1) O livro narra a história de vida do amigo de Sá-Carneiro, Raul, que se suicidou por motivos de desespero.
2) Raul era um homem louco que se apaixonou por Marcela, mas cometeu adultério com outra mulher, Luísa.
3) Em um surto de loucura, Raul tentou desfigurar o rosto de Marcela para provar que ainda a amava, mas ela conseguiu fugir. Raul acabou se suicidando.
1. 23399751806575Ficha técnicaRegisto de Apresentação de LivrosPor Ana Luísa Cota Mateiro da Silva, turma A do 12ºano <br />Autor: Mário de Sá-Carneiro<br />Editora: Alma Azul<br />Ano da edição: 4ª edição, Outubro de 2009<br />48641001398905LOUCURA<br />Relatório de apresentação<br />Período de Leitura: Aproximadamente uma hora.<br />Apresentação geral do livro: Mário de Sá-Carneiro nesta pequena obra narra a história de vida do seu melhor amigo que se suicidou, de seu nome Raul, com o intuito de “estas páginas desfazerem as estúpidas fantasias que se propalaram sobre os motivos que teriam conduzido o jovem artista ao seu acto de desespero.”<br />Raul sempre fora um rapaz fora do comum, um louco, e tinha atitudes que Sá-Carneiro sempre reprovara. No entanto, esta amizade começa quando Raul se dá por culpado de um acto que Mário de Sá-Carneiro cometera. <br />Num baile a que Raul foi com o seu amigo conheceu a mulher da sua vida, Marcela, que era o sonho de qualquer homem. <br />Para espanto de Sá-Carneiro (“O fim do mundo, ter-me-ia causado menos espanto.”), casou-se com Marcela e desde aí nunca mais foi o mesmo, deixou a sua loucura de parte vivendo apenas o seu amor, tornando-se completamente obsessivo.<br />Mas não tardava muito a que um pecado mortal o atraiçoasse, foi com Luísa que o praticou, a sua musa inspiradora para mais uma escultura.<br />Marcela descobrira e desde aí passou a não acreditar no seu marido crendo que Raul já não a amava. Este comprometeu-se a dar-lhe uma prova do seu amor. O sentimento de culpa por não conseguir provar realmente o quanto a amava e a ideia de envelhecer andou a perturbar-lhe a cabeça até que, certo dia, uma ideia lhe surgiu: o homem só ama a mulher pela sua beleza. A solução estava em acabar com a beleza de Marcela e continuar a ama-la, assim provar-lhe-ia que o sentimento que nutria por ela era tão forte, tão verdadeiro que era capaz de a amar sendo ela feia.<br />Seduzindo Marcela, Raul levou-a para o seu atelier, pensando ela que sabia o que a esperava.<br />Foi assim que lhe tentou tirar a sua beleza, queimando-lhe o rosto e o resto do corpo fazendo dela uma mulher feia, dessa forma mais nenhum homem olharia para ela, mas Marcela conseguiu fugir e livrar-se daquele louco. Raul acabou por beber o seu próprio veneno e assim morreu da sua própria loucura.<br />Relação título-livro: Loucura é um título que se adequa muito bem ao livro. É a palavra-chave de todo o desenlace desta narrativa. Raul era um louco e sendo o livro baseado na sua vida de loucuras não haveria melhor título que a sua própria essência, a loucura.<br />Transcrição de ideias / frases relevantes: <br />“-Gostava que morresse toda a gente…todos os animais e que só eu ficasse vivo…<br />-Para quê? – Perguntei espantado.<br />-Para experimentar o medo de me ver completamente só num mundo cheio de cadáveres. Devia ser delicioso! Que calafrio de horror!...“ (Raul)<br />“O meu maior prazer – exclamava – seria passear com o teu corpo nu, mostrá-lo pelas ruas para que toda a gente pudesse admirar a minha obra-prima! Sim! Fui eu que formei, que dei fogo… vida a este corpo!...” (Raul)<br /> “ – Eu quero que tu me ames como eu te amo… Com todo o teu corpo; com as mãos…com os braços… Com a boca…”( Luísa)<br />“Procriar, é uma malvadez: é fazer desgraçados. É um crime matar, preceituam as leis. Crime muito maior é formar assassinos.” (Escrito por Raul no seu diário)<br />“Não era banalmente no leito burguês – às escuras – que os seus corpos se estreitavam; era em plena luz, em estofos caros e moles, nos divãs do atelier, donde, na fúria do amplexo, rolavam para o chão – abraçados, confundidos…” (Mário de Sá-Carneiro)<br />“Marcela aparecia envolta em qualquer roupagem transparente. A carne nua mostrava-se do delgado tecido; os seios erectos oscilavam com as suas pontas rosadas a enfolarem a pano… Ah! Como ele gostava de morder esses seios! Beijava-os, mordia-os tão sofregamente, que uma vez o sangue correra…” (Mário de Sá-Carneiro)<br />Mário de Sá-Carneiro nasceu em Lisboa, a 19 de Maio de 1890. Suicidou-se em Paris, a 26 de Abril de 1916.Em 1912 veio a conhecer aquele que foi, sem dúvida, o seu melhor amigo – Fernando Pessoa. Era um dos mais reputados membros da Geração d’Orpheu. As cartas que trocou com Pessoa, entre 1912 e o seu suicídio, são como que um autêntico diário onde se nota paralelamente o crescimento das suas frustrações interiores.Sobre ele escreveu Fernando Pessoa: “Mário de Sá-Carneiro não tem biografia, só génio.”Reacção pessoal ao livro: Sendo breve e explícita, adorei o livro. É pequeno e de leitura muito acessível, ao contrário daquilo que esperava. Surpreendeu-me bastante pela positiva, pois, sendo Mário de Sá-Carneiro muito amigo de Fernando Pessoa, tinha medo do que me esperava.<br />4444365706755<br />Fevereiro de 2011<br />