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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ
CAMPUS DE MARABÁ
INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS
FACULDADE DE GEOLOGIA
Jeovaci Martins da Rocha Júnior
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA
SB.22-X-D-I-1-NO E SB.22-X-D-I-1-NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22-X-D, PARÁ.
Marabá – PA
Julho de 2014
Jevaci Martins da Rocha Júnior
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA
SB.22-X-D-I-1-NO E SB.22-X-D-I-1-NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22-X-D, PARÁ.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Geologia da Universidade Federal
do Pará – UFPA, Campus do Sul e Sudeste do Pará
em cumprimento às exigências para obtenção do
grau de Bacharel em Geologia.
Orientador: Profa. Dra. Ana Valéria dos Reis
Pinheiro.
Marabá – PA
Julho de 2014
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca II da UNIFESSPA. CAMAR, Marabá, PA
Rocha Júnior, Jevaci Martins da
Mapeamento geológico da subárea SB.22-X-D-I-I-NO e SB.22-X-D-
I-I-NE, na Folha Marabá SB.22-X-D, Pará / Jevaci Martins da Rocha
Júnior ; orientadora, Ana Valéria dos Reis Pinheiro. — 2014.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do
Sul e Sudeste do Pará, Campus Universitário de Marabá, Instituto de
Geociências e Engenharias, Faculdade de Geologia, Curso de Geologia,
Marabá, 2014.
1. Mapeamento geológico - Itupiranga (PA). 2. Geologia - Pará. 3.
Petrologia. I. Pinheiro, Ana Valéria dos Reis, orient. II. Título.
CDD: 19. ed.: 526.098115
Jeovaci Martins da Rocha Júnior
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA
SB.22-X-D-I-1-NO E SB.22-X-D-I-1-NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22-X-D, PARÁ.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Geologia da Universidade Federal
do Pará – UFPA, Campus do Sul e Sudeste do Pará
em cumprimento às exigências para obtenção do
grau de Bacharel em Geologia.
Orientador: Profa. Dra. Ana Valéria dos Reis
Pinheiro.
Data de aprovação: ____/____/____
Conceito: __________
Banca examinadora:
____________________________________________
Prof. Ana Valéria dos Reis Pinheiro - Orientadora
Doutora em Hidrogeologia
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
____________________________________________
Prof.: Antônio Emidio de Araújo Santos Júnior
Doutor em Sedimentologia
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará
___________________________________________
Prof.: Carlos Marcello Dias Fernandes
Doutor em Mineralogia e Petrologia
Universidade Federal do Pará
i
DEDICATÓRIA
Dedico a todos os estudantes e profissionais da Geologia que escolheram essa ciência
para amar e a todos da Universidade Federal do Pará – Campus Universitário de Marabá. Este
trabalho é mais uma ferramenta de pesquisa e esclarecimento, espero estar ajudando a todos.
Tem sido árdua a caminha até aqui, porém muito rica em conhecimento e experiência
não apenas para minha vida profissional, mas também para minha vida pessoal.
Dedico à minha família, meus pais Jeovaci Martins da Rocha, que tem acompanhado
minha trajetória de sucesso e em especial à minha mãe Leozina Pereira da Rocha que sempre
me incentivou em palavras e orações.
ii
AGRADECIMENTOS
No mundo vivemos em sociedade, e precisamos uns dos outros. Eu em particular, tive
o prazer de conviver com pessoas maravilhosas, que me orientaram na realização deste trabalho
de conclusão de curso em especial a Dra. Ana Valéria dos Reis Pinheiro pela paciência e
receptividade.
Quero agradecer ao professor Antônio Emidio de Araújo Santos Júnior que me
auxiliou em parte cruciais desta jornada e não poupou esforços em me auxiliar. Não posso
deixar de mencionar o professor Carlos Marcello Dias Fernandes que axiliou no esclarecimento
de dúvidas e ao professor Francisco Ribeiro da Costa que forneceu as imagens de satélite para
realização deste trabalho.
Agradeço a todo corpo docente da UNIFESSPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO
SUL E SUDESTE DO PARÁ que ajudou na minha formação profissional, e a todos os colegas
que de forma indireta me ampararam com palavras e estímulo, em especial aos discentes, Rafael
Cesar, Ricardo Lima.
iii
Se você não consegue voar, corra;
se não consegue correr, ande;
se não consegue andar, se arraste, mas
nunca pare de avançar.
(Martin Luther King Jr.)
iv
RESUMO
A Folha Marabá SB.22-X-D, situa se na região leste do estado do Pará, norte do estado
do Tocantins e oeste do estado do Maranhão. É limitada pelos paralelos 05°00’ e 06°00’, de
latitude sul, e pelos meridianos 48°00’ e 49°30’ de longitude oeste de Greenwich, abrangendo
uma área de 18.265 km2
. O quadro geológico da Folha Marabá, compreende parte de três
grandes províncias geotectônicas, representadas pelos cinturões de cisalhamento Itacaiúnas
(Domínio Bacajá) e Faixa Araguaia e pela Bacia do Parnaíba. Os trabalhos anteriormente
realizados nesta foram em escala regional, 1:1. 000.000 e 1:250.000 estes proporcionaram uma
série de avanços no entendimento da região. A área de trabalho está inserida na referida folha,
compreendo as seguintes subdivisões SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE localizadas a
norte de Itupiranga. Neste trabalho foi possível avançar no conhecimento geológico destas
subdivisões, que anteriormente eram divididas em quatro unidades, entre as quais algumas não
existem na área, estando em desconformidade do que é observado no campo. Neste trabalho a
área foi individualizada em sete unidades compostas pelas seguintes litologias: Unidade I
caracterizada por sedimentos do Quaternário e coberturas detríticas e/ou lateríticas; Unidade II
formada por conglomerado polimítico, arenito maciço, arenito argiloso, arenitos arcoseanos
conglomeráticos estes pertencentes a Formação Barreiras; Unidade III esta é composta por
pelíticas micáceas, filitos e ardósias compostas por cloritas e sericitas pertencentes a Formação
Couto Magalhães; Unidade IV formada por biotita - monzogranitos; Unidade V
correspondendo a rochas vulcânicas tufo e lapilli tufo; Unidade VI definidas por Gabros e
Unidade VII clorita - talco xisto e sílex estes fazendo parte de uma sequência Greenston Belts.
Em mapeamentos anteriores, as unidades II, IV, V, VI e VII não foram mapeadas nem
subdivididas na referência à quadrícula e as unidades V e VII não foram encontradas na Folha
Marabá como um todo. A unidade V foi correlacionada ao vulcanismo Uatumã (lato sesu), e a
unidade VII ao Domínio Bacajá na unidade litotectônica Greenstone Belts Arqueano-
Paleoproterozoicos.
Palavras-chave:Formação Barreira, Formação Couto Magalhães, Domínio Bacajá,
Greenstone Belts, vulcanismo a Uatumã.
v
ABSTRACT
The Leaf Maraba SB.22-XD, located in the eastern region of the state of Pará, northern
state of Tocantins and west of the state of Maranhão. It is bordered by parallel 05°00’ and
06°00’ south latitude, and the meridians 48°00’ and 49°30’ west longitude from Greenwich,
covering an area of 18,265 km2
. The geological setting of Leaf Marabá, comprises of three
major geotectonic provinces, represented by belts of shear Itacaiúnas (Domain Bacajá) and
Araguaia Belt and the Parnaíba Basin. The works were carried out previously in this regional
scale, 1:1. 000,000 1:250,000 and these provided a series of advances in the understanding of
the region. The desktop is inserted in said sheet, understand the following subdivisions
SB.22- X-D-I-1-NO and SB.22-X-D-I-1-NE located north of Itupiranga. In this work it was
possible to advance the geological knowledge of these subdivisions, which were previously
divided into four units, some of which do not exist in the area, being in disagreement with what
is observed in the field. In this study area was separated into seven units composed of the
following lithologies: Unit I characterized by Quaternary sediments and detrital covers and / or
lateritic; Unit II comprises polymictic conglomerate, massive sandstone, clayey sandstone,
conglomeratic sandstones arkosean belonging to these barriers Formation; This Unit III is
composed of micaceous politic; Unit IV formed by biotite – monzogranites; Unit V
corresponding to volcanic tuff and lapilli-tuff rocks; Unit VI defined by Gabros and Unit VII
chlorite - talc schist and silix these as part of a sequence Greenston Belts. In previous mappings,
units II, IV, V, VI and VII were not mapped or subdivided in reference to the subarea and units
V and VII were not found in Maraba Sheet as a whole. The V unit was correlated with volcanism
Uatumã (sesu lato), and the drive to Domain VII Bacajá Greenstone Belts in the Archean-
Paleoproterozoic litotectônica unit.
Key words: Barreira Formation, Couto Magalhães Formation, Bacajá domain, Greenstone
Belts, volcanism Uatumã.
vi
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Mapa de localização da área de pesquisa (Bases cartográfica site IBGE 2014). ....11
Figura 2 - (Mapa A) Compartimentação geotectônica da América do Sul. Modificado de
Almeida et al. (1977, 1981). (Mapa B) Províncias tectônicas do norte do Brasil Modificado
de Almeida et al (1997, 1981) e Santos (2003). Com destaque à Unidade Transamazonas
em verde, com os números de 14 a 18, sendo o 17 o Domínio Bacajá. (Mapa C) Em
destaque contexto da área de pesquisa, mapa associações tectônicas e recursos minerais do
Domínio Bacajá. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008).........18
Figura 3 - Associações tectônicas e recursos minerais do Cinturão Araguaia. Geologia e
Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008). ......................................................21
Figura 4 - Associações tectônicas e recursos minerais da Bacia do Parnaíba; Geologia e
Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008). ......................................................23
Figura 5 - Mapa de localização da Bacia do Marajó. Modificado de Santos Jr, 2002............24
Figura 6 - Carta estratigráfica do Sistema de Grábens do Marajó - Extraído de Souza, 2012.
...........................................................................................................................................25
Figura 7 - Mapa drenagem com as suas zonas homógas.........................................................28
Figura 8 - Mapa de Relevo......................................................................................................30
Figura 9 - Mapa de alinhamentos de drenagem e de relevo; diagrama de roseta com as
frequências absolutas dos alinhamentos em (A) relevo e (B) drenagem. .........................32
Figura 10 - Em, (A) foto panorâmica do afloramento, (B) conglomerado, (C) Na parte inferior
são argilas de coloração cinza esbranquiçadas e sobreposta estas são argilas siltosas de
coloração cinzas amareladas a bege, (D) arenito micacio de coloração cinza amarelado, (E)
Na parte inferior os arenitos anteriormente descritos e sobreposto a este uma fina camada
de matéria orgânica e no topo uma camada de solo arenoso (F) perfil estratigráfico.......34
Figura 11 - Em (A) saprólitos e solo, (B) linha de seixo (stone line), (C) Afloramento de
lateritas formando um manto de alteração horizontal, (D) bloco de laterita, (E) Aspecto em
escala mesoscópica mostrando variação da granolometria, (F) detalhe dos grãos de quartzo
e o cimento de oxido de ferro............................................................................................35
Figura 12 – Lâmina JMJ-14, em (A) grãos de quartzo e o cimento de goethita no centro da
foto, formado por uma lacuna que foi posteriormente preenchida por goethita. (B) feição
textural dos grão mostrando os contatos pontuais e muitas vezes separados por goethita,
(C) textura concêntrica da goethita, (D) grão policristalinos de quartzo. .........................36
Figura 13 - Em (A) aspcto geral do afloramento, (B) aspcto mesoscópico, (C) concentração de
mafico com bordas arredondadas (D) detalhe da foto anterior, (E) concentração de maficos
com textura de fluxo, (F) detalhe da foto anterior.............................................................38
Figura 14 - Lâmina JMJ – 15, em (A) recristalização de quartzo e alteração do plagioclásio (A
nicóis cruzados e A’ nicóis paralelos), (B) feldspato com textura micropertítica, (C)
alteração por processos de sericitização do felspato e plagioclásio neste é possivel ver a
macla, (D) alteração da biotita para clorita, mineral no centro epídoto............................39
Figura 15 - Em (A) afloramento em forma de lajedo, (B) e blocos tamalho matacão. (C e D)
aparência mesoscópica......................................................................................................41
Figura 16 - Lâmina JMJ - 06, em (A) aspecto geral da amostra e cristaloclasto de ânfibolio,
(B) leve orientação dos opacos, (C) matriz quartzo feldspática criptocristalina, (D) minerais
fragmentários de quartzo, plagioclásio, feldspato-k, (E) alteração do plagioclásio, (F)
quartzo com bordas subarreondadas, (G) muscovita achatada entre os cristais de quartzo e
plagioclásio. ......................................................................................................................42
vii
Figura 17 - Em (A) aspecto geral afloramento em forma de lajedo e as fraturas, (B) detalhe das
fraturas e disjunção em blocos, (C) amostra em escala mesoscópica (D) fenocristal de
quartzo...............................................................................................................................44
Figura 18 - Lâmina JMJ - 12, em (A) observa a matriz e uma leve orientação dos opacos, (B)
algumas alterações, quarzo arredondado e clinopiroxênio, (C e D) quarzos fraturados e com
bordas subarredondada pela corroção magmática e apresentando golfos de reação, (E e F)
alteração do plagioclásio, mineral secundário: Calcita e argilo mineral..........................45
Figura 19 - Em (A) bloco de gabro, (B) amostra em escala mesoscópica. .............................46
Figura 20 - Lâminas JMJ – 05 e JMJ - 16, em (A) textura ofítica, (B) textura subofítica e
geminação do plagioclásio, (C) plagioclásio zonado e alteração, (D) zoneamento
concêntrico do plagioclásio, (E e F) zoneamento perfeito e intercrescimento, (G)
indingsita, clinopiroxênio, ortopiroxênios, (H) textura mimerquítica e plagioclásio
fraturado. ...........................................................................................................................47
Figura 21 - Em (A) aspecto geral do afloramento, (B) vênulas de quartzo formandoo estrutura
boxing Works, (C) xisto cortado por vênulas de quartzo, (D) detalhe do xisto em escala
mesoscópica. .....................................................................................................................49
Figura 22 - Lâmina JMJ - 02A, em (A) aspecto geral fibrosa, (B) vênulas de quartzo, (C)
calcita, (D) talco, (E) detalhe das vênulas de quartzo.......................................................50
Figura 23 - Em (A) Aspecto geral do afloramento, (B) escala mesoscópica do sílex, (C) contato,
sílex na parte superior e o xisto inferior............................................................................51
Figura 24 – Lâmina JMJ – 02B, em (A) aspecto geral e óxido de ferro, (B) quartzo
criptocristalino e veios, (C e D) quartzo com extinção ondulante e orientados................52
Figura 25 - Em (A) fraturas concordantes com os veios (A’) diagrama de frequência azimute,
(B) fraturas discordantes, (B’) diagrama de frequência azimute. .....................................53
Figura 26 - Em (A) fraturas aproximadamente N-S, (B) aproximadamente E-W. .................54
Figura 27 - Em (A) banda de cisalhamento no xisto com direção aproximadamente N-S, (B)
foliação S-C do xisto.........................................................................................................55
Figura 28 – Fotomicrografia mostrando foliação S-C no xisto...............................................56
Figura 29 - Mapa geológico. ...................................................................................................57
Figura 30 - Recorte da Carta Geológica da CPRM 2001........................................................59
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA .........................................................................................................................i
AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................ii
EPÍGRAFE ...............................................................................................................................iii
RESUMO ..................................................................................................................................iv
ABSTRACT ...............................................................................................................................v
LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................vii
1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................10
1.1 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA..........................................................................................10
1.2 – JUSTIFICATIVA............................................................................................................12
1.3 – OBJETIVOS....................................................................................................................12
1.4 – MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................13
1.4.1 – Etapa Pré-Campo....................................................................................................13
Pesquisa bibliográfica....................................................................................................13
Elaboração de mapas .....................................................................................................13
1.4.2 – Etapa de Campo......................................................................................................14
1.4.3 – Etapa Pós-Campo ...................................................................................................14
Petrografia .....................................................................................................................14
Revisão do contexto geológico local.............................................................................15
2 – CONTEXTO GEOLÓGICO...........................................................................................16
2.1 – CRÁTON AMAZÔNICO ...............................................................................................16
2.2 – PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS...............................................................................17
2.3 - FOLHA MARABÁ..........................................................................................................18
2.3.1– Domínio Bacajá........................................................................................................19
2.3.2– Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia).....................................................................20
2.3.3 – Bacia do Parnaíba...................................................................................................22
2.3.3 – Bacia do Marajó......................................................................................................23
3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................26
3.1 – ANÁLISE DOS PRODUTOS SENSORES....................................................................26
3.1.1– Drenagem e zonas homólogas. ................................................................................26
3.1.2– Relevo........................................................................................................................29
3.1.3 – Alinhamentos de drenagem e de relevo. ...............................................................29
4 – GEOLOGIA DA ÁREA...................................................................................................33
4.1– UNIDADES......................................................................................................................33
4.1.1 – Unidade I .................................................................................................................33
4.1.2– Unidade II.................................................................................................................36
4.1.3– Unidade III ...............................................................................................................37
4.1.4 – Unidade IV...............................................................................................................37
4.1.5 – Unidade V ................................................................................................................40
4.1.6 – Unidade VI...............................................................................................................46
4.1.7 – Unidade VII.............................................................................................................48
4.2 – ANÁLISE ESTRUTURAL.............................................................................................53
4.2.2– Unidade IV................................................................................................................53
4.2.2– Unidade V .................................................................................................................54
4.2.3– Unidade VII..............................................................................................................55
4.3 – MAPA GEOLÓGICO .....................................................................................................56
4.3.1 – Comparação com o mapa anterior........................................................................58
5 – CONCLUSÃO...................................................................................................................60
REFERÊNCIAS .....................................................................................................................62
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 10
CAPÍTULO I
1 – INTRODUÇÃO
Este trabalho faz parte do Projeto de Mapeamento Geológico da Folha Marabá
SB.22-X-D junto à UNIFESSPA Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e coordenado
pelos professores Antônio Emidio de Araújo Santos Júnior, Ana Valéria dos Reis Pinheiro e
Francisco Ribeiro da Costa.
Os trabalhos anteriormente realizados pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil
Superintendência Regional de Belém (2001) identificaram pelo menos três grandes feições
geológicas formadas durante a evolução do território brasileiro: Domínio Bacajá, Cinturão
Araguaia e Bacia do Parnaiba, apesar destes terem proporcionado uma série de avanços no
entendimento evolutivo da região, alguns dados geológicos estão em desconformidade do que
observado no campo, este fato incentivou que trabalhos de mapeamento em escala maiores
fossem realizados ao longo da Folha Marabá a fim de averiguar a consistência dos dados
disponíveis até o presente momento.
Neste projeto a Folha Marabá foi dividida em oito subáreas, porém este relatório contem
informações geológicas, das subdivisões SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE localizadas
a norte de Itupiranga.
1.1 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA
A área de estudo compreende aproximadamente 400 km² e está localizada no sudeste
do estado do Pará, e a Norte da cidade de Itupiranga (PA) (Figura 1) inserida na Folha Marabá
SB-22-X-D. O principal acesso à área é feito por via terrestre, a partir da cidade de Marabá,
onde o caminho percorrido inclui a BR-230 até a cidade de Itupiranga com uma distância de 56
km. O acesso à área de estudo é viabilizado pela BR-230 que intercepta a parte oeste e também
uma grande variedade de vicinais que possibilitaram o mapeamento em uma escala de semi
detalhe uma delas é a vicinal que interliga Itupiranga a Vila Santa Terisinha do Tauri.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
11
Figura 1- Mapa de localização da área de pesquisa (Bases cartográfica site IBGE 2014).
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 12
1.2 – JUSTIFICATIVA
Este projeto de mapeamento proposto é de grande importância, pois este atualizará os
dados geológicos e adicionará informações em um nível de maior detalhe. Um melhor
conhecimento das subdivisões da Folha SB.22-X-D que neste relatório corresponde às
seguintes subdivisões: SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE que apresenta atualmente
mapeada na escala 1: 250.000 e 1:1.000.000 realizada pela CPRM (Serviço Geológico do
Brasil) no PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL, com
este novo mapa poderá fazer uma evolução geológica mais precisa e ajudará no planejamento
de políticas públicas de modo geral visando à disponibilização dos dados para a sociedade.
1.3 – OBJETIVOS
O principal objetivo deste relatório é o aprofundamento do conhecimento geológico da
Folha Marabá, e em uma escala de semidetalhe a caracterização dos principais litotipos que
afloram na região de Itupiranga. Os objetivos específicos definidos para esta pesquisa
compreendem:
 Identificar e descrever as diferentes unidades litológicas aflorantes na área, e
fazer uma correlação temporal destas unidades com base em princípios básicos
como: Relações estratigráficas, presença de xenólitos e relações de contato.
 Descrever e mensurar elementos estruturais impressos nas unidades.
 Realizar estudos petrográficos mesoscópicos e microscópicos das principais
unidades mapeadas.
 Elaborar um novo mapa geológico de acordo com os dados disponíveis.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 13
1.4 – MATERIAIS E MÉTODOS
Este trabalho, foi dividido em três etapas distintas: Pré-Campo; Campo e Pós-Campo
descritas nos tópicos abaixo:
1.4.1 – Etapa Pré-Campo
Esta etapa consistiu de atividades preliminares para subsidiar as subsequentes.
 Pesquisa bibliográfica
Nesta etapa foi feito o levantamento bibliográfico referente à geologia da região
estudada, realizando uma síntese das principais unidades geológicas e geotectônicas as quais
são: Domínio Bacajá (Cinturão Itacaiúnas), Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia), Bacia do
Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba.
 Elaboração de mapas
Esta etapa é de fundamental importância, pois nesta é obtido uma grande quantidade de
informações tornando o mapeamento posterior mais preciso, para posteriormente compará-las
com os dados de campo e observar se estão em concordância. Nesta fase foram preparados
mapas usando imagens de satélite Land Remote Sensing Satellite (Landsat 7 TM), da área na
escala 1:25.000, mosaicos de radar Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Para tanto
foram utilizados os softwares Global Maper v.13, ArcGis 9.3, Spring 5.1.8, Surfer 10, Corel
Draw v.x16.0, GEOrient v. 9.4.4, PanoramaStudio 2 Pro, em computadores do Laboratório de
Geoestatística da Universidade Federal do Pará – Campus Marabá.
A partir da fotointerpretação destas imagens foram gerados os mapas de drenagem e de
relevo, e dos seus respectivos alinhamentos; para o estudo do relevo foram utilizadas as visadas
de 0°, 45°, 90°, 130°, 180 °, 225°, com a finalidade de ratificar as reais direções de
alinhamentos. O mapa de drenagem estava em uma escala de 1:250.000 este foi impresso e
posteriormente fotointerpretado a partir de curvas de nível para uma escala de 1:25.000 sendo
este digitalizado novamente e georreferenciado. As drenagens deste mapa foram classificadas
segundo Soares & Fiori (1976) com a qual foi possível definir sete zonas homólogas.
Partindo do pressuposto que a fotogeologia pode ser dividida em foto-leitura; foto-
análise e fotointerpretação; os subtópicos seguintes abordaram a fotointerpretação dos mapas
de drenagem, zonas homólogas, mapa de relevo, alinhamentos de drenagem e relevo.
Segundo o conceito de fotointerpretação que é um método lógico-sistemático que se
baseia na separação de faixas ou zonas homólogas com posterior interpretação de suas
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 14
propriedades. Esse método consiste em uma análise inicial das propriedades das formas,
principalmente de relevo e drenagem, considerando o significado geológico dos mesmos.
Foram extraídas informações de imagens do Google Earth para confecção do mapa de
logística: estradas, povoados e fazendas. Os mapas de drenagem e relevo, seus alinhamentos e
zonas homólogas e os dados de logística foram reunidos e a partir destes foi gerado um mapa
fotogeológico para uso na etapa de campo.
1.4.2 – Etapa de Campo
Esta etapa constitui o mapeamento propriamente dito onde são extraídos os dados de
campo a qual foi realizada em duas etapas: uma em 28 de setembro de 2011 e outra em 10 e 11
de julho de 2012. O mapeamento permitiu realizar trabalhos de cartografia geológica na escala
1:25.000, acompanhado de coleta sistemática de amostras para estudos petrográficos. Foram
feitos 27 pontos destes foram descritos 17 afloramentos em seus aspectos litológicos e
estruturais, enfatizando as relações de contato entre as diferentes litologias verificadas. Para a
localização dos pontos amostrados utilizou-se um aparelho GPS (Global Position System) da
marca Garmin com precisão de aproximadamente 3 m.
1.4.3 – Etapa Pós-Campo
Neste trabalho foi feita uma revisão e atualização da base cartográfica feita com base
em informações obtidas na etapa de campo.
Todos os dados coletados, revisados e interpretados foram reunidos em um Relatório
final com todos os objetivos propostos, onde estão descritos os aspectos geológicos, estruturais,
macro e microscópicos das rochas representativas da área em enfoque, juntamente com o
levantamento bibliográfico referente à geologia regional, para por fim, reunir todas estas
informações e sintetizar em um mapa geológico da área.
 Petrografia
Nesta etapa foi feita uma descrição macroscópica mais criteriosa das amostras obtidas
na etapa de campo. Algumas amostras representativas de cada unidade foram selecionadas e
confeccionadas 9 lâminas, para fazer um refinamento da classificação dos litotipos utilizando
os mesmos métodos supracitados.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 15
Para a descrição e classificação das rochas foram usados vários diagramas para rochas
ígneas plutônicas o da IUGS (STRECKEISEN, 1976 e LE MAITRE, 2002), diagrama de Fisher
(1966) para vulcânicas segundo as normas de McPhie, Doyle, Allen (1993) e para as
metamórficas usou-se Yardley (2004). Para as rochas sedimentares siliciclásticas utilizou-se o
diagrama de Pettijohn (1975).
 Revisão do contexto geológico local
Nesta etapa foi feito o enfoque referente à geologia da região de acordo com as unidades
geológicas e geotectônicas encontradas na área durante a etapa de campo: Domínio Bacajá
(Cinturão Itacaiúnas), Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba.
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NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 16
CAPÍTULO II
2 – CONTEXTO GEOLÓGICO
Neste tópico é abordado o contexto regional da área segundo o contexto geotectônico:
Cráton Amazônico e Província Transamazonas, e na Folha Marabá as suas divisões em Domínio
Bacajá, Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia), Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia
Mocajuba.
2.1 – CRÁTON AMAZÔNICO
O Cráton Amazônico é uma das principais unidades tectônicas da Plataforma Sul
Americana, constituído pelos escudos das Guianas e Brasil Central, separados pela expressiva
faixa sedimentar das bacias do Amazonas e Solimões. Localizado na porção norte da América
do Sul, cobre uma área de aproximadamente 4.500.000 km2
, que inclui a parte norte do Brasil,
Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia e Bolívia. É limitado a norte pela
margem atlântica, e em suas bordas oriental e meridional por faixas orogênicas
neoproterozoicas marginais do Escudo Atlântico (faixas Paraguai-Araguaia-Tocantins),
geradas durante o Ciclo Brasiliano. O limite ocidental com a Cadeia Andina é em grande parte
convencional, visto que geralmente está encoberto por depósitos cenozóicos das bacias de ante
país Subandinas (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003).
O Cráton Amazônico representa uma grande placa litosférica continental, composta por
várias províncias crustais de idades arqueana a mesoproterozoica, estabilizada tectonicamente
em torno de 1,0 Ga, tendo se comportado como uma placa estável no Neoproterozoico, durante
o desenvolvimento das faixas orogênicas marginais brasilianas (BRITO NEVES; CORDANI,
1991). Vários modelos de compartimentação tectônica têm sido propostos para o Cráton
Amazônico, mas em linhas gerais, são similares, com algumas discordâncias, sobretudo em
relação a limites de províncias tectônicas, mas que admitem que a evolução do Cráton
Amazônico seja resultante de sucessivos episódios de acresção crustal durante o Paleo e o
Mesoproterozóico, em volta de um núcleo mais antigo, estabilizado no final do Arqueano. Neste
trabalho, foi adotada a proposta de Santos (2003) (Figura 2 A e B).
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2.2 – PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS
A Província Transamazonas representa um expressivo orógeno paleoproterozóico, com
evolução relacionada ao Ciclo Transamazônico (2,26 – 1,95 Ga), que se estende ao longo da
porção oriental do Cráton Amazônico, desde o nordeste do Escudo Brasil Central, e recobrindo
a porção setentrional do Escudo das Guianas, através do norte do Brasil, no Amapá e noroeste
do Pará, Guiana Francesa, Suriname, Guiana e leste da Venezuela (Figura 2 A).
Segundo a proposta de compartimentação tectônica do Cráton Amazônico de Tassinari
e Macambira (2004), este órogeno corresponde à Província Maroni- Itacaiúnas. Em linhas
gerais, a província Transamazonas consiste de grandes domínios juvenis paleoproterozoicos e
segmentos arqueanos retrabalhados durante o Transamazônico, observados principalmente no
Bloco Amapá, no Domínio Bacajá, e no Bloco Imataca, este último ocorrendo na Venezuela.
Portanto, considera-se como parte da Província Transamazonas, além do Bloco Amapá
e do Domínio Bacajá, os domínios Carecuru e Paru, localizados no sudeste do Escudo das
Guianas, utilizando-se designações propostas em trabalhos anteriores (Ricci et al. 2001, Rosa-
Costa et al. 2003 e 2006, Santos 2003, Vasquez 2006, Vasquez et al. 2008). Adicionalmente, é
proposto o Domínio Santana do Araguaia, localizado no sudeste do Escudo Brasil Central, o
qual era incorporado às províncias arqueanas de Carajás (Santos op cit) ou Amazônia Central
(Tassinari e Macambira 2004). No entanto, datações realizadas neste projeto indicaram que,
embora este domínio apresente embasamento arqueano, há evidências de retrabalhamento
durante o Ciclo Transamazônico.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
18
Figura 2 - (Mapa A) Compartimentação geotectônica da América do Sul. Modificado de Almeida
et al. (1977, 1981). (Mapa B) Províncias tectônicas do norte do Brasil Modificado de Almeida et
al (1997, 1981) e Santos (2003). Com destaque à Unidade Transamazonas em verde, com os
números de 14 a 18, sendo o 17 o Domínio Bacajá. (Mapa C) Em destaque contexto da área de
pesquisa, mapa associações tectônicas e recursos minerais do Domínio Bacajá. Geologia e
Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008).
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
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2.3 - FOLHA MARABÁ
A Folha Marabá, enfoque principal desta abordagem, abrange em seus limites porções
do Domínio Bacajá (cinturões Itacaiúnas) e Faixa Araguaia, além de importante segmento da
Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba (ver Figura 2 B), serão abordadas
as unidades supracitadas.
2.3.1– Domínio Bacajá
Cordani et al. (1984) com base em dados Rb-Sr e K-Ar observaram que as rochas ao
norte da serra dos Carajás, na região entre os rios Bacajá e Itacaiúnas, foram afetadas durante o
Ciclo Transamazônico, distinguindo-as das rochas arqueanas ao sul, do Domínio Carajás.
Santos et al (1988), baseados em dados Rb-Sr obtidos em rochas da região entre os rios Xingu
e Iriri sugeriram que naquele setor, além de retrabalhamento de rochas arqueanas, houve
formação de crosta durante o Ciclo Transamazônico. Teixeira et al. (1989), em seu modelo de
compartimentação do Cráton Amazônico em províncias geocronológicas, propuseram a
continuidade da Província Maroni-Itacaiúnas para a porção nordeste do Escudo Brasil Central,
a sul da Bacia do Amazonas, englobando o segmento atualmente conhecido como Domínio
Bacajá, segundo a designação proposta por Santos (2003). No modelo adotado neste trabalho,
portanto, o referido domínio é parte da Província Transamazonas.
Dados geocronológicos obtidos na última década a partir da datação de zircão
comprovam que o Domínio Bacajá teve sua evolução relacionada ao Ciclo Transamazônico,
uma vez que foram datadas rochas com idades riacianas, entre 2,21 e 2,07 Ga (MACAMBIRA
et al. 2001a, SANTOS 2003, SOUZA et al. 2003, FARACO et al. 2005, VASQUEZ et al. 2005,
2008, VASQUEZ 2006), e que guarda ainda rochas mais antigas, de idade arqueana, e inclusive
sideriana.
Em linhas gerais, o Domínio Bacajá (ver Figura 2 C) é composto por associações
tectônicas que representam fragmentos arqueanos e siderianos retrabalhados durante o Ciclo
Transamazônico, granitóides de arcos magmáticos riacianos, granitóides e charnockitos
relacionados ao clímax e estágios posteriores da colisão continental riaciana, podendo ser
considerado como um órogeno colisional.
Diversas diferenças foram encontradas entre os Domínios Bacajá e Carajás: Contraste
litológico, metamórfico, estrutural e geofísico, destaca-se um predomínio de rochas de alto grau
no Dominio Bacajá, uma menor proporção de rochas supracrustais e uma notável tectônica
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transcorrente, marcada por extensas zonas de cisalhamento NW-SE e WNW-ESE, paralelas e
continuas que imprimem deformação dúctil nas rochas Ricci et al. (2003b).
Este Dominio é dividido em três fragmentos arqueanos e siderianos retrabalhados no
Riaciano a saber: Associação Granulítica Arqueana-Paleoproterozoica (APPgl), Associação
Granito-Gnáissico-Migmatítica Arqueana-Paleoproterozoica (APPgn), unidade litotectônica
Greenstone Belts Arqueano Paleoproterozoicos (APPgb) (ver Figura 2 C).
A presença de greenstone belts siderianos, até arqueanos, no Domínio Bacajá, o
distingue dos outros domínios da Província Transamazonas, nos quais as sequências
metavulcano-sedimentares estão associadas a bacias de arcos magmáticos riacianos.
As unidades litotectônicas do Domínio Bacajá, com evolução relacionada a distintos
estágios orogenéticos do Ciclo Transamazônico, são: Suítes Plutônicas Pré-Colisionais
(PP2γ1), Suítes Plutônicas Sin a Tardicolisionais (PP2γ2), Suítes Plutônicas Tardi a Pós
colisionais (PP2γ3) (ver Figura 2 C).
O limite sul do Domínio Bacajá com o Domínio Carajás é marcado por zonas de
cisalhamento E-W do Lineamento Cinzento. Os dados geocronológicos obtidos nas
proximidades deste limite têm confirmado a formação e o retrabalhamento da crosta no
Domínio Bacajá durante o Ciclo Transamazônico (ex. CORDANI et al. 1984, SANTOS et al.
1988, MONTEIRO 2006, MACAMBIRA et al. 2007). A oeste, as rochas vulcânicas e os
granitos do Domínio Iriri-Xingu recobrem e cortam as rochas do Domínio Bacajá. No entanto,
a presença de janelas de embasamento no Domínio Iriri-Xingu, e a continuidade para oeste da
assinatura aeromagnetométrica do Domínio Bacajá, sugerem sua extensão neste sentido
(Figura ver 2 C). A leste, cavalgamentos do Cinturão Araguaia marcam o limite tectônico entre
os domínios adjacentes.
Segundo o mapeamento da CPRM feito na Folha Marabá o Magmatismo Orogênico Sin
a Tardi-colisional (Ciclo Transamazônico) Complexo Bacajaí (PP2ybj) recobre as partes
noroeste e sudoeste da área pesquisa SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE.
2.3.2– Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia).
O Cinturão Araguaia tem forma de uma faixa com extensão aproximada de 1200 km
e largura de aproximadamente 100 km prolongando-se na direção N-S, margeando a borda leste
do Cráton Amazônico, desde o extremo norte do estado do Tocantins até o noroeste de estado
de Goiás, onde é recoberto pelos sedimentos neógenos da Bacia do Bananal, os quais recobrem
a região de articulação deste cinturão com o Cinturão Paraguai, que contorna a borda sul do
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Cráton Amazônico, com direção principal E-W. A leste, o Cinturão Araguaia é recoberto por
rochas sedimentares fanerozoicas da Bacia do Parnaíba, e a sudeste faz contato com o Maciço
de Goiás (ALMEIDA et al. 1976), cujo limite é marcado por um sistema de transcorrências de
direção NE-SW que definem o Lineamento Transbrasiliano. No estado do Pará, as unidades
neoproterozoicas que constituem o Cinturão Araguaia são os grupos Baixo Araguaia e Tucurui,
que representam uma Sequência de Margem Passiva (NPmp), e os corpos máfico-ultramáficos
dos complexos Quatipuru e Serra do Tapa, incluídos na unidade litotectônica Ofiolitos e Rochas
Relacionadas (NPof), ambas relacionadas a fase pré-orogênica do Ciclo Brasiliano (Figura 3).
Figura 3 - Associações tectônicas e recursos minerais do Cinturão Araguaia. Geologia e Recursos Minerais do
Estado do Pará CPRM (2008).
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2.3.3 – Bacia do Parnaíba
A Bacia do Parnaíba apresenta uma forma circular, ocupa cerca de 400.000 km2
situada
nas regiões norte e nordeste do Brasil, e no seu depocentro atinge 3.500 m de espessura (GÓES;
FEIJÓ, 1994, MILANI; ZALAN, 1999). Esta sinéclise paleozoica se implantou sobre riftes
proterozoicos e cambro-ordovicianos instalados no embasamento Pré-Cambriano (GÓES;
FEIJÓ, op. cit, BRITO NEVES, 2002), representado por segmentos da Província Borborema,
do Cráton São Francisco, do Fragmento Cratônico São Luís e dos cinturões Araguaia e Gurupi.
Costa e Hasui (1997) distinguiram falhas normais oblíquas N-S nas bordas oriental e
ocidental da Bacia do Parnaíba, e normais frontais NE-SW na borda sudeste, cortadas por falhas
reativadas do Lineamento Transbrasiliano, além de falhas de transferência NW-SE que
compartimentaram a bacia. O trend N-S é oblíquo ao eixo de distensão das bacias paleozoicas
da região norte do Brasil que, conforme proposto por Costa e Hasui (op. cit), foi herdado do
Cinturão Araguaia, de evolução brasiliana. A borda setentrional da bacia é limitada pelo Arco
Ferrer-Urbano Santos, relacionado à implantação de riftes mesozoicos, e a porção nordeste da
bacia é recoberta pelas sequências cretáceas das bacias São Luís, Grajaú e Bragança-Viseu, e
paleoneógenas (Grupo Barreiras) da Plataforma Bragantina.
No leste do Pará aflora uma pequena parte da borda ocidental da Bacia do Parnaíba, que
corresponde a segmentos das sequências siluriana (Grupo Serra Grande), devoniana (Grupo
Canindé), carbonífero-triássica (Grupo Balsas) e jurássica (Grupo Mearim), as quais são
agrupadas na unidade Bacias Intracratônicas Paleozoicas (PZbi) (Figura 4). Adicionalmente,
admite-se que os segmentos da Bacia Igarapé de Areia, no nordeste do Pará, possam representar
riftes precursores da Bacia do Parnaíba. As sequências siluriana e devoniana desta bacia
estão relacionadas às mesmas transgressões paleozoicas registradas na Bacia do Amazonas, que
teriam vindo de nordeste e adentrado para sudeste. As mudanças climáticas e estruturais a partir
do Carbonífero resultaram em ambiente mais continental, quente e árido, com mares restritos e
rasos (evaporitos), e até desérticos, no início do Triássico (GÓES; FEIJÓ 1994, ALMEIDA;
CARNEIRO 2004). No Mesozoico, ocorreu um magmatismo basáltico juro-triássico e outro no
Eocretáceo, posterior à sedimentação continental mesojurássica do Grupo Mearim. Ambos os
eventos são relacionados a estágios de abertura do Oceano Atlântico (GÓES; FEIJÓ op. cit,
MILANI; ZALAN, 1999, MILANI; TOMAZ FILHO, 2000). As formações jurássicas são
expressivas no Maranhão, onde Góes (1995) as Durante a abertura do Oceano Atlântico
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 23
Equatorial, no Cretáceo, foram implantadas bacias em riftes na margem continental da
Plataforma Sul-Americana. No Pará estas Bacias de Riftes Abortadas Mesozoicas reuniu na
Bacia das Alpercatas. No Pará, o Jurássico restringe-se a intrusões de diabásio que cortam as
sequências paleozoicas da Bacia do Parnaíba e uma ocorrência local do Grupo Mearim.
(MZbra) estão representadas pelas bacias do Marajó, Grajaú e Bragança-Viseu.
Figura 4 - Associações tectônicas e recursos minerais da Bacia do Parnaíba; Geologia e Recursos Minerais do
Estado do Pará CPRM (2008).
2.3.3 – Bacia do Marajó
A Bacia do Marajó está situada ao norte do Brasil e do estado do Pará, tendo
aproximadamente 50.000 km2
de extensão, correspondendo a uma estrutura alongada de sentido
NW-SE dividida nas sub-bacias: Mexiana, Limoeiro, Cametá e Mocajuba. É limitada a sul pela
Bacia de São Luís – Grajaú através do Arco Capim, a oeste pela Bacia do Amazanas através do
Arco Gurupá, a nordeste pelo Marajó Setentrional. A região norte da Bacia do Marajó é
integrada no contexto da margem continetal do Oceano Atlântico (Figura 5) (VILLEGAS,
1994; SANTOS JR, 2002).
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A Bacia do Marajó é preenchida por sequências de rifte cretáceas e pós-rifte cenozoicas,
depositados sobre o embasamento Pré-Cambriano e remanescente de sequências paleozoicas
das bacias adjacentes. As sequências de rift foram depositadas durante o Eocretáceo (Aptiano
e Albiano), sendo representada em subsuperfície pelas formações Jacarezinho e Breves e pelo
Grupo Itapecuru em superfície. A sequência pós-rifte, representado pelas Formações Limoeiro
e Marajó em subsuperfície foi depositada principalmente, durante o Paleoceno e Plioceno e
equivalem em superfície às formações Ipixuna e Barreiras respectivamente, sendo apenas a
cobertura holo-pleistocênica, Formação Tucunaré aflorante (ROSSETTI; GÓES, 2004;
VILLEGAS, 1994).
A Bacia do Marajó é compartimentada em quatros sub-bacias, Cametá, Limoeiro,
Mexiana e Mocajuba, sendo essas bacias constituídas pelas unidades cretáceas do Grupo
Itapecuru, Formação Ipixuna e pela Formação Barreiras e Sedimentos Pós-Barreiras (Figura 6).
Figura 5 - Mapa de localização da Bacia do Marajó. Modificado de Santos Jr, 2002.
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Figura 6 - Carta estratigráfica do Sistema de Grábens do Marajó - Extraído de Souza, 2012.
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CAPÍTULO III
3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES
Este tópico aborda conceitos, descrições e interpretações dos dados obtidos a partir da
integração dos produtores sensores.
3.1 – ANÁLISE DOS PRODUTOS DE SENSORES REMOTOS
A partir da análise dos produtos de sensores remotos foram gerados os mapas de
drenagem, de relevo e de alinhamentos estruturais, descritos a seguir.
3.1.1– Drenagem e zonas homólogas.
A caracterização da drenagem constitui-se como um elemento de grande significado em
estudos geológicos, podendo revelar importantes informações relativas ao contexto tectônico.
Guerra (1993) definiu drenagem como uma feição linear negativa produzida por água de
escorrência, que modela a topografia de uma região. Por sua vez, Christofoletti (1974) conceitua
como canais de escoamento inter-relacionados que formam uma bacia. Monteiro & Silva (1979)
afirmam ser um conjunto da rede hidrográfica com elementos temporários ou permanentes.
Suguio & Bigarella (1990) apresentam conceituações de drenagem sob o ponto de vista
geológico e geomorfológico. Sob este último aspecto, consideram como uma corrente
canalizada ou confinada, incluindo os canais sem água de regiões secas, enquanto que,
geologicamente, como o tronco principal de um sistema de drenagem.
Concorda-se aqui com a primeira proposição, ao passo que geologicamente sugere-se o
seguinte enunciado: feição linear negativa relacionada às zonas de fraqueza dos terrenos
(litologias) geológicos. Tais zonas podem representar fraturas (juntas ou falhas), estruturas
primárias ou secundárias e interfaces litológicas de comportamento reológico distinto.
A rede de drenagem traçada de forma sistemática e uniforme pode fornecer informação
de grande importância, especialmente quanto ao contexto geológico da área; variações no estilo
estrutural e, mais grosseiramente, nas fácies litológicas, podem ser obtidas com rapidez sobre
mapas de drenagem detalhados (Soares e Fiori, 1976). No âmbito geral o tipo de drenagem
característico da área é o dendritíco com densidade média a alta e forte assimetria, que variam
de acordo com as litologias e estruturas da área o que observado no mapa (Figura 7).
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
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A separação de zonas homólogas foi realizada de acordo com os critérios de Soares e
Fiori (1976) e seus padrões definidos por comparação aos descritos por Lima (2006).
Zona homólogas corresponde a agrupamentos de elementos texturais e estruturais com
propriedades semelhantes. São separadas por limites definidos, quando coincidem com uma
forma linear estruturada (lineações, alinhamentos, quebras topográficas); limites progressivos
ou graduais, quando as propriedades de uma zona homóloga são substituídas progressivamente
pelas propriedades de outra zona homóloga; limites envoltórios ou aproximados, são marcados
quando separa-se um conjunto de propriedades texturais e/ou estruturais sem que estas
propriedades cubram toda a zona delimitada, ou quando existir elementos texturais ou
estruturais diferentes dentro da zona homóloga delimitada.
De acordo com as definições anteriores foi possível neste mapa individualizar sete zonas
homólogas (Tabela 1). Obseva-se que as zonas 1, 2 e 7 são aproximadamente semelhantes,
mostram de maneira geral uma densidade textural média, estas zonas correspondem a rochas
sedimentares e sedimentos onde a permeabilidade é maior e/ou também pode ainda significar
que estas zonas apresentem uma menor deformação superimposta em relação a outras zonas.
As zonas 4, 5 e 6 apresentam uma densidade textural alta, padrão de drenagem dendrítico e
angularidade média, estas zonas mostram uma baixa permeabilidade, e forte controle estrutural
atestado por apresentarem um padrão dendrítico, estas zonas estão relacionadas a rochas
cristalinas (Figura 7).
Tabela 1 - Zonas homólogas e seus respectivos padrões de drenagem
ZONAS
HOMÓLOGAS
ZONA 1 ZONA 2 ZONA 3 ZONA 4 ZONA 5 ZONA 6 ZONA 7
PADRÃO PINADO DENDRÍTICO RADIAL
(CENTRÍFOGO)
DENDRÍTICO DENDRÍTICO DENDRÍTICO DENDRÍTICO
DENSIDADE MÉDIA MÉDIA MÉDIA ALTA ALTA ALTA MÉDIA
SINUOSIDADE MISTA MISTA MISTA MISTA CURVOS MISTA MISTA
ANGULARIDADE MÉDIA ALTA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA
TROPIA TRI-
DIRECIONAL
(E-W, NW-SE,
NE-SW).
MULTI-
DIRECIONAL
DESORDENAD
A (E-W, N-S,
NW-SE, NE-
SW).
MULTI-
DIRECIONAL
(ORDENADA).
BIDIRECIONA
L (NW-SE, NE-
WS).
MULTI-
DIRECIONAL
DESORDENAD
O (NW-SE, E-W,
NE-SW).
MULTI-
DIRECIONAL
DESORDENAD
O
MULTI-
DIRECIONAL
DESORDENAO
ASSIMETRIA
FORTE FORTE FRACA FORTE FORTE FORTE FORTE
FORMAS
ANÔMALAS
ARCOS,
COTOVELOS,
AFLUÊNCIA.
MEANDROS
ISOLADOS
FORMAM EM
ARCOS,
COTOVELOS,
DEFLUÊNCIA.
ARCOS,
COTOVELOS,
DEFLUÊNCIA.
COTOVELO,
POUCOS
MEANDROS
ISOLADOS.
ARCO,
COTOVELO,
MEANDROS
ISOLADO.
COTOVELO,
ARCOS
COTOVELO,
ARCOS
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
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Figura 7 - Mapa drenagem com as suas zonas homógas.
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3.1.2– Relevo
O relevo é o resultado da resistência à erosão de determinado tipo de rocha frente ao
intemperismo, portanto o relevo dependerá da composição e estrutura da rocha e dos fatores
climáticos atuantes. A resistência das litologias frente à erosão dependerá da composição
mineralógica, granulometria, compactação e estrutura (maciça, foliada, estratificada) das
mesmas, segundo estas premissa e de fundamental importância o estudo e classificação dos
relevos.
No contexto regional da Folha Marabá o relevo é caracterizado por declividade das
encostas predominantemente baixa, caracterizado por uma sucessão de colinas e vales com
amplitudes em torno de 50 m, formando um perfil suavemente ondulado. As cotas topográficas
situam-se em torno de 150 a 200 m. (ALMEIDA; MARINHO; MARTINS 2001).
Da interpretação do mapa de relevo (Figura 8) é possível separar três grandes domínios
de relevo. O primeiro é caracterizado pela planície de inundação do rio Tocantins, com cotas
de até 80 m. O segundo localizado na porção leste da área com cotas mais baixa variando
aproximadamente entre 80 m a 150 m. Esta porção corresponde às rochas sedimentares que são
mais vulneráveis a erosão e intemperismo. O segundo domínio com cotas aproximadas entre
150 m a 220 m, ocorre na porção oeste do rio Tocantins, ao qual correspondem as rochas
cristalinas que são mais resistentes a ao intemperismo.
3.1.3 – Alinhamentos de drenagem e de relevo.
Lineação é uma estrutura retilínea ou levemente encurvada (em arco), que se salienta
positivamente (pequena crista) ou negativamente (sulco, ranhura ou depressão) no terreno. São
importantes principalmente na análise e interpretação do relevo (definição da direção e
mergulho da camada, foliação, entre outras). Neste trabalho utilizado o termo alinhamento, que
tem conceito similar ao da lineação ao qual difere na escala, ou seja, enquanto a lineação
normalmente varia de 3 a 15 milímetros de comprimento, um alinhamento abrange tamanho
superior a 30 milímetros na escala da foto trabalhada.
Utilizando as imagens SRTM em quatro iluminações foram extraídos os alinhamentos
da drenagem e relevo em toda área estudada. De acordo com a análise dos fotolineamentos foi
possível verificar que há uma maior concentração dos mesmos no quadrante NW-SE.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
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30
Figura 8 - Mapa de Relevo.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 31
No mapa de alinhamentos (Figura 9) podemos inferir que as drenagens tem um forte
controle estrutural principalmente na parte oeste onde em sua maioria os alinhamentos de relevo
seguem o mesmo trend. De forma mais abrangente toda área apresenta uma textura de relevo
com lineações positivas e negativas retilíneas. A parte leste da área apresenta uma densidade
média e moderada estruturação, enquanto que a parte mais oeste apresenta uma densidade alta
e fortemente estruturada.
Para o melhor entendimento do contexto extrutural da área, os alinhamentos de relevo
e de drenagem foram analisados estatisticamente segundo sua frequência absoluta. Foi
observado que os dois diagramas de roseta apresentam semelhanças em relação a direção NW-
SE entre 310 e 330 Az esta direção é preferencial nos dois diagramas de alinhamento, porém a
direção no diagrama dos alinhamentos de drenagem são mais distribuído onde apresentam três
direções que sobressaem a direção NE-SW com variação 30 a 40 Az; W-E com variação entre
70 a 90 Az e outra aproximadamente N-S (Figura 9 A e B).
Os dois diagramas estão de acordo com a estruturação regional da Folha Marabá,
definidos por (FELIPE, MORALES e SOARES Jr, 2013). Segundo estes autores, a região é
dividida em sete compartimentos estruturais. Na área de estudo ocorrem somente dois
compartimentos: Compartimento I, definido pelo Cráton Amazônico e Compartimento III
correspondente as coberturas sedimentares associadas à Formação Barreiras.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 32
Figura 9 - Mapa de alinhamentos de drenagem e de relevo; diagrama de roseta com as frequências absolutas dos alinhamentos em (A) relevo e (B) drenagem.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 33
CAPÍTULO IV
4 – GEOLOGIA DA ÁREA
Este tópico compreende os dados do mapeamento básico: unidades litológicas e
comportamento estrutural, realizado na escala de 1: 25.000 abrangendo uma área de cerca de
400 km², como produto final o mapa geológico da área de estudo.
4.1– UNIDADES
O estudo petrográfico aliado a interpretação dos produtos foto sensores permitiu a
caracterização e individualização da área em sete unidades.
4.1.1 – Unidade I
Esta unidade corresponde a aproximadamente 8% da área é formada por
conglomerados, argilitos e sedimentos inconsolidados, ocorrendo ao longo da planície de
inundação do rio Tocantins (Figura 10 A).
Estratigraficamente da base para topo são formados por conglomerados polimíticos de
matriz suportada esta é composta de arenito grosso de composição feldspática alguns destes
caulinizados, os seixos são arredondados e achatados, sendo que os primeiros são mais
abundantes, a composições dos seixos são de fragmentos líticos de bifs, gnaisses, granitoides,
rochas vulcânicas, quartzitos e rochas metassedimentares (Figura 10 B); acima destes ocorrem
argilas de coloração cinza esbranquiçadas. Sobreposta a esta tem-se argilas siltosas de coloração
cinza amareladas a bege (Figura 10 C); seguindo a sequencia, têm-se arenitos micácios de
coloração cinza amarelado a bege, com estrutura maciça, com granulometria de fino a médio
(Figura 10 D e E); e mais ao topo do perfil está uma fina camada de matéria orgânica e
sobreposto a este uma camada de solo arenoso (Figura 10 E).
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
34
Figura 10 - Em, (A) foto panorâmica do afloramento, (B) conglomerado, (C) Na parte inferior são argilas de coloração cinza esbranquiçadas e sobreposta estas
são argilas siltosas de coloração cinzas amareladas a bege, (D) arenito micacio de coloração cinza amarelado, (E) Na parte inferior os arenitos anteriormente
descritos e sobreposto a este uma fina camada de matéria orgânica e no topo uma camada de solo arenoso (F) perfil estratigráfico.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 35
Esta unidade é também formada por saprólitos e lateritas. Os saprólitos são
caracterizados por apresentar uma coloração laranja esbranquiçada (Figura 11 A); sobreposto
a estes tem se linhas de seixos ou stone line inconsolados (Figura 11 B) e no topo as lateritas,
formando um manto de alteração horizontal, estas lateritas são caracterizadas
macroscopicamente por ter uma coloração avermelhada com textura media a grossa,
pobremente selecionada com grãos angulosos, maciça, mineralogicamente constituída por
quartzo e oxido de ferro como cimento (Figura 11 C a F).
Figura 11 - Em (A) saprólitos e solo, (B) linha de seixo (stone line), (C) Afloramento de lateritas
formando um manto de alteração horizontal, (D) bloco de laterita, (E) Aspecto em escala mesoscópica
mostrando variação da granolometria, (F) detalhe dos grãos de quartzo e o cimento de oxido de ferro.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 36
Por meio de análise microscopica foi possível melhor observar a textura que oxido de
ferro desenvolve com o quartzo (Figura 12 A), todos os grão são angulosos e de baixa
esfericidade com contatos pontuais 20%, porém 80% dos grãos estão separados por cimento de
goethita que desenvolve uma textura concêntrica (Figura 12 B e C), 95% dos grânulos de
quartzo variam entre 6,5 mm a 2,5 mm e 5% são policristalinos de aproximadamente 10 mm
(Figura 12 B e D). Esta pode ser classificada como laterita, que são produtos de intenso
intemperismo químico de rochas sub-aéreas que se adéqua a definição de Schellmann (1981).
Figura 12 – Lâmina JMJ-14, em (A) grãos de quartzo e o cimento de goethita no centro da foto, formado por
uma lacuna que foi posteriormente preenchida por goethita. (B) feição textural dos grão mostrando os
contatos pontuais e muitas vezes separados por goethita, (C) textura concêntrica da goethita, (D) grão
policristalinos de quartzo.
4.1.2– Unidade II
Esta unidade esta localizada na porção sudeste corresponde 10% da área, sendo definida
a partir da análise de fotointerpretação e correlacionada a dados obtidos de mapeamentos já
realizadas pelo Projeto Folha Marabá, ao qual está inserido este trabalho. Corresponde a rochas
sedimentares descritas por BARBOSA (2011), SILVA (2012), SOUZA (2012) ARAUJO
(2012), DIAS (2013), RODRIGUES (2014).
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 37
Segundo estes autores estas rochas caracterizam-se por conglomerado polimítico com
seixos a grânulos de quartzo, grãos de feldspato/plagioclásio caulinizado, intraclastos de argilito
e fragmentos líticos, arenito maciço, arenito argiloso, arenitos arcoseanos conglomeráticos de
coloração esbranquiçada, argilitos laminados de coloração avermelhada, gradando para
conglomerado polimítico com grãos de quartzo e feldspato caulinizado e seixos de argila que
gradam em direção ao topo para arenito maciço, arenitos médio a finos com grãos subangulares
a arredondados, mal selecionados.
4.1.3– Unidade III
Esta corresponde a 13% da área, assim como a unidade II, foi definida a partir da analise
de fotointerpretação e correlacionada a dados obtidos de mapeamentos já realizadas. Esta
inserida na porção nordeste da área, correspondendo as rochas pertencentes a Formação Couto
Magalhães da Faixa Araguaia.
De acordo com mapeamento realizado por Araujo (2012) compreende rochas
essencialmente metassedimentares de granulação fina, basicamente de composição pelítica
monominerálica e micácea. Estas rochas correspondem em sua maioria a filitos, no entanto,
encontram-se xistos gradando a filitos ou intercalação dos mesmos. Enquanto que Dias (2013)
descreveu nas proximidades da área ardósias de coloração avermelhada, granulação indistinta,
brilho suave, compostos mineralogicamente por argilominerais, cloritas e sericitas, onde finas
lentes oxidadas marcam o domínio da foliação.
4.1.4 – Unidade IV
Esta unidade é formada por biotita-monzogranito, ocorre nas porções noroeste e
sudoeste da área correspondendo a aproximadamente 46% da área, foi delimitada com base em
fotointerpretação e dados de campo. O afloramento mais expressivo tem dimeção de 6 x 20 m
localizado no leito do rio Rainha próximo a vicinal Tauri, formado por bloco in situ, fraturados
e cortado por veios de quartzo (Figura 13 A) Esta rocha apresenta uma coloração rosa
acizentada, holocristalina, fanerítica, isotrópica e leucocrática (IC 30%), inequigranular
variando de média a grossa (Figura 13 B), localmente ocorre concentrações de máficos.
(Figura 13 C a D).
Microscopicamente revela granulação média com cristais entre 1 a 5 mm, e uma leve
orientação dos minerais e recristalização de quartzo, mas de maneira geral sendo isotrópica, os
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 38
cristais são anédricos, sua mineralogia é constituída por quartzo (43%), plagioclásio (21%)
An30, feldspato potássico (ortoclásio) (47%), o máfico encontrado é a biotita e secundários
clorita, sericita e epidoto (Figura 14 A a D). O plagioclásio e o feldspato-k estão alterados
respectivamente para sericita e argilominerais, a biotita esta quase totalmente alterada para
clorita (Figura 14 A, C e D). O ortoclásio apresenta textura micropertítica que são lamelas de
plagioclásio rico em sódio (Albita) inclusos nestes, indicando reação de exsolução (Figura 14
B). No diagrama QAP Streckeisen (1967) é classificada como biotita - monzogranito.
Figura 13 - Em (A) aspcto geral do afloramento, (B) aspcto mesoscópico, (C)
concentração de mafico com bordas arredondadas (D) detalhe da foto anterior, (E)
concentração de maficos com textura de fluxo, (F) detalhe da foto anterior.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 39
Figura 14 - Lâmina JMJ – 15, em (A) recristalização de quartzo e alteração do plagioclásio (A nicóis cruzados e
A’ nicóis paralelos), (B) feldspato com textura micropertítica, (C) alteração por processos de sericitização do
felspato e plagioclásio neste é possivel ver a macla, (D) alteração da biotita para clorita, mineral no centro epídoto.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 40
4.1.5 – Unidade V
Esta unidade é localizada mais a norte e corresponde a aproximadamente 12% da área
e composta de vulcanoclásticas félsicas tufo e lápilli tufo de cristais. O afloramento de tufo que
ocorre mais a sul desta unidade esta localizado no córrego Rainha próxivo a vicinal Tauri,
ocorrem em forma de lajedo e blocos de tamanho matacão (Figura 15 A e B),
mesoscopicamente são afanítica, equigranular de coloração marrom avermelhada de estrutura
maciça (Figura 15 C e D). Com auxilio de microscópio é possível obervar uma leve
orientação dos opacos, mas no geral é isótropica, é composta por vários fragmentos de minerais
e de líticos este sendo menores que 2 mm, e a matriz é composta de uma mistura quartzo
feldspática criptocristalina e corresponde aproximadamente a 60% da rocha (Figura 16 B, C).
A sua mineralogia é constituída basicamente de cristais de quartzo (52%), feldspato-k (23%),
oligoclásio An25 (25%), anfibólio e opacos (Figura 16 A, B e D).
Os constituintes mineralógicos e fragmentários são angulosos, porém cristais de quartzo
mostram bordas subarreondadas comumente apresentando golfos de reação, sugerindo origem
de magma riolítico (Figura 16 F). Na rocha são observados também cerca de aproximadamente
10% de fragmentos de rocha de composição básica (basaltos) estes interpretados como
fragmentos da rocha encaixante ou líticlastos acidental. As principais alterações é do
plagioclásio e feldspato-k para sericita e argilominerais respectivamente, porém não sendo
muito intensa (Figura 16 E). Há indícios de processo diagenêtico, pois é observada uma mica
(muscovita) achatada entre fragmento de quartzo e plagioclásio sendo este último fraturado
(Figura 16 G).
Devido a rocha ser constituída de minerais fragmentários é uma matriz quartzo
feldspática criptocristalina, sendo estes menores que 2 mm, podendo assim ser classificada
como tufos vulcânicos de acordo com o diagrama de Fisher (1984), já no diagrama de Pettijohn
(1975) para fragmentos de lavas solidificados durante a ejeção são classificados como tufo
lítico, no diagrama para vulcânicas Streckeisen (1967) apresenta uma composição riolítica. Mas
para nomenclatura destas foi adotado a de McPhie, Doyle, Allen (1993), que combina textura
e composição, desta forma a rocha pode ser classificada como tufo riolítico.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
41
Figura 15 - Em (A) afloramento em forma de lajedo, (B) e blocos tamalho matacão. (C e D) aparência mesoscópica.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 42
Figura 16 - Lâmina JMJ - 06, em (A) aspecto geral da amostra e cristaloclasto de ânfibolio, (B) leve
orientação dos opacos, (C) matriz quartzo feldspática criptocristalina, (D) minerais fragmentários de
quartzo, plagioclásio, feldspato-k, (E) alteração do plagioclásio, (F) quartzo com bordas subarreondadas,
(G) muscovita achatada entre os cristais de quartzo e plagioclásio.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 43
O afloramento de lapilli tufo ocupa a porção norte desta unidade, o mais expressivo
afloramento tem dimensão aproximada de 40 x 20 m, localizado nas margens do Rio Tocantins
próximo da Vila Santa Terisinha do Tauri, ocorre na forma de lajedo e nestes se obrserva varias
fraturas (Figura 17 A e B). Segundo os aspectos mesoscópico tem coloração marrom escura a
avermelhada, com granulação de média a grossa, pobremente selecionada com fenocristais de
quartzo (Figura 17 C e D).
Com amparo do microscópio foi melhor descrita como tendo uma textura inequigranular
com granulação entre média a grossa com fenocristais de quartzo com aproximadamente 4 mm
mostram bordas subarreondadas comumente apresentando golfos de reação, sugerindo a origem
de magma riolítico e fenocristais de feldspato e plagioclásio entre 2 a 3,5mm; nestes lapilli tufos
é possível observar uma leve orientação dos opacos com a objetiva de 2,5 X, mas no geral a
rocha apresenta uma estrutura geral isótropica ou maciça (Figura 18 A a E).
A matriz é composta de dois componentes principais: O primeiro componente é uma
mistura criptocristalina de quartzo e feldspato o segundo de vários fragmentos microcristalinos
de quartzo, feldspato (microclina), plagioclásio, clinopiroxênio e anfibólio todos menores que
1,5 mm, esta matriz corresponde aproximadamente a 50% da rocha (Figura 18 A).
A sua mineralogia é constituída basicamente de fragmentos de quartzo (54%), feldspato-
k (microclima) (25%), plagioclásio An 27% (oligoclásio) (21%), minerais ferromagnesianos
clinopiroxênio, anfibólio e opacos (magnetita) (Figura 18 E). Os minerais secundários
observados foram sericita, argilominerais e carbonato estes recristalizado para calcita (Figura
18 F). Segundo as suas características mineralógica e textural esta rochas é classificada como
lapilli tufo no diagrama de tufos vulcânicos de Fisher (1966). Para nomenclatura destas foi
adotado a de McPhie, Doyle, Allen (1993), que combina a textura e composição, desta forma
pode ser classificada como lapilli-tufo riolítico.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
44
Figura 17 - Em (A) aspecto geral afloramento em forma de lajedo e as fraturas, (B) detalhe das fraturas e disjunção em blocos, (C) amostra em
escala mesoscópica (D) fenocristal de quartzo.
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NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 45
Figura 18 - Lâmina JMJ - 12, em (A) observa a matriz e uma leve orientação dos
opacos, (B) algumas alterações, quarzo arredondado e clinopiroxênio, (C e D) quarzos
fraturados e com bordas subarredondada pela corroção magmática e apresentando
golfos de reação, (E e F) alteração do plagioclásio, mineral secundário: Calcita e argilo
mineral.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 46
4.1.6 – Unidade VI
Esta unidade é encontrada no centro da área foi delimitada com base em dados de campo
e fotointerpretação, ocupa cerca de 7%. É constituída de afloramentos que ocorrem na forma
de blocos in situ e lajedo (Figura 19 A). A rocha é caraterizada macroscopicamente por ter
uma coloraçãos cinza escura esverdeada, ser fanerítica, isotrópica, equigranular média,
holocristalina, mesocrática (Figura 19 B).
Figura 19 - Em (A) bloco de gabro, (B) amostra em escala mesoscópica.
Nesta unidade tem-se duas lâminas, JMJ-05 e JMJ-06, ambas são semelhantes a dirença
é na intecidade de alteração onde os minerais plagioclásio, clinopiroxênio e ortopiroxênio se
encontram mais alterados na amostra JMJ-05.
Estas apresentão as seguintes característica ao microscópio: granulação média com
variação entre 1 mm a 5 mm holocristalina, mesocrática, fanerítica, equigranular. Apresta
textura ofítica e subofítica, a ocorrência simutania é característica de gabros e doleritos. (Figura
20 A e B). A sua mineralogia é constituída por labradorita (An61, 68%), clinopiroxênio (24%),
ortopiroxênio (4%) e anfibólio; secundários: idingsita, serpentina; opacos possivelmente
magnetita. (Figura 20 B).
O Plagioclásio apresenta granulação entre 1,5 mm a 0,6 mm este em forma de ripas
alongadas, alguns com geminação, hipidiomórficos com maclamento tipo albita, e desenvolvem
uma textura subofítica e ofítica com piroxênios esta de ocorrência subordinada, ocorre também
a textura mimerquítica (Figura 20 H). A rocha apresenta plagioclásio com zoneamento
oscilatório, o que é frequente nos plagioclásios de rochas de composição intermediária a máfica.
Este zoneamento também indica mudança na composição do plagioclásio onde o centro é mais
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 47
cálcico (anortita) e as bordas mais sódica (albita) (Figura 20 C a F). Os cristais de ortopiroxênio
são anédricos (xenomórficos) variando entre 1,2 mm a 0,3mm exibem um contato reto com o
plagioclásio. Os cristais clinopiroxênio variam de 1 mm a 0,5 mm, estão fraturados, exibem
contatos retos e lobados com os plagioclásio e alguns contatos irregulares. No diagrama QAP
(Streckeisen, 1967) esta rocha é classificada como gabro.
Figura 20 - Lâminas JMJ – 05 e JMJ - 16, em (A) textura ofítica, (B) textura subofítica
e geminação do plagioclásio, (C) plagioclásio zonado e alteração, (D) zoneamento
concêntrico do plagioclásio, (E e F) zoneamento perfeito e intercrescimento, (G)
indingsita, clinopiroxênio, ortopiroxênios, (H) textura mimerquítica e plagioclásio
fraturado.
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4.1.7 – Unidade VII
Esta unidade está localizada mais ao norte da área, próximo a cidade de Itupiranga na
margem do rio Tocantins e correspondendo 4% da área, sua ocorrência é na forma de blocos e
lajedo com dimensão aproximada de 60 m por 15 m, nestes ocorre duas litologias, clorita - talco
xisto e o sílex (jaspe), sendo que estas duas estão em contato.
O xisto se encontra bastante alterado e cortado por veios de quartzo estes veios formam
estrutura boxing Works (casa de “abelha”) são delineados pela foliação S-C, mesoscopicamente
tem uma coloração amarela alaranjada e um aspecto fibroso e cortado por vênulas de quartzo
milimétricas a centimétricas (Figura 21 A a D).
Ao microscópio é possível observar várias alterações onde esta é mais intensa próximo
às vênulas de quarzto, ocorrendo impregnação de óxido de ferro (Figura 22 B).
A sua mineralogia é composta basicamente por clorita e carbonatos, este representado
pela dolomita e calcita e talco todos estes juntos formando uma maça fibrosa, cortada por
vênulas de quartzo (Figura 22 B, C, D). Este rocha apresenta metamorfismo de médio a baixo
grau sendo da fácies talco das calcisilicaticas caracterizado pela clorita, talco, dolomita, calcita
e quartzo, porém em relação a classificação de pelitos a rocha está na fácies xisto verde.
Podendo ser nomeada segundo as normas Yardley (2004) como clorita - talco xisto. O protólito
é provalvemente de uma matapelítica (marga) inferida com base em sua mineralogia e por estar
em contato com o sílex onde é comum em uma sequência greenstone (Figura 23 C).
A segunda litologia ocorre no mesmo alforamento em uma pequena ilha em forma de
bloco e lajedo (Figura 23 A), este é constituído por sílex com impregnação de óxido de ferro,
ao qual recebe também a denominação de jaspe, este macroscopicamente tem uma coloração
avermelhada e exibe um aspecto maciço, e cortado por veios de quartzo centimétrico (Figura
23 B).
Com amparo do microscópio se observa as seguintes caracteriticas: A luz polarizada
apresenta coloração cinza avermelhada, aspecto maciço, formado por quartzo cripstocritalino
este manchado por óxido de ferro (hematita) que proporciona a coloração avermelhada em
amostra de mão (Figura 24). As duas litoligas fazem parte de um sequência greesntone
deduzida com as características supracitadas (Figura 23 C).
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49
Figura 21 - Em (A) aspecto geral do afloramento, (B) vênulas de quartzo formandoo estrutura
boxing Works, (C) xisto cortado por vênulas de quartzo, (D) detalhe do xisto em escala
mesoscópica.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
50
Figura 22 - Lâmina JMJ - 02A, em (A) aspecto geral fibrosa, (B) vênulas de quartzo, (C) calcita, (D)
talco, (E) detalhe das vênulas de quartzo.
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51
Figura 23 - Em (A) Aspecto geral do afloramento, (B) escala mesoscópica do sílex, (C) contato, sílex na
parte superior e o xisto inferior.
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52
Figura 24 – Lâmina JMJ – 02B, em (A) aspecto geral e óxido de ferro, (B) quartzo criptocristalino e
veios, (C e D) quartzo com extinção ondulante e orientados.
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53
4.2 – ANÁLISE ESTRUTURAL
Neste tópico serão abordadas as características estruturais da área mapeada. A princípio
somente nas unidades IV, V e VII apresentam estruturas passíveis de descrição e interpretação.
4.2.2– Unidade IV
Esta unidade é caracterizada por esta cortada por veios de quartzo e dois conjuntos de
fraturas um concordante e outro discordante com os veios. Os concordantes com direção
aproximadamente paralela aos veios com direção ENE WSW e medidas 248, 245, 250 Az, e os
discordantes ou perpendiculares com direção NEN SWS e medidas 30, 20 Az (Figura 24).
Figura 25 - Em (A) fraturas concordantes com os veios (A’) diagrama de frequência azimute, (B) fraturas discordantes,
(B’) diagrama de frequência azimute.
As direções dos alinhamentos observados no mapa de estruturas estão de acordo com as
direções das fraturas observadas neste afloramento, com isso pode-se afimar que uma parte dos
alinhamentos observados correspondem à fraturas.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
54
4.2.2– Unidade V
Nesta unidade só foram observadas estruturas tectônicas no afloramenoto do lapilli tufo
(Figura 25). Neste ocorre um conjunto de fraturas com direção principal NE-SW com medida
30, 33,42 Az, o segundo com direção aproximadamente E-W com medidas 82,70,87 Az. Há
algumas fraturas milimétricas a centimétricas preenchidas por quartzo microcristalino.
Figura 26 - Em (A) fraturas aproximadamente N-S, (B) aproximadamente E-W.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
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55
4.2.3– Unidade VII
Esta unidade é caracterizada por deformação dúctil é cortadas por veios de quartzo que
truncam as foliações S-C (Figura 26 B). Estas foliações são penetrativas e com pequenas
curvaturas, melhor observada em lâmina (Figura 27). Nesta unidade também ocorre uma banda
de cisalhamento com direção N-S e mergulho para leste com atitude 38 /90Az (Figura 27 A).
O sílex também se encontra deformado com aproximadamente as mesmas atitude
43/87 Az. As foliações do xisto por se apresentarem curvadas foram formadas em um regime
dúctil, já os veios de quartzo foram colocados quando do fraturamento em regime rúptil.
Figura 27 - Em (A) banda de cisalhamento no xisto com direção aproximadamente N-S, (B)
foliação S-C do xisto
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
56
4.3 – MAPA GEOLÓGICO
Para a delimitação e distribuição espacial das duas unidades aqui individualizadas,
recorreu-se a integração dos dados de campo, análises das formas do relevo e dos alinhamentos
fotoestruturais somados aos estudos petrográficos e correlação com trabalhos anteriores do
Projeto Mapeamento Geológico da Folha Marabá SB.22-X-D.
No mapa geológico final da área foi possível individualizar sete unidades e suas
respectivas litologias: Unidade I caracterizada por sedimentos do Quaternário e coberturas
detríticas e/ou lateríticas; Unidade II formada por conglomerado polimítico, arenito maciço,
arenito argiloso, arenitos arcoseanos conglomeráticos estes pertencentes a Formação Barreiras;
Unidade III esta é composta por pelíticas micáceas, filitos e ardósias compostas por cloritas e
sericitas pertencentes a Formação Couto Magalhães; Unidade IV formada por biotita -
monzogranitos; Unidade V correspondendo a rochas vulcânicas tufo e lapilli-tufo, Unidade VI
definidas por Gabros e Unidade VII clorita - talco xisto e silix estes fazendo parte de uma
sequência Greenston Belts.
No mapa geológico pode-se observar a distribuição das sete unidades identificadas e as
suas relações com as demais unidades presentes e o controle estrutural, destacando
principalmente na parte oeste a estruturação WNW - ESE e NE-SW ocorridas quando do evento
Transamazônico, foi constatado que grande parte destes alinhamentos são fraturas como foi
observado no campo. As unidades I, V, VII apresenta duas litologias, porém as unidades IV,
VI é constituída de apenas de uma litoliga e as unidades II, III apresentam várias litologia as
quais foram aqui delimitadas por fotointerpretação e correlação com trabalhos anteriores do
projeto Folha Marabá (Figura 28).
Figura 28 – Fotomicrografia mostrando foliação S-C no xisto.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
57
Figura 29 - Mapa geológico.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 58
4.3.1 – Comparação com o mapa anterior
O principal trabalho realizado anteriormente na Folha Marabá foi realizado pela CPRM
2001 nas escalas de 1:1.000.000 e 1:250.000. Neste mapeamento indentificaram quatro
unidades: formação superior dividida em Sedimentos Quarternário formado por areias, argilas,
níveis de cascalho, e coberturas lateriticas; Formação Itapecuru constituída de arenitos
arcosianos, lentes de conglomerado, pelitos; Formação Couto Magalhães formado por
metassedimentares compreendendo filitos, quartzo sericita-clorita xistos e ardósias; Suíte
Metamórfica Bacajái constituidade de granulitos básicos e ácidos. Neste novo mapeamento
com escala de 1:25.000, foi possível um maior detalhamento dos litotipos, consistindo em sete
unidadas.
As principais contribuições deste trabalho foram a identificação das seguintes unidades:
A unidades II que em trabalho anterior foi indentificada como Formação Itapecuru e neste como
sendo pertencentes a Formação Barreiras localizado na porção sudeste da área. A unidade III
que foi melhor delimitada. As unidades IV, biotita – monzogranitos; V, vulcânicas tufo e lapilli
tufo; VI constituida de gabro e Unidade VII, clorita - talco xisto e silix estas ocupando a porção
sudoeste que anteriormente era descrita como sendo pertencente a Suíte Bacajái formada por
granulitos (ver Figura 28 e Figura 29).
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ.
59
Figura 30 - Recorte da Carta Geológica da CPRM 2001.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 60
CAPÍTULO V
5 – CONCLUSÃO
Tendo como base todos os dados aqui adquiridos através de fotoanálise, campo, estudos
petrográficos e estruturais, apresentados e discutidos neste trabalho, tem-se as seguintes
conclusões a respeito da correlação das litologias, com as unidades regionais de trabalhos
anteriores:
A unidade I é constituída por sedimentos do Quaternário, interpretado por estarem
próximo as margens do rio Tocantins serem pouco consolidados, como as argilas que foram
depositadas quando de uma pretérita planície de inundação do rio Tocantins. Nesta unidade
ocorre também laterita, estas duas litologias foram descritas no mapeamento de Almeida
(2001), porém diferem em seus limites com o mapa proposto neste relatório.
A unidade II é constituída por sedimentos da Formação Barreiras foi delimitada com
base em dados de fotointerpretação e correlação com trabalhos realizados no Projeto Folha
Marabá principalmente de Dias (2013) que limita com área de pesquisa. Esta porção da área foi
anteriormente descrita por Almeida (op cit) como pertencente a Formação Itapecuru da Bacia
do Parnaíba.
A unidade III, assim como a unidade II, foi definida a partir da análise de
fotointerpretação e correlacionada a dados obtidos de mapeamentos já realizados
principalmente os de (ARAUJO, 2012; DIAS, op cit) que descreveram como sendo rochas
metassedimentares de composição pelítica monominerálica e micácea, e ardósias compostas
por argilominerais, cloritas e sericitas, estas litologias aqui descritas foram mapeadas por
Almeida (op cit) contudo difere um pouco em relação aos limites aqui apresentados.
A unidade IV foi delimitada com base em fotointerpretação e dados de campo segundo
as características já descritas anteriormente, a litologia desta unidade foi classificada como
biotita – monzogranito, por não apresentar-se muito deformada, foi interpretado como sendo
pertencente a Suite Plutônica Pós - orogênica do Domínio Bacajá, Ciclo Transamazônico
(VASQUEZ, 2006).
A unidade V é composta de vulcanoclásticas félsicas tufo e lápilli-tufo, nunca antes
assim descritas. Jorge João et al. (1987), descreveram rochas metavulcanoclásticas, rochas
metavulcânicas félsicas e intermediárias pertencentes ao Domínio Bacajá que não
correspondem ao descrito neste trabalho, ou seja, as vulcanoclásticas félsicas, isotrópicas não
metamórficas e pouco deformadas, que podem estar relacionadas ao mesmo evento magmático.
Esta unidade pode ser correlacionada a unidade vulcânica Uatumã, denominação
utilizada para retratar a sucessão de eventos magmáticos orosirianos de grande escala que
marcou a porção central do Cráton Amazônico, tanto no Escudo das Guianas quanto no Escudo
Brasil Central, o qual produziu principalmente rochas vulcânicas efusivas e piroclásticas de
composições félsicas a intermediárias, intrusões graníticas e, subordinadamente, corpos
plutônicos máficos (JORGE JOÃO; SANTOS; FARACO, 1984). Porém, Melo et al. (1978)
elevaram a unidade à categoria de Supergrupo Uatumã. Ainda existem controvérsias acerca do
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 61
significado da denominação Supergrupo Uatumã. Atualmente, a maioria dos autores reserva a
designação de magmatismo Uatumã ao evento vulcano-plutônico Orosiriano com idade em
torno de 1,89 – 1,88 Ga, que gerou o vulcanismo Iricoumé e granitoides associados, e às
unidades correlatas a sul da bacia do Amazonas, nos domínios Tapajós e Iriri–Xingu
(VASQUEZ et al., 1999; COSTI; DALL’AGNOL; MOURA, 2000; REIS et al., 2006;
FERRON et al., 2006, 2010; JULIANI; FERNANDES, 2010; PIEROSAN et al., 2011a,
2011b), apesar de alguns autores ainda se referirem ao Supergrupo Uatumã para descrever os
episódios magmáticos orosirianos no intervalo 2,0 – 1,88 Ga (BRITO NEVES, 2011;
FERNANDES et al., 2011; JULIANI et al., 2011).
Sendo assim, é possível afirmar segundo o conceito de vulcanismo Uatumã destes
últimos autores, que a Unidade V descrita nesta relatório seja pertencente ao vulcanismo
Uatumã (lato sesu). Porém, recomenda-se para esta, estudos mais detalhados de sua estratigrafia
e o emprego de ferramentas como a: Geocronologia e geoquímica para um melhor
posicionamento estratigráfico regional.
A unidade VI foi delimitada com base em dados de campo e fotointerpretação. É
constituída de gabros de coloração cinza escura esverdeada, fanerítica, isotrópica, equigranular
média, holocristalina, mesocrática, interpretada como sendo um corpo com algumas centenas
de metros, assim como na área ocorre também um dique de direção NE-SW. Ambos podem ser
correlacionados regionalmente ao Domínio Bacajá e pertencentes a unidades Gabróicas
Toleíticas Mesozoicas que foram descritas como enxames de diques máficos de orientação NE-
SW e N-S e também corpos de diabásio, provavelmente relacionados ao magmatismo toleítico
Jurássico, diabásios Penatecaua e Cururu, ocorrido durante a reativação mesozoica da Bacia do
Amazonas, os quais têm notável expressão em imagens aeromagnéticas. É recomentado para a
Unidade VI estudos geocronológicos, geoquímicos e MEV (microscópio eletrônico de
varredura) para uma exata correlação com as Unidades Gabróicas Toleíticas Mesozoicas.
A Unidade VII é caracterizada por clorita - talco xisto e sílex, classificadas como sendo
pertencentes a uma sequência greenstone belsts, correlacionáveis ao Domínio Bacajá na
unidade litotectônica Greenstone belt Arqueano-Paleoproterozoicos. Porém, nesta ocorrem três
sequências: Sequência Três Palmeiras, constituídas de vulcânicas ultramáficas; as sequências
metavulcano-sedimentares Grupo Vila União e a Sequência de Rochas Supracrustais I
(VASQUES, 2006). Assim sendo, a unidade VII está inserida mais adequadamente entre estas
duas últimas por ser constituída de rochas metassedimentares, porém ainda há pouca
informação a respeito destas sequências.
Este trabalho se propôs a fazer um mapeamento geológico básico na escala 1:25.000,
porém para um maior detalhamento serão necessárias estudos mais aprimorados com técnicas
mais precisas para uma melhor correlação cronoestratigrafica.
MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 62
REFERÊNCIAS
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BRITO NEVES, B.B. Main stages of the development of the sedimentary basins of South
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MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE,
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Mapeamento geológico na região de Itupiranga PA - TCC Jeovaci Jr

  • 1. UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ CAMPUS DE MARABÁ INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS E ENGENHARIAS FACULDADE DE GEOLOGIA Jeovaci Martins da Rocha Júnior MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22-X-D-I-1-NO E SB.22-X-D-I-1-NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22-X-D, PARÁ. Marabá – PA Julho de 2014
  • 2. Jevaci Martins da Rocha Júnior MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22-X-D-I-1-NO E SB.22-X-D-I-1-NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22-X-D, PARÁ. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Geologia da Universidade Federal do Pará – UFPA, Campus do Sul e Sudeste do Pará em cumprimento às exigências para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Profa. Dra. Ana Valéria dos Reis Pinheiro. Marabá – PA Julho de 2014
  • 3. Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Biblioteca II da UNIFESSPA. CAMAR, Marabá, PA Rocha Júnior, Jevaci Martins da Mapeamento geológico da subárea SB.22-X-D-I-I-NO e SB.22-X-D- I-I-NE, na Folha Marabá SB.22-X-D, Pará / Jevaci Martins da Rocha Júnior ; orientadora, Ana Valéria dos Reis Pinheiro. — 2014. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) - Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, Campus Universitário de Marabá, Instituto de Geociências e Engenharias, Faculdade de Geologia, Curso de Geologia, Marabá, 2014. 1. Mapeamento geológico - Itupiranga (PA). 2. Geologia - Pará. 3. Petrologia. I. Pinheiro, Ana Valéria dos Reis, orient. II. Título. CDD: 19. ed.: 526.098115
  • 4. Jeovaci Martins da Rocha Júnior MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22-X-D-I-1-NO E SB.22-X-D-I-1-NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22-X-D, PARÁ. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade de Geologia da Universidade Federal do Pará – UFPA, Campus do Sul e Sudeste do Pará em cumprimento às exigências para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Profa. Dra. Ana Valéria dos Reis Pinheiro. Data de aprovação: ____/____/____ Conceito: __________ Banca examinadora: ____________________________________________ Prof. Ana Valéria dos Reis Pinheiro - Orientadora Doutora em Hidrogeologia Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará ____________________________________________ Prof.: Antônio Emidio de Araújo Santos Júnior Doutor em Sedimentologia Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará ___________________________________________ Prof.: Carlos Marcello Dias Fernandes Doutor em Mineralogia e Petrologia Universidade Federal do Pará
  • 5. i DEDICATÓRIA Dedico a todos os estudantes e profissionais da Geologia que escolheram essa ciência para amar e a todos da Universidade Federal do Pará – Campus Universitário de Marabá. Este trabalho é mais uma ferramenta de pesquisa e esclarecimento, espero estar ajudando a todos. Tem sido árdua a caminha até aqui, porém muito rica em conhecimento e experiência não apenas para minha vida profissional, mas também para minha vida pessoal. Dedico à minha família, meus pais Jeovaci Martins da Rocha, que tem acompanhado minha trajetória de sucesso e em especial à minha mãe Leozina Pereira da Rocha que sempre me incentivou em palavras e orações.
  • 6. ii AGRADECIMENTOS No mundo vivemos em sociedade, e precisamos uns dos outros. Eu em particular, tive o prazer de conviver com pessoas maravilhosas, que me orientaram na realização deste trabalho de conclusão de curso em especial a Dra. Ana Valéria dos Reis Pinheiro pela paciência e receptividade. Quero agradecer ao professor Antônio Emidio de Araújo Santos Júnior que me auxiliou em parte cruciais desta jornada e não poupou esforços em me auxiliar. Não posso deixar de mencionar o professor Carlos Marcello Dias Fernandes que axiliou no esclarecimento de dúvidas e ao professor Francisco Ribeiro da Costa que forneceu as imagens de satélite para realização deste trabalho. Agradeço a todo corpo docente da UNIFESSPA UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ que ajudou na minha formação profissional, e a todos os colegas que de forma indireta me ampararam com palavras e estímulo, em especial aos discentes, Rafael Cesar, Ricardo Lima.
  • 7. iii Se você não consegue voar, corra; se não consegue correr, ande; se não consegue andar, se arraste, mas nunca pare de avançar. (Martin Luther King Jr.)
  • 8. iv RESUMO A Folha Marabá SB.22-X-D, situa se na região leste do estado do Pará, norte do estado do Tocantins e oeste do estado do Maranhão. É limitada pelos paralelos 05°00’ e 06°00’, de latitude sul, e pelos meridianos 48°00’ e 49°30’ de longitude oeste de Greenwich, abrangendo uma área de 18.265 km2 . O quadro geológico da Folha Marabá, compreende parte de três grandes províncias geotectônicas, representadas pelos cinturões de cisalhamento Itacaiúnas (Domínio Bacajá) e Faixa Araguaia e pela Bacia do Parnaíba. Os trabalhos anteriormente realizados nesta foram em escala regional, 1:1. 000.000 e 1:250.000 estes proporcionaram uma série de avanços no entendimento da região. A área de trabalho está inserida na referida folha, compreendo as seguintes subdivisões SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE localizadas a norte de Itupiranga. Neste trabalho foi possível avançar no conhecimento geológico destas subdivisões, que anteriormente eram divididas em quatro unidades, entre as quais algumas não existem na área, estando em desconformidade do que é observado no campo. Neste trabalho a área foi individualizada em sete unidades compostas pelas seguintes litologias: Unidade I caracterizada por sedimentos do Quaternário e coberturas detríticas e/ou lateríticas; Unidade II formada por conglomerado polimítico, arenito maciço, arenito argiloso, arenitos arcoseanos conglomeráticos estes pertencentes a Formação Barreiras; Unidade III esta é composta por pelíticas micáceas, filitos e ardósias compostas por cloritas e sericitas pertencentes a Formação Couto Magalhães; Unidade IV formada por biotita - monzogranitos; Unidade V correspondendo a rochas vulcânicas tufo e lapilli tufo; Unidade VI definidas por Gabros e Unidade VII clorita - talco xisto e sílex estes fazendo parte de uma sequência Greenston Belts. Em mapeamentos anteriores, as unidades II, IV, V, VI e VII não foram mapeadas nem subdivididas na referência à quadrícula e as unidades V e VII não foram encontradas na Folha Marabá como um todo. A unidade V foi correlacionada ao vulcanismo Uatumã (lato sesu), e a unidade VII ao Domínio Bacajá na unidade litotectônica Greenstone Belts Arqueano- Paleoproterozoicos. Palavras-chave:Formação Barreira, Formação Couto Magalhães, Domínio Bacajá, Greenstone Belts, vulcanismo a Uatumã.
  • 9. v ABSTRACT The Leaf Maraba SB.22-XD, located in the eastern region of the state of Pará, northern state of Tocantins and west of the state of Maranhão. It is bordered by parallel 05°00’ and 06°00’ south latitude, and the meridians 48°00’ and 49°30’ west longitude from Greenwich, covering an area of 18,265 km2 . The geological setting of Leaf Marabá, comprises of three major geotectonic provinces, represented by belts of shear Itacaiúnas (Domain Bacajá) and Araguaia Belt and the Parnaíba Basin. The works were carried out previously in this regional scale, 1:1. 000,000 1:250,000 and these provided a series of advances in the understanding of the region. The desktop is inserted in said sheet, understand the following subdivisions SB.22- X-D-I-1-NO and SB.22-X-D-I-1-NE located north of Itupiranga. In this work it was possible to advance the geological knowledge of these subdivisions, which were previously divided into four units, some of which do not exist in the area, being in disagreement with what is observed in the field. In this study area was separated into seven units composed of the following lithologies: Unit I characterized by Quaternary sediments and detrital covers and / or lateritic; Unit II comprises polymictic conglomerate, massive sandstone, clayey sandstone, conglomeratic sandstones arkosean belonging to these barriers Formation; This Unit III is composed of micaceous politic; Unit IV formed by biotite – monzogranites; Unit V corresponding to volcanic tuff and lapilli-tuff rocks; Unit VI defined by Gabros and Unit VII chlorite - talc schist and silix these as part of a sequence Greenston Belts. In previous mappings, units II, IV, V, VI and VII were not mapped or subdivided in reference to the subarea and units V and VII were not found in Maraba Sheet as a whole. The V unit was correlated with volcanism Uatumã (sesu lato), and the drive to Domain VII Bacajá Greenstone Belts in the Archean- Paleoproterozoic litotectônica unit. Key words: Barreira Formation, Couto Magalhães Formation, Bacajá domain, Greenstone Belts, volcanism Uatumã.
  • 10. vi LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1- Mapa de localização da área de pesquisa (Bases cartográfica site IBGE 2014). ....11 Figura 2 - (Mapa A) Compartimentação geotectônica da América do Sul. Modificado de Almeida et al. (1977, 1981). (Mapa B) Províncias tectônicas do norte do Brasil Modificado de Almeida et al (1997, 1981) e Santos (2003). Com destaque à Unidade Transamazonas em verde, com os números de 14 a 18, sendo o 17 o Domínio Bacajá. (Mapa C) Em destaque contexto da área de pesquisa, mapa associações tectônicas e recursos minerais do Domínio Bacajá. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008).........18 Figura 3 - Associações tectônicas e recursos minerais do Cinturão Araguaia. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008). ......................................................21 Figura 4 - Associações tectônicas e recursos minerais da Bacia do Parnaíba; Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008). ......................................................23 Figura 5 - Mapa de localização da Bacia do Marajó. Modificado de Santos Jr, 2002............24 Figura 6 - Carta estratigráfica do Sistema de Grábens do Marajó - Extraído de Souza, 2012. ...........................................................................................................................................25 Figura 7 - Mapa drenagem com as suas zonas homógas.........................................................28 Figura 8 - Mapa de Relevo......................................................................................................30 Figura 9 - Mapa de alinhamentos de drenagem e de relevo; diagrama de roseta com as frequências absolutas dos alinhamentos em (A) relevo e (B) drenagem. .........................32 Figura 10 - Em, (A) foto panorâmica do afloramento, (B) conglomerado, (C) Na parte inferior são argilas de coloração cinza esbranquiçadas e sobreposta estas são argilas siltosas de coloração cinzas amareladas a bege, (D) arenito micacio de coloração cinza amarelado, (E) Na parte inferior os arenitos anteriormente descritos e sobreposto a este uma fina camada de matéria orgânica e no topo uma camada de solo arenoso (F) perfil estratigráfico.......34 Figura 11 - Em (A) saprólitos e solo, (B) linha de seixo (stone line), (C) Afloramento de lateritas formando um manto de alteração horizontal, (D) bloco de laterita, (E) Aspecto em escala mesoscópica mostrando variação da granolometria, (F) detalhe dos grãos de quartzo e o cimento de oxido de ferro............................................................................................35 Figura 12 – Lâmina JMJ-14, em (A) grãos de quartzo e o cimento de goethita no centro da foto, formado por uma lacuna que foi posteriormente preenchida por goethita. (B) feição textural dos grão mostrando os contatos pontuais e muitas vezes separados por goethita, (C) textura concêntrica da goethita, (D) grão policristalinos de quartzo. .........................36 Figura 13 - Em (A) aspcto geral do afloramento, (B) aspcto mesoscópico, (C) concentração de mafico com bordas arredondadas (D) detalhe da foto anterior, (E) concentração de maficos com textura de fluxo, (F) detalhe da foto anterior.............................................................38 Figura 14 - Lâmina JMJ – 15, em (A) recristalização de quartzo e alteração do plagioclásio (A nicóis cruzados e A’ nicóis paralelos), (B) feldspato com textura micropertítica, (C) alteração por processos de sericitização do felspato e plagioclásio neste é possivel ver a macla, (D) alteração da biotita para clorita, mineral no centro epídoto............................39 Figura 15 - Em (A) afloramento em forma de lajedo, (B) e blocos tamalho matacão. (C e D) aparência mesoscópica......................................................................................................41 Figura 16 - Lâmina JMJ - 06, em (A) aspecto geral da amostra e cristaloclasto de ânfibolio, (B) leve orientação dos opacos, (C) matriz quartzo feldspática criptocristalina, (D) minerais fragmentários de quartzo, plagioclásio, feldspato-k, (E) alteração do plagioclásio, (F) quartzo com bordas subarreondadas, (G) muscovita achatada entre os cristais de quartzo e plagioclásio. ......................................................................................................................42
  • 11. vii Figura 17 - Em (A) aspecto geral afloramento em forma de lajedo e as fraturas, (B) detalhe das fraturas e disjunção em blocos, (C) amostra em escala mesoscópica (D) fenocristal de quartzo...............................................................................................................................44 Figura 18 - Lâmina JMJ - 12, em (A) observa a matriz e uma leve orientação dos opacos, (B) algumas alterações, quarzo arredondado e clinopiroxênio, (C e D) quarzos fraturados e com bordas subarredondada pela corroção magmática e apresentando golfos de reação, (E e F) alteração do plagioclásio, mineral secundário: Calcita e argilo mineral..........................45 Figura 19 - Em (A) bloco de gabro, (B) amostra em escala mesoscópica. .............................46 Figura 20 - Lâminas JMJ – 05 e JMJ - 16, em (A) textura ofítica, (B) textura subofítica e geminação do plagioclásio, (C) plagioclásio zonado e alteração, (D) zoneamento concêntrico do plagioclásio, (E e F) zoneamento perfeito e intercrescimento, (G) indingsita, clinopiroxênio, ortopiroxênios, (H) textura mimerquítica e plagioclásio fraturado. ...........................................................................................................................47 Figura 21 - Em (A) aspecto geral do afloramento, (B) vênulas de quartzo formandoo estrutura boxing Works, (C) xisto cortado por vênulas de quartzo, (D) detalhe do xisto em escala mesoscópica. .....................................................................................................................49 Figura 22 - Lâmina JMJ - 02A, em (A) aspecto geral fibrosa, (B) vênulas de quartzo, (C) calcita, (D) talco, (E) detalhe das vênulas de quartzo.......................................................50 Figura 23 - Em (A) Aspecto geral do afloramento, (B) escala mesoscópica do sílex, (C) contato, sílex na parte superior e o xisto inferior............................................................................51 Figura 24 – Lâmina JMJ – 02B, em (A) aspecto geral e óxido de ferro, (B) quartzo criptocristalino e veios, (C e D) quartzo com extinção ondulante e orientados................52 Figura 25 - Em (A) fraturas concordantes com os veios (A’) diagrama de frequência azimute, (B) fraturas discordantes, (B’) diagrama de frequência azimute. .....................................53 Figura 26 - Em (A) fraturas aproximadamente N-S, (B) aproximadamente E-W. .................54 Figura 27 - Em (A) banda de cisalhamento no xisto com direção aproximadamente N-S, (B) foliação S-C do xisto.........................................................................................................55 Figura 28 – Fotomicrografia mostrando foliação S-C no xisto...............................................56 Figura 29 - Mapa geológico. ...................................................................................................57 Figura 30 - Recorte da Carta Geológica da CPRM 2001........................................................59
  • 12. SUMÁRIO DEDICATÓRIA .........................................................................................................................i AGRADECIMENTOS ...............................................................................................................ii EPÍGRAFE ...............................................................................................................................iii RESUMO ..................................................................................................................................iv ABSTRACT ...............................................................................................................................v LISTA DE ILUSTRAÇÕES ....................................................................................................vii 1 – INTRODUÇÃO ................................................................................................................10 1.1 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA..........................................................................................10 1.2 – JUSTIFICATIVA............................................................................................................12 1.3 – OBJETIVOS....................................................................................................................12 1.4 – MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................................13 1.4.1 – Etapa Pré-Campo....................................................................................................13 Pesquisa bibliográfica....................................................................................................13 Elaboração de mapas .....................................................................................................13 1.4.2 – Etapa de Campo......................................................................................................14 1.4.3 – Etapa Pós-Campo ...................................................................................................14 Petrografia .....................................................................................................................14 Revisão do contexto geológico local.............................................................................15 2 – CONTEXTO GEOLÓGICO...........................................................................................16 2.1 – CRÁTON AMAZÔNICO ...............................................................................................16 2.2 – PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS...............................................................................17 2.3 - FOLHA MARABÁ..........................................................................................................18 2.3.1– Domínio Bacajá........................................................................................................19 2.3.2– Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia).....................................................................20 2.3.3 – Bacia do Parnaíba...................................................................................................22 2.3.3 – Bacia do Marajó......................................................................................................23 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ...................................................................................26 3.1 – ANÁLISE DOS PRODUTOS SENSORES....................................................................26 3.1.1– Drenagem e zonas homólogas. ................................................................................26 3.1.2– Relevo........................................................................................................................29 3.1.3 – Alinhamentos de drenagem e de relevo. ...............................................................29
  • 13. 4 – GEOLOGIA DA ÁREA...................................................................................................33 4.1– UNIDADES......................................................................................................................33 4.1.1 – Unidade I .................................................................................................................33 4.1.2– Unidade II.................................................................................................................36 4.1.3– Unidade III ...............................................................................................................37 4.1.4 – Unidade IV...............................................................................................................37 4.1.5 – Unidade V ................................................................................................................40 4.1.6 – Unidade VI...............................................................................................................46 4.1.7 – Unidade VII.............................................................................................................48 4.2 – ANÁLISE ESTRUTURAL.............................................................................................53 4.2.2– Unidade IV................................................................................................................53 4.2.2– Unidade V .................................................................................................................54 4.2.3– Unidade VII..............................................................................................................55 4.3 – MAPA GEOLÓGICO .....................................................................................................56 4.3.1 – Comparação com o mapa anterior........................................................................58 5 – CONCLUSÃO...................................................................................................................60 REFERÊNCIAS .....................................................................................................................62
  • 14. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 10 CAPÍTULO I 1 – INTRODUÇÃO Este trabalho faz parte do Projeto de Mapeamento Geológico da Folha Marabá SB.22-X-D junto à UNIFESSPA Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará e coordenado pelos professores Antônio Emidio de Araújo Santos Júnior, Ana Valéria dos Reis Pinheiro e Francisco Ribeiro da Costa. Os trabalhos anteriormente realizados pela CPRM – Serviço Geológico do Brasil Superintendência Regional de Belém (2001) identificaram pelo menos três grandes feições geológicas formadas durante a evolução do território brasileiro: Domínio Bacajá, Cinturão Araguaia e Bacia do Parnaiba, apesar destes terem proporcionado uma série de avanços no entendimento evolutivo da região, alguns dados geológicos estão em desconformidade do que observado no campo, este fato incentivou que trabalhos de mapeamento em escala maiores fossem realizados ao longo da Folha Marabá a fim de averiguar a consistência dos dados disponíveis até o presente momento. Neste projeto a Folha Marabá foi dividida em oito subáreas, porém este relatório contem informações geológicas, das subdivisões SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE localizadas a norte de Itupiranga. 1.1 – LOCALIZAÇÃO DA ÁREA A área de estudo compreende aproximadamente 400 km² e está localizada no sudeste do estado do Pará, e a Norte da cidade de Itupiranga (PA) (Figura 1) inserida na Folha Marabá SB-22-X-D. O principal acesso à área é feito por via terrestre, a partir da cidade de Marabá, onde o caminho percorrido inclui a BR-230 até a cidade de Itupiranga com uma distância de 56 km. O acesso à área de estudo é viabilizado pela BR-230 que intercepta a parte oeste e também uma grande variedade de vicinais que possibilitaram o mapeamento em uma escala de semi detalhe uma delas é a vicinal que interliga Itupiranga a Vila Santa Terisinha do Tauri.
  • 15. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 11 Figura 1- Mapa de localização da área de pesquisa (Bases cartográfica site IBGE 2014).
  • 16. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 12 1.2 – JUSTIFICATIVA Este projeto de mapeamento proposto é de grande importância, pois este atualizará os dados geológicos e adicionará informações em um nível de maior detalhe. Um melhor conhecimento das subdivisões da Folha SB.22-X-D que neste relatório corresponde às seguintes subdivisões: SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE que apresenta atualmente mapeada na escala 1: 250.000 e 1:1.000.000 realizada pela CPRM (Serviço Geológico do Brasil) no PROGRAMA LEVANTAMENTOS GEOLÓGICOS BÁSICOS DO BRASIL, com este novo mapa poderá fazer uma evolução geológica mais precisa e ajudará no planejamento de políticas públicas de modo geral visando à disponibilização dos dados para a sociedade. 1.3 – OBJETIVOS O principal objetivo deste relatório é o aprofundamento do conhecimento geológico da Folha Marabá, e em uma escala de semidetalhe a caracterização dos principais litotipos que afloram na região de Itupiranga. Os objetivos específicos definidos para esta pesquisa compreendem:  Identificar e descrever as diferentes unidades litológicas aflorantes na área, e fazer uma correlação temporal destas unidades com base em princípios básicos como: Relações estratigráficas, presença de xenólitos e relações de contato.  Descrever e mensurar elementos estruturais impressos nas unidades.  Realizar estudos petrográficos mesoscópicos e microscópicos das principais unidades mapeadas.  Elaborar um novo mapa geológico de acordo com os dados disponíveis.
  • 17. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 13 1.4 – MATERIAIS E MÉTODOS Este trabalho, foi dividido em três etapas distintas: Pré-Campo; Campo e Pós-Campo descritas nos tópicos abaixo: 1.4.1 – Etapa Pré-Campo Esta etapa consistiu de atividades preliminares para subsidiar as subsequentes.  Pesquisa bibliográfica Nesta etapa foi feito o levantamento bibliográfico referente à geologia da região estudada, realizando uma síntese das principais unidades geológicas e geotectônicas as quais são: Domínio Bacajá (Cinturão Itacaiúnas), Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia), Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba.  Elaboração de mapas Esta etapa é de fundamental importância, pois nesta é obtido uma grande quantidade de informações tornando o mapeamento posterior mais preciso, para posteriormente compará-las com os dados de campo e observar se estão em concordância. Nesta fase foram preparados mapas usando imagens de satélite Land Remote Sensing Satellite (Landsat 7 TM), da área na escala 1:25.000, mosaicos de radar Shuttle Radar Topography Mission (SRTM). Para tanto foram utilizados os softwares Global Maper v.13, ArcGis 9.3, Spring 5.1.8, Surfer 10, Corel Draw v.x16.0, GEOrient v. 9.4.4, PanoramaStudio 2 Pro, em computadores do Laboratório de Geoestatística da Universidade Federal do Pará – Campus Marabá. A partir da fotointerpretação destas imagens foram gerados os mapas de drenagem e de relevo, e dos seus respectivos alinhamentos; para o estudo do relevo foram utilizadas as visadas de 0°, 45°, 90°, 130°, 180 °, 225°, com a finalidade de ratificar as reais direções de alinhamentos. O mapa de drenagem estava em uma escala de 1:250.000 este foi impresso e posteriormente fotointerpretado a partir de curvas de nível para uma escala de 1:25.000 sendo este digitalizado novamente e georreferenciado. As drenagens deste mapa foram classificadas segundo Soares & Fiori (1976) com a qual foi possível definir sete zonas homólogas. Partindo do pressuposto que a fotogeologia pode ser dividida em foto-leitura; foto- análise e fotointerpretação; os subtópicos seguintes abordaram a fotointerpretação dos mapas de drenagem, zonas homólogas, mapa de relevo, alinhamentos de drenagem e relevo. Segundo o conceito de fotointerpretação que é um método lógico-sistemático que se baseia na separação de faixas ou zonas homólogas com posterior interpretação de suas
  • 18. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 14 propriedades. Esse método consiste em uma análise inicial das propriedades das formas, principalmente de relevo e drenagem, considerando o significado geológico dos mesmos. Foram extraídas informações de imagens do Google Earth para confecção do mapa de logística: estradas, povoados e fazendas. Os mapas de drenagem e relevo, seus alinhamentos e zonas homólogas e os dados de logística foram reunidos e a partir destes foi gerado um mapa fotogeológico para uso na etapa de campo. 1.4.2 – Etapa de Campo Esta etapa constitui o mapeamento propriamente dito onde são extraídos os dados de campo a qual foi realizada em duas etapas: uma em 28 de setembro de 2011 e outra em 10 e 11 de julho de 2012. O mapeamento permitiu realizar trabalhos de cartografia geológica na escala 1:25.000, acompanhado de coleta sistemática de amostras para estudos petrográficos. Foram feitos 27 pontos destes foram descritos 17 afloramentos em seus aspectos litológicos e estruturais, enfatizando as relações de contato entre as diferentes litologias verificadas. Para a localização dos pontos amostrados utilizou-se um aparelho GPS (Global Position System) da marca Garmin com precisão de aproximadamente 3 m. 1.4.3 – Etapa Pós-Campo Neste trabalho foi feita uma revisão e atualização da base cartográfica feita com base em informações obtidas na etapa de campo. Todos os dados coletados, revisados e interpretados foram reunidos em um Relatório final com todos os objetivos propostos, onde estão descritos os aspectos geológicos, estruturais, macro e microscópicos das rochas representativas da área em enfoque, juntamente com o levantamento bibliográfico referente à geologia regional, para por fim, reunir todas estas informações e sintetizar em um mapa geológico da área.  Petrografia Nesta etapa foi feita uma descrição macroscópica mais criteriosa das amostras obtidas na etapa de campo. Algumas amostras representativas de cada unidade foram selecionadas e confeccionadas 9 lâminas, para fazer um refinamento da classificação dos litotipos utilizando os mesmos métodos supracitados.
  • 19. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 15 Para a descrição e classificação das rochas foram usados vários diagramas para rochas ígneas plutônicas o da IUGS (STRECKEISEN, 1976 e LE MAITRE, 2002), diagrama de Fisher (1966) para vulcânicas segundo as normas de McPhie, Doyle, Allen (1993) e para as metamórficas usou-se Yardley (2004). Para as rochas sedimentares siliciclásticas utilizou-se o diagrama de Pettijohn (1975).  Revisão do contexto geológico local Nesta etapa foi feito o enfoque referente à geologia da região de acordo com as unidades geológicas e geotectônicas encontradas na área durante a etapa de campo: Domínio Bacajá (Cinturão Itacaiúnas), Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba.
  • 20. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 16 CAPÍTULO II 2 – CONTEXTO GEOLÓGICO Neste tópico é abordado o contexto regional da área segundo o contexto geotectônico: Cráton Amazônico e Província Transamazonas, e na Folha Marabá as suas divisões em Domínio Bacajá, Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia), Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba. 2.1 – CRÁTON AMAZÔNICO O Cráton Amazônico é uma das principais unidades tectônicas da Plataforma Sul Americana, constituído pelos escudos das Guianas e Brasil Central, separados pela expressiva faixa sedimentar das bacias do Amazonas e Solimões. Localizado na porção norte da América do Sul, cobre uma área de aproximadamente 4.500.000 km2 , que inclui a parte norte do Brasil, Guiana Francesa, Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia e Bolívia. É limitado a norte pela margem atlântica, e em suas bordas oriental e meridional por faixas orogênicas neoproterozoicas marginais do Escudo Atlântico (faixas Paraguai-Araguaia-Tocantins), geradas durante o Ciclo Brasiliano. O limite ocidental com a Cadeia Andina é em grande parte convencional, visto que geralmente está encoberto por depósitos cenozóicos das bacias de ante país Subandinas (SCHOBBENHAUS; BRITO NEVES, 2003). O Cráton Amazônico representa uma grande placa litosférica continental, composta por várias províncias crustais de idades arqueana a mesoproterozoica, estabilizada tectonicamente em torno de 1,0 Ga, tendo se comportado como uma placa estável no Neoproterozoico, durante o desenvolvimento das faixas orogênicas marginais brasilianas (BRITO NEVES; CORDANI, 1991). Vários modelos de compartimentação tectônica têm sido propostos para o Cráton Amazônico, mas em linhas gerais, são similares, com algumas discordâncias, sobretudo em relação a limites de províncias tectônicas, mas que admitem que a evolução do Cráton Amazônico seja resultante de sucessivos episódios de acresção crustal durante o Paleo e o Mesoproterozóico, em volta de um núcleo mais antigo, estabilizado no final do Arqueano. Neste trabalho, foi adotada a proposta de Santos (2003) (Figura 2 A e B).
  • 21. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 17 2.2 – PROVÍNCIA TRANSAMAZONAS A Província Transamazonas representa um expressivo orógeno paleoproterozóico, com evolução relacionada ao Ciclo Transamazônico (2,26 – 1,95 Ga), que se estende ao longo da porção oriental do Cráton Amazônico, desde o nordeste do Escudo Brasil Central, e recobrindo a porção setentrional do Escudo das Guianas, através do norte do Brasil, no Amapá e noroeste do Pará, Guiana Francesa, Suriname, Guiana e leste da Venezuela (Figura 2 A). Segundo a proposta de compartimentação tectônica do Cráton Amazônico de Tassinari e Macambira (2004), este órogeno corresponde à Província Maroni- Itacaiúnas. Em linhas gerais, a província Transamazonas consiste de grandes domínios juvenis paleoproterozoicos e segmentos arqueanos retrabalhados durante o Transamazônico, observados principalmente no Bloco Amapá, no Domínio Bacajá, e no Bloco Imataca, este último ocorrendo na Venezuela. Portanto, considera-se como parte da Província Transamazonas, além do Bloco Amapá e do Domínio Bacajá, os domínios Carecuru e Paru, localizados no sudeste do Escudo das Guianas, utilizando-se designações propostas em trabalhos anteriores (Ricci et al. 2001, Rosa- Costa et al. 2003 e 2006, Santos 2003, Vasquez 2006, Vasquez et al. 2008). Adicionalmente, é proposto o Domínio Santana do Araguaia, localizado no sudeste do Escudo Brasil Central, o qual era incorporado às províncias arqueanas de Carajás (Santos op cit) ou Amazônia Central (Tassinari e Macambira 2004). No entanto, datações realizadas neste projeto indicaram que, embora este domínio apresente embasamento arqueano, há evidências de retrabalhamento durante o Ciclo Transamazônico.
  • 22. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 18 Figura 2 - (Mapa A) Compartimentação geotectônica da América do Sul. Modificado de Almeida et al. (1977, 1981). (Mapa B) Províncias tectônicas do norte do Brasil Modificado de Almeida et al (1997, 1981) e Santos (2003). Com destaque à Unidade Transamazonas em verde, com os números de 14 a 18, sendo o 17 o Domínio Bacajá. (Mapa C) Em destaque contexto da área de pesquisa, mapa associações tectônicas e recursos minerais do Domínio Bacajá. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008).
  • 23. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 19 2.3 - FOLHA MARABÁ A Folha Marabá, enfoque principal desta abordagem, abrange em seus limites porções do Domínio Bacajá (cinturões Itacaiúnas) e Faixa Araguaia, além de importante segmento da Bacia do Parnaíba e Bacia do Marajó, Sub-bacia Mocajuba (ver Figura 2 B), serão abordadas as unidades supracitadas. 2.3.1– Domínio Bacajá Cordani et al. (1984) com base em dados Rb-Sr e K-Ar observaram que as rochas ao norte da serra dos Carajás, na região entre os rios Bacajá e Itacaiúnas, foram afetadas durante o Ciclo Transamazônico, distinguindo-as das rochas arqueanas ao sul, do Domínio Carajás. Santos et al (1988), baseados em dados Rb-Sr obtidos em rochas da região entre os rios Xingu e Iriri sugeriram que naquele setor, além de retrabalhamento de rochas arqueanas, houve formação de crosta durante o Ciclo Transamazônico. Teixeira et al. (1989), em seu modelo de compartimentação do Cráton Amazônico em províncias geocronológicas, propuseram a continuidade da Província Maroni-Itacaiúnas para a porção nordeste do Escudo Brasil Central, a sul da Bacia do Amazonas, englobando o segmento atualmente conhecido como Domínio Bacajá, segundo a designação proposta por Santos (2003). No modelo adotado neste trabalho, portanto, o referido domínio é parte da Província Transamazonas. Dados geocronológicos obtidos na última década a partir da datação de zircão comprovam que o Domínio Bacajá teve sua evolução relacionada ao Ciclo Transamazônico, uma vez que foram datadas rochas com idades riacianas, entre 2,21 e 2,07 Ga (MACAMBIRA et al. 2001a, SANTOS 2003, SOUZA et al. 2003, FARACO et al. 2005, VASQUEZ et al. 2005, 2008, VASQUEZ 2006), e que guarda ainda rochas mais antigas, de idade arqueana, e inclusive sideriana. Em linhas gerais, o Domínio Bacajá (ver Figura 2 C) é composto por associações tectônicas que representam fragmentos arqueanos e siderianos retrabalhados durante o Ciclo Transamazônico, granitóides de arcos magmáticos riacianos, granitóides e charnockitos relacionados ao clímax e estágios posteriores da colisão continental riaciana, podendo ser considerado como um órogeno colisional. Diversas diferenças foram encontradas entre os Domínios Bacajá e Carajás: Contraste litológico, metamórfico, estrutural e geofísico, destaca-se um predomínio de rochas de alto grau no Dominio Bacajá, uma menor proporção de rochas supracrustais e uma notável tectônica
  • 24. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 20 transcorrente, marcada por extensas zonas de cisalhamento NW-SE e WNW-ESE, paralelas e continuas que imprimem deformação dúctil nas rochas Ricci et al. (2003b). Este Dominio é dividido em três fragmentos arqueanos e siderianos retrabalhados no Riaciano a saber: Associação Granulítica Arqueana-Paleoproterozoica (APPgl), Associação Granito-Gnáissico-Migmatítica Arqueana-Paleoproterozoica (APPgn), unidade litotectônica Greenstone Belts Arqueano Paleoproterozoicos (APPgb) (ver Figura 2 C). A presença de greenstone belts siderianos, até arqueanos, no Domínio Bacajá, o distingue dos outros domínios da Província Transamazonas, nos quais as sequências metavulcano-sedimentares estão associadas a bacias de arcos magmáticos riacianos. As unidades litotectônicas do Domínio Bacajá, com evolução relacionada a distintos estágios orogenéticos do Ciclo Transamazônico, são: Suítes Plutônicas Pré-Colisionais (PP2γ1), Suítes Plutônicas Sin a Tardicolisionais (PP2γ2), Suítes Plutônicas Tardi a Pós colisionais (PP2γ3) (ver Figura 2 C). O limite sul do Domínio Bacajá com o Domínio Carajás é marcado por zonas de cisalhamento E-W do Lineamento Cinzento. Os dados geocronológicos obtidos nas proximidades deste limite têm confirmado a formação e o retrabalhamento da crosta no Domínio Bacajá durante o Ciclo Transamazônico (ex. CORDANI et al. 1984, SANTOS et al. 1988, MONTEIRO 2006, MACAMBIRA et al. 2007). A oeste, as rochas vulcânicas e os granitos do Domínio Iriri-Xingu recobrem e cortam as rochas do Domínio Bacajá. No entanto, a presença de janelas de embasamento no Domínio Iriri-Xingu, e a continuidade para oeste da assinatura aeromagnetométrica do Domínio Bacajá, sugerem sua extensão neste sentido (Figura ver 2 C). A leste, cavalgamentos do Cinturão Araguaia marcam o limite tectônico entre os domínios adjacentes. Segundo o mapeamento da CPRM feito na Folha Marabá o Magmatismo Orogênico Sin a Tardi-colisional (Ciclo Transamazônico) Complexo Bacajaí (PP2ybj) recobre as partes noroeste e sudoeste da área pesquisa SB.22-X-D-I-1-NO e SB.22-X-D-I-1-NE. 2.3.2– Faixa Araguaia (Cinturão Araguaia). O Cinturão Araguaia tem forma de uma faixa com extensão aproximada de 1200 km e largura de aproximadamente 100 km prolongando-se na direção N-S, margeando a borda leste do Cráton Amazônico, desde o extremo norte do estado do Tocantins até o noroeste de estado de Goiás, onde é recoberto pelos sedimentos neógenos da Bacia do Bananal, os quais recobrem a região de articulação deste cinturão com o Cinturão Paraguai, que contorna a borda sul do
  • 25. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 21 Cráton Amazônico, com direção principal E-W. A leste, o Cinturão Araguaia é recoberto por rochas sedimentares fanerozoicas da Bacia do Parnaíba, e a sudeste faz contato com o Maciço de Goiás (ALMEIDA et al. 1976), cujo limite é marcado por um sistema de transcorrências de direção NE-SW que definem o Lineamento Transbrasiliano. No estado do Pará, as unidades neoproterozoicas que constituem o Cinturão Araguaia são os grupos Baixo Araguaia e Tucurui, que representam uma Sequência de Margem Passiva (NPmp), e os corpos máfico-ultramáficos dos complexos Quatipuru e Serra do Tapa, incluídos na unidade litotectônica Ofiolitos e Rochas Relacionadas (NPof), ambas relacionadas a fase pré-orogênica do Ciclo Brasiliano (Figura 3). Figura 3 - Associações tectônicas e recursos minerais do Cinturão Araguaia. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008).
  • 26. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 22 2.3.3 – Bacia do Parnaíba A Bacia do Parnaíba apresenta uma forma circular, ocupa cerca de 400.000 km2 situada nas regiões norte e nordeste do Brasil, e no seu depocentro atinge 3.500 m de espessura (GÓES; FEIJÓ, 1994, MILANI; ZALAN, 1999). Esta sinéclise paleozoica se implantou sobre riftes proterozoicos e cambro-ordovicianos instalados no embasamento Pré-Cambriano (GÓES; FEIJÓ, op. cit, BRITO NEVES, 2002), representado por segmentos da Província Borborema, do Cráton São Francisco, do Fragmento Cratônico São Luís e dos cinturões Araguaia e Gurupi. Costa e Hasui (1997) distinguiram falhas normais oblíquas N-S nas bordas oriental e ocidental da Bacia do Parnaíba, e normais frontais NE-SW na borda sudeste, cortadas por falhas reativadas do Lineamento Transbrasiliano, além de falhas de transferência NW-SE que compartimentaram a bacia. O trend N-S é oblíquo ao eixo de distensão das bacias paleozoicas da região norte do Brasil que, conforme proposto por Costa e Hasui (op. cit), foi herdado do Cinturão Araguaia, de evolução brasiliana. A borda setentrional da bacia é limitada pelo Arco Ferrer-Urbano Santos, relacionado à implantação de riftes mesozoicos, e a porção nordeste da bacia é recoberta pelas sequências cretáceas das bacias São Luís, Grajaú e Bragança-Viseu, e paleoneógenas (Grupo Barreiras) da Plataforma Bragantina. No leste do Pará aflora uma pequena parte da borda ocidental da Bacia do Parnaíba, que corresponde a segmentos das sequências siluriana (Grupo Serra Grande), devoniana (Grupo Canindé), carbonífero-triássica (Grupo Balsas) e jurássica (Grupo Mearim), as quais são agrupadas na unidade Bacias Intracratônicas Paleozoicas (PZbi) (Figura 4). Adicionalmente, admite-se que os segmentos da Bacia Igarapé de Areia, no nordeste do Pará, possam representar riftes precursores da Bacia do Parnaíba. As sequências siluriana e devoniana desta bacia estão relacionadas às mesmas transgressões paleozoicas registradas na Bacia do Amazonas, que teriam vindo de nordeste e adentrado para sudeste. As mudanças climáticas e estruturais a partir do Carbonífero resultaram em ambiente mais continental, quente e árido, com mares restritos e rasos (evaporitos), e até desérticos, no início do Triássico (GÓES; FEIJÓ 1994, ALMEIDA; CARNEIRO 2004). No Mesozoico, ocorreu um magmatismo basáltico juro-triássico e outro no Eocretáceo, posterior à sedimentação continental mesojurássica do Grupo Mearim. Ambos os eventos são relacionados a estágios de abertura do Oceano Atlântico (GÓES; FEIJÓ op. cit, MILANI; ZALAN, 1999, MILANI; TOMAZ FILHO, 2000). As formações jurássicas são expressivas no Maranhão, onde Góes (1995) as Durante a abertura do Oceano Atlântico
  • 27. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 23 Equatorial, no Cretáceo, foram implantadas bacias em riftes na margem continental da Plataforma Sul-Americana. No Pará estas Bacias de Riftes Abortadas Mesozoicas reuniu na Bacia das Alpercatas. No Pará, o Jurássico restringe-se a intrusões de diabásio que cortam as sequências paleozoicas da Bacia do Parnaíba e uma ocorrência local do Grupo Mearim. (MZbra) estão representadas pelas bacias do Marajó, Grajaú e Bragança-Viseu. Figura 4 - Associações tectônicas e recursos minerais da Bacia do Parnaíba; Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará CPRM (2008). 2.3.3 – Bacia do Marajó A Bacia do Marajó está situada ao norte do Brasil e do estado do Pará, tendo aproximadamente 50.000 km2 de extensão, correspondendo a uma estrutura alongada de sentido NW-SE dividida nas sub-bacias: Mexiana, Limoeiro, Cametá e Mocajuba. É limitada a sul pela Bacia de São Luís – Grajaú através do Arco Capim, a oeste pela Bacia do Amazanas através do Arco Gurupá, a nordeste pelo Marajó Setentrional. A região norte da Bacia do Marajó é integrada no contexto da margem continetal do Oceano Atlântico (Figura 5) (VILLEGAS, 1994; SANTOS JR, 2002).
  • 28. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 24 A Bacia do Marajó é preenchida por sequências de rifte cretáceas e pós-rifte cenozoicas, depositados sobre o embasamento Pré-Cambriano e remanescente de sequências paleozoicas das bacias adjacentes. As sequências de rift foram depositadas durante o Eocretáceo (Aptiano e Albiano), sendo representada em subsuperfície pelas formações Jacarezinho e Breves e pelo Grupo Itapecuru em superfície. A sequência pós-rifte, representado pelas Formações Limoeiro e Marajó em subsuperfície foi depositada principalmente, durante o Paleoceno e Plioceno e equivalem em superfície às formações Ipixuna e Barreiras respectivamente, sendo apenas a cobertura holo-pleistocênica, Formação Tucunaré aflorante (ROSSETTI; GÓES, 2004; VILLEGAS, 1994). A Bacia do Marajó é compartimentada em quatros sub-bacias, Cametá, Limoeiro, Mexiana e Mocajuba, sendo essas bacias constituídas pelas unidades cretáceas do Grupo Itapecuru, Formação Ipixuna e pela Formação Barreiras e Sedimentos Pós-Barreiras (Figura 6). Figura 5 - Mapa de localização da Bacia do Marajó. Modificado de Santos Jr, 2002.
  • 29. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 25 Figura 6 - Carta estratigráfica do Sistema de Grábens do Marajó - Extraído de Souza, 2012.
  • 30. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 26 CAPÍTULO III 3 – RESULTADOS E DISCUSSÕES Este tópico aborda conceitos, descrições e interpretações dos dados obtidos a partir da integração dos produtores sensores. 3.1 – ANÁLISE DOS PRODUTOS DE SENSORES REMOTOS A partir da análise dos produtos de sensores remotos foram gerados os mapas de drenagem, de relevo e de alinhamentos estruturais, descritos a seguir. 3.1.1– Drenagem e zonas homólogas. A caracterização da drenagem constitui-se como um elemento de grande significado em estudos geológicos, podendo revelar importantes informações relativas ao contexto tectônico. Guerra (1993) definiu drenagem como uma feição linear negativa produzida por água de escorrência, que modela a topografia de uma região. Por sua vez, Christofoletti (1974) conceitua como canais de escoamento inter-relacionados que formam uma bacia. Monteiro & Silva (1979) afirmam ser um conjunto da rede hidrográfica com elementos temporários ou permanentes. Suguio & Bigarella (1990) apresentam conceituações de drenagem sob o ponto de vista geológico e geomorfológico. Sob este último aspecto, consideram como uma corrente canalizada ou confinada, incluindo os canais sem água de regiões secas, enquanto que, geologicamente, como o tronco principal de um sistema de drenagem. Concorda-se aqui com a primeira proposição, ao passo que geologicamente sugere-se o seguinte enunciado: feição linear negativa relacionada às zonas de fraqueza dos terrenos (litologias) geológicos. Tais zonas podem representar fraturas (juntas ou falhas), estruturas primárias ou secundárias e interfaces litológicas de comportamento reológico distinto. A rede de drenagem traçada de forma sistemática e uniforme pode fornecer informação de grande importância, especialmente quanto ao contexto geológico da área; variações no estilo estrutural e, mais grosseiramente, nas fácies litológicas, podem ser obtidas com rapidez sobre mapas de drenagem detalhados (Soares e Fiori, 1976). No âmbito geral o tipo de drenagem característico da área é o dendritíco com densidade média a alta e forte assimetria, que variam de acordo com as litologias e estruturas da área o que observado no mapa (Figura 7).
  • 31. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 27 A separação de zonas homólogas foi realizada de acordo com os critérios de Soares e Fiori (1976) e seus padrões definidos por comparação aos descritos por Lima (2006). Zona homólogas corresponde a agrupamentos de elementos texturais e estruturais com propriedades semelhantes. São separadas por limites definidos, quando coincidem com uma forma linear estruturada (lineações, alinhamentos, quebras topográficas); limites progressivos ou graduais, quando as propriedades de uma zona homóloga são substituídas progressivamente pelas propriedades de outra zona homóloga; limites envoltórios ou aproximados, são marcados quando separa-se um conjunto de propriedades texturais e/ou estruturais sem que estas propriedades cubram toda a zona delimitada, ou quando existir elementos texturais ou estruturais diferentes dentro da zona homóloga delimitada. De acordo com as definições anteriores foi possível neste mapa individualizar sete zonas homólogas (Tabela 1). Obseva-se que as zonas 1, 2 e 7 são aproximadamente semelhantes, mostram de maneira geral uma densidade textural média, estas zonas correspondem a rochas sedimentares e sedimentos onde a permeabilidade é maior e/ou também pode ainda significar que estas zonas apresentem uma menor deformação superimposta em relação a outras zonas. As zonas 4, 5 e 6 apresentam uma densidade textural alta, padrão de drenagem dendrítico e angularidade média, estas zonas mostram uma baixa permeabilidade, e forte controle estrutural atestado por apresentarem um padrão dendrítico, estas zonas estão relacionadas a rochas cristalinas (Figura 7). Tabela 1 - Zonas homólogas e seus respectivos padrões de drenagem ZONAS HOMÓLOGAS ZONA 1 ZONA 2 ZONA 3 ZONA 4 ZONA 5 ZONA 6 ZONA 7 PADRÃO PINADO DENDRÍTICO RADIAL (CENTRÍFOGO) DENDRÍTICO DENDRÍTICO DENDRÍTICO DENDRÍTICO DENSIDADE MÉDIA MÉDIA MÉDIA ALTA ALTA ALTA MÉDIA SINUOSIDADE MISTA MISTA MISTA MISTA CURVOS MISTA MISTA ANGULARIDADE MÉDIA ALTA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA MÉDIA TROPIA TRI- DIRECIONAL (E-W, NW-SE, NE-SW). MULTI- DIRECIONAL DESORDENAD A (E-W, N-S, NW-SE, NE- SW). MULTI- DIRECIONAL (ORDENADA). BIDIRECIONA L (NW-SE, NE- WS). MULTI- DIRECIONAL DESORDENAD O (NW-SE, E-W, NE-SW). MULTI- DIRECIONAL DESORDENAD O MULTI- DIRECIONAL DESORDENAO ASSIMETRIA FORTE FORTE FRACA FORTE FORTE FORTE FORTE FORMAS ANÔMALAS ARCOS, COTOVELOS, AFLUÊNCIA. MEANDROS ISOLADOS FORMAM EM ARCOS, COTOVELOS, DEFLUÊNCIA. ARCOS, COTOVELOS, DEFLUÊNCIA. COTOVELO, POUCOS MEANDROS ISOLADOS. ARCO, COTOVELO, MEANDROS ISOLADO. COTOVELO, ARCOS COTOVELO, ARCOS
  • 32. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 28 Figura 7 - Mapa drenagem com as suas zonas homógas.
  • 33. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 29 3.1.2– Relevo O relevo é o resultado da resistência à erosão de determinado tipo de rocha frente ao intemperismo, portanto o relevo dependerá da composição e estrutura da rocha e dos fatores climáticos atuantes. A resistência das litologias frente à erosão dependerá da composição mineralógica, granulometria, compactação e estrutura (maciça, foliada, estratificada) das mesmas, segundo estas premissa e de fundamental importância o estudo e classificação dos relevos. No contexto regional da Folha Marabá o relevo é caracterizado por declividade das encostas predominantemente baixa, caracterizado por uma sucessão de colinas e vales com amplitudes em torno de 50 m, formando um perfil suavemente ondulado. As cotas topográficas situam-se em torno de 150 a 200 m. (ALMEIDA; MARINHO; MARTINS 2001). Da interpretação do mapa de relevo (Figura 8) é possível separar três grandes domínios de relevo. O primeiro é caracterizado pela planície de inundação do rio Tocantins, com cotas de até 80 m. O segundo localizado na porção leste da área com cotas mais baixa variando aproximadamente entre 80 m a 150 m. Esta porção corresponde às rochas sedimentares que são mais vulneráveis a erosão e intemperismo. O segundo domínio com cotas aproximadas entre 150 m a 220 m, ocorre na porção oeste do rio Tocantins, ao qual correspondem as rochas cristalinas que são mais resistentes a ao intemperismo. 3.1.3 – Alinhamentos de drenagem e de relevo. Lineação é uma estrutura retilínea ou levemente encurvada (em arco), que se salienta positivamente (pequena crista) ou negativamente (sulco, ranhura ou depressão) no terreno. São importantes principalmente na análise e interpretação do relevo (definição da direção e mergulho da camada, foliação, entre outras). Neste trabalho utilizado o termo alinhamento, que tem conceito similar ao da lineação ao qual difere na escala, ou seja, enquanto a lineação normalmente varia de 3 a 15 milímetros de comprimento, um alinhamento abrange tamanho superior a 30 milímetros na escala da foto trabalhada. Utilizando as imagens SRTM em quatro iluminações foram extraídos os alinhamentos da drenagem e relevo em toda área estudada. De acordo com a análise dos fotolineamentos foi possível verificar que há uma maior concentração dos mesmos no quadrante NW-SE.
  • 34. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 30 Figura 8 - Mapa de Relevo.
  • 35. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 31 No mapa de alinhamentos (Figura 9) podemos inferir que as drenagens tem um forte controle estrutural principalmente na parte oeste onde em sua maioria os alinhamentos de relevo seguem o mesmo trend. De forma mais abrangente toda área apresenta uma textura de relevo com lineações positivas e negativas retilíneas. A parte leste da área apresenta uma densidade média e moderada estruturação, enquanto que a parte mais oeste apresenta uma densidade alta e fortemente estruturada. Para o melhor entendimento do contexto extrutural da área, os alinhamentos de relevo e de drenagem foram analisados estatisticamente segundo sua frequência absoluta. Foi observado que os dois diagramas de roseta apresentam semelhanças em relação a direção NW- SE entre 310 e 330 Az esta direção é preferencial nos dois diagramas de alinhamento, porém a direção no diagrama dos alinhamentos de drenagem são mais distribuído onde apresentam três direções que sobressaem a direção NE-SW com variação 30 a 40 Az; W-E com variação entre 70 a 90 Az e outra aproximadamente N-S (Figura 9 A e B). Os dois diagramas estão de acordo com a estruturação regional da Folha Marabá, definidos por (FELIPE, MORALES e SOARES Jr, 2013). Segundo estes autores, a região é dividida em sete compartimentos estruturais. Na área de estudo ocorrem somente dois compartimentos: Compartimento I, definido pelo Cráton Amazônico e Compartimento III correspondente as coberturas sedimentares associadas à Formação Barreiras.
  • 36. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 32 Figura 9 - Mapa de alinhamentos de drenagem e de relevo; diagrama de roseta com as frequências absolutas dos alinhamentos em (A) relevo e (B) drenagem.
  • 37. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 33 CAPÍTULO IV 4 – GEOLOGIA DA ÁREA Este tópico compreende os dados do mapeamento básico: unidades litológicas e comportamento estrutural, realizado na escala de 1: 25.000 abrangendo uma área de cerca de 400 km², como produto final o mapa geológico da área de estudo. 4.1– UNIDADES O estudo petrográfico aliado a interpretação dos produtos foto sensores permitiu a caracterização e individualização da área em sete unidades. 4.1.1 – Unidade I Esta unidade corresponde a aproximadamente 8% da área é formada por conglomerados, argilitos e sedimentos inconsolidados, ocorrendo ao longo da planície de inundação do rio Tocantins (Figura 10 A). Estratigraficamente da base para topo são formados por conglomerados polimíticos de matriz suportada esta é composta de arenito grosso de composição feldspática alguns destes caulinizados, os seixos são arredondados e achatados, sendo que os primeiros são mais abundantes, a composições dos seixos são de fragmentos líticos de bifs, gnaisses, granitoides, rochas vulcânicas, quartzitos e rochas metassedimentares (Figura 10 B); acima destes ocorrem argilas de coloração cinza esbranquiçadas. Sobreposta a esta tem-se argilas siltosas de coloração cinza amareladas a bege (Figura 10 C); seguindo a sequencia, têm-se arenitos micácios de coloração cinza amarelado a bege, com estrutura maciça, com granulometria de fino a médio (Figura 10 D e E); e mais ao topo do perfil está uma fina camada de matéria orgânica e sobreposto a este uma camada de solo arenoso (Figura 10 E).
  • 38. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 34 Figura 10 - Em, (A) foto panorâmica do afloramento, (B) conglomerado, (C) Na parte inferior são argilas de coloração cinza esbranquiçadas e sobreposta estas são argilas siltosas de coloração cinzas amareladas a bege, (D) arenito micacio de coloração cinza amarelado, (E) Na parte inferior os arenitos anteriormente descritos e sobreposto a este uma fina camada de matéria orgânica e no topo uma camada de solo arenoso (F) perfil estratigráfico.
  • 39. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 35 Esta unidade é também formada por saprólitos e lateritas. Os saprólitos são caracterizados por apresentar uma coloração laranja esbranquiçada (Figura 11 A); sobreposto a estes tem se linhas de seixos ou stone line inconsolados (Figura 11 B) e no topo as lateritas, formando um manto de alteração horizontal, estas lateritas são caracterizadas macroscopicamente por ter uma coloração avermelhada com textura media a grossa, pobremente selecionada com grãos angulosos, maciça, mineralogicamente constituída por quartzo e oxido de ferro como cimento (Figura 11 C a F). Figura 11 - Em (A) saprólitos e solo, (B) linha de seixo (stone line), (C) Afloramento de lateritas formando um manto de alteração horizontal, (D) bloco de laterita, (E) Aspecto em escala mesoscópica mostrando variação da granolometria, (F) detalhe dos grãos de quartzo e o cimento de oxido de ferro.
  • 40. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 36 Por meio de análise microscopica foi possível melhor observar a textura que oxido de ferro desenvolve com o quartzo (Figura 12 A), todos os grão são angulosos e de baixa esfericidade com contatos pontuais 20%, porém 80% dos grãos estão separados por cimento de goethita que desenvolve uma textura concêntrica (Figura 12 B e C), 95% dos grânulos de quartzo variam entre 6,5 mm a 2,5 mm e 5% são policristalinos de aproximadamente 10 mm (Figura 12 B e D). Esta pode ser classificada como laterita, que são produtos de intenso intemperismo químico de rochas sub-aéreas que se adéqua a definição de Schellmann (1981). Figura 12 – Lâmina JMJ-14, em (A) grãos de quartzo e o cimento de goethita no centro da foto, formado por uma lacuna que foi posteriormente preenchida por goethita. (B) feição textural dos grão mostrando os contatos pontuais e muitas vezes separados por goethita, (C) textura concêntrica da goethita, (D) grão policristalinos de quartzo. 4.1.2– Unidade II Esta unidade esta localizada na porção sudeste corresponde 10% da área, sendo definida a partir da análise de fotointerpretação e correlacionada a dados obtidos de mapeamentos já realizadas pelo Projeto Folha Marabá, ao qual está inserido este trabalho. Corresponde a rochas sedimentares descritas por BARBOSA (2011), SILVA (2012), SOUZA (2012) ARAUJO (2012), DIAS (2013), RODRIGUES (2014).
  • 41. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 37 Segundo estes autores estas rochas caracterizam-se por conglomerado polimítico com seixos a grânulos de quartzo, grãos de feldspato/plagioclásio caulinizado, intraclastos de argilito e fragmentos líticos, arenito maciço, arenito argiloso, arenitos arcoseanos conglomeráticos de coloração esbranquiçada, argilitos laminados de coloração avermelhada, gradando para conglomerado polimítico com grãos de quartzo e feldspato caulinizado e seixos de argila que gradam em direção ao topo para arenito maciço, arenitos médio a finos com grãos subangulares a arredondados, mal selecionados. 4.1.3– Unidade III Esta corresponde a 13% da área, assim como a unidade II, foi definida a partir da analise de fotointerpretação e correlacionada a dados obtidos de mapeamentos já realizadas. Esta inserida na porção nordeste da área, correspondendo as rochas pertencentes a Formação Couto Magalhães da Faixa Araguaia. De acordo com mapeamento realizado por Araujo (2012) compreende rochas essencialmente metassedimentares de granulação fina, basicamente de composição pelítica monominerálica e micácea. Estas rochas correspondem em sua maioria a filitos, no entanto, encontram-se xistos gradando a filitos ou intercalação dos mesmos. Enquanto que Dias (2013) descreveu nas proximidades da área ardósias de coloração avermelhada, granulação indistinta, brilho suave, compostos mineralogicamente por argilominerais, cloritas e sericitas, onde finas lentes oxidadas marcam o domínio da foliação. 4.1.4 – Unidade IV Esta unidade é formada por biotita-monzogranito, ocorre nas porções noroeste e sudoeste da área correspondendo a aproximadamente 46% da área, foi delimitada com base em fotointerpretação e dados de campo. O afloramento mais expressivo tem dimeção de 6 x 20 m localizado no leito do rio Rainha próximo a vicinal Tauri, formado por bloco in situ, fraturados e cortado por veios de quartzo (Figura 13 A) Esta rocha apresenta uma coloração rosa acizentada, holocristalina, fanerítica, isotrópica e leucocrática (IC 30%), inequigranular variando de média a grossa (Figura 13 B), localmente ocorre concentrações de máficos. (Figura 13 C a D). Microscopicamente revela granulação média com cristais entre 1 a 5 mm, e uma leve orientação dos minerais e recristalização de quartzo, mas de maneira geral sendo isotrópica, os
  • 42. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 38 cristais são anédricos, sua mineralogia é constituída por quartzo (43%), plagioclásio (21%) An30, feldspato potássico (ortoclásio) (47%), o máfico encontrado é a biotita e secundários clorita, sericita e epidoto (Figura 14 A a D). O plagioclásio e o feldspato-k estão alterados respectivamente para sericita e argilominerais, a biotita esta quase totalmente alterada para clorita (Figura 14 A, C e D). O ortoclásio apresenta textura micropertítica que são lamelas de plagioclásio rico em sódio (Albita) inclusos nestes, indicando reação de exsolução (Figura 14 B). No diagrama QAP Streckeisen (1967) é classificada como biotita - monzogranito. Figura 13 - Em (A) aspcto geral do afloramento, (B) aspcto mesoscópico, (C) concentração de mafico com bordas arredondadas (D) detalhe da foto anterior, (E) concentração de maficos com textura de fluxo, (F) detalhe da foto anterior.
  • 43. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 39 Figura 14 - Lâmina JMJ – 15, em (A) recristalização de quartzo e alteração do plagioclásio (A nicóis cruzados e A’ nicóis paralelos), (B) feldspato com textura micropertítica, (C) alteração por processos de sericitização do felspato e plagioclásio neste é possivel ver a macla, (D) alteração da biotita para clorita, mineral no centro epídoto.
  • 44. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 40 4.1.5 – Unidade V Esta unidade é localizada mais a norte e corresponde a aproximadamente 12% da área e composta de vulcanoclásticas félsicas tufo e lápilli tufo de cristais. O afloramento de tufo que ocorre mais a sul desta unidade esta localizado no córrego Rainha próxivo a vicinal Tauri, ocorrem em forma de lajedo e blocos de tamanho matacão (Figura 15 A e B), mesoscopicamente são afanítica, equigranular de coloração marrom avermelhada de estrutura maciça (Figura 15 C e D). Com auxilio de microscópio é possível obervar uma leve orientação dos opacos, mas no geral é isótropica, é composta por vários fragmentos de minerais e de líticos este sendo menores que 2 mm, e a matriz é composta de uma mistura quartzo feldspática criptocristalina e corresponde aproximadamente a 60% da rocha (Figura 16 B, C). A sua mineralogia é constituída basicamente de cristais de quartzo (52%), feldspato-k (23%), oligoclásio An25 (25%), anfibólio e opacos (Figura 16 A, B e D). Os constituintes mineralógicos e fragmentários são angulosos, porém cristais de quartzo mostram bordas subarreondadas comumente apresentando golfos de reação, sugerindo origem de magma riolítico (Figura 16 F). Na rocha são observados também cerca de aproximadamente 10% de fragmentos de rocha de composição básica (basaltos) estes interpretados como fragmentos da rocha encaixante ou líticlastos acidental. As principais alterações é do plagioclásio e feldspato-k para sericita e argilominerais respectivamente, porém não sendo muito intensa (Figura 16 E). Há indícios de processo diagenêtico, pois é observada uma mica (muscovita) achatada entre fragmento de quartzo e plagioclásio sendo este último fraturado (Figura 16 G). Devido a rocha ser constituída de minerais fragmentários é uma matriz quartzo feldspática criptocristalina, sendo estes menores que 2 mm, podendo assim ser classificada como tufos vulcânicos de acordo com o diagrama de Fisher (1984), já no diagrama de Pettijohn (1975) para fragmentos de lavas solidificados durante a ejeção são classificados como tufo lítico, no diagrama para vulcânicas Streckeisen (1967) apresenta uma composição riolítica. Mas para nomenclatura destas foi adotado a de McPhie, Doyle, Allen (1993), que combina textura e composição, desta forma a rocha pode ser classificada como tufo riolítico.
  • 45. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 41 Figura 15 - Em (A) afloramento em forma de lajedo, (B) e blocos tamalho matacão. (C e D) aparência mesoscópica.
  • 46. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 42 Figura 16 - Lâmina JMJ - 06, em (A) aspecto geral da amostra e cristaloclasto de ânfibolio, (B) leve orientação dos opacos, (C) matriz quartzo feldspática criptocristalina, (D) minerais fragmentários de quartzo, plagioclásio, feldspato-k, (E) alteração do plagioclásio, (F) quartzo com bordas subarreondadas, (G) muscovita achatada entre os cristais de quartzo e plagioclásio.
  • 47. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 43 O afloramento de lapilli tufo ocupa a porção norte desta unidade, o mais expressivo afloramento tem dimensão aproximada de 40 x 20 m, localizado nas margens do Rio Tocantins próximo da Vila Santa Terisinha do Tauri, ocorre na forma de lajedo e nestes se obrserva varias fraturas (Figura 17 A e B). Segundo os aspectos mesoscópico tem coloração marrom escura a avermelhada, com granulação de média a grossa, pobremente selecionada com fenocristais de quartzo (Figura 17 C e D). Com amparo do microscópio foi melhor descrita como tendo uma textura inequigranular com granulação entre média a grossa com fenocristais de quartzo com aproximadamente 4 mm mostram bordas subarreondadas comumente apresentando golfos de reação, sugerindo a origem de magma riolítico e fenocristais de feldspato e plagioclásio entre 2 a 3,5mm; nestes lapilli tufos é possível observar uma leve orientação dos opacos com a objetiva de 2,5 X, mas no geral a rocha apresenta uma estrutura geral isótropica ou maciça (Figura 18 A a E). A matriz é composta de dois componentes principais: O primeiro componente é uma mistura criptocristalina de quartzo e feldspato o segundo de vários fragmentos microcristalinos de quartzo, feldspato (microclina), plagioclásio, clinopiroxênio e anfibólio todos menores que 1,5 mm, esta matriz corresponde aproximadamente a 50% da rocha (Figura 18 A). A sua mineralogia é constituída basicamente de fragmentos de quartzo (54%), feldspato- k (microclima) (25%), plagioclásio An 27% (oligoclásio) (21%), minerais ferromagnesianos clinopiroxênio, anfibólio e opacos (magnetita) (Figura 18 E). Os minerais secundários observados foram sericita, argilominerais e carbonato estes recristalizado para calcita (Figura 18 F). Segundo as suas características mineralógica e textural esta rochas é classificada como lapilli tufo no diagrama de tufos vulcânicos de Fisher (1966). Para nomenclatura destas foi adotado a de McPhie, Doyle, Allen (1993), que combina a textura e composição, desta forma pode ser classificada como lapilli-tufo riolítico.
  • 48. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 44 Figura 17 - Em (A) aspecto geral afloramento em forma de lajedo e as fraturas, (B) detalhe das fraturas e disjunção em blocos, (C) amostra em escala mesoscópica (D) fenocristal de quartzo.
  • 49. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 45 Figura 18 - Lâmina JMJ - 12, em (A) observa a matriz e uma leve orientação dos opacos, (B) algumas alterações, quarzo arredondado e clinopiroxênio, (C e D) quarzos fraturados e com bordas subarredondada pela corroção magmática e apresentando golfos de reação, (E e F) alteração do plagioclásio, mineral secundário: Calcita e argilo mineral.
  • 50. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 46 4.1.6 – Unidade VI Esta unidade é encontrada no centro da área foi delimitada com base em dados de campo e fotointerpretação, ocupa cerca de 7%. É constituída de afloramentos que ocorrem na forma de blocos in situ e lajedo (Figura 19 A). A rocha é caraterizada macroscopicamente por ter uma coloraçãos cinza escura esverdeada, ser fanerítica, isotrópica, equigranular média, holocristalina, mesocrática (Figura 19 B). Figura 19 - Em (A) bloco de gabro, (B) amostra em escala mesoscópica. Nesta unidade tem-se duas lâminas, JMJ-05 e JMJ-06, ambas são semelhantes a dirença é na intecidade de alteração onde os minerais plagioclásio, clinopiroxênio e ortopiroxênio se encontram mais alterados na amostra JMJ-05. Estas apresentão as seguintes característica ao microscópio: granulação média com variação entre 1 mm a 5 mm holocristalina, mesocrática, fanerítica, equigranular. Apresta textura ofítica e subofítica, a ocorrência simutania é característica de gabros e doleritos. (Figura 20 A e B). A sua mineralogia é constituída por labradorita (An61, 68%), clinopiroxênio (24%), ortopiroxênio (4%) e anfibólio; secundários: idingsita, serpentina; opacos possivelmente magnetita. (Figura 20 B). O Plagioclásio apresenta granulação entre 1,5 mm a 0,6 mm este em forma de ripas alongadas, alguns com geminação, hipidiomórficos com maclamento tipo albita, e desenvolvem uma textura subofítica e ofítica com piroxênios esta de ocorrência subordinada, ocorre também a textura mimerquítica (Figura 20 H). A rocha apresenta plagioclásio com zoneamento oscilatório, o que é frequente nos plagioclásios de rochas de composição intermediária a máfica. Este zoneamento também indica mudança na composição do plagioclásio onde o centro é mais
  • 51. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 47 cálcico (anortita) e as bordas mais sódica (albita) (Figura 20 C a F). Os cristais de ortopiroxênio são anédricos (xenomórficos) variando entre 1,2 mm a 0,3mm exibem um contato reto com o plagioclásio. Os cristais clinopiroxênio variam de 1 mm a 0,5 mm, estão fraturados, exibem contatos retos e lobados com os plagioclásio e alguns contatos irregulares. No diagrama QAP (Streckeisen, 1967) esta rocha é classificada como gabro. Figura 20 - Lâminas JMJ – 05 e JMJ - 16, em (A) textura ofítica, (B) textura subofítica e geminação do plagioclásio, (C) plagioclásio zonado e alteração, (D) zoneamento concêntrico do plagioclásio, (E e F) zoneamento perfeito e intercrescimento, (G) indingsita, clinopiroxênio, ortopiroxênios, (H) textura mimerquítica e plagioclásio fraturado.
  • 52. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 48 4.1.7 – Unidade VII Esta unidade está localizada mais ao norte da área, próximo a cidade de Itupiranga na margem do rio Tocantins e correspondendo 4% da área, sua ocorrência é na forma de blocos e lajedo com dimensão aproximada de 60 m por 15 m, nestes ocorre duas litologias, clorita - talco xisto e o sílex (jaspe), sendo que estas duas estão em contato. O xisto se encontra bastante alterado e cortado por veios de quartzo estes veios formam estrutura boxing Works (casa de “abelha”) são delineados pela foliação S-C, mesoscopicamente tem uma coloração amarela alaranjada e um aspecto fibroso e cortado por vênulas de quartzo milimétricas a centimétricas (Figura 21 A a D). Ao microscópio é possível observar várias alterações onde esta é mais intensa próximo às vênulas de quarzto, ocorrendo impregnação de óxido de ferro (Figura 22 B). A sua mineralogia é composta basicamente por clorita e carbonatos, este representado pela dolomita e calcita e talco todos estes juntos formando uma maça fibrosa, cortada por vênulas de quartzo (Figura 22 B, C, D). Este rocha apresenta metamorfismo de médio a baixo grau sendo da fácies talco das calcisilicaticas caracterizado pela clorita, talco, dolomita, calcita e quartzo, porém em relação a classificação de pelitos a rocha está na fácies xisto verde. Podendo ser nomeada segundo as normas Yardley (2004) como clorita - talco xisto. O protólito é provalvemente de uma matapelítica (marga) inferida com base em sua mineralogia e por estar em contato com o sílex onde é comum em uma sequência greenstone (Figura 23 C). A segunda litologia ocorre no mesmo alforamento em uma pequena ilha em forma de bloco e lajedo (Figura 23 A), este é constituído por sílex com impregnação de óxido de ferro, ao qual recebe também a denominação de jaspe, este macroscopicamente tem uma coloração avermelhada e exibe um aspecto maciço, e cortado por veios de quartzo centimétrico (Figura 23 B). Com amparo do microscópio se observa as seguintes caracteriticas: A luz polarizada apresenta coloração cinza avermelhada, aspecto maciço, formado por quartzo cripstocritalino este manchado por óxido de ferro (hematita) que proporciona a coloração avermelhada em amostra de mão (Figura 24). As duas litoligas fazem parte de um sequência greesntone deduzida com as características supracitadas (Figura 23 C).
  • 53. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 49 Figura 21 - Em (A) aspecto geral do afloramento, (B) vênulas de quartzo formandoo estrutura boxing Works, (C) xisto cortado por vênulas de quartzo, (D) detalhe do xisto em escala mesoscópica.
  • 54. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 50 Figura 22 - Lâmina JMJ - 02A, em (A) aspecto geral fibrosa, (B) vênulas de quartzo, (C) calcita, (D) talco, (E) detalhe das vênulas de quartzo.
  • 55. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 51 Figura 23 - Em (A) Aspecto geral do afloramento, (B) escala mesoscópica do sílex, (C) contato, sílex na parte superior e o xisto inferior.
  • 56. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 52 Figura 24 – Lâmina JMJ – 02B, em (A) aspecto geral e óxido de ferro, (B) quartzo criptocristalino e veios, (C e D) quartzo com extinção ondulante e orientados.
  • 57. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 53 4.2 – ANÁLISE ESTRUTURAL Neste tópico serão abordadas as características estruturais da área mapeada. A princípio somente nas unidades IV, V e VII apresentam estruturas passíveis de descrição e interpretação. 4.2.2– Unidade IV Esta unidade é caracterizada por esta cortada por veios de quartzo e dois conjuntos de fraturas um concordante e outro discordante com os veios. Os concordantes com direção aproximadamente paralela aos veios com direção ENE WSW e medidas 248, 245, 250 Az, e os discordantes ou perpendiculares com direção NEN SWS e medidas 30, 20 Az (Figura 24). Figura 25 - Em (A) fraturas concordantes com os veios (A’) diagrama de frequência azimute, (B) fraturas discordantes, (B’) diagrama de frequência azimute. As direções dos alinhamentos observados no mapa de estruturas estão de acordo com as direções das fraturas observadas neste afloramento, com isso pode-se afimar que uma parte dos alinhamentos observados correspondem à fraturas.
  • 58. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 54 4.2.2– Unidade V Nesta unidade só foram observadas estruturas tectônicas no afloramenoto do lapilli tufo (Figura 25). Neste ocorre um conjunto de fraturas com direção principal NE-SW com medida 30, 33,42 Az, o segundo com direção aproximadamente E-W com medidas 82,70,87 Az. Há algumas fraturas milimétricas a centimétricas preenchidas por quartzo microcristalino. Figura 26 - Em (A) fraturas aproximadamente N-S, (B) aproximadamente E-W.
  • 59. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 55 4.2.3– Unidade VII Esta unidade é caracterizada por deformação dúctil é cortadas por veios de quartzo que truncam as foliações S-C (Figura 26 B). Estas foliações são penetrativas e com pequenas curvaturas, melhor observada em lâmina (Figura 27). Nesta unidade também ocorre uma banda de cisalhamento com direção N-S e mergulho para leste com atitude 38 /90Az (Figura 27 A). O sílex também se encontra deformado com aproximadamente as mesmas atitude 43/87 Az. As foliações do xisto por se apresentarem curvadas foram formadas em um regime dúctil, já os veios de quartzo foram colocados quando do fraturamento em regime rúptil. Figura 27 - Em (A) banda de cisalhamento no xisto com direção aproximadamente N-S, (B) foliação S-C do xisto
  • 60. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 56 4.3 – MAPA GEOLÓGICO Para a delimitação e distribuição espacial das duas unidades aqui individualizadas, recorreu-se a integração dos dados de campo, análises das formas do relevo e dos alinhamentos fotoestruturais somados aos estudos petrográficos e correlação com trabalhos anteriores do Projeto Mapeamento Geológico da Folha Marabá SB.22-X-D. No mapa geológico final da área foi possível individualizar sete unidades e suas respectivas litologias: Unidade I caracterizada por sedimentos do Quaternário e coberturas detríticas e/ou lateríticas; Unidade II formada por conglomerado polimítico, arenito maciço, arenito argiloso, arenitos arcoseanos conglomeráticos estes pertencentes a Formação Barreiras; Unidade III esta é composta por pelíticas micáceas, filitos e ardósias compostas por cloritas e sericitas pertencentes a Formação Couto Magalhães; Unidade IV formada por biotita - monzogranitos; Unidade V correspondendo a rochas vulcânicas tufo e lapilli-tufo, Unidade VI definidas por Gabros e Unidade VII clorita - talco xisto e silix estes fazendo parte de uma sequência Greenston Belts. No mapa geológico pode-se observar a distribuição das sete unidades identificadas e as suas relações com as demais unidades presentes e o controle estrutural, destacando principalmente na parte oeste a estruturação WNW - ESE e NE-SW ocorridas quando do evento Transamazônico, foi constatado que grande parte destes alinhamentos são fraturas como foi observado no campo. As unidades I, V, VII apresenta duas litologias, porém as unidades IV, VI é constituída de apenas de uma litoliga e as unidades II, III apresentam várias litologia as quais foram aqui delimitadas por fotointerpretação e correlação com trabalhos anteriores do projeto Folha Marabá (Figura 28). Figura 28 – Fotomicrografia mostrando foliação S-C no xisto.
  • 61. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 57 Figura 29 - Mapa geológico.
  • 62. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 58 4.3.1 – Comparação com o mapa anterior O principal trabalho realizado anteriormente na Folha Marabá foi realizado pela CPRM 2001 nas escalas de 1:1.000.000 e 1:250.000. Neste mapeamento indentificaram quatro unidades: formação superior dividida em Sedimentos Quarternário formado por areias, argilas, níveis de cascalho, e coberturas lateriticas; Formação Itapecuru constituída de arenitos arcosianos, lentes de conglomerado, pelitos; Formação Couto Magalhães formado por metassedimentares compreendendo filitos, quartzo sericita-clorita xistos e ardósias; Suíte Metamórfica Bacajái constituidade de granulitos básicos e ácidos. Neste novo mapeamento com escala de 1:25.000, foi possível um maior detalhamento dos litotipos, consistindo em sete unidadas. As principais contribuições deste trabalho foram a identificação das seguintes unidades: A unidades II que em trabalho anterior foi indentificada como Formação Itapecuru e neste como sendo pertencentes a Formação Barreiras localizado na porção sudeste da área. A unidade III que foi melhor delimitada. As unidades IV, biotita – monzogranitos; V, vulcânicas tufo e lapilli tufo; VI constituida de gabro e Unidade VII, clorita - talco xisto e silix estas ocupando a porção sudoeste que anteriormente era descrita como sendo pertencente a Suíte Bacajái formada por granulitos (ver Figura 28 e Figura 29).
  • 63. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 59 Figura 30 - Recorte da Carta Geológica da CPRM 2001.
  • 64. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 60 CAPÍTULO V 5 – CONCLUSÃO Tendo como base todos os dados aqui adquiridos através de fotoanálise, campo, estudos petrográficos e estruturais, apresentados e discutidos neste trabalho, tem-se as seguintes conclusões a respeito da correlação das litologias, com as unidades regionais de trabalhos anteriores: A unidade I é constituída por sedimentos do Quaternário, interpretado por estarem próximo as margens do rio Tocantins serem pouco consolidados, como as argilas que foram depositadas quando de uma pretérita planície de inundação do rio Tocantins. Nesta unidade ocorre também laterita, estas duas litologias foram descritas no mapeamento de Almeida (2001), porém diferem em seus limites com o mapa proposto neste relatório. A unidade II é constituída por sedimentos da Formação Barreiras foi delimitada com base em dados de fotointerpretação e correlação com trabalhos realizados no Projeto Folha Marabá principalmente de Dias (2013) que limita com área de pesquisa. Esta porção da área foi anteriormente descrita por Almeida (op cit) como pertencente a Formação Itapecuru da Bacia do Parnaíba. A unidade III, assim como a unidade II, foi definida a partir da análise de fotointerpretação e correlacionada a dados obtidos de mapeamentos já realizados principalmente os de (ARAUJO, 2012; DIAS, op cit) que descreveram como sendo rochas metassedimentares de composição pelítica monominerálica e micácea, e ardósias compostas por argilominerais, cloritas e sericitas, estas litologias aqui descritas foram mapeadas por Almeida (op cit) contudo difere um pouco em relação aos limites aqui apresentados. A unidade IV foi delimitada com base em fotointerpretação e dados de campo segundo as características já descritas anteriormente, a litologia desta unidade foi classificada como biotita – monzogranito, por não apresentar-se muito deformada, foi interpretado como sendo pertencente a Suite Plutônica Pós - orogênica do Domínio Bacajá, Ciclo Transamazônico (VASQUEZ, 2006). A unidade V é composta de vulcanoclásticas félsicas tufo e lápilli-tufo, nunca antes assim descritas. Jorge João et al. (1987), descreveram rochas metavulcanoclásticas, rochas metavulcânicas félsicas e intermediárias pertencentes ao Domínio Bacajá que não correspondem ao descrito neste trabalho, ou seja, as vulcanoclásticas félsicas, isotrópicas não metamórficas e pouco deformadas, que podem estar relacionadas ao mesmo evento magmático. Esta unidade pode ser correlacionada a unidade vulcânica Uatumã, denominação utilizada para retratar a sucessão de eventos magmáticos orosirianos de grande escala que marcou a porção central do Cráton Amazônico, tanto no Escudo das Guianas quanto no Escudo Brasil Central, o qual produziu principalmente rochas vulcânicas efusivas e piroclásticas de composições félsicas a intermediárias, intrusões graníticas e, subordinadamente, corpos plutônicos máficos (JORGE JOÃO; SANTOS; FARACO, 1984). Porém, Melo et al. (1978) elevaram a unidade à categoria de Supergrupo Uatumã. Ainda existem controvérsias acerca do
  • 65. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 61 significado da denominação Supergrupo Uatumã. Atualmente, a maioria dos autores reserva a designação de magmatismo Uatumã ao evento vulcano-plutônico Orosiriano com idade em torno de 1,89 – 1,88 Ga, que gerou o vulcanismo Iricoumé e granitoides associados, e às unidades correlatas a sul da bacia do Amazonas, nos domínios Tapajós e Iriri–Xingu (VASQUEZ et al., 1999; COSTI; DALL’AGNOL; MOURA, 2000; REIS et al., 2006; FERRON et al., 2006, 2010; JULIANI; FERNANDES, 2010; PIEROSAN et al., 2011a, 2011b), apesar de alguns autores ainda se referirem ao Supergrupo Uatumã para descrever os episódios magmáticos orosirianos no intervalo 2,0 – 1,88 Ga (BRITO NEVES, 2011; FERNANDES et al., 2011; JULIANI et al., 2011). Sendo assim, é possível afirmar segundo o conceito de vulcanismo Uatumã destes últimos autores, que a Unidade V descrita nesta relatório seja pertencente ao vulcanismo Uatumã (lato sesu). Porém, recomenda-se para esta, estudos mais detalhados de sua estratigrafia e o emprego de ferramentas como a: Geocronologia e geoquímica para um melhor posicionamento estratigráfico regional. A unidade VI foi delimitada com base em dados de campo e fotointerpretação. É constituída de gabros de coloração cinza escura esverdeada, fanerítica, isotrópica, equigranular média, holocristalina, mesocrática, interpretada como sendo um corpo com algumas centenas de metros, assim como na área ocorre também um dique de direção NE-SW. Ambos podem ser correlacionados regionalmente ao Domínio Bacajá e pertencentes a unidades Gabróicas Toleíticas Mesozoicas que foram descritas como enxames de diques máficos de orientação NE- SW e N-S e também corpos de diabásio, provavelmente relacionados ao magmatismo toleítico Jurássico, diabásios Penatecaua e Cururu, ocorrido durante a reativação mesozoica da Bacia do Amazonas, os quais têm notável expressão em imagens aeromagnéticas. É recomentado para a Unidade VI estudos geocronológicos, geoquímicos e MEV (microscópio eletrônico de varredura) para uma exata correlação com as Unidades Gabróicas Toleíticas Mesozoicas. A Unidade VII é caracterizada por clorita - talco xisto e sílex, classificadas como sendo pertencentes a uma sequência greenstone belsts, correlacionáveis ao Domínio Bacajá na unidade litotectônica Greenstone belt Arqueano-Paleoproterozoicos. Porém, nesta ocorrem três sequências: Sequência Três Palmeiras, constituídas de vulcânicas ultramáficas; as sequências metavulcano-sedimentares Grupo Vila União e a Sequência de Rochas Supracrustais I (VASQUES, 2006). Assim sendo, a unidade VII está inserida mais adequadamente entre estas duas últimas por ser constituída de rochas metassedimentares, porém ainda há pouca informação a respeito destas sequências. Este trabalho se propôs a fazer um mapeamento geológico básico na escala 1:25.000, porém para um maior detalhamento serão necessárias estudos mais aprimorados com técnicas mais precisas para uma melhor correlação cronoestratigrafica.
  • 66. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 62 REFERÊNCIAS ALMEIDA, H.G.; MARINHO, P.A.C.; MARTINS, R.C. Marabá Folha SB.22-X-D: estados do Pará, Maranhão e Tocantins: escala 1:250.000. Brasília: CPRM, 2001. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil. ALMEIDA, F.F.M.; CARNEIRO, C.D.R. Inundações marinhas fanerozóicas no Brasil e recursos minerais associados. In: MANTESSO-NETO, V. et al. (Org.) Geologia do continente Sul-Americano: evolução da obra de Fernando Flávio Marques de Almeida. São Paulo: Beca, 2004. cap. 3, p. 43-60. ARAÚJO, R.C. Análise morfoestrutural de parte da Folha Marabá, Cartas SB-22-X-D-I- 3-SW e SB-22-X-D-I-3-SE, sudeste do estado do Pará. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Pará, Marabá. 2012. 59f. BARBOSA, R.C.F. Análise do Nível de Metais no Rio Itacaiúnas e Afluentes nas Proximidades do Distrito Industrial de Marabá, Sudeste do Pará. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Pará, Marabá. 2011. 83f. BRITO NEVES, B.B. Main stages of the development of the sedimentary basins of South America andtheir relationship with the tectonics of supercontinents. Gondwana Research, v. 5, n. 1, p. 175-196, 2002. BRITO NEVES, B.B.; CORDANI, U.G. Tectonic evolution of South America during the Late Proterozoic. Precambrian Research, v. 53, p. 23-40, 1991. CAMPBELL, D.F. Bacia do Maranhão. Rio de Janeiro, CNP-PETROBRAS, Relatório nº 1949, p. 81-83, 1950. CORDANI, U.G.; TASSINARI, C.C.G.; KAWASHITA, K. A Serra dos Carajás como região limítrofe entre províncias tectônicas. Ciências da Terra, v. 9, p. 6-11, 1984. COSTA, J.B.S.; HASUI, Y. Evolução Geológica da Amazônia. In: ROSA-COSTA, M.L.; ANGÉLICA, R.S. (Coord.). Contribuições à geologia da Amazônia. Belém: FINEP/SBG– Núcleo Norte, 1997. v. 5, p. 15-90. COSTI, H. T.; DALL’AGNOL, R.; MOURA, C. A. V. Geology and Pb-Pb geochronology of Paleoproterozoic volcanic and granitic rocks of Pitinga Province, Amazonian Craton, northern Brazil. International Geology Review, v. 42, n. 9, p. 832-849, 2000. CHRISTOFOLETTI, A., 1974. Geomorfologia. Ed. Edgard Blucher Ltda e EDUSP.149 p. DIAS S. L.P, Mapeamento Geológico das Quadrículas SB-22-X-I-1-SW e SB-22-X-I-1-SE da Folha Marabá, município de Itupiranga, Pará. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Pará, Marabá. 2013. FARACO, M.T.L. et al. Levantamento geológico da região ao norte da Província Carajás. In: SOUZA, V.; HORBE, A.C. (Coord.). Contribuições à geologia da Amazônia. Manaus: SBG– Núcleo Norte, 2005. v. 4, p. 32-44. FELIPE, L. B; MORALES, N; SOARES Jr, A. V. Geologia, Geomorfologia e Morfotectônica da região de Marabá – Pa, Universidade Estadual Paulista. Tese de Doutorado: Leonardo Brasil Felipe, 2012.
  • 67. MAPEAMENTO GEOLÓGICO DA SUBÁREA SB.22 X D I 1 NO E SB.22 X D I 1 NE, NA FOLHA MARABÁ SB.22 X D, PARÁ. 63 FERNANDES, C. M. D.; JULIANI, C.; MONTEIRO, L. V. S.; LAGLER, B.; MISAS, C. M. E. High-K calc-alkaline to A-type fissure-controlled volcano-plutonism of the São Félix do Xingu region, Amazonian craton, Brazil: Exclusively crustal sources or only mixed Nd model ages? Journal of South American Earth Sciences, v. 32, v. 4, p. 351-368, 2011. FERRON, J. M. T. M.; BASTOS NETO, A. C.; LIMA, E. F.; COSTI, H. T.; MOURA, C. A. V.; PRADO, M.; GALARZA, M. A. Geologia e geocronologia Pb-Pb de rochas graníticas e vulcânicas ácidas a intermediárias paleoproterozóicas da Província Pitinga, Cráton Amazônico. Revista Brasileira de Geociências, v. 36, n. 3, p. 499-512, 2006. FERRON, J. M. T. M.; BASTOS NETO, A. C.; LIMA, E. F.; NARDI, L. V. S.; COSTI, H. T.; PIEROSAN, R.; PRADO, M. Petrology, geochemistry, and geochronology of Paleoproterozoic volcanic and granitic rocks (1.89–1.88 Ga) of the Pitinga Province, Amazonian Craton, Brazil. Journal of South American Earth Sciences, v. 29, v. 2, p. 483-497, 2010. FISHER, R.V. and Schmincke, H.U., 1984. Pyroclastic rocks. Springer-Verlag, Berlin, 472pp. Geologia e Recursos Minerais do Estado do Pará: Sistema de Informações Geográfi cas – SIG: texto explicativo dos mapas Geológico e Tectônico e de Recursos Minerais do Estado do Pará. Organizadores, Marcelo Lacerda Vasquez, Lúcia Travassos da Rosa-Costa. Escala 1:1.000.000 Belém: CPRM, 2008. GÓES, F.F.M.; HASUI, Y.; BRITO NEVES, B.B; The Upper Precambrian of South America. Boletim Instituto de Geociências USP, v. 7, p. 45-80, 1976. (Série Científica, 7). GÓES A.M.O.; FEIJÓ F.J. Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da Petrobras, v. 8, n. 1, p. 57-67, jan/mar. 1994. GUERRA, A.T. Dicionário geológico-geomorfológico. 5.ed. Rio de Janeiro: IBGE,1993. 439p. GÓES A.M.O.; FEIJÓ F.J. Bacia do Parnaíba. Boletim de Geociências da Petrobras, v. 8, n. 1, p. 57-67, jan/mar. 1994. JORGE JOÃO, X. da S.; VALE, A.G.; LOBATO, T. de A.M. Altamira: folha SA.22-Y-D, Estado do Pará. Texto explicativo, escala 1:250.000. Brasília: DNPM/CPRM, 1987. 31 p., il. Programa Levantamentos Geológicos Básicos do Brasil (PLGB). JORGE JOÃO, X. S.; SANTOS, C. A.; FARACO, M. T. L. Projeto Trombetas-Mapuera: relatório fi nal. v. I e II. Belém: DNPM/CPRM, 1984. (Texto e anexos). JULIANI, C.; FERNANDES, C. M. D. Well-preserved Late Paleoproterozoic volcanic centers in the São Félix do Xingu region, Amazonian Craton, Brazil. Journal of Volcanology and Geothermal Research, v. 191, n. 3-4, p. 167-179, 2010. LE MAITRE, R. W., 2002. A classification of igneous rocks and glossary of terms. 2nd Edition. London, 193 p.