um ano que foi “sui generis”. mudou para positivo.
REVISTA 21 27
28. “Desconforto de quem solavancos sofridos pela econo- “Ações concretas pela
não recebeu benefícios” mia mundial, com uma desace- desburocratização”
leração significativa na Europa,
Dinorá Allage, baixo crescimento dos Estados Alcides Bertoli, diretor
vice-presidente da Cajadan Têxtil Unidos e da China, também pro- geral da Gidion
porcionam uma insegurança ge-
ral, brecando o desenvolvimento
O fato de termos vivido um ano de vários setores. O que nos mo- O início de operação da fábrica
eleitoral sempre deixa a econo- tiva, em todo esse cenário, é o de motores da GM e a vinda da
mia em compasso de espera. fato de estarmos instalados em BMW consolidam a região Nor-
De outra parte, o incentivo ao uma das regiões mais prósperas deste como de alta tecnologia
consumo de alguns tipos de pro- do país, onde várias empresas e de mão de obra qualificada.
dutos pelo governo fomentou estrangeiras investem, acredi- Mesmo após toda a polêmica
ainda mais o endividamento da tando num futuro promissor. das políticas de custos com os
população. Com isso, aqueles Com certeza, o contexto mun- portos, no início de 2012, a re-
que não tiveram benefícios aca- dial não sofrerá grandes mudan- gião se mostrou, no aspecto
baram em segundo plano, e isso ças de um ano para o outro, o logístico, favorável a novos in-
gerou uma sensação de descon- caminho é muito mais longo do vestimentos e tem comprovado
forto nos empresários que não que isso. Mas, com trabalho, es- que a infraestrutura, ainda que
foram priorizados de alguma for- forço e dedicação, teremos um precária, é um fator relevante
ma. Daí, os investimentos caem novo ano de sucesso e grandes para atrair investimentos, além
e a economia fica estagnada. Os conquistas. das políticas dos governos es-
28
29. taduais. Para nós, que acredi- “Empresas continuarão inestimável. Outro fator de gran-
tamos desde muito tempo no a investir e a crescer” de relevância social foi a reviravol-
potencial da cidade e perma- ta política. Num feito que, para
nentemente estamos cuidando João Martinelli, presidente da
alguns, parecia impossível, um
da evolução da mão de obra, Martinelli Advocacia Empresarial
empresário assume o comando
com fatos como a chegada da da cidade, mostrando o caráter
UFSC, e da infraestrutura, com trabalhador de seu povo, sua
a subestação de energia, a che- O continuado crescimento eco- confiança no setor privado e lu-
gada das duas fábricas traz tam- nômico da região, a vinda de no- cidez na escolha. Como sempre,
bém a bandeira do desenvolvi- vas empresas, investimentos e os inícios de cada ano são mar-
mento regional, e não mais de ampliação dos empregos, domi- cados por incertezas conhecidas.
uma única cidade. Sinaliza para naram o cenário da grande Join- Impossível dizer, por exemplo,
melhoria e para a homogenei- ville. Serviços de primeira linha qual será o efeito do agravamen-
zação do Índice de Desenvol- aliados a um dos parques indus- to da crise europeia nos negócios
vimento Humano (IDH) desta triais mais desenvolvidos do país em 2013. Seu recrudescimento
que se caracteriza como região foram facilitadores na decisão da poderá interferir nas questões
metropolitana. Para 2013, o que vinda da BMW, que agitou a ci- cambiais, afetando importadores
esperamos são ações concretas dade. Mais uma vez, Joinville foi ou exportadores e a própria infla-
do poder público, nas diversas alçada ao cenário mundial como ção. Apesar das dificuldades, é
esferas, objetivando a desburo- uma região rica e promissora. de se prever que, a exemplo des-
cratização e da tão esperada e Os investimentos previstos são te ano, as empresas continuarão
necessária reforma fiscal. vultosos e o ganho tecnológico, a investir e a crescer.
REVISTA 21 29
30. PERFOMANCE
O DESEMPENHO DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA
Em cada esquina,
uma farmácia
Expansão ocorre em todo
o país, mas se evidencia saúde. Para os que gostam de fa- vizinhanças de onde moram os
zer suas compras perto de casa ou clientes. Aos 93 anos de atuação,
em Joinville, que recebeu do trabalho, a demanda tem feito uma das conquistas do grupo foi
com que surjam cada vez mais far- ter disponibilizado o primeiro aten-
grandes redes nos mácias por todo lado. Em Joinvil- dimento 24 horas em Santa Cata-
le, o fenômeno se reflete em cada rina. “Está ocorrendo um grande
últimos anos esquina onde aparece uma loja movimento de incorporações no
nova, seja da conhecida Drogaria ramo farmacêutico em todo o Bra-
Catarinense, seja das recém-che- sil. O mercado catarinense, em
gadas Nissei, Panvel e Droga Raia, comparação com outras partes do
Entre 2008 e 2012, a despesa das entre outras bandeiras menores e país, ainda é pequeno, e cada re-
famílias brasileiras com remédios algumas com foco popular. gião tem peculiaridades a ser ex-
pulou de 44,99% para 48,6%. A Nascida na cidade, pertencen- ploradas”, avalia o superintenden-
Pesquisa de Orçamentos Familia- te à Companhia Latino-Americana te comercial da Clamed, Marcelo
res (POF), realizada pelo Instituto de Medicamentos (Clamed), a Augusto Voss.
Brasileiro de Geografia e Estatísti- Drogaria Catarinense mantém Para o grupo, a concorrência
ca (IBGE), indica que o gasto men- 42 lojas em Joinville, focada na é saudável e inspira a inovação
sal com medicamentos fica em proposta de oferecer acesso fa- constante. Além de Santa Catari-
torno de R$ 74,74, sendo o mais cilitado, com pontos de venda na, por meio da marca Preço Po-
alto na relação de dispêndios com estrategicamente situados nas pular, a companhia está presente
30
31. DIVULGAÇÃO
no Paraná, no Rio Grande do Sul Drogaria Catarinense distribuição, em Curitiba, e pelo
e, em breve, abrirá lojas no Mato e Nissei multiplicaram crescimento notável da cidade.
Grosso do Sul. Marcelo explica unidades; Patrícia Maeoka “O PIB per capita e o potencial de
que a tradição contribui para a explica que a expansão consumo de Joinville mais que
fidelização dos clientes, que se das redes acompanha o dobraram nos últimos dez anos e,
reflete nas distinções alcançadas crescimento da cidade com a aceitação da comunidade
pela marca, ganhadora de todas joinvilense, a Nissei está acompa-
as premiações estaduais do Top nhando esse crescimento”, argu-
of Mind, como a mais lembrada menta Patrícia Maeoka, diretora
na categoria farmácia. Nos últi- da rede, que emprega 75 pessoas
mos quatro anos consecutivos, em Joinville e estima ter feito um
a Drogaria Catarinense também investimento de R$ 5 milhões por
recebeu o primeiro lugar no prê- aqui, entre 2011 e 2012. De ago-
mio “Aconselhamento na farmá- diferenciais esperados por todos ra em diante, diz Patrícia, a em-
cia”, que avalia o atendimento e os nossos clientes”, enfatiza o su- presa pretende conhecer melhor
aconselhamento das principais perintendente. os clientes para cativá-los. Para
redes de farmácias brasileiras. “O A rede Nissei aportou por aqui isso, as estratégias são focadas
resultado demonstra que nosso em 2011, com a inauguração de em preço justo, mix completo de
trabalho, baseado na ética e no cinco lojas. A escolha se deu pela produtos, lojas amplas e com boa
respeito à prescrição médica, são proximidade com a central de localização e programas de fideli-
REVISTA 21 31
32. dade, que oferecem descontos, ses, lá em 1985, quando montou
passeios e ações sociais. a primeira loja em Florianópolis
A executiva da Nissei aponta – mas a vinda para Joinville só
que 2012 foi um ano movimenta- ocorreu em 2008. Hoje, é conside-
do para o mercado de farmácias, rada a maior rede do Sul do país,
com fusões, aquisições e expan- com 290 lojas espalhadas pelo
são de marcas. “As redes cresce- Rio Grande do Sul, Santa Catarina
ram em média 17%, conquistando e Paraná. Entre os diferenciais, os
novos mercados, e as farmácias produtos com marca própria, que
independentes, que focaram no chegam a 500 itens, agrupados
relacionamento, também estão em 15 submarcas, com mais de
DIVULGAÇÃO apresentando bons resultados”, oito milhões de unidades vendi-
analisa. Para ela, em Santa Cata- das ao ano. A rede mantém cinco
rina, a principal oportunidade está lojas em Joinville e o mapa da ex-
em mudar o hábito de consumo, pansão envolve Curitiba, onde até
estimulando a venda de itens de o final deste ano terão sido insta-
higiene e beleza. ladas 30 filiais. Além de informa-
Produtos de marca própria Nesse embalo, a Panvel resol- ções sobre PIB local e quantidade
da Panvel: cresce a veu ultrapassar as fronteiras do de habitantes, a Panvel se vale
presença de itens Rio Grande do Sul, onde nasceu, de pesquisa em relação ao con-
de higiene e beleza para disputar espaço com as re- sumo de medicamentos, já que
em farmácias des regionais em terras catarinen- essa vertente representa 70% das
32
33. DIVULGAÇÃO
Gasto com medicamentos é o
principal item na lista de despesas
familiares com saúde, e redes
vão aonde o consumidor está
vendas do grupo. Está aí um dos
motivos para Florianópolis contar
com mais endereços do que Join
ville, mesmo tendo PIB inferior.
Já a Droga Raia estreou na
cidade em 2011, ano em que se
uniu à Drogasil, formando a Raia
Drogasil, maior rede de farmácias
do país, dona de 10,9% do merca-
do. Duas unidades foram instala-
das na região central, uma na rua
Otto Boehm e outra na Max Colin.
Criada em Araraquara, São Paulo,
a rede entrou em Santa Catarina
por Joinville e Balneário Cambo-
riú. Hoje, também está em Blume-
nau e Brusque. Para enfrentar a
concorrência, aposta em uma es-
tratégia agressiva e conta com a
estruturação das lojas em pontos
centrais, onde há grande fluxo de
consumidores, e sucessivas pro-
moções, com descontos em me-
dicamentos tarjados e genéricos.
REVISTA 21 33
34. SOCIAL
PROJETOS E INICIATIVAS PARA ESTÍMULO À CIDADANIA
DIVULGAÇÃO
Punir, vigiar,
resgatar
Em Joinville, 17 empresas
mantêm atividades algo pouco refletido pela sociedade.
Ainda que a privação da liberdade
laborais nas unidades de seja percebida pela maioria como a
punição exemplar – que deveria vir
segurança. Veja quais embebida por um sistema repressi-
vo violador de direitos –, o dado po-
são e confira visões sitivo é que a visão parece evoluir.
“Joinville está vivendo um momento
sobre o modelo atípico, dando um salto ético”, reve-
lou João Marcos Buch, juiz de direi-
to da Vara de Execuções Penais de
“Hoje, o preso está contido. Ama- Joinville, no 5º Seminário de Gestão
nhã, ele estará contigo.” O profes- Prisional, Segurança Pública e Cida-
sor Alvino de Sá, autoridade em dania, realizado em agosto de 2012.
criminologia, faz questão de disse- Segundo ele, o próprio contato com
minar a frase por onde passa. No a população tem demonstrado essa
entanto, a possibilidade de retorno transformação na opinião pública. Trabalho é fundamental para a
desse indivíduo, que rompeu com o “O preso jamais perderá sua condi- recuperação social dos apenados
contrato social e em breve voltará a ção humana, é filho de nossa socie- e auxilia os participantes a tomar
usufruir do convívio além muros, é dade”, frisou o juiz. consciência de seu próprio valor
34
35. E é pensando nessa projeção de HÁ VAGAS melhorar com a abertura de novas
retorno, a partir do cumprimento da Relação entre vagas disponíveis, frentes e a oferta de cursos profis-
Lei de Execuções Penais (LEP), que população carcerária e apenados que sionalizantes, sobre os quais já esta-
trabalham para as empresas (nov/12)
unidades de segurança e empresas mos em contato com órgãos públi-
têm se unido para implantar siste- VAGAS cos”, afirma Jonathan Rocha Vieira,
mas de trabalho conduzidos pelos APENADOS responsável pelo setor. Ele explica
apenados. Em Joinville, 17 empre- APENADOS OCUPADOS que o convênio é firmado entre as
sas mantêm linhas de produção empresas e o Estado, por intermé-
dentro das duas unidades localiza- 1.090 dio da penitenciária. “Pelo trabalho,
das na zona sul da cidade: o Presí- o ser humano toma consciência de
dio Regional e a Penitenciá ia Indus-
r si e de seu valor”, reflete.
trial. No presídio, fundado em 1988, Para uma política de ressocia-
são quatro empresas atuantes e a 667
lização eficiente, defende-se a
experiência é mais recente. A Inte- 492 534 aliança do Judiciário, empresas
rativa Comércio de Reciclados ins- e comunidade. “Vemos o traba-
talou em maio de 2011 um galpão lho do preso como possibilidade
para separação, seleção e limpeza de reintegração ao convívio so-
de peças plásticas. Em setembro cial sem que haja discriminação,
do mesmo ano, a então Companhia buscando a redução da violência,
de Desenvolvimento e Urbanização PRESÍDIO PENITENCIÁRIA principalmente nos casos de rein-
de Joinville (Conurb), hoje Ittran, FONTE: IPEN cidência”, declara Cristiano Teixei-
e a Hard Comércio de Fixadores e ra da Silva, diretor do presídio. Ele
Resinas iniciaram as atividades. A acredita que, além de gerar mão
primeira, oportunizando trabalho de obra produtiva, em contrapo-
externo em áreas públicas na esfera De acordo com o setor laboral sição ao “peso” que simbolizam
da construção civil (calçadas, meios do presídio, 69 reeducandos estão para a sociedade, o trabalho vai de
fios, jardinagem e outros serviços), e envolvidos nas atividades remune- encontro à ociosidade, que pode
a segunda, na montagem de peque- radas, com avaliação prévia de pro- gerar ideias de fugas, suicídios e
nas peças de parafusos. Neste ano, fissionais das áreas jurídica, de se- a prática de novos crimes. “Pode-
a Nutribem Soluções em Alimenta- gurança e psicologia, tendo como mos melhorar com mais empresas
ção, já presente na penitenciáia in-
r prioridade os que já passaram para parceiras, pois temos um número
dustrial, firmou parceria com o pre- o regime semiaberto. “O sistema pequeno de presos remunerados
sídio, na organização e distribuição não atende a todos, mas a expe- em uma população carcerária de
das refeições na unidade. riência tem dado certo, podendo quase mil pessoas”, sublinha.
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36. JOÃO DE OLIVEIRA
Richard, diretor da Penitenciária Industrial, fala em queda da reincidência de quem trabalha
EMPRESAS QUE ATUAM NA
PENITENCIÁRIA INDUSTRIAL “Estamos dando uma oportunidade
JUCEMAR CESCONETTO
Eram 520 apenados em outubro/2012
de reintegração aos apenados”
Vizinha do presídio, a Penitenciá- na infraestrutura da penitenciária.
ria Industrial Jucemar Cesconetto, Hoje, as linhas ali existentes fabri-
inaugurada em 2005, mantém con- cam 60 itens que representam uma
vênio com 17 empresas (Ittran e produção de cerca de 30 mil peças/
312 trabalhavam para as 17 empresas que
atuavam na penitenciária naquele mês Nutribem estão presentes nas duas mês. “O serviço prestado atende os
unidades). Em outubro, o registro padrões de fornecimento exigidos
Ciser 76 era de 312 reeducandos atuando pela Schulz aos seus fornecedores,
Tigre 40 nos “canteiros de trabalho” em li- e temos a expectativa de ampliar a
Nutribem 30 nhas de produção para grandes em- utilização deste serviço, por enten-
Microjuntas 21 presas (veja a lista ao lado). Schulz dermos que o objetivo está sendo
Tenerac 21 e Nutribem foram as primeiras a atendido plenamente”, garante Viei-
Ittran 20 firmar convênio, desde o segundo ra. “Estamos reeducando, ou seja,
Nycolplast 17 ano de funcionamento da unidade, dando uma oportunidade para os
Montesinos 16 que se mantém via parceria público- apenados terem a condição de re-
Artefatos Gabriel 14 -privada com a terceirizada Monte- tornar ao convívio social com uma
Sintex 12 sinos. profissão.”
First line 9 O gerente de logística da Schulz, Richard Harrison Chagas dos
Ribeiro 9 Sandro Barcelos Vieira, respon- Santos, diretor do complexo desde
Artbor 8 sável pelo projeto, informa que a 2007 e antes responsável pelo setor
Plasnor 5 experiênia começou em 2006 e
c laboral, destaca a importância da in-
Schulz 5 destaca que o principal objetivo é teração da comunidade empresarial
SDN 5 socioeconômico: ressocializar os com os apenados. “Temos barreiras
Maycon 4 detentos e auxiliar nas melhorias e e paradigmas a ser quebrados pe-
36
37. rante a população carcerária e altos “Nenhum programa discurso sobre a manutenção de
índices de reincidência em nosso um modelo de privação de liberda-
país. O apenado precisa ter o enten- destinado a enfrentar os de que atravessa os séculos sem
dimento de que a comunidade fun- problemas referentes ao grandes transformações e sobre
ciona através do trabalho”, lembra, os direitos e deveres daqueles que
destacando o papel da Acij neste delito, ao delinquente habitam o sistema carcerário. Na vi-
processo, ao “abrir portas” das em- e à pena se completaria são da convergência em força bruta
presas para a proposta. Reflexo do para o trabalho, despontam ques-
resultado positivo das parcerias é o sem o indispensável tões sobre a economia das empre-
registro de reincidência: 12% con- e contínuo apoio sas com os custos de mão de obra,
tra uma média nacional de 70%. “As os benefícios com a minimização da
pessoas que aqui estão não vieram comunitário” ocorrência de faltas e a carência de
de outro planeta, são indiví uos da
d Exposição de Motivos, maiores qualificações na natureza
comunidade e vão sair muito antes item 24 de LEP dos trabalhos. De outro lado, enfa-
do prazo determinado pela justiça, tiza-se o indubitável fator positivo
então buscamos fazer o melhor”, da possibilidade de os reeducan-
complementa. Tanto no presídio Também estamos iniciano traba-
d dos auxiliarem a família, custearem
quanto na penitenciária, os serviços lhos com estagiários, em parceria fração de suas próprias despesas
remunerados garantem ao apenado com o Bom Jesus/Ielusc, para ava- no sistema prisional e assumirem
um salário mínimo, com 25% do liação nutricional e educação nutri- responsabilidades, contornando a
total destinado ao Fundo Rotativo cional dos colaboradores e custo- direção do ócio com uma dinâmica
Penitenciário, aplicado em melho- diados”, revela. disciplinar. Será esta uma iniciativa
rias na estrutura de cada unidade, e Análises distintas permeiam o que pode trazer para a sociedade
o restante depositado na conta do
reeducando, podendo beneficiar os
familiares. O trabalho permite a re-
missão de um dia da pena a cada
três dias de atividade.
A equipe técnica da Nutribem,
formada por nutricionistas e cozi-
nheiros, lidera um grupo operacio-
nal de cerca de 40 custodiados, que
participam do processo de elabora-
ção e distribuição de alimentação
destinada às duas unidades. “Eles
são treinados e orientados constan-
temente sobre higienização e ma-
nipulação de alimentos conforme
as normas da Vigilância Sanitária”,
explica Séfora Kniphoff, supervi-
sora de atendimento da empresa.
Segundo ela, a Nutribem tem um
projeto de parceria com a Vigilância
Sanitária do município, para promo-
ção de treinamentos e obtenção de
Diploma de Manipulador de Alimen-
tos, com o objetivo de qualificar o
custodiado a trabalhar na área de
alimentação, após a conclusão da
pena. “Temos nos empenhado para
manter uma equipe comprometida
e um ambiente mais humanizado.
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