SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 3
Registo de Apresentação de Livros
                               Por Cláudia Nunes
                              Turma A do 12º Ano




Título: O Fogo e as Cinzas
Autor: Manuel da Fonseca
Editora: Caminho
Ano de Edição: [s.d.]
Local de Edição: [s.l.]
Ano de Publicação: 1951




         Manuel Lopes Fonseca, mais
conhecido como Manuel da Fonseca nasceu
em Santiago do Cacém a 15 de Outubro de
1911. Foi poeta, contista, romancista e
cronista português.
         Foi habitual colaborador em revistas
literárias, como O Pensamento, Vértice, Sol
Nascente e Seara Nova. Contestatário e
observador por natureza, a sua escrita era
seguida de perto pela censura.
         Em sua homenagem, a escola
secundária de Santiago do Cacém chama-se
Escola Secundária Manuel da Fonseca.
         Morreu a 11 de Março de 1993
em Lisboa.
Relatório de Leitura

       Nota: O livro O Fogo e as Cinzas é constituído por vários contos. Optei por
escolher apenas um dos contos, análogo ao livro: O Fogo e as Cinzas.

       Período de Leitura: Menos de uma semana.

        Apresentação Geral do Livro: O Sr. Portela passa todos os dias da sua vida a
pensar no seu passado. Tem muitos acontecimentos que lhe vem á memória com uma
intensidade monstruosa. Sem ter necessidade de fazer um grande esforço, depois de
beber o seu café e de fumar o seu cigarro, os acontecimentos surgem na sua mente
como se as pessoas estivessem presentes.
        Antoninha Das Dores, sua antiga noiva, é a sua maior mágoa. Vive numa
amargura diária ao lembrar-se que tinha sido um incêndio que lhe arrebatou o seu
grande amor. Ainda maior é a sua dor porque a sua amada não morreu nesse fogo,
mas sim porque tinha sido um bombeiro que ao socorrê-la, a trouxe para a rua só em
camisa de dormir. Esse facto foi determinante, pois, o Sr. Portela ainda hoje não
consegue viver com o facto de a sua noiva ter sido vista nua por toda a vila. Passados
trinta anos ainda chora o facto de ter sido um acontecimento tão diminuto que lhe
arruinou a vida: Antoninha Das Dores nos braços de Chico Biló (o bombeiro que a
socorreu), é esta a imagem que permanece na sua memória.
        Todos os dias corre até ao café, pensando que Mestre Poupas bombeiro e
André Juliano estão à sua espera, mas estes não estão com ele, nem esperam por ele.
Mestre Poupas bombeiro já falecera e André Juliano está preso.
        André Juliano era seu grande amigo de infância e colega de escola que vivia na
angústia do seu pai ser um homem rico e dar-lhe apenas uns míseros vinte e cinco
tostões e conheceu Mestre Poupas bombeiro quando este veio de Lisboa para
trabalhar na vila.
        Os três amigos tinham por hábito encontrarem-se no café para conversarem. O
motivo destas conversas não podia deixar de ser o fogo. Mestre Poupas bombeiro
contava-lhes com pormenores como tinha ganho todas aquelas medalhas e
condecorações a apagar fogos e o Sr. Portela ouvia com muita atenção. Já André
Juliano detestava por completo o tema do qual os seus dois amigos passavam as tardes
a conversar.
        Depois de muitas discussões do quanto André Juliano detestava fogos e de
como o seu pai era forreta, André deixou de dar pouca atenção aos amigos quando
estes conversavam acerca de fogo para passar a ser o seu tema preferido, mesmo não
admitindo. Ausentou-se durante dois dias e os seus amigos ficaram surpreendidos por
tal facto, mas André desculpou-se, dizendo apenas que teve uns assuntos a tratar.
        Passadas umas noites ouviu-se o sino da igreja, que anunciava os incêndios e Sr.
Portela não podia deixar de correr para o local sendo o primeiro a lá chegar. Verificou
que as chamas vinham de casa de André Juliano.
        Por entre toda a confusão, Sr. Portela encontra Mestre Poupas muito
assustado, gaguejando ordens aos outros bombeiros. Sr. Portela chegou à conclusão
que Mestre Poupas, apesar de todas as histórias que contara, com a sua idade
avançada, ganhara medo do fogo.
Olhou mais uma vez em direcção aos bombeiros e viu André Juliano. Este disse-
lhe que os incêndios podiam salvar homens. Sr. Portela apercebeu-se que o pai de
André estava dentro da casa e pediu ao seu amigo Mestre Poupas que lá fosse dentro
salvá-lo, ultrapassando o seu medo. Mestre Poupas, pensando em todas as suas acções
heróicas passadas, ganhou coragem e não querendo dar parte de fraco entrou dentro
da casa a arder.
        Momentos depois saíam três bombeiros de dentro de casa transportando uma
cama de ferro com o corpo calcinado do pai de André Juliano com os pulsos e pernas
amarradas á cama. E quando o Sr. Portela já se preparava para se ir embora, outros
dois bombeiros traziam o corpo sem vida de Mestre Poupas com bocados de corda que
faltavam na cama ardida.
        Hoje já não tem coragem de voltar a ver incêndios, por mais vontade que
tenha, mas isso pouca importância tem. Qualquer das maneiras consegue rever a sua
desgraça, em casa ou no Café senta-se puxa do seu cigarro e Antoninha Das Dores vem
novamente de camisa branca de dormir. E é assim que ela fica, horas a fio diante dos
seus olhos rasos de água.
        Ultimamente quem trás a sua amada nos braços já não é Chico Biló. É Mestre
Poupas bombeiro e a seu lado vem André Juliano. E todos os dias Sr. Portela relembra
as três perdas da sua vida ali, numa memória tão viva.




Relação Título-Livro: A leitura do livro leva-nos a um Alentejo rústico, nos anos 40 e 50.
As personagens são crianças, velhos, camponeses, habitantes de pequenas vilas ou
cidades, alguns deles condenados à exclusão pela pobreza ou pelo esquecimento. O
conto O Fogo e as Cinzas fala-nos acerca da realidade dos incêndios e das memórias que
nos atormentam no dia-a-dia. De um certo modo o “fogo” pode representar os perigos e
os desgostos ao longo da vida e as “cinzas” as memórias que permanecem.

Frases Relevantes: “No entanto, estão tão presentes na minha memória que a todo o
momento me parece natural ir encontrá-los, ao voltar duma esquina.”
“E é tudo isto o que eu levo da vida!”

Opinião Pessoal: Gostei do livro O Fogo e as Cinzas pois ao falar acerca do Alentejo e das
pessoas das aldeias alentejanas relembra as tradições daquela época e todos os
problemas que as pessoas tão dificilmente ultrapassavam. A proximidade das pessoas
tornando tudo tão natural e familiar, sendo utilizadas as alcunhas.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

Resumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verdeResumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verdeRaffaella Ergün
 
Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente   resumo por ato e cenaUm auto de gil vicente   resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente resumo por ato e cenaHelena Coutinho
 
Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III12º A Golegã
 
Enc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidadeEnc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidadeFernanda Pereira
 
Nós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário VerdeNós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário VerdeDina Baptista
 
Antero de Quental
Antero de QuentalAntero de Quental
Antero de Quental010693
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoAlexandra Canané
 
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A TradeOs Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A TradeOxana Marian
 
Frei Luís de Sousa - Tempo
Frei Luís de Sousa - TempoFrei Luís de Sousa - Tempo
Frei Luís de Sousa - Temponelsonalves70
 
Análise do cap iv
Análise do cap ivAnálise do cap iv
Análise do cap ivVera Pereira
 
A expansão urbana em Portugal - Geografia 11º ano
A expansão urbana em Portugal - Geografia 11º anoA expansão urbana em Portugal - Geografia 11º ano
A expansão urbana em Portugal - Geografia 11º ano713773
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoLurdes Augusto
 

Mais procurados (20)

Amor de perdição
Amor de perdiçãoAmor de perdição
Amor de perdição
 
Resumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verdeResumos de Português: Cesário verde
Resumos de Português: Cesário verde
 
Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente   resumo por ato e cenaUm auto de gil vicente   resumo por ato e cena
Um auto de gil vicente resumo por ato e cena
 
Memorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. IIIMemorial do Convento - Cap. III
Memorial do Convento - Cap. III
 
O resumo de Os Maias
O resumo de Os MaiasO resumo de Os Maias
O resumo de Os Maias
 
Enc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidadeEnc11 amor perdicao_sintese_unidade
Enc11 amor perdicao_sintese_unidade
 
Nós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário VerdeNós, de Cesário Verde
Nós, de Cesário Verde
 
Antero de Quental
Antero de QuentalAntero de Quental
Antero de Quental
 
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/PoéticoFernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
Fernando Pessoa - Fingimento Artístico/Poético
 
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A TradeOs Maias - Episódio da Corneta do Diabo e  Jornal A Trade
Os Maias - Episódio da Corneta do Diabo e Jornal A Trade
 
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa«A Mensagem» de Fernando Pessoa
«A Mensagem» de Fernando Pessoa
 
Frei Luís de Sousa - Tempo
Frei Luís de Sousa - TempoFrei Luís de Sousa - Tempo
Frei Luís de Sousa - Tempo
 
Análise do cap iv
Análise do cap ivAnálise do cap iv
Análise do cap iv
 
Cesário verde
Cesário verdeCesário verde
Cesário verde
 
A expansão urbana em Portugal - Geografia 11º ano
A expansão urbana em Portugal - Geografia 11º anoA expansão urbana em Portugal - Geografia 11º ano
A expansão urbana em Portugal - Geografia 11º ano
 
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo BrancoAmor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
Amor de Perdição (exceto cap. VI, VII, VIII) de Camilo Castelo Branco
 
Frei luís de sousa
Frei luís de sousaFrei luís de sousa
Frei luís de sousa
 
Maias - capitulo 3
Maias - capitulo 3Maias - capitulo 3
Maias - capitulo 3
 
Os Maias - análise
Os Maias - análiseOs Maias - análise
Os Maias - análise
 
Antero de Quental.docx
Antero de Quental.docxAntero de Quental.docx
Antero de Quental.docx
 

Destaque (19)

Manuel da fonseca1
Manuel da fonseca1Manuel da fonseca1
Manuel da fonseca1
 
Manuel da fonseca
Manuel da fonsecaManuel da fonseca
Manuel da fonseca
 
Manuel da Fonseca-centenário natalício
Manuel da Fonseca-centenário natalícioManuel da Fonseca-centenário natalício
Manuel da Fonseca-centenário natalício
 
Cent. manuel fonseca
Cent.   manuel fonsecaCent.   manuel fonseca
Cent. manuel fonseca
 
A casa dos espíritos
A casa dos espíritosA casa dos espíritos
A casa dos espíritos
 
Power point de camilo
Power point de camiloPower point de camilo
Power point de camilo
 
Livro - Os Miseráveis
Livro - Os MiseráveisLivro - Os Miseráveis
Livro - Os Miseráveis
 
Os miseráveis
Os miseráveisOs miseráveis
Os miseráveis
 
9º ano leitura_orientada
9º ano leitura_orientada9º ano leitura_orientada
9º ano leitura_orientada
 
A pérola de Steinbeck
A pérola de SteinbeckA pérola de Steinbeck
A pérola de Steinbeck
 
A pérola, de John Steinbeck
A pérola, de John SteinbeckA pérola, de John Steinbeck
A pérola, de John Steinbeck
 
Mandarim 2ª A - 2011
Mandarim   2ª A - 2011Mandarim   2ª A - 2011
Mandarim 2ª A - 2011
 
Mestre finezas autor
Mestre finezas autorMestre finezas autor
Mestre finezas autor
 
Resumo de 5 contos
Resumo de  5 contosResumo de  5 contos
Resumo de 5 contos
 
Variedades linguísticas- exercício
Variedades linguísticas-  exercícioVariedades linguísticas-  exercício
Variedades linguísticas- exercício
 
A pérola
A pérolaA pérola
A pérola
 
Amor De PerdiçãO
Amor De PerdiçãOAmor De PerdiçãO
Amor De PerdiçãO
 
Uma análise da obra amor de perdição de
Uma análise da obra amor de perdição deUma análise da obra amor de perdição de
Uma análise da obra amor de perdição de
 
SlideShare 101
SlideShare 101SlideShare 101
SlideShare 101
 

Semelhante a Registo de Livros - O Fogo e as Memórias

Semelhante a Registo de Livros - O Fogo e as Memórias (20)

Paulo
PauloPaulo
Paulo
 
Dom Juan2
Dom Juan2Dom Juan2
Dom Juan2
 
Antologia Poética
Antologia PoéticaAntologia Poética
Antologia Poética
 
«A ler+ o holocausto» ebook 9.º g
«A ler+ o holocausto»  ebook 9.º g«A ler+ o holocausto»  ebook 9.º g
«A ler+ o holocausto» ebook 9.º g
 
Ficha de leitura123
Ficha de leitura123Ficha de leitura123
Ficha de leitura123
 
Modernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª faseModernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª fase
 
Modernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª faseModernismo brasil 1ª fase
Modernismo brasil 1ª fase
 
Largo Das Palmas Cepra 3 V1
Largo Das Palmas   Cepra   3 V1Largo Das Palmas   Cepra   3 V1
Largo Das Palmas Cepra 3 V1
 
RUY.DOC
RUY.DOCRUY.DOC
RUY.DOC
 
As lágrimas do assassino
As lágrimas do assassinoAs lágrimas do assassino
As lágrimas do assassino
 
Ficha de leitura - Joana Priscila
Ficha de leitura - Joana PriscilaFicha de leitura - Joana Priscila
Ficha de leitura - Joana Priscila
 
A Ilustre Casa de Ramires 2ª A - 2011
A Ilustre Casa de Ramires   2ª A - 2011A Ilustre Casa de Ramires   2ª A - 2011
A Ilustre Casa de Ramires 2ª A - 2011
 
Lygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes TellesLygia Fagundes Telles
Lygia Fagundes Telles
 
Ficha de leitura do conto " Bambo" de Miguel Torga
Ficha de leitura do conto " Bambo" de Miguel TorgaFicha de leitura do conto " Bambo" de Miguel Torga
Ficha de leitura do conto " Bambo" de Miguel Torga
 
Ficha de leitura5
Ficha de leitura5Ficha de leitura5
Ficha de leitura5
 
Ficha de leitura1
Ficha de leitura1Ficha de leitura1
Ficha de leitura1
 
Manuel Bandeira
Manuel BandeiraManuel Bandeira
Manuel Bandeira
 
Triste fim de policarpo quaresma 3ª a 2015
Triste fim de policarpo quaresma 3ª a   2015Triste fim de policarpo quaresma 3ª a   2015
Triste fim de policarpo quaresma 3ª a 2015
 
Triste fim de policarpo quaresma 3ª a 2015
Triste fim de policarpo quaresma 3ª a   2015Triste fim de policarpo quaresma 3ª a   2015
Triste fim de policarpo quaresma 3ª a 2015
 
As Pupilas do Senhor Reitor - 2ª A - 2011
As Pupilas do Senhor Reitor - 2ª A - 2011As Pupilas do Senhor Reitor - 2ª A - 2011
As Pupilas do Senhor Reitor - 2ª A - 2011
 

Mais de 12anogolega

Mais de 12anogolega (20)

Voluntariado - AP
Voluntariado - APVoluntariado - AP
Voluntariado - AP
 
Curiosidades - AP
Curiosidades - APCuriosidades - AP
Curiosidades - AP
 
Água - Biologia
Água - BiologiaÁgua - Biologia
Água - Biologia
 
Esquizofrenia - AP
Esquizofrenia - APEsquizofrenia - AP
Esquizofrenia - AP
 
Psi - Inês
Psi - InêsPsi - Inês
Psi - Inês
 
Psi3 - Inês
Psi3 - InêsPsi3 - Inês
Psi3 - Inês
 
Psi4 - Inês
Psi4 - InêsPsi4 - Inês
Psi4 - Inês
 
Psi2 - Inês
Psi2 - InêsPsi2 - Inês
Psi2 - Inês
 
Last PP - Telma
Last PP - TelmaLast PP - Telma
Last PP - Telma
 
Last PP - Leonor
Last PP - LeonorLast PP - Leonor
Last PP - Leonor
 
Last PP - Inês
Last PP - InêsLast PP - Inês
Last PP - Inês
 
Last PP - Guadalupe
Last PP - GuadalupeLast PP - Guadalupe
Last PP - Guadalupe
 
Last PP - Paulo
Last PP - PauloLast PP - Paulo
Last PP - Paulo
 
Last PP - Magy
Last PP - MagyLast PP - Magy
Last PP - Magy
 
Last PP - Constança
Last PP - ConstançaLast PP - Constança
Last PP - Constança
 
Last PP - Julha
Last PP - JulhaLast PP - Julha
Last PP - Julha
 
Last PP - Adri
Last PP - AdriLast PP - Adri
Last PP - Adri
 
Last PP - Cláudia
Last PP - CláudiaLast PP - Cláudia
Last PP - Cláudia
 
Capítulo XIX - MC
Capítulo XIX - MCCapítulo XIX - MC
Capítulo XIX - MC
 
Last FL - Telma
Last FL - TelmaLast FL - Telma
Last FL - Telma
 

Registo de Livros - O Fogo e as Memórias

  • 1. Registo de Apresentação de Livros Por Cláudia Nunes Turma A do 12º Ano Título: O Fogo e as Cinzas Autor: Manuel da Fonseca Editora: Caminho Ano de Edição: [s.d.] Local de Edição: [s.l.] Ano de Publicação: 1951 Manuel Lopes Fonseca, mais conhecido como Manuel da Fonseca nasceu em Santiago do Cacém a 15 de Outubro de 1911. Foi poeta, contista, romancista e cronista português. Foi habitual colaborador em revistas literárias, como O Pensamento, Vértice, Sol Nascente e Seara Nova. Contestatário e observador por natureza, a sua escrita era seguida de perto pela censura. Em sua homenagem, a escola secundária de Santiago do Cacém chama-se Escola Secundária Manuel da Fonseca. Morreu a 11 de Março de 1993 em Lisboa.
  • 2. Relatório de Leitura Nota: O livro O Fogo e as Cinzas é constituído por vários contos. Optei por escolher apenas um dos contos, análogo ao livro: O Fogo e as Cinzas. Período de Leitura: Menos de uma semana. Apresentação Geral do Livro: O Sr. Portela passa todos os dias da sua vida a pensar no seu passado. Tem muitos acontecimentos que lhe vem á memória com uma intensidade monstruosa. Sem ter necessidade de fazer um grande esforço, depois de beber o seu café e de fumar o seu cigarro, os acontecimentos surgem na sua mente como se as pessoas estivessem presentes. Antoninha Das Dores, sua antiga noiva, é a sua maior mágoa. Vive numa amargura diária ao lembrar-se que tinha sido um incêndio que lhe arrebatou o seu grande amor. Ainda maior é a sua dor porque a sua amada não morreu nesse fogo, mas sim porque tinha sido um bombeiro que ao socorrê-la, a trouxe para a rua só em camisa de dormir. Esse facto foi determinante, pois, o Sr. Portela ainda hoje não consegue viver com o facto de a sua noiva ter sido vista nua por toda a vila. Passados trinta anos ainda chora o facto de ter sido um acontecimento tão diminuto que lhe arruinou a vida: Antoninha Das Dores nos braços de Chico Biló (o bombeiro que a socorreu), é esta a imagem que permanece na sua memória. Todos os dias corre até ao café, pensando que Mestre Poupas bombeiro e André Juliano estão à sua espera, mas estes não estão com ele, nem esperam por ele. Mestre Poupas bombeiro já falecera e André Juliano está preso. André Juliano era seu grande amigo de infância e colega de escola que vivia na angústia do seu pai ser um homem rico e dar-lhe apenas uns míseros vinte e cinco tostões e conheceu Mestre Poupas bombeiro quando este veio de Lisboa para trabalhar na vila. Os três amigos tinham por hábito encontrarem-se no café para conversarem. O motivo destas conversas não podia deixar de ser o fogo. Mestre Poupas bombeiro contava-lhes com pormenores como tinha ganho todas aquelas medalhas e condecorações a apagar fogos e o Sr. Portela ouvia com muita atenção. Já André Juliano detestava por completo o tema do qual os seus dois amigos passavam as tardes a conversar. Depois de muitas discussões do quanto André Juliano detestava fogos e de como o seu pai era forreta, André deixou de dar pouca atenção aos amigos quando estes conversavam acerca de fogo para passar a ser o seu tema preferido, mesmo não admitindo. Ausentou-se durante dois dias e os seus amigos ficaram surpreendidos por tal facto, mas André desculpou-se, dizendo apenas que teve uns assuntos a tratar. Passadas umas noites ouviu-se o sino da igreja, que anunciava os incêndios e Sr. Portela não podia deixar de correr para o local sendo o primeiro a lá chegar. Verificou que as chamas vinham de casa de André Juliano. Por entre toda a confusão, Sr. Portela encontra Mestre Poupas muito assustado, gaguejando ordens aos outros bombeiros. Sr. Portela chegou à conclusão que Mestre Poupas, apesar de todas as histórias que contara, com a sua idade avançada, ganhara medo do fogo.
  • 3. Olhou mais uma vez em direcção aos bombeiros e viu André Juliano. Este disse- lhe que os incêndios podiam salvar homens. Sr. Portela apercebeu-se que o pai de André estava dentro da casa e pediu ao seu amigo Mestre Poupas que lá fosse dentro salvá-lo, ultrapassando o seu medo. Mestre Poupas, pensando em todas as suas acções heróicas passadas, ganhou coragem e não querendo dar parte de fraco entrou dentro da casa a arder. Momentos depois saíam três bombeiros de dentro de casa transportando uma cama de ferro com o corpo calcinado do pai de André Juliano com os pulsos e pernas amarradas á cama. E quando o Sr. Portela já se preparava para se ir embora, outros dois bombeiros traziam o corpo sem vida de Mestre Poupas com bocados de corda que faltavam na cama ardida. Hoje já não tem coragem de voltar a ver incêndios, por mais vontade que tenha, mas isso pouca importância tem. Qualquer das maneiras consegue rever a sua desgraça, em casa ou no Café senta-se puxa do seu cigarro e Antoninha Das Dores vem novamente de camisa branca de dormir. E é assim que ela fica, horas a fio diante dos seus olhos rasos de água. Ultimamente quem trás a sua amada nos braços já não é Chico Biló. É Mestre Poupas bombeiro e a seu lado vem André Juliano. E todos os dias Sr. Portela relembra as três perdas da sua vida ali, numa memória tão viva. Relação Título-Livro: A leitura do livro leva-nos a um Alentejo rústico, nos anos 40 e 50. As personagens são crianças, velhos, camponeses, habitantes de pequenas vilas ou cidades, alguns deles condenados à exclusão pela pobreza ou pelo esquecimento. O conto O Fogo e as Cinzas fala-nos acerca da realidade dos incêndios e das memórias que nos atormentam no dia-a-dia. De um certo modo o “fogo” pode representar os perigos e os desgostos ao longo da vida e as “cinzas” as memórias que permanecem. Frases Relevantes: “No entanto, estão tão presentes na minha memória que a todo o momento me parece natural ir encontrá-los, ao voltar duma esquina.” “E é tudo isto o que eu levo da vida!” Opinião Pessoal: Gostei do livro O Fogo e as Cinzas pois ao falar acerca do Alentejo e das pessoas das aldeias alentejanas relembra as tradições daquela época e todos os problemas que as pessoas tão dificilmente ultrapassavam. A proximidade das pessoas tornando tudo tão natural e familiar, sendo utilizadas as alcunhas.