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XX
VISÃO ACIJ
                                          A PALAVRA DA ENTIDADE




Revista 21
                                          Sucesso ao prefeito Udo.
Publicação bimestral da Associação
Empresarial de Joinville (Acij)           E que venha 2013
Conselho editorial
ANDRÉ DAHER
                                          A eleição de Udo Döhler para a prefeitura de Joinville é um
ADVOGADO                                  sinal positivo da credibilidade pública alcançada por esse líder
(PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS)
                                          empresarial que presidiu a Acij por cinco oportunidades. De-
DINORÁ NASS ALLAGE                        monstra, por outro lado, a aprovação, pela maioria dos cida-
CAJADINA
(VICE-PRESIDENTE)
                                          dãos, de uma plataforma focada na competência da gestão – e
                                          que promete reproduzir no governo municipal experiências de
DIOGO HARON
ACIJ
                                          sucesso já adotadas na iniciativa privada. A Acij deseja sucesso
(DIRETOR EXECUTIVO)                       ao novo prefeito e reafirma a expectativa de que Udo Döhler
MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVES
                                          se mostre sensível às temáticas apresentadas em documento
LEPPER                                    assinado pela entidade com as prioridades do empresariado
(VICE-PRESIDENTE DA ACIJ)
                                          para o futuro governo. Entrevista exclusiva com o prefeito eleito
SANDRA TRAPP                              abre esta última edição de 2012 da Revista 21, a partir da página
SOCIESC
(PRESIDENTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS
                                          4. Um final de ano repleto de felicidade, e um 2013 que não
DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL)                 economize em boas notícias, é o desejo da entidade.
SIMONE GEHRKE
EDM LOGOS
(ASSOCIADA)
                                          TAMBÉM NESTA EDIÇÃO
Jornalista responsável
JÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS)
                                          BRIEFING
Produção                                  	 16	 Novidades sobre a mesa
MERCADO DE COMUNICAÇÃO
                                          	
Editor                                    CONJUNTURA
GUILHERME DIEFENTHAELER
(REG. PROF. 6207/RS)
                                          	 20	 O que esperar de 2013
Reportagem
FERNANDA LANGE
                                          PERFORMANCE
LETÍCIA CAROLINE                          	 30	 Farmácias por todo o lado
ANA RIBAS DIEFENTHAELER
THIAGO SECO
LAÍS MEZZARI                              SOCIAL
Diagramação, ilustrações e infográficos
                                          	 34	 O trabalho atrás das grades
FÁBIO ABREU

Fotografia
                                          ENTRE NÓS
PENINHA MACHADO, BANCO DE IMAGENS         	 40 	 Excelência da Acij é premiada
E ASSESSORIAS DE IMPRENSA

Impressão                                 DOS NÚCLEOS
IMPRESSORA MAYER
                                          	 46 	 A ação do setor de serviços
Tiragem
4 MIL EXEMPLARES
                                          PONTO E CONTRAPONTO
Contato                                   	 50 	 Clima organizacional & gestão
REVISTA21@MERCADODECOMUNICACAO.COM.BR

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CÉSAR BUENO
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                                          	 53 	 Tudo pela adrenalina
Endereço para correspondência
AV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550
                                          3 PERGUNTAS
SAGUAÇU, JOINVILLE/SC                     	 58 	 Como administrar conflitos


REVISTA     21                                                                                            3
ABRE ASPAS
UMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER




                                                                                 PENINHA MACHADO




“Vamos dar um
   salto qualitativo”
                        Prefeito eleito, Udo Döhler estima que a economia de Joinville
                        vai triplicar em 30 anos, promete desburocratizar o setor público,
                        otimizar a arrecadação de impostos e combater a desigualdade social

4
Quarto empresário a tomar o caminho do Poder Executivo                               não têm acesso ao crédito, a quase
em Joinville desde a década de 1960, Udo Döhler entra para                           nada. É por aí que vamos começar
a galeria de Baltasar Buschle, Helmuth Falgatter e Wittich                           a trabalhar: regularizar essas áreas
Freitag, a partir de 1º de janeiro, com a expectativa de pro-                        para que as pessoas se insiram na
var que a competência na gestão privada também pode ser                              comunidade. Já tivemos situações
aplicada na arena pública.                                                           parecidas no passado, no Jardim
    Ex-presidente da Acij, à frente da tradicional indústria                         Paraíso, no Ulysses Guimarães,
têxtil que leva seu sobrenome, atuando há 40 anos como                               mas aquelas áreas foram urbaniza-
voluntário no comando do Hospital Helena, Udo venceu as                              das. E a demanda quintuplicou. Por
eleições no dia de seu 70º aniversário contrariando as pes-                          tudo isso, decidimos que vamos
quisas e prometendo transparência absoluta no exercício do                           governar dos bairros para o Centro,
cargo. Combate à burocracia que emperra a eficiência do                              com a população, ouvindo as pes-
serviço público e, ao mesmo tempo, valorização do funciona-                          soas. Ficaremos o menor tempo
lismo são metas que integram a plataforma de governo. Mas                            possível no gabinete.
a prioridade absoluta, segundo o prefeito eleito, é a saúde.
    Nesta entrevista à Revista 21, ele reafirma o compromisso
com medidas que racionalizem a pesada estrutura adminis-                             Em que medida seu perfil de gestor e sua
trativa do município, como o enxugamento das secretarias                             trajetória empresarial contribuíram para
regionais, que serão transformadas em subprefeituras. Prevê                          a eleição?
um forte incremento da economia local, em conjunto com                               Trabalho desde os 14 anos e
as cidades vizinhas, defendendo um redesenho da região                               aprendi que não se constrói um
que tem Joinville como epicentro. O prefeito eleito também                           empreen­ imento sem a partici-
                                                                                                 d
critica a demora na aprovação da nova Lei de Ordenamento                             pação dos funcionários. Aprendi
Territorial (LOT), emperrada por demandas judiciais: “Por                            isso primeiramente na Döhler, hoje
conta disso, Joinville está parada”.                                                 com 3 mil colaboradores e que,
                                                                                     neste ano, vai crescer 5%, sempre
                                                                                     por conta do comprometimento
                                                                                     do seu quadro de funcionários.
                                                                                     No município, não é diferente.
                                                                                     Vamos conversar com o servidor
A que o sr. atribui a vitória? Algumas aná-   em uma posição discreta nas pes-       para conhecer seus anseios, para
lises indicavam que havia a expectativa       quisas, na quarta posição. À medida    oportunizar que ele construa a for-
do joinvilense de ter, novamente, um pre-     que a nossa proposta foi sendo         mação que é necessária, e oferecer
feito com perfil de gestor. O sr. concorda?   apresentada ao eleitor, passamos       um melhor ambiente de trabalho,
Apresentei minha candidatura con-             a crescer, e, contrariando as previ-   adequadamente instrumentalizado
siderando que tinha experiência e             sões, tivemos uma posição bastante     e motivador. Vamos reconhecer o
maturidade suficientes para assumir           confortável em termos de votos. No     seu empenho, fazer com que ele
esse compromisso. Durante oito                segundo turno, novamente, as pes-      seja o mais atraído possível pela
meses, um grupo de 32 pessoas tra-            quisas sinalizavam que era pouco       atividade. Desse modo, o servidor
balhou na elaboração do Plano 15,             provável que viéssemos a vencer        não se acomodará. E o reconhe-
com nossa plataforma de governo.              as eleições, sempre mostrando em       cimento, naturalmente, bate na
Iniciei a campanha justamente com             uma escala decrescente. Enfim,         remuneração do servidor.
o viés de que não tinha aspiração             atribuo esse voto de confiança do
política e queria apenas ajudar Join-         eleitor à consistência da nossa pro-
ville a se transformar em uma cidade          posta de governo, que busca tornar     Como o sr. vê a distinção entre o gestor
melhor. Realizamos em torno de                a cidade de Joinville uma cidade       e o político? Isso causou impacto na
600 reuniões nos bairros, ouvindo             mais igual. Hoje, temos duas cida-     campanha?
as pessoas. Colecionamos cente-               des: uma no Centro e outra nos         Infelizmente, a classe política está
nas de sugestões, que acabaram                bairros. Há, em Joinville, cerca de    muito desgastada. Houve algum
integrando o plano de governo. No             dez assentamentos irregulares. Dez     avanço nos últimos tempos, por
primeiro turno, meu nome aparecia             mil pessoas que não têm endereço,      exemplo, com o julgamento do


REVISTA   21                                                                                                               5
mensalão, e isso vai contribuir para
a valorização do serviço público.
Devo dizer que é um compromis-
so nosso cuidar para que não se
percam recursos públicos, garantir
a transparência. Criar um portal
absolutamente transparente. Cada
cidadão precisa ter a oportunidade
de dizer “olha, aqui houve um des-
vio de recursos”. Não basta que a
informação esteja disponível: ela
tem que ser visível para o cidadão.
É preciso reconectar os valores
éticos e morais da classe política.
As primeiras sinalizações já come-
çam a surgir, com estes acertos
nas decisões do Judiciário, mas,
sobretudo, porque o jovem começa
a participar da atividade política,
por exemplo, por meio das redes                                                                          PENINHA MACHADO
sociais. É um processo irreversível.
Nas próximas eleições, teremos                                                    educação, trânsito e segurança.
uma participação ainda maior do
                                             “Não basta que a                     Além dessas, existem ações vol-
jovem. Isso fará com que a velha             informação esteja                    tadas à gestão, valorização do ser-
raposa política mude de conduta.                                                  vidor, segurança, meio ambiente,
                                             disponível, ela tem                  turismo, entre outras áreas. Mas co-
                                             que ser visível para                 meçaremos mesmo pela saúde. É a
Afinal, há diferenças entre gestão pública                                        necessidade mais premente. Vamos
e privada?
                                             o cidadão. É preciso                 melhorar as instalações do Hospital
Gestão é gestão, pública ou pri-             reconectar os                        São José, promover uma interface
vada. Existem dificuldades de um                                                  com os hospitais do Estado – já
lado e de outro. A complexidade da
                                             valores éticos”                      com sinal verde do governador –,
gestão pública tem especificidades                                                melhorar os postos de saúde, fazer
em relação à do setor privado. E o                                                com que ali não falte o profissional
risco na atividade privada é maior                                                médico e o remédio, o que também
que na pública. Existem limitado-            Vamos fazer com que o servidor       vale para os PAs.
res, regras complexas, detalhadas.           público possa ser reconhecido pela
Temos que desburocratizar o servi-           população, que possa dizer com
ço público, melhorar os processos            orgulho que trabalha como servidor   Outra forte demanda da população diz
licitatórios, para buscar ganhos de          em Joinville. Não há como execu-     respeito à segurança pública. O que pode
escala na execução. Mas a gestão,            tar nossas metas de governo sem      ser feito pelo município nessa área?
como um todo, é uma só.                      o comprometimento do servidor.       A segurança pública é função de
                                             Vamos aproveitar a prata da casa,    Estado. Mas o município pode e
                                             como fiz ao longo de toda minha      deve ajudar. Vamos instalar câme-
Falta eficiência no serviço público?         vida no setor privado.               ras nos bairros, melhorar a ilumi-
Sim, mas não é por causa do ser-                                                  nação. Fazendo isso, vamos ficar
vidor. O servidor está engessado.                                                 de olho no traficante e no bandido.
Não tem um bom ambiente de                   Quais serão as prioridades do seu    A droga é um problema grave em
trabalho, está diante de um proces-          governo?                             Joinville. Precisamos fazer com
so altamente burocratizado, e fica           O Plano 15 se divide em 15 áreas.    que as nossas crianças possam
a imagem de que é acomodado.                 Quatro serão priorizadas: saúde,     ficar mais protegidas, combater a


6
REVISTA   21   7
droga. Hoje, a Polícia Militar con-
some 85% do tempo cuidando das
pequenas contravenções e apenas
15% no combate ao crime. Tem
que ser o inverso. Vamos criar a
guarda municipal, que vai cuidar
do trânsito e do patrimônio do
município, além de auxiliar a PM
para as pequenas contravenções.
Devemos fazer com que a popula-
ção também participe. No passa-
do, existia o chamado inspetor de
quarteirão. Se cada um cuidar do
seu quintal e do quintal do vizinho,
vamos melhorar.


Que avaliação o sr. faz das reivindi-
cações apresentadas pela Acij, em
documento encaminhado pouco antes
do segundo turno?
A Acij apresentou suas sugestões,                                                Há muito a fazer nesta questão?
como também várias outras entida-
                                        “Joinville está                          Sim, o município está altamente bu-
des. Elas foram tabuladas e vamos       parada por falta                         rocratizado, a gente não localiza as
incorporá-las dentro do que achar-                                               informações. Para comprovar, basta
mos positivo. Cada segmento social
                                        de ordenamento                           entrar no site da prefeitura. As infor-
enxerga prioridades de uma forma.       territorial. Sem isso,                   mações até estão ali, mas a pessoa
As contribuições são importantes.                                                não encontra o que precisa. Quantos
Vamos examiná-las positivamente.
                                        é pouco provável que                     veículos existem na prefeitura? Difícil
                                        uma grande empresa                       achar essa informação. Tem que
                                                                                 ser mais transparente. Temos que
A prefeitura voltará a funcionar em
                                        venha para cá”                           registrar qual o veículo, qual o ano de
perío­do integral?                                                               fabricação, quanto andou etc.
Turno único ou integral, mais co-
missionados, menos comissiona-
dos – não faremos qualquer modi-        preciso ir várias vezes à prefeitura,    De que modo a questão da ineficiência
ficação nessas situações sem ouvir      vai e volta, vai e volta, como bolinha   pública prejudica a vida do empresário?
o servidor público. Pronunciar-se a     de pingue-pongue. Vamos aperfei-         Sem dúvida que atrapalha. Se al-
distância é uma coisa. É preciso        çoar o sistema de informatização,        guém quiser um licenciamento am-
saber o que ocorre ali dentro.          para que o cidadão possa buscar a        biental em Joinville, leva semanas,
                                        solução ali na subprefeitura, perto      meses, até um ano. Se for para
                                        de onde mora, ou, se possível, de        qualquer município vizinho, resolve
As secretarias regionais serão enxu-    casa mesmo, no computador. Hoje,         em uma semana. Hoje, não temos
gadas?                                  o maior imposto deste país, que é o      ainda a lei de ordenamento territorial
Vamos transformar as secretarias        imposto de renda, é feito sem sair       aprovada pela Câmara. Isso é um
regionais em subprefeituras, porque     de casa. Não se concebe que um           trauma. Se alguém quiser instalar
as regionais não estão tendo um         simples pedido de licenciamento,         uma fábrica, como ocorreu com a
bom desempenho. O que se quer é         um simples pedido de informação,         BMW, em Araquari, teria que man-
deixar o governo mais próximo das       obrigue o cidadão a preencher for-       dar um projeto para o Legislativo,
pessoas. Hoje, para conseguir um        mulários complexos e ir à prefeitura,    para transformar uma área que não
simples licenciamento ambiental, é      se poderia fazer isso de casa.           tem definição e acomodar aque-


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PRIORIDADES
                                                                                     DO NOVO PREFEITO
                                                                                     Gestão Joinville merece uma gestão
                                                                                     planejada e crescimento organizado.

                                                                                     Saúde Melhoria contínua da rede
                                                                                     ambulatorial e hospitalar.

                                                                                     Educação Ampliação da rede escolar,
                                                                                     melhoria das escolas existentes e
                                                                                     valorização do professor.

                                                                                     Mobilidade urbana O caos da
                                                                                     mobilidade será combatido com
                                                                                     investimentos como um amplo
                                                                                     programa de recuperação asfáltica.

                                                                                     Servidor Sistema de meritocracia,
                                                                                     promoção de qualificação e
                                                                                     valorização permanentes.

                                                                                     Alagamentos Aprofundar e
                                                                                     regularizar a calha do Rio Cachoeira,
                                                                  PENINHA MACHADO
                                                                                     com barragens hidráulicas e o retorno
                                                                                     da navegabilidade.

le empreendimento. Ninguém se                                                        Segurança Integrar a segurança em
sujeita a isso. Joinville está parada    “É um momento                               todas as suas esferas, promovendo a
                                                                                     cooperação entre os órgãos públicos
por falta de ordenamento territorial.    bom para a região                           e privados.
Enquanto os vereadores não delibe-
rarem sobre a matéria, estaremos         metropolitana. Não                          Meio Ambiente Despoluição gradativa
aguardando para que a cidade volte       podemos enxergar                            do Cachoeira, Plano Municipal de
                                                                                     Gerenciamento de Resíduos Sólidos.
a crescer. Porque a cidade parou.
Isso é um desserviço. Estamos sen-       a cidade apenas
                                                                                     Cultura A grande prioridade é
sibilizando os vereadores para que       dentro dos limites                          recuperar os endereços culturais.
façam a votação da lei neste ano ain-
da ou no começo do ano que vem.          do município”                               Habitação Ênfase à família e à
                                                                                     moradia digna.

                                                                                     Assistência Social Apoio e
O que o empresário pode esperar de seu                                               capacitação permanente às
governo na questão tributária?           Vamos examinar bem plantas de               organizações de assistência social.
A prefeitura não vai aumentar im-        valores dos imóveis, atualizar os
                                                                                     Desenvolvimento Econômico
posto. Apenas recolher de forma          cadastros. Existem registros que não
                                                                                     Simplificar e desburocratizar a
adequada. A arrecadação pode ser         são regulares, o que implica evasão         abertura de novos negócios.
otimizada com os tributos que aí es-     fiscal. Vamos consertar isso, trazen-
tão. Não é possível que apenas parte     do benefícios para a população.             Esporte Atenção ao desporto
da população pague seus impostos                                                     educacional, comunitário, de
                                                                                     rendimento, da terceira idade, e
e outra parte, não. Na hora que todos
                                                                                     qualificação dos equipamentos
pagarem, acabarão pagando menos.         O que é possível fazer para que Joinville   esportivos.
Vamos ter o cuidado de fazer justiça     continue sendo um local atrativo para
fiscal, para que não se penalize uma     novos empreendimentos empresariais?         Turismo Joinville deve voltar a ser o
parte importante da população.           Primeiro, dar segurança jurídica.           principal polo de turismo de eventos
                                                                                     em Santa Catarina.
                                         Sem uma lei de ordenamento ter-
                                         ritorial, é pouco provável que uma          Agricultura Incentivar e propor
Haverá revisão de alíquotas ou alguma    grande empresa venha para Joinville.        formas de mostrar a riqueza produzida
mudança no regime do IPTU?               Vamos trabalhar fortemente para             pela Joinville agrícola.



REVISTA   21                                                                                                               9
resolver essa questão e, ao mesmo
tempo, oferecer estímulos para que
novas empresas se instalem aqui.


Que tipo de estímulos?
Hoje, há estímulos que não são
muito percebidos. Se olharmos a
questão da infraestrutura, temos
energia elétrica para os próximos 30
anos, uma densidade portuária boa,
aeroporto em vias de ser ampliado
e ILS instalado, o que soluciona a
situação para os próximos 20 anos,
suprimento de água assegurado. No
momento em que se possa dizer
que o investidor não terá problema
de energia elétrica, disporá de uma
base educacional bem instalada e
com condições de acompanhar o
crescimento da cidade, ele vai perce-
ber isso como um estímulo. O muni-
cípio estará dando sua contribuição
e isso vai ensejar que não se gere
problemas lá adiante. Na questão da
mobilidade urbana, vamos resolver
os problemas do trânsito. Não adian-
                                            “A primeira ação                           de quatro instituições universitárias,
                                                                                       ocupe seu espaço, e para que se
ta dar vantagem fiscal numa ponta e         será na área da                            consolide o parque de inovação
não oferecer segurança em energia
elétrica na outra.
                                            saúde. Em seguida,                         junto à UFSC. Poderemos instalar ali
                                                                                       condomínios industriais amigáveis
                                            vamos conhecer o                           com o meio ambiente. Com a inova-

Qual é o papel do prefeito, pessoalmente,
                                            chão da prefeitura.                        ção, lá na frente, vamos dar um salto
                                                                                       dialético na manufatura. O que se
neste processo?                             Saber o que cada                           pode antever? É um momento bom
De facilitador. Por isso, estará, dentro
do possível, estimulando a vinda
                                            um faz, quais suas                         para Joinville, mas também para a
                                                                                       região metropolitana. Não podemos
de investimentos para cá. Só neste          ansiedades.”                               enxergar a cidade apenas dentro dos
momento de transição, quatro em-                                                       limites do município. Temos que
presas me procuraram querendo se                                                       consolidar nossa região metropolita-
instalar em Joinville. As empresas                                                     na, mudar sua geografia. Ela vai até
estão procurando Joinville porque           anos, mas 30 anos. Joinville vai tripli-   Rio Negrinho, que fica ali no Planalto,
sabem que temos essa infraestrutu-          car sua economia em três décadas.          não tem nada a ver conosco. Temos
ra toda. Mas temos que dar garantia         Já daqui a dez anos, vamos agregar         que redesenhar essa distribuição.
jurídica, também.                           à nossa matriz metalmecânica, com          Desejo conversar com os prefeitos
                                            essa ênfase em linha branca, quími-        vizinhos para fazer a região funcio-
                                            ca, automotiva, um novo leque de           nar. Redesenhada, é a região que
É possível pensar longe na gestão           oportunidades na área da saúde, dos        mais crescerá até 2025 no Brasil,
pública, para que não se mire apenas        fármacos, da nova tecnologia, da           conforme detectou estudo feito
em projetos voltados a quatro anos de       economia verde. Vamos dar um salto         pelo Instituto Mackenzie. E Joinville
realização?                                 qualitativo. Atuaremos como facilita-      será o núcleo dessa região. Vamos
Não enxergamos apenas quatro                dores para que o Inovapark, projeto        triplicar a economia e a população


10
O MAPA DA VITÓRIA
                                            Como Udo Döhler venceu as eleições para a prefeitura de Joinville, com 161.858
                                            votos contra 134.295 do seu adversário no segundo turno, Kennedy Nunes

                                            A DIFERENÇA DE VOTOS POR SEÇÃO ELEITORAL
                                            Os mapas abaixo mostram os desempenhos de Udo e Kennedy em cada uma das
                                            102 seções eleitorais da cidade. Cada círculo representa uma seção e o tamanho
                                            indica a diferença de votos entre os dois candidatos.

                                              VANTAGEM DE UDO        VANTAGEM DE KENNEDY            EMPATE


                                                         1º turno                                          2º turno
                                                         A cidade se divide. Udo se                        Udo amplia vantagem no
                                                         concentra na região central,                      centro, diminui a força de
                                                         enquanto Kennedy domina                           Kennedy nos bairros da
                                                         a periferia                                       periferia e leva a eleição




                         PENINHA MACHADO




só crescerá 60%. Vamos agregar um
valor excepcional que vai beneficiar a
população. A cidade está crescendo,
mas de forma desigual. Temos um
                                                                                               2.000
pedaço da população bem acomo-                                                       500       1.000
dado e rico, outro mal acomodado                                                     100

e pobre. Seria um desastre chegar
daqui a 30 anos com a mesma desi-
gualdade. Triplicando a economia, a
                                            TRANSFERÊNCIA DOS VOTOS NO 2º TURNO
população crescendo 60%, se essa
desigualdade persistir, será resulta-       Foram 116.107 votos em Camasão, Carlito e Tebaldi no primeiro turno
do da má aplicação dos recursos. Se         38.131 nas seções com                                      77.976 nas seções com vitória
aplicarmos bem o recurso, a cidade          vitória de Udo no 1º turno                                       de Kennedy no 1º turno
começará a ficar mais igual.

                                            75,8%                                                                              61,3%
O sr. fala em incremento industrial. Isso   desses votos foram                                                    desses votos foram
reverte tendência de crescimento do         para Udo no 2º turno                                                 para Udo no 2º turno
setor de serviços? 	
Há três décadas, anunciava-se que
                                            A EVOLUÇÃO DOS VOTOS DO 1º PARA O 2º TURNO
havia se esgotado o crescimento
                                            1º TURNO                 2º TURNO
industrial. Isso mudou nos últimos
15 anos. O setor manufatureiro                           0                      50
                                                                                           85.817
                                                                                                     100                        150
                                                                                                                                      161.858
                                                   Udo
cresceu junto com os serviços. Isso                                                                    100.058        134.295
é saudável. Até porque não sobrevi-           Kennedy
vemos sem a manufatura.                                                                                                     FONTE: TRE/SC




REVISTA   21                                                                                                                                11
JACKSON ZANCO E PENINHA MACHADO
No seu governo, qual será o papel de
entidades como a Acij?	
A Acij vem dando contribuições
importantes para a cidade. Atuou
fortemente como facilitadora em
questões como energia elétrica,
ae­o­ orto, ensino superior e Cor-
   r p
po de Bombeiros. Sempre esteve
à frente das grandes demandas de
Joinville. O mesmo acontece com
Ajorpeme, CDL, Acomac. O gover-
no terá uma sinergia forte com as
entidades de classe, empresariais,
assistenciais, Ajos, Apae, todas as
instituições sociais que aí estão.
Isso passa pelos clubes de serviço,
clubes sociais, associações de mo-
radores, igreja. A igreja realiza um
trabalho que, se fosse feito pela
prefeitura, poderia ter custo de até
dez vezes mais, porque incorpora
o voluntariado. Vamos estimular a         Durante a campanha, visitando o loteamento Juquiá e o
participação voluntária.                  Hospital Dona Helena. Com o vice-presidente da República
                                          Michel Temer: promessa de portas abertas no governo federal

E quanto ao Conselho de Desenvolvimen-
to de Joinville (Desenville)?	            Pelas causas sociais
Vamos redesenhar o Desenville,
terá uma participação mais ampla,         O prefeito eleito de Joinville, Udo Döhler, é um dos mais reconheci-
porque o aconselhamento é essen-          dos líderes empresariais de Santa Catarina, tendo presidido a Acij por
cial. Vamos estudar como formalizar       cinco mandatos. Sua trajetória sempre esteve ligada a causas de im-
isso. A comunidade será ouvida.           pacto na comunidade, como a Associação Beneficente Evangélica de
                                          Joinville, mantenedora do Hospital Dona Helena, onde trabalha des-
                                          de a década de 1960. É ele o responsável pelas mudanças que vêm
O que o sr. fará no primeiro dia como     apontando novos rumos à instituição e que pretendem dar ao Dona
prefeito?	                                Helena um novo perfil: um hospital de ponta, que desafia e promove
A primeira ação será na área da saú-      a qualidade e a pesquisa em medicina, em toda a região Sul do país.
de. Em seguida, vamos conhecer o              O empresário participou ativamente de gestões políticas que re-
chão da prefeitura. Conversar com         sultaram em conquistas importantes para Joinville, como o campus
os funcionários, saber o que cada         da UFSC, a ampliação e equipamento de ILS para o aeroporto Lauro
um faz, quais suas ansiedades. É          Carneiro de Loyola, além da construção da subestação de energia que
com o servidor público que vamos          abastece o Distrito Industrial, entre outros benefícios. Em função des-
administrar a cidade.                     se perfil, foi homenageado com o título de Cidadão Benemérito de
                                          Joinville, em 2006.
                                              Afável e descontraído em seu círculo mais íntimo, preserva mar-
Que balanço o sr. espera que a imprensa   cante presença no espaço familiar, dedicando atenção especial à lei-
faça aos 100 dias de governo? 	           tura. Defensor da natureza, foi homenageado por instituições da área
Isso é apenas um rótulo. O que            empresarial e ambiental: Líder Setorial Têxtil, Gazeta Mercantil/1993;
gostaríamos é de, em 380 dias, ter        Medalha do Mérito Dona Francisca, 2001; Medalha do Mérito Em-
um avanço sensível na questão da          presarial, CNI/2003 e Medalha do Mérito Carl Franz Albert Hoepcke,
saúde.                                    Assembleia Legislativa de Santa Catarina/2005, entre outras.


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REVISTA   21   13
CURSOS & EVENTOS



                                                                                                  4 DE DEZEMBRO
                                                                                                  Painel industrial Fiesc
                                                                                                  Fiesc, Florianópolis
                                                                                                     www.fiesc.com.br

                                                                                                  5 DE DEZEMBRO
                                                                                                  Apresentação dos resultados
                                                                                                  do Índice de Confiança
                                                                                                  Empresarial Sustentare
                                                                                                  Sustentare, Joinville
                                                                                                  	www.sustentare.net

                                                                                                  7 DE DEZEMBRO
                                                                                                  Assembleia geral Cejesc
                                                                                                  Facisc, Florianópolis
                                                                                                     www.facisc.com.br
O CURITIBANO Pablo Mayer, QUE PARTICIPA PELA SEGUNDA VEZ DA REVISTA 21. É ILUSTRADOR E QUADRI-

                                                                                                  8 DE DEZEMBRO
NISTA, COM TRABALHOS PUBLICADOS NA FOLHA DE S. PAULO, MUNDO ESTRANHO, VEJA RIO, REDE GLOBO,
GRUPO RBS, ENTRE OUTROS VEÍCULOS. SEU SITE É O BRABOSCOMICS.COM

                                                                                                  Curso “Técnicas de chefia
                                                                                                  e liderança”
                                                                                                  Sociesc, Joinville
Parabéns pela qualidade da Revista               profissional dos empresários.                    	www.sociesc.org.br
21. Muito bem elaborada e com uma                                      Marcelo Hack
capa linda. Sucesso no trabalho.                                            PERVILLE, JOINVILLE   11 DE DEZEMBRO
                      Giane Bracelo                                                               Curso “Negociações
                            SOCIESC, JOINVILLE   Parabéns à Acij pelo Prêmio Pro-                 Internacionais”
                                                 grama Facisc de Excelência. Perce-               Sociesc, Florianópolis
A reportagem intitulada “A platafor-             bemos no dia a dia o comprometi-                 	www.fiescnet.com.br
ma do empresariado”, publicada                   mento desta centenária instituição,
na edição 3 da Revista 21, reflete               para que os serviços prestados aos               12 DE DEZEMBRO
com precisão o pensamento da Acij                associados sejam sempre realiza-                 Curso “Cobrança por
sobre as questões prioritárias para              dos da melhor maneira possível.                  Telefone e Negociação
Joinville. Parabéns.                                          Fabrício Roberto Pereira            com Inadimplentes”
                  Ernesto Heinzelmann                               DOUGLAS IMÓVEIS, JOINVILLE    Acij, Joinville
                       VICE-PRESIDENTE DA ACIJ                                                    	www.acij.com.br
                                                 Parabéns à Acij por sua atuação
                                                 transparente e harmoniosa, bus-                  12 DE DEZEMBRO
Parabéns à gestão executiva da Acij              cando convergir as necessidades                  Curso “Logística de
pela conquista do Prêmio Facisc de               de nossa região com as empre-                    Transporte Internacional”
Excelência. É sempre “dez” receber               sas que aqui desejam se instalar,                Fiesc, Florianópolis
uma premiação como essa.                         promovendo o crescimento sus-                    	www.fiescnet.com.br
                    João de Andrade              tentável. Somos uma seguradora
                   EMPRESÁRIO, PELO FACEBOOK     autorizada pela Susep para atuar                 14 E 15 DE DEZEMBRO
                                                 em todo o território nacional e es-              Curso “Formação do Preço
A revista se destaca pela qualidade              tamos chegando a Joinville.                      de Venda na Indústria”
informativa, gráfica e jornalística,                            Luís Carlos Fernandes             Sociesc, Joinville
abordando temas atuais do contexto                DIRETOR-PRESIDENTE CRÉDITO Y CAUCIÓN SEGURA-    	www.sociesc.org.br
corporativo, focadas na experiência                             DORA DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO




14
REVISTA   21   15
BRIEFING
DE TUDO UM POUCO



                                                                                                           DIVULGAÇÃO

ALIMENTOS


Qualificação
que vai à mesa
Com o incremento do setor de
eventos em Joinville, ganham for-
ça os serviços especializados de
bufê e produção de bolos e sal-
gados, acompanhando tendência
nacional. De acordo com a Revista
Exame, alimentos e bebidas são os
produtos com os quais os brasilei-
ros devem gastar mais na próxima
década. A chefe do departamento
de gastronomia da Univille, Maria-
na Duprat, percebe uma “enorme
mudança” no mercado, na oferta
de produtos e serviços diferencia-
dos, e observa que os consumido-        “Não dá para falhar no atendimento”
res estão mais exigentes. “Ainda há
muito a evoluir, principalmente no      Há cinco anos no mercado, a Bokitos, que produz doces e salgados, investe
que se refere à profissionalização      em publicidade e promoções para se destacar. Mantém 60 funcionários em
e à capacitação de mão de obra”,        atividade nas 24 horas. Neste ano, apostou no aprimoramento dos proces-
analisa. Para ela, a procura crescen-   sos de gestão, treinamento e padronização total das receitas, para profissio-
te pelo curso superior mantido pela     nalizar o negócio. Um dos pontos altos é um kit de café colonial entregue ao
universidade é um sinal da valoriza-    cliente pronto para ser consumido. “Se falhar no atendimento, não adianta
ção do setor. Mesmo assim, enfa-        ter um bom produto e preço competitivo”, analisa Janara Ziliotto, gerente de
tiza que, para crescer com quali-       vendas. Na foto, os proprietários, Cleverson Marcílio e Noemi Ziliotto.
dade, é preciso investir nos jovens
talentos, mostrando que o merca-           Bokitos Doces e Salgados
do oferece oportunidades de as-            Rua Iririú, 1060 – Saguaçu
censão e sucesso profissional.             Tel.: (47) 3435-4023




16
NEVITON DUARTE




“A exigência tem aumentado”

A Bragança Gastronomia nasceu em 1998 e é uma das responsáveis pelo
processo de qualificação do setor. “A exigência no ramo de alimentação tem
aumentado muito, seja nos produtos oferecidos, seja na tecnologia aplica-
da”, argumenta o proprietário Zeca Caputo. Ele entende que a revitalização
da Expoville é um dos passos para consolidar a cidade como roteiro de lazer
e turismo de negócios e, consequentemente, aumentar a demanda para
serviços de alimentação. Na foto acima, a Casa Suíça, espaço para eventos
que a Bragança administra no Perini Business Park.

   Bragança Gastronomia
   Tel.: (48) 3222-1931/3261-5435
   (47) 3422-4201

                          DIVULGAÇÃO   Caminhões-cozinha

                                       Responsável pelos restaurantes da
                                       Sociedade Harmonia-Lyra e do Clu-
                                       be Sargentos, a D’Marcos atua no
                                       mercado desde 1992 e, além dos
                                       eventos locais, oferece serviço de
                                       catering, com caminhões-cozinha
                                       equipados para atender em todo o
                                       Sul do país. O proprietário Marcos
                                       Fritzke (foto) só lamenta a existência
                                       de locais públicos mal conservados.

                                          D’Marcos Buffet para eventos
                                          Tel.: (47) 3433-0118/3422-2129/
                                          3433-1937/9968-6316



REVISTA   21                                                                     17
FOTOS DIVULGAÇÃO




Inauguração da Brunswick Boat, instalada no Perini Business Park: planos ousados para o mercado brasileiro


DE VENTO EM POPA

Gigante australiana traz segmento inédito a Joinville
O maior condomínio multissetorial        te polo da indústria náutica.         local, outro importante fator na es-
do Brasil, o Perini Business Park,           A gigante chega com força,        colha de Joinville para acolher o
pela via de sua construtora, a Pervil-   apostando alto no mercado brasi-      empreen­ imento, e aposta na cus-
                                                                                         d
le, entregou com dois meses de an-       leiro e, depois, no latino-america-   tomização das embarcações, que
tecedência a fábrica da Brunswick        no, considerando, principalmente,     devem ter “a cara” do cliente. No
Boat, a líder mundial na fabricação      o arrefecimento na economia eu-       caso local, o jeitinho brasileiro vai
de embarcações de lazer, inaugura-       ropeia e a lenta recuperação dos      estar principalmente na instalação
da em novembro. Joinville ganha,         Estados Unidos. A planta brasilei-    de espaços gourmets nas embar-
assim, além dos naturais benefícios      ra, com capacidade instalada de       cações. Com importantes incen-
com a abertura de novas vagas para       400 unidades, deve estar a pleno      tivos fiscais proporcionados pelo
seus cidadãos – que hoje já repre-       vapor já em 2013, e em cinco anos     governo catarinense Pró-Emprego
sentam mais de 70% da equipe             quer faturar 10% do total da divi-    e Super-Prodec, além do Pró-Náu-
contratada – e do consequente de-        são de barcos do grupo. Andy Ga-      tica (isenção de ICMS), a Brunswi-
senvolvimento em seu entorno, um         ves, presidente mundial da divisão,   ck Boat atraca em Joinville, literal-
status diferenciado como importan-       elogia a qualidade da mão de obra     mente, de vento em popa.




18
DIVULGAÇÃO

                                                                                Nomes que
                                                                                se projetam
                                                                                O cinema se torna atraente na es-
                                                                                tratégia de marketing cultural das
                                                                                empresas porque, pela Lei Rouanet,
                                                                                o valor destinado ao patrocínio é
                                                                                descontado do imposto de renda e
                                                                                os produtores têm o compromisso
                                                                                de exibir esses filmes em festivais
                                                                                por todo o Brasil, dando visibilidade
                                                                                à marca do apoiador. Entre os join-
                                                                                vilenses que alcançaram reconhe-
                                                                                cimento nesse setor, despontam
                                                                                nomes como Rodrigo Brum, Ebner
                                                                                Gonçalves, os irmãos Fabrício e Fá-
                                                                                bio Porto, além de Alceu Bett, que
                                                                                lançará o curta-metragem “As Mor-
                                                                                tes de Lucana”, durante o 4º Festi-
                                                                                val de Cinema Itinerante da Língua
                                                                                Portuguesa, em Lisboa. Trata-se do
                                                                                primeiro filme da região com co-
                                                                                -produção internacional.


                                                                                Por uma escola de
                                                                                cinema na Fundamas
                                                                                O Simdec vem alavancando a pro-
                                                                                dução de cinema na região. Somen-
                                                                                te no edital de 2012, foram inscritos
                                                                                11 projetos de roteiro e 30 de pro-
Cena e bastidores do filme “As Mortes de Lucana”, de Alceu Bett (à esq.)        dução audiovisual. Além dessa mo-
                                                                                dalidade de financiamento, Alceu
CINEMA JOINVILENSE                                                              Bett e Ebner Gonçalves concordam
                                                                                que é necessário incrementar a for-
Importante, mas esquecido                                                       mação de profissionais. “O cinema
                                                                                é uma fábrica, precisamos de muita
O cinema feito em Joinville tem        além de divulgar a cultura local, a      gente qualificada. Ainda estamos
se destacado em circuitos regio-       produção é importante por mo-            atrasados comparando com outras
nais, nacionais e até internacio-      vimentar a economia, já que um           cidades catarinenses”, desabafa
nais. No entanto, para os realiza-     curta-metragem gera cerca de 60          Gonçalves, que, depois de três do-
dores, a atenção ao setor ainda        empregos indiretos. “Ainda não           cumentários, prepara seu primeiro
é tímida. Em média, são dez pro-       surgiram longas joinvilenses, em         filme de ficção, intitulado “A Noiva
duções cinematográficas por ano        parte porque há pouco esclareci-         de Tarantino”. Para resolver esse
na região – destas, quatro patro-      mento das empresas a respeito            gargalo e a falta de condições téc-
cinadas pelo Sistema Municipal         da Lei Rouanet de Incentivo à Cul-       nicas, a Acinej pretende estimular
de Desenvolvimento pela Cultura        tura”, pondera Alceu Bett, presi-        a criação de uma escola de cinema
(Simdec), com aporte de R$ 40          dente da Associação de Cinema            na Fundação Municipal Albano Sch-
mil para cada uma. Para a cidade,      de Joinville e Região (Acinej).          midt (Fundamas).


REVISTA   21                                                                                                      19
CONJUNTURA
TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE




                                                ILUSTRAÇÕES: FÁBIO ABREU




20
RETROSPECTIVA
                                                                                As principais notícias da
                                                                                economia regional em 2012


Hora de olhar
    para frente
                                                                                23 DE FEVEREIRO
                                                                                Infraero retoma edital para
                                                                                ampliação do aeroporto

                                                                                6 DE MARÇO
                                                                                Tupy anuncia R$ 250 mi em
                                                                                investimentos para 2012

                                                                                11 DE JUNHO
                                                                                Expogestão chega
Mesmo com incertezas                                                            à 10ª edição

no plano mundial e                           É pela via dos investimentos       2 DE JULHO
                                        que, dizem especialistas ouvidos        Assinado contrato de
previsão de queda no PIB,               pela Revista 21, a economia deve        terceirização da Expoville
                                        fundamentar sua ascensão no
expectativa para 2013 é de              próximo ano, em particular como         12 DE JULHO
                                        consequên­ do caso BMW. O
                                                    cia                         GM suspende investimento
um crescimento ancorado                 desembarque da grife alemã, si-         de R$ 700 mi para Joinville
                                        nônimo de alto luxo em carros, vai
em novos investimentos                  “revolucionar” o cenário empresa-       15 DE AGOSTO
                                        rial do Norte do Estado, com a es-      Pacote de investimentos
                                        truturação de um polo automotivo        para rodovias e ferrovias
                                        ao qual se somam as indústrias já       beneficia SC
Foi pródigo em manchetes econô-         existentes em itens como motores
micas este 2012. Seja em âmbito         e cabeçotes, prevê o colunista Cláu-    24 DE SETEMBRO
federal, seja na esfera estadual ou     dio Loetz, do jornal A Notícia. Nessa   Lançado edital para obras
fechando o foco no Norte cata­          perspectiva, estima, a conjuntura       de duplicação da BR-280
rinense, o ano que está por se          para 2013 é promissora: “Os ne-
encerrar produziu um volume sig­        gócios no país devem deslanchar,        27 DE SETEMBRO
ni­ cativo de fatos com impacto po-
   fi                                   especialmente os alinhados à infra-     Decretada falência
tencial sobre a vida dos cidadãos e     estrutura, e o mercado continuará       da Busscar
sobre o mundo dos negócios. No          comprador, com o aumento de ren-
caso da região de Joinville, talvez o   da da população, a permanência do       22 DE OUTUBRO
carro-chefe tenham sido as notícias     pleno emprego e juros que devem         BMW confirma: fábrica
ligadas ao setor automotivo, com        estacionar nos níveis atuais, com o     será em Araquari
ênfase para o sim da BMW – que          dólar por volta ou acima dos R$ 2
já está até selecionando profissio-     ajudando as exportadoras”.              28 DE OUTUBRO
nais para trabalhar em Araquari –,           Colega de Loetz no Diário Cata-    Udo Döhler é eleito
o início da produção local da GM,       rinense, a jornalista Estela Benetti    prefeito de Joinville
mesmo com o cancelamento do             aposta que a expansão dos inves-
projeto de uma segunda unidade, e       timentos “deve ser a âncora do          30 DE OUTUBRO
os investimentos de peso da Tupy,       crescimento” no próximo ano, lem-       Whirlpool anuncia 850
que abriu nova planta em junho.         brando que, regionalmente, outros       empregos para Joinville


REVISTA   21                                                                                                  21
AGÊNCIA BRASIL E DIVULGAÇÃO
grandes projetos estão sendo espe-
rados a partir do impulso da BMW,
além do fator Copa do Mundo, em
nível nacional, e da previsão de ju-
ros baixos e câmbio amigável aos
exportadores. Como nem tudo são
flores, Estela observa que a conjun-
tura estadual deve ser influenciada
negativamente pela chamada Reso-
lução 13, que estabelece alíquota
única de 4% de ICMS para impor-
tados. O prognóstico da jornalista:
“Como as indústrias estão trazendo
mais insumos e o comércio, mais
itens prontos, deve haver aumento
de preços de importados e impacto
na inflação”.
     No balanço de 2012, outro as-
pecto citado diz respeito ao avanço
tímido do PIB, que deve tombar de
uma projeção de 4% para algo em
torno de 1,5% – inferior até às ex-
pectativas mais pessimistas. Para o
presidente da Tigre, Evaldo Dreher,
é inevitável que variáveis externas,
como a reeleição de Barack Obama
nos Estados Unidos, a crise euro-
peia e o redirecionamento econô-
mico chi­ ês, batam forte por aqui.
          n
“Naturalmente sensível ao que
acontece no mundo, porém, nossa
economia deve se manter sólida”,
antevê Dreher.                         Dilma, com o presidente da BMW e         movimentação já é sentido até no
     Já o consultor Ricardo Della      o governador Raimundo Colombo,           mercado imobiliário e de serviços –
Santina, professor da Sustentare,      no encontro que confirmou a vinda        os quais, como lembra o executivo
preocupa-se com os rumos das po-       da fábrica para a região de Joinville;   Gustavo Hiendlmayer, do Núcleo
líticas monetárias norte-americana e   acima, a produção da GM e a nova         de Jovens Empresários, são esti-
brasileira, de um lado com o dólar     planta da Tupy: reafirmação              mulados pela chegada de multina-
em baixa e de outro com a cotação      do segmento de autopeças                 cionais.
do real forçada para cima: “O dólar                                                 Em síntese, se não dá para soltar
fraco encarecerá o petróleo e as                                                foguetes, o empresariado termina o
commodities cotadas nesta moeda        da economia regional”, festeja o         ano com um misto de otimismo e
no exterior, enquanto o Brasil deve    professor de economia Ademir De-         cautela. “A chegada de tantos em-
enfraquecer sua moeda e seu poder      métrio, da Univille. “Com base nos       preendimentos novos e a ampliação
de compra, trazendo inflação”.         investimentos já executados ou           de empresas consolidadas permi-
     Não que Joinville fique alheia    em andamento, a atividade econô-         tem uma expectativa bastante po-
a tais influências, pelo contrário.    mica vêm se mostrando ascenden-          sitiva para o próximo ano”, avalia o
Mas, de novo, é o incremento do        te, gerando produção, emprego e          presidente da Acij, Mário Cezar de
polo empresarial que pode ameni-       renda, dinamizando o consumo e           Aguiar, certo de que a região vive
zar os efeitos. “Estamos assistin-     melhorando a qualidade de vida           “um momento muito especial”. Que
do a uma expansão extraordinária       das pessoas”. Subproduto dessa           não seja só um momento.


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REVISTA   21   23
O ano na balança
Empresários e executivos avaliam os fatos econômicos de 2012




“Esperamos uma economia pujante”
Carlos Grendene, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville

A vinda da BMW e a inauguração          mia pujante, que não se restrinja         governo. Um exemplo é que nós,
das empresas Yudo e Brunswick           a setores sazonais, mas como um           pequenos empresários lojistas,
foram, em meu entendimento,             todo. Acredito que essa engrena-          pagamos hoje o imposto sobre a
os fatos mais relevantes na eco-        gem deve abranger a todos, e não          folha de pagamento – o que é um
nomia regional ao longo deste           se restringir apenas a alguns seg-        absurdo. Quando o governo baixa
ano. Esperamos que, em 2013, o          mentos. Defendemos que todos              a folha de pagamento da indústria,
consumo interno seja retomado,          os setores estejam contempla-             nós apoiamos. Queremos o mes-
e que possamos ter uma econo-           dos, inclusive com benefícios do          mo tratamento para o comércio.


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“Investimentos em infraestrutura e logística”
Valdicir Kortmann, diretor comercial e de marketing da Krona Tubos e Conexões


A região recebeu uma grande quan-       lhoria de infraestrutura e logística e   volvimento econômico da região.
tidade de empresas e anúncios da        na formação de profissionais. Com        Visualizamos um cenário favorável
instalação de multinacionais que        a vinda de novas indústrias, o Norte     para 2013. Dessa forma, nossa ex-
são líderes de mercado. Dessa for-      de SC deverá receber ainda mais in-      pectativa é a melhor para o cresci-
ma, visualizamos um grande bene-        vestimentos nessas questões, agre-       mento socioeconômico da região e
fício para o município quanto à me-     gando significativamente ao desen-       das empresas instaladas.	


“Novas empresas serão atraídas”
Eduardo José Domingues, presidente do Núcleo de Comércio Exterior da Acij

O fato econômico que mais mar-          Esse tipo de investimento exerce         as classes B, C e D continuarão
cou 2012 foi o anúncio da vinda         enorme atração para outras em-           movimentando a economia inter-
da BMW para Araquari. Depois de         presas em expansão (e não só do          na, mantendo o padrão de consu-
tanto suspense, a confirmação da        setor metalmecânico), que tendem         mo, e veremos os investimentos
instalação da montadora reforça a       a considerar a região Norte do Es-       para a Copa do Mundo e Olimpía-
capacidade industrial, logística e      tado de Santa Catarina em seus           das se intensificarem, ajudando a
de mão de obra da nossa região.         portifólios. Acredito que, em 2013,      alargar o crescimento do PIB.


“Meu olhar é dos mais otimistas”
César Döhler, gerente financeiro da Döhler


Os grandes fatos econômicos para        Em ambos os casos, tratam-se de          mia joinvilense, além da evolução
a região de Joinville passam pela       novas oportunidades para Join­           de instituições de ensino superior,
modernização do aeroporto, com          ville crescer e inovar em seu perfil     que dão o aporte necessário para
a instalação do ILS, o que vai au-      empresarial. Destaco, ainda, a ex-       a formação de talentos. Por tudo
mentar a segurança e a frequência       pansão notável do Perini Business        isso é que o meu olhar para 2013
dos voos, e, sem dúvida, pela evo-      Park, hoje com mais de 100 empre-        não poderia deixar de ser otimista.
lução no projeto da GM, ao lado         sas instaladas e que traz uma con-       As pílulas do crescimento estão à
da confirmação da vinda da BMW.         tribuição relevante para a econo-        nossa disposição.




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“Enfrentamos                        ano, que esperamos não estejam      “Problemas que podem
fatores adversos”                   presentes no próximo. Caso da       gerar oportunidades”
                                    queda nas vendas de veículos co-
Luiz Tarquinio Sardinha Ferro,
                                    merciais no Brasil, devido à mu-    Patrício Junior,
presidente da Tupy
                                    dança no padrão internacional de    superintendente do Porto Itapoá
                                    emissões, o que fez com que os
                                    motores novos viessem com pre-
Ao lado da internacionalização da   ços mais altos. Em virtude disso,   A aprovação da Resolução do
Tupy, destaco três fatos socioe-    os frotistas compraram um volu-     Senado Nº 13/2012 foi um dos
conômicos relevantes: os anún-      me maior de novos caminhões         fatos marcantes de 2012. A re-
cios de investimentos na região,    do padrão antigo em 2011. Outro     solução, que prevê o fim da
como o da BMW, as dificuldades      fator foram as secas no Sul e em    “Guerra dos Portos”, deve afe-
enfrentadas por determinados        São Paulo, que empurraram para      tar toda uma cadeia industrial,
segmentos industriais, por conta    baixo a demanda por fretes e, em    favorecendo os Estados que
da desaceleração da economia,       conse­ quência, por caminhões.      não ofereciam incentivos fiscais
e as primeiras iniciativas do go-   Menciono ainda o crescimento        à movimentação de cargas em
verno federal para propiciar me-    modesto no Brasil e aspectos        terminais portuários. Embora
lhores condições para a indústria   externos, com um primeiro se-       só entre em vigor em 2013, al-
brasileira recuperar a competi-     mestre favorável na América do      guns reflexos já surgiram, como
tividade. Enxergo uma melhora       Norte seguido por indicações de     a mudança de empresas para
discreta para 2013, até porque      desaceleração e a atual retração    outros Estados. O trabalho que
tivemos fatores adversos neste      econômica na Europa.                deve ser feito está em novas




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formas de compensação para          “O viés da                          Enfrentamos os desafios de
atrair empresas, criando diferen-   esperança é positivo”               frente, como não poderia deixar
ciais em tecnologia, eficiência e                                       de ser. E fizemos boa parte da
agilidade. Outro fator relevante    Christian Dihlmann,                 lição de casa. O governo federal
foi o anúncio da BMW. O pa-         diretor da BRTooling                tem adotado mais posturas téc-
drão BMW é minucioso, com                                               nicas do que as tradicionalmen-
alto impacto socioeconômico.                                            te políticas e danosas. Trunfo
Servirá de modelo para todos        O ano de 2012 se iniciou cheio      que tem resultado em um me-
os investimentos que devem vir      de dúvidas para o cidadão e em-     lhor nível de produção e com-
com a empresa alemã. Um item        presário brasileiro. Tínhamos a     petitividade. Há muito por fazer.
importante a considerar para os     tiracolo uma crise mundial com      E, para que isso ocorra, há ne-
próximos anos é a questão eco-      desenrolar incerto, ocorreria       cessidade de articulação e com-
nômica mundial. Nossas indús-       novamente uma eleição com           prometimento de toda a classe
trias ainda são muito dependen-     as já costumeiras “gastanças”       empresarial, laboral e entidades
tes do mercado internacional.       desenfreadas e tendenciosas,        governamentais. Novos gesto-
Isso pode gerar um problema se      o mensalão indicava acabar em       res estão postos nos governos
já não estivermos preparados.       “pizza”, a China iria enterrar de   municipais, com uma renovação
Contudo, o problema pode se         vez as indústrias nacionais am-     histórica. O trabalho honesto e
transformar em oportunidade,        pliando a desindustrialização...    arrojado trará bons frutos para
levando em consideração as vá-      Enfim, um cenário desolador.        a economia brasileira nos próxi-
rias experiências semelhantes       Agora caminhamos para o final       mos anos. O viés da esperança
pelas quais já passamos.            de um ano que foi “sui generis”.    mudou para positivo.




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“Desconforto de quem                solavancos sofridos pela econo-    “Ações concretas pela
não recebeu benefícios”             mia mundial, com uma desace-       desburocratização”
                                    leração significativa na Europa,
Dinorá Allage,                      baixo crescimento dos Estados      Alcides Bertoli, diretor
vice-presidente da Cajadan Têxtil   Unidos e da China, também pro-     geral da Gidion
                                    porcionam uma insegurança ge-
                                    ral, brecando o desenvolvimento
O fato de termos vivido um ano      de vários setores. O que nos mo-   O início de operação da fábrica
eleitoral sempre deixa a econo-     tiva, em todo esse cenário, é o    de motores da GM e a vinda da
mia em compasso de espera.          fato de estarmos instalados em     BMW consolidam a região Nor-
De outra parte, o incentivo ao      uma das regiões mais prósperas     deste como de alta tecnologia
consumo de alguns tipos de pro-     do país, onde várias empresas      e de mão de obra qualificada.
dutos pelo governo fomentou         estrangeiras investem, acredi-     Mesmo após toda a polêmica
ainda mais o endividamento da       tando num futuro promissor.        das políticas de custos com os
população. Com isso, aqueles        Com certeza, o contexto mun-       portos, no início de 2012, a re-
que não tiveram benefícios aca-     dial não sofrerá grandes mudan-    gião se mostrou, no aspecto
baram em segundo plano, e isso      ças de um ano para o outro, o      logístico, favorável a novos in-
gerou uma sensação de descon-       caminho é muito mais longo do      vestimentos e tem comprovado
forto nos empresários que não       que isso. Mas, com trabalho, es-   que a infraestrutura, ainda que
foram priorizados de alguma for-    forço e dedicação, teremos um      precária, é um fator relevante
ma. Daí, os investimentos caem      novo ano de sucesso e grandes      para atrair investimentos, além
e a economia fica estagnada. Os     conquistas.                        das políticas dos governos es-




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taduais. Para nós, que acredi-     “Empresas continuarão               inestimável. Outro fator de gran-
tamos desde muito tempo no         a investir e a crescer”             de relevância social foi a reviravol-
potencial da cidade e perma-                                           ta política. Num feito que, para
nentemente estamos cuidando        João Martinelli, presidente da
                                                                       alguns, parecia impossível, um
da evolução da mão de obra,        Martinelli Advocacia Empresarial
                                                                       empresário assume o comando
com fatos como a chegada da                                            da cidade, mostrando o caráter
UFSC, e da infraestrutura, com                                         trabalhador de seu povo, sua
a subestação de energia, a che-    O continuado crescimento eco-       confiança no setor privado e lu-
gada das duas fábricas traz tam-   nômico da região, a vinda de no-    cidez na escolha. Como sempre,
bém a bandeira do desenvolvi-      vas empresas, investimentos e       os inícios de cada ano são mar-
mento regional, e não mais de      ampliação dos empregos, domi-       cados por incertezas conhecidas.
uma única cidade. Sinaliza para    naram o cenário da grande Join-     Impossível dizer, por exemplo,
melhoria e para a homogenei-       ville. Serviços de primeira linha   qual será o efeito do agravamen-
zação do Índice de Desenvol-       aliados a um dos parques indus-     to da crise europeia nos negócios
vimento Humano (IDH) desta         triais mais desenvolvidos do país   em 2013. Seu recrudescimento
que se caracteriza como região     foram facilitadores na decisão da   poderá interferir nas questões
metropolitana. Para 2013, o que    vinda da BMW, que agitou a ci-      cambiais, afetando importadores
esperamos são ações concretas      dade. Mais uma vez, Joinville foi   ou exportadores e a própria infla-
do poder público, nas diversas     alçada ao cenário mundial como      ção. Apesar das dificuldades, é
esferas, objetivando a desburo-    uma região rica e promissora.       de se prever que, a exemplo des-
cratização e da tão esperada e     Os investimentos previstos são      te ano, as empresas continuarão
necessária reforma fiscal.         vultosos e o ganho tecnológico,     a investir e a crescer.




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PERFOMANCE
O DESEMPENHO DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA




Em cada esquina,
uma farmácia
Expansão ocorre em todo
o país, mas se evidencia                     saúde. Para os que gostam de fa-     vizinhanças de onde moram os
                                             zer suas compras perto de casa ou    clientes. Aos 93 anos de atuação,
em Joinville, que recebeu                    do trabalho, a demanda tem feito     uma das conquistas do grupo foi
                                             com que surjam cada vez mais far-    ter disponibilizado o primeiro aten-
grandes redes nos                            mácias por todo lado. Em Joinvil-    dimento 24 horas em Santa Cata-
                                             le, o fenômeno se reflete em cada    rina. “Está ocorrendo um grande
últimos anos                                 esquina onde aparece uma loja        movimento de incorporações no
                                             nova, seja da conhecida Drogaria     ramo farmacêutico em todo o Bra-
                                             Catarinense, seja das recém-che-     sil. O mercado catarinense, em
                                             gadas Nissei, Panvel e Droga Raia,   comparação com outras partes do
Entre 2008 e 2012, a despesa das             entre outras bandeiras menores e     país, ainda é pequeno, e cada re-
famílias brasileiras com remédios            algumas com foco popular.            gião tem peculiaridades a ser ex-
pulou de 44,99% para 48,6%. A                     Nascida na cidade, pertencen-   ploradas”, avalia o superintenden-
Pesquisa de Orçamentos Familia-              te à Companhia Latino-Americana      te comercial da Clamed, Marcelo
res (POF), realizada pelo Instituto          de Medicamentos (Clamed), a          Augusto Voss.
Brasileiro de Geografia e Estatísti-         Drogaria Catarinense mantém              Para o grupo, a concorrência
ca (IBGE), indica que o gasto men-           42 lojas em Joinville, focada na     é saudável e inspira a inovação
sal com medicamentos fica em                 proposta de oferecer acesso fa-      constante. Além de Santa Catari-
torno de R$ 74,74, sendo o mais              cilitado, com pontos de venda        na, por meio da marca Preço Po-
alto na relação de dispêndios com            estrategicamente situados nas        pular, a companhia está presente




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DIVULGAÇÃO




no Paraná, no Rio Grande do Sul      Drogaria Catarinense                  distribuição, em Curitiba, e pelo
e, em breve, abrirá lojas no Mato    e Nissei multiplicaram                crescimento notável da cidade.
Grosso do Sul. Marcelo explica       unidades; Patrícia Maeoka             “O PIB per capita e o potencial de
que a tradição contribui para a      explica que a expansão                consumo de Joinville mais que
fidelização dos clientes, que se     das redes acompanha o                 dobraram nos últimos dez anos e,
reflete nas distinções alcançadas    crescimento da cidade                 com a aceitação da comunidade
pela marca, ganhadora de todas                                             joinvilense, a Nissei está acompa-
as premiações estaduais do Top                                             nhando esse crescimento”, argu-
of Mind, como a mais lembrada                                              menta Patrícia Maeoka, diretora
na categoria farmácia. Nos últi-                                           da rede, que emprega 75 pessoas
mos quatro anos consecutivos,                                              em Joinville e estima ter feito um
a Drogaria Catarinense também                                              investimento de R$ 5 milhões por
recebeu o primeiro lugar no prê-                                           aqui, entre 2011 e 2012. De ago-
mio “Aconselhamento na farmá-        diferenciais esperados por todos      ra em diante, diz Patrícia, a em-
cia”, que avalia o atendimento e     os nossos clientes”, enfatiza o su-   presa pretende conhecer melhor
aconselhamento das principais        perintendente.                        os clientes para cativá-los. Para
redes de farmácias brasileiras. “O      A rede Nissei aportou por aqui     isso, as estratégias são focadas
resultado demonstra que nosso        em 2011, com a inauguração de         em preço justo, mix completo de
trabalho, baseado na ética e no      cinco lojas. A escolha se deu pela    produtos, lojas amplas e com boa
respeito à prescrição médica, são    proximidade com a central de          localização e programas de fideli-




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dade, que oferecem descontos,         ses, lá em 1985, quando montou
                                   passeios e ações sociais.             a primeira loja em Florianópolis
                                       A executiva da Nissei aponta      – mas a vinda para Joinville só
                                   que 2012 foi um ano movimenta-        ocorreu em 2008. Hoje, é conside-
                                   do para o mercado de farmácias,       rada a maior rede do Sul do país,
                                   com fusões, aquisições e expan-       com 290 lojas espalhadas pelo
                                   são de marcas. “As redes cresce-      Rio Grande do Sul, Santa Catarina
                                   ram em média 17%, conquistando        e Paraná. Entre os diferenciais, os
                                   novos mercados, e as farmácias        produtos com marca própria, que
                                   independentes, que focaram no         chegam a 500 itens, agrupados
                                   relacionamento, também estão          em 15 submarcas, com mais de
                      DIVULGAÇÃO   apresentando bons resultados”,        oito milhões de unidades vendi-
                                   analisa. Para ela, em Santa Cata-     das ao ano. A rede mantém cinco
                                   rina, a principal oportunidade está   lojas em Joinville e o mapa da ex-
                                   em mudar o hábito de consumo,         pansão envolve Curitiba, onde até
                                   estimulando a venda de itens de       o final deste ano terão sido insta-
                                   higiene e beleza.                     ladas 30 filiais. Além de informa-
Produtos de marca própria              Nesse embalo, a Panvel resol-     ções sobre PIB local e quantidade
da Panvel: cresce a                veu ultrapassar as fronteiras do      de habitantes, a Panvel se vale
presença de itens                  Rio Grande do Sul, onde nasceu,       de pesquisa em relação ao con-
de higiene e beleza                para disputar espaço com as re-       sumo de medicamentos, já que
em farmácias                       des regionais em terras catarinen-    essa vertente representa 70% das




32
DIVULGAÇÃO

Gasto com medicamentos é o
principal item na lista de despesas
familiares com saúde, e redes
vão aonde o consumidor está




vendas do grupo. Está aí um dos
motivos para Florianópolis contar
com mais endereços do que Join­
ville, mesmo tendo PIB inferior.
    Já a Droga Raia estreou na
cidade em 2011, ano em que se
uniu à Drogasil, formando a Raia
Drogasil, maior rede de farmácias
do país, dona de 10,9% do merca-
do. Duas unidades foram instala-
das na região central, uma na rua
Otto Boehm e outra na Max Colin.
Criada em Araraquara, São Paulo,
a rede entrou em Santa Catarina
por Joinville e Balneário Cambo-
riú. Hoje, também está em Blume-
nau e Brusque. Para enfrentar a
concorrência, aposta em uma es-
tratégia agressiva e conta com a
estruturação das lojas em pontos
centrais, onde há grande fluxo de
consumidores, e sucessivas pro-
moções, com descontos em me-
dicamentos tarjados e genéricos.




REVISTA   21                                 33
SOCIAL
PROJETOS E INICIATIVAS PARA ESTÍMULO À CIDADANIA




                                                                                           DIVULGAÇÃO
Punir, vigiar,
resgatar
Em Joinville, 17 empresas
mantêm atividades                                  algo pouco refletido pela sociedade.
                                                   Ainda que a privação da liberdade
laborais nas unidades de                           seja percebida pela maioria como a
                                                   punição exemplar – que deveria vir
segurança. Veja quais                              embebida por um sistema repressi-
                                                   vo violador de direitos –, o dado po-
são e confira visões                               sitivo é que a visão parece evoluir.
                                                   “Joinville está vivendo um momento
sobre o modelo                                     atípico, dando um salto ético”, reve-
                                                   lou João Marcos Buch, juiz de direi-
                                                   to da Vara de Execuções Penais de
“Hoje, o preso está contido. Ama-                  Joinville, no 5º Seminário de Gestão
nhã, ele estará contigo.” O profes-                Prisional, Segurança Pública e Cida-
sor Alvino de Sá, autoridade em                    dania, realizado em agosto de 2012.
criminologia, faz questão de disse-                Segundo ele, o próprio contato com
minar a frase por onde passa. No                   a população tem demonstrado essa
entanto, a possibilidade de retorno                transformação na opinião pública.                    Trabalho é fundamental para a
desse indivíduo, que rompeu com o                  “O preso jamais perderá sua condi-                   recuperação social dos apenados
contrato social e em breve voltará a               ção humana, é filho de nossa socie-                  e auxilia os participantes a tomar
usufruir do convívio além muros, é                 dade”, frisou o juiz.                                consciência de seu próprio valor




34
E é pensando nessa projeção de       HÁ VAGAS                                    melhorar com a abertura de novas
retorno, a partir do cumprimento da      Relação entre vagas disponíveis,            frentes e a oferta de cursos profis-
Lei de Execuções Penais (LEP), que       população carcerária e apenados que         sionalizantes, sobre os quais já esta-
                                         trabalham para as empresas (nov/12)
unidades de segurança e empresas                                                     mos em contato com órgãos públi-
têm se unido para implantar siste-           VAGAS                                   cos”, afirma Jonathan Rocha Vieira,
mas de trabalho conduzidos pelos             APENADOS                                responsável pelo setor. Ele explica
apenados. Em Joinville, 17 empre-            APENADOS OCUPADOS                       que o convênio é firmado entre as
sas mantêm linhas de produção                                                        empresas e o Estado, por intermé-
dentro das duas unidades localiza-             1.090                                 dio da penitenciária. “Pelo trabalho,
das na zona sul da cidade: o Presí-                                                  o ser humano toma consciência de
dio Regional e a Penitenciá­ ia Indus-
                            r                                                        si e de seu valor”, reflete.
trial. No presídio, fundado em 1988,                                                     Para uma política de ressocia-
são quatro empresas atuantes e a                                               667
                                                                                     lização eficiente, defende-se a
experiência é mais recente. A Inte-                          492               534   aliança do Judiciário, empresas
rativa Comércio de Reciclados ins-                                                   e comunidade. “Vemos o traba-
talou em maio de 2011 um galpão                                                      lho do preso como possibilidade
para separação, seleção e limpeza                                                    de reintegração ao convívio so-
de peças plásticas. Em setembro                                                      cial sem que haja discriminação,
do mesmo ano, a então Companhia                                                      buscando a redução da violência,
de Desenvolvimento e Urbanização               PRESÍDIO    PENITENCIÁRIA             principalmente nos casos de rein-
de Joinville (Conurb), hoje Ittran,                                    FONTE: IPEN   cidência”, declara Cristiano Teixei-
e a Hard Comércio de Fixadores e                                                     ra da Silva, diretor do presídio. Ele
Resinas iniciaram as atividades. A                                                   acredita que, além de gerar mão
primeira, oportunizando trabalho                                                     de obra produtiva, em contrapo-
externo em áreas públicas na esfera          De acordo com o setor laboral           sição ao “peso” que simbolizam
da construção civil (calçadas, meios     do presídio, 69 reeducandos estão           para a sociedade, o trabalho vai de
fios, jardinagem e outros serviços), e   envolvidos nas atividades remune-           encontro à ociosidade, que pode
a segunda, na montagem de peque-         radas, com avaliação prévia de pro-         gerar ideias de fugas, suicídios e
nas peças de parafusos. Neste ano,       fissionais das áreas jurídica, de se-       a prática de novos crimes. “Pode-
a Nutribem Soluções em Alimenta-         gurança e psicologia, tendo como            mos melhorar com mais empresas
ção, já presente na penitenciá­ia in-
                                 r       prioridade os que já passaram para          parceiras, pois temos um número
dustrial, firmou parceria com o pre-     o regime semiaberto. “O sistema             pequeno de presos remunerados
sídio, na organização e distribuição     não atende a todos, mas a expe-             em uma população carcerária de
das refeições na unidade.                riência tem dado certo, podendo             quase mil pessoas”, sublinha.




REVISTA   21                                                                                                            35
JOÃO DE OLIVEIRA
Richard, diretor da Penitenciária Industrial, fala em queda da reincidência de quem trabalha




EMPRESAS QUE ATUAM NA
PENITENCIÁRIA INDUSTRIAL                  “Estamos dando uma oportunidade
JUCEMAR CESCONETTO
Eram 520 apenados em outubro/2012
                                          de reintegração aos apenados”
                                          Vizinha do presídio, a Penitenciá-      na infraestrutura da penitenciária.
                                          ria Industrial Jucemar Cesconetto,      Hoje, as linhas ali existentes fabri-
                                          inaugurada em 2005, mantém con-         cam 60 itens que representam uma
                                          vênio com 17 empresas (Ittran e         produção de cerca de 30 mil peças/
312 trabalhavam para as 17 empresas que
atuavam na penitenciária naquele mês      Nutribem estão presentes nas duas       mês. “O serviço prestado atende os
                                          unidades). Em outubro, o registro       padrões de fornecimento exigidos
Ciser	76                                  era de 312 reeducandos atuando          pela Schulz aos seus fornecedores,
Tigre	40                                  nos “canteiros de trabalho” em li-      e temos a expectativa de ampliar a
Nutribem	30                               nhas de produção para grandes em-       utilização deste serviço, por enten-
Microjuntas	21                            presas (veja a lista ao lado). Schulz   dermos que o objetivo está sendo
Tenerac	21                                e Nutribem foram as primeiras a         atendido plenamente”, garante Viei-
Ittran	20                                 firmar convênio, desde o segundo        ra. “Estamos reeducando, ou seja,
Nycolplast	17                             ano de funcionamento da unidade,        dando uma oportunidade para os
Montesinos	16                             que se mantém via parceria público-     apenados terem a condição de re-
Artefatos Gabriel	 14                     -privada com a terceirizada Monte-      tornar ao convívio social com uma
Sintex	12                                 sinos.                                  profissão.”
First line	         9                         O gerente de logística da Schulz,        Richard Harrison Chagas dos
Ribeiro	9                                 Sandro Barcelos Vieira, respon-         Santos, diretor do complexo desde
Artbor	8                                  sável pelo projeto, informa que a       2007 e antes responsável pelo setor
Plasnor	5                                 experiên­ia começou em 2006 e
                                                   c                              laboral, destaca a importância da in-
Schulz	5                                  destaca que o principal objetivo é      teração da comunidade empresarial
SDN	5                                     socioeconômico: ressocializar os        com os apenados. “Temos barreiras
Maycon	4                                  detentos e auxiliar nas melhorias e     e paradigmas a ser quebrados pe-


36
rante a população carcerária e altos   “Nenhum programa                        discurso sobre a manutenção de
índices de reincidência em nosso                                               um modelo de privação de liberda-
país. O apenado precisa ter o enten-   destinado a enfrentar os                de que atravessa os séculos sem
dimento de que a comunidade fun-       problemas referentes ao                 grandes transformações e sobre
ciona através do trabalho”, lembra,                                            os direitos e deveres daqueles que
destacando o papel da Acij neste       delito, ao delinquente                  habitam o sistema carcerário. Na vi-
processo, ao “abrir portas” das em-    e à pena se completaria                 são da convergência em força bruta
presas para a proposta. Reflexo do                                             para o trabalho, despontam ques-
resultado positivo das parcerias é o   sem o indispensável                     tões sobre a economia das empre-
registro de reincidência: 12% con-     e contínuo apoio                        sas com os custos de mão de obra,
tra uma média nacional de 70%. “As                                             os benefícios com a minimização da
pessoas que aqui estão não vieram      comunitário”                            ocorrência de faltas e a carência de
de outro planeta, são indiví­ uos da
                            d                          Exposição de Motivos,   maiores qualificações na natureza
comunidade e vão sair muito antes                            item 24 de LEP    dos trabalhos. De outro lado, enfa-
do prazo determinado pela justiça,                                             tiza-se o indubitável fator positivo
então buscamos fazer o melhor”,                                                da possibilidade de os reeducan-
complementa. Tanto no presídio         Também estamos inician­o traba-
                                                                 d             dos auxiliarem a família, custearem
quanto na penitenciária, os serviços   lhos com estagiários, em parceria       fração de suas próprias despesas
remunerados garantem ao apenado        com o Bom Jesus/Ielusc, para ava-       no sistema prisional e assumirem
um salário mínimo, com 25% do          liação nutricional e educação nutri-    responsabilidades, contornando a
total destinado ao Fundo Rotativo      cional dos colaboradores e custo-       direção do ócio com uma dinâmica
Penitenciário, aplicado em melho-      diados”, revela.                        disciplinar. Será esta uma iniciativa
rias na estrutura de cada unidade, e       Análises distintas permeiam o       que pode trazer para a sociedade
o restante depositado na conta do
reeducando, podendo beneficiar os
familiares. O trabalho permite a re-
missão de um dia da pena a cada
três dias de atividade.
    A equipe técnica da Nutribem,
formada por nutricionistas e cozi-
nheiros, lidera um grupo operacio-
nal de cerca de 40 custodiados, que
participam do processo de elabora-
ção e distribuição de alimentação
destinada às duas unidades. “Eles
são treinados e orientados constan-
temente sobre higienização e ma-
nipulação de alimentos conforme
as normas da Vigilância Sanitária”,
explica Séfora Kniphoff, supervi-
sora de atendimento da empresa.
Segundo ela, a Nutribem tem um
projeto de parceria com a Vigilância
Sanitária do município, para promo-
ção de treinamentos e obtenção de
Diploma de Manipulador de Alimen-
tos, com o objetivo de qualificar o
custodiado a trabalhar na área de
alimentação, após a conclusão da
pena. “Temos nos empenhado para
manter uma equipe comprometida
e um ambiente mais humanizado.


REVISTA   21                                                                                                     37
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  • 1.
  • 2. XX
  • 3. VISÃO ACIJ A PALAVRA DA ENTIDADE Revista 21 Sucesso ao prefeito Udo. Publicação bimestral da Associação Empresarial de Joinville (Acij) E que venha 2013 Conselho editorial ANDRÉ DAHER A eleição de Udo Döhler para a prefeitura de Joinville é um ADVOGADO sinal positivo da credibilidade pública alcançada por esse líder (PRESIDENTE DO CONSELHO DOS NÚCLEOS) empresarial que presidiu a Acij por cinco oportunidades. De- DINORÁ NASS ALLAGE monstra, por outro lado, a aprovação, pela maioria dos cida- CAJADINA (VICE-PRESIDENTE) dãos, de uma plataforma focada na competência da gestão – e que promete reproduzir no governo municipal experiências de DIOGO HARON ACIJ sucesso já adotadas na iniciativa privada. A Acij deseja sucesso (DIRETOR EXECUTIVO) ao novo prefeito e reafirma a expectativa de que Udo Döhler MARIA REGINA LOYOLA RODRIGUES ALVES se mostre sensível às temáticas apresentadas em documento LEPPER assinado pela entidade com as prioridades do empresariado (VICE-PRESIDENTE DA ACIJ) para o futuro governo. Entrevista exclusiva com o prefeito eleito SANDRA TRAPP abre esta última edição de 2012 da Revista 21, a partir da página SOCIESC (PRESIDENTE DO NÚCLEO DE ESCOLAS 4. Um final de ano repleto de felicidade, e um 2013 que não DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL) economize em boas notícias, é o desejo da entidade. SIMONE GEHRKE EDM LOGOS (ASSOCIADA) TAMBÉM NESTA EDIÇÃO Jornalista responsável JÚLIO FRANCO (REG.PROF. 7352/RS) BRIEFING Produção 16 Novidades sobre a mesa MERCADO DE COMUNICAÇÃO Editor CONJUNTURA GUILHERME DIEFENTHAELER (REG. PROF. 6207/RS) 20 O que esperar de 2013 Reportagem FERNANDA LANGE PERFORMANCE LETÍCIA CAROLINE 30 Farmácias por todo o lado ANA RIBAS DIEFENTHAELER THIAGO SECO LAÍS MEZZARI SOCIAL Diagramação, ilustrações e infográficos 34 O trabalho atrás das grades FÁBIO ABREU Fotografia ENTRE NÓS PENINHA MACHADO, BANCO DE IMAGENS 40 Excelência da Acij é premiada E ASSESSORIAS DE IMPRENSA Impressão DOS NÚCLEOS IMPRESSORA MAYER 46 A ação do setor de serviços Tiragem 4 MIL EXEMPLARES PONTO E CONTRAPONTO Contato 50 Clima organizacional & gestão REVISTA21@MERCADODECOMUNICACAO.COM.BR Publicidade HAPPY-HOUR CÉSAR BUENO (47) 9967-2587 E 3801-4897 53 Tudo pela adrenalina Endereço para correspondência AV. ALUISIO PIRES CONDEIXA, 2550 3 PERGUNTAS SAGUAÇU, JOINVILLE/SC 58 Como administrar conflitos REVISTA 21 3
  • 4. ABRE ASPAS UMA BOA CONVERSA COM QUEM TEM O QUE DIZER PENINHA MACHADO “Vamos dar um salto qualitativo” Prefeito eleito, Udo Döhler estima que a economia de Joinville vai triplicar em 30 anos, promete desburocratizar o setor público, otimizar a arrecadação de impostos e combater a desigualdade social 4
  • 5. Quarto empresário a tomar o caminho do Poder Executivo não têm acesso ao crédito, a quase em Joinville desde a década de 1960, Udo Döhler entra para nada. É por aí que vamos começar a galeria de Baltasar Buschle, Helmuth Falgatter e Wittich a trabalhar: regularizar essas áreas Freitag, a partir de 1º de janeiro, com a expectativa de pro- para que as pessoas se insiram na var que a competência na gestão privada também pode ser comunidade. Já tivemos situações aplicada na arena pública. parecidas no passado, no Jardim Ex-presidente da Acij, à frente da tradicional indústria Paraíso, no Ulysses Guimarães, têxtil que leva seu sobrenome, atuando há 40 anos como mas aquelas áreas foram urbaniza- voluntário no comando do Hospital Helena, Udo venceu as das. E a demanda quintuplicou. Por eleições no dia de seu 70º aniversário contrariando as pes- tudo isso, decidimos que vamos quisas e prometendo transparência absoluta no exercício do governar dos bairros para o Centro, cargo. Combate à burocracia que emperra a eficiência do com a população, ouvindo as pes- serviço público e, ao mesmo tempo, valorização do funciona- soas. Ficaremos o menor tempo lismo são metas que integram a plataforma de governo. Mas possível no gabinete. a prioridade absoluta, segundo o prefeito eleito, é a saúde. Nesta entrevista à Revista 21, ele reafirma o compromisso com medidas que racionalizem a pesada estrutura adminis- Em que medida seu perfil de gestor e sua trativa do município, como o enxugamento das secretarias trajetória empresarial contribuíram para regionais, que serão transformadas em subprefeituras. Prevê a eleição? um forte incremento da economia local, em conjunto com Trabalho desde os 14 anos e as cidades vizinhas, defendendo um redesenho da região aprendi que não se constrói um que tem Joinville como epicentro. O prefeito eleito também empreen­ imento sem a partici- d critica a demora na aprovação da nova Lei de Ordenamento pação dos funcionários. Aprendi Territorial (LOT), emperrada por demandas judiciais: “Por isso primeiramente na Döhler, hoje conta disso, Joinville está parada”. com 3 mil colaboradores e que, neste ano, vai crescer 5%, sempre por conta do comprometimento do seu quadro de funcionários. No município, não é diferente. Vamos conversar com o servidor A que o sr. atribui a vitória? Algumas aná- em uma posição discreta nas pes- para conhecer seus anseios, para lises indicavam que havia a expectativa quisas, na quarta posição. À medida oportunizar que ele construa a for- do joinvilense de ter, novamente, um pre- que a nossa proposta foi sendo mação que é necessária, e oferecer feito com perfil de gestor. O sr. concorda? apresentada ao eleitor, passamos um melhor ambiente de trabalho, Apresentei minha candidatura con- a crescer, e, contrariando as previ- adequadamente instrumentalizado siderando que tinha experiência e sões, tivemos uma posição bastante e motivador. Vamos reconhecer o maturidade suficientes para assumir confortável em termos de votos. No seu empenho, fazer com que ele esse compromisso. Durante oito segundo turno, novamente, as pes- seja o mais atraído possível pela meses, um grupo de 32 pessoas tra- quisas sinalizavam que era pouco atividade. Desse modo, o servidor balhou na elaboração do Plano 15, provável que viéssemos a vencer não se acomodará. E o reconhe- com nossa plataforma de governo. as eleições, sempre mostrando em cimento, naturalmente, bate na Iniciei a campanha justamente com uma escala decrescente. Enfim, remuneração do servidor. o viés de que não tinha aspiração atribuo esse voto de confiança do política e queria apenas ajudar Join- eleitor à consistência da nossa pro- ville a se transformar em uma cidade posta de governo, que busca tornar Como o sr. vê a distinção entre o gestor melhor. Realizamos em torno de a cidade de Joinville uma cidade e o político? Isso causou impacto na 600 reuniões nos bairros, ouvindo mais igual. Hoje, temos duas cida- campanha? as pessoas. Colecionamos cente- des: uma no Centro e outra nos Infelizmente, a classe política está nas de sugestões, que acabaram bairros. Há, em Joinville, cerca de muito desgastada. Houve algum integrando o plano de governo. No dez assentamentos irregulares. Dez avanço nos últimos tempos, por primeiro turno, meu nome aparecia mil pessoas que não têm endereço, exemplo, com o julgamento do REVISTA 21 5
  • 6. mensalão, e isso vai contribuir para a valorização do serviço público. Devo dizer que é um compromis- so nosso cuidar para que não se percam recursos públicos, garantir a transparência. Criar um portal absolutamente transparente. Cada cidadão precisa ter a oportunidade de dizer “olha, aqui houve um des- vio de recursos”. Não basta que a informação esteja disponível: ela tem que ser visível para o cidadão. É preciso reconectar os valores éticos e morais da classe política. As primeiras sinalizações já come- çam a surgir, com estes acertos nas decisões do Judiciário, mas, sobretudo, porque o jovem começa a participar da atividade política, por exemplo, por meio das redes PENINHA MACHADO sociais. É um processo irreversível. Nas próximas eleições, teremos educação, trânsito e segurança. uma participação ainda maior do “Não basta que a Além dessas, existem ações vol- jovem. Isso fará com que a velha informação esteja tadas à gestão, valorização do ser- raposa política mude de conduta. vidor, segurança, meio ambiente, disponível, ela tem turismo, entre outras áreas. Mas co- que ser visível para meçaremos mesmo pela saúde. É a Afinal, há diferenças entre gestão pública necessidade mais premente. Vamos e privada? o cidadão. É preciso melhorar as instalações do Hospital Gestão é gestão, pública ou pri- reconectar os São José, promover uma interface vada. Existem dificuldades de um com os hospitais do Estado – já lado e de outro. A complexidade da valores éticos” com sinal verde do governador –, gestão pública tem especificidades melhorar os postos de saúde, fazer em relação à do setor privado. E o com que ali não falte o profissional risco na atividade privada é maior médico e o remédio, o que também que na pública. Existem limitado- Vamos fazer com que o servidor vale para os PAs. res, regras complexas, detalhadas. público possa ser reconhecido pela Temos que desburocratizar o servi- população, que possa dizer com ço público, melhorar os processos orgulho que trabalha como servidor Outra forte demanda da população diz licitatórios, para buscar ganhos de em Joinville. Não há como execu- respeito à segurança pública. O que pode escala na execução. Mas a gestão, tar nossas metas de governo sem ser feito pelo município nessa área? como um todo, é uma só. o comprometimento do servidor. A segurança pública é função de Vamos aproveitar a prata da casa, Estado. Mas o município pode e como fiz ao longo de toda minha deve ajudar. Vamos instalar câme- Falta eficiência no serviço público? vida no setor privado. ras nos bairros, melhorar a ilumi- Sim, mas não é por causa do ser- nação. Fazendo isso, vamos ficar vidor. O servidor está engessado. de olho no traficante e no bandido. Não tem um bom ambiente de Quais serão as prioridades do seu A droga é um problema grave em trabalho, está diante de um proces- governo? Joinville. Precisamos fazer com so altamente burocratizado, e fica O Plano 15 se divide em 15 áreas. que as nossas crianças possam a imagem de que é acomodado. Quatro serão priorizadas: saúde, ficar mais protegidas, combater a 6
  • 7. REVISTA 21 7
  • 8. droga. Hoje, a Polícia Militar con- some 85% do tempo cuidando das pequenas contravenções e apenas 15% no combate ao crime. Tem que ser o inverso. Vamos criar a guarda municipal, que vai cuidar do trânsito e do patrimônio do município, além de auxiliar a PM para as pequenas contravenções. Devemos fazer com que a popula- ção também participe. No passa- do, existia o chamado inspetor de quarteirão. Se cada um cuidar do seu quintal e do quintal do vizinho, vamos melhorar. Que avaliação o sr. faz das reivindi- cações apresentadas pela Acij, em documento encaminhado pouco antes do segundo turno? A Acij apresentou suas sugestões, Há muito a fazer nesta questão? como também várias outras entida- “Joinville está Sim, o município está altamente bu- des. Elas foram tabuladas e vamos parada por falta rocratizado, a gente não localiza as incorporá-las dentro do que achar- informações. Para comprovar, basta mos positivo. Cada segmento social de ordenamento entrar no site da prefeitura. As infor- enxerga prioridades de uma forma. territorial. Sem isso, mações até estão ali, mas a pessoa As contribuições são importantes. não encontra o que precisa. Quantos Vamos examiná-las positivamente. é pouco provável que veículos existem na prefeitura? Difícil uma grande empresa achar essa informação. Tem que ser mais transparente. Temos que A prefeitura voltará a funcionar em venha para cá” registrar qual o veículo, qual o ano de perío­do integral? fabricação, quanto andou etc. Turno único ou integral, mais co- missionados, menos comissiona- dos – não faremos qualquer modi- preciso ir várias vezes à prefeitura, De que modo a questão da ineficiência ficação nessas situações sem ouvir vai e volta, vai e volta, como bolinha pública prejudica a vida do empresário? o servidor público. Pronunciar-se a de pingue-pongue. Vamos aperfei- Sem dúvida que atrapalha. Se al- distância é uma coisa. É preciso çoar o sistema de informatização, guém quiser um licenciamento am- saber o que ocorre ali dentro. para que o cidadão possa buscar a biental em Joinville, leva semanas, solução ali na subprefeitura, perto meses, até um ano. Se for para de onde mora, ou, se possível, de qualquer município vizinho, resolve As secretarias regionais serão enxu- casa mesmo, no computador. Hoje, em uma semana. Hoje, não temos gadas? o maior imposto deste país, que é o ainda a lei de ordenamento territorial Vamos transformar as secretarias imposto de renda, é feito sem sair aprovada pela Câmara. Isso é um regionais em subprefeituras, porque de casa. Não se concebe que um trauma. Se alguém quiser instalar as regionais não estão tendo um simples pedido de licenciamento, uma fábrica, como ocorreu com a bom desempenho. O que se quer é um simples pedido de informação, BMW, em Araquari, teria que man- deixar o governo mais próximo das obrigue o cidadão a preencher for- dar um projeto para o Legislativo, pessoas. Hoje, para conseguir um mulários complexos e ir à prefeitura, para transformar uma área que não simples licenciamento ambiental, é se poderia fazer isso de casa. tem definição e acomodar aque- 8
  • 9. PRIORIDADES DO NOVO PREFEITO Gestão Joinville merece uma gestão planejada e crescimento organizado. Saúde Melhoria contínua da rede ambulatorial e hospitalar. Educação Ampliação da rede escolar, melhoria das escolas existentes e valorização do professor. Mobilidade urbana O caos da mobilidade será combatido com investimentos como um amplo programa de recuperação asfáltica. Servidor Sistema de meritocracia, promoção de qualificação e valorização permanentes. Alagamentos Aprofundar e regularizar a calha do Rio Cachoeira, PENINHA MACHADO com barragens hidráulicas e o retorno da navegabilidade. le empreendimento. Ninguém se Segurança Integrar a segurança em sujeita a isso. Joinville está parada “É um momento todas as suas esferas, promovendo a cooperação entre os órgãos públicos por falta de ordenamento territorial. bom para a região e privados. Enquanto os vereadores não delibe- rarem sobre a matéria, estaremos metropolitana. Não Meio Ambiente Despoluição gradativa aguardando para que a cidade volte podemos enxergar do Cachoeira, Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. a crescer. Porque a cidade parou. Isso é um desserviço. Estamos sen- a cidade apenas Cultura A grande prioridade é sibilizando os vereadores para que dentro dos limites recuperar os endereços culturais. façam a votação da lei neste ano ain- da ou no começo do ano que vem. do município” Habitação Ênfase à família e à moradia digna. Assistência Social Apoio e O que o empresário pode esperar de seu capacitação permanente às governo na questão tributária? Vamos examinar bem plantas de organizações de assistência social. A prefeitura não vai aumentar im- valores dos imóveis, atualizar os Desenvolvimento Econômico posto. Apenas recolher de forma cadastros. Existem registros que não Simplificar e desburocratizar a adequada. A arrecadação pode ser são regulares, o que implica evasão abertura de novos negócios. otimizada com os tributos que aí es- fiscal. Vamos consertar isso, trazen- tão. Não é possível que apenas parte do benefícios para a população. Esporte Atenção ao desporto da população pague seus impostos educacional, comunitário, de rendimento, da terceira idade, e e outra parte, não. Na hora que todos qualificação dos equipamentos pagarem, acabarão pagando menos. O que é possível fazer para que Joinville esportivos. Vamos ter o cuidado de fazer justiça continue sendo um local atrativo para fiscal, para que não se penalize uma novos empreendimentos empresariais? Turismo Joinville deve voltar a ser o parte importante da população. Primeiro, dar segurança jurídica. principal polo de turismo de eventos em Santa Catarina. Sem uma lei de ordenamento ter- ritorial, é pouco provável que uma Agricultura Incentivar e propor Haverá revisão de alíquotas ou alguma grande empresa venha para Joinville. formas de mostrar a riqueza produzida mudança no regime do IPTU? Vamos trabalhar fortemente para pela Joinville agrícola. REVISTA 21 9
  • 10. resolver essa questão e, ao mesmo tempo, oferecer estímulos para que novas empresas se instalem aqui. Que tipo de estímulos? Hoje, há estímulos que não são muito percebidos. Se olharmos a questão da infraestrutura, temos energia elétrica para os próximos 30 anos, uma densidade portuária boa, aeroporto em vias de ser ampliado e ILS instalado, o que soluciona a situação para os próximos 20 anos, suprimento de água assegurado. No momento em que se possa dizer que o investidor não terá problema de energia elétrica, disporá de uma base educacional bem instalada e com condições de acompanhar o crescimento da cidade, ele vai perce- ber isso como um estímulo. O muni- cípio estará dando sua contribuição e isso vai ensejar que não se gere problemas lá adiante. Na questão da mobilidade urbana, vamos resolver os problemas do trânsito. Não adian- “A primeira ação de quatro instituições universitárias, ocupe seu espaço, e para que se ta dar vantagem fiscal numa ponta e será na área da consolide o parque de inovação não oferecer segurança em energia elétrica na outra. saúde. Em seguida, junto à UFSC. Poderemos instalar ali condomínios industriais amigáveis vamos conhecer o com o meio ambiente. Com a inova- Qual é o papel do prefeito, pessoalmente, chão da prefeitura. ção, lá na frente, vamos dar um salto dialético na manufatura. O que se neste processo? Saber o que cada pode antever? É um momento bom De facilitador. Por isso, estará, dentro do possível, estimulando a vinda um faz, quais suas para Joinville, mas também para a região metropolitana. Não podemos de investimentos para cá. Só neste ansiedades.” enxergar a cidade apenas dentro dos momento de transição, quatro em- limites do município. Temos que presas me procuraram querendo se consolidar nossa região metropolita- instalar em Joinville. As empresas na, mudar sua geografia. Ela vai até estão procurando Joinville porque anos, mas 30 anos. Joinville vai tripli- Rio Negrinho, que fica ali no Planalto, sabem que temos essa infraestrutu- car sua economia em três décadas. não tem nada a ver conosco. Temos ra toda. Mas temos que dar garantia Já daqui a dez anos, vamos agregar que redesenhar essa distribuição. jurídica, também. à nossa matriz metalmecânica, com Desejo conversar com os prefeitos essa ênfase em linha branca, quími- vizinhos para fazer a região funcio- ca, automotiva, um novo leque de nar. Redesenhada, é a região que É possível pensar longe na gestão oportunidades na área da saúde, dos mais crescerá até 2025 no Brasil, pública, para que não se mire apenas fármacos, da nova tecnologia, da conforme detectou estudo feito em projetos voltados a quatro anos de economia verde. Vamos dar um salto pelo Instituto Mackenzie. E Joinville realização? qualitativo. Atuaremos como facilita- será o núcleo dessa região. Vamos Não enxergamos apenas quatro dores para que o Inovapark, projeto triplicar a economia e a população 10
  • 11. O MAPA DA VITÓRIA Como Udo Döhler venceu as eleições para a prefeitura de Joinville, com 161.858 votos contra 134.295 do seu adversário no segundo turno, Kennedy Nunes A DIFERENÇA DE VOTOS POR SEÇÃO ELEITORAL Os mapas abaixo mostram os desempenhos de Udo e Kennedy em cada uma das 102 seções eleitorais da cidade. Cada círculo representa uma seção e o tamanho indica a diferença de votos entre os dois candidatos. VANTAGEM DE UDO VANTAGEM DE KENNEDY EMPATE 1º turno 2º turno A cidade se divide. Udo se Udo amplia vantagem no concentra na região central, centro, diminui a força de enquanto Kennedy domina Kennedy nos bairros da a periferia periferia e leva a eleição PENINHA MACHADO só crescerá 60%. Vamos agregar um valor excepcional que vai beneficiar a população. A cidade está crescendo, mas de forma desigual. Temos um 2.000 pedaço da população bem acomo- 500 1.000 dado e rico, outro mal acomodado 100 e pobre. Seria um desastre chegar daqui a 30 anos com a mesma desi- gualdade. Triplicando a economia, a TRANSFERÊNCIA DOS VOTOS NO 2º TURNO população crescendo 60%, se essa desigualdade persistir, será resulta- Foram 116.107 votos em Camasão, Carlito e Tebaldi no primeiro turno do da má aplicação dos recursos. Se 38.131 nas seções com 77.976 nas seções com vitória aplicarmos bem o recurso, a cidade vitória de Udo no 1º turno de Kennedy no 1º turno começará a ficar mais igual. 75,8% 61,3% O sr. fala em incremento industrial. Isso desses votos foram desses votos foram reverte tendência de crescimento do para Udo no 2º turno para Udo no 2º turno setor de serviços? Há três décadas, anunciava-se que A EVOLUÇÃO DOS VOTOS DO 1º PARA O 2º TURNO havia se esgotado o crescimento 1º TURNO 2º TURNO industrial. Isso mudou nos últimos 15 anos. O setor manufatureiro 0 50 85.817 100 150 161.858 Udo cresceu junto com os serviços. Isso 100.058 134.295 é saudável. Até porque não sobrevi- Kennedy vemos sem a manufatura. FONTE: TRE/SC REVISTA 21 11
  • 12. JACKSON ZANCO E PENINHA MACHADO No seu governo, qual será o papel de entidades como a Acij? A Acij vem dando contribuições importantes para a cidade. Atuou fortemente como facilitadora em questões como energia elétrica, ae­o­ orto, ensino superior e Cor- r p po de Bombeiros. Sempre esteve à frente das grandes demandas de Joinville. O mesmo acontece com Ajorpeme, CDL, Acomac. O gover- no terá uma sinergia forte com as entidades de classe, empresariais, assistenciais, Ajos, Apae, todas as instituições sociais que aí estão. Isso passa pelos clubes de serviço, clubes sociais, associações de mo- radores, igreja. A igreja realiza um trabalho que, se fosse feito pela prefeitura, poderia ter custo de até dez vezes mais, porque incorpora o voluntariado. Vamos estimular a Durante a campanha, visitando o loteamento Juquiá e o participação voluntária. Hospital Dona Helena. Com o vice-presidente da República Michel Temer: promessa de portas abertas no governo federal E quanto ao Conselho de Desenvolvimen- to de Joinville (Desenville)? Pelas causas sociais Vamos redesenhar o Desenville, terá uma participação mais ampla, O prefeito eleito de Joinville, Udo Döhler, é um dos mais reconheci- porque o aconselhamento é essen- dos líderes empresariais de Santa Catarina, tendo presidido a Acij por cial. Vamos estudar como formalizar cinco mandatos. Sua trajetória sempre esteve ligada a causas de im- isso. A comunidade será ouvida. pacto na comunidade, como a Associação Beneficente Evangélica de Joinville, mantenedora do Hospital Dona Helena, onde trabalha des- de a década de 1960. É ele o responsável pelas mudanças que vêm O que o sr. fará no primeiro dia como apontando novos rumos à instituição e que pretendem dar ao Dona prefeito? Helena um novo perfil: um hospital de ponta, que desafia e promove A primeira ação será na área da saú- a qualidade e a pesquisa em medicina, em toda a região Sul do país. de. Em seguida, vamos conhecer o O empresário participou ativamente de gestões políticas que re- chão da prefeitura. Conversar com sultaram em conquistas importantes para Joinville, como o campus os funcionários, saber o que cada da UFSC, a ampliação e equipamento de ILS para o aeroporto Lauro um faz, quais suas ansiedades. É Carneiro de Loyola, além da construção da subestação de energia que com o servidor público que vamos abastece o Distrito Industrial, entre outros benefícios. Em função des- administrar a cidade. se perfil, foi homenageado com o título de Cidadão Benemérito de Joinville, em 2006. Afável e descontraído em seu círculo mais íntimo, preserva mar- Que balanço o sr. espera que a imprensa cante presença no espaço familiar, dedicando atenção especial à lei- faça aos 100 dias de governo? tura. Defensor da natureza, foi homenageado por instituições da área Isso é apenas um rótulo. O que empresarial e ambiental: Líder Setorial Têxtil, Gazeta Mercantil/1993; gostaríamos é de, em 380 dias, ter Medalha do Mérito Dona Francisca, 2001; Medalha do Mérito Em- um avanço sensível na questão da presarial, CNI/2003 e Medalha do Mérito Carl Franz Albert Hoepcke, saúde. Assembleia Legislativa de Santa Catarina/2005, entre outras. 12
  • 13. REVISTA 21 13
  • 14. CURSOS & EVENTOS 4 DE DEZEMBRO Painel industrial Fiesc Fiesc, Florianópolis www.fiesc.com.br 5 DE DEZEMBRO Apresentação dos resultados do Índice de Confiança Empresarial Sustentare Sustentare, Joinville www.sustentare.net 7 DE DEZEMBRO Assembleia geral Cejesc Facisc, Florianópolis www.facisc.com.br O CURITIBANO Pablo Mayer, QUE PARTICIPA PELA SEGUNDA VEZ DA REVISTA 21. É ILUSTRADOR E QUADRI- 8 DE DEZEMBRO NISTA, COM TRABALHOS PUBLICADOS NA FOLHA DE S. PAULO, MUNDO ESTRANHO, VEJA RIO, REDE GLOBO, GRUPO RBS, ENTRE OUTROS VEÍCULOS. SEU SITE É O BRABOSCOMICS.COM Curso “Técnicas de chefia e liderança” Sociesc, Joinville Parabéns pela qualidade da Revista profissional dos empresários. www.sociesc.org.br 21. Muito bem elaborada e com uma Marcelo Hack capa linda. Sucesso no trabalho. PERVILLE, JOINVILLE 11 DE DEZEMBRO Giane Bracelo Curso “Negociações SOCIESC, JOINVILLE Parabéns à Acij pelo Prêmio Pro- Internacionais” grama Facisc de Excelência. Perce- Sociesc, Florianópolis A reportagem intitulada “A platafor- bemos no dia a dia o comprometi- www.fiescnet.com.br ma do empresariado”, publicada mento desta centenária instituição, na edição 3 da Revista 21, reflete para que os serviços prestados aos 12 DE DEZEMBRO com precisão o pensamento da Acij associados sejam sempre realiza- Curso “Cobrança por sobre as questões prioritárias para dos da melhor maneira possível. Telefone e Negociação Joinville. Parabéns. Fabrício Roberto Pereira com Inadimplentes” Ernesto Heinzelmann DOUGLAS IMÓVEIS, JOINVILLE Acij, Joinville VICE-PRESIDENTE DA ACIJ www.acij.com.br Parabéns à Acij por sua atuação transparente e harmoniosa, bus- 12 DE DEZEMBRO Parabéns à gestão executiva da Acij cando convergir as necessidades Curso “Logística de pela conquista do Prêmio Facisc de de nossa região com as empre- Transporte Internacional” Excelência. É sempre “dez” receber sas que aqui desejam se instalar, Fiesc, Florianópolis uma premiação como essa. promovendo o crescimento sus- www.fiescnet.com.br João de Andrade tentável. Somos uma seguradora EMPRESÁRIO, PELO FACEBOOK autorizada pela Susep para atuar 14 E 15 DE DEZEMBRO em todo o território nacional e es- Curso “Formação do Preço A revista se destaca pela qualidade tamos chegando a Joinville. de Venda na Indústria” informativa, gráfica e jornalística, Luís Carlos Fernandes Sociesc, Joinville abordando temas atuais do contexto DIRETOR-PRESIDENTE CRÉDITO Y CAUCIÓN SEGURA- www.sociesc.org.br corporativo, focadas na experiência DORA DE CRÉDITO À EXPORTAÇÃO 14
  • 15. REVISTA 21 15
  • 16. BRIEFING DE TUDO UM POUCO DIVULGAÇÃO ALIMENTOS Qualificação que vai à mesa Com o incremento do setor de eventos em Joinville, ganham for- ça os serviços especializados de bufê e produção de bolos e sal- gados, acompanhando tendência nacional. De acordo com a Revista Exame, alimentos e bebidas são os produtos com os quais os brasilei- ros devem gastar mais na próxima década. A chefe do departamento de gastronomia da Univille, Maria- na Duprat, percebe uma “enorme mudança” no mercado, na oferta de produtos e serviços diferencia- dos, e observa que os consumido- “Não dá para falhar no atendimento” res estão mais exigentes. “Ainda há muito a evoluir, principalmente no Há cinco anos no mercado, a Bokitos, que produz doces e salgados, investe que se refere à profissionalização em publicidade e promoções para se destacar. Mantém 60 funcionários em e à capacitação de mão de obra”, atividade nas 24 horas. Neste ano, apostou no aprimoramento dos proces- analisa. Para ela, a procura crescen- sos de gestão, treinamento e padronização total das receitas, para profissio- te pelo curso superior mantido pela nalizar o negócio. Um dos pontos altos é um kit de café colonial entregue ao universidade é um sinal da valoriza- cliente pronto para ser consumido. “Se falhar no atendimento, não adianta ção do setor. Mesmo assim, enfa- ter um bom produto e preço competitivo”, analisa Janara Ziliotto, gerente de tiza que, para crescer com quali- vendas. Na foto, os proprietários, Cleverson Marcílio e Noemi Ziliotto. dade, é preciso investir nos jovens talentos, mostrando que o merca- Bokitos Doces e Salgados do oferece oportunidades de as- Rua Iririú, 1060 – Saguaçu censão e sucesso profissional. Tel.: (47) 3435-4023 16
  • 17. NEVITON DUARTE “A exigência tem aumentado” A Bragança Gastronomia nasceu em 1998 e é uma das responsáveis pelo processo de qualificação do setor. “A exigência no ramo de alimentação tem aumentado muito, seja nos produtos oferecidos, seja na tecnologia aplica- da”, argumenta o proprietário Zeca Caputo. Ele entende que a revitalização da Expoville é um dos passos para consolidar a cidade como roteiro de lazer e turismo de negócios e, consequentemente, aumentar a demanda para serviços de alimentação. Na foto acima, a Casa Suíça, espaço para eventos que a Bragança administra no Perini Business Park. Bragança Gastronomia Tel.: (48) 3222-1931/3261-5435 (47) 3422-4201 DIVULGAÇÃO Caminhões-cozinha Responsável pelos restaurantes da Sociedade Harmonia-Lyra e do Clu- be Sargentos, a D’Marcos atua no mercado desde 1992 e, além dos eventos locais, oferece serviço de catering, com caminhões-cozinha equipados para atender em todo o Sul do país. O proprietário Marcos Fritzke (foto) só lamenta a existência de locais públicos mal conservados. D’Marcos Buffet para eventos Tel.: (47) 3433-0118/3422-2129/ 3433-1937/9968-6316 REVISTA 21 17
  • 18. FOTOS DIVULGAÇÃO Inauguração da Brunswick Boat, instalada no Perini Business Park: planos ousados para o mercado brasileiro DE VENTO EM POPA Gigante australiana traz segmento inédito a Joinville O maior condomínio multissetorial te polo da indústria náutica. local, outro importante fator na es- do Brasil, o Perini Business Park, A gigante chega com força, colha de Joinville para acolher o pela via de sua construtora, a Pervil- apostando alto no mercado brasi- empreen­ imento, e aposta na cus- d le, entregou com dois meses de an- leiro e, depois, no latino-america- tomização das embarcações, que tecedência a fábrica da Brunswick no, considerando, principalmente, devem ter “a cara” do cliente. No Boat, a líder mundial na fabricação o arrefecimento na economia eu- caso local, o jeitinho brasileiro vai de embarcações de lazer, inaugura- ropeia e a lenta recuperação dos estar principalmente na instalação da em novembro. Joinville ganha, Estados Unidos. A planta brasilei- de espaços gourmets nas embar- assim, além dos naturais benefícios ra, com capacidade instalada de cações. Com importantes incen- com a abertura de novas vagas para 400 unidades, deve estar a pleno tivos fiscais proporcionados pelo seus cidadãos – que hoje já repre- vapor já em 2013, e em cinco anos governo catarinense Pró-Emprego sentam mais de 70% da equipe quer faturar 10% do total da divi- e Super-Prodec, além do Pró-Náu- contratada – e do consequente de- são de barcos do grupo. Andy Ga- tica (isenção de ICMS), a Brunswi- senvolvimento em seu entorno, um ves, presidente mundial da divisão, ck Boat atraca em Joinville, literal- status diferenciado como importan- elogia a qualidade da mão de obra mente, de vento em popa. 18
  • 19. DIVULGAÇÃO Nomes que se projetam O cinema se torna atraente na es- tratégia de marketing cultural das empresas porque, pela Lei Rouanet, o valor destinado ao patrocínio é descontado do imposto de renda e os produtores têm o compromisso de exibir esses filmes em festivais por todo o Brasil, dando visibilidade à marca do apoiador. Entre os join- vilenses que alcançaram reconhe- cimento nesse setor, despontam nomes como Rodrigo Brum, Ebner Gonçalves, os irmãos Fabrício e Fá- bio Porto, além de Alceu Bett, que lançará o curta-metragem “As Mor- tes de Lucana”, durante o 4º Festi- val de Cinema Itinerante da Língua Portuguesa, em Lisboa. Trata-se do primeiro filme da região com co- -produção internacional. Por uma escola de cinema na Fundamas O Simdec vem alavancando a pro- dução de cinema na região. Somen- te no edital de 2012, foram inscritos 11 projetos de roteiro e 30 de pro- Cena e bastidores do filme “As Mortes de Lucana”, de Alceu Bett (à esq.) dução audiovisual. Além dessa mo- dalidade de financiamento, Alceu CINEMA JOINVILENSE Bett e Ebner Gonçalves concordam que é necessário incrementar a for- Importante, mas esquecido mação de profissionais. “O cinema é uma fábrica, precisamos de muita O cinema feito em Joinville tem além de divulgar a cultura local, a gente qualificada. Ainda estamos se destacado em circuitos regio- produção é importante por mo- atrasados comparando com outras nais, nacionais e até internacio- vimentar a economia, já que um cidades catarinenses”, desabafa nais. No entanto, para os realiza- curta-metragem gera cerca de 60 Gonçalves, que, depois de três do- dores, a atenção ao setor ainda empregos indiretos. “Ainda não cumentários, prepara seu primeiro é tímida. Em média, são dez pro- surgiram longas joinvilenses, em filme de ficção, intitulado “A Noiva duções cinematográficas por ano parte porque há pouco esclareci- de Tarantino”. Para resolver esse na região – destas, quatro patro- mento das empresas a respeito gargalo e a falta de condições téc- cinadas pelo Sistema Municipal da Lei Rouanet de Incentivo à Cul- nicas, a Acinej pretende estimular de Desenvolvimento pela Cultura tura”, pondera Alceu Bett, presi- a criação de uma escola de cinema (Simdec), com aporte de R$ 40 dente da Associação de Cinema na Fundação Municipal Albano Sch- mil para cada uma. Para a cidade, de Joinville e Região (Acinej). midt (Fundamas). REVISTA 21 19
  • 20. CONJUNTURA TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS SOB O OLHAR JOINVILENSE ILUSTRAÇÕES: FÁBIO ABREU 20
  • 21. RETROSPECTIVA As principais notícias da economia regional em 2012 Hora de olhar para frente 23 DE FEVEREIRO Infraero retoma edital para ampliação do aeroporto 6 DE MARÇO Tupy anuncia R$ 250 mi em investimentos para 2012 11 DE JUNHO Expogestão chega Mesmo com incertezas à 10ª edição no plano mundial e É pela via dos investimentos 2 DE JULHO que, dizem especialistas ouvidos Assinado contrato de previsão de queda no PIB, pela Revista 21, a economia deve terceirização da Expoville fundamentar sua ascensão no expectativa para 2013 é de próximo ano, em particular como 12 DE JULHO consequên­ do caso BMW. O cia GM suspende investimento um crescimento ancorado desembarque da grife alemã, si- de R$ 700 mi para Joinville nônimo de alto luxo em carros, vai em novos investimentos “revolucionar” o cenário empresa- 15 DE AGOSTO rial do Norte do Estado, com a es- Pacote de investimentos truturação de um polo automotivo para rodovias e ferrovias ao qual se somam as indústrias já beneficia SC Foi pródigo em manchetes econô- existentes em itens como motores micas este 2012. Seja em âmbito e cabeçotes, prevê o colunista Cláu- 24 DE SETEMBRO federal, seja na esfera estadual ou dio Loetz, do jornal A Notícia. Nessa Lançado edital para obras fechando o foco no Norte cata­ perspectiva, estima, a conjuntura de duplicação da BR-280 rinense, o ano que está por se para 2013 é promissora: “Os ne- encerrar produziu um volume sig­ gócios no país devem deslanchar, 27 DE SETEMBRO ni­ cativo de fatos com impacto po- fi especialmente os alinhados à infra- Decretada falência tencial sobre a vida dos cidadãos e estrutura, e o mercado continuará da Busscar sobre o mundo dos negócios. No comprador, com o aumento de ren- caso da região de Joinville, talvez o da da população, a permanência do 22 DE OUTUBRO carro-chefe tenham sido as notícias pleno emprego e juros que devem BMW confirma: fábrica ligadas ao setor automotivo, com estacionar nos níveis atuais, com o será em Araquari ênfase para o sim da BMW – que dólar por volta ou acima dos R$ 2 já está até selecionando profissio- ajudando as exportadoras”. 28 DE OUTUBRO nais para trabalhar em Araquari –, Colega de Loetz no Diário Cata- Udo Döhler é eleito o início da produção local da GM, rinense, a jornalista Estela Benetti prefeito de Joinville mesmo com o cancelamento do aposta que a expansão dos inves- projeto de uma segunda unidade, e timentos “deve ser a âncora do 30 DE OUTUBRO os investimentos de peso da Tupy, crescimento” no próximo ano, lem- Whirlpool anuncia 850 que abriu nova planta em junho. brando que, regionalmente, outros empregos para Joinville REVISTA 21 21
  • 22. AGÊNCIA BRASIL E DIVULGAÇÃO grandes projetos estão sendo espe- rados a partir do impulso da BMW, além do fator Copa do Mundo, em nível nacional, e da previsão de ju- ros baixos e câmbio amigável aos exportadores. Como nem tudo são flores, Estela observa que a conjun- tura estadual deve ser influenciada negativamente pela chamada Reso- lução 13, que estabelece alíquota única de 4% de ICMS para impor- tados. O prognóstico da jornalista: “Como as indústrias estão trazendo mais insumos e o comércio, mais itens prontos, deve haver aumento de preços de importados e impacto na inflação”. No balanço de 2012, outro as- pecto citado diz respeito ao avanço tímido do PIB, que deve tombar de uma projeção de 4% para algo em torno de 1,5% – inferior até às ex- pectativas mais pessimistas. Para o presidente da Tigre, Evaldo Dreher, é inevitável que variáveis externas, como a reeleição de Barack Obama nos Estados Unidos, a crise euro- peia e o redirecionamento econô- mico chi­ ês, batam forte por aqui. n “Naturalmente sensível ao que acontece no mundo, porém, nossa economia deve se manter sólida”, antevê Dreher. Dilma, com o presidente da BMW e movimentação já é sentido até no Já o consultor Ricardo Della o governador Raimundo Colombo, mercado imobiliário e de serviços – Santina, professor da Sustentare, no encontro que confirmou a vinda os quais, como lembra o executivo preocupa-se com os rumos das po- da fábrica para a região de Joinville; Gustavo Hiendlmayer, do Núcleo líticas monetárias norte-americana e acima, a produção da GM e a nova de Jovens Empresários, são esti- brasileira, de um lado com o dólar planta da Tupy: reafirmação mulados pela chegada de multina- em baixa e de outro com a cotação do segmento de autopeças cionais. do real forçada para cima: “O dólar Em síntese, se não dá para soltar fraco encarecerá o petróleo e as foguetes, o empresariado termina o commodities cotadas nesta moeda da economia regional”, festeja o ano com um misto de otimismo e no exterior, enquanto o Brasil deve professor de economia Ademir De- cautela. “A chegada de tantos em- enfraquecer sua moeda e seu poder métrio, da Univille. “Com base nos preendimentos novos e a ampliação de compra, trazendo inflação”. investimentos já executados ou de empresas consolidadas permi- Não que Joinville fique alheia em andamento, a atividade econô- tem uma expectativa bastante po- a tais influências, pelo contrário. mica vêm se mostrando ascenden- sitiva para o próximo ano”, avalia o Mas, de novo, é o incremento do te, gerando produção, emprego e presidente da Acij, Mário Cezar de polo empresarial que pode ameni- renda, dinamizando o consumo e Aguiar, certo de que a região vive zar os efeitos. “Estamos assistin- melhorando a qualidade de vida “um momento muito especial”. Que do a uma expansão extraordinária das pessoas”. Subproduto dessa não seja só um momento. 22
  • 23. REVISTA 21 23
  • 24. O ano na balança Empresários e executivos avaliam os fatos econômicos de 2012 “Esperamos uma economia pujante” Carlos Grendene, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Joinville A vinda da BMW e a inauguração mia pujante, que não se restrinja governo. Um exemplo é que nós, das empresas Yudo e Brunswick a setores sazonais, mas como um pequenos empresários lojistas, foram, em meu entendimento, todo. Acredito que essa engrena- pagamos hoje o imposto sobre a os fatos mais relevantes na eco- gem deve abranger a todos, e não folha de pagamento – o que é um nomia regional ao longo deste se restringir apenas a alguns seg- absurdo. Quando o governo baixa ano. Esperamos que, em 2013, o mentos. Defendemos que todos a folha de pagamento da indústria, consumo interno seja retomado, os setores estejam contempla- nós apoiamos. Queremos o mes- e que possamos ter uma econo- dos, inclusive com benefícios do mo tratamento para o comércio. 24
  • 25. “Investimentos em infraestrutura e logística” Valdicir Kortmann, diretor comercial e de marketing da Krona Tubos e Conexões A região recebeu uma grande quan- lhoria de infraestrutura e logística e volvimento econômico da região. tidade de empresas e anúncios da na formação de profissionais. Com Visualizamos um cenário favorável instalação de multinacionais que a vinda de novas indústrias, o Norte para 2013. Dessa forma, nossa ex- são líderes de mercado. Dessa for- de SC deverá receber ainda mais in- pectativa é a melhor para o cresci- ma, visualizamos um grande bene- vestimentos nessas questões, agre- mento socioeconômico da região e fício para o município quanto à me- gando significativamente ao desen- das empresas instaladas. “Novas empresas serão atraídas” Eduardo José Domingues, presidente do Núcleo de Comércio Exterior da Acij O fato econômico que mais mar- Esse tipo de investimento exerce as classes B, C e D continuarão cou 2012 foi o anúncio da vinda enorme atração para outras em- movimentando a economia inter- da BMW para Araquari. Depois de presas em expansão (e não só do na, mantendo o padrão de consu- tanto suspense, a confirmação da setor metalmecânico), que tendem mo, e veremos os investimentos instalação da montadora reforça a a considerar a região Norte do Es- para a Copa do Mundo e Olimpía- capacidade industrial, logística e tado de Santa Catarina em seus das se intensificarem, ajudando a de mão de obra da nossa região. portifólios. Acredito que, em 2013, alargar o crescimento do PIB. “Meu olhar é dos mais otimistas” César Döhler, gerente financeiro da Döhler Os grandes fatos econômicos para Em ambos os casos, tratam-se de mia joinvilense, além da evolução a região de Joinville passam pela novas oportunidades para Join­ de instituições de ensino superior, modernização do aeroporto, com ville crescer e inovar em seu perfil que dão o aporte necessário para a instalação do ILS, o que vai au- empresarial. Destaco, ainda, a ex- a formação de talentos. Por tudo mentar a segurança e a frequência pansão notável do Perini Business isso é que o meu olhar para 2013 dos voos, e, sem dúvida, pela evo- Park, hoje com mais de 100 empre- não poderia deixar de ser otimista. lução no projeto da GM, ao lado sas instaladas e que traz uma con- As pílulas do crescimento estão à da confirmação da vinda da BMW. tribuição relevante para a econo- nossa disposição. REVISTA 21 25
  • 26. “Enfrentamos ano, que esperamos não estejam “Problemas que podem fatores adversos” presentes no próximo. Caso da gerar oportunidades” queda nas vendas de veículos co- Luiz Tarquinio Sardinha Ferro, merciais no Brasil, devido à mu- Patrício Junior, presidente da Tupy dança no padrão internacional de superintendente do Porto Itapoá emissões, o que fez com que os motores novos viessem com pre- Ao lado da internacionalização da ços mais altos. Em virtude disso, A aprovação da Resolução do Tupy, destaco três fatos socioe- os frotistas compraram um volu- Senado Nº 13/2012 foi um dos conômicos relevantes: os anún- me maior de novos caminhões fatos marcantes de 2012. A re- cios de investimentos na região, do padrão antigo em 2011. Outro solução, que prevê o fim da como o da BMW, as dificuldades fator foram as secas no Sul e em “Guerra dos Portos”, deve afe- enfrentadas por determinados São Paulo, que empurraram para tar toda uma cadeia industrial, segmentos industriais, por conta baixo a demanda por fretes e, em favorecendo os Estados que da desaceleração da economia, conse­ quência, por caminhões. não ofereciam incentivos fiscais e as primeiras iniciativas do go- Menciono ainda o crescimento à movimentação de cargas em verno federal para propiciar me- modesto no Brasil e aspectos terminais portuários. Embora lhores condições para a indústria externos, com um primeiro se- só entre em vigor em 2013, al- brasileira recuperar a competi- mestre favorável na América do guns reflexos já surgiram, como tividade. Enxergo uma melhora Norte seguido por indicações de a mudança de empresas para discreta para 2013, até porque desaceleração e a atual retração outros Estados. O trabalho que tivemos fatores adversos neste econômica na Europa. deve ser feito está em novas 26
  • 27. formas de compensação para “O viés da Enfrentamos os desafios de atrair empresas, criando diferen- esperança é positivo” frente, como não poderia deixar ciais em tecnologia, eficiência e de ser. E fizemos boa parte da agilidade. Outro fator relevante Christian Dihlmann, lição de casa. O governo federal foi o anúncio da BMW. O pa- diretor da BRTooling tem adotado mais posturas téc- drão BMW é minucioso, com nicas do que as tradicionalmen- alto impacto socioeconômico. te políticas e danosas. Trunfo Servirá de modelo para todos O ano de 2012 se iniciou cheio que tem resultado em um me- os investimentos que devem vir de dúvidas para o cidadão e em- lhor nível de produção e com- com a empresa alemã. Um item presário brasileiro. Tínhamos a petitividade. Há muito por fazer. importante a considerar para os tiracolo uma crise mundial com E, para que isso ocorra, há ne- próximos anos é a questão eco- desenrolar incerto, ocorreria cessidade de articulação e com- nômica mundial. Nossas indús- novamente uma eleição com prometimento de toda a classe trias ainda são muito dependen- as já costumeiras “gastanças” empresarial, laboral e entidades tes do mercado internacional. desenfreadas e tendenciosas, governamentais. Novos gesto- Isso pode gerar um problema se o mensalão indicava acabar em res estão postos nos governos já não estivermos preparados. “pizza”, a China iria enterrar de municipais, com uma renovação Contudo, o problema pode se vez as indústrias nacionais am- histórica. O trabalho honesto e transformar em oportunidade, pliando a desindustrialização... arrojado trará bons frutos para levando em consideração as vá- Enfim, um cenário desolador. a economia brasileira nos próxi- rias experiências semelhantes Agora caminhamos para o final mos anos. O viés da esperança pelas quais já passamos. de um ano que foi “sui generis”. mudou para positivo. REVISTA 21 27
  • 28. “Desconforto de quem solavancos sofridos pela econo- “Ações concretas pela não recebeu benefícios” mia mundial, com uma desace- desburocratização” leração significativa na Europa, Dinorá Allage, baixo crescimento dos Estados Alcides Bertoli, diretor vice-presidente da Cajadan Têxtil Unidos e da China, também pro- geral da Gidion porcionam uma insegurança ge- ral, brecando o desenvolvimento O fato de termos vivido um ano de vários setores. O que nos mo- O início de operação da fábrica eleitoral sempre deixa a econo- tiva, em todo esse cenário, é o de motores da GM e a vinda da mia em compasso de espera. fato de estarmos instalados em BMW consolidam a região Nor- De outra parte, o incentivo ao uma das regiões mais prósperas deste como de alta tecnologia consumo de alguns tipos de pro- do país, onde várias empresas e de mão de obra qualificada. dutos pelo governo fomentou estrangeiras investem, acredi- Mesmo após toda a polêmica ainda mais o endividamento da tando num futuro promissor. das políticas de custos com os população. Com isso, aqueles Com certeza, o contexto mun- portos, no início de 2012, a re- que não tiveram benefícios aca- dial não sofrerá grandes mudan- gião se mostrou, no aspecto baram em segundo plano, e isso ças de um ano para o outro, o logístico, favorável a novos in- gerou uma sensação de descon- caminho é muito mais longo do vestimentos e tem comprovado forto nos empresários que não que isso. Mas, com trabalho, es- que a infraestrutura, ainda que foram priorizados de alguma for- forço e dedicação, teremos um precária, é um fator relevante ma. Daí, os investimentos caem novo ano de sucesso e grandes para atrair investimentos, além e a economia fica estagnada. Os conquistas. das políticas dos governos es- 28
  • 29. taduais. Para nós, que acredi- “Empresas continuarão inestimável. Outro fator de gran- tamos desde muito tempo no a investir e a crescer” de relevância social foi a reviravol- potencial da cidade e perma- ta política. Num feito que, para nentemente estamos cuidando João Martinelli, presidente da alguns, parecia impossível, um da evolução da mão de obra, Martinelli Advocacia Empresarial empresário assume o comando com fatos como a chegada da da cidade, mostrando o caráter UFSC, e da infraestrutura, com trabalhador de seu povo, sua a subestação de energia, a che- O continuado crescimento eco- confiança no setor privado e lu- gada das duas fábricas traz tam- nômico da região, a vinda de no- cidez na escolha. Como sempre, bém a bandeira do desenvolvi- vas empresas, investimentos e os inícios de cada ano são mar- mento regional, e não mais de ampliação dos empregos, domi- cados por incertezas conhecidas. uma única cidade. Sinaliza para naram o cenário da grande Join- Impossível dizer, por exemplo, melhoria e para a homogenei- ville. Serviços de primeira linha qual será o efeito do agravamen- zação do Índice de Desenvol- aliados a um dos parques indus- to da crise europeia nos negócios vimento Humano (IDH) desta triais mais desenvolvidos do país em 2013. Seu recrudescimento que se caracteriza como região foram facilitadores na decisão da poderá interferir nas questões metropolitana. Para 2013, o que vinda da BMW, que agitou a ci- cambiais, afetando importadores esperamos são ações concretas dade. Mais uma vez, Joinville foi ou exportadores e a própria infla- do poder público, nas diversas alçada ao cenário mundial como ção. Apesar das dificuldades, é esferas, objetivando a desburo- uma região rica e promissora. de se prever que, a exemplo des- cratização e da tão esperada e Os investimentos previstos são te ano, as empresas continuarão necessária reforma fiscal. vultosos e o ganho tecnológico, a investir e a crescer. REVISTA 21 29
  • 30. PERFOMANCE O DESEMPENHO DOS PRINCIPAIS SETORES DA ECONOMIA Em cada esquina, uma farmácia Expansão ocorre em todo o país, mas se evidencia saúde. Para os que gostam de fa- vizinhanças de onde moram os zer suas compras perto de casa ou clientes. Aos 93 anos de atuação, em Joinville, que recebeu do trabalho, a demanda tem feito uma das conquistas do grupo foi com que surjam cada vez mais far- ter disponibilizado o primeiro aten- grandes redes nos mácias por todo lado. Em Joinvil- dimento 24 horas em Santa Cata- le, o fenômeno se reflete em cada rina. “Está ocorrendo um grande últimos anos esquina onde aparece uma loja movimento de incorporações no nova, seja da conhecida Drogaria ramo farmacêutico em todo o Bra- Catarinense, seja das recém-che- sil. O mercado catarinense, em gadas Nissei, Panvel e Droga Raia, comparação com outras partes do Entre 2008 e 2012, a despesa das entre outras bandeiras menores e país, ainda é pequeno, e cada re- famílias brasileiras com remédios algumas com foco popular. gião tem peculiaridades a ser ex- pulou de 44,99% para 48,6%. A Nascida na cidade, pertencen- ploradas”, avalia o superintenden- Pesquisa de Orçamentos Familia- te à Companhia Latino-Americana te comercial da Clamed, Marcelo res (POF), realizada pelo Instituto de Medicamentos (Clamed), a Augusto Voss. Brasileiro de Geografia e Estatísti- Drogaria Catarinense mantém Para o grupo, a concorrência ca (IBGE), indica que o gasto men- 42 lojas em Joinville, focada na é saudável e inspira a inovação sal com medicamentos fica em proposta de oferecer acesso fa- constante. Além de Santa Catari- torno de R$ 74,74, sendo o mais cilitado, com pontos de venda na, por meio da marca Preço Po- alto na relação de dispêndios com estrategicamente situados nas pular, a companhia está presente 30
  • 31. DIVULGAÇÃO no Paraná, no Rio Grande do Sul Drogaria Catarinense distribuição, em Curitiba, e pelo e, em breve, abrirá lojas no Mato e Nissei multiplicaram crescimento notável da cidade. Grosso do Sul. Marcelo explica unidades; Patrícia Maeoka “O PIB per capita e o potencial de que a tradição contribui para a explica que a expansão consumo de Joinville mais que fidelização dos clientes, que se das redes acompanha o dobraram nos últimos dez anos e, reflete nas distinções alcançadas crescimento da cidade com a aceitação da comunidade pela marca, ganhadora de todas joinvilense, a Nissei está acompa- as premiações estaduais do Top nhando esse crescimento”, argu- of Mind, como a mais lembrada menta Patrícia Maeoka, diretora na categoria farmácia. Nos últi- da rede, que emprega 75 pessoas mos quatro anos consecutivos, em Joinville e estima ter feito um a Drogaria Catarinense também investimento de R$ 5 milhões por recebeu o primeiro lugar no prê- aqui, entre 2011 e 2012. De ago- mio “Aconselhamento na farmá- diferenciais esperados por todos ra em diante, diz Patrícia, a em- cia”, que avalia o atendimento e os nossos clientes”, enfatiza o su- presa pretende conhecer melhor aconselhamento das principais perintendente. os clientes para cativá-los. Para redes de farmácias brasileiras. “O A rede Nissei aportou por aqui isso, as estratégias são focadas resultado demonstra que nosso em 2011, com a inauguração de em preço justo, mix completo de trabalho, baseado na ética e no cinco lojas. A escolha se deu pela produtos, lojas amplas e com boa respeito à prescrição médica, são proximidade com a central de localização e programas de fideli- REVISTA 21 31
  • 32. dade, que oferecem descontos, ses, lá em 1985, quando montou passeios e ações sociais. a primeira loja em Florianópolis A executiva da Nissei aponta – mas a vinda para Joinville só que 2012 foi um ano movimenta- ocorreu em 2008. Hoje, é conside- do para o mercado de farmácias, rada a maior rede do Sul do país, com fusões, aquisições e expan- com 290 lojas espalhadas pelo são de marcas. “As redes cresce- Rio Grande do Sul, Santa Catarina ram em média 17%, conquistando e Paraná. Entre os diferenciais, os novos mercados, e as farmácias produtos com marca própria, que independentes, que focaram no chegam a 500 itens, agrupados relacionamento, também estão em 15 submarcas, com mais de DIVULGAÇÃO apresentando bons resultados”, oito milhões de unidades vendi- analisa. Para ela, em Santa Cata- das ao ano. A rede mantém cinco rina, a principal oportunidade está lojas em Joinville e o mapa da ex- em mudar o hábito de consumo, pansão envolve Curitiba, onde até estimulando a venda de itens de o final deste ano terão sido insta- higiene e beleza. ladas 30 filiais. Além de informa- Produtos de marca própria Nesse embalo, a Panvel resol- ções sobre PIB local e quantidade da Panvel: cresce a veu ultrapassar as fronteiras do de habitantes, a Panvel se vale presença de itens Rio Grande do Sul, onde nasceu, de pesquisa em relação ao con- de higiene e beleza para disputar espaço com as re- sumo de medicamentos, já que em farmácias des regionais em terras catarinen- essa vertente representa 70% das 32
  • 33. DIVULGAÇÃO Gasto com medicamentos é o principal item na lista de despesas familiares com saúde, e redes vão aonde o consumidor está vendas do grupo. Está aí um dos motivos para Florianópolis contar com mais endereços do que Join­ ville, mesmo tendo PIB inferior. Já a Droga Raia estreou na cidade em 2011, ano em que se uniu à Drogasil, formando a Raia Drogasil, maior rede de farmácias do país, dona de 10,9% do merca- do. Duas unidades foram instala- das na região central, uma na rua Otto Boehm e outra na Max Colin. Criada em Araraquara, São Paulo, a rede entrou em Santa Catarina por Joinville e Balneário Cambo- riú. Hoje, também está em Blume- nau e Brusque. Para enfrentar a concorrência, aposta em uma es- tratégia agressiva e conta com a estruturação das lojas em pontos centrais, onde há grande fluxo de consumidores, e sucessivas pro- moções, com descontos em me- dicamentos tarjados e genéricos. REVISTA 21 33
  • 34. SOCIAL PROJETOS E INICIATIVAS PARA ESTÍMULO À CIDADANIA DIVULGAÇÃO Punir, vigiar, resgatar Em Joinville, 17 empresas mantêm atividades algo pouco refletido pela sociedade. Ainda que a privação da liberdade laborais nas unidades de seja percebida pela maioria como a punição exemplar – que deveria vir segurança. Veja quais embebida por um sistema repressi- vo violador de direitos –, o dado po- são e confira visões sitivo é que a visão parece evoluir. “Joinville está vivendo um momento sobre o modelo atípico, dando um salto ético”, reve- lou João Marcos Buch, juiz de direi- to da Vara de Execuções Penais de “Hoje, o preso está contido. Ama- Joinville, no 5º Seminário de Gestão nhã, ele estará contigo.” O profes- Prisional, Segurança Pública e Cida- sor Alvino de Sá, autoridade em dania, realizado em agosto de 2012. criminologia, faz questão de disse- Segundo ele, o próprio contato com minar a frase por onde passa. No a população tem demonstrado essa entanto, a possibilidade de retorno transformação na opinião pública. Trabalho é fundamental para a desse indivíduo, que rompeu com o “O preso jamais perderá sua condi- recuperação social dos apenados contrato social e em breve voltará a ção humana, é filho de nossa socie- e auxilia os participantes a tomar usufruir do convívio além muros, é dade”, frisou o juiz. consciência de seu próprio valor 34
  • 35. E é pensando nessa projeção de HÁ VAGAS melhorar com a abertura de novas retorno, a partir do cumprimento da Relação entre vagas disponíveis, frentes e a oferta de cursos profis- Lei de Execuções Penais (LEP), que população carcerária e apenados que sionalizantes, sobre os quais já esta- trabalham para as empresas (nov/12) unidades de segurança e empresas mos em contato com órgãos públi- têm se unido para implantar siste- VAGAS cos”, afirma Jonathan Rocha Vieira, mas de trabalho conduzidos pelos APENADOS responsável pelo setor. Ele explica apenados. Em Joinville, 17 empre- APENADOS OCUPADOS que o convênio é firmado entre as sas mantêm linhas de produção empresas e o Estado, por intermé- dentro das duas unidades localiza- 1.090 dio da penitenciária. “Pelo trabalho, das na zona sul da cidade: o Presí- o ser humano toma consciência de dio Regional e a Penitenciá­ ia Indus- r si e de seu valor”, reflete. trial. No presídio, fundado em 1988, Para uma política de ressocia- são quatro empresas atuantes e a 667 lização eficiente, defende-se a experiência é mais recente. A Inte- 492 534 aliança do Judiciário, empresas rativa Comércio de Reciclados ins- e comunidade. “Vemos o traba- talou em maio de 2011 um galpão lho do preso como possibilidade para separação, seleção e limpeza de reintegração ao convívio so- de peças plásticas. Em setembro cial sem que haja discriminação, do mesmo ano, a então Companhia buscando a redução da violência, de Desenvolvimento e Urbanização PRESÍDIO PENITENCIÁRIA principalmente nos casos de rein- de Joinville (Conurb), hoje Ittran, FONTE: IPEN cidência”, declara Cristiano Teixei- e a Hard Comércio de Fixadores e ra da Silva, diretor do presídio. Ele Resinas iniciaram as atividades. A acredita que, além de gerar mão primeira, oportunizando trabalho de obra produtiva, em contrapo- externo em áreas públicas na esfera De acordo com o setor laboral sição ao “peso” que simbolizam da construção civil (calçadas, meios do presídio, 69 reeducandos estão para a sociedade, o trabalho vai de fios, jardinagem e outros serviços), e envolvidos nas atividades remune- encontro à ociosidade, que pode a segunda, na montagem de peque- radas, com avaliação prévia de pro- gerar ideias de fugas, suicídios e nas peças de parafusos. Neste ano, fissionais das áreas jurídica, de se- a prática de novos crimes. “Pode- a Nutribem Soluções em Alimenta- gurança e psicologia, tendo como mos melhorar com mais empresas ção, já presente na penitenciá­ia in- r prioridade os que já passaram para parceiras, pois temos um número dustrial, firmou parceria com o pre- o regime semiaberto. “O sistema pequeno de presos remunerados sídio, na organização e distribuição não atende a todos, mas a expe- em uma população carcerária de das refeições na unidade. riência tem dado certo, podendo quase mil pessoas”, sublinha. REVISTA 21 35
  • 36. JOÃO DE OLIVEIRA Richard, diretor da Penitenciária Industrial, fala em queda da reincidência de quem trabalha EMPRESAS QUE ATUAM NA PENITENCIÁRIA INDUSTRIAL “Estamos dando uma oportunidade JUCEMAR CESCONETTO Eram 520 apenados em outubro/2012 de reintegração aos apenados” Vizinha do presídio, a Penitenciá- na infraestrutura da penitenciária. ria Industrial Jucemar Cesconetto, Hoje, as linhas ali existentes fabri- inaugurada em 2005, mantém con- cam 60 itens que representam uma vênio com 17 empresas (Ittran e produção de cerca de 30 mil peças/ 312 trabalhavam para as 17 empresas que atuavam na penitenciária naquele mês Nutribem estão presentes nas duas mês. “O serviço prestado atende os unidades). Em outubro, o registro padrões de fornecimento exigidos Ciser 76 era de 312 reeducandos atuando pela Schulz aos seus fornecedores, Tigre 40 nos “canteiros de trabalho” em li- e temos a expectativa de ampliar a Nutribem 30 nhas de produção para grandes em- utilização deste serviço, por enten- Microjuntas 21 presas (veja a lista ao lado). Schulz dermos que o objetivo está sendo Tenerac 21 e Nutribem foram as primeiras a atendido plenamente”, garante Viei- Ittran 20 firmar convênio, desde o segundo ra. “Estamos reeducando, ou seja, Nycolplast 17 ano de funcionamento da unidade, dando uma oportunidade para os Montesinos 16 que se mantém via parceria público- apenados terem a condição de re- Artefatos Gabriel 14 -privada com a terceirizada Monte- tornar ao convívio social com uma Sintex 12 sinos. profissão.” First line 9 O gerente de logística da Schulz, Richard Harrison Chagas dos Ribeiro 9 Sandro Barcelos Vieira, respon- Santos, diretor do complexo desde Artbor 8 sável pelo projeto, informa que a 2007 e antes responsável pelo setor Plasnor 5 experiên­ia começou em 2006 e c laboral, destaca a importância da in- Schulz 5 destaca que o principal objetivo é teração da comunidade empresarial SDN 5 socioeconômico: ressocializar os com os apenados. “Temos barreiras Maycon 4 detentos e auxiliar nas melhorias e e paradigmas a ser quebrados pe- 36
  • 37. rante a população carcerária e altos “Nenhum programa discurso sobre a manutenção de índices de reincidência em nosso um modelo de privação de liberda- país. O apenado precisa ter o enten- destinado a enfrentar os de que atravessa os séculos sem dimento de que a comunidade fun- problemas referentes ao grandes transformações e sobre ciona através do trabalho”, lembra, os direitos e deveres daqueles que destacando o papel da Acij neste delito, ao delinquente habitam o sistema carcerário. Na vi- processo, ao “abrir portas” das em- e à pena se completaria são da convergência em força bruta presas para a proposta. Reflexo do para o trabalho, despontam ques- resultado positivo das parcerias é o sem o indispensável tões sobre a economia das empre- registro de reincidência: 12% con- e contínuo apoio sas com os custos de mão de obra, tra uma média nacional de 70%. “As os benefícios com a minimização da pessoas que aqui estão não vieram comunitário” ocorrência de faltas e a carência de de outro planeta, são indiví­ uos da d Exposição de Motivos, maiores qualificações na natureza comunidade e vão sair muito antes item 24 de LEP dos trabalhos. De outro lado, enfa- do prazo determinado pela justiça, tiza-se o indubitável fator positivo então buscamos fazer o melhor”, da possibilidade de os reeducan- complementa. Tanto no presídio Também estamos inician­o traba- d dos auxiliarem a família, custearem quanto na penitenciária, os serviços lhos com estagiários, em parceria fração de suas próprias despesas remunerados garantem ao apenado com o Bom Jesus/Ielusc, para ava- no sistema prisional e assumirem um salário mínimo, com 25% do liação nutricional e educação nutri- responsabilidades, contornando a total destinado ao Fundo Rotativo cional dos colaboradores e custo- direção do ócio com uma dinâmica Penitenciário, aplicado em melho- diados”, revela. disciplinar. Será esta uma iniciativa rias na estrutura de cada unidade, e Análises distintas permeiam o que pode trazer para a sociedade o restante depositado na conta do reeducando, podendo beneficiar os familiares. O trabalho permite a re- missão de um dia da pena a cada três dias de atividade. A equipe técnica da Nutribem, formada por nutricionistas e cozi- nheiros, lidera um grupo operacio- nal de cerca de 40 custodiados, que participam do processo de elabora- ção e distribuição de alimentação destinada às duas unidades. “Eles são treinados e orientados constan- temente sobre higienização e ma- nipulação de alimentos conforme as normas da Vigilância Sanitária”, explica Séfora Kniphoff, supervi- sora de atendimento da empresa. Segundo ela, a Nutribem tem um projeto de parceria com a Vigilância Sanitária do município, para promo- ção de treinamentos e obtenção de Diploma de Manipulador de Alimen- tos, com o objetivo de qualificar o custodiado a trabalhar na área de alimentação, após a conclusão da pena. “Temos nos empenhado para manter uma equipe comprometida e um ambiente mais humanizado. REVISTA 21 37